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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Que tipo de mulher você é?

22.11.2013
Do portal VERBO DA VIDA, 19.11.13
Por Janaynna Albuquerque

Estava pensando sobre as mulheres e na fama que elas podem criar para si mesmas. Atualmente, por exemplo, está em destaque no mundo a mulher temática. Por exemplo, as mulheres frutas: a mulher morango, a mulher melancia. Mas, qual é a proposta que elas trazem em si e o que elas representam para o mundo?

No Reino de Deus qual é a sua proposta, no que você tem se destacado perante as pessoas?

Afinal, se atentarmos bem veremos que as mulheres temáticas se destacam pelo corpo que elas têm, essa é a proposta que elas trazem em si.

Qual é a proposta que você leva para as pessoas?

O tipo de pessoa que você é vem da sua conduta, da sua forma de ser, é isso que vai expressar você em tudo o que você faz. Existe um relógio em Deus que corre e ele nunca para, precisamos nos adequar para alcançarmos esse relógio em Deus e avançarmos na área em que nos encontramos, entendendo que é na idade que temos mesmo.

A Bíblia fala: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos”, Salmos 92:14,
Também lemos em II Coríntios 3:18 que somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. Temos que ser frutíferos em todo tempo não importa a idade que possuímos, existe uma expectativa em Deus para produzirmos frutos. Há uma urgência em Deus para cumprirmos o chamado que Ele tem para nós.

Devemos ser guiadas para vivermos cada estação e termos discernimento para sabermos o que Deus quer que façamos. Ser guiado é coisa de filho de Deus e não para quem tem chamada nos 5 dons Ministeriais. Nós nascemos de novo, então, temos essa bússola, o Espírito Santo, dentro de nós, Ele vai nos dizer quais são as próximas etapas, em cada estação em que nos encontrarmos, existe coisas específicas que Deus quer tratar com cada um de nós, e precisamos estar sensíveis a essa bússola.

Sonda-me é uma canção de Aline Barros e ela me trouxe um esclarecimento especialmente em seu refrão que diz:

“Como um FAROL, que brilha a noite, como PONTE sobre as águas, como ABRIGO no deserto, FLECHA que acerta o ALVO”. 

É assim que devemos estar consagradas para fazer o que Deus quer, entretanto podemos comparar esse refrão com os cinco dons Ministeriais, coisas naturais, mas que é semelhante às Espirituais.

FAROL QUE BRILHA A NOITE: Tem a característica de salvar os navios que estão perdidos, o seu facho de luz passa no céu e os marinheiros identificam e chegam à terra firme. Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho (Salmos 119:105).  Comparando aos cinco dons Ministeriais o Farol ele se parece com o chamado do MESTRE, porque ele ilumina. O Mestre ele tem esse atrativo de esclarecer, de iluminar as pessoas dentro da palavra. Esse é um atrativo da mulher.

PONTE SOBRE AS ÁGUAS: Tem como característica o de ligar lugares a lugares, ligar pessoas a um lugar. Ponte fala sobre o chamado do EVANGELISTA, porquanto ele liga pessoas a Deus. “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” Colossenses (1:13). Mulher Ponte Sobre as Águas.

ABRIGO NO DESERTO: Tem como característica, o deserto, ele é seco e árido, ausência de vida. Mas se dentro de um deserto existir um amparo, um lugar seguro, proteção em meio ao deserto, existirá um apascentamento e diz respeito ao chamado de PASTOR. É um abrigo no meio do deserto, é apascentador onde não tem vida, esse é um atrativo da Mulher Abrigo no Deserto.

FLECHA QUE ACERTA O ALVO: É um arqueiro esticando o arco, apontando e soltando para ela dar exatamente no alvo. Esse chamado lembra o PROFETA, porque quando ele abre a boca seja pra falar da Palavra do Senhor, seja uma oração em línguas que com interpretação equivale a uma profecia, seja uma palavra de conhecimento, ele faz exatamente o que o arqueiro faz apontando para o alvo. Mulher Flecha que acerta o Alvo. Mas você pode me perguntar, e o Apóstolo Jannayna? Bem, O APÓSTOLO tem como característica tocar nos cinco dons Ministeriais, ou seja, ele pode ser Farol que brilha a noite, Ponte sobre as Águas, Abrigo no Deserto, Flecha que Acerta o Alvo.

Poderíamos dizer que esse á a mulher COLA, porque consegue trazer pessoas para perto. Que tipo de mulher você é? Identifique-se com um desses atrativos de Deus, para benefício das pessoas. Mateus 6:4 diz que o Deus que te ver em secreto Ele te recompensará. Faça o que Deus te chamou pra fazer, desperte para o relógio dEle, para cumprir o seu chamado.

Existe um despertar de Deus, Ele tem pressa, se consagre mais e coloque os seus dons a disposição de dEle. Deus precisa que você tenha a intenção de fazer o que Ele te chamou pra fazer, falando que o Deus que te chamou, Ele é o Deus que te ajuda em qualquer situação. Você não precisa ter uma chamada ministerial para se identificar com uma dessas categorias, até mesmo porque essas características podem estar dentro de você mesmo que você não tenha uma chamada nos cinco dons ministeriais.

Você pode ser uma Mulher farol, pois gosta de trazer esclarecimento sobre a verdade ou a Mulher Ponte sobre as águas, porque gosta de reconciliar pessoas com Cristo, ou Mulher abrigo no deserto, porquanto gosta de apascentar o povo e cuidar deles, igual a uma mãe ou até mesmo uma Mulher Flecha no Deserto, pois você tem uma facilidade de falar algo e quem ouve diz: realmente é assim mesmo. Você pode se identificar com mais de uma categoria ou com todas, caracterizando a Mulher Cola, tem um pouco de cada categoria. Que tipo de Mulher você é?
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Fonte:http://verbodavida.org.br/feminina/feminina-colunistas/feminina-jannayna/que-tipo-de-mulher-voce-e/

O megafone de Deus

22.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 20.11.13
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por C.S.Lewis

quarta-feira
O espírito humano não tentará entregar a sua vontade própria enquanto tudo parecer estar em ordem com ela. Agora, tanto o erro quanto o pecado têm essa característica: quanto mais profundos, menos as suas vítimas suspeitarão da sua existência; trata-se de maldades mascaradas.

O sofrimento é uma maldade sem máscara, inconfundível; toda pessoa sabe que há algo errado quando está sendo machucada. [...] Contudo, o sofrimento não é só imediatamente reconhecível, mas também um mal impossível de se ignorar. Podemos até nos contentar com nossos pecados e nossa estupidez; qualquer pessoa que já tenha observado glutões engolindo as mais exóticas especiarias, como se não soubessem o que estão comendo, admitirá que é possível ignorar até mesmo o prazer. Porém, o sofrimento insiste em que nos ocupemos dele.

Deus sussurra em meio aos nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita por meio do sofrimento. O sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo.

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2013/11/20/autor/c-s-lewis/o-megafone-de-deus/

Salvação Sem O Evangelho?

22.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA

Muitos de nós se dizem ser cristãos e salvos da escravidão do pecado. Mas, como podemos saber se estamos salvos? Alguns dizem que estão salvos porque a sua igreja ou líderes religiosos assim o dizem. Outros simplesmente se sentem salvos. Outros ainda, afirmam ter "encontrado Deus" da maneira deles.
 
O amplo leque de respostas poderia continuar indefinidamente, especialmente num mundo religioso onde um tema tão simples (como a salvação) é encoberto por confusão e desentendimento. A única maneira de podermos entrar em acordo uns com os outros, e principalmente, ter plena certeza dentro de nós mesmos, é achar e aceitar a resposta de Deus. Nós só podemos saber se estamos salvos quando tivermos obedecido o plano de Deus para nossa salvação. O plano e a certeza da salvação vêm somente através do evangelho de Jesus Cristo, as boas novas que nos mostram o caminho para a redenção.
 
Paulo disse: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Romanos 1:16). 

Ele continua através da carta a mostrar que os caminhos e os sentimentos dos homens não são verdadeiros guias para a salvação. Nada pode tirar o papel do evangelho no plano de Deus para a nossa salvação!
 
Reconhecendo que o evangelho é essencial para a nossa salvação exige que nós o estudemos. Revelando a sua vontade para nós no Novo Testamento, Deus nos deu "todas as cousas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pedro 1:3). Ele nos avisou dos perigos de aceitar ou proclamar quaisquer novos ou diferentes "evangelhos" (Gálatas 1:6-9). Deus revelou a sua vontade e enfatizou a sua importância. Compete a nós aprender e obedecê-la.
 
Nossos sentimentos não nos dão confiança segura da salvação. Paulo perseguiu violentamente o povo de Deus (Atos 22:4,5), entretanto, ele afirma que tinha agido "com toda a boa consciência" (Atos 23:1). Ele sentiu que estava fazendo a coisa certa. Ele era zeloso diante de Deus. Mas ele estava errado! Nós podemos pensar que estamos certos e demonstrar grande zelo e no entanto estar condenados diante de Deus. Nossos sentimentos não são o padrão com o qual medimos nossa condição diante de Deus.
 
As doutrinas dos professores humanos não nos fornecem a direção certa para a salvação. Os homens estão constantemente inventando e revisando seus planos para a redenção, conduzindo as pessoas para seguirem centenas de diferentes caminhos, todos os quais supostamente, se dirigem para o mesmo lugar. Não acredite nisso! O evangelho nunca nos diz que podemos seguir caminhos diferentes que levam ao mesmo lugar. Ao contrário, ele diz que podemos chegar ao Pai somente através do Filho (João 14:6). Jesus disse que seremos julgados pelas suas palavras (João 12:48-49), não pelas doutrinas convenientes aos homens.
 
Para nos beneficiarmos do poder do evangelho, devemos seguir suas instruções. Devemos crer na mensagem que "Jesus é o Cristo, o Filho de Deus" (João 20:31). Devemos agir com base nesta fé, nos arrependendo dos nossos pecados e sendo batizados para a remissão deles (Atos 2:38). Qualquer um que nos oferecer um plano diferente está tentando nos oferecer salvação sem o evangelho!
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Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/a3_2.htm

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A inspiração e autoridade das Escrituras: uma perspectiva missiológica

21.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 23.09.2007
Por Timóteo Carriker

Uma das “reformas” mais marcantes da Reforma Protestante foi no seu conceito das Sagradas Escrituras. O grito protestante (era mesmo um protesto!), sola Scriptura, era o anúncio inequívoco da suprema autoridade e plena inspiração da Bíblia e, ao mesmo tempo, uma denúncia da autoridade da tradição eclesiástica que se colocava no mesmo pé de igualdade com as Escrituras. O discurso reformado a respeito das Escrituras foi tão marcante que surtiu vários efeitos significantes. Por exemplo, transformou o conceito e a ordem da liturgia cristã. Com a ênfase no sola Scriptura destacava-se a pregação da Palavra, ao invés da celebração da ceia como na missa católica. Também a ênfase na autoridade suprema das Escrituras contribuiu para mudanças no governo da igreja. E assim as igrejas reformadas se distanciaram dum sistema de governo estreitamente hierárquico. É possível dizer que o respaldo de sola Scriptura despertou um novo interesse na exegese e menor interesse na dogmática ou na teologia histórica que, até hoje, são exploradas mais no meio católico (talvez os nossos teólogos discordem comigo!). Além destas transformações inteiras, a doutrina da autoridade e inspiração da Bíblia influenciou significantemente até mesmo na organização social e cultural dos povos mais atingidos pela Reforma Protestante. Por exemplo, por valorizar a leitura, foram especialmente os protestantes, por meio do movimento missionário, que promoveram cada vez mais a alfabetização, o ensino popular e até mesmo a ciência. Também contribuiu para o nascimento e promoção dos conceitos democráticos de governo. Logo a “reforma” no conceito das Escrituras foi incalculável dentro e fora da igreja, e permenece um dos assuntos mais importantes no meio evangélico.
 
Por isso mesmo, resolvi escrever sobre este assunto sob uma nova ótica, a da missiologia. A missiologia, diferente da teologia, é uma reflexão dinâmica a partir da tarefa da igreja no mundo. Disto, eventualmente nasce a sua filha, a teologia, que procura sistematizar as reflexões missiólogicas além do seu contexto original e aplicá-las de modo mais geral. A reflexão que encontramos no Novo Testamento, por exemplo, é “missiológica”. Podemos também chamá-la de teologia de praxis. Foram os apologistas dos séculos posteriores que produziram as primeiras “teologias” como conhecemos hoje, em forma mais sistemática.

O que diremos, pois, da autoridade e inspiração das Escrituras, duma perspectiva missiológica? Primeiro, lembramos duma importante distinção teológica dos reformadores. 

Entenderam que todas as três afirmações básicas da Reforma, sola Scriptura (somente as Escrituras), sola gratia (somente a graça), e sola fidei (somente a fé), devem ser subordinadas à afirmação maior de solus Christus. Por isso queriam dizer que, sem um encontro vivo com Cristo, não se ouve as Escrituras com a devida inspiração e autoridade divinas porque Cristo é quem se dirije a nós pela leitura da Bíblia. Também, não experimentamos a graça de Deus, senão, somente pela eficácia da morte e ressurreição de Cristo, e somente dele nasce a nossa fé. É bom ressaltar esta distinção hoje, porque põe a discussão a respeito das Escrituras no seu devido lugar mais pessoal e menos abstrato, um lugar que ao meu ver, tanto intensifica a sua importância quanto a dinamiza.

Intensifica porque se Cristo nos fala de modo especial através das Escrituras, a sua autoridade e inspiração aumentam. Dinamiza porque tal inspiração e autoridade se mostra muito mais pessoal e relacional que abstrata, estática e mecânica. Afinal, a linguagem das Escrituras a seu próprio respeito não é uma linguagem altamente pessoal e relacional? Veja, por exemplo, as seguintes afirmações bíblicas do salmista:
  • Com a sua palavra Deus veio curá-los e livrou-os da morte! (Salmo 107.20)
  • Como é doce o gosto das tuas palavras; é mais doce do que o mel! (Salmo 119.103) … Antes de me teres punido, andava errado; mas agora obedeço à tua palavra. (v.67) … Com ânsia espero que me salves; pois pus a minha esperança na tua palavra! Os meus olhos anseiam por ver cumprida a tua palavra e eu pergunto: “Quando virás dar-me conforto?” (vv. 81-82) … A tua palavra é o farol que me guia; é a luz do meu caminho. Fiz um juramento e vou cumpri-lo: porei em prática os teus justos decretos. (vv.105-106) … Tu és quem me ampara e me protege; na tua palavra pus a minha esperança. (v.114)
  • Com toda a minha alma espero o Senhor e confio na sua palavra. (Salmo 130.5)
A resposta apropriada e igualmente pessoal do seguidor de Deus somente pode ser uma de plena e alegre obediência, sem diminuir ou acrescentar uma só palavra (Deuteronômio 4.2).
Mas mesmo com esta dimensão altamente experimental, são muitas descrições da qualidade em si das Escrituras. A “essência” da Palavra de Deus se descreve tipicamente com qualificativos superlativos, tais como:
  • “perfeita”, “fiel” e “sábias” (Salmo 19.8)
  • “justas”, “claras”, e esclarecedoras” (Salmo 19.9)
  • “boas”, “permanentes” e “verdadeiras” (Salmo 19.10)
  • “mais desjáveis do que ouro puro” e “mais doces que o mel dos favos” (Salmo 19.11)
  • “instrutivas” e “proveitosas” (Salmo 19.12)
Três qualificativos são especialmente aplicados à essência das Escrituras: são verdadeiras (cf. Salmo 33.4-5) , são confiáveis (Cf. Salmo 119.89-91, 160) ; e são eficazes ou poderosas (cf. Hebreus 4.12; Filemom 6; e Tiago 1.22).

Com tantos qualificativos tão bons e tão superlativos é admirável a insistência atual no meio evangélico no uso da palavra “inerrante” para qualificar a doutrina da inspiração e autoridade das Escrituras! A forte impressão que se tem é que sem uma afirmação da inerrância das Escrituras, não há um compromisso ortodoxo e sério o suficiente com as Escrituras. Mas se fosse assim, a perspectiva das Escrituras ao seu próprio respeito seria aquém de tal definição de ortodoxia. Ao meu ver, o contrário é o caso. Isto é, uma afirmação da inerrância das Escrituras é uma afirmação muito aquém da afirmação das próprias Escrituras. A afirmação da inerrância das Escrituras é uma afirmação insuficiente quando se depara com as afirmações nas Escrituras a seu próprio respeito. O problema com o conceito da inerrância são vários, a saber:
  • Na prática, a doutrina da inerrância impõe um critério estranho e moderno à avaliação das Escrituras. Digo “na prática” porque a doutrina da inerrância frequentemente desemboca numa metodologia de interpretação que desvaloriza a crítica histórica e metodologias que não sejam apenas gramaticais. No fim, a defesa da doutrina da inerrância corre o perigo de ser muito mais uma luta a favor de uma metodologia de interpretação do que uma defesa da autoridade e inspiração das Escrituras em si. Ora, a metodologia gramatical é o bê-á-bá da interpretação bíblica e de toda análise literária. Entretanto, lingüistas e peritos na área da comunicação, todos concordam que a metodologia gramatical não é a única metodologia à nossa disposição no estudo literário e certamente não revela tudo.
  • Na Bíblia o conceito de inerrância é um conceito aplicado a pessoas (Gênesis 4.12, 14; Jó 6.24; Salmo 58.4; 119.176; Jeremias 50.9; Juízes 20.16; Provérbios 12.26; 14.22) e não às Escrituras. Quem deve ser inerrante somos nós na nossa conduta e na nossa fé! Ou seja, o conceito da inerrância” é um conceito que provém do campo da ética, e não do campo da ontologia. Refere-se à conduta humana, e não à composição das Escrituras. O mais certo é advogar a doutrina da inerrância (isto é, a perseverança) na conduta cristã!
  • O que estamos dizendo, então: que as Escrituras podem errar? Se por isso, quer dizer, que as Escrituras são imperfeitas, menos que justas, não inteiramente fiéis, não tão doce quanto o mel ou menos desejáveis que ouro refinado… então, de jeito algum! Neste sentido podemos também afirmar a inerrância das Escrituras, sem entretanto, limitar as metodologias que aplicamos a sua interpretação. Mas infelizmente não é apenas isso que os defensores da inerrância das Escrituras querem promover. Querem também promover uma metodologia “certa” de interpretação e censurar outras.
  • Qual seria uma postura recomendável, se formos obrigados a ultrapassar ou resumir as belas afirmações das próprias Escrituras? Diríamos assim…
  • As Escrituras são uma parte essencial e um relato fidedigno da auto-revelação especial de Deus. Todos os livros do Antigo e do Novo Testamento foram inspirados por Deus, se constituem como a sua palavra escrita, a única regra infalível de fé e de prática. Devem ser interpretados conforme o seu contexto e propósito e obedecidos no temor do Senhor que é quem fala por meio deles em poder vivo. Assim, reconhecemos o processo histórico, cultural e literário no qual os diversos autores viviam e escreveram e pelo qual Deus nos trouxe a Palavra. Igualmente, reconhecemos os propósitos de cada autor e, acima de tudo, que Deus teve quando as Escrituras foram escritas. Efetivamente pressupomos, usando a analogia da encarnação, a plena divina inspiração das Escrituras, quanto a sua plena humanidade ou historicidade.
  • Como a Palavra de Deus, todas as Escrituras são absolutamente essenciais para nossa ação em prol do Evangelho. Esta postura nos leva à participação sem vacilar no missio Dei, revelada definitivamente em Jesus Cristo e manifestada pela obra contínua do Espírito Santo. A criação inteira, inclusive toda a humanidade, encontra o seu devido propósito e lugar unicamente em relacionamento vivo com Jesus Cristo.
  • A igreja compreende a sua tarefa no mundo (a motivação, o meio, a prioridade, o alvo, o alcance e o significado desta missão) em referência a própria missão de Deus para e em prol do mundo. Esta compreensão se informa por reflexão cuidadosa na revelação de Deus nas Escrituras e por atenção diligente, conforme o padrão paulino, em contextos específicos. A reflexão da igreja sobre sua tarefa no mundo (a missiologia) nunca se completa, da mesma forma que a sua missão para e pelo mundo só se completa no retorno de Cristo. A reflexão teológica contextual sempre permanece essencial para o engajamento eficaz da igreja na missão de Deus.
  • “Missão”, portanto, sempre é a raison d’être penúltima da igreja. Sua razão última de ser, para a qual a missão deverá contribuir, é a glória de Deus. Esta distinção é imporante e nos guarda dos perigos da auto-promoção eclesiática ou missionária. Quando a igreja se engaja corajosa e sacrificialmente na missão de Deus, sua própria chamada se renova e a glória de Deus é mais conhecida pela superfície da terra.
  • A igreja hoje continua a tarefa do povo de Deus desde o chamado de Abraão e que é derivada da própria missão e natureza de Deus. A natureza atual desta tarefa se esclarece através da reflexão atenciosa nas manifestações anteriores da misão de Deus através dos séculos, mas com atenção especial às Escrituras e reconhecendo a prioridade hermenêutica do Novo Testamento como o cumprimento desta expressão.
  • O desempenho da igreja na missão de Deus deve ser contínuo não apenas com a história desta missão, mas também deve se expressar em continuidade com todo o povo de Deus ao redor do mundo. Isto é, a unidade do povo de Deus mundialmente é também desafio para sua fidelidade. Em João 17.21, Cristo orou em favor dos seus seguidores, “que todos sejam um, como tú és,ó Pai, em mim e eu em ti também sejam eles em nós, para que o mundo creia que tú me enviaste.” Que nós sejamos uma resposta a esta oração ao invés da sua ocasião.
Eis as nossas observações mais missiológicas. E uma boa afirmação teológica? Ainda achamos que a Confissão de Westminster promove excelente reflexão teológica da autoridade e inspiração das Escrituras. Veja, especialmente os seguintes parágrafos:

CAPÍTULO I

DA ESCRITURA SAGRADA

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

Referências – Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

O VELHO TESTAMENTO

Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
I Samuel
II Samuel
I Reis
II Reis
I Crônicas
II Crônicas
Esdras
Neemias
Ester

Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos Cânticos
Jeremias
Isaías
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias

O NOVO TESTAMENTO

Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
I Pedro
II Pedro
I João
II João
III João
Judas
Apocalípse

Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27.

III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.

Ref. Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Ref. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espíri’to, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas.

Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.

Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.
Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.

Para uma versão desta reflexão em Word COM NOTAS DE RODAPÉ, siga o seguinte link AQUI 

Para uma “tipologia” de diversas perspectivas sobre a inspiração das Escrituras, veja o seguinte diagrama: A natureza divina e humana das Escrituras
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Fonte:

A autoridade não se impõe

21.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 18.11.13
Por Timóteo Carriker

 Lucas 20.1-4
 
Certo dia, Jesus estava no pátio do Templo ensinando o povo e anunciando o evangelho. Então chegaram ali alguns chefes dos sacerdotes e alguns mestres da Lei, junto com alguns líderes do povo, e perguntaram:— Diga para nós:com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu essa autoridade? Jesus respondeu:— Eu também vou fazer uma pergunta a vocês. Respondam: Quem deu autoridade a João para batizar? Foi Deus ou foram pessoas?

Estavam apertando o cerco. Jesus já estava em Jerusalém e a oposição pelas lideranças religiosas estava crescendo  mesmo enquanto a popularidade de Jesus no meio do povo também estava crescendo. Quem já leu este ou outro Evangelho já sabe o que estava por vir. E esta oposição que levará à morte intensificava quando os líderes religiosos questionaram a autoridade de Jesus. É justamente este o assunto do capítulo 20: primeiro, por meio da pergunta destes líderes sobre a origem da autoridade de Jesus; segundo, pela parábola do lavradores maus que Jesus conta; terceiro, pela pergunta dos infiltrantes sobre os impostos; quarto, pela pergunta dos saduceus sobre a ressurreição; pela pergunta de Jesus sobre o messias davídico; e finalmente pela denúncia por Jesus dos líderes religiosos.

Curiosa é a maneira que esta autoridade máxima — Jesus — respondeu às indagações. Em nenhum momento ele respondeu diretamente por um simples “sim” ou “não”. Mas também em nenhum momento Jesus permaneceu simplesmente silencioso. Respondeu, sim, mas nos seus termos e não nos termos da oposição. Respondeu contando as histórias. E respondeu às perguntas da oposição fazendo suas próprias perguntas para a oposição ao invés de responder diretamente às perguntas deles. Novamente, o que isto nos diz? Creio eu:

Primeiro, nunca não se deve responder nos mesmos termos de uma oposição porque fazê-lo é entrar no jogo deles, jogar pelas mesmas regras dela e assim, se tornar igual a ela. Jesus recusou agir desta forma.

Segundo, não adianta bater o pé e exigir o reconhecimento de sua própria autoridade. Este tipo de imposição o mundo conhece: ditatorial, violenta, opressora e maligna. Não. A autoridade legítima, mesmo a autoridade divina, tem que ser reconhecida. Tem que ser conferida pelos outros. De outra sorte, a autoridade pode até “existir”, isto é, ser legítima, mas não terá eficácia final. Digo eficácia “final” porque os ditadores podem pela força impor por um tempo, mas mais cedo ou mais tarde, sem reconhecimento amplo a autoridade eventualmente cai (mas não, sem antes, fazer muito estrago). Jesus não impôs a sua autoridade mesmo que ele a “possuísse”.

Terceiro, a autoridade justa pode, sim, ser derrubada injustamente (parábola dos lavradores), mas enquanto cremos em um Deus Justo e Soberano, podemos confiar que eventualmente — e pode demorar — a autoridade justa vencerá.

Agora, uma nota sobre a significância disto para o nosso atual momento no Brasil: por um lado, o momento de julgamento dos poderosos que se beneficiaram do mensalão, e por outro lado, o momento durante os últimos meses de “ir a rua” pleitear os direitos. A história do evangelho é a história da chegada do Rei Justo para a terra e o estabelecimento, pouco a pouco, do Seu governo (os Evangelhos) entre nós, e isto, junto com a derrota dos poderes injustos (1 Coríntios 15.20-28). Esta é a minha “visão do mundo” e perspectiva “escatalógica” (lógico, há muito mais que isto, mas isto é o início e o fundamental). Assim, entendo que os justiça-ficados (sei que é termo estranho, mas acho melhor que “justificados”) celebram sempre a vitória da justiça e ao mesmo tempo lutam ao seu favor para promovê-la cada vez mais. Infelizmente alguns cristãos acham tal atitude “optimista” demais e jogam as mãos passivamente para o céu inconformados com a possibilidade de melhoras e convictos que mundo se piora cada vez mais e não há nada que podemos ou devemos fazer.

Claro que isto envolve posturas escatalógicas a respeito do fim dos tempos, mas começa com a nossa avaliação da razão e da eficácia da vinda de Jesus. E começa com a resposta que nós também damos às perguntas de Jesus nesta passagem:
 
Como se pode dizer que o Messias é descendente de Davi? Pois o próprio Davi diz assim no livro de Salmos:“O Senhor Deus disse ao meu Senhor:‘Sente- se do meu lado direito, até que eu ponha os seus inimigos como estrado debaixo dos seus pés. ’” Se Davi chama o Messias de Senhor, como é que o Messias pode ser descendente de Davi? (Lucas 20.41-44)

Oração

  Pai amado, capacite-nos com o poder do Seu Espírito de ser agentes de justiça e a promoção do Seu governo. Em nome de Jesus. Amém.
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Fonte: http://ultimato.com.br/sites/timcarriker/2013/11/18/a-autoridade-nao-se-impoe/#more-1785

O Desafio das Eras

21.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Matt Qualls

Um grupo de cientistas se reuniu recentemente para discutir como fazer a camada de ozônio da terra que estava se acabando voltar ao estado original.  Várias soluções foram apresentadas, como aplicar ozônio de volta na atmosfera.  Apesar de algumas propostas ambiciosas e de amplo alcance, o consenso era que qualquer plano parece um tiro no escuro, mas algum plano é essencial se a vida como a conhecemos vai continuar.

As conseqüências do pecado no Éden devem ter parecido igualmente insuperáveis.  Assim que Deus tinha acabado de tirar as mãos de uma criação perfeita o primeiro casal humano se rebelou, arruinando o seu jardim perfeito.  Deus deve ter sentido profunda angústia quando expulsou Adão e Eva do jardim, assim como um pai justo se machuca quando o filho que ele instruiu espiritualmente cresce e cai vítima da dependência das drogas ou da imoralidade.

A diferença entre Deus e o pai decepcionado é que Deus já previu a possibilidade, até mesmo a probabilidade, de seus filhos se rebelarem.  Desejando ter comunhão com os que o amam, mas sabendo que o pecado poderia romper esse relacionamento, Deus traçou um plano misericordioso para estender uma ponte sobre o abismo.  Esse objetivo estava em sua mente antes dele formar a criação por meio de sua palavra.  Sua planta detalhada, desvendada em Romanos 8:29-30, revela tanto o amor quanto a complexidade de Deus em restaurar o homem ao seu estado original.  Paulo afirma:  "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, esses também justificou."

Sermos conformes ao Filho, justificação, glorificação S quão impossível esses alvos elevados devem ter parecido quando se deu o pecado.  Milligan observa com muita propriedade:  "Durante muito tempo, esse foi o mistério dos mistérios . . . Quando os anjos pecaram, esse foi o fim do período de sua prova.  A esperança deles então se esvaneceu para sempre . . . E é bem provável que, quando o homem pecou e caiu, as maiores inteligências criadas do universo que conheciam o evento tenham considerado seu caso igualmente desesperado".

Assemelhar-nos com o Filho. João revela que no princípio "e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (João 1:1).  Aí estava uma pessoa da divindade, um participante da criação (João 1:3), santo e exaltado, mas no céu.  Assim como a supremacia de Oscar numa quadra de basquete inspire os jovens a praticar e dominar o jogo, o homem também precisava mais que nunca de um exemplo de verdadeira obediência na terra.  O fluxo da influência ímpia do pecado precisava ser exterminado.

Os capítulos iniciais de Gênesis refletem esse espiral que se volta para baixo nos descendentes de Adão.  A ira e a violência de Caim ao matar seu irmão devem ter sido alimentadas pela desobediência de seus pais.  Embora dos descendentes de Sete tenha saído o servo de Deus excepcional que era Enoque, a linhagem de Caim ficou cada vez mais corrompida.  A miscigenação dos descendentes de Caim com os de Sete causaram uma perversidade que levou Deus a se arrepender de ter criado o homem.  Noé e sua família foram os únicos indivíduos por quem Deus poupou a criação, sem exterminá-la da face da terra.

Justificação. Um só exemplo de santidade não daria certo sem que se arranje um modo de perdoar o homem.  Deus não poderia fechar os olhos para o pecado do homem e compactuar com ele, da mesma forma que um juiz jamais poderia perdoar um assassino culpado, sem prejudicar a sua integridade.  Mais uma vez, Milligan realça o dilema, afirmando que os anjos "sabiam que Deus era justo, que era imparcial, e seu governo deve ser e vai ser mantido; e, portanto, é muito provável que os anjos, bons e maus, considerassem o homem perdido S para sempre perdido S no momento em que ele transgrediu no Éden".  Além do mais, a base do perdão teria de ser estendida a cada ser humano por todo pecado que cometesse.

Glorificação. 
Para que o homem glorifique a Deus, ele deve se dedicar em fazer a sua vontade.  O perdão e a imitação requerem um meio de se erguer acima da tentação.  O exemplo de Noé serve de lembrete.  Deus deu condições a ele e a sua família para que sobrevivessem ao dilúvio e saíssem vitoriosos da arca para uma terra que tinha sido purificada eliminando-se todos os homens pecaminosos (Gênesis 8:15-22).  Mas, até mesmo no capítulo seguinte, há um registro de Noé se embriagando, o que deu margem para que Cam pecasse mais ainda, ocasionando a ira de Deus sobre os seus descendentes.

Apesar desse contexto lamentável, o que fica claro é que Deus tinha aceitado o desafio de pôr o seu plano em funcionamento.  Este tema é desenvolvido por todo o restante da Bíblia, à medida que Deus cumpre a execução de seu desígnio divino.
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Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/a13_3.htm

As sandices de John MacArthur

21.10.2013
Do portal CPAD NEWS, 23.10.13
Por Silas Daniel

Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns, MacArthur dirige seus ataques para o foco errado
 
Como prometido, segue abaixo algumas reflexões sobe declarações do pastor John MacArthur ao site do The Christian Post, nos EUA, no domingo, 20 de outubro. Os trechos traduzidos da matéria com MacArthur vêm em itálico e minhas observações em texto normal.
 
Para aqueles que disseram que MacArthur está atacando seus irmãos em Cristo, MacArthur respondeu que ele “desejava que pudesse afirmar isso [chamá-los de irmãos]”. [Mas,] Em sua opinião, como ele e seus colegas oradores observaram durante a conferência, o movimento carismático é feito, em grande parte, por “não-cristãos”.

Eu, sinceramente, não me importo se John MacArthur escreve e prega o cessacionismo. E daí? Problema dele. Ele tem todo o direito de fazê-lo. E obviamente também nem me importo de ele fazer uma conferência para defender, entre outras coisas, o cessacionismo. E daí? A igreja dele é pastoreada por ele e ela apóia fielmente o seu líder. Aliás, todos os anos MacArthur faz conferências em sua igreja e o templo desta, com capacidade para 3 mil pessoas, sempre enche, não só de visitantes, mas principalmente com o seu próprio povo, como prova de apoio ao seu líder. Neste ano, não foi diferente.

Os três únicos problemas são que MacArthur fez questão de desafiar publicamente pentecostais tratando-os como hereges; distorceu o próprio ensino pentecostal para asseverar a questão entre continuísmo e cessacionismo como uma doutrina primária, essencial, de suma importância para a saúde da fé de qualquer cristão, e não como uma doutrina secundária; e ainda colocou, no mesmo saco, pentecostais clássicos e neopentecostais. Aí não dá. As críticas que MacArthur sofreu por essa conferência foram justamente relacionadas a esses radicalismos e injustiça.


Em primeiro lugar, pentecostais clássicos têm a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, e justamente por isso pregam constantemente contra “novas revelações” que se chocam com a Bíblia ou querem acrescentar algo a ela.


E em segundo lugar, pentecostais clássicos também pregam contra a Teologia da Prosperidade, contra a Confissão Positiva, contra o “cair no Espírito”, contra a “unção do riso” etc, que são desvios neopentecostais.


Como se não bastasse isso, ainda temos que ouvir MacArthur afirmar que acredita que a maioria dos cristãos no mundo que dizem crer na contemporaneidade dos dons espirituais é, na verdade, de “não-cristãos”.
 
“Se a questão [da continuidade ou não dos dons espirituais] não é clara – como alguns estão dizendo –, ela só se tornou clara sob a influência dos falsos mestres? Ficou clara para os apóstolos; ficou clara para os Pais da Igreja Primitiva; ficou clara para os reformadores; ficou clara para os puritanos; ficou clara nos credos, como a Confissão de Westminster; ficou clara para os teólogos reformados como B. B. Warfield; ficou clara para Spurgeon; ficou clara, nos tempos mais modernos, a R. C. Sproul. Terá agora se tornado clara por causa de Aimee Semple McPherson, Jimmy Swaggart, Jim Bakker e Kenneth Copeland? Essa é uma idéia ridícula”.

Não, MacArthur, a não descontinuidade dos dons espirituais se tornou clara para nós pelos próprios apóstolos, pela própria Bíblia Sagrada, a única regra de fé e prática para qualquer crente genuinamente pentecostal. Não há nenhum texto bíblico que diga que os dons espirituais não são mais para os nossos dias.

E a questão ficou clara também para Pais da Igreja e grandes nomes da Igreja dos primeiros séculos como Justino Mártir (100-165), Irineu (115-202), Teófilo de Antioquia (120-186), Tertuliano (160-220), Novaciano (200-258), Gregório Taumaturgo (213-270) e Hilário de Poitiers (300-368), mas, infelizmente, foi renegada pela maioria dos Pais da Igreja do terceiro século em diante como reação aos desvios Montanistas.


Apesar disso, há registros de contemporaneidade dos dons espirituais durante a Alta Idade Média e, depois, entre os valdenses, nos séculos 12 a 15, e com os anabatistas, no século 16; entre os quacres e pietistas, no século 17; na França, entre os Camisardes, chamados de “calvinistas das cavernas”, no século 18; na Finlândia, também no século 18, durante o avivamento que impactou os luteranos naquele país e que ficou conhecido como “Heränneet”; além de entre os Morávios, na República Tcheca, na mesma época. Nos séculos 18 e 19, há ainda registros na Inglaterra, Rússia, Estados Unidos, Indonésia, Escócia, Austrália, Brasil (sim, entre batistas no Rio Grande do Sul, 30 anos antes da chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg), Armênia, Alemanha, África e Noruega, dentre outros países.


A contemporaneidade de todos os dons espirituais, inclusive a glossolalia, foi clara para John Wesley (1703-1791), que a defendeu em carta ao pastor Conyers Middleton (
The Works of John Wesley, A Letter to the Rev. Dr. Conyers Middleton, volume 10, pp. 54 a 56). Essa carta pode ser lida clicando AQUI.

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre batista inglês F. B. Meyer (1847-1929), sobre o qual o cessacionista Spurgeon disse certa vez: “Ele prega como um homem que viu Deus face a face”.

Ela foi clara para o reverendo R. B. Swan, sua esposa e alguns membros de sua igreja em Providence, Rhode Island, EUA, em 1875, que receberam todos, segundo depoimento do próprio Rev. Swan, a glossolalia. E o que dizer dos relatos e/ou experiências próprias de glossolalia registrados nos séculos 18 e 19 por Thomas Walsh, William Doughty, William Arthur, Horace Bushnell, V. P. Simmons, J. C. Aroolappen e tantos outros?

Em 1801, há 212 anos, nos Estados Unidos, na localidade de Cane Ridge, Kentucky, cerca de 3 mil pessoas, em um acampamento da Igreja Presbiteriana, entraram no que descreveram como “estado de júbilo”, com “centenas” delas “falando em línguas sobrenaturalmente” (
Dicionário do Movimento Pentecostal, CPAD, 2007, p. 235).

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre evangelista congregacional Dwight Lyman Moody (1837-1899), contemporâneo de Spurgeon e que foi, segundo historiadores, o homem que mais ganhou vidas para Jesus no século 19.


Ela foi clara também para o célebre pregador calvinista congregacional David Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) (Leia
AQUI excelente artigo de John Piper a respeito). E nos dias de hoje, a contemporaneidade dos dons espirituais é aceita por calvinistas como Wayne Grudem, J. I. Packer, John Piper, Craig Keener, D. A. Carson, Mark Driscoll, C. J. Mahaney, Tim Keller, Sam Storms, Matt Chandler, Vincent Cheung, James MacDonald, Matt Slick, James K. A. Smith, Johanes Lilik Susanto e Paul Walsher, só para citar os conhecidos. Porém, MacArthur ignora essa gente toda e cita ele e R. C. Sproul como referência sobre o assunto, como que querendo dizer que a teologia dele e de Sproul está acima da de todos estes outros colegas calvinistas. Com todo respeito que possamos ter por MacArthur e Sproul como ensinadores (eu mesmo gosto de muitos textos de Sproul), eles não são melhores teólogos do que muitos daqueles que acabei de mencionar.

E para piorar, MacArthur, ao final de sua fala, cita nomes do pentecostalismo que pregavam heresias ou que caíram em pecado, quando deveria lembrar de pentecostais como Stanley Horton, Anthony D. Palma, William Menzies, David Wilkerson, Roger Stronstad, Myer Pearlman, George Wood etc etc etc, todos seus compatriotas. Já imaginou se cometo o mesmo pecado de tomar todos os reformados por nomes dentre eles que os constrangem justamente por não representarem a maioria dos reformados ou o que pensa os reformados, seja pelo seu ensino ou comportamento? Não seria correto, seria? Seria profundamente desonesto, na verdade.
 
Outra acusação foi que MacArthur e os cessacionistas estão falando de algo que só é verdade para extremistas, lunáticos do movimento, e ele afirma que “obviamente não é verdade”, porque acredita que há erro no movimento carismático que varre todo o movimento. “Noventa por cento das pessoas em todo o mundo ligadas ao movimento carismático apropriam-se do evangelho da prosperidade”, disse ele. “24 a 25 milhões deles negam a trindade, 100 milhões deles são católicos romanos. Esta não é uma franja. Este é o movimento, e está crescendo a uma taxa rápida”, acrescentou.

Se juntarmos todos os católicos carismáticos, os unitaristas e os carismáticos e neopentecostais adeptos da Teologia da Prosperidade ou de outras heresias em todo o mundo, eles provavelmente não chegam sequer a 30% dos mais de 800 milhões de pentecostais no planeta. Colocar todos eles no mesmo saco é de uma irresponsabilidade e insensibilidade enormes. Nas igrejas pentecostais europeias, por exemplo, quase inexiste a Teologia da Prosperidade. E mesmo nos EUA, Brasil e África, onde a Teologia da Prosperidade é forte, há muitos pentecostais que pregam e ensinam contra ela, inclusive a maior denominação pentecostal do nosso país. 
 
“Se os líderes reformados que conhecem a verdade, o Evangelho e a Palavra de Deus não policiarem o movimento, os terroristas espirituais vão dominar”, disse ele.

A moda agora é chamar todo divergente de “terrorista”. Vide Obama, que chamou os parlamentares republicanos mês passado de “homens bomba”, “terroristas” e “incendiários”.

MacArthur já chamou carismáticos de “não-cristãos” e “terroristas”. O que falta agora? “Doentes mentais”? “Demoníacos”?
 
“O movimento carismático tem aberto mais amplamente a porta para o erro teológico do que qualquer outra aberração doutrinária nos dias de hoje”, acrescentou MacArthur, observando que no capítulo 12 de seu livro ele escreveu uma carta aberta a seus amigos continuístas.

O neopentecostalismo é que tem aberto. E mais uma vez ele coloca os males do mundo evangélico na conta dos continuístas de forma geral. É de uma desonestidade enorme. Será que ele não leu nenhum livro da profusão de livros apologéticos pentecostais nos EUA e no mundo combatendo os erros do neopentecostalismo?
 
“Se os dons praticados na igreja carismática de hoje são equivalentes aos descritos no Novo Testamento, então esses dons originais não tinham nada de especial”, disse ele, acrescentando que estes “degradam os verdadeiros dons que Deus deu à igreja do primeiro século”.
Ele acrescentou que o movimento “desonra o Espírito Santo, atraindo pessoas com falsificações, e faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”.

Esse foi o argumento mais tíbio de todos. Os dons só seriam extraordinários se ficassem circunscritos à Era Apostólica?

Quanto a eventuais falsificações, MacArthur esquece que falsas e distorcidas manifestações de dons espirituais ocorreram até nos tempos apostólicos, vide, só para citar um exemplo, as orientações de Paulo aos crentes em Corinto sobre desvios nessa área ali.


O que devemos fazer não é negar os dons porque há gente que os perverte, mas orientar em favor das manifestações sadias. Como diz um velho e sábio provérbio latino,
Abusus non tollit usum – “O abuso não tolhe o uso”.

Não se joga o bebê fora junto com a água suja da bacia. Não se toma a maioria pela minoria. Não se deve transformar exceção em regra e regra em exceção. Regra é regra, exceção é exceção.


Quanto às declarações de que a contemporaneidade dos dons espirituais “desonra o Espírito Santo” e “faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”, trata-se de uma tremenda distorção das coisas:


1) Quem aceitou Jesus como Senhor e Salvador tem tudo o que precisa em termos de Salvação, mas isso não significa que os dons espirituais, que acompanham a Salvação, que são acessórios dela, não são importantes. Os dons (inclusive os espirituais) não são essenciais para a salvação, mas eles são importantes, porque foram dados à Igreja para a sua edificação, para o enriquecimento da vida cristã.


2) Desprezar os dons espirituais é que é negativo, pois é apagar uma ação específica do Espírito Santo em nossas vidas a qual tem por objetivo enriquecer ainda mais o nosso serviço a Deus e à Sua Igreja (1Ts 5.19-21).


3) A Bíblia nos orienta a buscarmos, a perseguirmos, “os melhores dons”, e inclusive menciona o de profecia como um destes melhores (1Co 14.1).
 
MacArthur também apontou para aqueles que são continuístas, auxiliando o problema, porque eles querem dar lugar para o movimento carismático e “não estão ajudando a resolver os problemas de falsa doutrina”.

Pois é, para MacArthur, gente como Wayde Grudem, J. I. Packer, John Piper e o falecido D. Martyn Lloyd-Jones seriam calvinistas que atrapalham, dando oportunidade à expansão da falsa doutrina. E como ele já disse que a maioria dos crentes continuístas é de “não-cristãos”, logo o próximo passo deve ser o Céu só para os cessacionistas. Não sei se ele vai chegar a tanto, mas ele já beira a isso em alguns momentos ao afirmar que seu cessacionismo não é uma questão secundária, mas de suma importância para toda a fé cristã.

Que pena. Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns no meio evangélico, alguns deles dirigem seus ataques para o foco errado.
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Fonte: http://www.cpadnews.com.br/blog/silasdaniel/?POST_1_84_AS+SANDICES+DE+JOHN+MACARTHUR.html