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quarta-feira, 15 de julho de 2015

O que temos em comum?

15.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 01.07.15
Por João Leonel

O que uma viúva, um cego, um paralítico, uma prostituta e um morto têm em comum? Jesus, você dirá. Não. Não é isso. O que os une, em suas muitas diferenças, na complexidade de cada um deles, nos variados contextos existenciais em que estão inseridos é a dor, o sofrimento, a angústia. Deles e daqueles que com eles convivem.

A dor, e o consequente sofrimento, são linguagens universais. Pessoas que as carregam se identificam com um olhar, sem necessidade de palavras. São realidades que dispensam explicações, e diante das quais nossa pergunta desajeitada “Como você está?” na maioria das vezes cai no vazio de um olhar que nos atravessa.

Na história da humanidade a dor e a morte impressionam mais do que a vida. Talvez, em uma contraditória complexidade, é necessário sofrer para que a vida seja reconhecida, compreendida e levada a sério. “A dor nos torna mais humanos” é a frase que ouvimos e aprendemos desde cedo.

E aqui está o elo com as Escrituras.

Jesus foi irresistivelmente atraído pelo dor humana. De certa forma, talvez possamos dizer que em cada sofredor que avistava, e para os quais sempre trazia uma ação abençoadora, ele identificava a si mesmo, em uma forma de projeção do sofrimento que viria a encarar na cruz. Para Jesus, o ser humano dilacerado pela dor apontava para o Messias sofredor do futuro. E para os doentes e oprimidos, Jesus apontava para a realidade da salvação disponível a todos no presente.

Por falar em salvação, é bom que se entenda que “salvação” (soteria) nos evangelhos possui o mesmo sentido que no Antigo Testamento, ou seja, “salvar de um perigo”. É nesse sentido que Jesus diz à mulher com hemorragia, que sentira ser curada por ele com um mero toque: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5.34). Salvação significava ficar livre da doença que a oprimia por doze anos.

Ser salvo por Jesus é ser livre de perigos que nos cercam e nos aprisionam. Sejam eles o diabo, a morte eterna, doenças físicas, depressões. Não existe salvação abstrata assim como não existe sofredor abstrato.

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A história de Jesus entre nós constrói um percurso de sensibilidade ao que sofre. Ele não discutiu conceitos sobre o sofrimento nem sua origem. Ele estava – isso, sim! - atento a uma mulher que, depois de perder o esposo, também perdeu seu único filho. “Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela [...] e o restituiu à sua mãe” (Lc 7.13,15). Talvez ninguém tivesse percebido aquela mulher e sua dor. Jesus não. Ele compartilhou a dor dela. E ressuscitou seu filho, devolvendo-o a ela.

Jesus foi solícito ao pedido de um pai em desespero diante da doença da filha. Não importava que ele fosse um dos chefes da sinagoga. Para Jesus, discussões religiosas não tinham a menor importância diante da necessidade de atender a um sofredor. Ele acompanhou Jairo e, mesmo diante da notícia de que a garotinha havia morrido, ele desafiou o pai: “Não temas, crê somente” (Mc 5.36). Jesus é tão sensível às necessidades humanas que, depois de efetuar um portento com a ressurreição da menina, desce às questões mais cotidianas da vida humana, orientando aos presentes - certamente em choque diante daquele feito - que dessem comida à querida filhinha de Jairo.

Uma viúva e um pai. Ambos sob a opressão da morte que os atinge e tira o sentido da vida. Ambos, ao experimentar o mistério do sofrimento, nos representam, e, principalmente, a todos os sofredores de todos os tempos. Ambos, ao serem alvo da misericórdia e do amor de Jesus Cristo, experimentam salvação. Discussões sobre o sofrimento, sua origem, o porquê de seus filhos terem morrido? Não, não há espaço para isso. Não mais. Certamente tais questões perderam sentido diante da demonstração de poder e amor de Jesus.

O que temos em comum? O que nós, seres humanos, temos em comum? Temos em comum nossa vocação para o sofrimento. Ninguém o procura, mas ele se aproxima de nós e nos atinge. Em algum momento da vida certamente ele se apresenta. E nesse momento, muito mais do que em qualquer outro, Jesus Cristo terá um olhar especial, um toque sensível, uma palavra de poder para nos salvar, para nos transformar, para enxugar nossas lágrimas E então teremos em comum não apenas a dor, mas a experiência da graça que é inexplicável. Nós, sofrimento e Jesus. Uma relação complexa, intensa e profunda.

João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, SP, e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.

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Imagem: freeimages.com/browse.phtml?f=download&id=713383

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Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-que-temos-em-comum

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Juventude pentecostal: experiência e consciência cristã diante dos novos desafios

04.06.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Guilherme Matheus Damasceno

Juventude pentecostal: experiência e consciência cristã diante dos novos desafios
Como jovem que sou, tenho preocupando-me em comunicar á riqueza da experiência, fé e consciência pentecostal clássica as novas gerações. Diante dos novos cenários do campo religioso brasileiro, posso afirmar que estamos vivenciando um tempo ímpar de reafirmação ou negação da nossa identidade como cristãos pentecostais.
Não posso negar que nos últimos anos ocorreram inúmeros avanços na conscientização dos jovens pentecostais brasileiros á respeito da necessidade de capacitação para o exercício da vocação ministerial, instrumentalização de ferramentas evangelísticas, exercício espiritual de leitura bíblica e acesso aos meios da graça (jejum, oração etc), no entanto, as denominações pentecostais brasileiras estão diante de um desafio crucial: Reafirmar ou não sua identidade como uma comunidade de fé que congrega um povo avivado com consciência bíblica de sua missão e vocação cristã.
Em meio a tantas estratégias de marketing religioso e manipulação social, os grupos pentecostais deveriam ficar mais atentos, refutando os resultados rápidos e superficiais oferecidos pelo “fast food” gospel que oferece um ‘crescimento’ rápido, mas nega em sua essência o poder transformador do Evangelho.
A doutrina do Batismo com o (do) Espírito Santo recebeu ao longo dos séculos XX e XXI diferentes interpretações dos muitos grupos pentecostais, no entanto, é consenso entre os mesmos que essa doutrina é fundamental para a vida e missão dos cristãos pentecostais. É essencial que nossa juventude seja conduzida á buscar e experimentar está experiência bíblica de renovação (carísma). A juventude pentecostal brasileira deveria contemplar á Deus com sua mente e coração focados na Revelação (Bíblia) e suas experiências cristãs contribuírem para o testemunho da ação de Deus presente em nossas vidas; não há nenhuma oposição entre espiritualidade e intelectualidade, na verdade um servo autêntico de Jesus Cristo deveria ser luz para este mundo (consciência) e sal para terra (testemunho vivo). Historicamente os cristãos pentecostais eram identificados pelo seu fervor espiritual, sua vida de oração contínua por transformação social através do poder do Evangelho.
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2.
Atualmente há muitas deturpações da mensagem cristã, quando observo as igrejas pentecostais históricas se reinventando para inchar suas comunidades, penso e reflito:
‘Como será nosso futuro? Quais são os alicerces bíblicos e teológicos que a nossa comunidade de fé esta firmada? A nova geração de pentecostais compreende o sentido da experiência pentecostal como um fim em si, ou como um meio para proclamar o Evangelho?’
Não podemos coabitar com cultos que se transformaram em verdadeiros espetáculos semelhantes ao show business, com pregadores que atingem as emoções, mas não comunicam com fidelidade e coerência as Escrituras Sagradas, e consequentemente deturpam a experiência genuinamente bíblica do Batismo com o Espírito Santo (ou experiência pentecostal/ segunda benção etc.).
Não tenho nenhuma intenção de ser um ‘inquisidor’ pentecostal ou uma espécie de fariseu 2.0 para os pentecostais. Bem sei por reflexão teórica e experiência pessoal/comunitária que a força do movimento pentecostal não reside no seu entusiasmo ou militância, mas flui através da força do Espírito Santo. Precisamos conscientizar-nos que somos um povo cristão, que adora ao Deus Triuno, proclamando o Evangelho puro e simples de nosso Senhor Jesus Cristo, sem inovações, adequações ou deturpações, em outras palavras, sem vender o prato á gosto do freguês, tornando-se uma empresa ao invés de ser igreja, renegando em sua ação o compromisso do Corpo de Cristo, de ser uma igreja fiel mesmo sem popularidade.
Minha oração é para que os pastores e líderes de confissão pentecostal compreendam que nós jovens não somos povo seu, somos povo de Deus, portanto viveremos para Sua Glória e para Seu Louvor!
Paz e esperança!
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/juventude-pentecostal-experiencia-e-consciencia-crista-diante-dos-novos-desafios/

Discipulado Segundo as Escrituras

04.06.2015
Do portal Ministério Fiel, 01.06.15
Por  Garrett Kell

DiscipuladoEIgreja-DiscipuladoSegundo2

Minhas mais antigas lembranças giram em torno de viagens de pesca com o meu pai. Ele me ensinava a como pôr a isca, como lançar o anzol e como pegar uma peixe-gato sem ser ferido de morte. Mas pesca não era tudo o que eu aprendia. Eu aprendia sobre o meu pai. 

Aprendia sobre como ele andava, como falava, como brincava, como orava, como conversava e como sempre pensava na minha mãe enquanto dirigíamos para casa.
Mais do que pescar, eu aprendia sobre como ser um homem.

Até hoje, as lições que aprendi com meu pai impactam o modo como eu vivo e amo o próximo. O que acontecia naqueles momentos com o meu pai era uma forma de discipulado. Ele liderava e eu seguia.

O que é o discipulado bíblico? De todas as questões com as quais os cristãos precisam lidar, essa é uma das mais importantes. Sermos discípulos de Jesus é o próprio coração de quem nós somos e do que devemos fazer com as nossas vidas.

Neste artigo, eu sugiro que discipular – ajudar outros a seguirem Jesus – é uma consequência direta de ser um discípulo de Jesus. Discípulos são chamados a seguir Jesus e segui-lo significa ajudar outros a segui-lo.
Você é um discípulo que faz discípulos?

Discípulos seguem Jesus

Ao encontrarmos Jesus, conhecemos um homem que nos chama a vir e morrer (Marcos 8.34-35). E ele nos chama a segui-lo e a aprender dele (Mateus 4.19, 11.29). Não importa se somos espertos ou burros, ricos ou pobres, jovens ou velhos, asiáticos, africanos ou americanos. O único requisito é que nos arrependamos de nossa rebelião contra o Criador e nos apeguemos a ele pela fé (Marcos 1.15; 1 Tessalonicenses 1.9). Se fizermos isso, Deus nos promete perdoar os nossos pecados e nos reconciliar consigo mesmo (Colossenses 1.13-14; 2 Coríntios 5.17-21). Jesus nos chama a vir e morrer, a fim de podermos viver.

Aqueles que seguem Jesus pela fé são conhecidos como seus discípulos. Alguns sugerem que discípulos são “super-cristãos” que são ativos na obra por Jesus, ao passo que cristãos são apenas “crentes normais”. A Escritura, contudo, não oferece nenhum apoio a essa distinção (ver, por exemplo, Mateus 10.38; 16.24-28; Marcos 8.34; Lucas 9.23; João 10.27; 12.25-26). Ou nós estamos seguindo Jesus ou não estamos; não há uma terceira via (Mateus 12.30).

Discípulos imitam e replicam Jesus

No coração do seguir Jesus está o chamado de Jesus para imitá-lo e replicá-lo. Enquanto discípulos, somos chamados a imitar o amor de Jesus (João 13.34), sua missão (Mateus 4.19), sua humildade (Filipenses 2.5), seu serviço (João 13.13), seu sofrimento (1 Pedro 2.21) e sua obediência ao Pai (1 João 2.3-6). Uma vez que ele é o nosso mestre, somos chamados a aprender com ele e lutar, no poder do Espírito Santo, para sermos como ele é (Lucas 6.40). Esse crescimento em semelhança à Cristo é o esforço de uma vida inteira, o qual é estimulado pela esperançosa expectativa de que, um dia, o veremos face a face (1 João 3.2-3).

Discípulos ajudam outros a seguirem Jesus

Ao seguirmos nosso Senhor, rapidamente aprendemos que parte da imitação é replicação. Ter um relacionamento pessoal com Jesus é magnífico, mas é incompleto se termina em nós mesmos. Parte de ser seu seguidor é intencionalmente ajudar outros a aprenderem dele e se tornarem mais parecidos com ele. Como um amigo meu disse, “Se você não está ajudando outras pessoas a seguirem Jesus, eu não sei o que você quer dizer quando afirma estar seguindo Jesus”. Ser seu seguidor é ajudar outros a seguirem-no.

Ser um discípulo que faz discípulo ocorre de duas maneiras em particular. Primeiro, somos chamados a evangelizar. Evangelismo é dizer a pessoas que não seguem Jesus o que significa segui-lo. Nós fazemos isso ao proclamar e adornar o evangelho em nossa vizinhança e entre as nações (Mateus 28.19-20). Nunca podemos esquecer que Deus nos colocou em nossas famílias, locais de trabalho e círculos de amizade a fim de proclamarmos o evangelho da graça àqueles que estão destinados ao inferno à parte de Cristo. Nós devemos ajudar as pessoas a aprenderem como começar a seguir Jesus.

O segundo aspecto de fazer discípulos é ajudar outros crentes a crescerem em semelhança a Cristo. Jesus planejou a sua igreja como um corpo (1 Coríntios 12), um reino de cidadãos e uma família que ativamente edifica uns aos outros até a plenitude de Cristo (Efésios 2.19; 4.13, 29). Somos chamados a instruir uns aos outros sobre Cristo (Romanos 15.14) e a imitar aqueles que estão seguindo a Cristo (1 Coríntios 4.16; 11.1; 2 Tessalonicenses 3.7, 9). Enquanto discípulos, devemos intencionalmente nos deixar gastar por outros discípulos para que eles também possam se deixar gastar por outros (2 Timóteo 2.1-2).

Discípulos intencionalmente constroem relacionamentos

Discipulado não é algo que simplesmente acontece. Nós precisamos ser intencionais em cultivar relacionamentos profundos e honestos nos quais possamos fazer bem espiritual a outros cristãos. Embora possamos ter relacionamentos de discipulado em qualquer lugar, o lugar mais natural para que eles se desenvolvam é a comunidade da igreja local. Na igreja, os cristãos são ordenados a se reunirem regularmente, a estimularem uns aos outros a serem semelhantes a Cristo e a protegerem uns aos outros do pecado (Hebreus 3.12-13; 10.24-25).

Os relacionamentos de discipulado que brotam desse tipo de comunidade comprometida devem ser tanto estruturados como espontâneos. Ao estudarmos a vida de Jesus, vemos que ele ensinava formalmente seus discípulos (Mateus 5-7; Marcos 10.1), enquanto também permitia que eles observassem sua obediência a Deus à medida que viviam juntos (João 4.27; Lucas 22.39-56).

Do mesmo modo, alguns de nossos relacionamentos de discipulado devem ser estruturados. Talvez dois amigos decidam ler um capítulo do Evangelho de João e então discuti-lo durante um café ou um treino na academia. Talvez dois homens de negócios leiam a cada semana um capítulo de um livro cristão e, então, conversem sobre ele no sábado, durante uma caminhada pela vizinhança com seus filhos. Talvez dois casais se encontrem uma vez por mês, à noite, para conversar sobre o que a Bíblia diz acerca do casamento. Talvez uma piedosa senhora convide uma moça solteira mais jovem à sua casa, na tarde de uma terça-feira, para orar e estudar uma biografia cristã. Talvez uma mãe passe algum tempo no parque com outras mães, a cada semana. Independentemente do formato, parte do nosso discipulado deve envolver momentos agendados de leitura, oração, confissão, encorajamento e desafio a que outros cristãos se tornem mais parecidos com Cristo.
O discipulado também pode ser espontâneo. Talvez amigos vão juntos ao cinema e, depois, tomem um sorvete enquanto comparam a mensagem do filme com o que a Bíblia diz. Talvez um pai e um filho se sentem na varanda e reflitam na glória de Deus sendo demonstrada em um pôr-do-sol. Talvez você convide visitantes da igreja para almoçar e pergunte a cada um como eles vieram a conhecer a Cristo.

Nós sempre devemos ser intencionais, mas nem sempre precisamos ser estruturados. De fato, Deuteronômio 6 nos mostra que o discipulado acontece “assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (v. 7). Cada momento apresenta uma oportunidade para discutir quem Deus é e o que ele está fazendo. Uma vez que nós estamos sempre seguindo Jesus, nós sempre temos a oportunidade de ajudar outros a segui-lo também.

Discípulos dependem da graça

Embora seja verdade que um discípulo de Jesus deva ajudar outros a seguirem Jesus, nós devemos sempre nos lembrar de que, à parte da graça sustentadora e fortalecedora de Deus, nada podemos fazer (João 15.5). Seja você um pastor, um encanador, um policial ou uma dona-de-casa, você nunca deixa de depender da graça de Deus.

Ao seguirmos Jesus e ajudarmos outros a seguirem-no, somos constantemente lembrados de que precisamos da graça. Nós falhamos. Nós pecamos. Nós lutamos. Mas, ainda bem, a graça de Deus abunda sobre os seus filhos. Essas são boas novas ao buscarmos juntos seguir Jesus e ser diariamente transformados segundo a sua gloriosa imagem (2 Coríntios 3.18). Que possamos seguir fielmente a Cristo e ajudar outros a fazerem o mesmo até que vejamos a sua face. Ora vem, Senhor Jesus!

Tradução: Vinícius Silva Pimentel

Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/813/Discipulado_Segundo_as_Escrituras

quinta-feira, 21 de maio de 2015

As tentações

21.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 20.05.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por John Sttot

quarta-feira
Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. Mateus 4.1

Jesus saiu direto das águas do Jordão para o deserto da Judeia, onde foi impiedosamente tentado pelo demônio. O ataque se deu de duas formas.

Primeiro veio um ataque à sua identidade, sobre quem ele era. As palavras de seu Pai ainda estavam soando em seus ouvidos — “este é o meu Filho” — quando a voz do céu foi desafiada por uma voz do inferno. O Diabo zombou dele: “Se és o Filho de Deus…” (v. 6), querendo dizer que ele não o era. Foi uma tentativa deliberada de semear na mente de Jesus as sementes da dúvida. Para combatê-las, Jesus deve ter repetido constantemente a si mesmo as palavras do Pai: “Este é o meu Filho”. Ainda hoje o Diabo tenta solapar nossa identidade como filhos de Deus, pois ele é diabolos, o caluniador. Devemos tapar nossos ouvidos a ele e escutar as grandes afirmações e promessas de Deus na Escritura.

O segundo ataque do demônio foi contra o ministério de Jesus, contra aquilo que ele havia vindo fazer no mundo. Vimos ontem que a voz celestial identificou Jesus não apenas como Filho de Deus, mas também como servo de Deus, que sofreria e morreria pelos pecados de seu povo. Mas o Diabo propôs outras opções menos custosas. Por que não ganhar o mundo satisfazendo sua fome, por meio de uma exposição sensacional de poder, ou fazendo um acordo com o Diabo — em cada um desses casos evitando a cruz? O Diabo adora nos persuadir de que os fins justificam os meios.

Jesus recusou ouvir a voz do demônio. Imediata, instintiva e veementemente ele rejeitou cada uma das tentações. Não havia necessidade de discutir nem de negociar. A matéria já havia sido estabelecida pela Escritura (“está escrito”). Todas as vezes ele citou um texto apropriado de Deuteronômio 6 ou 8. Ainda hoje há uma confusão de vozes. O demônio fala através da cultura secular que nos cerca, e Deus fala por intermédio da sua Palavra. A quem escutaremos? É por meio de nossa disciplina persistente da leitura da Bíblia que permitimos que a voz do Diabo seja sufocada pela voz de Deus. “Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg 4.7).

Para saber mais: Mateus 4.1-11

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/20/autor/john-stott/as-tentacoes-2/

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Se tiver amor o resto a gente ajeita

20.05.2015
Do blog BELVEREDE, 16.05.15
Por Eliseu Antonio Gomes


Quer viver em acordo com Deus? Ele é amor, então passe a agir conforme as Escrituras Sagradas recomendam.

Qual é a recomendação? Amar. Tenha a disposição de alimentar sua fé estando sempre em concordância com a Palavra, isto é, amando.

Na passagem de Mateus, capítulo 22 e versículos 34 ao 40 Jesus explica o que fazer para ser um cristão em sintonia com o Criador. Primeiro, é preciso adorar a Deus em nosso cotidiano, estar diuturnamente nos esforçando para ser fiel, com toda a força que há em nosso coração e entendimento, adorá-lo através de nosso estilo de vida. E, em segundo lugar, também  é necessário usar o máximo possível de esforço para amar ao próximo como amamos a nós mesmos.

Precisamos amar o semelhante com toda dedicação possível, pois é desta maneira que expressamos nosso amor ao Senhor. Por quê? Porque quem manda amar o próximo é Deus. Então, ninguém é capaz de dedicar adoração a Deus se não praticar o amor aos semelhantes.

Amar de verdade é praticar ações de bem, tomar atitudes positivas, não basta elaborar bons discursos dizendo "eu te amo".

"Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados" - Judas 1.2.

A Bíblia explica o amor

Amor - filtro purificador de todo comportamento social

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Fonte:http://belverede.blogspot.com.br/2015/05/se-tiver-amor-o-resto-a-gente-ajeita-imagem-com-frase.html

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sou um Cristão Mundano

14.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,  04.05.15


"Passarinhos, belas flores
querem m'encantar;
São vãos terrestres esplendores,
mas contemplo o meu lar".

Trecho da canção cristã "O Exilado". Belíssima poesia que demonstra o forte sentimento de exílio no coração de um cristão piedoso. Este almeja o céu, realidade infinitamente superior, diante da qual todas as coisas dessa vida terrena perdem a cor e o sabor. O coração do exilado suplica que Cristo venha logo, pois já está com saudade do paraíso original, do Éden do qual foi expulso e para o qual quer voltar.

Nós cristãos sabemos da nossa condição de peregrinos, afirmamos a efemeridade do mundo, a vaidade de todas as coisas debaixo do sol e aguardamos os novos céus e da nova terra, segundo as promessas das Escrituras. Nessas verdades moram nossa esperança. Mas ideias como essas também podem abrigar equívocos: o não encantamento com a criação, a desilusão total, a insensibilidade estética diante da vida aqui e agora, a negação da marca do divino no mundo criado, a dicotomização gnóstica, que nos faz pensar do mundo um cativeiro da alma.

Contra essa perspectiva espiritualista demais de negação do mundo, afirmo que sou um cristão mundano. Ah, não me envergonho de assumir a minha mundanidade. Porque outro poeta disse que

"Os céus manifestam
a glória de Deus
E o firmamento anuncia
as obras de Suas mãos"

Percebo a eternidade naquilo que é temporal, sinto a liberdade do Espírito no brisa fresca da tarde, contemplo a bondade de Pai na vida simples dos pardais, recebo o Filho em meus braços quando abraço uma criança.

"E viu Deus que tudo era muito bom".

Sou a favor de uma teologia do encantamento, da contemplação de Deus no mundo. Desejo que mais cristãos não resistam e se deixem encantar pelos passarinhos e belas flores. "Olhai os lírios do campo!", foi o convite de Jesus. O que ele queria dizer, ao nos mostrar os lírios é, assim creio: "Permiti que suas cores decorem vossas almas, acinzentadas pelas preocupações da vida; deixai que seu perfume inunde as recâmaras do vosso coração, contaminado pelos odores da ansiedade; confiai na providência do Estilista de toda essa beleza".

"Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão,
em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

Sinto-me cercado por esse Misterium Tremendum que permeia todo o Universo, tenho a constante sensação da bondade e da misericórdia que nos segue, apesar do caos e da dor que o mundo também pode nos apresentar.

Os passarinhos já encantam a minha filhinha de cinco meses de idade. Ao final da tarde, ela e eu vamos para a varanda admirar as garças que voam sincronizadamente, fazendo o caminho de volta a seus lares em magnífico ritual pelos céus de Itaperuna.

"Observai as aves do céu:
não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros;
contudo, vosso Pai celeste as sustenta".

Não, os passarinhos e as flores não são belezas vãs. São sinais do Sagrado no mundo, são a complexidade do Divino imiscuída na simplicidade do humano. Sou um cristão mundano ao não aceitar, como genuinamente cristã, uma espiritualidade espiritualista demais, que só admire os anjos, mas não contemple os passarinhos, que só fale do céu, mas despreze a terra (para mim isso, as vezes, não passa de hipocrisia sob a falsa capa de espiritualidade).

"Do Senhor é a terra e a sua plenitude,
o mundo e os que nele habitam".

Ao Deus que preenche tudo, assim na terra como no céu, seja a glória para sempre.


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/sou-um-cristao-mundano

domingo, 10 de maio de 2015

O Papa aos Olhos de um Presbiteriano

10.05.2015
Do blog E A BÍBLIA COM ISSO?13.03.2013


O mundo parou para ver quem seria o Papa anunciado pela fumaça branca da Capela Sistina. O cerimonial belíssimo e litúrgico só foi quebrado quando a simpatia e humildade do Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o novo Papa, ecoava sua voz diante de milhares de fiéis pedindo orações para seu antecessor Bento XVI e para si mesmo, agora, Papa Francisco.


A Igreja Católica Romana inova de várias formas. Pela primeira vez um Jesuíta de linha Franciscana assume o cargo de Senhor Apostólico da Igreja. Também é a primeira vez que um integrante do Novo Mundo é apontado como o Cabeça da Igreja.

Sob o ponto de vista social, parece estarmos diante de um homem profundamente preocupado com os pobres – daí, possivelmente, tenha escolhido o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, e com isso o mundo possa esperar um Vaticano menos pomposo. Quem sabe, como diria o poeta baiano Castro Alves, vejamos: “a púrpura servindo ao povo para cobrir os ombros nus”.

Teólogo conservador, mas com uma fama de bom de diálogo, a tendência é vermos o Catolicismo mantendo sua pegada firme em questões em que a ética do mundo anda na contra-mão dos postulados Apostólicos, como o homossexualismo e o aborto por exemplo; fazendo com que nessas matérias, unamos nossas vozes contra a tendência da mídia que tenta cada vez mais relativizar o que cremos ser absoluto.

Sendo assim, como curioso observador do mundo das religiões, vejo que a maior religião do mundo em várias matérias, se mantêm como um baluarte firme daquilo que nós, biblicamente, devemos seguir, sem medo das repercussões que sempre vêm de forma irrefletida e fanática.

Mas o momento também nos faz olhar mais de perto para o próprio conceito de Papado. Não encontramos na história a figura do Papa anterior ao Século V, embora Pedro, o Apóstolo, seja apontado pela Igreja como sendo aquele a quem o Papa sucede, algumas características do pescador descalço parecem não bater muito como o que vemos no Vaticano.

Casado, por isso não celibatário, não há nenhuma evidência histórica convincente que Pedro tenha ido à Roma; nunca aceitou nenhuma veneração, andava no meio do povo na simplicidade da Galileia e só escreveu de forma infalível suas cartas, pois foi designado por Cristo para fazê-lo, em época em que o Cânon, ainda aberto para o testemunho Apostólico, estava em fase final de fechamento.

Os títulos atribuídos a ele, então, devem ser objeto de estudo sincero, para que a profecia de Jesus não seja diretamente ligada ao fato de darmos ao Apóstolo, títulos que ele nunca deveria ter: “Arreda, Satanás, tu és para mim pedra de tropeço, pois não cogitas das coisas de Deus, mas dos homens” (Jesus Cristo).

Jesus disse isso logo após uma das mais belas confissões de fé da Novo Testamento. Ao ser perguntado quem ele era aos olhos do povo, muitas respostas vieram, mas Pedro sabia quem Jesus era: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”, disse ele.

Essa afirmação, “essa pedra”, foi usada por Cristo para que a Igreja de Jesus fosse edificada sobre ela. Aliás, o próprio Pedro reconhece isso em sua carta (I Pedro 2:4-8).

Sendo assim, de acordo com Hebreus 1:1-3, nenhum homem após o fechamento das Escrituras pode ter a sua palavra infalível ou inerrante. Cristo não precisa de um vigário, pois quando entregou as chaves do Reino para os Apóstolos, não deixou para Pedro, somente, mas “onde estiverem dois ou três reunidos”, portanto, os Presbíteros, segundo a compreensão Apostólica em Atos 15.

Por mais nobre e zelosa que seja a liturgia de Roma, e por diversas outras razões históricas, impressionantemente admiráveis, um Estado Nacional (Vaticano) vai de encontro à pregação de Cristo quando afirmava: “o meu Reino não é desse mundo”.

Aquele que “não tinha onde reclinar a cabeça” não deixou uma Igreja para possuir bens e riquezas, mas para espalhar a paz, o amor e a compaixão. Aquele que andou no meio dos leprosos, das prostitutas e dos mendigos para lhes restaurar os bens, não deixou uma instituição onde a opulência é tão clara.

Quais são os pontos de contato, então? São vários. Temos o mesmo credo: 
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.”

Mas talvez a maior e mais profunda diferença, seja um Princípio relembrado pela Reforma Protestante (pré-Trento) há meio milênio atrás: O Sola Scriptura. Acreditamos que apenas a Bíblia é a Palavra de Deus e que ela não pode jamais ser contradita ou ser colocada em pé de igualdade com qualquer outro documento ou palavra humana: “Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem”.

Sendo assim, amigo Católico, chamo você a refletir na Escritura. Se o conceito do Papado for compatível com o que nela está escrito, eu preciso recuar e admitir que a Igreja Católica é muito mais que uma instituição séria e corajosa (como é), mas é a mais pura expressão absoluta e inequívoca da verdade.

Mas se a Bíblia caminha em outra direção, que não seja tradição, família ou intransigência que faça você permanecer numa igreja onde Cristo é representado por quem ele não autorizou, e portanto, é você quem deve dar esse passo atrás.

Como discernir a verdade, então? Se aprofundando nas Escrituras, e é isso que eu chamo você para fazer nesses dias.
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Fonte:http://bibliacomisso.blogspot.com.br/search?updated-max=2013-04-10T02:25:00-03:00&max-results=7

sábado, 25 de abril de 2015

A mui santa missão de ser pai

25.04.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 08.04.15
Por Pr. Luis Fernando dos Santos


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“Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem” (Salmos 103:13).

Sempre falamos em Missões em termos teológicos, missiológicos, pastorais e etc. Mas, precisamos entender Missões também em termos de mordomia, ou seja, da administração dos dons de Deus em nossas vidas, bem como da vocação específica a que fomos chamados. Um desses dons e uma dessas vocações é a paternidade. 

Ser pai é uma missão essencial, insubstituível, imprescindível para a sociedade em geral e para a Igreja e o Reino em particular. Alguns psicólogos dizem que a origem de muitas decepções que os homens têm em relação a Deus vem de suas experiências traumáticas com o seu pai humano. Pode ser, mas essa não é toda a verdade -- e nem sei se é, de alguma forma. Na verdade, a experiência com a paternidade humana não dever ser projetada para caracterizar como Deus cuida, ama, protege, educa e disciplina seus filhos. O contrário que é verdadeiro, os pais humanos é que devem projetar e aplicar em sua missão o padrão paterno de Deus. 

Qualquer atitude de um homem para com o seu filho que não expresse o caráter santo, justo, bondoso e amoroso de Deus Pai é apenas um arremedo, uma caricatura da paternidade. A paternidade e tudo que a envolve tem sua origem em Deus. A autoridade, por exemplo, é delegada por Ele e só faz sentido se exercida em seu nome e sob os ditames de sua Lei, de sua vontade, e de seus propósitos amorosos. Um pai autoritário que não se abre ao diálogo, que não reconhece a singularidade e a individualidade do filho, que não tolera as limitações e que só faz exigências não faz jus à paternidade divina. 

Nas Escrituras encontramos um Deus que, conquanto não abra mão de sua autoridade e não permita ser contrariado em sua Lei e Vontade, o faz sempre movido por amor e visando o bem de seus filhos. A Bíblia apresenta um Deus misericordioso, lento na ira, cheio de compaixão que conhece a nossa fragilidade: 

“Contudo, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos” (Is 64.8). 

Um pai que não proteja, cuide, se interesse e invista no pleno desenvolvimento e formação do caráter do seu filho não está exercendo a sua missão nos moldes do Deus que a Bíblia revela como Pai. As Escrituras testemunham um Deus:

- Protetor: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” (Sl 46.1);

- Cuidador: “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1 Pe 5.7); 

- Interessado: “Andarei entre vocês e serei o seu Deus, e vocês serão o meu povo” (Lv 26.12) e ainda: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho”. Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hb 12.5-11). 

Há mais uma característica da missão do pai que eu gostaria de compartilhar aqui. A missão de ser exemplo, padrão. Não bastam os códigos, os discursos, “os sermões”. Os pais exercem melhor a sua missão e fazem mais justiça à paternidade recebida de Deus, quando se esforçam para serem eles mesmos os melhores exemplos de humanidade, cidadania, ética, piedade e santidade. Deus não apenas estabeleceu leis e ordenanças; Ele mesmo é nosso exemplo e padrão. Seu filho Jesus é a tradução humana deste padrão. 

Deixe que seu filho(a) veja em você, pai, a imagem refletida do Pai Celeste mais por seus gestos e comportamentos do que por palavras. 

Feliz Missão e Feliz dia dos pais!


Leia também


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-mui-santa-missao-de-ser-pai

sábado, 4 de abril de 2015

Membresia de Igreja e Contextualização

04.04.2015
Do portal da EDITORA FIEL, 31.03.15


Fazer teologia envolve expressar constantes bíblicas universais de maneiras que sejam significativas a um contexto particular. Havendo passado a maior parte das duas últimas décadas plantando igrejas em outras culturas, eu não poderia ter recusado essa lição mesmo que quisesse fazê-lo. Plantadores de igrejas transculturais são continuamente desafiados pela necessidade de ensinar a doutrina cristã e, ao mesmo tempo, incitar aplicações contextualmente significativas e apropriadas daquela doutrina.
Como, então, formulamos uma doutrina da membresia da igreja local sensível ao contexto? Essa é a pergunta que este artigo buscará responder. Nossa doutrina da membresia de igreja deve nos aproximar de uma constante bíblica universal, mas formular como essa doutrina é vivida de modo cultural e contextual nos leva a uma variedade de expressões particulares dessa constante universal.
Uma doutrina bíblica universal da membresia de igreja
Plantadores de igreja em contextos estrangeiros hão de desejar, junto com os crentes locais, examinar a Escritura e tentar expressar uma doutrina simples da igreja local em linguagem apropriada. Isso há de envolver não apenas olhar para textos em que a palavra “igreja” (ekklesia) é utilizada, mas também a leitura de livros inteiros do Novo Testamento. O objetivo, aqui, é extrair o que o Novo Testamento diz sobre a igreja local, a comunidade identificável dos que crêem. Como se estabelece a linha entre os de dentro e os de fora? Entre os associados e os descrentes? Será importante considerar o que o texto bíblico assume e implica acerca da “membresia” em livros como Romanos, Hebreus, 1 João e 1 Pedro, assim como os códigos domésticos ao final das cartas de Paulo.
Por exemplo, deixe-me tentar expor, para um contexto pioneiro, a doutrina (constante bíblica universal) da membresia de igreja, do modo como poderia ser explicada a uma igreja local de primeira geração:
Uma igreja local tem uma membresia identificável de pessoas batizadas, segundo as Escrituras, com base em uma profissão crível de fé em Jesus Cristo como Salvador e Senhor, considerando-se uma profissão crível aquela que é acompanhada por contínuo arrependimento e fé no evangelho. Esses membros são intencionais quanto a serem uma (ou a) assembléia local naquele determinado lugar. A participação nos benefícios do evangelho ordinariamente está vinculada a associar-se e estabelecer um pacto com uma igreja local, na qual os crentes buscam desenvolver todos os seus relacionamentos com humildade à luz do evangelho, como aqueles cujo verdadeiro lar é em outro lugar.
Certamente, muito mais poderia ser dito acerca da membresia de igreja, como a prática regular de tomar a Ceia do Senhor como um benefício do evangelho. Mas essa é apenas uma expressão simples da doutrina da membresia da igreja local para um contexto novo ao cristianismo, um contexto no qual o evangelho era desconhecido por pelo menos algumas gerações.
Terminologia da membresia: Associados? Membros? Participantes?
A Bíblia presume algum tipo de membresia na igreja local, mas não nos dá uma palavra específica para “membresia”. Como então nós podemos falar ou escrever acerca da “membresia” de uma maneira que seja significativamente compreendida na cultura? A resposta depende em parte das palavras que estão disponíveis a nós no idioma local. Um plantador de igreja transcultural precisa considerar que tipos de membresia já existem a fim de compará-las com o ideal bíblico – especialmente se escolhermos uma palavra mais genérica para membresia.
A membresia de igreja bíblica é de um tipo diferente da participação ou membresia em um monastério hindu, um templo budista, uma mesquita islâmica ou uma ordem sufi. Um plantador de igreja precisa estar cônscio dessas diferenças.
A vida doméstica e familiar pode oferecer alguns conceitos úteis de “pertencimento”. Mas a linguagem de “pertencimento” não necessariamente captura a idéia de “associar-se”, exceto talvez no contexto do casamento. Contudo, mesmo aqui, muitas culturas perderam de vista o que Gênesis diz acerca de deixar a própria família e tornar-se outra – uma nova unidade familiar.
Em resumo, a doutrina bíblica não muda, mas é preciso considerar cuidadosamente como as palavras relativas à membresia são traduzidas a um contexto particular. Em geral, o plantador provavelmente desejará usar a linguagem da “associação”, da “parceria” e da “irmandade” a fim de expressar a idéia bíblica da membresia de igreja.
Aplicação contextual: membresia e cartas escritas?
Nas sociedades móveis e difusas do Ocidente, os crentes são livres para se reunirem sem interferência oficial ou perseguição. Em tal cenário, listas escritas de membresia constituem uma aplicação apropriada das constantes bíblicas. Elas podem até mesmo ser necessárias a fim de permitir à congregação e seus líderes manterem registro de quem é e quem não é membro da igreja. O objetivo de tais listas é distinguir os membros da igreja de pessoas que professam a fé, mas não prestam contas, e manter registro daqueles que recebem a disciplina corretiva.
Mas em um contexto pioneiro, restritivo ou hostil, os poucos crentes provavelmente conhecerão todos uns aos outros. Pode ser que haja apenas uma opção de igreja local, uma reunião “não tão pública” em uma casa ou apartamento local. Ou pode haver uma rede de igrejas locais em apartamento. Aqui, manter listas de membros pode não ser sábio, uma vez que cria riscos desnecessários para o corpo local quando casas são vasculhadas e livros e papéis, confiscados. Além disso, não há crentes desconectados e as fronteiras da igreja local estão muito claras a todos. A perseguição esclarece as fronteiras ainda mais. Quando uma pessoa é batizada em tal contexto, é muito claro (para os de dentro e alguns de fora) que ela afora pertence a Cristo e à sua assembléia local. O desejo pelo batismo, em tais contextos, é uma profissão de fé inerentemente crível. Quando um crente é expulso de sua cidade natal e precisa se identificar com outra igreja subterrânea local, ele geralmente já é conhecido pela igreja que o recebe. As notícias de perseguição correm rápido. Geralmente não há necessidade de uma carta escrita de recomendação. Insistir nessa prática é simplesmente desnecessário.
Em uma sociedade mais complexa e diversificada, na qual o cristianismo é aceito e as igrejas locais desfrutam de permissão legal, listas de membresia e cartas de transferência escritas são aplicações sábias da membresia identificável.
A constante universal é que a igreja local deve saber quem é um participante e quem ainda está de fora. Preocupações culturais guiam o modo como essa constante é aplicada localmente.
Aplicação contextual: pactos escritos e seu conteúdo?
Associar-se a uma igreja local é concordar em viver junto a outros crentes de um modo que seja digno do chamado de Deus de viver como um povo eleito, sacerdócio real e nação santa. É concordar em demonstrar a glória de Deus por meio de uma vida centrada no evangelho e de relacionamentos centrados no evangelho. Em outras palavras, a igreja local é uma comunidade de fé em um mundo hostil, na qual nossos relacionamentos com Deus, uns com os outros e com os de fora são singularmente centrados no evangelho e visam à honra de Deus.
A fim de esclarecer essas responsabilidades relacionais com um conteúdo particular, muitas igrejas na história do cristianismo se beneficiaram do uso de um pacto congregacional escrito.
A tendência geral do ensino do Novo Testamento acerca da igreja aponta para o quão importante é ser claro a respeito de nossos propósitos ao nos congregarmos e a respeito da fronteira entre os de dentro (membros) e os de fora (não membros). Em um sentido, podemos dizer que a Bíblia inteira, e o Novo Testamento em particular, fornece à igreja uma lista completa de “regras pactuais” (propósitos e expectativas para a igreja). Ao mesmo tempo, um pacto escrito serve como um tipo de sumário recitável das expectativas relacionais para a igreja local.
Quanto mais intencionalmente bíblica for a linguagem de um pacto congregacional, melhor. Igrejas nos lares, por exemplo, podem reunir uma série de frases do Novo Testamento que descrevam os deveres e privilégios dos membros com apenas pequenos ajustes de linguagem (ou talvez nenhum) para o seu pacto congregacional.
Um pacto congregacional pode ser longo ou curto, mas deve enfatizar as expectativas relacionais para os membros da igreja. Ele pode ser escrito e regularmente recitado, ou memorizado, até mesmo cantado ou entoado, a depender da cultura e do nível literário. Pode ser cantado, recitado ou lido sempre que as ordenanças do batismo ou da Ceia do Senhor forem observadas. As famílias podem usar o pacto como um meio de ensinar as crianças o que significa associar-se à igreja e como o evangelho muda as vidas e capacita os seguidores de Jesus a viver de modo distinto neste mundo.
Um pacto congregacional deve incluir tanto afirmações ou versículos que seriam incluídos em quaisquer pactos como afirmações que dependem de considerações culturais. Assim, todos os bons pactos descreverão os deveres relacionais da vida familiar, da vida congregacional e da vida no mundo. Mas uma igreja estabelecida numa cultura abertamente hostil ao cristianismo pode precisar de um pacto que seja mais explícito acerca do amor pelos nossos inimigos ou do chamado a suportar perseguição. Pactos em todos os cenários culturais podem exortar a um compromisso diligente com a ousadia no evangelismo e no fazer discípulos, mas apenas alguns cenários podem demandar ser explícito acerca de exigir que os membros renunciem à adoração ancestral e a práticas supersticiosas. Em sociedades marcadas por guerra e uma mentalidade combatente, um compromisso com a pacificação e a reconciliação provavelmente devem ser inclusos. Se um pacto fosse escrito aos cretenses, que a si mesmo chamavam mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos, ela deveria incluir um compromisso com a verdade no falar, a bondade, boas obras, sobriedade e domínio próprio. Em culturas nas quais os relacionamentos são rotineiramente sexualizados, os pactos podem enfatizar a vida casta, a modéstia e a rejeição da pornografia.
Seja qual for o conteúdo, um pacto deve enfatizar a ética relacional universal do evangelho, bem como deve ser apropriadamente particularizada. Deve fazer sentido para uma igreja local, tendo em vista seus pecados relacionais particularmente prevalecentes. Esse equilíbrio entre universalidade e particularidade ajuda os membros da igreja a “disciplinarem” uns aos outros nas áreas em que isso é mais necessário.
Aplicação contextual: unindo-se à igreja local
Na definição acima acerca das constantes bíblicas universais da membresia da igreja local, eu não descrevi como as pessoas devem associar-se a uma igreja local. Isso foi intencional.
Eu de fato mencionei o batismo bíblico, uma profissão crível de fé e uma vida que exibe contínuo arrependimento e fé em Cristo. Mas o modo exato como as igrejas locais em contextos diversos devem examinar associados em potencial, provavelmente, será variável.
Entrevistas de membresia conduzidas por presbíteros podem fazer muito sentido em sociedades complexas e anônimas. Mas onde as igrejas são muito pequenas, talvez a igreja toda deva entrevistar os candidatos. Havendo toda a igreja ouvido o testemunho de conversão do indivíduo e sua explicação do evangelho é um procedimento cauteloso adequado e muito encorajador para a igreja local.
Em conclusão, plantadores de igreja transculturais, assim como todo líder de igreja fiel, devem trabalhar duro para expressar as constantes bíblicas universais em expressões doutrinárias significativas, mesmo quando buscamos distinguir a doutrina das aplicações particulares e culturais dessa doutrina. Em todo tempo, voltamos à Palavra em oração para recebermos instrução e correção.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/791/Membresia_de_Igreja_e_Contextualizacao