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terça-feira, 26 de maio de 2015

O temor do Senhor é odiar o mal

26.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 24.05.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Elben César

domingo
Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. (1Pe 1.17c)

Sempre erramos ao calcular o tempo de vida que ainda nos resta. Antes mesmo de assentar-se no trono e começar a reinar, Davi segredou a Jônatas: “Juro pela sua vida e pala vida de Deus, o Senhor, que estou bem perto da morte!” (1Sm 20.3). No entanto, ele era “bem velho” (1Rs 1.1) quando morreu e só morreu depois de ter governado Israel por quarenta anos (1Rs 2.11). Já o personagem da parábola do rico sem juízo, contada por Jesus, assentou-se à sua escrivaninha, fez alguns cálculos e resolveu derrubar seus velhos celeiros e construir outros muito maiores, argumentando consigo mesmo: “Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se”. Mas naquela mesma noite, o fazendeiro ricaço morreu (veja Lc 12.16-20).

Qualquer que fosse a duração da vida dos crentes aos quais escreve, Pedro faz um pedido: “Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele”. Outras versões dizem: tratem a Deus com temor, com temor reverente, com temor salutar, com respeitoso temor, com cautela, com profunda consciência dele. Eles estavam, como nós também, fora da pátria. Somos estrangeiros em exílio, estamos apenas de passagem, temos aqui uma jornada terrena que ainda não terminou, somos concidadãos em peregrinação.

Uma das versões parece ser mais completa: “Procedam com um respeitoso temor a ele, desde agora até chegarem ao céu” (CV). Não se sabe direito o que é o temor do Senhor. Mas isso não deveria ser um problema, porque principalmente o livro de Provérbios explica em poucas palavras: “Temer o Senhor Deus é odiar o mal” (Pv 8.13). Além de explicar, Salomão mostra as vantagens do temor: “Para ser sábio, é preciso, primeiro, temer a Deus” (Pv 1.7), “Quem teme o Senhor escapa do mal” (Pv 16.6) e “Quem teme o Senhor terá uma vida longa, feliz e tranquila” (Pv 19.23).

A santidade do crente está embutida no temor do Senhor!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.
Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/24/autor/elben-cesar/o-temor-do-senhor-e-odiar-o-mal/

Eu nunca vou perdoar!

26.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,
Por Carlos “Catito” e Dagmar*

Neste mês da família, republicamos no Ultimatoonline o artigo da seção “Casamento e Família” publicado na atual edição da revista Ultimato (354). Os autores Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski discutem a difícil questão do perdão no contexto familiar. De fato, a frase “Eu nunca vou perdoar”, infelizmente não é rara. Leia o artigo a seguir.

***

Eu nunca vou perdoar!

Esta frase está muitas vezes presente em conflitos familiares e conjugais e expressa os sentimentos de dor de uma pessoa que sofreu um dano ou foi ferida por condutas de uma pessoa próxima de quem esperava acolhimento e amor.

Quando somos feridos, temos de fato uma decisão bastante difícil pela frente: perdoar ou manter a mágoa? Algumas pessoas dizem, com sinceridade, que perdoam, mas não conseguem esquecer o evento que causou a dor, tampouco conseguem relacionar-se novamente com quem lhes causou o dano e o sofrimento -- mesmo quando tal pessoa é o próprio cônjuge.

Aqui está um erro comum na interpretação do significado do perdão -- “perdoar significa esquecer”. Nossa memória é o mais poderoso HD que existe e nenhuma de nossas experiências nela gravadas é apagada, salvo por alguma doença ou traumatismo. Muitas coisas podem ficar escondidas em cantos remotos da memória e serem de difícil acesso, especialmente quando acumulamos experiências, mas jamais são apagadas e com algum esforço podem ser acessadas.

Então, se perdoar não significa esquecer, o que realmente é perdoar? Talvez a minha resposta não seja muito “teológica”, mas perdoar é livrar-se da compulsão neurótica da repetição. Explico melhor: enquanto não perdoamos o dano que sofremos, a nossa tendência é ficar repetindo para nós mesmos o que o outro nos fez, que não merecíamos isso (especialmente nos casos de traição conjugal), que aquilo que sofremos dói demais, que somos infelizes pelo dano que sofremos etc. Essa repetição contínua -- para nós mesmos ou para os que nos rodeiam -- é uma espécie de neurose. Livrarmo-nos disso é sempre um sinal de saúde emocional.

Sendo assim, o perdão é o caminho que Deus nos oferece para nos livrarmos da compulsão neurótica da rememoração do dano e da dor sofridos. Perdoar é poder escolher de novo. É reconhecer que os outros não são responsáveis por nossa infelicidade. Entretanto, esse não é um caminho simples. Existem alguns aspectos que precisam ser observados no processo de perdão.

Em primeiro lugar, precisamos entender que o perdão é algo que fazemos em benefício próprio. Por quê? Quando eu posso, de forma honesta e sincera, dizer: “Fui ferido, fui magoado, não merecia isso, mas aconteceu e agora quero parar de repetir isso e decido perdoar o outro”, então passo para uma nova dimensão -- a da liberdade que posso experimentar.

Todavia, somos relutantes em perdoar porque, em segundo lugar, perdoar é arriscar-se a ser ferido novamente. E se o outro fizer de novo? Vou passar por idiota? Como vai ficar minha autoestima? É preciso correr esse risco se queremos gozar de saúde emocional. Creio que seja por esse motivo que Jesus nos incentiva a perdoar 70 x 7 -- por “nossa” saúde emocional.

Por fim, o perdão nos leva à participação na comunicação trinitária, pois abre a possibilidade de criar o “novo”. O perdão conduz a pessoa a um novo âmbito relacional, reafirmando a coparticipação na vida -- somos membros uns dos outros e isso nos constitui em um novo modelo de família. O perdão é a reintegração do filho que estava longe na busca de perversões oferecidas em outra região, mas que volta a si (estava fora de si -- louco) e regressa para a casa do pai.

Neste sentido, o exercício do perdão produz uma reestruturação familiar inclusiva -- um “emparentamento”, fazendo do outro um parente, irmão em Cristo. Este é o ministério da reconciliação a que somos chamados (2Co 5).

Carlos “Catito” e Dagmar são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de família. São autores de Pais Santos, Filhos Nem Tanto. Acompanhe o blog pessoal dos autores.

Leia também
Crises e perdas na família – consolando os que sofrem
Culpa e perdão, mancha e purificação (Ultimato 334) 
Perdão (Rubem Amorese) 
*****
Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/eu-nunca-vou-perdoar

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O preço de uma obra inacabada

25.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Anderson Cassio de Oliveira 

O mesmo Espírito que vivificou Ele, também nos vivificará (Romanos 8:11). 


 “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro  suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão  dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’.”  (Lucas 14:28-30)

Recentemente eu e minha família alugamos uma casa, como costumeiramente fazemos para o feriado de  carnaval.  Deixamos a cargo do meu cunhado para providenciar o lugar. E tal não foi a minha surpresa quando  percebi que a casa que havíamos alugado era a mesma onde havíamos feito anos atrás o retiro de jovens da Igreja. Aquele retiro foi marcante, pois na época era líder de jovens e fizeram uma homenagem surpresa para mim, depois do feriado de 07 de setembro.

Porém, naquele dia que chegamos para descansar o feriado de carnaval, o que mais me impressionou naquela casa foi o estado que ela se encontrava atualmente. A parte superior daquela casa  estava no mesmo estágio de construção do que daquele retiro passado,ou seja, inacabada.  Porém a parte que era habitável no térreo estava cheia de sujeira e mofos nas paredes. Enfim, aquele não seria o melhor lugar para “desfrutar” e “descansar” no feriado, na verdade aquele lugar nem ao menos deveria ser alugado, pois aquela casa estava inacabada.

Conversando com conhecidos do dono da casa, fiquei sabendo que aquela casa havia sido construída por um homem que havia aceitado Jesus, bem como, alguns da sua família haviam abraçado a fé. Entretanto, a perda de uma filha, através de uma doença rara e terminal acabaram abalando a estrutura daquela família inteira, acarretando no abandono da fé por alguns deles e dos projetos que elaboravam como aquela construção.

Sabe queridos, Jesus nos ensina que nossa vida espiritual precisa ser construída, cuidada e planejada.  Nossa vida espiritual não deve ser construída na empolgação de um projeto humano ou de auto-realização como o  relato acima descrito.

Nossa “construção espiritual” deve ser firmada na Rocha que é Cristo onde nenhum vento forte contrário ou maré alta poderá destruir. (Mt 7:24-27).  Os alicerces do verdadeiro cristão devem estar fundamentados em Cristo, cujos projetos jamais perecem.   A questão é que muitas das vezes os fundamentos de alguns cristãos não passam de alicerces humanos de auto-realização, quando na verdade, as bases do verdadeiro cristianismo exige certa renúncia e abnegação.
Como está escrito:

 Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. (Mc 8:34)

Jesus foi bem claro nesta passagem, quando nos mostrou a 2 coisas:

1) A chance de escolher andar ou não com Ele
2) A condição para segui-lo.

Quando disse:  Aquele que  “quiser ” vir após Ele  “deve” negar a si mesmo, estava justamente falando isso, dando-nos a chance de escolha e a condição pra andar com Ele.

O Senhor não nos obriga a andar com Ele, nem a obedece-lo, porém é necessário que entendamos isso se quisermos agradá-lo.

Mas por causa disso, de projetos sem a participação de Deus é que  muitos pessoas tem desperdiçado tempo e dinheiro em obras inacabadas.  Muitos são os que acabam esquecendo dos planos que o Senhor tem para suas vidas e poucos são os cristãos que entendem o propósito de um vida cristã de renúncia.

Amados, cada compartimento da nossa vida, do nosso coração deve estar limpo e pronto para o acabamento do Senhor. Devemos lembrar que a transformação que Deus faz é de dentro para fora e cabe a todo cristão se submeter ao Dono da Obra.  Como disse a irmã Iara Diniz de Paula: “Existe uma grande diferença entre fazer a obra do Senhor e obedecer ao Senhor da obra”.  Muitos acham que podem fazer a obra do Senhor de qualquer forma e de qualquer jeito, porém quando vem as provas é que vemos se ela estava realmente firmada e sem defeito.

Deus não exige pessoas perfeitas, mas usa pessoas dispostas  a serem usados por Ele . A questão é que não sabemos os custos de uma construção complexa que é o viver cristão, mas devemos nos esforçar em agradar a Deus , pois sabemos o preço que foi pago pelo Dono da Obra. (1 Co 6:20;7:23; AP 1:5)

É claro que na caminhada cristã não é fácil para alguém sofrer de perdas como foi no caso do dono daquela construção inacabada. Porém é necessário entender que o preço de andar na fé nem sempre envolve realizações pessoais. Vemos isso na vida de Jó e suas inúmeras perdas.  Também quando enxergamos a vida de Abraão conseguimos visualizar um homem que teve a disposição sair da zona de conforto de sua vida, bem como, negar o seu próprio filho para seguir ao Senhor.

Tanto Jó, como Abraão foram pessoas dispostas a se negar por obediência a Deus.

A abnegação traz a verdadeira transformação e conversão, não apenas uma adesão ou convencimento.  Essa é a diferença entre um crente regenerado e convertido para um cristão nominal e convencido.

Diz as Escrituras que certa vez um homem resolveu seguir Jesus, mas fez um pedido inusitado a Cristo, que era de enterrar seu pai primeiro. A resposta do Messias foi:

“Segue-me , e deixa os mortos sepultarem seus mortos (Mt 8:21-22).

Amados, o objetivo de Cristo nunca foi desagregar famílias ou destruí-las, mas edificá-las através de um novo fundamento. O que Cristo estava dizendo para aquele homem é que a obra que Ele estava fazendo Nele era maior que qualquer outro projeto humano. Os planos que o Senhor tem para nossa vida é bem maior daquilo que podemos imaginar (Jr 29:11).

Muitas pessoas costumam culpar Deus pela tragédia que são  acometidos,esquecendo muitas vezes que o inimigo de nossas vidas veio roubar, matar e destruir. (João 10). E que foi ele, Satanás que incitou a pecar e que tivéssemos uma vida finita e limitada.

Porém, o Criador do universo nos deu Seu filho para tivéssemos vida eterna (João 3:16).

Aparentemente a morte do Filho do Homem significava uma obra inacabada, mas foi através dela que o plano do Senhor se concretizou em nossas vidas (Colossenses 1;22; ). A  obra de Cristo poderia ser motivo de zombaria e fracasso, mas ao final se tornou sinal de triunfo e vitória.  A morte Dele não foi o fim de uma obra terrena,mas a consumação de uma obra celestial de imortalidade que se iniciava, onde Ele é o Primogênito(Cl 1:18; Ap 1:5; 2 Tm 1:10) . O mesmo Espírito que consumou a obra na vida Dele também consumará a nossa obra Nele.

Como está escrito:

O mesmo Espírito que vivificou Ele, também nos vivificará (Romanos 8:11).

Por isso, não podemos deixar de “completar” aquilo que foi construído por Deus em nossa vida espiritual. Precisamos perseverar na fé em Deus. Também não podemos deixar que áreas que estão em bom estado sejam consumidas pela infiltração do pecado oculto. Numa construção espiritual de nada adianta disfarçar o mofo consumido pela iniqüidade e pecado, com uma pintura superficial de boa aparência.  Devemos pintar as paredes do nosso coração com o sangue do Cordeiro que tira de vez todo mofo e sujeira do pecado e do passado. (1 Jo 1:7). Precisamos rebocar as rachaduras do rancor com a argamassa do perdão.  Nessa construção espiritual somos pedras vivas , edificados como casa espiritual de Deus nesta Terra e como templo do Seu Espírito , ( 1 Pe 2:5; 1 Cor 3:16;)

Nessa construção devemos, acima de tudo, crescer em Deus  como está escrito:

No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.

No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito. (Efésios 2:21-22)

Meu desejo é que possamos consumar aquilo que o Senhor começou em nossas vidas.

Pois aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;(Filipenses 1:6)
*****
Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/o-preco-de-uma-obra-inacabada/

sexta-feira, 22 de maio de 2015

União com o Deus Trino

22.05.2015
Do portal do MINISTÉRIO FIEL, 20.05.2013
 
Você já imaginou como seria estar há horas de distância da morte - não como um idoso, mas como alguém condenado a morrer, embora inocente de qualquer crime? O que você iria querer dizer àqueles que você conhecem e que mais amam você? Você, certamente, lhes diria o quanto você os amava.  Você poderia esperar ser capaz de dar-lhes algum conforto e confiança - apesar do pesadelo que você mesmo estava encarando. Você iria querer abrir seu coração e dizer as coisas que são mais importantes para você.

Tal atitude seria certamente digna de louvor. É claro, seria pura natureza humana - porque foi isso que Jesus fez, como o apóstolo João relata no Discurso do Cenáculo (João 13-17).

Há vinte e quatro horas de sua crucificação, o Senhor Jesus expressou seu amor de maneira rara e delicada. Ele levantou da mesa da ceia, amarrou uma toalha de servo em sua cintura, e lavou os sujos pés de seus discípulos (incluindo, aparentemente, os de Judas Iscariotes; João 13:3-5, 21-30). Foi uma parábola ativa, como João explica: "Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim" (v. 1).

Ele também falou palavras de profundo conforto a eles: "Não se turbe o vosso coração" (14:1).

Ainda assim, Jesus fez muito mais. Ele começou a mostrar a seus discípulos "as profundezas de Deus" (1 Coríntios 2:10). Quando lavou os pés de Pedro, lhe disse que ele entenderia suas ações apenas "depois" (João 13:7). Igualmente para o que ele disse, pois ele começara a revelar a seus discípulos a natureza interior de Deus. Ele é Pai, Filho e Espírito Santo - a Santa Trindade.

A Glória do Mistério Revelada

Muitos cristãos tendem a pensar na Trindade como uma doutrina antiprática e especulativa. 

Mas o Senhor Jesus não pensa assim. Para ele, ela não é especulativa nem antiprática - mas exatamente o contrário. Ela é o fundamento do evangelho. Sem o amor do Pai, a vinda do Filho, e o poder regenerador do Espírito Santo, simplesmente não poderia haver salvação. (Unitarianos, por exemplo, não podem ter expiação feita por Deus para Deus).

Durante seu Discurso de Despedida, Jesus explicou a Filipe que vê-lo é ver o Pai (João 13:8-11). Ainda assim, ele mesmo não é o Pai; do contrário, ele não poderia ser o caminho para o Pai (João 14:6). Ele também está "no" Pai, e o Pai está "nele." Esta mútua habitação é, como os teólogos dizem, "inefável" - além de nossa habilidade de compreender. E ainda assim, não está além da habilidade da fé de crer.

Além disso, o Espírito Santo reside no âmago deste vínculo entre o Pai e seu Filho. Mas agora, o Pai enviou seu Filho (que está "no" Pai). Tal é o amor do Pai e do Filho pelos crentes, que eles virão e farão dos crentes sua morada.

Como assim? O Pai e o Filho vêm habitar no crente através da habitação do Espírito Santo (14:23). Ele glorifica a Cristo (16:14). Ele toma o que pertence a Cristo, dado a ele pelo Pai, e mostra a nós. Mais tarde, quando temos o privilégio de ouvir de longe a oração de nosso Senhor, Jesus semelhantemente fala sobre a íntima comunhão com Deus que o sustentou tão maravilhosamente: "tu, ó Pai, [estás] em mim e eu em ti" (João 17:21).

De fato, isso é teologia profunda. Ainda assim, virtualmente a mais profunda afirmação que podemos fazer sobre Deus é que o Pai está "no" Filho e o Filho "no" Pai. Parece tão simples que uma criança pode ver. Pois, qual palavra pode ser mais simples que no?

Ainda assim, isso também é tão profundo que as melhores mentes não podem sondar. 

Pois, sempre que buscamos contemplar a pessoa do Pai, descobrimos que não podemos fazê-lo sem pensar em seu Filho (pois ele não pode ser um pai sem um filho). Nem podemos contemplar este filho à parte do Pai (pois ele não pode ser um filho sem pai). 

Tudo isso é possível porque o Espírito ilumina quem o Filho de fato é, como Aquele único através de quem podemos vir ao Pai.

Assim, nossas mentes simultaneamente dilatam de prazer nesta trindade em unidade, e ainda assim são esticadas além de suas capacidades pela noção da unidade na trindade. Quase tão atordoante é o fato de que Jesus revela e ensina tudo isso para ser a verdade do evangelho que mais firma a vida, conforta o coração, dá equilíbrio e alegria (15:11).

A Trindade é tão vasta em significância porque pode trazer conforto a homens levados ao limite pela atmosfera de tristeza prestes a submergi-los. O Um trino é maior em glória, mais profundo em mistério, e mais belo em harmonia do que todas as outras realidades na criação. Nenhuma tragédia é grande demais para oprimi-lo; nada que é incompreensível para nós o é para ele, cujo próprio ser é incompreensível para nós. Não há trevas mais profundas do que as profundezas do interior de Deus.

Talvez seja compreensível, então, que Jonathan Edwards pudesse escrever em sua Narrativa Pessoal:

Deus apareceu glorioso para mim, por causa da Trindade. Ela me fez ter pensamentos exaltantes sobre Deus, que ele subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. As mais doces alegrias e deleites que experimentei, não foram aquelas que surgiram de uma esperança em meu próprio bom estado; mas em uma direta visão das coisas gloriosas do evangelho. Quando desfruto dessa doçura, ela parece me carregar acima dos pensamentos de meu próprio estado; parece em tais momentos uma perda que não posso suportar, desviar meus olhos do glorioso e prazeroso objeto que contemplo sem mim, e voltar os olhos para mim mesmo, e meu próprio bom estado.

Mas a revelação da Trindade está de fato relacionada com nosso "próprio bom estado."

A Maravilha da União revelada

O objetivo do ensino de Jesus não é meramente chocar nossas mentes ou agitar nossas imaginações. É nos dar um senso do vasto privilégio da união com ele.

Desde o princípio destas poucas horas de ministério, Jesus falou sobre seus discípulos terem uma "parte" com ele (João 13:8). Ele também explicou que o Espírito revela aos cristãos que eles estão "em Cristo" e que ele está neles (14:20). Esta é uma união tão real e maravilhosa que sua única analogia real - assim como seu fundamento - é a união do Pai e do Filho através do Espírito. Os discípulos desfrutariam a união com o Filho e, portanto, teriam comunhão com o Pai através do Espírito. "Vós o conheceis," disse Jesus, "porque ele habita convosco e estará em vós" (v. 17). Estas enigmáticas palavras não se referem ao contraste do relacionamento entre o Espírito e os crentes da antiga aliança ("convosco") e da nova aliança ("em vós"). Elas são frequentemente entendidas dessa maneira, mas Jesus está na verdade dizendo: "Vocês conhecem o Espírito, porque ele está com vocês em mim, mas ele virá (no Pentecostes) para estar em vocês como justamente Aquele que tem sido meu constante companheiro (e nesse sentido, 'em vocês'). Assim, ele não é outro senão Aquele que é o vínculo de comunhão entre o Filho e o Pai desde toda a eternidade."

Assim, ser unido com Cristo é ter parte em uma união criada pela habitação do Espírito do Filho encarnado que está ele mesmo "no" Pai como o Pai está "nele." União com Cristo significa nada menos que comunhão com todas as três pessoas da Trindade. Não é que a natureza divina esteja infundida nos crentes. Nossa união com Cristo é espiritual e pessoal - efetuada pela habitação do Espírito do Filho do Pai.

Note, então, o raro e delicado quadro que Jesus pinta para expressar a beleza e a intimidade dessa união: ela envolve nada menos que o Pai e o Filho fazendo morada no coração do crente (v. 23).

Significativamente, Jesus não exige que os crentes façam uma dúzia de coisas - exceto crer e amar. Pois esta é a percepção ("naquele dia vós conhecereis"; v. 20) da realidade e da magnitude dessa união com Deus Trino através da união com Cristo que transforma o pensamento, o sentimento, a disposição, o amor e, consequentemente, as ações do crente. Nessa união, o Pai apara os ramos da vinha para dar mais fruto (15:2). Na mesma união, o Filho guarda todos aqueles que o Pai lhe deu (17:12).

Não me surpreende que John Donne tenha orado:

Invade meu coração, Deus trino; pois fazes tudo, menos bater; respire, brilhe, e busque consertar; Que eu levante e permaneça, me derrube, e empenhe Tua força para quebrar, soprar, queimar, e fazer-me novo. Eu, como uma cidadela usurpada por outros, Trabalho para deixa-lo entrar, mas ah, sem resultado; Razão, vosso vice-rei em mim, eu deveria defender, Mas está cativo e se prova fraco ou falso. Ainda assim em estima te amo, e seria alegremente amado, Mas estou noivo de teu inimigo; Divorcie-se de mim, desate ou quebre o nó novamente, Leve-me contigo, me aprisione, pois eu, a menos que me encantes, nunca serei livre, Nem nunca serei puro, a menos que me arrebates. (Holy Sonnets XIV – Santos Sonetos XIV)
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/526/Uniao_com_o_Deus_Trino

A Sua Fraqueza Deveria Levar Você a Deus

22.05.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 19.05.15
Por Paul Washer

“É muito fácil dizer “Eu sou fraco”, mas o seu problema não é que você seja fraco, é que você se acha forte. E eu posso provar isso simplesmente ao olhar para a sua vida devocional. Nosso problema não é que nós sejamos muito fracos, mas é que nós não reconhecemos a nossa fraqueza.”

ASuaFraqueza


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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/a-sua-fraqueza-deveria-levar-voce-a-deus/

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Mad Max: a estrada da fúria

21.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE

Em 1982, com 18 para 19 anos, fui ao cinema em Campinas (SP) assistir ao filme “Mad Max 2 – A caçada continua”, do diretor e produtor australiano George Miller (a tradução literal seria “O guerreiro da estrada”). Fiquei impressionado com o filme. E não apenas eu, porque três anos depois veio “Mad Max 3 – Além da Cúpula do Trovão”. Estes filmes lançaram um até então desconhecido ator australiano por nome Mel Gibson ao estrelato e ao primeiro escalão de Hollywood.

Alguns anos depois apenas é que assisti em VHS (os mais novos não fazem ideia do que é isso!) “Mad Max”, o primeiro da série. Considero o primeiro filme como sendo bom: Max, um policial rodoviário australiano fica completamente “Mad” quando uma gangue de motoqueiros que vandalizava pequenas cidades, cometendo todo tipo de delitos e violência gratuita (mais ou menos como a turma do Alex em “Laranja Mecânica” do Anthony Burguess) mata seu parceiro de patrulhamento e por fim, sua esposa e seu filhinho pequeno. Ele toma a justiça nas mãos e executa sua vingança contra a gangue. Um filme com início, meio e fim. Foi, de certa forma, uma surpresa que este filme tenha tido continuação – esta, a meu ver, a melhor daquela primeira trilogia (os filmes respectivamente de 1979, 1981 e 1985). O filme é uma distopia, isto é, uma ficção que apresenta um futuro trágico, dramático, catastrófico, chamado pela mídia – equivocadamente, se julgado em perspectiva teológica – de “apocalíptico”.

Na cronologia de Mad Max, entre o primeiro e o segundo filmes aconteceu a Terceira Guerra Mundial, uma guerra nuclear, que quase devastou por completo a população do planeta. Os sobreviventes em um mundo desértico tentam reconstruir a sociedade e a existência, mas de um modo exótico, estranho mesmo. A estética dos filmes não se enquadra em padrão nenhum, a não ser talvez um estilo punk, mas muito exagerado. Os filmes são cheios de personagens esquisitos, e têm como ponto em comum a trajetória de um homem atormentado pela dor de sua perda, que não se perdoa pelo que considera seu pior fracasso, o de não ter conseguido impedir o massacre de sua família, e que mesmo sem querer acaba sendo um herói, ajudando pessoas: um grupo que mora em uma refinaria no meio do deserto (Mad Max 2) e meninos perdidos que vivem em um oásis (Mad Max 3 – este eu tenho como o pior da primeira trilogia. Tina Turner cantando “We don’t need another hero” não combina com Mad Max de jeito nenhum...).

Esta introdução é necessária para uma compreensão mínima de “Mad Max – Estrada da Fúria”, que surge exatos 30 anos depois do último filme da primeira série. Max Rockatanski agora é encarnado pelo jovem ator britânico Tom Hardy. E o diretor é o mesmo George Miller, que faz um trabalho primoroso. O filme é tenso e intenso. As cenas de perseguição no deserto são as mais insanas que o cinema já viu. Charlize Theron, tão bela, está simplesmente irreconhecível como a Imperator Furiosa (engraçado ver anglófonos pronunciando “Furiosa” – sai algo mais ou menos como “Furiôssa”). O filme está cheio de gente surtada, pessoas esquisitas, deformadas por conta de exposição à radiação nuclear, é surreal e psicodélico demais, mas demais mesmo.

Não sei de onde George Miller tira tanta inspiração para as sequências bizarras e incrivelmente malucas de seu filme. É um filme de ação, mas é muito mais que um filme de ação. Depois de “Mad Max – Estrada da Fúria” vai ser muito difícil dirigir um filme de ação, porque querendo ou não, as comparações serão inevitáveis. E vai ser muito difícil alguém fazer algo que chegue ao menos perto deste filme de Miller. É um filme que é muito mais que um mero blockbuster. Não é a ação pela ação, não é a aventura pela aventura, como se um fim em si. Muito pelo contrário: o filme propõe questões seríssimas para nossa reflexão, questões para nosso futuro, mas que urgentemente têm que ser vistas com a maior seriedade agora, hoje, já, pelos governantes e pelo povo.

Estas questões podem ser vistas à luz da teologia cristã. É possível identificar pelo menos quatro pontes, por assim dizer, com a teologia, quatro possibilidades de diálogo entre a narrativa fílmica de George Miller e a teologia cristã (possivelmente haja mais. Não se tem aqui a pretensão de esgotar a matéria, ainda mais em se tratando de um filme tão rico como este).

Estas questões seríssimas são:

1) A questão dos combustíveis fósseis. Este é o grande tema de Mad Max 2, e o mesmo tema é retomado por Miller em Estrada da Fúria, que, há que se dizer, não é um Mad Max 4. Os combustíveis fósseis um dia acabarão. Vivemos uma relação ambígua com os veículos movidos a combustíveis fósseis. Por um lado, são necessários. Por outro lado ao mesmo tempo o capitalismo impõe a necessidade de consumo cada vez maior. O consumismo é um valor da religião do mercado, não da fé cristã, que se pauta pela solidariedade;

2) A questão da água. Este sim é o líquido mais precioso do planeta (e não o diesel e a gasolina, tal como apresentado em Mad Max 2). O vilão do filme controla o povo de uma comunidade decidindo quanto e quando eles terão água. Você já reparou em quantas vezes a Bíblia fala de água? Já parou para pensar em como a água é importante na teologia bíblica? E em como a água é importante para a vida? Ecologistas e autores de ficção científica já há tempos alertam para o perigo da água vir a faltar no planeta. Os governantes e o mercado não deram atenção. A seca no Sudeste brasileiro neste fim de 2014 e início de 2015 conseguiu chamar a atenção da grande imprensa e do povo em geral para este problema tão delicado. Não consigo entender como um tema tão importante na Bíblia e tão necessário para a vida não seja tema da reflexão teológica evangélica no Brasil. O III Fórum Mundial de Teologia e Libertação, reunido em Belém do Pará em janeiro de 2009, teve como tema a questão da água e da terra. O evento é ecumênico, ou seja, adota uma teologia tida como não conservadora. Antes abordar um tema tão importante a partir de uma teologia não conservadora que não abordá-lo com uma teologia correta (ou pelo menos, que se pensa que é a correta);

3) A questão da escravidão do ser humano pelo ser humano. O mote do filme é a luta pela liberdade de um grupo de escravas sexuais do vilão da história, cuja autoridade jamais é questionada por seus súditos. Elas são usadas apenas para reprodução. O tema da escravidão é mais que importante na teologia bíblica. E hoje, com tantos recursos e tanta tecnologia, há mais escravos que jamais houve em toda a história da humanidade. O Brasil tem muitos trabalhadores escravos hoje. E mais uma vez em nosso contexto brasileiro as teologias que se pretendem certas e corretas à luz da Bíblia não fazem ouvir sua voz de denúncia e protesto diante desta situação;

4) A questão do fanatismo religioso. O vilão do filme, Immortan Joe, se apresenta como um messias, e, usando figuras da mitologia escandinava e da cultura japonesa, leva seus jovens escravos a matar e a morrer (qualquer semelhança com jovens membros de grupos terroristas radicais de inspiração religiosa hoje não é mera coincidência). Ele se coloca no lugar de Deus, fazendo lembrar todos os líderes políticos da história que tentaram assumir um lugar que não lhes pertence, o lugar que apenas é daquele que “remove reis e estabelece reis” (cf. Dn 2.21).

O filme é muito louco, mas é inteligentíssimo. Faz pensar. Aponta questões para a reflexão teológica e a ação pastoral dos seguidores de Jesus no mundo. Tem um enredo bem pensado, coerente. Vou querer ver o filme de novo.

*Carlos R. Caldas Filho. É doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo e bolsista do PNPD-CAPES na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte (MG). 
 
Leia também
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/mad-max-a-estrada-da-furia

Abra Meus Olhos Para Que Eu Possa Contemplar

21.05.2015
Do portal do MINISTÉRIO FIEL, 21.03.13
Por John Piper   

1 Samuel 23,15-18
Salmos 119:17-24

17 Sede generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe vossa palavra. 18 Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei. 19 Sou peregrino na terra; não escondais de mim vossos mandamentos. 20 Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, vossos juízos. 21 Repreendestes os soberbos; malditos os que se desviam de vossos mandamentos. 22 Tirai de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado vossos testemunhos. 23 Assentaram-se príncipes e falaram contra mim, mas vosso servo meditou em vossos decretos.24 Com efeito, vossos testemunhos são meu prazer, meus conselheiros.

Trilhos paralelos no caminho de nossas almas

Quando começou o ano de 1998, o desejo de Deus para nós é que tivéssemos o propósito de viajar numa ferrovia de dois trilhos em direção à santidade, ao amor, à missão e ao céu. 

Os dois trilhos deste trem são oração diante do trono de Deus e meditação na Palavra de Deus. Alguns de vocês podem se lembrar da segunda página do livreto de nossa Declaração missionária: a dinâmica espiritual, que afirma o seguinte: "Unimo-nos ao Deus Pai para magnificar a supremacia de sua glória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo, por apreciar tudo o que Deus é, amar tudo o que ele ama, orar por todos os seus propósitos, meditando em toda a sua palavra, sustentado por sua graça".

Orar diante do trono de Deus e meditar na Palavra de Deus são como trilhos paralelos que capacitam o trem de nossas almas a permanecer na direção que leva à santidade e ao céu. Precisamos renovar nosso zelo por oração e meditação na Bíblia no princípio do ano. Tudo envelhece, esgota-se e enfraquece sem o reavivamento, renovação e restauração. Assim, durante a Semana de Oração que temos na igreja, em todo ano, fixamos nossa atenção nesses atos grandiosos e preciosos para reacender nossa paixão pela oração e pela Palavra.

Três fatos para aprender do Salmo 119:18

Este ano, as duas mensagens que se encaixam na Semana de Oração procedem do Salmo 119:18: "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei". Esse versículo combina oração e a Palavra - e precisamos ver como - para que possamos combiná-las desse modo em nossas vidas e em nossa igreja. Há três fatos que aprendemos nesse versículo.
  • Há maravilhas na Palavra de Deus. "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei". A palavra "lei" é a Torá e significa "instrução" ou "ensino" nesse salmo. Há fatos maravilhosos no ensino de Deus para nós. Realmente, eles são muito maravilhosos e quando você os vê concretamente, eles o mudam profundamente e tornam possíveis a santidade, o amor e missões (2 Coríntios 3:18). Por essa razão, ler, conhecer, meditar e memorizar a Palavra de Deus são tão cruciais.
  • O segundo fato que aprendemos nesse versículo é que ninguém pode ver essas maravilhas como são exatamente sem a ajuda sobrenatural de Deus. "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei". Se Deus não abrisse nossos olhos, não veríamos a maravilha da Palavra. Não somos naturalmente capazes de vermos a beleza espiritual. Se lêssemos a Bíblia sem a ajuda de Deus, a glória dele nos ensinos e eventos da Palavra seria como o sol brilhando na face de um homem cego. Não que não se possa construir um significado superficial para ela, mas não se pode ver a maravilha, a beleza, a glória da Palavra sem que ela conquiste seu coração.
  • Algo que nos leva ao terceiro fato que aprendemos nesse versículo é: precisaríamos orar a Deus por iluminação sobrenatural quando lêssemos a Bíblia. "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei". Uma vez que somos incapazes, por nós mesmos, de vermos a beleza espiritual e a maravilha de Deus nos ensinos e eventos da Bíblia sem a graciosa iluminação de Deus, deveríamos pedir-lhe por isto: "Abri meus olhos".
Uma verdade de três passos

Na próxima semana, planejo focar nas maravilhas da Palavra de Deus e na prática como podemos introjetá-las em nossa mente e coração. Mas, hoje focarei na oração. Desejo que possamos ver essa profunda verdade de três passos: a Palavra é fundamental para viver uma vida em direção a Deus que conduz ao céu e tem poder e sentido na terra. Não podemos mesmo ver o que a Palavra realmente é sem a ajuda sobrenatural de Deus. E, portanto, precisamos ser um povo de oração diária, e Deus faria o que quisesse para aplicar as maravilhas da Palavra em nossos corações e em nossas vidas.

Vamos tomar estes três passos, um de cada vez, e vê-los confirmados e ilustrados em outras partes da Bíblia.

1. A Palavra é fundamental para a vida de santidade

O primeiro fato é compreender a Palavra, conhecê-la e tê-la em nós como fundamento para viver uma vida de santidade, amor e poder para os propósitos de Deus.

Olhe em retrospecto para o versículo 11: "Guardo no coração vossa palavra, para não pecar contra vós". Como então evitamos o pecado em nossas vidas? Por valorizar a Palavra de Deus em nossos corações. Quantas pessoas fazem de suas vidas um caos por não meditar, amar e memorizar a Palavra de Deus! Você quer ser santo; isto é, você quer poder para vencer o pecado e viver uma vida de piedade radical, amor sacrificial e devoção completa à causa de Cristo? Então embarque nesta estrada. Deus ordenou uma direção para a santidade e poder: e essa direção é valorizar a Bíblia em nossos corações.

Digo isso aos idosos e aos pais dos jovens. Meditem, memorizem e nutram os mandamentos, conselhos e promessas de Deus nas Escrituras. Não, não digo que isso seja fácil, especialmente quando se está idoso. Mas a maioria das coisas que são dignas de serem feitas não são fáceis. Construir uma peça de móvel fino, compor um bom poema, uma grande peça musical, preparar uma comida especial ou celebração — nenhuma dessas coisas é fácil. Mas vale a pena fazê-las. Uma vida boníssima não vale a pena ser vivida?

Talitha tem agora dois anos de idade e está começando a aprender versículos da Bíblia de cor. Ela também está aprendendo formas de oração. Por quê? Porque ter o apuro de dedicar tempo e fazer esforço para repetir sempre a Bíblia para ela? Muito simples: quando for uma adolescente, quero que ela seja piedosa, pura, santa, amável, humilde, generosa, submissa e sábia. E a Bíblia afirma, tão claro como o dia, que essas virtudes procedem da valorização da Palavra de Deus em seu coração. "Guardo no coração vossa palavra, para não pecar contra vós".

Jesus expressa isso dessa forma em sua grande oração por nós em João 17:17: "Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade". "Santificar" é uma palavra bíblica para a ação de fazer uma pessoa piedosa, amável, pura, virtuosa ou espiritualmente sábia. E essas virtudes desejo para mim mesmo, para meus filhos e para você. Assim, o que devemos fazer este ano? Se formos santificados pela verdade e a Palavra de Deus é a verdade, o que devemos fazer?

Se um doutor afirma: "Você está muito doente e poderá morrer por causa dessa enfermidade, mas se você tomar este remédio ficará bem e viverá" e você se descuida em tomar o remédio. Então, vêm as desculpas: você está muito atarefado, as pílulas são grandes e difíceis de serem ingeridas, você se esquece de as tomar e permanecerá doente e poderá morrer. Da mesma forma acontece com o pecado e a imaturidade espiritual. Se você negligenciar o que Deus lhe diz que o santificará e o fará maduro, forte e santo, então você não será maduro, forte e santo. Ler, meditar, memorizar e nutrir-se da Palavra é a direção designada por Deus para vencer o pecado e se tornar uma pessoa forte, piedosa, madura, amável e sábia.

Há maravilhas a serem vistas na Palavra que o transformarão profundamente se realmente as vir e as valorizar em si mesmo.

2. Não podemos ver sem a ajuda de Deus

O segundo fato no texto é que não somos capazes de ver essas maravilhas na Palavra exatamente como elas são sem a ajuda sobrenatural de Deus.

A razão é que somos seres caídos, corruptos e mortos em pecado e, portanto, cegos, ignorantes e insensíveis. Paulo nos descreveu desta forma em Efésios 4:18: "Têm o entendimento obscurecido. Estão alheios à vida de Deus pela ignorância em que estão, pelo endurecimento de seu coração".

Aqui está a forma como Moisés escreveu sobre esse problema em Deuteronômio 29: 2-4: "Chamou Moisés a todo Israel e disse-lhes: Tendes visto tudo quanto o Senhor fez na terra do Egito… os sinais e grandes maravilhas. Porém, o Senhor não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir". Note: tendes visto..., porém não se pode ver sem a obra sobrenatural de Deus.

Essa é a nossa situação angustiante. Somos culpados, corruptos, insensíveis, ignorantes e cegos sem a obra de despertamento, estímulo, abrandamento, humildade, purificação e iluminação de Deus em nossas vidas. Jamais veremos a beleza da realidade espiritual sem a iluminação de Deus. Nunca veremos a maravilha e a glória que a Palavra ensina sem que Deus abra os olhos de nossos corações e nos conceda uma percepção espiritual dessas coisas.

A razão para ensinar essa necessidade e conhecê-la é fazer-nos desesperados por Deus e famintos dele e nos levar a suplicar e clamar a Deus por essa ajuda na leitura da Bíblia.

No tópico 2, compare também: Mateus 16:17 com 11:4 e Lucas 24:45; 1 Coríntios 2:14-16; João 3:6-8 e Romanos 8:5-8.

3. Precisamos orar a Deus para que Ele nos ajude a ver

Isso nos leva ao último fato: se conhecer e valorizar a verdade da Palavra de Deus é fundamental para ser santo, amável, maduro e apegado ao céu, e se nós, por natureza, não podemos ver as maravilhas da Palavra de Deus e sentir a atração de sua glória, então estamos em uma condição desesperada e necessitamos orar a Deus para nos ajudar a ver. "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei".

Em outras palavras, a oração é essencial para a vida cristã, pois ela é a chave para destrancar o poder da Palavra em nossas vidas. A glória da Palavra é semelhante ao brilho do sol na face do homem cego, a menos que Deus abra nossos olhos para essa glória. E, se não virmos a glória, não seremos transformados (2 Coríntios 3:18; João 17:17) e, se não somos transformados, não somos cristãos.

Em Efésios 1:18, Paulo ora deste modo: "Oro para que sejam iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento"... Em outras palavras: Ensinei a vocês essas coisas e vocês as receberam com seus sentidos externos, mas, a menos que vocês percebam a glória delas com vosso sentido espiritual ("os olhos de vosso coração"), não serão transformados. (Veja também Efésios 3:14-19; Colossenses 1:9 com 3:16). Agora, esses são os cristãos para quem ele escreve e demonstra que precisamos continuar em oração até alcançarmos o céu, para que os nossos olhos espirituais possam ver.

Sete tipos de oração para saturarmos nossa leitura bíblica

Mas visto que nosso texto é o Salmo 119:18: "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei", devemos permitir que esse salmista nos mostre como orar, de modo geral, a respeito da leitura da Palavra de Deus. Assim, permita-me concluir com uma pequena viagem no Salmo 119, a fim de lhe mostrar sete tipos de oração com as quais poderá saturar sua leitura bíblica este ano.

Devemos orar assim:
  1. Que Deus nos ensine sua Palavra. Salmo 119;12b: "Ensina-me vossos estatutos" (Veja também os versículos 33, 64b, 66, 68b, 135). O verdadeiro aprendizado da Palavra de Deus somente é possível se o próprio Deus é o mestre de todos os outros meios de ensino.
  2. Que Deus não oculte sua Palavra de nós, Salmo 119:19b: "Não escondais de mim vossos mandamentos". A Bíblia nos adverte do horrendo castigo ou julgamento da Palavra de Deus que será tomada de nós (Veja também o versículo 43).
  3. Que Deus nos faça entender sua Palavra. Salmo 119:27: "Fazei-me atinar com o caminho dos teus preceitos" (versículos 34, 73b, 144b, 169). Aqui, pedimos a Deus para nos fazer compreender e realizar o que for necessário para nos fazer entender sua Palavra.
  4. Que Deus incline nossos corações para a Palavra, Salmo 119:36: "Inclinai-me o coração aos vossos testemunhos e não à [cobiça]". O grande problema não é primariamente nossa razão, mas nossa vontade — não temos inclinação por natureza para ler, meditar e memorizar a Palavra. Assim, precisamos orar a Deus para inclinar nossas vontades.
  5. Que Deus nos conceda vida para obedecer à Palavra, Salmo 119:88: "Vivificai-me, segundo a vossa misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de vossa boca". Deus sabe que precisamos de vida e energia para nos dedicar à Palavra e à obediência a ela. Por conseguinte, o salmista pede a Deus por essa necessidade básica (Veja também o versículo 154b).
  6.  
  7. Que Deus firme nossos passos na Palavra. Salmo 119:133: "Firmai meus passos na vossa Palavra". Somos dependentes do Senhor não apenas para compreensão e vida, mas para o desempenho na Palavra. Que ele firme essa Palavra em nossas vidas. Não podemos fazer isso com nossas próprias forças.
  8.  
  9. Que Deus nos procure quando nos afastarmos da Palavra, Salmo 119:176: "Ando errante como ovelha desgarrada; procura o vosso servo". É extraordinário que esse homem piedoso termina esse salmo com uma confissão de pecado e a necessidade de Deus vir à procura dele e trazê-lo de volta. Por isso, também devemos orar frequentemente.
A Palavra, nosso tesouro

Concluo que, ao ingressarmos no ano de 1998 almejando ser santos, amáveis e radicalmente compromissados com o propósito de Deus na cidade e nas nações, precisamos ser o povo que valoriza a Palavra em nossos corações, mas mais que isso, pessoas que conhecem nossa condição desesperadora à parte de Deus, e que ele designou a oração como a forma com que nossos olhos serão abertos para ver as maravilhas na Palavra e, desse modo, sermos transformados. "Desvendai meus olhos, para que eu contemple as maravilhas de vossa lei".

Quão sincero o salmista é nesses tipos de orações? Uma resposta é dada no Salmo 119:147: "Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; nas vossas palavras, espero confiante". Ele acorda cedo! A oração é a principal prioridade. Você fará da oração sua prioridade principal?
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/311/Abra_Meus_Olhos_Para_Que_Eu_Possa_Contemplar

Casamento, Uma Instituição Essencialmente Cristã

21.05.2015
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 10.04.15
Por R. C. Sproul   

Alguns anos atrás, compareci a um casamento interessante. Fui especialmente surpreendido pela criatividade da cerimônia. A noiva e o noivo tinham desenvolvido ideias com o pastor para inserir elementos novos e empolgantes no culto, e eu gostei daqueles elementos. Contudo, no meio da cerimônia, eles incluíram porções da cerimônia de casamento clássica e tradicional. Quando comecei a ouvir as palavras da cerimônia tradicional, minha atenção foi despertada e fiquei comovido. Lembro-me de ter pensado: 

“Não há como melhorar isso, pois as palavras são tão belas e significativas”. Uma grande quantidade de reflexão e cuidado foi colocada nessas velhas e familiares palavras.

Hoje, é claro, muitos jovens estão não apenas dizendo “não” para a tradicional cerimônia de casamento, como também estão rejeitando o próprio conceito do casamento. Mais e mais jovens estão vindo de lares rachados e, como resultado, têm medo e desconfiança quanto ao valor do casamento. Então vemos casais vivendo juntos ao invés de se casarem, por medo de ser grande demais o custo de tal comprometimento. Eles temem que isso os torne vulneráveis demais. Isso significa que uma das mais estáveis e, costumávamos pensar, mais permanentes tradições de nossa cultura está sendo desafiada.

Uma das coisas que eu mais gosto na cerimônia tradicional de casamento é que ela inclui uma explicação para o motivo da existência de algo como o casamento. Nos é dito, naquela cerimônia, que o casamento é ordenado e instituído por Deus — isso significa dizer que o casamento não simplesmente brotou arbitrariamente de convenções sociais ou tabus humanos. O casamento não foi inventado por homens, mas por Deus.

Nós vemos isso nos primeiros capítulos do Antigo Testamento, onde encontramos o relato da criação. Encontramos que Deus vai criando em etapas, começando com a luz (Gn 1.3) e finalizando o processo com a criação do homem (v. 27). Em cada etapa, ele profere uma bênção, uma “boa palavra”. Deus repetidamente olha para o que ele criou e diz: “Isso é bom” (vv. 4, 10, 12, 18, 21, 25, 31).

Mas então, Deus nota algo que provoca não uma bênção, mas o que chamamos de maldição, isto é, uma “palavra má”. O que é essa coisa que Deus viu na sua criação que ele julgou como “não é bom”? Nós a encontramos em Gênesis 2.18, quando Deus declara: 

“Não é bom que o homem esteja só”. Isso o leva a criar Eva e a trazê-la até Adão. Deus instituiu o casamento, e ele o fez, em primeira instância, como uma resposta à solidão humana. Por essa razão, Deus inspirou Moisés a escrever: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (v.24).

Mas embora eu goste de apreciar as palavras da cerimônia tradicional de casamento, eu creio que a forma da cerimônia é ainda mais importante. Isso porque a cerimônia tradicional envolve fazer um pacto. Toda a ideia de pacto está profundamente enraizada no cristianismo bíblico. A Bíblia ensina que nossa própria redenção é baseada em um pacto. 

Muito poderia ser dito a respeito do caráter dos pactos bíblicos, mas uma faceta vital é que nenhum deles é uma questão privada. Todo pacto é tomado diante de testemunhas. É por isso que trazemos convidados aos nossos casamentos, para que eles testemunhem os nossos votos — e nos considerem responsáveis por cumpri-los. Uma coisa é um homem sussurrar expressões de amor para uma mulher quando ninguém ouve; mas é muito diferente quando ele fica de pé em uma igreja, diante de pais, amigos, autoridades eclesiásticas ou civis, e diante do próprio Deus e, lá, faz promessas de amá-la e protegê-la. 

Votos de casamento são promessas sagradas feitas na presença de testemunhas que se lembrarão delas.

Eu creio que o casamento é a mais preciosa de todas as instituições humanas. É também a mais perigosa. Em nossos casamentos, derramamos as nossas mais profundas expectativas. Colocamos as nossas emoções. Lá podemos alcançar a mais profunda felicidade, mas também podemos experimentar a maior decepção, a maior frustração, a maior dor. Com tudo isso em jogo, precisamos de algo mais solene do que uma promessa casual.

Mesmo em cerimônias formais de casamento, com o envolvimento de estruturas de autoridade, cerca de cinquenta por cento dos casamentos fracassam. Infelizmente, entre homens e mulheres que permanecem juntos como marido e mulher, muitos não se casariam com o mesmo cônjuge novamente, mas permanecem juntos por várias razões. 

Algo foi perdido quanto ao caráter sagrado e santo do pacto do casamento. A fim de fortalecer a instituição do casamento, devemos considerar fortalecer a cerimônia de casamento com uma clara e bíblica lembrança: o casamento é instituído por Deus e forjado à sua vista.

Tradução: Alan Cristie
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/667/Casamento_Uma_Instituicao_Essencialmente_Crista