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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Prossigamos em conhecer

01.05.2015
Do portal VERBO DA VIDA,08.04.14
Por Pr. Manoel Dias

“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Oséias 6.3)
Você já viu os surfistas em atuação? Eles passam um tempo esperando a onda ideal para que  possam subir na prancha e usufruir daquele prazer.
Existe uma onda passando em nosso meio. Eu tenho sido testemunha de alunos no Rhema e nas Escolas de Ministros e de Missões que, por direção de Deus, estão dando passos rumo ao propósito divino. Muitos param, por um ou dois anos, coisas em sua vida pessoal, juntam economias e sacrificam um tempo que dariam a outros projetos, dedicando-se a uma percepção em Deus do chamado ao ministério através do conhecimento da Palavra.
Essas pessoas não sairão no prejuízo, porque está escrito no livro de Hebreus 11.6 que Deus é galardoador daqueles que o agradam andando em fé. Você nunca buscará a Deus e sairá de mãos vazias. Sairá enriquecido, porque ninguém excede a Deus no dar.
Eu creio que nesses últimos dias haverá um “reboliço” santo na Igreja do Senhor. Quero destacar o irmão Smith Wigglesworth que declarou que antes da volta de Jesus haverá um grande avivamento da Palavra e do Espírito.
Na década de 50, a América foi marcada por um grande avivamento do Espírito. Sabemos que através do oficio do mestre chegou ao povo o esclarecimento da Palavra na década de 70 e 80, mas ainda nos anos 50 eles experimentaram um grande avivamento do Espírito em moveres de Deus e demonstrações como nunca se tinha ouvido falar.
Smith Wigglesworth declarou que antes da vinda do Senhor haveria um grande avivamento do espírito e da Palavra, não é uma tendência para um ou para outro, mas vamos experimentar os dois. Vejo que essa onda do Espírito e da Palavra está acontecendo e nós não vamos perder. Você não será pego de surpresa com os acontecimentos que estão por vir. Você tem conhecido Deus. Houve um dia em que você disse Sim para o Senhor. O Espírito lhe convenceu das verdades escritas na Palavra.
Se você já cursou o Rhema, certamente sentou em uma cadeira por dois anos e recebeu instruções da Palavra para sua vida cristã. Mas, não parou por ai. Existe um convite de Deus dizendo: “Conheçamos e prossigamos em conhecer a Deus”. Até quando? Até a sua vinda.
Em 1993  e 1994, eu estava sentado em uma cadeira no Rhema. Mas, quando terminei os dois anos, eu não parei de buscar crescer no conhecimento, buscando mais coisas em Deus. De fato, essa sede tem aumentado. Se você me perguntar quantas vezes eu já ensinei no Rhema, eu perdi a conta. Só a matéria Aliança de Sangue já ensinei mais de 55 vezes.
Se você me perguntar: “Você ainda busca crescer no conhecimento desse assunto?”. Eu lhe respondo: “Busco com toda intensidade como uma pessoa que está com fome e vê diante dela um pedaço de picanha”.
Eu entendo que nós não podemos parar no conhecer e prosseguir em conhecer a Deus. Em João, lemos o seguinte: se vocês permanecerem como meus discípulos, “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Tem muita gente querendo atalho para experimentar libertação. Mas, Jesus disse a fórmula: Permanecendo na Palavra.
*Trecho transcrito de uma ministração no Encontro Alumni em Maceió, AL
* Manoel Dias é integrante da Diretoria e da Coordenação Doutrinária do Ministério Verbo da Vida
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Fonte:http://verbodavida.org.br/ministerio/ministerio-colunistas/diretoria-manoeldias/conhecer-e-prosseguir-em-conhecer/

História das Assembleias de Deus no Brasil

01.05.2015
Do blog da ASSEMBLEIA DE DEUS - BEZERROS/PE
“Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo.

Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.

Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o evangelho e as bênçãos do avivamento pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil”.

História das Assembléias de Deus no Brasil, Emílio Conde – CPAD

No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico.

A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte. Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos cap. 2). Assim, eles foram chamados de “pentecostais”.

Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram (Atos cap. 2).

Em 19 de novembro de 1910, os jovens suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg aportaram em Belém, capital do estado do Pará, vindos dos EUA. A princípio, freqüentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia – o falar em línguas estranhas – como a evidência inicial. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos EUA (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, na Rua Azusa, Los Angeles, em 1906.

Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram ao Brasil, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As denominações evangélicas existentes na época ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente da igreja Batista de Belém a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos. 

A nova doutrina trouxe muita divergência naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembléias distintas, conforme relatam as atas das sessões, os dezenove adeptos do pentecostalismo foram desligados. Convictos e resolvidos a se organizar, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão da Fé Apostólica. Este foi o primeiro nome dado ao Movimento Pentecostal nos Estados Unidos a partir de 1901 e era também empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo da nova igreja brasileira com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, foi registrada como Assembléia de Deus, em virtude da fundação das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas, mas, outra vez, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas.

Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. As Assembléia de Deus se expandiram pelo Estado do Pará, alcançaram o Amazonas, propagaram-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, PA, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira, como veremos adiante.

A influência sueca teve forte peso no início da formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou a primeira Convenção Geral dos pastores na cidade de Natal, RN, as Assembléias de Deus no Brasil passaram a ter autonomia interna, sendo administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos EUA através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação.

Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante. Tal possibilidade se tornou ainda mais real com a divulgação entre o final de 2006 e início de 2007 por um instituto de pesquisa de que, com vinte milhões de fiéis, o Brasil é o maior país pentecostal do mundo.
O que são as Assembléias de Deus

As Assembléias de Deus são uma comunidade protestante, segundo os princípios da Reformada Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica. 

Cremos que qualquer pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembléia de Deus se identifica com eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal (Hebreus 4.14-16; 6.20; Efésios 2.18).

As Assembléias de Deus são uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande Comissão.

A doutrina que distingue as Assembléias de Deus de outras igrejas diz respeito ao batismo no Espírito Santo. As Assembléias de Deus crêem que o batismo no Espírito Santo concede aos crentes vários benefícios como estão registrados no Novo Testamento. Estes incluem poder para testemunhar e servir aos outros; uma dedicação à obra de Deus; um amor mais intenso por Cristo, sua Palavra, e pelos perdidos; e o recebimento de dons espirituais (Atos 1.4,8; 8.15-17).

As Assembléias de Deus crêem que quando o Espírito Santo é derramado, ele enche o crente e fala em línguas estranhas como aconteceu com os 120 crentes no Cenáculo, no Dia de Pentecoste. Embora esta convicção pentecostal seja distintiva, as Assembléias de Deus não a têm como mais importante do que as outras doutrinas (Atos 2.4).

O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais e a bendita esperança na segunda vinda do Senhor Jesus. Consciente de sua missão, as Assembléias de Deus não prevalecem do fato de ter, segundo dados do IBGE (Censo 2000), mais de oito milhões de membros. Apesar de sua força e penetração social, optou por agir profética e sacerdotalmente. Se por um lado, protesta contra as iniqüidades sociais, por outro, não pode descuidar de suas responsabilidades intercessórias.

Sua estrutura Administrativa

As Assembléias de Deus estão organizadas em forma de árvore, onde cada Ministério é constituído pela Igreja-Sede com suas respectivas igrejas filiadas, congregações e pontos de pregação.

As igrejas Assembléias de Deus atuam em cada lugar sem estarem ligadas administrativamente à uma instituição nacional. A ligação nacional entre as igrejas é feita através dos seus pastores que são filiados a convenções estaduais que, por sua vez, se vinculam a uma Convenção de caráter nacional.

Em cada estado os pastores estão ligados a convenções regionais e a ministérios. Essas convenções, em geral, credenciam evangelistas e pastores, cuidam de assuntos da liderança e de direção das igrejas. Essas convenções operam um tipo de liderança regional entre a igreja local e a Convenção Geral.

A Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB) é dirigida por uma Mesa Diretora, eleita a cada dois anos numa Assembléia Geral. Para várias áreas de atividades das Assembléias de Deus a CGADB tem um conselho ou uma comissão. Desta forma, existem o Conselho Administrativo da Casa Publicadora (CPAD), o Conselho de Educação e Cultura Religiosa, o Conselho de Doutrinas, o Conselho Fiscal, o Conselho de Missões, a Secretaria Nacional de Missões (SENAMI), a Escola de Missões das Assembléias de Deus (EMAD) e a Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (FAECAD).

A CGADB possui sede no Rio de Janeiro e pode ser considerada o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à Igreja, e a quem pertence a patente do nome no país.

As Assembléias de Deus brasileira tem passado por várias cisões que deram origem a diversas convenções e ministérios, com administração autônoma, em várias regiões do país. O mais expressivo dos ministérios é o Ministério de Madureira, cuja igreja já existia desde os idos da década de 1930, fundada pelo pastor Paulo Leivas Macalão e que, em 1958, serviu de base para a estruturação nacional do Ministério por ele presidido, até a sua morte, no final de 1982. Ela deu origem à seguinte entidade:

Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil – Ministério de Madureira

À medida que os anos se passavam, os pastores do Ministério de Madureira (assim conhecido por ter sua sede no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro), sob a liderança do pastor (hoje bispo) Manoel Ferreira, se distanciavam das normas eclesiásticas da CGADB, segundo a liderança da época, que, por isso mesmo, realizou uma Assembléia Geral Extraordinária em Salvador, BA, em setembro de 1989, onde esses pastores foram suspensos até que aceitassem as decisões aprovadas. Por não concordarem com as exigências que lhes eram feitas, se organizaram numa nova entidade, hoje com cerca de 2 milhões de membros, no Brasil e exterior. Dessa forma surgiu a Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil – Ministério de Madureira – CONAMAD, fundada em 1988.

Outros ramos


Há, ainda, vários ministérios e um grande número de igrejas independentes que usam a nomenclatura Assembléia de Deus, em diversas regiões do país, que atuam sem vinculação com a CGADB ou com a CONAMAD.

O Compromisso com a Proclamação da Palavra de Deus


Sendo uma comunidade de fé, serviço e adoração, as Assembléias de Deus não podem furtar-se às suas obrigações – proclamar o evangelho de Cristo e promover espiritual, moral e socialmente o povo de Deus. Somente assim, estaremos nos firmando, definitivamente, como agência do Reino de Deus.

As Assembléias de Deus não são a única igreja. Deus está usando muitos outros para alcançar o mundo para Ele. Nos cenários brasileiro e mundial somos uma das muitas denominações comprometidas em conduzir crianças, adolescentes, jovens e adultos a Cristo.

Nossa oração nas Assembléias de Deus é que sejamos usados por Deus para ajudar os perdidos e propiciar um ambiente onde o Espírito Santo possa realizar sua obra especial na vida dos que crêem.

Para mais informações, visite o site da CGADB: http://www.cgadb.com.br

Fonte: CPAD, Wikipedia e Dicionário do Movimento Pentecostal
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Fonte:https://adbezerrospe.wordpress.com/2013/08/16/100-anos-das-assembleias-de-deus-no-brasil/

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Aprendendo a sofrer como cristão

15.02.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 23.01.15


A disposição ao sofrimento não é só para missionários e os que vivem em campos difíceis, a Bíblia mostra que é uma marca de todo o sincero seguidor de Jesus.

Pedro ensina que o sofrimento deve ser esperado como reação ao testemunho cristão, e que isso não deveria causar medo ou autopiedade, mas alegria, por causa de sua identificação com Cristo e porque esse sofrimento é controlado quanto ao tempo e à extensão. (1 Pedro 4.12-19)

Cristãos não devem ficar surpresos diante de ardentes tribulações. Pedro usa várias palavras com a mesma raiz: “xenizeste” não fiquem surpresos ou chocados pela estranheza de alguma coisa, do verbo “xenizô” – passivo, ficar chocado. Ele também usa “xenos” – uma coisa surpreendente, uma coisa estranha.

Pedro declarou nosso privilégio e a vitória de Cristo sobre os poderes das trevas e da morte. Por que então ainda deveríamos sofrer? Se compreendermos por que o sofrimento vem, não apenas vamos aceitá-lo, mas nos alegrar no mesmo. Jesus sofreu por nós, agora nós participamos dos seus sofrimentos, e um dia vamos compartilhar da sua glória. Porque ele sofreu por nós, podemos nos alegrar quando somos considerados dignos de sofrer por ele. A realidade do nosso sofrimento por Jesus é a garantia de que pertencemos a ele. Isso nos traz força e esperança. Quando os crentes sofrem como cristãos, Deus é glorificado. E exalamos o perfume de Cristo que atrai outros ao Senhor.

A experiência do isolamento cultural e da hostilidade não é o que estes cristãos esperavam como bênçãos de Deus. Pedro mostra que a perseguição está de acordo com as predições de Jesus (Mt 10:34; Mc 13:9-13; Jo 15:18-20). Eles, e os fiéis seguidores de Jesus hoje, sofrem o mesmo tipo de reações que Cristo recebeu. Podemos entender o nosso sofrimento como identificação com o sofrimento de Cristo, que nos levará a participar de sua glória. Assim podemos nos alegrar pela evidência de pertencermos a ele. A perseguição é sinal de sermos abençoadores abençoados (Mt 5:11-12).

Se formos insultados por causa do nome de Cristo, e rejeitados pela sociedade por causa do nosso estilo de vida cristão e por causa de nossa confissão cristã, somos abençoados porque o Espírito repousa sobre nós. Jesus prometeu o Espírito, num contexto de perseguições e tribulações. Aqueles que sofrem por Cristo, através do Espírito já experimentam a glória prometida para o futuro.

Deus não é visto como quem causa o sofrimento. O sofrimento é causado pelo mundo influenciado pelo diabo e por pessoas más. Mas Deus o permite e transforma para o nosso benefício. Mostra que os que sofrem por sua fé tem um grande motivo para se alegrar. Os cristãos compartilham dos sofrimentos injustos de Cristo. Esse destino comum nos leva a sofrer e traz a garantia de compartilharmos da sua glória. Os verbos no v.14 estão no tempo presente, e falam de uma expe-riência contínua (Se pelo nome de Cristo sois injuriados, bem-aventurados sois). 

Só os que sofrem como cristãos são abençoados, não os que sofrem por agirem mal. Se sofremos por causa do nosso testemunho cristão, ou porque defendemos a justiça, não há motivo para ficarmos envergonhados. Deveríamos nos lembrar das palavras de Jesus a Pedro em João 21:13 (Deus seria glorificado através do sofrimento dele). Não devemos nos envergonhar de ser condenados por juízes corruptos, podemos manter as cabeças erguidas e dar glória a Deus. Nossa disposição ao sofrimento e o fato de que nosso compromisso com Cristo é a única acusação, traz honra a Deus.

Cristãos que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar nele. Pedro se refere ao sofrimento como resultado de uma escolha para viver de acordo com Sua vontade. Deveríamos nos entregar tão inteiramente, quanto Cristo fez no Getsêmane. Deveríamos ver o sofrimento como meio de graça, para nos moldar de acordo com a imagem de Cristo. 

Missão no Terceiro Milênio implica em disposição a pagar o preço, não procurando o sofrimento, nem fugindo do mesmo. E esse custo não é apenas para os enviados, eles só poderão pagá-lo se houver um apoio compreensivo de suas igrejas. Que Deus nos ajude como igreja brasileira a sermos canais de suas bênçãos para os lugares mais áridos da terra, trabalhando e orando pelos nossos missionários, sempre antenados com a dor e sofrimento que há no mundo.

• Antonia Leonora van der Meer, a Tonica, é missionária e professor experiente de missiologia. Trabalhou durante 10 anos em Angola. É autora de Eu, um missionário?Missionários Feridos e O Estudo Bíblico Indutivo.

Leia também



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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/aprendendo-a-sofrer-como-cristao

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Teologia Bíblica e Exposição Evangelística

09.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 03.02.15
Teologia

Pode a pregação expositiva ser consistentemente evangelística?

TeologiaBiblia-5FormasDePregar
Às vezes, os pregadores evitam expor os livros da Bíblia por suspeitarem de que tal abordagem é boa para ensinar teologia a cristãos maduros, mas ruim para ajudar descrentes a compreenderem o evangelho.

Essa preocupação aumenta quando os pastores pensam em pregar um livro do Antigo Testamento. Como um estudo da vida de Abraão ou uma série sobre Agar pode tornar claro o evangelho, domingo após domingo? Nós simplesmente mencionamos um resumo do evangelho ao final do sermão? “Aos nossos amigos não cristãos que estão aqui hoje, eu gostaria de concluir esta mensagem sobre a circuncisão de Abraão dizendo-lhes como vocês podem receber o dom gratuito da vida eterna”. Algo como um apelo evangelístico.

Há outra maneira, mais orgânica, de proclamar fielmente o evangelho domingo após domingo, até mesmo no Antigo Testamento: empregando a teologia bíblica.

A grande história

O que é teologia bíblica? Podemos defini-la como o estudo do enredo geral da Bíblia. Juntos, os 66 livros da Bíblia contam uma única narrativa sobre a missão de Deus de salvar um povo e estabelecer um reino para a sua glória, por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo. O Antigo Testamento monta o palco e nos conduz a Jesus. Os evangelhos revelam sua pessoa e obra. O restante do Novo Testamento descortina as implicações da morte e da ressurreição de Jesus até o fim, até Deus realizar plenamente a sua missão. Quanto mais compreendemos essa trama abrangente, mais somos capazes de ver como o texto da nossa pregação se relaciona com o evangelho.

Pregar uma passagem da Escritura cônscio da teologia bíblica é como ter uma “visão de jogo” no basquete. Bons jogadores de basquete não se concentram apenas em arremessar a bola à cesta. Eles estão atentos à posição de seus companheiros de time e dos oponentes na quadra, assim como ao fluxo do jogo. Semelhantemente, uma boa exposição não apenas provê um comentário sequenciado dos versículos lidos. Ela também tem uma “visão de jogo” do que se passa antes e depois do texto e de como tudo isso se relaciona com a progressão geral da grande história de Deus.

Teologia bíblica em ação

Vejamos algumas estratégias de teologia bíblica que podemos utilizar para relacionar a nossa passagem particular à história principal da Bíblia, a história do evangelho. Você pode pensar nessas estratégias como possíveis caminhos que nos levam do nosso texto ao evangelho, como as rotas alternativas que, num aplicativo de mapas de celular, nos guiam de nossa posição atual ao destino desejado.

1. Promessa e cumprimento

Comecemos com a rota mais simples e direta para o evangelho. Na estratégia de promessa e cumprimento, o texto que você está estudando contém uma profecia ou promessa que é explicitamente cumprida em algum aspecto do evangelho. Promessa e cumprimento são os frutos mais baixos da teologia bíblica: fáceis de ver e de pegar.

Então, se você está pregando na profecia de Miquéias acerca de um senhor que sairia de Belém (Miquéias 5.2), você pode facilmente convidar a congregação a voltar-se para Mateus 2.6 para ver como isso se cumpre no nascimento de Jesus. Ou, se decidir expor a vida de Abraão, você deve em algum ponto conectar as promessas de Deus de abençoar a descendência ou “semente” de Abraão (Gênesis 12.7; 13.15; 17.8; 24.7) ao seu cumprimento em Jesus (Gálatas 3.16).

Além de nos prover caminhos óbvios para chegarmos ao evangelho, a estratégia de promessa e cumprimento também nos mostra como os autores do Novo Testamento interpretaram o Antigo Testamento à luz do evangelho. Quanto mais aprendemos a ler a Bíblia pelas lentes interpretativas dos apóstolos, melhor conseguiremos chegar ao evangelho a partir de outros textos, até mesmo aqueles que não têm um cumprimento explícito em Jesus.

2. Tipologia

A tipologia é semelhante à promessa e cumprimento, exceto porque, em vez de uma profecia verbal sendo cumprida em Jesus, nós vemos eventos, instituições ou pessoas que preanunciam Jesus e o evangelho. Você pode pensar na tipologia como uma profecia não verbal.

Pense no templo de Jerusalém, por exemplo. Ele desempenhava um papel central no Antigo Testamento como o lugar da presença de Deus, como salvador e rei, entre o seu povo. Mas ele, em última instância, apontava para Jesus. Jesus chocou as multidões quando se levantou no templo e disse: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei” (João 2.19). Elas pensaram que ele se falava da construção literal, mas ele “se referia ao santuário do seu corpo” (v. 21). Assim como o templo, Jesus era, e é, a presença física de Deus no meio do seu povo para salvar e reinar. É também por isso que os apóstolos repetidamente identificavam a igreja, aqueles que estão em Cristo, com o templo do Espírito (p. ex., 1Coríntios 3.16-17; Efésios 2.19-22; 1Pedro 2.5).

Sob essa ótica, suponhamos que você esteja expondo o Salmo 122, que comunica a alegria de subir ao templo de Deus em Jerusalém: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR” (v. 1). Você pode empregar a tipologia do templo para ajudar as pessoas, até mesmo os desigrejados, a verem a alegria de achegar-se a Jesus pela fé.

O Novo Testamento está repleto de tais tipos de Jesus e de sua obra. Os apóstolos viam Jesus como o último Adão, o verdadeiro cordeiro pascal, o novo Moisés, o sacrifício expiatório definitivo, o grande sumo sacerdote, o rei ungido (messias) da linhagem de Davi, o verdadeiro Israel, e muito mais. Essas rotas seguras podem conduzi-lo fielmente de muitos lugares da Escritura para Jesus e sua obra salvadora.

3. Temas

Estou usando a palavra “temas” para descrever motivos ou imagens recorrentes no enredo bíblico que não apontam diretamente para Jesus do modo como a tipologia faz. Contudo, esses temas ou motivos estão inteiramente conectados ao evangelho e podem nos ajudar a situar o nosso texto no descortinar da história bíblica.

Um tema bíblico clássico é a criação. A Bíblica começa com “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Deus trouxe ordem ao caos, criou Adão e Eva à sua imagem e ordenou que eles governassem a criação e a enchessem com sua descendência, tudo para a glória de Deus. Tragicamente, Adão e Eva falharam em seu chamado e se rebelaram contra Deus.

Mas Deus tinha um plano para redimir a sua criação. Ao longo do Antigo Testamento nós vemos repetidas “recriações”, eventos nos quais Deus graciosamente começa de novo com o seu povo, sendo que esses novos começos são descritos com imagens e com a linguagem da criação. Essas recriações incluem a história de Noé e sua família após o dilúvio, a saída de Israel do Egito e sua entrada na terra prometida, o estabelecimento de um reino edênico por Salomão, até mesmo o retorno dos israelitas do cativeiro babilônico. 

Contudo, em todas essas situações, o recomeço falhou. A humanidade se rebelou. Adão fracassou de novo e de novo. Será que alguma dessas releituras de Adão porventura seria bem sucedida?

Sim. O último Adão, Jesus Cristo, realizou perfeitamente a vontade do Pai. A ressurreição de Jesus e a salvação de seu povo inauguraram a verdadeira nova criação. E ela continua a crescer hoje. Jesus enviou o seu povo redimido para subjugar a terra e enchê-la de filhos e filhas de Deus por meio da pregação do evangelho. E, algum dia, esse trabalho culminará em novos céus e nova terra, muito mais sublimes e gloriosos do que os originais.

Você percebe como ser capaz de traçar o motivo da criação nos fornece uma moldura para, organicamente, mover de muitos textos para o ponto chave da nova criação, a morte e a ressurreição de Jesus?

Há muitas outras linhas temáticas que se entrelaçam no enredo bíblico, tais como as alianças, o êxodo, o dia do Senhor e o reino de Deus.

4. Ensino ético

Mas e se você estiver tentando pregar em Provérbios ou nos Dez Mandamentos? E se você estiver de fato louco e tentar fazer evangelismo expositivo a partir de Levítico? Parece que esse tipo de passagem é melhor para ensinar o que o cristão maduro deve ou não fazer, em vez de mostrar às pessoas não salvas o que Jesus já fez, de modo que elas possam tornar-se cristãs.

Novamente, a teologia bíblica mapeia um caminho da lei para o evangelho. Nós podemos ler mandamentos morais específicos no fluxo do enredo bíblico de, pelo menos, três modos distintos. Primeiro, as leis e a ética bíblica nos conduzem a Jesus ao nos mostrarem nosso pecado e nossa necessidade de um salvador. Como se costuma dizer, os mandamentos de Deus funcionam como um espelho que nos confronta com a nossa deformidade moral. Quando lemos a história crônica do colapso moral de Israel, nós vemos a história da humanidade e a nossa própria história. “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20).

Segundo, os mandamentos morais da Bíblia nos apontam para Jesus, como o único que os guardou perfeitamente. Ele não veio para destruir a lei de Deus, mas para cumpri-la em cada aspecto (Mateus 5.17). Todos os demais filhos de Deus (Adão, Israel, os reis de Israel) foram pródigos; apenas Jesus agradou o Pai. E, assim, os mandamentos éticos da Bíblia revelam, em última instância, o caráter do próprio Jesus.

Terceiro, pela dependência do poder da ressurreição de Jesus e do seu Espírito em nós, agora podemos guardar a lei de Deus como filhos e filhas obedientes. Jesus nos libertou do poder do pecado, “a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8.4).

Então, imagine que você esteja pregando Provérbios 11.17: “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere”. Ao seguir os contornos da teologia bíblica, você não irá meramente proferir uma mensagem de trinta minutos sobre como tornar-se mais bondoso. Você também poderá mostrar como nós fracassamos em exercitar a bondade e como somos excelentes em ser cruéis, de maneiras muito sutis. Você mostrará às pessoas como Jesus encarnou a bondade, especialmente ao dar a sua vida pelos pecadores. E, finalmente, você conectará essa bondosa graça de Jesus a nós mesmos, como o combustível para a nossa própria transformação por meio do Espírito Santo.

5. Solucionando enigmas

Quando começamos a perceber o fluxo da teologia bíblica, também vemos como o evangelho soluciona, com freqüência, enigmas do Antigo Testamento. Como Deus poderia cumprir suas promessas a Davi, uma vez que Judá fora enviado ao exílio e não havia rei em Jerusalém? Se os sacrifícios do templo removiam o pecado, então por que Deus julgava Israel? O Antigo Testamento fala com freqüência sobre as bênçãos de Deus sobre o justo e o julgamento sobre os ímpios. Então por que nós vemos ocorrer o contrário?

Nós poderíamos dizer mais aqui, mas por ora é suficiente dizer que, quando você encontrar uma charada bíblica, considere como o evangelho de Jesus pode resolver o mistério. Como um grande romance, o Antigo Testamento constrói pontos de tensão na trama que o herói, Jesus, vem resolver.

“Vocês estão aqui”

Quando usamos a teologia bíblica para praticar esse tipo de exposição cônscia do evangelho, algo empolgante acontece com os descrentes. Não apenas eles são confrontados por seus pecados, introduzidos a Jesus e chamados ao arrependimento e à fé semana após semana. Eles também começam a situar a si mesmos no fluxo histórico da obra de Deus. O evangelho não é simplesmente uma metáfora ou uma idéia que eles estão livres para usar ou descartar se isso “funcionar” para eles. Em vez disso, a história de Jesus é uma força histórica arraigada no passado, que continua no presente e dominará a eternidade. O Deus que agiu no mundo bíblico está agindo no mundo deles também, porque é o mesmo mundo, a mesma história, a mesma narrativa.

*Jeramie Rinne é escritor e o pastor principal da South Shore Baptist Church em Hingham, Massachusetts, EUA.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/772/Teologia_Biblica_e_Exposicao_Evangelistica

sábado, 24 de janeiro de 2015

Quem deve evangelizar?

25.01.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito

Por conta de indisciplina na escola, uma criança de apenas cinco anos de idade foi algemada e retirada da sala de aula por três policiais nos Estados Unidos.

A direção da escola disse que só chamou a polícia porque os pais da aluna se negaram em controlar a garota que quase destruiu toda a escola. Os pais, por outro lado, se defenderam dizendo que, já que a garota passa boa parte do tempo na escola, a disciplina de sua filha é uma responsabilidade dos professores.

Diante das justificativas dos pais e da direção da escola, percebemos claramente que o problema não é a indisciplina da criança em si, mas a falta de responsabilidade dos adultos que simplesmente transferiram as suas atribuições ao acaso.

Essa é uma realidade vivida até em nossas igrejas hoje. Muitos cristãos, por exemplo, não se consideram responsáveis pelo anuncio das boas novas. Para esses, o ato de evangelizar é tarefa exclusiva de pessoas formadas em seminários. Vários pastores ou missiólogos, por sua vez, dizem que ovelhas é que devem gerar ovelhas. Ou seja, ninguém assume a responsabilidade de evangelizar.

A consequência é que nesse jogo de empurra, onde as pessoas transferem as responsabilidades sobre a tarefa de evangelizar, muitos pecadores continuam a viver sem ouvir falar de Cristo.

O pior é que várias pessoas até ouvem, mas pela boca de charlatões que aproveitam, da apatia dos verdadeiros evangelistas, para tirar proveito da situação. Alguns, por exemplo, estão todos os dia na TV realizando uma lavagem cerebral a fim de arrancar o máximo de dinheiro possível com o pretexto de estarem evangelizando.

Nessa mensagem quero mostrar, por meio do texto de 2 Coríntios 4.1-6, que a evangelização é uma responsabilidade que não pode ser transferida, mas sim compartilhada entre Deus e todos os salvos em Jesus Cristo.

O papel do cristão na evangelização (vs. 1; 2)

Paulo é considerado um grande evangelista escolhido pessoalmente por Cristo, mas um pregador que não se achava melhor do que os outros. Pelo contrário, no verso de número um, ele deixa claro que ele e seus companheiros evangelistas foram escolhidos não por mérito, mas pela misericórdia de Deus.

Ele tinha a plena conciência de que nós, como pecadores, merecíamos uma só coisa, a morte eterna. Porém Deus foi misericordioso conosco ao sacrificar Jesus na cruz para que fossemos libertos dessa condenação.

A questão é que mesmo perdoados, não vamos direto para o paraíso, pois somos salvos do mundo para voltarmos ao mundo como pregadores das boas novas. Somos nós os portadores da notícia de que Cristo morreu na cruz para resgatar da perdição eterna os que aqui vivem sem esperança.

Sobre isso, Dick Hills disse com propriedade: “Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem Cristo é um campo missionário”.

Assim entendemos que o evangelista não é apenas aquela pessoa que prega nas ruas ou deixa a sua terra natal para anunciar o evangelho em terras mais distantes. Pelo contrário, todo cristão é um evangelista justamente onde está. O estudante na sala de aula, o comerciante em sua empresa, o médico no hospital e a faxineira no local onde trabalha.

Mas por que muitos, ainda que sabendo que todos nós, crentes em Jesus Cristo, precisamos pregar o evangelho, não anunciam as boas novas?

Nos parece que a resposta é o desanimo, pois era justamente esse o sentimento existente na igreja de Corrinto. Paulo mesmo diz no verso um para que os cristãos não se sentissem desanimados.

O evangelista jamais pode se esquecer que as pessoas estão indo para o inferno, pois se assim pensam, se motivam a pregar.

O arauto, ou seja, o mensageiro do Rei entregava a mensagem com muita motivação. Realizava o anúncio ao povo ainda que sabendo que muitos poderiam se revoltar com a notícia ao ponto de matá-lo. Na Idade Média, por exemplo, os arautos faziam as publicações solenes como as declarações de guera. Por conta disso, nem sempre voltavam vivos. Mas ainda assim falavam com muita coragem.

O verbo “pregar” encontrado no  Novo Testamento é uma derivação da palavra “arauto”. Ou seja, os cristãos são como arautos de Cristo. Pessoas que não temem as consequências que podem vir sobre elas por pregarem, pois a motivação de salvar as pessoas é maior do que o medo. Além disso, não estão sozinhos, pois Deus tem o seu papel na evangelização também. 

O papel de Deus na evangelização (vs. 2-5)

O verso de número 4 nos informa que todos nós eramos como cegos espirituais aqui nesse mundo. Pessoas que não viam a verdade do evangelho porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos”. Satanás é quem impede as pessoas de verem “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”.

O diabo cega as pessoas mostrando para elas somente aquilo que as afasta de Deus. Faz com que as pessoas busquem popularidade, família, relacionamento, aquisições materiais entre uma infinidade de outras coisas que não podem salvá-las.

O resultado é que, ainda muitos já tenham ouvido falar sobre Cristo, vários ignoram o seu real valor. Dizem que Jesus foi um homem bom, um grande professor, um curandeiro ou um profeta. Mas não o consideram como o Filho de Deus, aquele que veio salvar.

Até mesmo dentro da igreja existem pessoas que não sabem quem Cristo é de verdade, ainda que já tenha ouvido falar sobre ele várias vezes.

Certa vez, numa campanha evangelística o pregador parou a palestra e pediu que cada pessoa falasse de seu testemunho para a pessoa de seu lado. Um menino virou para o senhor ao seu lado e perguntou: “Senhor, você conhece Jesus como seu Salvador?”. Um pouco indignado o homem olhou para o menino e disse: “Meu filho, eu sou diácono da igreja”. Com inocência, o menino respondeu: “Mas, senhor, isso não importa. Deus pode salvar qualquer um.”

Esse garotinho sabe que as pessoas podem ter um cargo, serem batizadas, se casarem e terem seus funerais na igreja, mas que ainda assim, se não reconhecerem que Cristo é o salvador, viverão eternamente no inferno.

Isso acontece porque a conversão é uma ação que não dependerá só do nosso anúncio do evangelho. É algo miraculoso por depender do poder sobrenatural de Cristo que abre a visão espiritual do cego pecador. Deus possibilita, pelo Seu Espírito Santo, que uma pessoa veja os seus pecados e venha a se arrepender.

Foi assim já na criação do mundo quando Deus disse “Haja luz”, um claro ato milagroso em Gênesis 1.3. O mesmo Deus, que trouxe luz ao mundo na criação, ilumina hoje o olhos dos pecadores, capacitando-os a ver que Jesus é Deus.

Quando Paulo estava no caminho para Damasco, ele perguntou: “Quem és tu, Senhor”, e lhe foi respondido: “Eu sou Jesus” (Atos 9.5). Foi justamente neste momento que Paulo teve os seus olhos espirituais abertos e a possibilidade de reconhecer quem, na verdade, é Jesus.

Pessoas não se tornam cristãos porque falamos, mas porque Deus fala com elas por meio de nossas palavras. Sem o auxílio do Espírito Santo, aquele que ilumina a mente do pecador, nossas palavras não passarão de ruídos sem significado.

Tanto nós, crentes em Jesus Cristo, quanto o Espírito Santo temos papeis importantes na evangelização. Pregamos o evangelho e Deus confirma que o que dizemos é a verdade.

Conclusão 

O anúncio da mensagem do evangelho nunca foi algo tão necessário. Vivemos em uma período da história, por exemplo, onde ataques promovidos pelas redes terroristas precisam ser paradas a fim de se evitar mais mortes pelo mundo afora. Qual seria a melhor forma para que isso acontecesse? As estratégias mais comuns de contra ataque é a descriminação, a satirização, a “apatização” e a evangelização. Qual dessas é capaz de transformar um indivíduo?

Paulo responde: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos 1:16). Nesse verso Paulo utilizou a palavra poder que no grego é “dynamis”, raiz da palavra dinamite.

Espero que todos nós venhamos a entender, de uma vez por todas, que Deus quer nos utilizar para contra atacar o pecado confiando a nós a dinamite do evangelho que é poderosa para destruir o pecado e salvar vidas inocentes.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/quem-deve-evangelizar/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

E Deus ouviu suas orações

08.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 04.12.14
Por Cácio Silva*


Era 1975, tempo em que as missões evangélicas ainda gozavam de prestígio junto ao governo brasileiro. A convite do governo, um casal de missionários linguistas norte-americanos veio ao Brasil para atuar com um pequeno e esquecido povo indígena da Floresta Amazônica. Ainda com um parco conhecimento da língua portuguesa, embrearam-se pelo interior do Amazonas até um pequeno vilarejo indígena nas fronteiras com a Colômbia. Souberam que, não muito longe dali, distante “apenas” dois dias de canoa, havia uma aldeia do seu povo alvo. 

No vilarejo tiveram contato com um indígena daquela aldeia e então empreenderam a primeira viagem, planejando passarem alguns meses com o povo. Descendo um rio e subindo outro, depois dos “apenas” dois dias de viagem, chegaram finalmente à aldeia, mas foram recebidos unicamente pelo indígena do primeiro contato. Tentaram ficar e esperar os demais retornarem das roças, quando perceberam que, na verdade, todos estavam por ali, mas escondidos. Imaginaram que poderia ser timidez do povo, mas logo perceberam que era hostilidade e o indígena do contato esclareceu que a aldeia não queria recebê-los.

Confusos e desapontados, retornaram para o vilarejo depois daqueles poucos minutos na aldeia. Posteriormente ficariam sabendo a verdadeira razão de terem sido rejeitados. Alguém havia lhes amedrontado, dizendo que os “brancos” iriam dar presentes, depois lhes dariam injeções e quando estivessem gordos os comeriam!

Apenas na terceira viagem é que finalmente conseguiram estabelecer contato com o povo, sendo alegremente recebidos.

Os próprios indígenas fizeram uma “casa” para os missionários, coberta de palha e fechada com varas, bem ao estilo local. O casal passou ali cerca de quatro meses, sendo os primeiros a coletarem dados linguísticos daquela complexa língua e a fazerem os primeiros apontamentos culturais. Como sua autorização para atuarem ali era de apenas um ano, findo o período voltaram à cidade para a renovarem. Qual foi sua surpresa quando, apesar de inicialmente convidados pelo governo, tiveram a renovação recusada! Iniciava-se um angustiante período de expectativas de retorno, mas sonhos frustrados. Apesar das diferentes e insistentes tentativas, não conseguiram nova autorização e então passaram a orar ao Senhor por novo abrir de portas.

Coincidência ou não, do outro lado do Brasil, numa esquecida fazenda do interior de Minas Gerais, dona Maria, uma simples e iletrada lavradora braçal, descendente de indígenas, esposa de um vaqueiro, sertanejo da Bahia, dava à luz um menino, irmão caçula de onze. Ao levar seu filho para a consagração, acabou discutindo com o vigário quando este mencionou que os pais não conheciam a Bíblia. Resultado do desentendimento, levou a Bíblia do altar emprestada para casa e como nunca havia frequentado uma escola, pôs suas filhas adolescentes para ler. Impaciente com a pouca disposição das filhas, resolveu que ela mesma aprenderia a ler. Alfabetizou-se lendo as Escrituras, passou a compreender razoavelmente o texto e se revoltou ao ler sobre imagens de escultura em Êxodo 20. Queria saber mais, mas não havia nenhuma igreja evangélica naquela região.

O único testemunho não católico que encontrou foi o de duas viúvas adventistas num povoado não muito distante dali. E elas colocaram lenha na fogueira ao lhe mostrar o Salmo 115. Indignada, dona Maria rompeu com o catolicismo. Alguns meses depois, passou pela região um evangelista nacional, fruto do trabalho de uma missão inglesa. Encontrou dona Maria já convertida, crente no Senhor Jesus. Esse encontro resultou na conversão de várias outras famílias e no plantio de uma pequena igreja.

Enquanto isso, aqueles missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo perdido da Amazônia. Em meio ao processo de discipulado, Dona Maria leu a história de Ana, que consagrou Samuel ao Senhor. Foi impactada pela narrativa e quis fazer a mesma coisa. Tomou seu filho, agora com pouco mais de três anos, entrou no quarto e o entregou ao Senhor: “Os outros já são grandes e não tenho domínio sobre eles, mas este quero entregar para a sua obra, Senhor”.

Aquele menino cresceu ouvindo essa história. Aos dezesseis anos, o Senhor lhe trouxe convicção confirmando seu chamado. Ele entendeu que deveria ser missionário. No momento certo ingressou num seminário teológico, desejoso de ir para a África. Não sabia ele que os missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo da Amazônia. No seminário, o jovem vocacionado conheceu uma linda jovem, também vocacionada, por quem se enamorou e com quem se casou. Juntos seguiram se preparando para a África por vários anos. Seminário concluído, formação missiológica também, procuraram uma boa agência missionária com projetos na África. Ao final do processo de filiação receberam a notícia de que as portas para onde iam haviam se fechado para estrangeiros devido a conflitos políticos. Imagine para onde foram redirecionados?! Sim, para a Amazônia brasileira! Exatamente para aquele povo indígena pelo o qual os missionários norte-americanos oravam há trinta anos!

Na verdade, em 1986, o Senhor já havia levantado duas jovens e bravas missionárias brasileiras para aquele povo. Mas, ao chegarem àquela aldeia onde os norte-americanos tinham estado dez anos atrás, se depararam com uma onda de garimpeiros explorando o subsolo nas proximidades. O clima era tenso e hostil. Por isso, elas tiveram de ir para uma aldeia bem distante dali, em outra região.

Mas os missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo do seu coração. Assim, em 2006, o menino de Minas Gerais e sua jovem esposa finalmente chegam para atuar na mesma área em que os missionários estiveram em 1975. O casal faz amizade com aquele indígena que, na época jovem agora ancião, havia recebido os missionários e ensinado a eles as primeiras palavras. 

Aquele casal norte-americano, hoje de volta ao seu país, são Daniel e Cheryl Jore. Aquele povo indígena chama-se Yuhupdeh. E aquele menino sou eu. Essa é a minha história. 

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Minha esposa e eu fomos para o Amazonas porque os planos do Senhor não podem ser frustrados. Ele não desiste do seu eterno propósito de se fazer conhecido a todos os povos da terra e Ele ouve as orações dos seus. Há oito anos estamos no Amazonas, atuando entre os Yuhupdeh e transitando pelo universo indígena. Temos presenciado o Senhor fazer coisas lindas, tido notícias de incontestáveis manifestações da graça de Deus e vivido o privilégio de servir ao Cordeiro onde pouco ou nada se ouviu sobre Ele. Eu tinha tudo para ser vaqueiro, seguindo a tradição da família, mas o Senhor me deu outros rebanhos. 

Isso me trás sempre à mente que o chamado ministerial não se baseia na capacidade humana, mas, sim, na graça do Deus que chama. Faz-me lembrar “que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.26-29). Por isso temos um “tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7), pois “a minha graça te basta... o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9). 

Essa verdade é desafiadora e libertadora, pois aqueles que se julgam capazes não podem se vangloriar e os que se acham incapazes não podem se escusar. Resta a cada um entender seu chamado e obedecer àquele que nos chama.

E, sim, me faz lembrar também que Deus responde orações!


*• Cácio Silva é pastor presbiteriano e missionário da APMT (Associação Presbiterianas de Missões Transculturais) e da Missão WEC entre indígenas da Amazônia.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/e-deus-ouviu-suas-oracoes