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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não exceda os limites razoáveis

28.02.2015
Do portal MINISTÉRIO JOYCE MEYER
Por Joyce Meyer

Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós... e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo. 1 CORÍNTIOS 6.19-20

No mundo de hoje, o estresse faz parte da vida diária. Deus o criou para suportar níveis normais de pressão e tensão, e, se você se mantiver nos limites razoáveis, não haverá problema. Mas seu problema começará se não o fizer. Muitas situações de tensão são inevitáveis, mas freqüentemente você causa estresse extra a si mesmo por trabalhar demais, não se alimentar ou não dormir adequadamente, envolvendo-se em muitas atividades, até mesmo nas boas obras, o que faz com que você exceda limites sábios. Se você continuar a adicionar mais estresse mental e emocional à sua vida, terá problemas. Se você está vivendo além dos limites razoáveis, é tempo de lembrar-se do Espírito Santo que vive em você. 

Você pertence a Ele e deve deixar que Ele o ajude a reconhecer e permanecer nos seus limites. Não se permita sair de cena por esgotamento, mas permaneça ativo!

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Fonte:http://www.joycemeyer.com.br/jmbrasil/engine.php?pag=br_cont&br_sec=4&br_cat=7&br_cont=800

ROBINSON CAVALCANTI: A História dos Evangélicos

28.02.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 30.11.11

A palavra “evangélicos” aparece em três sentidos: no sentido amplo, europeu, é apenas sinônimo de protestante; no sentido amplíssimo, latinoamericano, é sinônimo de todo cristão não-católico romano (o IBGE inclui, até, mórmons e testemunhas de Jeová); outro, restrito, específico, no sentido inglês, representa uma vertente da Igreja com ênfase no relacionamento pessoal com Cristo, em reação a uma religião estatal e sacramentalista. 
 
Embora o termo “evangélico” seja encontrado na Patrística e na Reforma, ele adquire um conceito mais claro e se torna um movimento na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX, culminando com a organização da primeira Aliança Evangélica em 1847. Resgatando uma herança que vem de Wycliffe, no século XIV, chegando até os Avivamentos, passando pela confessionalidade reformada, o puritanismo e o pietismo, deságua no movimento missionário do século XIX, do qual foi a sua proposta principal. A escatologia do movimento missionário ou era posmilenista ou amilenista, com clara opção por uma participação social e uma influência histórica.
 
J. I. Packer destaca como marcas do evangelicalismo
1. A Autoridade das Sagradas Escrituras; 
2. A Pecaminosidade da Raça Humana; 
3. A Expiação por Cristo na Cruz; 
4. A Necessidade de Conversão, ou experiência de Novo Nascimento; 
5. O Mandato Missionário Imperativo para todos os Cristãos. No contexto inglês do século XIX, se poderia acrescentar um sexto item: a Responsabilidade Social.
 
Evangélicos no Brasil

As missões protestantes históricas que se estabeleceram no Brasil entre 1855 e 1901 foram todas marcadas por uma identidade evangélica, o que significava um alto grau de consenso teológico, a despeito de diferenças periféricas, como sentido e forma dos sacramentos/ordenanças ou formas de governo eclesiástico. Esse consenso foi mantido entre as igrejas históricas brasileiras por mais de um século. Ele foi reforçado com a reação do Congresso do Panamá, de 1916, a equivocada decisão do Congresso Ecumênico de Edimburgo, de 1910, de excluir a América Latina do esforço missionário, por se tratar de um “continente cristão”. No Panamá se reafirmou a necessidade de se evangelizar – e em unidade – a América Latina com seu cristianismo nominal e sincrético. Por alguns anos uma entidade produziu um material de Escola Bíblica Dominical para a maioria das denominações, reforçando esse lastro comum, também implementado pela teologia do que se cantava nas igrejas, a partir do primeiro hinário, o “Salmos e Hinos”, compilados pela pioneira congregacional Sarah Kalley.
 
O principal instrumento de identidade e unidade desse período foi a Confederação Evangélica, que funcionou como importante elemento aglutinador e representativo do protestantismo nacional entre 1934 e 1964.
 
O dissenso protestante começa com a chegada do pentecostalismo de vertente “branca” (isolacionista, pré-minilenista/pré-tribulacionista) nos anos 1910, já refletindo as controvérsias norte-americanas da época, a partir do fundamentalismo, que começou como um movimento confessional em reação ao Liberalismo, mas, que, posteriormente, degenerou em uma ideologia sectária, anti-intelectual, e, até racista. O fundamentalismo inicial tinha as mesmas ênfases do evangelicalismo inglês dos séculos anteriores, adicionando-se os milagres e a segunda vinda.
 
A presença do liberalismo no Brasil foi muito periférica, e a do fundamentalismo, posterior e lenta (embora fundamentalismo e evangelicalismo compartilhem de doutrinas básicas comuns). Como a América Latina, a maioria das igrejas brasileiras optou por não se envolver com os três Conselhos Ecumênicos mundiais, mas foram afetadas pelas tensões ideológicas da Guerra Fria, e muito afetadas pelo ciclo de regimes militares no continente.
A Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL) surge no início dos anos 1970 como uma escola de pensamento evangélico tomando o continente e seus problemas a sério e em abertura para a contribuição das Ciências Sociais. Nos Estados Unidos, no pós-Segunda Guerra Mundial, surge o movimento neo-evangélico como reação moderada aos exageros do fundamentalismo, editando a revista “Christianity Today” e motivando a realização do Congresso de Evangelismo de Berlim, 1966, gênese do que seria, a partir do evento de 1974, o Movimento de Lausanne, inicialmente não bem recebido no Brasil, por ser considerado avançado demais pelos conservadores e moderado demais pelos avançados.
 
A Confederação Evangélica havia sido fechada durante do regime militar e ficamos muitos anos sem um órgão aglutinador e promotor da unidade. Os congressos brasileiros e nordestino de evangelização irão sinalizar um novo tempo, que se desdobra com a criação da AEvB (Associação Evangélica Brasileira), que marca época, mas sofre uma crise insanável em decorrência da personalização da sua liderança, criando novo vácuo, em uma igreja já marcada por uma amnésia histórica, com a Escola Dominical enfraquecida e a teologia evangélica dos hinários substituída pela vagas odes/mantra a uma divindade monoteísta promotora de bênçãos individuais que marcam o “louvor” atual, em  um declínio do consenso, agravado pela chegada da Teologia da Batalha Espiritual, da Teologia da Prosperidade e pela fragmentação denominacionalista, com a racionalidade institucional cada vez mais substituída pelas lideranças carismáticas caudilhescas e o surgimento de “dinastias eclesiásticas”.
 
É com esse pano de fundo que estamos criando a Aliança Evangélica, que se espera seja uma herdeira atualizada e brasileira da Aliança Inglesa de 1847 e suas marcas confessionais inegociáveis.
 
O quadro fracionado, confuso e divergente do protestantismo brasileiro não faz prever a criação de uma barca, onde caibam todos os bichos, mas de uma frotilha, onde o nosso barco, de início modesto, pretende estar aberta aos evangélicos, crentes e éticos, comprometidos com a identidade e a unidade sonhada pelo Senhor da Igreja.
 
As ações do nosso presente e os planos para o nosso futuro não poderão se dar sem a fidelidade ao legado do passado. Revitalizar o evangelicalismo em unidade, a despeito dos óbices da época (individualismo, subjetivismo, relativismo, hedonismo) é a nossa tarefa, ajudando-nos o Senhor.

 
Nota

Artigo baseado na preleção do autor feita no 1º Fórum da Aliança Evangélica no dia 25 de novembro de 2011, em Brasília (DF).

 
Leia mais


*Foi bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política — teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo — desafios a uma fé engajada. Faleceu no dia 26 de fevereiro de 2012 em Olinda (PE). 
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-historia-dos-evangelicos

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A humanidade a caminho do abismo!

26.02.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 09.02.15


No texto anterior [Você decide!] eu propus uma situação, uma espécie de pesquisa de opinião, um chamado à reflexão para o que havia apenas 2 alternativas:


- Avisar aos rapazes sobre o risco que corriam ao persistirem em ir até o final daquela trilha, induzindo-os a retornar enquanto era tempo de preservarem as suas preciosas vidas [houve unanimidade nesta opção];

- A segunda alternativa seria aquilo que vem se tornando comum de pensar e de agir [desagir]: “deixa p’ra lá, cada um na sua” (...) “afinal eles já têm idade, sanidade, maturidade para cuidar de suas próprias vidas responsavelmente; por certo, perceberão o precipício e retornarão seguros”.

Não pega, não vence, não prevalece, não progride a tese da indiferença, do descaso, do “laissez-faire”; a maioria dos que assim agem, bem como a maioria da sociedade, acha correta a postura atual de “não nos imiscuirmos na vida alheia;” de não discutirmos, principalmente, “religião.” 

Todavia, há uma tendência de unanimidade, sabiamente, de que nos casos de risco à vida tem que haver solidariedade; a neutralidade e a indiferença são impróprias, inadmissíveis, inaceitáveis; é, até, crime culposo [negligência], quase que doloso tipificado pela omissão de socorro. 

Nós, a humanidade, criados fomos à imagem e semelhança de Deus, logo Ele é uma pessoa, um Espírito, e não uma “energia” como se pensa hoje em dia; Ele ouve, Ele reflete, Ele decide, Ele fala!

Ele nos criou para a paz, para a felicidade, para a eternidade e colocou tudo o que é belo, que é bom, que é necessário à nossa disposição, mas o Seu desejo se frustrou: desobedecemos, caímos, pecamos [pecar é desagradar a vontade de Deus], e o sonho se desfez, sucumbiu.

Mas o Senhor nosso Deus é eterno e continua querendo que vivamos a eternidade com Ele, n’Ele, no que a Sagrada Escritura chama de “seio de Abraão” (Lc 16 22) na parábola do rico e do Lázaro, em cujo texto ficou claro que não há comunicação entre vivos e mortos e, também, não há uma segunda chance.

Mas Deus não descansou, o Senhor Jesus disse que “Ele trabalha até hoje” (Jo 5 17). E, creio, o fará até o fim porque não desiste de nós.

Deixando de lado o “enrolês,” quero me expressar com simplicidade, Deus “não entregou os pontos”, mas foi fazendo sucederem-se novas oportunidades para o ser humano alcançar a felicidade, a paz, a eternidade junto a Ele. 

Mas a humanidade se desviava e vinha o juízo [Sodoma e Gomorra, Dilúvio], até que Deus decidiu derramar, sobre nós, a Graça [favor imerecido], mediante a fé no Senhor Jesus Cristo, que DEU A SUA VIDA, espontânea e incondicionalmente em nosso lugar, o Justo pelos injustos, o Puro pelos pecadores.

Só nos cabe recebê-lo, em nós, pois “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam, mas a TODOS quantos O RECEBERAM [no coração] deu-lhes o direito de SE TORNAREM FILHOS DE DEUS, a saber os que creem no seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, mas de Deus” (Jo 1 11-13).

E esse aceitá-lo, recebê-lo importa em seguir os seus preceitos, pois “Ele se tornou Salvador dos que lhe obedecem” (Hb 5 9).

Somos hoje, a humanidade viva, 7 bilhões e 200 milhões de pessoas, das quais cerca de apenas 1/3 são cristãs [mesmo que nominais em parte]. Dois terços ainda não receberam o Salvador, o único Caminho que nos leva a Deus segundo palavras d’Ele próprio: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai SENÃO POR MIM” (Jo 14 6).

Diz, ainda, a Palavra de Deus: “Porquanto há UM SÓ DEUS e UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens, CRISTO JESUS, homem, o qual a si mesmo SE DEU em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1Tm 2 5).

“A SEARA É GRANDE, MAS POUCOS SÃO OS TRABALHADORES” (Mt 9 37), temos que fazer a Obra que o Mestre nos designou a fazer, temos que fazer discípulos/ensinar (Mt 28 19), temos que pregar (Mc 16 15), temos que testemunhar até aos confins da terra (At 1 8), pois é a vontade de Deus “que NENHUM PEREÇA, senão que TODOS cheguem ao arrependimento” (2Pe 3. 9b).

Não contados os cristãos nominais, há cerca de 5 bilhões de criaturas de Deus que, ainda, não conhecem o Senhor Jesus, único, suficiente e eterno Salvador e Senhor de nossas almas!

Vamos [ou não] alertá-los do risco de uma morte eternamente distante de Deus? Vamos [ou não] avisá-los que há um só Salvador e que Ele está de braços abertos para nós?

“Se não avisarmos, ao que ainda não é do Senhor Jesus, para salvar-lhe a vida, ele morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue nos será cobrado; mas se o avisarmos e ele não se converter, ele morrerá na sua iniquidade, mas nós que o avisamos teremos as nossas almas salvas” [Ez 3 18-19].

Mas essa ação deve e tem que ser feita POR AMOR ao próximo e não visando o particular interesse de nos salvarmos; “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3 16). 

É hora de despertarmos do sono (Rm.13 11); e mãos no arado!

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-humanidade-a-caminho-do-abismo

Os benefícios dos sacrifícios do Velho Testamento

26.02.2015
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Phil Roberts 


Sabemos que os sacrifícios de animais do Velho Testamento não tiravam realmente o pecado. Mas o que faziam?

A lei de Moisés dava aos israelitas uma solução temporária para o problema do pecado. 

Deus tinha uma solução para o problema do pecado, que ele anunciou a Abraão, dizendo, "Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas." Mas o cumprimento desta promessa levaria tempo, e muita preparação seria necessária. Assim, Deus deu aos filhos de Israel a lei de Moisés como solução temporária. Como tal, os sacrifícios de animais davam aos filhos de Israel as seguintes bênçãos:

1. Perdão provisório para o pecado. O escritor de Hebreus ensina-nos que o sangue dos bois e dos bodes nunca pôde tirar o pecado (Hebreus 10:4). Mas Moisés disse aos israelitas que seus pecados eram perdoados quando ofereciam sacrifícios (Levítico 4:20, 26, 31). Então, qual é a verdade? Eles recebiam perdão dos pecados quando ofereciam seus sacrifícios de animais ou não?

Eu acho conveniente responder esta pergunta fazendo uma comparação com o costume moderno de emitir cheques. Se eu vendo um carro usado ao meu vizinho e ele me dá um cheque, fui pago? Muitos de nós certamente responderiam sim a esta pergunta. Mas todos nós sabemos que não seremos realmente pagos antes de mais uns poucos dias, quando o cheque for compensado pelo banco. Entretanto, ainda dizemos que fomos pagos quando recebemos o cheque; sentimo-nos como pagos, e ficamos felizes.

Nosso vizinho poderia até nos dizer quando emitisse o cheque, "Não apresente este cheque até a sexta-feira, quando eu depositar o pagamento do meu salário." E ainda, se confiarmos no nosso vizinho, ainda dizemos que fomos pagos, embora saibamos que tecnicamente não o fomos. Podemos dizer que subjetivamente fomos pagos, ainda que saibamos que objetivamente que não. E, muito interessante, tudo depende de quanta fé tivermos na pessoa que emitiu o cheque.

Isto ilustra, de um modo grosseiro, concordo, o que aconteceu quando Deus "perdoou" os pecados de Israel. Objetivamente, legalmente, nenhum perdão real poderia acontecer até que o preço do pecado fosse realmente pago pela morte de Jesus na cruz, até que o pagamento do preço fosse depositado "no banco". Mas subjetivamente os pecados ficavam como "perdoados" Uma promessa de perdão de Deus, que não pode mentir, é tão boa como o próprio perdão, mas somente se você verdadeiramente crê em Deus.
   
2. Percepção do horror do pecado. Os sacrifícios do Velho Testamento proviam, contudo, muito mais do que apenas uma sensação de perdão. Aqueles sacrifícios também proviam a instrução de que o povo de Deus necessitava vitalmente, para que ele entendesse a solução real quando seu tempo chegasse.

Na verdade, seríamos abençoados se tivéssemos uma maior apreciação do horror de nossos pecados. Experimente isto durante a Ceia do Senhor, nesta semana: feche seus olhos e imagine sua mão na cabeça de Jesus enquanto ele morre pelo seu pecado (Isaías 53:5-7).
   
3. Percepção da necessidade de um maior sacrifício. Finalmente, um dos mais poderosos paradoxos do Velho Testamento, mostrando a multiforme sabedoria de Deus, é o fato que os sacrifícios de animais podiam dar aos israelitas uma segurança do perdão de Deus e, ao mesmo tempo, poderia ensinar-lhes a necessidade de um sacrifício ainda maior.

Miquéias pergunta diretamente, "Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?" (Miquéias 6:6). Miquéias, Davi (Salmo 51:16-17) e muitos outros israelitas, tenho certeza, chegaram a ver que um sacrifício maior era necessário --um sacrifício de obediência à vontade de Deus-- para andar justamente, para amar a bondade e para caminhar humildemente com Deus (Miquéias 6:8; veja também Salmo 51:17). Eles chegaram a ver a necessidade de maior obediência por parte deles e, à luz de suas contínuas faltas, a necessidade de sacrifício pela perfeita obediência de Jesus (Hebreus 10:5-10; Filipenses 2:8).

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Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/1999421.htm

A DIVINDADE DE CRISTO, PARTE 2

25.02.2015
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Doy Moyer

[Nota do redator: Esta é a segunda de duas partes de um estudo sobre a divindade de Jesus. Por envolver pesquisas detalhadas e argumentos técnicos, todas as obras citadas, mesmo as em outras línguas, nas duas partes aparecem na bibliografia no final desta segunda parte. A primeira parte foi publicada na edição anterior desta revista.]

Testemunho do Novo Testamento

Até este ponto, têm sido considerados os textos que têm tremendas implicações. Agora nos voltamos para alguns textos mais específicos que se referem a Jesus como Deus e afirmam que ele é, de fato, o Criador. Se puder ser demonstrado que Jesus é o Criador e o mantenedor do mundo, de acordo com a Bíblia, então teremos demonstrado que a Bíblia ensina que Jesus é divino. Mais ainda, se há passagens específicas que se referem a Jesus em termos especiais identificando-o como Deus, então o ensinamento bíblico sobre Jesus ficará claro.

Jesus é o Criador e Mantenedor?

Alguns acreditam que a Bíblia ensina que Jesus é um ser criado. Alguma consideração já tem sido dada a isto. Outras passagens verificam que Jesus não foi criado. Por exemplo, Miquéias 5:2 fala do Messias como sendo “dos dias de eternidade,” ou “de eternidade a eternidade.” Isaías 9:6 fala do Messias como o “Pai eterno.” Isto não identifica Jesus com sendo a mesma pessoa que o Pai; identifica-o como o Criador, o originador. Ele é chamado “eterno.” Ainda que o Messias tenha nascido neste mundo no “tempo,” sua existência como um ser não teve um início. Esta foi pelo menos uma parte da declaração que Jesus fez quando disse aos judeus: “Antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8:58). As Escrituras se referem a Jesus como o Criador. Colossenses 1:15-16 fala de Jesus como o “primogênito de toda a criação”, o que, como foi antes considerado, significa que Jesus é preeminente sobre a criação. Por quê? Porque “nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. É evidente que, se Jesus criou “todas as coisas,” é porque ele fica fora da classe dos seres criados. João 1:3 diz: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Se esta afirmação é verdadeira, então Jesus é o 
Criador, não a criatura. Portanto, Jesus é o Deus Criador, de acordo com a Bíblia.

As Escrituras também ensinam que Jesus é o mantenedor de todas as coisas. Voltando ao contexto de Jesus como o Criador, a Bíblia afirma que “ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste” (Colossenses 1:17). A expressão “subsiste” (sunesteken) aqui indica “juntar ou manter junto algo em seu lugar próprio ou apropriado ou relação apropriada” (Louw e Nida 614). “Todas as coisas são dependentes do Filho para sua continuação em existência” (Reymond 248). Isto ensina que Jesus é o sustentador do que ele criou. Hebreus 1:3 afirma que Jesus “sustenta todas as coisas pela palavra de seu poder”. Aqui Jesus é descrito como aquele que faz todas as coisas continuarem. Assim, estas passagens ensinam que Jesus é aquele que preserva e sustenta todas as coisas. Elas implicam que Jesus é Deus, atribuindo a ele qualidades divinas.

Jesus é chamado “Deus”

Outras Escrituras são ainda mais explícitas em sua afirmação da divindade de Jesus. Ele é referido como “Deus” em diversos versículos específicos. Nesta parte, algumas dessas passagens serão brevemente citadas.

1. João 1:1-18. João 1:1 diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Há três pontos afirmados neste versículo. Primeiro, o “Verbo” já estava em existência quando o tempo e a criação começaram; segundo, o Verbo estava sempre em comunicação com o Pai, e terceiro, o Verbo sempre participou da divindade. “O Verbo era Deus” é uma declaração que afirma a natureza divina do LogosTheos, que aqui é anarthrous [substantivo usado sem o artigo], descreve a natureza do Logos, em vez de identificar sua pessoa. Jesus como o Logos é pessoalmente indistinto do Pai (vers. 1b), contudo é uno com o Pai em natureza (vers. 1c) (Harris 93). Neste versículo, então, o Novo Testamento está ensinando a respeito da divindade de Jesus. “Aqui, então, João identifica o Verbo como Deus (totus deus) e assim fazendo atribuir a ele a natureza ou essência da divindade” (Reymond 304). Isto não significa que deveria ser traduzido como “o Verbo era divino,” como alguns têm feito. Que “o Verbo” é uma referência a Jesus é facilmente visto no contexto. O versículo 14 diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. O contexto identifica mais adiante o “Verbo” como Jesus (vers. 15-17).

João 1:18 tem alguma dificuldade ligada a ele. A segunda parte do versículo, “o Deus unigênito, que está no seio do Pai,” tem algumas variantes nos manuscritos gregos. A alternativa mais notável é “o Filho unigênito.” Como foi explicado antes, “unigênito” se refere a unicidade (uno e único). A maioria dos críticos, contudo, “concorda que monogenestheos era o escrito original” (Harris 93). Reymond indica: “O respeitável crítico textual precisa admitir que a evidência aponta muito decisivamente em favor de um theos original” (306). Parece que haja uma pequena dúvida, em termos da evidência dos manuscritos, sobre o uso aqui da expressão que significa “uno e único Deus”. Se for o sentido original, seria então outra instância de ensinamento a respeito da divindade de Jesus. Contudo, uma vez que esta passagem tem em si alguma ambigüidade, seria difícil repousar um caso inteiro nela. Em ambos os casos, ela não contradiz o resto do testemunho do Novo Testamento da divindade de Jesus.

2. João 20:28. A Bíblia registra que, depois que Jesus se levantou dentre os mortos e apareceu aos seus discípulos pela primeira vez, Tomé não estava presente. Quando ouviu que Jesus fora visto, Tomé duvidou, e disse que teria que vê-lo por si mesmo para que cresse nisso. Jesus apareceu a eles novamente, e quando Tomé ficou convencido, respondeu a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus”. Alguns têm tomado esta como uma exclamação de louvor a Deus (não a Jesus). Contudo, o texto afirma que Tomé disse isto “a ele.” Ele estava se dirigindo a Jesus como Senhor e Deus. Outros têm dito que esta foi uma exclamação num momento de excitação. Contudo, não há registro de uma repreensão de Jesus. Ele aceitou esta saudação e levou-a um passo adiante”: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (vers. 29). Isto se torna a base para a declaração de João do motivo porque ele escreveu o livro (vers. 30-31). Não pode haver dúvida de que Jesus dê evidência aqui, por sua aceitação expressa da apreciação dele por Tomé, que ele era em seu próprio entendimento seu Senhor para ser servido e seu Deus para ser adorado” (Reymond 213). “Em nenhum outro lugar no Novo Testamento Jesus é identificado mais claramente como Deus” (Erickson 461). Esta declaração de Tomé, como está, é por si mesma um tremendo testemunho do ensinamento do Novo Testamento da divindade de Jesus.

3. Romanos 9:5. Paulo escreveu a respeito dos israelitas: “... deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.” A NVI traduz como “Cristo, que é Deus acima de todos, bendito para sempre”. Ainda que alguns tenham tentado fazer “Deus bendito para sempre” separado do contexto como uma doxologia dirigida ao Pai, “é muito mais natural considerar as palavras finais do versículo como uma descrição ou doxologia do Messias, Jesus Cristo” (Harris 95). Esta passagem, na sua leitura mais natural do texto grego, atribui plena divindade a Jesus Cristo. Ele permanece como o Senhor e dominador do universo, e merece pleno louvor. O argumento de Paulo neste contexto é que ainda que muitos companheiros israelitas tivessem rejeitado Jesus como Messias, Jesus é, realmente, supremo sobre o universo e, como Deus, merece ser servido e louvado. Nenhuma Cristologia mais alta pode ser encontrada.

4. Tito 2:13 e 2 Pedro 1:1. Estas duas passagens podem ser consideradas juntas por causa de sua frase idêntica: “Deus e Salvador” (theou kai soteros). Em ambas as passagens, “Jesus Cristo” é o objeto da frase. Alguns argumentam que “Salvador” se aplica a Jesus, mas “Deus” é uma referência ao Pai: “Deus (o Pai) e Salvador Jesus Cristo.” Contudo, isto não é apoiado pela construção grega. Esta frase é aplicada a uma pessoa: Jesus Cristo. Primeiro, esta é a leitura mais natural do texto. Segundo, os dois nomes ficam sob um artigo, que precede “Deus.” Isto indica que eles têm que ser construídos juntos, não separadamente. E mais, esta frase foi uma fórmula comum e sempre denotou uma divindade, não duas pessoas separadas. Quando ambos Paulo e Pedro usaram a frase, então, “seus leitores sempre a entenderiam como uma referência a uma só pessoa, Jesus Cristo. Simplesmente não ocorreria a eles que ‘Deus’ pudesse significar o Pai, com Jesus Cristo como o ‘Salvador’” (Harris 96-97). O que isto tudo significa é que Pedro e Paulo entenderam que Jesus era ambos, “Deus e Salvador”.

5. Hebreus 1:8. Em Hebreus 1 há um contraste entre o Filho e os seres angelicais. Isto mostra a superioridade do Filho sobre os anjos. Para defender este ponto, é feito o argumento que Jesus é o único Filho (vers. 5). Ele tem de ser adorado, até mesmo pelos anjos (vers. 6). Então, no versículo 8 o próprio Pai chama Jesus Deus: “do Filho ele diz, teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”. Ainda que haja alguma controvérsia envolvendo se “ó Deus” é ou não para ser construído vocativamente (como na maioria das traduções) ou como um nominativo (“Deus é teu trono”) ou como predicado nominativo (“teu trono é Deus”), a avassaladora maioria dos gramáticos, comentaristas, autores de estudos gerais e traduções para o inglês dão força a este vocativo (Reymond 296). Na passagem da qual isto é tirado (Salmo 45:6), o vocativo é visível. Os versículos 10 e 11 são ligados aos versículos 8 e 9 pela conjunção kay, que indica que estes versículos caem sob a mesma introdução que os versículos 8-9. No versículo 10, Jesus é saudado como “Senhor”, o que também liga-o com Yahweh (Salmo 102). Isto fortalece a decisão para “ó Deus” ser entendida vocativamente no versículo 8. Isto significa que o Filho é saudado como “Deus” nestes versículos, num sentido ontológico.

A consideração das passagens precedentes mostra que o Novo Testamento atribui consistentemente divindade a Jesus Cristo. Pelo menos quatro escritores – João, Paulo, Pedro e o autor de Hebreus – usam o título “Deus” com referência a Jesus. O uso deste título foi primitivo, começando pouco tempo depois da ressurreição (Tomé) e continuando até o final do primeiro século. Os escritos, dirigidos a várias pessoas, foram espalhados através de várias regiões, incluindo a Grécia, a Judéia e Roma. Entre o título de Deus aplicado a Jesus, as declarações de Jesus e o resto das Escrituras que implicam sua divindade, o Novo Testamento está repleto de ensinamento sobre Jesus sendo Deus. Se a pessoa deseja ou não aceitar isto, é outro assunto. Se a pessoa aceita a Bíblia como verdade, então ela precisa também aceitar que Jesus é Deus.

Há duas passagens que ainda não foram consideradas, ambas as quais têm ponto de vista significante sobre o ensinamento do Novo Testamento a respeito da divindade de Jesus. São Colossenses 2:9 e Filienses 2:1-11. Elas merecem consideração especial.
Colossenses 2:9

“...porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Este único versículo, “além de todos os outros no Novo Testamento, afirma que cada atributo divino é encontrado em Jesus” (Harris 66). Ele não diz que “muita” ou “alguma” divindade mora nele, mas a “plenitude da divindade”. Todo elemento que existe como divindade está em Cristo, de acordo com este versículo.

Neste contexto, Paulo fala de “filosofia e vãs sutilezas, de acordo com a tradição dos homens” e “conforme os rudimentos do mundo” como sendo contrários a Cristo (vers. 8). A afirmação no versículo 9, “... porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”, foi feita para se contrapor a estas vãs filosofias e dar uma fundação sobre a qual se pode ser completo em Cristo. Uma das filosofias contra as quais os escritores do Novo Testamento falaram foi a doutrina gnóstica, que negava que Deus poderia realmente vir na carne. Os gnósticos acreditavam que a matéria era inerentemente má, e a partir disto raciocinavam que Deus não poderia morar num corpo carnal. João abordou este mesmo problema (1 João 4:2; 2 João 7). Os gnósticos ofereceram uma filosofia adicional. Paulo responde que Cristo é suficiente para fazer alguém completo porque nele está a plenitude da divindade, e ele está acima de tudo porque ele criou tudo. Assim, Colossenses 2:9 afirma que a plenitude da divindade realmente estava em Cristo, não importa o que os filósofos gnósticos, ou quem quer que seja, ensinasse. Nada mais era necessário. Esta, por sua vez, era a base sobre a qual os cristãos deveriam agir. “Por que seus leitores têm que ‘andar’ em Cristo para ‘ficar em guarda’ de modo que ninguém os faça cativos por meio da busca de conhecimento que procede da filosofia humana e da tradição?” (Reymond 249-250). A resposta está no versículo 9.

O termo “plenitude” (pleroma) significa “quantidade total, com ênfase na totalidade” (Louwn e Nida 597). “Mora” (katoikei) indica o assentamento em um lugar fixo. É “estar em casa”. Vincent aponta que o tempo presente de “mora” denota “uma característica eterna e essencial do ser de Cristo. A moradia da plenitude divina nele é característica dele como Cristo, desde todas as eras até todas as eras” (487). O que está permanentemente “em casa” em Cristo é a “totalidade” da divindade. A palavra “deidade” (theotes) é o mesmo que “divindade” em várias traduções. O termo significa “a natureza ou estado de ser Deus” (Louw e Nida 140). É isso que é Deus, o estado de divindade. Esta afirmação não está simplesmente dizendo que Jesus é Deus em sua pessoa, mas que ele é tudo o que é Deus. A natureza divina completa está em casa em Cristo.

Há dois significados compulsivos alternativos no termo “corporal” (somatikos) neste contexto. O primeiro é que ele significa “corporalmente,” uma referência ao corpo físico, humano, de Cristo. “A palavra refere-se ao corpo humano de Cristo” (Reinecker 573). Tomada neste sentido, aqui está uma afirmação do conceito que Jesus era plenamente Deus mesmo quando humano. A plenitude da divindade se tornou encarnada. Ao vir a este mundo, não houve nenhuma mudança em sua divina natureza. Tudo o que ele é como Deus continuou a morar em sua forma corpórea. O segundo significado possível de “corporal” é “incorporado” ou concentrado numa forma visível, tangível. Neste sentido, a idéia é que à plenitude da divindade foi dada expressão completa através de Jesus. Ele era “completamente” e “substancialmente” Deus e, portanto, plenamente incorporou a natureza divina. Isto ainda incluiria o tempo que Jesus passou na terra, como a palavra “mora” indica. Eu prefiro tomar o termo pelo que aparenta ser para referir à encarnação de Jesus. 

Em qualquer caso, contudo, este versículo mostra uma alta Cristologia. A passagem ensina que Jesus é divino.

Filipenses 2

Uma das passagens mais controversas da Bíblia é Filipenses 2:5-8. Tem havido muitas explicações para a passagem; e as diferenças de interpretação são significativas. O modo como se interpreta a passagem afeta seu ponto de vista de Jesus Cristo. Foi ele sempre Deus? Se ele era Deus anteriormente à encarnação, ele reteve sua natureza divina quando veio à terra? Se ele reteve sua divindade ao vir à terra, o que significa quando se diz que ele “esvaziou-se”? Ele deixou sua divindade para ser exatamente um homem comum? Todas as questões como estas têm tremendas implicações. É preciso ser cuidadoso ao considerar uma passagem como esta, evitando uma interpretação que não se ajuste bem com o resto do testemunho do Novo Testamento a respeito de Jesus.

É provável que Filipenses 2:6-11 contenha, pelo menos em parte, um hino primitivo (Reymond 251). Há desacordo sobre se este hino foi composição do próprio Paulo, ou se ele foi escrito antes de Paulo, que simplesmente usou o hino para servir aos seus propósitos nesta epístola. Em qualquer caso, é difícil negar que ele foi um hino primitivo. Neste texto estão as características estilísticas e hinárias, tais como paralelismo de pensamento, inversões, vocabulário incomum e estilo elevado (Reymond 252). Baseado em estudos anteriores de Lohmeyer, agora é geralmente aceito que “o que aqui [vemos] é uma confissão cristã primitiva que pertence à literatura de liturgia antes que prosa epistolar” (Martin 106). Se isto é verdade, então este é um forte argumento por uma alta Cristologia primitiva entre os cristãos do primeiro século. Mesmo que não fosse um hino, é ainda evidência que os cristãos primitivos tinham uma forte fé na divindade de Jesus.

Este é um texto no qual as palavras são muito cuidadosamente escolhidas. Cada palavra parece significante. Portanto, numa interpretação deste texto, as palavras precisam ser definidas e entendidas. Primeiro, contudo, uma consideração do texto completo está em ordem. Sem considerações contextuais, o texto pode facilmente ser mal entendido e mal aplicado. Parece que isto tem sido uma parte do problema que tem levado a algumas das controvérsias.

Não parece provável que alguém entenda os versículos 5-8 sem primeiro entender os versículos 1-4. No todo, a carta de Paulo aos filipenses é muito positiva. O único perigo que ameaçava a igreja, contudo, era a divisão. Estes versículos são escritos para tentar salvaguardar contra a desunião os cristãos dali. No versículo 1 Paulo apela para o encorajamento em Cristo, o poder do amor, o fato da camaradagem, e a necessidade de compaixão e afeição. Se um cristão entende e se empenha com estas coisas, então a unidade prevalecerá. Ele então apela para sua necessidade de ser “de um mesmo pensamento” e “tendo um mesmo sentimento” (vs. 2). Como isto pode ser feito? Ele responde nos versículos 3-4. Nestes versículos há três causas dadas para a desunião (Barclay 31): ambição egoísta, prestígio pessoal, e a concentração em si mesmo. Para os propósitos de explicar os versículos 6-7, deve-se notar especialmente estes versículos, pois eles servem de fundamento para o argumento de Paulo a respeito de Jesus. Barclay observa:

“Paulo está pleiteando com os filipenses para viverem em harmonia, porem de lado suas discórdias, deixarem suas ambições pessoais e seu orgulho e seu desejo de proeminência e prestígio, e terem em seus corações aquele desejo humilde e desprendido de servir, que foi a essência da vida de Cristo. Seu apelo final e irretorquível foi apontar para o exemplo de Jesus Cristo” (34-35).

Com os pensamentos precedentes em mente, Paulo apela para Jesus Cristo como o exemplo definitivo de alguém que nada fez por egoísmo ou vã presunção. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (vs. 5). Este é o arremate final dos pontos de Paulo nos versículos 1-4: “aprendam a pensar exatamente como Jesus”.Isto também serve para introduzir o que Paulo está para dizer a respeito de Jesus. “Pensem como Jesus”, Paulo disse. O que Jesus pensou? O que ele fez para demonstrar sua despretensiosa atitude? Ele responde nos versículos seguintes.

O versículo 6 ensina que Jesus “existiu na forma de Deus” O termo “existiu” (sendo, huparchon) não é o termo usual para sendo (hon). Como um particípio presente, ele denota continuação de uma condição antecedente. Em outras palavras, Jesus é e sempre tem sido “em forma de Deus”. “Isso descreve aquilo que um homem é em sua própria essência e que não pode ser mudado. Isso descreve aquela parte de um homem que, em quaisquer circunstâncias, permanece o mesmo” (Barclay 35). Paulo começa afirmando que Jesus é inalteravelmente Deus. Seja o que for que Jesus esvaziou, não foi sua essência divina. Portanto, qualquer posição que ensine que Jesus deixou sua divindade não está sendo fiel a este texto.

O significado de “forma de Deus” tem sido acaloradamente debatido. Martin (96) dá dois significados alternativos para o termo “forma” (morphe). O primeiro é o entendimento mais tradicional e filosófico que “forma de Deus” significa atributos essenciais de Deus. Um segundo ponto de vista, mais recente, é que a frase tem uma forte ligação com a “glória” (doxa) de Deus; e assim Jesus deixou a glória da divindade, não necessariamente a essência da divindade, quando veio para a terra. Esta posição, contudo, parece carecer de prova. Outros consideram a “forma de Deus” como uma referência à aparência visível como Deus. Esta é outra posição insatisfatória, pois ela dificilmente pode significar a mesma coisa com referência à “forma de um servo”. Parece mais provável, contudo, que a “forma de Deus” seja uma referência à divina natureza, que inclui os atributos e características que fazem de Deus o que ele é, “que é inseparável de sua pessoa e que o ser divino se realiza em sua divina glória e atributos divinos imanentes, inerentes” (Muller 78 79). Warfield observou que a “forma de Deus” se refere a “todas aquelas qualidades características de Deus que fazem dele Deus, a presença das quais constitui Deus, e na ausência das quais Deus não existe. Aquele que está na forma de Deus é Deus” (567). Isto também seria verdadeiro quanto à “forma de um servo.” Jesus assumiu todas as qualidades características de servidão. Dizer, então, que Jesus “existiu na forma de Deus” é dizer que 

Jesus tem sido sempre Deus, com todas as qualidades que pertencem a Deus.

A seguir, Paulo diz que Jesus não “considerou a igualdade com Deus uma coisa a ser agarrada”. Isto, também, tem dado alguma dificuldade à interpretação abrangente do texto. Alguns tomam isto para significar que Jesus não considerava sua divindade como algo a ser segurado e, portanto, ele a abandonou ao vir à terra. Isto, contudo, contradiz o que Paulo tinha dito a respeito da natureza divina inalterável de Jesus. Primeiro, ele afirma que Jesus de fato tem “igualdade com Deus”. Isto, somente, é evidência do ensinamento bíblico da divindade de Jesus. Nada menos do que o próprio Deus pode ter “igualdade com Deus”. Mesmo enquanto estava na terra, Jesus declarou igualdade com o Pai (João 5:17-23). Esta igualdade é em natureza, não necessariamente no papel desempenhado. Neste papel, Jesus tomou uma posição subordinada (1 Coríntios 11:3). Em natureza, ele é igual ao Pai.
Teria Jesus considerado esta igualdade com Deus como algo a ser “agarrado”, ou como algo a ser “segurado”? Ambos os significados são possíveis com a palavra grega (harpogmos). Qual significado faz mais sentido no contexto? “Como quer que tomemos isto, ele mais uma vez ressalta a divindade essencial de Jesus” (Barclay 36). Como foi afirmado antes, não parece provável pelo contexto que isto signifique que Jesus gozou de igualdade com Deus mas dispensou-a ao se tornar um homem. Muitas outras passagens mostram que Jesus foi muito mais do que um homem. 

Parece mais provável que o significado seja que Jesus não se agarrou à igualdade com Deus através de algum exercício de sua própria vontade, separado do Pai. Diversos comentaristas vêem nesta afirmação um paralelo com o relato, em Gênesis, da queda de Adão e Eva. Baseado na afirmação da serpente, “serás igual a Deus”, o pecado de Adão e Eva foi, em essência, uma tentativa de agarrar a divindade. Através do exercício de sua própria vontade, separados de Deus, eles tentaram se tornar seus próprios deuses. Jesus não fez isto. Antes, ele voluntariamente submeteu-se à vontade do Pai, ainda que ele pudesse ter sido tentado a fazer sua própria vontade (cf. João 5:30; Mateus 26:39). Reymond argumenta que esta afirmação deveria ser interpretada contra o cenário de sua tentação em Mateus 4 (262). Ele escreve, “este ‘pensamento’ de ‘apreensão de igualdade’, isto é, a tentação de não mais caminhar na trilha do servo mas antes conseguir ‘o senhorio’ sobre ‘todos os reinos deste mundo’ (Mateus 4:8) por uma rota (um ato ‘rebelde’ de exaltação’) não mapeada para o servo no plano da salvação. Cristo Jesus resistiu firmemente” (263). Eu creio que este é o ponto de vista correto porque se ajusta melhor ao contexto anterior. Cristo não fez nada por egoísmo ou vã presunção mas, com humildade, estimou os outros como melhores do que ele mesmo. Nenhum ato mostrou esta atitude mais do que sua disposição a morrer.

Ao contrário de buscar igualdade com o Pai através do exercício de sua própria vontade, Jesus “esvaziou-se”. Isto está no ponto crucial da discussão a respeito da natureza de Jesus nesta terra. Umas poucas observações podem ser feitas sobre isto à luz dos comentários anteriores e do contexto inteiro:

1. Qualquer posição que destrói efetivamente a divindade de Jesus é errada, porque ela contradiria não somente a passagem, mas também um grande número de outras passagens que afirmam sua divindade. Este é o efeito de uma posição que ensina que Jesus deixou seus atributos e características divinas. A natureza de uma coisa é os atributos e características que fazem-na o que ela é. Se Jesus não tivesse a natureza de Deus, ele não seria Deus (cf. Gálatas 4:8).

2. O texto não diz que Jesus se esvaziou “de” alguma coisa. Acrescentando “de” à frase, e então enumerando tudo o que ele supostamente deixou para vir à terra não é ser fiel ao texto. Isto é ler no texto o que ele não diz. Ele “esvaziou-se”. Ele não se esvaziou “de” um punhado de coisas.

3. Insistir que “esvaziou-se” deverá ser tomado literalmente para significar que Jesus teve que despejar alguma coisa fora de si antes que pudesse tomar qualquer outra coisa é um abuso do texto. Diz o texto: “ele esvaziou-se tomando a forma de um servo cativo.” Isto se explica por si mesmo. A aceitação por ele da servidão foi um ato de auto-esvaziamento.

4. Uma boa comparação pode ser feita com Isaías 53, um texto que descreve o servo sofredor. Note no versículo 12 a frase: “Ele se derramou na morte”Não tem isto uma tocante semelhança com “esvaziou-se”, “humilhou-se, tornando-se obediente até a morte” (Filipenses 2:7-8)? Como o servo sofredor, ele esvaziou-se, derramou-se até a morte.

5. Novamente, o próprio contexto de Filipenses 2 mostra o que quer dizer com a frase “esvaziou-se.” O ponto de Paulo no texto é insistir com os irmãos para que sejam de um só sentimento, que sejam unidos e decididos por um único propósito (vers. 2). Para cumprir isto ele instrui: “Não façam nada por egoísmo ou vã presunção, mas com humildade de pensamento que cada um considere o outro como mais importante do que si mesmo; não olhe meramente para seus próprios interesses pessoais, mas também para os interesses dos outros” (vers. 3-4). Para atingir o ponto de desprendimento, precisa-se olhar para Jesus. Por quê? Porque ele é o exemplo perfeito destas instruções. 

Ainda que ele mesmo seja Deus, enquanto esteve na terra ele não se agarrou a sua divindade tentando, separado do Pai, exercer sua própria vontade independente. Antes, ele “esvaziou-se”, que é a frase perfeita para descrever a atitude dos versículos 3-4. Assim, o que significa que Jesus “esvaziou-se”? Jesus Cristo, em seu papel do servo, nada fez por egoísmo ou vã pretensão, mas em humildade de pensamento ele considerava os outros como mais importantes do que ele mesmo. Ele se interessava pelos interesses pessoais dos outros. Como ele fez isto? Em última instância, morrendo na cruz. Assim, o ponto de Paulo é que, como Jesus se esvaziou, assim todos temos que nos esvaziar. É simplesmente outro modo de dizer que precisamos negar a nós mesmos (Lucas 9:23), pois isto é o que Jesus fez quando cumpriu sua missão para o mundo perdido. Ele se pôs de parte para que tudo o que ele fez fosse desprendido. Marcos diz isso deste modo: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”(Marcos 10:45). Estas passagens dizem a mesma coisa.

6. A idéia de que Jesus se esvaziou de atributos e características é completamente estranha ao argumento de Paulo. Ele aponta Jesus como nosso exemplo de auto-humilhação. Se Jesus esvaziou de si uma quantidade de atributos, então como podemos seguir seu exemplo? Não podemos despir-nos de nossa natureza humana. A linha de raciocínio que Paulo usa para dizer que deveremos ser altruístas se torna sem significado através de uma tal interpretação.

7. Muito simplesmente, então, o texto nos diz que deveremos esvaziar-nos. Deveremos negar a nós mesmos, não fazendo nada por egoísmo. Fazemos isto tomando a atitude de Jesus, o supremo exemplo de abnegação. Ele esvaziou-se. Como um servo, ele se submeteu completamente ao Pai e derramou-se na morte. Depois disso, ele foi exaltado. Se nós, também, nos humilharmos do mesmo modo, Deus promete que seremos exaltados (Tiago 4:10). Este é o ponto de toda esta passagem.

O texto ensina a divindade essencial de Jesus Cristo. Ensina que Jesus nada fez por egoísmo, e que ele é o exemplo supremo de abnegação. Ensina, ainda, uma Cristologia extremamente alta; não ensina que ele jamais fosse menos do que tinha sempre sido: Deus.

Outras considerações

É impossível sermos neutros sobre Jesus Cristo. De fato, aceitamos ou não aceitamos Jesus como o Filho de Deus. As implicações da posição que tomamos sobre Jesus alteram nossa vida. Se alguém aceita Jesus como o Filho de Deus, então precisa tomar a decisão de seguir ou não Jesus. Se alguém não aceita Jesus como o Filho de Deus, então a Bíblia é relegada como mito e fábula. Em conseqüência, esta pessoa não sentirá a necessidade de submeter-se aos ensinamentos da Bíblia. Nossa filosofia a respeito de Jesus determinará o curso da vida.

Há quem argumente que Jesus foi um bom homem, porém não foi o Filho de Deus. O problema com isto é que, se Jesus não era o Filho de Deus, então ele era um mentiroso. 

Se fosse um mentiroso, então como pode alguém argumentar que ele era um bom homem? 

Não se tem simplesmente a opção de chamar Jesus um bom homem. Teria de rejeitá-lo como uma fraude, porém não se pode ser neutro sobre ele. C. S. Lewis, um ex-agnóstico, expôs este problema com as seguintes palavras:

“Estou tentando aqui evitar que alguém diga a coisa realmente tola que pessoas freqüentemente dizem sobre ele: “Estou pronto a aceitar Jesus como um grande mestre moral, porém não aceito sua declaração de ser Deus.” Esta é a coisa que temos que não dizer. Um homem que era meramente um homem e disse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande mestre moral. Ele seria ou um lunático – no nível do homem que se diz ser um ovo frito – ou então seria o Diabo do Inferno. Temos que fazer nossa escolha. 

Ou este homem era, e é, o Filho de Deus, ou então é um louco ou algo pior. Podemos calá-lo como tolo, podemos cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou podemos cair-lhe aos pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não venhamos com qualquer tolice como ‘panos quentes’ sobre ele ser um grande mestre humano. Ele não deixou isso aberto para nós. Ele não pretendeu deixar” (55-56).

Há quem objete contra o conceito que Jesus não poderia ser tanto Deus como homem. 

Qualquer atribuição de divindade a Jesus jamais foi levianamente considerada. Tem havido sempre tensões teológicas sobre a natureza de Jesus. O problema, eu creio, é que temos dificuldade em conciliar o Cristo de dupla natureza devido às nossas próprias limitações. Eu serei o primeiro a confessar que não entendo como isto poderia acontecer de outro modo que não por meio da aceitação do poder e conhecimento de um Criador. Se permitirmos que os documentos bíblicos apóiem-se em suas próprias evidências, eles parecem sólidos e bastante confiáveis. O problema aparece quando nossa fé é desafiada a aceitar algumas coisas que não são normais, nem ocorrências de todo dia nesta era científica moderna. Eu não creio que se possa dizer honestamente que é impossível para Deus vir na carne. Tal afirmação é equivalente a jactar-se de ter todo o conhecimento. Como podemos saber que Deus não poderia fazer isto a menos que, primeiro, assumamos que Deus não existe e, em segundo lugar, que Deus não pode “interferir” com sua própria criação? Obviamente, a fé desempenha um papel maior neste assunto; mas esta não é uma fé cega, como muitos alegam. Se podemos aceitar Deus pelo número de evidências que ele mesmo deixou, então podemos aceitar o que Deus tem feito por nós. Aceitação e pleno entendimento são dois assuntos diferentes.

Alguns que aceitam a existência de Deus negam a divindade de Jesus baseados em que há um único Deus. Eles rejeitam qualquer conceito de uma “Trindade.” Eu creio que nós todos temos um entendimento básico da possibilidade de haver “uma” de alguma coisa, e contudo essa alguma coisa pode ter elementos plurais. Por exemplo, uma equipe pode consistir de cinco, nove, ou onze jogadores num campo esportivo, dependendo do esporte. 

Um único casamento consiste de duas pessoas, e uma família pode ter muitos membros. Biblicamente, o conceito é confirmado. A Bíblia diz, a respeito do casamento, que dois “se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24). Dois se tornam um, contudo permanecem personalidades distintas. Ninguém argumentaria que eles formam dois casamentos. 

Qualquer comparação deste conceito com Deus é inadequada, mas pelo menos a idéia é compreensível. Há um Deus, um estado de divindade; mas há três personalidades distintas às quais a divindade é atribuída. Isto não faz três deuses; antes, há um Deus composto de três personalidades. Tire qualquer personalidade do quadro e a unidade de Deus é destruída.

Na maioria dos casos, parece que a rejeição de Jesus como o Filho de Deus é mais em bases filosóficas do que em bases históricas. É virtualmente impossível refutar a Bíblia em bases históricas. Rejeitar sua historicidade por causa de eventos ou mensagens que ela contém em bases filosóficas não é histórico. Francamente, ultimamente não tenho visto uma rejeição de Jesus em qualquer outra base.

Conclusão

O propósito deste estudo tem sido mostrar que a Bíblia, de fato, ensina que Jesus é Deus. 

Isto tem sido demonstrado por meio de numerosas passagens bíblicas. O Velho Testamento apóia o ensinamento da divindade de Jesus, e o Novo Testamento irresistivelmente ensina que Jesus é Deus. As Escrituras também confirmam que o entendimento de si próprio por Jesus é consistente com este ensinamento. Ainda que ele não tenha promovido sua própria identidade, ele fez declarações que são equivalentes a declarações de divindade. E, mais ainda, suas obras demonstraram sua identidade, e sua aceitação de adoração mostrou seu próprio entendimento. Em última análise, a ressurreição é a testemunha mais significativa da divindade de Jesus. Ela declara poderosamente que Jesus é o Filho de Deus (Romanos 1:4).

O resto do Novo Testamento retrata Jesus como divino. Ainda que a Bíblia ensine que Jesus era um ser humano, ela ensina que ele era muito mais do que isso. Ela atribui a ele a natureza essencial e caráter de divindade. Ela não ensina que ele deixou sua divindade quando veio à terra. Antes, ela ensina que Jesus tomou a natureza essencial de servidão; seu maior ato de serviço foi a dádiva de sua vida.

A questão sobre a identidade de Jesus não terminará tão cedo. Questões recentes sobre Jesus têm renovado muito da discussão. Seja qual for a posição com que se termine, ela será aceita através de algum processo de “fé”. Isto é inevitável. A questão permanece, contudo, sobre qual “é” a mais razoável. Baseado em considerações bíblicas, históricas e outras, eu escolhi crer que Jesus foi, e ainda é, Deus. Ele nunca pode ser menos do que isso.

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Fonte: