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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Esclarecimentos quanto aos artigos sobre muçulmanos .

28.05.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 22.05.15
Por  Vinícius Musselman Pimentel*

EsclarecimentosQuantoMuculmanos

Recentemente postamos dois artigos sobre alguns equívocos que muçulmanos têm de cristãos e vice-versa. O objetivo da postagem é evangelística, ou seja, ajudar os cristãos a compartilharem o evangelho com muçulmanos. Logo, rejeitamos abertamente qualquer “ecumenismo” ou a ideia de que haja salvação fora de Cristo.

O principal ponto de confusão foi o equívoco de que a maioria dos muçulmanos não apoie o terrorismo. O artigo não busca debater se está na raiz do Islã ser violento ou não, mas alertar que uma abordagem evangelística será prejudicada se você chegar com o pressuposto de que aquele muçulmano em específico é um terrorista ou apoia o terrorismo.

Cremos que Deus vingará o sangue dos mártires no juízo final (Ap 6.10), mas até lá amorosa e sacrificialmente buscamos a salvação de todos os inimigos de Deus espalhados pela terra, na confiança de que o mesmo Deus que salvou a Saulo pode converter os mais ávidos perseguidores do cristianismo.

Essa prioridade evangelística dos cristãos não isenta as autoridades governamentais de agirem contra as atrocidades feitas a cristãos ao redor do mundo, assim como não impede outras análises sobre o Islã. Contudo, se não conseguimos perdoar aquele que nos apedrejam e lhes estender a boa nova, não compreendemos plenamente que Cristo morreu por nós quando ainda éramos inimigos de Deus (Rm 5).

Por Cristo e pelo Evangelho (Mc 8.35), Vinícius (editor).

*Vinícius Musselman Pimentel é formado em engenharia química pela UNICAMP e graduando em Teologia pelo Seminário Martin Bucer. Em 2008, fundou o blog Voltemos ao Evangelho ao conhecer a doutrina reformada e ser confrontado com a dura realidade teológica do Brasil. Atualmente, trabalha como Editor Online no Ministério Fiel. Vinícius é casado com Aline e vive em São José dos Campos/SP
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/esclarecimentos-quanto-aos-artigos-sobre-muculmanos/

terça-feira, 26 de maio de 2015

Evangélicos são os religiosos que mais atuam nas penitenciárias do RJ

26.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Leiliane Roberta Lopes 

São mais de 1100 voluntários que prestam apoio espiritual aos detentos



Evangélicos são os religiosos que mais atuam nas penitenciárias do RJ  
O detento Ronaldo Magalhães, ex-pastor, comanda cultos e coral na cadeia / O Globo 
 

Os evangélicos são os religiosos que mais trabalham dentro de penitenciárias, nas próximas semanas será divulgada uma pesquisa que destaca este tipo de trabalho.

O estudo “Assistência religiosa em prisões do Rio de Janeiro: um estudo a partir da perspectiva de servidores públicos, presos e agentes religiosos (e uma proposta de recomendação à Seap)” foi desenvolvido pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) com coordenação do pesquisador Clemir Fernandes.

“Esta predominância acompanha uma tendência de crescimento dos evangélicos na sociedade, apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na pesquisa, percebemos que tanto para os detentos quanto para os funcionários das penitenciárias, a presença religiosa tem um efeito apaziguador e calmante em um ambiente muito tenso”, afirmou.

De acordo com os dados recolhidos pelo Iser, das 100 instituições religiosas com autorização para entrar nas penitenciárias do Rio, 81 são igrejas evangélicas. Destas, 47 são pentecostais, 20 de missão e 14 de outras origens. As demais são oito instituições católicas, seis espíritas, três Testemunhas de Jeová e uma de origem umbandista.

Na Penitenciária Esmeraldino Bandeira, no Complexo de Gericinó há uma ala só para detentos que aceitaram a evangelização dos cristãos protestantes. As celas abrigam 1.425 detentos que são fiéis de oito instituições diferentes.

A ala recebe cerca de 1.194 voluntários que atendem os presidiários e oferecem apoio emocional e espiritual. “Eu adoro estar aqui. Faço isso para Jesus, para Deus, é um prazer”, disse Edson Lisboa, de 84 anos, que é membro da Igreja Universal do Reino de Deus.

Mas se por um lado a religiosidade ajuda na recuperação dos detentos, por outro a criação de um ala especial para os evangélicos enfrenta resistência.

“Eu não posso dizer se a divisão é positiva ou negativa. Isso ainda está em pauta. A princípio, pensamos na segregação como algo negativo, mas ela pode ser benéfica para não incomodar detentos não-religiosos com vigílias e cultos nas celas, por exemplo”, diz Teresinha Teixeira de Araújo, assistente social da divisão de planejamento e intercâmbio setorial da Seap.

No estudo o Isep recomenda espaços ecumênicos para que cultos de diferentes religiões sejam realizados sem segregar os detentos em alas especiais. Mas esse tipo de separação pode impedir casos de intolerância religiosa.

Porém, assim como do lado de fora algumas manifestações de intolerância são sentidas dentro da prisão, principalmente contra membros do Candomblé que relatam casos de confronto de ideias. Com informações O Globo
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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/evangelicos-penitenciarias-rj/

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O Amor de Deus e o Amor por Deus

14.05.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 06.05.15
Por George M. Marsden (Ph.D)*

OAmorDeDeus

Um dos maiores tratados que Jonathan Edwards escreveu no relativo isolamento da vila missionária, em meados da década de 1750, foi chamado A Natureza da Verdadeira Virtude. Nesse tratado, ele argumentou que os padrões para a virtude derivados da razão natural, como eram postulados pelos filósofos iluministas de seus dias, definiam a virtude muito estreitamente. Através das eras, os filósofos haviam louvado virtudes como amor à família, amor à comunidade e amor à nação. Estes podem ser boas características, disse Edwards, mas são parte da verdadeira virtude somente se começam com amor a Deus. Todos os amores cujos objetos mais elevados são menos do que Deus são amores parciais e não universais. Alguém só pode participar do amor verdadeiramente universal se começar com o amor a Deus e, depois, estabelecer como alvo amar tudo que Deus ama. Se o objetivo de alguém é amar tudo que Deus ama, então, pode começar a realizar verdadeiro sacrifício pessoal.

Outra obra importante deste período foi O Fim para o qual Deus criou o Mundo. Nela, Edwards abordou a questão implícita no título: por que um ser perfeito como Deus precisava criar seres menos perfeitos? A resposta, disse Edwards, é que Deus é perfeitamente amoroso e, por isso, deseja compartilhar seu amor com criaturas capazes de amar. O ponto de partida de Edwards foi que um Deus amoroso está no âmago do universo. Portanto, para Edwards, o universo é essencialmente pessoal; é a expressão criativa de uma pessoa. A ênfase de Edwards em personalidade no centro da realidade apresenta um contrate acentuado com os pontos de vista modernos. Desde o Iluminismo, muitos pensadores modernos têm elaborado teorias baseadas na premissa de que o universo é essencialmente impessoal, controlado por leis naturais. Edwards desafiou esse ponto de vista com uma alternativa vital: que no âmago da realidade está um Deus amoroso e que esse amor é a dinâmica por trás da criação do universo e de tudo que há nele.

Começar com um senso do amor de Deus no centro da realidade muda a maneira como pensamos sobre a verdadeira virtude. No âmago da realidade está a beleza do amor de Deus se derramando, para que o bem mais elevado seja retornar esse amor a Deus. Se amamos verdadeiramente a Deus, devemos também amar o que Deus ama, que é toda a criação, excetuando o mal ou a negação do amor. As filosofias modernas, disse Edwards, começam tipicamente no lugar errado, com os seres humanos e suas necessidades. Elas veem a felicidade humana como o objetivo da criação e, depois, julgam a Deus por seus padrões limitados. Cada pessoa, comunidade ou nação tem suas próprias ideias do que lhes trará felicidade, e as pessoas entram em conflito umas com as outras porque seus padrões de virtude são muito limitados. Somente a verdadeira virtude, que começa com o amor ao Criador, pode unir as pessoas. Este amor universal pelos outros, que deve se desenvolver do verdadeiro amor a Deus, Edwards o chamou “amor ao ser em geral”.

*George M. Marsden (Ph.D) é historiador, professor e escritor prolífico. É professor emérito da Universidade Notre Dame, nos EUA, autor de várias obras de referência nas áreas de história da religião, cultura, igreja e evangelicalismo norte-americanos. Entre suas publicações, destaca-se a extensa e bem documentada biografia de Edwards: “Jonathan Edwards, a life”, publicada pela editora Yale e laureada com o renomado prêmio literário Brancroft Prize, concedido pela Universidade Columbia.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/o-amor-de-deus-e-o-amor-por-deus/

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Três equívocos dos muçulmanos sobre os cristãos

13.05.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por J.D. Greear

TresEquivocos

A história do islã e do cristianismo não é nada amigável. Muitas pessoas de ambas as religiões veem as outras com suspeitas (na melhor das hipóteses) ou com medo e ódio (na pior). Tal suspeita existiu desde o primeiro dia, e séculos de violência só serviram para aumentá-la. Tragicamente, a fronteira entre o cristianismo e o islã sempre foi muito sangrenta.

Um passado incerto, é claro, produz um presente incerto. Mas não é apenas a nossa história que transforma a fronteira entre cristãos e muçulmanos em uma perigosa falha sísmica. Muito também repousa em equívocos causados por desinformação. Existem, é claro, diferenças teológicas substanciais entre as duas religiões, e essas diferenças podem levar a uma colisão legítima. Mas o diálogo não pode avançar a menos que afastemos alguns mitos sutis. Eu aprendi isso da maneira mais difícil, através de dezenas de conversas constrangedoras e, às vezes, dolorosas com muçulmanos no sudeste da Ásia. Você pode fazer o que eu nunca pude — aprender com os meus erros sem chegar a cometê-los.

Muitos obstáculos se colocam diante dos muçulmanos que vêm à fé em Jesus — confusão teológica e o custo da conversão são dois dos mais intimidadores. E, é claro, a razão mais comum para os muçulmanos não virem a Cristo é porque a maioria simplesmente nunca ouviu o evangelho.

Dito isso, há um conjunto de equívocos que a maioria dos muçulmanos têm a respeito dos cristãos que evita que eles sequer considerem o evangelho. No próximo artigo olharemos o outro lado da moeda: equívocos cristãos sobre muçulmanos. Mas aqui estão três dos maiores equívocos que os muçulmanos têm com relação aos cristãos:

1. Os cristãos adoram três deuses

Essa me pegou de surpresa. Eu sabia que a doutrina da Trindade era difícil para muçulmanos (assim como o é para cristãos). Mas eu nunca havia percebido por completo o quão erroneamente os muçulmanos a entendem, e o quão ofensiva ela é para eles.

Muitos muçulmanos me perguntaram como eu podia acreditar que Deus fez sexo com a Virgem Maria para conceber Jesus. “Cristãos são blasfemos”, me diziam, “pois eles adoram três deuses: deus pai, deus filho, e deus mãe”. Essa era nova para mim, é claro, então eu perguntei onde eles haviam aprendido isso. Eles me diziam que aprenderam do imã local, o líder religioso islâmico.

Obviamente, cristãos acham essa representação da Trindade tão ofensiva quanto os muçulmanos, e esse é um bom ponto de início. A ideia de Jesus como resultado da cópula entre Deus e Maria é blasfema, e devemos nos sentir livres para expressar a nossa repugnância e ultraje contra a “trindade” assim erroneamente descrita. O monoteísmo é central ao cristianismo, assim como o é para o islã. Assim, os cristãos podem concordar sinceramente com os muçulmanos que só há um Deus digno de adoração. Nossa concepção dele é dramaticamente diferente, mas a ofensa aqui, normalmente, é mal orientada.

2. O cristianismo é moralmente corrupto

A MTV era uma sensação na parte do mundo em que eu vivi. Videoclipes ocidentais sempre mostravam estrelas do rap ou mulheres seminuas usando crucifixos. Meus amigos muçulmanos presumiam, naturalmente, que aqueles eram cristãos, e que aquele comportamento era típico dos cristãos.

Certa vez fui até questionado por uma das minhas amigas, uma universitária muçulmana, se eu podia organizar uma festa de aniversário “cristã” para ela. Quando perguntei o que ela queria dizer, ela respondeu que queria uma festa com muita bebida e dança picante, assim como ela tinha visto na televisão. Equívocos como o dela, infelizmente, são a regra, e não a exceção.

Muitos muçulmanos sequer consideram o evangelho, pois consideram (corretamente) que tal comportamento é ofensivo a Deus. Contudo, você pode usar isso para a nossa vantagem. Quando os muçulmanos descobrirem que você não é daquele jeito, eles vão querer saber o que o torna diferente. Essa é a sua oportunidade para explicar a eles do que se trata uma fé viva em Cristo.

3. “O ocidente” e “a igreja” são sinônimos

“Separação entre igreja e Estado” é parte do fundamento cultural dos ocidentais. Muçulmanos, contudo, não entendem tal distinção. O islã é, em sua própria natureza, uma entidade política, repleta de inúmeros códigos sociais. Não existe conceito paralelo no islã, como a “separação entre a mesquita e o Estado”. Assim, quando os muçulmanos olham para as nações ocidentais, como o Estados Unidos, a Alemanha, a França ou o Reino Unido, eles veem “países cristãos”. Eles presumem que nossos presidentes são os líderes cristãos, e nossas políticas são reflexo da política da igreja. O que o governo faz, a Igreja faz. Por exemplo, certa vez me perguntaram: “Por que ‘a Igreja’ bombardeou o Iraque?”

Para atrair os muçulmanos ao evangelho, você deve delinear essas duas entidades, e você provavelmente terá que, em muitas situações, colocar o seu patriotismo de lado. Se você quer ser um defensor de políticas norte-americanas, você provavelmente não ganhará ouvidos para o evangelho. Há um lugar para a discussão de ambos, mas só temos espaço suficiente para representar um certo número de questões e, para mim, como representante da igreja, simplesmente não vale a pena sacrificar uma plataforma para o evangelho em nome de defender decisões políticas norte-americanas. Recentemente um muçulmano turco me disse que “todos os problemas do mundo são causados pelo Estados Unidos”. Eu concordo com ele? Não. Mas é ali que eu firmarei a minha base? Não. Por amor do evangelho, nosso patriotismo deve morrer quando servimos em países muçulmanos.

Como sempre dizemos na nossa igreja, o evangelho é ofensivo. Nada mais deve ser. Visto que grande parte da nossa mensagem repele os muçulmanos, precisamos nos equipar para desmascarar as falsas ofensas do cristianismo. Só então a ofensa que dá vida, a cruz, pode brilhar como deveria.

Quando o ocidental comum ouve “muçulmano”, várias imagens vêm à mente — principalmente imagens negativas. Mas a maioria dos muçulmanos ficariam tão horrorizados como nós com o que presumimos a respeito deles. No meu próximo post, eu discutirei três dos mais comuns equívocos que ocidentais têm a respeito dos muçulmanos.

No meu último post, discuti três equívocos comuns que muçulmanos têm sobre cristãos. Hoje exporarei três equívocos que cristãos muitas vezes têm a respeito dos muçulmanos.

Quando o ocidental em geral ouve “muçulmano”, várias imagens vêm à mente — a maior parte negativa. Mas a maioria dos muçulmanos ficariam tão horrorizados quanto nós com o que presumimos a respeito deles. Eis alguns dos equívocos mais comuns que ocidentais têm a respeito de muçulmanos:

Equívoco 1: A maioria dos muçulmanos apoia o terrorismo

Cristãos normalmente não saem dizendo que pensam que todos os muçulmanos são terroristas. Mas muitos presumem que a maioria dos muçulmanos apoia o terrorismo, embora em silêncio. Muito tem sido escrito sobre como o islã foi fundado “pela espada”, ou como muçulmanos que se comprometem com atividades terroristas estão simplesmente obedecendo o que o Corão manda. Certamente é fácil encontrar muçulmanos usando o Corão para justificar a violência. Mesmo quando você dá ao Corão uma leitura indulgente, perguntar “O que Maomé faria?” levará a um lugar muito diferente do que “O que Jesus faria?”

Dito isso, a maioria dos muçulmanos que você encontra — quer seja em países ocidentais ou islâmicos — não são pessoas violentas. São pessoas gentis e pacíficas que, muitas vezes, se envergonham das ações dos muçulmanos ao redor do mundo. Embora haja uma boa chance de elas verem políticas internacionais de forma muito diferente do ocidental em geral, é mais provável que você as ache calorosas, hospitaleiras e gentis.

Sim, muçulmanos sinceros creem que o Islã um dia dominará o mundo, e podemos certamente nos queixar dos muçulmanos não falarem mais contra o terrorismo. Mas não iremos estender muito o diálogo quando presumimos coisas a respeito deles que não são verdade. Assim como nós odiamos ser caluniados, eles também odeiam.

Equívoco 2: Todas as mulheres muçulmanas se sentem oprimidas

Ocidentais muitas vezes pensam na mulher islâmica como gravemente oprimida. Eles têm um retrato mental de uma mulher curvada, caminhando dois metros atrás de seu marido, olhando obedientemente para baixo. Ela mal sabe ler, não sabe escrever e anseia por liberdade do domínio opressor do islã e de seu marido ditador.

Muitas vezes isso está muito longe da verdade. Eis três coisas para se ter em mente com relação às mulheres do islã:

A. Muitos homens e mulheres muçulmanos têm casamentos felizes.

Os casais que conheci quando vivi em um país muçulmano certamente não eram “românticos” como ocidentais estão acostumados. Mas as mulheres também não eram as escravas sexuais humilhadas que muitos ocidentais muitas vezes presumem.

Havia, é claro, algumas exceções. Tive amigos cujas esposas raramente eram permitidas sair dos fundos da casa, menos ainda fora de casa, e há certas culturas (no Afeganistão, por exemplo) nas quais a opressão parece mais a norma do que a exceção. Mas é um exagero dizer que todas as mulheres muçulmanas se veem como oprimidas.

B. Mulheres, muitas vezes, são as mais ardentes defensoras do islã.

É irônico, mas é verdade: apesar do histórico do islã de opressão, mulheres são, muitas vezes, as mais ardentes adeptas. Muitas mulheres islâmicas, especialmente no mundo ocidental, clamam por reforma em como as mulheres são tratadas na cultura islâmica, mas raramente por um fim do próprio islã.

C. Não há como negar, contudo, que o Corão e o Hádice falam de maneira depreciativa sobre as mulheres.

O Hádice diz que 80% das pessoas no inferno são mulheres. Ao explicar o motivo de o testemunho de uma mulher valer apenas metade do testemunho de um homem num tribunal, ele diz: “Por causa da deficiência em seus cérebros”. O Corão diz que as esposas muçulmanas “são como um campo a ser lavrado”, o que é muitas vezes usado para legitimar o patriarcado e o domínio masculino, e nada disso leva em conta práticas que, muitas vezes, excedem o Corão em brutalidade.

Alguns estudiosos islâmicos dirão que estou lendo esses textos de maneira errada, mas o fato permanece: muitos dos piores casos de opressão acontecem em países muçulmanos. O islã carece do ensino robusto judaico-cristão que assevera a igualdade de homens e mulheres como ambos sendo feitos à imagem de Deus. Pode não ser universal, mas muitas mulheres islâmicas se sentem sim aprisionadas. Em contraste, mostrar às mulheres muçulmanas a sua dignidade em Cristo tem, em muitos lugares, provado ser uma estratégia de evangelismo imensamente eficaz.

Equívoco 3: Muçulmanos buscam conhecer um deus diferente do Deus cristão

Isso é controverso, mas deixe-me explicar. Muçulmanos afirmam adorar o Deus de Adão, de Abraão e de Moisés. Assim, muitos missionários acham útil começar a trabalhar os muçulmanos usando o termo árabe para Deus, “Alá” (que significa, literalmente, “a Deidade”) e, a partir daí, explicar que o Deus que os muçulmanos buscam adorar, o Deus dos Profetas, era o Deus presente em forma corpórea em Jesus Cristo, revelado mais plenamente por ele; e Aquele que é adorado pelos cristãos pelos últimos dois milênios. Isso não é o mesmo que dizer que se tornar um muçulmano é como um “primeiro passo para se tornar um cristão”, e certamente não significa que o islã é um caminho alternativo para chegar ao céu. Simplesmente significa que ambos estamos nos referindo a uma única Deidade quando dizemos “Deus”.

Podemos perguntar: “Mas o deus islâmico não é tão diferente do Deus cristão que eles não podem ser, apropriadamente, chamados pelo mesmo nome?” Talvez. A pergunta de se Alá se refere ao deus errado (ou a ideias erradas de Deus) é uma pergunta com muitas nuances, e não existe resposta fácil. Não há dúvidas de que os muçulmanos creem em coisas blasfemas a respeito de Deus, e suas crenças sobre Alá nasceram a partir de uma visão distorcida do cristianismo. O mesmo pode ser dito, embora em grau menor, da visão do deus dos saduceus do primeiro século, assim como o deus da mulher samaritana e, em um grau ainda menor, o deus dos hereges pelagianos do século 5 — sem mencionar vários dos estudiosos medievais.

A pergunta é se a presença dessas crenças heréticas (e qual grau de heresia nelas) exige que digamos:“Você está adorando um deus diferente”. Claramente, os apóstolos não disseram isso a respeito dos judeus do primeiro século que rejeitaram a Trindade (muito embora Jesus tenha dito que o pai deles era o diabo!). E Jesus também não disse à mulher samaritana em sua visão étnica, de justiça pelas obras e distorcida de Deus que ela estava adorando um deus diferente. Ao invés disso, ele insistiu que ela o estava adorando incorretamente e buscando salvação erroneamente. Nunca ouvi ninguém dizer que os hereges Pelagianos adoravam um deus diferente, ainda que eles tenham sido considerados (corretamente) como hereges.

Ao mesmo tempo, Paulo nunca disse: “O nome verdadeiro de Zeus é Jeová”, como se o gregos estivessem adorando o Deus verdadeiro erroneamente. Assim, a pergunta é: a visão muçulmana de Alá é mais como Zeus ou como a concepção herege da mulher samaritana de Deus? Essa é uma pergunta difícil, e uma pergunta que precisamos deixar o contexto determinar. Por exemplo, muitos cristãos acham que o uso de “Alá” gera mais confusão do que ajuda. Para eles, “Alá” cai na categoria de “Zeus”.

Por outro lado, contudo, estão muitos cristãos fiéis trabalhando entre muçulmanos que abordam a questão de Alá muito semelhante a como Jesus corrigiu a mulher samaritana. 

“Vocês buscam adorar o único Deus, mas têm uma visão errônea dele e de como buscam salvação dele. A salvação vem dos judeus”.No meu tempo com os muçulmanos ao longo dos anos, descobri ser esse um ponto inicial mais útil. Isso não vem de um desejo de ser mais politicamente correto, mas de um desejo de começar onde os muçulmanos estão e trazê-los à fé naquele que é o único Filho de Deus, Jesus.

Quando conversamos com muçulmanos sobre o evangelho, precisamos eliminar quaisquer distrações desnecessárias. As necessárias, afinal de contas, serão difíceis o suficiente. 

Devemos ver os muçulmanos com amor, nos recusando a estereotipá-los. Nós vivemos em um mundo de estereótipos, mas o amor pode conquistar o que o politicamente correto não pode. Ouvir alguém sem preconceito é o primeiro passo para amá-los. Em outras palavras: 

“Faça ao próximo” se aplica aqui também: vejamos o próximo como ele gostaria de ser visto.

O Evangelho para Muçulmanos

Como pregar o evangelho a um muçulmano?
O islamismo é uma religião que cresce em escala global. Para auxiliar o cristão a anunciar as boas novas de Jesus Cristo, o livro “O Evangelho para Muçulmanos” afirma o poder transformador do evangelho, encoraja o leitor na tarefa evangelística e o equipa com os meio necessário para comunicar o caminho de Cristo com clareza, ousadia e sabedoria.
Thabiti Anyabwile, sendo alguém que se converteu do islamismo ao cristianismo, é qualificado para ajuda-lo a compartilhar a mensagem do evangelho de Jesus Cristo a seus amigos e conhecidos muçulmanos.
J. D. GreearJ.D. Greear é pastor presidente das Summit Churches em Raleigh-Durham, Carolina do Norte. É autor, mais recentemente, do Stop Asking Jesus Into Your Heart: How to Know for Sure You Are Saved (Pare de Pedir que Jesus Entre em Seu Coração: Como ter Certeza de que Você é Salvo).
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/tres-equivocos-dos-muculmanos-sobre-os-cristaos/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A humanidade a caminho do abismo!

17.02.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 09.02.15


No texto anterior [Você decide!] eu propus uma situação, uma espécie de pesquisa de opinião, um chamado à reflexão para o que havia apenas 2 alternativas:

- Avisar aos rapazes sobre o risco que corriam ao persistirem em ir até o final daquela trilha, induzindo-os a retornar enquanto era tempo de preservarem as suas preciosas vidas [houve unanimidade nesta opção];

- A segunda alternativa seria aquilo que vem se tornando comum de pensar e de agir [desagir]: “deixa p’ra lá, cada um na sua” (...) “afinal eles já têm idade, sanidade, maturidade para cuidar de suas próprias vidas responsavelmente; por certo, perceberão o precipício e retornarão seguros”.

Não pega, não vence, não prevalece, não progride a tese da indiferença, do descaso, do “laissez-faire”; a maioria dos que assim agem, bem como a maioria da sociedade, acha correta a postura atual de “não nos imiscuirmos na vida alheia;” de não discutirmos, principalmente, “religião.” 

Todavia, há uma tendência de unanimidade, sabiamente, de que nos casos de risco à vida tem que haver solidariedade; a neutralidade e a indiferença são impróprias, inadmissíveis, inaceitáveis; é, até, crime culposo [negligência], quase que doloso tipificado pela omissão de socorro. 

Nós, a humanidade, criados fomos à imagem e semelhança de Deus, logo Ele é uma pessoa, um Espírito, e não uma “energia” como se pensa hoje em dia; Ele ouve, Ele reflete, Ele decide, Ele fala!

Ele nos criou para a paz, para a felicidade, para a eternidade e colocou tudo o que é belo, que é bom, que é necessário à nossa disposição, mas o Seu desejo se frustrou: desobedecemos, caímos, pecamos [pecar é desagradar a vontade de Deus], e o sonho se desfez, sucumbiu.

Mas o Senhor nosso Deus é eterno e continua querendo que vivamos a eternidade com Ele, n’Ele, no que a Sagrada Escritura chama de “seio de Abraão” (Lc 16 22) na parábola do rico e do Lázaro, em cujo texto ficou claro que não há comunicação entre vivos e mortos e, também, não há uma segunda chance.

Mas Deus não descansou, o Senhor Jesus disse que “Ele trabalha até hoje” (Jo 5 17). E, creio, o fará até o fim porque não desiste de nós.

Deixando de lado o “enrolês,” quero me expressar com simplicidade, Deus “não entregou os pontos”, mas foi fazendo sucederem-se novas oportunidades para o ser humano alcançar a felicidade, a paz, a eternidade junto a Ele. 

Mas a humanidade se desviava e vinha o juízo [Sodoma e Gomorra, Dilúvio], até que Deus decidiu derramar, sobre nós, a Graça [favor imerecido], mediante a fé no Senhor Jesus Cristo, que DEU A SUA VIDA, espontânea e incondicionalmente em nosso lugar, o Justo pelos injustos, o Puro pelos pecadores.

Só nos cabe recebê-lo, em nós, pois “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam, mas a TODOS quantos O RECEBERAM [no coração] deu-lhes o direito de SE TORNAREM FILHOS DE DEUS, a saber os que creem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, mas de Deus” (Jo 1 11-13).

E esse aceitá-lo, recebê-lo importa em seguir os seus preceitos, pois “Ele se tornou Salvador dos que lhe obedecem” (Hb 5 9).

Somos hoje, a humanidade viva, 7 bilhões e 200 milhões de pessoas, das quais cerca de apenas 1/3 são cristãs [mesmo que nominais em parte]. Dois terços ainda não receberam o Salvador, o único Caminho que nos leva a Deus segundo palavras d’Ele próprio: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai SENÃO POR MIM” (Jo 14 6).

Diz, ainda, a Palavra de Deus: “Porquanto há UM SÓ DEUS e UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens, CRISTO JESUS, homem, o qual a si mesmo SE DEU em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1Tm 2 5).

“A SEARA É GRANDE, MAS POUCOS SÃO OS TRABALHADORES” (Mt 9 37), temos que fazer a Obra que o Mestre nos designou a fazer, temos que fazer discípulos/ensinar (Mt 28 19), temos que pregar (Mc 16 15), temos que testemunhar até aos confins da terra (At 1 8), pois é a vontade de Deus “que NENHUM PEREÇA, senão que TODOS cheguem ao arrependimento” (2Pe 3. 9b).

Não contados os cristãos nominais, há cerca de 5 bilhões de criaturas de Deus que, ainda, não conhecem o Senhor Jesus, único, suficiente e eterno Salvador e Senhor de nossas almas!

Vamos [ou não] alertá-los do risco de uma morte eternamente distante de Deus? Vamos [ou não] avisá-los que há um só Salvador e que Ele está de braços abertos para nós?

“Se não avisarmos, ao que ainda não é do Senhor Jesus, para salvar-lhe a vida, ele morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue nos será cobrado; mas se o avisarmos e ele não se converter, ele morrerá na sua iniquidade, mas nós que o avisamos teremos as nossas almas salvas” [Ez 3 18-19].

Mas essa ação deve e tem que ser feita POR AMOR ao próximo e não visando o particular interesse de nos salvarmos; “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3 16). 

É hora de despertarmos do sono (Rm.13 11); e mãos no arado!

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-humanidade-a-caminho-do-abismo

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Teologia Bíblica e Exposição Evangelística

09.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 03.02.15
Teologia

Pode a pregação expositiva ser consistentemente evangelística?

TeologiaBiblia-5FormasDePregar
Às vezes, os pregadores evitam expor os livros da Bíblia por suspeitarem de que tal abordagem é boa para ensinar teologia a cristãos maduros, mas ruim para ajudar descrentes a compreenderem o evangelho.

Essa preocupação aumenta quando os pastores pensam em pregar um livro do Antigo Testamento. Como um estudo da vida de Abraão ou uma série sobre Agar pode tornar claro o evangelho, domingo após domingo? Nós simplesmente mencionamos um resumo do evangelho ao final do sermão? “Aos nossos amigos não cristãos que estão aqui hoje, eu gostaria de concluir esta mensagem sobre a circuncisão de Abraão dizendo-lhes como vocês podem receber o dom gratuito da vida eterna”. Algo como um apelo evangelístico.

Há outra maneira, mais orgânica, de proclamar fielmente o evangelho domingo após domingo, até mesmo no Antigo Testamento: empregando a teologia bíblica.

A grande história

O que é teologia bíblica? Podemos defini-la como o estudo do enredo geral da Bíblia. Juntos, os 66 livros da Bíblia contam uma única narrativa sobre a missão de Deus de salvar um povo e estabelecer um reino para a sua glória, por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo. O Antigo Testamento monta o palco e nos conduz a Jesus. Os evangelhos revelam sua pessoa e obra. O restante do Novo Testamento descortina as implicações da morte e da ressurreição de Jesus até o fim, até Deus realizar plenamente a sua missão. Quanto mais compreendemos essa trama abrangente, mais somos capazes de ver como o texto da nossa pregação se relaciona com o evangelho.

Pregar uma passagem da Escritura cônscio da teologia bíblica é como ter uma “visão de jogo” no basquete. Bons jogadores de basquete não se concentram apenas em arremessar a bola à cesta. Eles estão atentos à posição de seus companheiros de time e dos oponentes na quadra, assim como ao fluxo do jogo. Semelhantemente, uma boa exposição não apenas provê um comentário sequenciado dos versículos lidos. Ela também tem uma “visão de jogo” do que se passa antes e depois do texto e de como tudo isso se relaciona com a progressão geral da grande história de Deus.

Teologia bíblica em ação

Vejamos algumas estratégias de teologia bíblica que podemos utilizar para relacionar a nossa passagem particular à história principal da Bíblia, a história do evangelho. Você pode pensar nessas estratégias como possíveis caminhos que nos levam do nosso texto ao evangelho, como as rotas alternativas que, num aplicativo de mapas de celular, nos guiam de nossa posição atual ao destino desejado.

1. Promessa e cumprimento

Comecemos com a rota mais simples e direta para o evangelho. Na estratégia de promessa e cumprimento, o texto que você está estudando contém uma profecia ou promessa que é explicitamente cumprida em algum aspecto do evangelho. Promessa e cumprimento são os frutos mais baixos da teologia bíblica: fáceis de ver e de pegar.

Então, se você está pregando na profecia de Miquéias acerca de um senhor que sairia de Belém (Miquéias 5.2), você pode facilmente convidar a congregação a voltar-se para Mateus 2.6 para ver como isso se cumpre no nascimento de Jesus. Ou, se decidir expor a vida de Abraão, você deve em algum ponto conectar as promessas de Deus de abençoar a descendência ou “semente” de Abraão (Gênesis 12.7; 13.15; 17.8; 24.7) ao seu cumprimento em Jesus (Gálatas 3.16).

Além de nos prover caminhos óbvios para chegarmos ao evangelho, a estratégia de promessa e cumprimento também nos mostra como os autores do Novo Testamento interpretaram o Antigo Testamento à luz do evangelho. Quanto mais aprendemos a ler a Bíblia pelas lentes interpretativas dos apóstolos, melhor conseguiremos chegar ao evangelho a partir de outros textos, até mesmo aqueles que não têm um cumprimento explícito em Jesus.

2. Tipologia

A tipologia é semelhante à promessa e cumprimento, exceto porque, em vez de uma profecia verbal sendo cumprida em Jesus, nós vemos eventos, instituições ou pessoas que preanunciam Jesus e o evangelho. Você pode pensar na tipologia como uma profecia não verbal.

Pense no templo de Jerusalém, por exemplo. Ele desempenhava um papel central no Antigo Testamento como o lugar da presença de Deus, como salvador e rei, entre o seu povo. Mas ele, em última instância, apontava para Jesus. Jesus chocou as multidões quando se levantou no templo e disse: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei” (João 2.19). Elas pensaram que ele se falava da construção literal, mas ele “se referia ao santuário do seu corpo” (v. 21). Assim como o templo, Jesus era, e é, a presença física de Deus no meio do seu povo para salvar e reinar. É também por isso que os apóstolos repetidamente identificavam a igreja, aqueles que estão em Cristo, com o templo do Espírito (p. ex., 1Coríntios 3.16-17; Efésios 2.19-22; 1Pedro 2.5).

Sob essa ótica, suponhamos que você esteja expondo o Salmo 122, que comunica a alegria de subir ao templo de Deus em Jerusalém: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR” (v. 1). Você pode empregar a tipologia do templo para ajudar as pessoas, até mesmo os desigrejados, a verem a alegria de achegar-se a Jesus pela fé.

O Novo Testamento está repleto de tais tipos de Jesus e de sua obra. Os apóstolos viam Jesus como o último Adão, o verdadeiro cordeiro pascal, o novo Moisés, o sacrifício expiatório definitivo, o grande sumo sacerdote, o rei ungido (messias) da linhagem de Davi, o verdadeiro Israel, e muito mais. Essas rotas seguras podem conduzi-lo fielmente de muitos lugares da Escritura para Jesus e sua obra salvadora.

3. Temas

Estou usando a palavra “temas” para descrever motivos ou imagens recorrentes no enredo bíblico que não apontam diretamente para Jesus do modo como a tipologia faz. Contudo, esses temas ou motivos estão inteiramente conectados ao evangelho e podem nos ajudar a situar o nosso texto no descortinar da história bíblica.

Um tema bíblico clássico é a criação. A Bíblica começa com “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Deus trouxe ordem ao caos, criou Adão e Eva à sua imagem e ordenou que eles governassem a criação e a enchessem com sua descendência, tudo para a glória de Deus. Tragicamente, Adão e Eva falharam em seu chamado e se rebelaram contra Deus.

Mas Deus tinha um plano para redimir a sua criação. Ao longo do Antigo Testamento nós vemos repetidas “recriações”, eventos nos quais Deus graciosamente começa de novo com o seu povo, sendo que esses novos começos são descritos com imagens e com a linguagem da criação. Essas recriações incluem a história de Noé e sua família após o dilúvio, a saída de Israel do Egito e sua entrada na terra prometida, o estabelecimento de um reino edênico por Salomão, até mesmo o retorno dos israelitas do cativeiro babilônico. 

Contudo, em todas essas situações, o recomeço falhou. A humanidade se rebelou. Adão fracassou de novo e de novo. Será que alguma dessas releituras de Adão porventura seria bem sucedida?

Sim. O último Adão, Jesus Cristo, realizou perfeitamente a vontade do Pai. A ressurreição de Jesus e a salvação de seu povo inauguraram a verdadeira nova criação. E ela continua a crescer hoje. Jesus enviou o seu povo redimido para subjugar a terra e enchê-la de filhos e filhas de Deus por meio da pregação do evangelho. E, algum dia, esse trabalho culminará em novos céus e nova terra, muito mais sublimes e gloriosos do que os originais.

Você percebe como ser capaz de traçar o motivo da criação nos fornece uma moldura para, organicamente, mover de muitos textos para o ponto chave da nova criação, a morte e a ressurreição de Jesus?

Há muitas outras linhas temáticas que se entrelaçam no enredo bíblico, tais como as alianças, o êxodo, o dia do Senhor e o reino de Deus.

4. Ensino ético

Mas e se você estiver tentando pregar em Provérbios ou nos Dez Mandamentos? E se você estiver de fato louco e tentar fazer evangelismo expositivo a partir de Levítico? Parece que esse tipo de passagem é melhor para ensinar o que o cristão maduro deve ou não fazer, em vez de mostrar às pessoas não salvas o que Jesus já fez, de modo que elas possam tornar-se cristãs.

Novamente, a teologia bíblica mapeia um caminho da lei para o evangelho. Nós podemos ler mandamentos morais específicos no fluxo do enredo bíblico de, pelo menos, três modos distintos. Primeiro, as leis e a ética bíblica nos conduzem a Jesus ao nos mostrarem nosso pecado e nossa necessidade de um salvador. Como se costuma dizer, os mandamentos de Deus funcionam como um espelho que nos confronta com a nossa deformidade moral. Quando lemos a história crônica do colapso moral de Israel, nós vemos a história da humanidade e a nossa própria história. “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20).

Segundo, os mandamentos morais da Bíblia nos apontam para Jesus, como o único que os guardou perfeitamente. Ele não veio para destruir a lei de Deus, mas para cumpri-la em cada aspecto (Mateus 5.17). Todos os demais filhos de Deus (Adão, Israel, os reis de Israel) foram pródigos; apenas Jesus agradou o Pai. E, assim, os mandamentos éticos da Bíblia revelam, em última instância, o caráter do próprio Jesus.

Terceiro, pela dependência do poder da ressurreição de Jesus e do seu Espírito em nós, agora podemos guardar a lei de Deus como filhos e filhas obedientes. Jesus nos libertou do poder do pecado, “a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8.4).

Então, imagine que você esteja pregando Provérbios 11.17: “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere”. Ao seguir os contornos da teologia bíblica, você não irá meramente proferir uma mensagem de trinta minutos sobre como tornar-se mais bondoso. Você também poderá mostrar como nós fracassamos em exercitar a bondade e como somos excelentes em ser cruéis, de maneiras muito sutis. Você mostrará às pessoas como Jesus encarnou a bondade, especialmente ao dar a sua vida pelos pecadores. E, finalmente, você conectará essa bondosa graça de Jesus a nós mesmos, como o combustível para a nossa própria transformação por meio do Espírito Santo.

5. Solucionando enigmas

Quando começamos a perceber o fluxo da teologia bíblica, também vemos como o evangelho soluciona, com freqüência, enigmas do Antigo Testamento. Como Deus poderia cumprir suas promessas a Davi, uma vez que Judá fora enviado ao exílio e não havia rei em Jerusalém? Se os sacrifícios do templo removiam o pecado, então por que Deus julgava Israel? O Antigo Testamento fala com freqüência sobre as bênçãos de Deus sobre o justo e o julgamento sobre os ímpios. Então por que nós vemos ocorrer o contrário?

Nós poderíamos dizer mais aqui, mas por ora é suficiente dizer que, quando você encontrar uma charada bíblica, considere como o evangelho de Jesus pode resolver o mistério. Como um grande romance, o Antigo Testamento constrói pontos de tensão na trama que o herói, Jesus, vem resolver.

“Vocês estão aqui”

Quando usamos a teologia bíblica para praticar esse tipo de exposição cônscia do evangelho, algo empolgante acontece com os descrentes. Não apenas eles são confrontados por seus pecados, introduzidos a Jesus e chamados ao arrependimento e à fé semana após semana. Eles também começam a situar a si mesmos no fluxo histórico da obra de Deus. O evangelho não é simplesmente uma metáfora ou uma idéia que eles estão livres para usar ou descartar se isso “funcionar” para eles. Em vez disso, a história de Jesus é uma força histórica arraigada no passado, que continua no presente e dominará a eternidade. O Deus que agiu no mundo bíblico está agindo no mundo deles também, porque é o mesmo mundo, a mesma história, a mesma narrativa.

*Jeramie Rinne é escritor e o pastor principal da South Shore Baptist Church em Hingham, Massachusetts, EUA.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/772/Teologia_Biblica_e_Exposicao_Evangelistica

domingo, 9 de novembro de 2014

Avivamento entre os povos tribais do Rajastão

09.11.2014
Do portal GOSPEL PRIME, 25.07.12
Por Jarbas Aragão

Cerca de 300 mil pessoas se converteram a Cristo nos últimos anos

Avivamento entre os povos tribais do RajastãoUma grande parte da população da Índia ainda vive em tribos, e uma das mais numerosas está testemunhando um avivamento cristão. Centenas de homens, mulheres e crianças do Rajastão que seguiam o hinduísmo se consideram seguidores de Cristo.
O Rajastão é o maior Estado da Índia, sua capital é Jaipur e as línguas oficiais são o hindi e o rajastani.
Dinesh Shur falou ao site CBN News sobre por que os povos tribais estão aceitando Jesus Cristo. Durante 10 anos o pastor Dinesh, serviu a Deus em uma grande cidade. Mas ele diz que Deus mostrou que ele precisava voltar para sua aldeia, suas raízes e seu povo para compartilhar as boas novas.

“Eu era como Jonas na Bíblia”, disse Shur. “Eu não quero viver na minha aldeia. Eu queria servir a Deus na cidade, onde as coisas são mais fáceis. Eu queria alcançar outros com o evangelho, mas não o meu próprio povo. Porém, quando você faz a obra de Deus e começar a ver os frutos do seu trabalho, é impressionante. Você vê as vidas transformadas, vê a felicidade eterna no rosto das pessoas”, disse ele.
“A transformação foi quase imediata”, afirma Shur. “As famílias pararam de orar a seus antepassados, pararam de beber e com suas práticas de feitiçaria. Toda a sua vida mudou quando eles aceitaram Jesus.”
Dinesh é um membro da etnia Bhil, uma das maiores tribos dos estados centrais da Índia. “Os Bhil são principalmente agricultores. São muito pobres e ainda fazem o mesmo que seus antepassados faziam séculos atrás”.
O pastor lembra que missionários estrangeiros têm ministrado nesta área há mais de 135 anos, mas nunca tiveram os resultados que ele testemunha no momento. Embora ainda sejam minoria, há relatos de que cerca de 300.000 pessoas da região se tornaram cristãos nos últimos 10 anos, a maioria deles é da etnia Bhil.
“Temos 42 reunião de oração nas casas espalhadas por 22 aldeias. Temos também 32 obreiros de nossa igreja que vão de aldeia em aldeia compartilhar o evangelho. No próximo ano meu objetivo é enviar missionários para os estados vizinhos e visitar todas as aldeias Bhil”, acrescenta.
Jeevani Karadi é uma líder de igreja em uma parte remota do Rajastão. Aos 65 anos, quando não está na estrada, está ajudando o pastor Dinesh a liderar um grupo caseiro. No dia que a CBN News esteve lá, ela reuniu dezenas de fiéis sob uma árvore.
“Nosso grupo está ficando tão grande que não tenho espaço suficiente em minha casa para atender a todas essas pessoas”, disse ela. Ela começa a reunião dando o testemunho de sua vida. Cerca de seis anos atrás, vagava pelas ruas da vila, comportando-se como uma mulher louca, por vezes até nua.
Então que ela teve um encontro com Jesus. Hoje, ela é uma das líderes da igreja local. “Os moradores zombavam de mim. Eles gritavam coisas desagradáveis enquanto eu caminhava pelas ruas”, lembra Karadi. “As pessoas diziam que eu estava amaldiçoada. Então conheci o pastor Dinesh, e ele orou por mim. Fiquei curada na hora. Jesus me libertou”, ela continuou.
Sua cura levou muitos a crerem em Cristo e ajudou a iniciar o primeiro grupo de oração nas casas. O pastor disse que esses testemunhos são apenas um lembrete de como é importante obedecer e confiar em Deus. “Hoje eu estou vivendo os frutos da decisão obedecer e voltar para minha aldeia. É fácil? Não. Enfrentamos desafios? Sim”, disse ele. “Mas temos Cristo para nos apoiar. Ele é tudo que precisamos para ver a mudança entre esse povo”.
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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/avivamento-entre-os-povos-tribais-do-rajastao/

EVANGELISMO: Pacto de Lausanne

09.11.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE


Introdução 

Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto. 

1. O Propósito de Deus 

Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente. 

2. A Autoridade e o Poder da Bíblia 

Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus. 

3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo 

Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homens. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como “o Salvador do mundo” não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor. 

4. A Natureza da Evangelização 

Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo. 

5. A Responsabilidade Social Cristã 

Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta. 

6. A Igreja e a Evangelização 

Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrifical. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas. 

7. Cooperação na Evangelização 

Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo e para o compartilhamento de recursos e de experiências. 

8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização 

Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante autoexame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja. 

9. Urgência da Tarefa Evangelística 

Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições paraeclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. 

10. Evangelização e Cultura 

O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus. 

11. Educação e Liderança 

Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiásticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos. 

12. Conflito Espiritual 

Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e potestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja. 

13. Liberdade e Perseguição 

É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos preveniu de que a perseguição é inevitável. 

14. O Poder do Espírito Santo 

Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz. 

15. O Retorno de Cristo 

Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas. 

Conclusão 

Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia! 

Lausanne, Suíça, 1974. 

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne