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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Oração Pública e Particular

19.12.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Mike DuBose

É certamente entendido por todos que a oração é uma parte essencial da vida do cristão. Se esquecemos de orar, é porque nossas vidas estão muito ocupadas com coisas materiais e precisamos desesperadamente fazer alguma reorganização de nossas prioridades!

Jesus orava freqüentemente em público e em particular. Lucas, especialmente, toma nota da freqüência com a qual nosso Senhor orava. Ele registra sua oração em seu batismo (3:21), no deserto (5:16), antes de indicar os apóstolos (6:12), a sós, longe das multidões (9:18) e na transfiguração (9:28-29). Numa dessas ocasiões, quando Jesus estava orando, seus discípulos lhe pediram que os ensinasse a orar, assim como João tinha ensinado seus discípulos (Lucas 11:1). Nós também precisamos aprender a orar pública e particularmente.

Há elementos comuns na oração pública como na particular. Ambas são dirigidas a nosso Pai que está no céu. Ambas precisam ser em nome de Cristo, isto é, com sua autoridade. Fazer uma oração que não esteja em harmonia com a vontade revelada de Deus é adoração em vão. Alguém disse: "Se você quiser que Deus o ouça quando ora, você precisa ouvir Deus quando ele fala."

Tanto a oração em particular como a pública conterão nossas petições de coisas que necessitamos e agradecimento por bênçãos recebidas. Precisamos orar pelo perdão dos pecados, por seu auxílio e orientação em nossas vidas, e pelas bênçãos físicas que ele nos dá gratuitamente.

Mas há algumas coisas que deveriam ser diferentes em nossas orações públicas e particulares. Jesus ensinou que "...quando orares, entre no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6).

Jesus não estava ensinando que nunca deveríamos orar onde outros possam nos ver e ouvir. 

Lembre-se de que ele orava com seus discípulos freqüentemente. Antes, a idéia é que precisamos passar algum tempo a sós, longe das interrupções, em comunhão silenciosa com Deus. Várias vezes as Escrituras mostram nosso Salvador afastando-se das multidões, e mesmo dos discípulos, para estar só com seu Pai, em oração. Marcos registra que ele se levantou cedo, muito antes da aurora, só para que pudesse estar só para orar (Marcos 1:35).

Nós precisamos de um tempo sozinhos para derramarmos nosso coração a Deus. Precisamos orar por necessidades pessoais específicas que não possam ser tão facilmente expressas em público. Necessitamos estar sós para pedir que Deus nos ajude com circunstâncias especiais e problemas pessoais em nossas vidas.

Não há melhor ilustração dessa necessidade do que o exemplo de Jesus no Getsêmani. Lucas nos conta que Jesus retirou-se de seus discípulos "cerca de um tiro de pedra" e orou: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lucas 22:44). Se nosso Salvador precisou de tempo a sós para orar a seu Pai, podem os homens fracos e pecaminosos esperar vencer a tentação sem apelar a Deus em oração?

Como precisamos aprender a orar mais fervorosamente! Muito freqüentemente, nossas orações em particular são como aquelas que ouvimos pronunciadas em público. Oramos com generalidades. Oramos durante alguns poucos minutos e então passamos rapidamente a outras coisas. A oração pública, por natureza, precisa ser mais geral. Por exemplo, quando pedimos perdão de pecados em público, não podemos relacionar os pecados específicos de cada um dos presentes. Estamos dirigindo o grupo em oração e cada um deve orar junto com o dirigente pelos seus próprios pecados. Em particular, contudo, cada um precisa sentir o peso de seus pecados e confessá-los diante de Deus, buscando o seu perdão. Sentenças floreadas e frases feitas que não exigem pensamento e têm pouco significado devem ser evitadas. Hannah More disse: "Oração não é eloqüência, mas sinceridade; não a definição de desamparo, mas o sentimento dele; não figuras de linguagem, mas a sinceridade da alma."

Acima de tudo, precisamos ser fiéis a Deus para que nossas orações, tanto em público como em particular, sejam respondidas. Quando Jesus orava, ele era capaz de dizer: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer" (João 17:4). Precisamos glorificar o Pai guardando seus mandamentos. Não podemos esperar que nossas orações sejam respondidas se nossa atitude é como a do sujeito que orava: "Senhor, usa-me em teu serviço, especialmente no serviço de consultor." Aquele que se arremangou e está no trabalho na vinha de Deus é quem conhece o poder e o conforto da oração.


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Obstáculos à oração eficaz

19.12.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Gregory Roark

Quando alguém se aproxima de seu chefe com um pedido especial, talvez de um aumento, tenta ser cuidadoso, para não fazer qualquer coisa que possa impedir uma resposta favorável. É mais provável que ele faça um pedido se sentir que vem fazendo bem seu trabalho. Também, ele tenderia a ser cuidadoso com sua atitude, sabendo que o chefe poderia perceber uma atitude insincera ou hipócrita.

Quando nos apresentarmos a nosso Pai celestial em oração, devemos esforçar-nos muito mais para remover qualquer obstáculo que possa evitar que nossos pedidos sejam ouvidos por Deus. Jesus ensina a importância de se aproximar de Deus com sinceridade em Mateus 6:5: "E, quando orardes, não sereis como os hipócritas...." A palavra hipocrisia, originalmente, se referia à representação dos atores gregos e romanos. Os fariseus estavam quase representando em público para receber o louvor dos homens, ignorando o fato que o motivo de suas orações deveria ter sido adorar a Deus. Cada pessoa precisa perguntar-se: a quem ela busca agradar quando ora, o povo que a ouve ou Deus?

Há vários exemplos de longas orações na Bíblia que foram agradáveis a Deus (orações de Davi e de outros), mas as orações longas e palavrosas dos fariseus não impressionavam Cristo, por causa de seus motivos egoístas. Jesus condenou suas tentativas para impressionar os homens, em Marcos 12:40: "...e, para o justificar, fazem longas orações...." Suas orações não eram expressões do coração com a intenção de agradar a Deus; antes, eles queriam aparecer proeminentemente religiosos. Eles disfarçavam seus verdadeiros motivos com suas demonstrações públicas de devoção, mas Jesus conhecia seus corações.

Jesus ensinou que não é somente importante quanto oramos, mas também o que realmente dizemos e o que pretendemos quando oramos. Ele condenou o uso de repetições vãs em Mateus 6:7. Ali, Jesus se refere aos pagãos, que tinham o costume de repetir algumas frases sem sentido muitas vezes na sua adoração. Os cristãos deveriam se concentrar no que estão dizendo a Deus, uma vez que eles estão se comunicando com seu Criador e Senhor. 

Certamente pesaríamos cuidadosamente o que diríamos se estivéssemos nos dirigindo ao presidente da companhia onde trabalhamos, ou se estivéssemos falando com outra pessoa muito importante. Por todo o mundo, o modelo da oração de Jesus em Mateus 6 é decorada e repetida mecanicamente mas, ironicamente, no mesmo contexto, Jesus critica esta prática de vãs repetições.

Além do próprio ato de orar, há outros modos pelos quais podemos prejudicar nossa comunicação com Deus. Mesmo que oremos freqüentemente, como devemos, nossa conduta pecaminosa pode fazer com que nossas orações fiquem sem resposta. Quando os israelitas persistiram no pecado, Isaías lhes disse que Deus não ouviria as orações deles: "Vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Isaías 59:1-2; também 1:15). O pecado resulta em inimizade com Deus e evita que ele considere uma petição favoravelmente. Se nos humilharmos, nos arrependermos e pedirmos o perdão de Deus em oração, podemos aproximar-nos dele com a expectativa de que ele ouvirá (2 Crônicas 7:14).

Não somente é necessário estar em paz com Deus, mas devemos também buscar estar em paz com nosso irmão, quando oramos. Jesus indicou a urgência de buscar a reconciliação com um irmão, quando ele ensinava, em Mateus 5:23-24, que a pessoa precisa primeiro ser reconciliada com seu irmão antes de fazer uma oferenda de adoração a Deus. Jesus ordenou a seus discípulos que estivessem em paz uns com os outros (Marcos 9:50).

Quando Deus considera nossos pedidos em oração, ele leva em conta como temos tratado os outros. Esta idéia é ensinada em Mateus 6:14-15, onde Jesus afirma que não seremos perdoados se não praticamos o perdão. Nossa má vontade em perdoa os outros é como o menino que pede o perdão de seu pai por estragar o carro da família, mas se recusa a perdoar seu irmão porque estragou a bicicleta dele. Deus tem-nos perdoado dívidas muito maiores do que jamais teremos oportunidade de perdoar em toda a vida. Podemos esperar que Deus responda a nossos apelos por ajuda do mesmo modo que mostrarmos piedade por aqueles que pedem nossa ajuda ou perdão (Provérbios 21:13). "Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai" (Lucas 6:36).

Se removermos os obstáculos a nossas orações, seremos capazes de nos aproximar de seu trono ousadamente, "a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna."

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Condições para uma oração eficaz: relações apropriadas

19.12.2013
Do blog ESTUDOS DA  BÍBLIA
Por  Bill Hall

O valor de uma promessa é baseado no poder e fidelidade de quem promete. "Vos será feito" é a promessa feita em atenção a nossas orações, e é Jesus quem promete: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" (João 15:7). Acrescente a isso a promessa de João 14:14: "Eu [Jesus] o farei" e a de João 16:23: "Ele [o Pai] vo-la concederá", e a promessa se torna duplamente segura. Há poder na oração.

A cláusula "se" não deve ser negligenciada, contudo. A oração eficaz se apóia numa relação apropriada com Jesus Cristo —"se permanecerdes em mim" — a qual por sua vez repousa sobre uma atitude apropriada para com a sua palavra: "e as minhas palavras permanecerem em vós".

Se permanecerdes em mim

Precisamos estar em Cristo para que nossas orações sejam eficazes. Assim como o ramo precisa estar na videira para receber nutrição e produzir fruto, assim precisamos estar em Cristo, a verdadeira videira, para estarmos espiritualmente vivos, nutridos espiritualmente, espiritualmente produtivos, sendo eficazes pelo poder de nossas orações.

A palavra "permanecer" ou "estar" aparece dez vezes no contexto. Merrill C. Tenney observa, corretamente, que esta palavra "significa a manutenção de uma conexão ininterrupta antes que repouso, e revela a necessidade de uma relação constante e ativa entre o crente e seu Senhor, para que a vida resultante seja produtiva." Manutenção, não repouso! Não podemos descansar, presumindo ingenuamente que, uma vez que nos tornamos ligados a nosso Senhor, continuaremos automaticamente a estar nele. Precisamos trabalhar para manter essa relação. Os meios pelos quais estamos nele são claramente declarados na segunda cláusula "se" . . . .

Se as minhas palavras permanecerem em vós

Não podemos estar em Jesus a menos que suas palavras estejam em nós. Quando as suas palavras permanecem em nós, somos absorvidos pelo aprender e pelo obedecer seu ensinamento. Temos freqüentemente nossas Bíblias na mão. Entregamo-nos a uma serena leitura do seu ensinamento, parando para meditar, permitindo à verdade "penetrar". 

Encontramo-nos numa disposição para refletir, interrogando-nos onde poderíamos estar deixando de fazer sua vontade.

Quando as palavras de Jesus permanecem em nós, tomamos uma nova identidade, deixando nossa velha identidade em favor daquela de Jesus. Jesus habita em nós. Quando outros observam nossa conduta vêem o reflexo de Jesus. Somos compassivos para com os necessitados, pacientes nos sofrimentos, atentos às crianças pequenas, tranqüilos com a perseguição, enraivecidos contra o pecado, preocupados com os perdidos, humildemente submissos à vontade de Deus, buscando primeiramente o reino de Deus e sua justiça em nossas vidas. O mundo não nos compreende, assim como ele não compreendeu Jesus (João 15:18-21).

Quando as palavras de Jesus permanecem em nós, desejamos que a vontade de Deus esteja feita na terra como no céu (Mateus 6:10). Enquanto expressamos a Deus o que é nossa vontade em várias circunstâncias, não buscamos impor a ele nossa vontade. Antes, oramos para que sua vontade seja feita em tudo, submetendo nossa vontade à sua, deste modo recebendo "o que desejamos" em resposta às nossas orações.

A progressão seguinte se torna clara: As palavras de Jesus estão em nós, capacitando-nos a estar em Jesus e capacitando-nos, em seguida, a orar eficazmente, confiantes em que será feito o que desejamos.

Dois extremos

Admiramo-nos com aqueles que questionam a resposta de Deus à oração. Ouviu-se um irmão dizer que nenhuma de suas orações tinha sido jamais respondida. Palavras estranhas, na verdade! Nenhuma oração que seja feita com o espírito justo, por uma pessoa justa, foge da atenção de Deus. Ele ouve e responde a cada uma delas.

Admiramo-nos, por outro lado, com aqueles que rejeitam o ensinamento de Jesus, calcam aos pés seu nome e sua palavra e ainda pensam que, em momentos de crise e de pânico, podem orar eficazmente. As orações de tais são uma abominação (Provérbios 28:9).

Esteja em Jesus; que as palavras dele estejam em você; então ore com absoluta confiança e certeza de que Deus proverá o que você deseja.

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Guardar o Depósito

28.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por  Dennis Allan

Três vezes nas suas duas cartas a Timóteo, Paulo usa o mesmo par de palavras: guardar e depósito. Por meio destas duas palavras, além dos comentários e instruções de Paulo, podemos apreciar a relação especial do servo do Senhor com o próprio Deus. Vamos ver estes versículos e considerar suas implicações.

● O servo fiel confia em Deus

Depois de comentar sobre seu trabalho de pregar e ensinar o evangelho, Paulo disse: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1:12).

Embora Paulo tenha escrito estas cartas a Timóteo enquanto aguardava sua execução (2 Timóteo 4:6), uma das mensagens importantes é sobre a vida. Ele servia “...de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (2 Timóteo 1:1) e confiou em “...nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2 Timóteo 1:10). Quando ele entrou em comunhão com Cristo, Paulo depositou a sua vida nas mãos de Deus. E quando encarou a morte iminente, permaneceu firme na sua confiança da vida eterna que teria com seu Senhor e Salvador.

● Deus confia no servo fiel

Os outros dois versículos que falam de guardar um depósito apresentam o inverso. Nestes casos, Deus deposita e o homem guarda. Paulo disse a Timóteo: “Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós” (2 Timóteo 1:14). Quando o homem se reconcilia com Deus, o Senhor investe nele. E quando Deus capacita um homem para servir, como o fez com Timóteo, ele espera dedicação e diligência deste servo. A comunhão entre o Senhor e o homem envolve investimento dos dois.

Há perigo de roubo. O homem pode perder o depósito, permitindo que alguém tire a sua atenção da verdade revelada por Deus para guiar a sua vida e seu trabalho. Paulo usou as mesmas duas palavras no final da primeira carta a Timóteo (a versão que estou citando aqui traz “o que te foi confiado”, mas a palavra grega é a mesma traduzida “depósito” nas citações acima): “E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-o, se desviaram da fé. A graça seja convosco” (1 Timóteo 6:20-21).

Se Timóteo desse importância à falsa sabedoria, ele não estaria protegendo e cuidando do depósito colocado em suas mãos. O Espírito Santo habitava nele, e havia lhe revelado a verdade do evangelho. Se ele deixasse esta verdade para seguir as coisas profanas inventadas por homens, perderia a sua comunhão com o Senhor.

Deus é fiel. Sejamos fiéis em guardar firme o que ele nos confiou (Hebreus 3:14).


Leia mais sobre este assunto:

Ele é poderoso

A Segunda Epístola a Timóteo
A Determinação de Daniel
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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TRIÂNGULO AMOROSO

21.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 10.11.13
 
“Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração.” Prov 23; 19

É proverbial o conflito entre o bom siso e os sentimentos, entre cérebro e coração, razão e paixão. No preceito supra do mais sábio dos homens, somos exortados a dirigir o coração invés de segui-lo, como tantos aconselham pensando dizer algo profundo.

O fato é que resulta dura tarefa definir o que se chama, coração; óbvio que não se refere ao órgão do corpo cuja função ainda que vital, é biológica. Assim, o “coração” é como um símile naquilo que consideramos vital na esfera psicológica. Ele é a instância central da personalidade, pulso dos anseios da alma. Posto que reivindique, eventualmente, apoio da mente, o faz mercê da vontade que o domina, não pelos clamores da razão em si; esses são mais elevados. Geralmente contrariam o coração dado que o “sentimento” que os anima é a sabedoria.

Daí, o eterno conflito. Afinal, os anseios do coração surgem instintivos, infantis, primários. Se, por um lado o coração coopta a mente a seu serviço ancorado nas águas da vontade instintiva; por outro, a razão é instigada a “alugar” o coração e colocá-lo a serviço da sabedoria. Deus torna o mais nobre dos sentimentos, o amor, em mandamentos. “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22; 37 a 40

Então, se o amor fosse simples sentimento espontâneo, como a paixão, não poderia nem careceria ser posto como mandamento. Ainda que os poetas, esses nefelibatas inspirados falem grandezas nos domínios do coração, se lhes avantajam os filósofos que aclaram suas decisões ao lume da perfeita razão.

Embora muitos chamem o evento da Cruz de “Paixão de Cristo”, parece-me um tanto mais elevado e sublime; “Como o Pai me amou, também eu amei a vós; permanecei no meu amor.” Jo 15; 9 Mero apaixonado mandaria às favas aos que o estavam matando, invés de orar por perdão como o Senhor Bendito o fez.

Esse “amor” cantado em prosa e verso visa sempre conquistar algum desejo; enquanto o vero amor já é uma conquista do céu que nos leva a dar, antes que desejar algo; “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15; 13 ou, “Por que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu Seu filho…” Jo 3; 16

Não que eu pretenda com isso renunciar à poesia e seus encantos; antes, a admiro; trata-se apenas de dar os devidos nomes aos bois. Afinal, nosso amor natural tem uma locomotiva egoísta tracionando vagões nos trilhos do desejo; já o amor espiritual, racional, tem entre outras coisas, o “efeito colateral” da gratidão pelo bem recebido, e o fito primordial de buscar o bem alheio. “Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.” Luc 7; 47

Muito do que desfila em prosa e verso é justo a antítese do amor. Quando algum infiel “faz amor” por exemplo, traindo a quem jurou amar para sempre. Amor não se faz, antes, se vive, demonstra; coito é outra coisa, pode andar a favor dos ventos do amor ou contra eles.

As razões do coração que a própria razão desconhece definem bem a enfermidade dos que são instigados às loucuras aventureiras da paixão de encontro aos muros sóbrios da razão. Não que não seja delicioso estar apaixonado; mas, é enfermiço tentar viver sempre assim. Muitos desfilam recordes de casamentos, por que, dizem, o amor acabou. Na verdade, sequer existiu na maioria dos casos; apenas a doença da paixão ocupando seu lugar.

Os que ministram cerimônias de casamento apresentam lados extremos da vida aos nubentes perguntando se serão fiéis em todos; saúde, doença; alegria, tristeza; riqueza, pobreza… todos prometem o mesmo geralmente assinando um cheque sem fundos, que quando cobrado resulta em vergonha, separação.

A Bíblia registra um casamento que já iniciava mal, faltou vinho na festa; mas, estava lá Jesus que proveu milagrosamente. De igual modo nós, se Jesus fizer parte da “festa”, se “assinarmos o cheque” com Sua caneta, Ele proverá os fundos necessários.

Assim, o vero amor é uma decisão moral e espiritual; muito mais necessária nos momentos ruins que nos bons. O amor que “sai pela janela quando o problema entra pela porta” revela-se, finalmente em seu gesto de ladrão.
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/triangulo-amoroso

domingo, 3 de novembro de 2013

Vida com alicerce

03.11.2013
Do portal GOSPEL PRIME
Por  Mario Persona
 
Jesus pergunta: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lc 6:46). Encontramos a expressão “Senhor, Senhor” mais quatro vezes nos evangelhos, duas em Mateus 7 falando dos que profetizam, expulsam demônios e fazem maravilhas em nome de Jesus. Desses Jesus diz: “Nunca os conheci”. As virgens insensatas também clamam “Senhor, Senhor”, ao descobrirem que ficaram do lado de fora e não podem seguir o Noivo. São os falsos crentes, sem o azeite que representa o Espírito Santo. E no capítulo 13 de Lucas um pai de família fecha a porta sem dar ouvidos aos que do lado de fora clamam: “Senhor, Senhor”.
 
Em 2 Tessalonicenses 2:10 ao 12 vemos os “que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça” (2 Ts 2:10-12). Estes são os deixados para trás após o arrebatamento da Igreja, por professarem ser cristãos sem nunca o terem sido. É a cristandade apóstata, a “Grande Meretriz” de Apocalipse, que crerá na mentira do anticristo. São os que escutam o evangelho, porém rejeitam “o amor à verdade”.
 
Ter amor à verdade é amar aquilo que Jesus falou, mas isto não se restringe às palavras de Jesus nos evangelhos. A rigor, a Bíblia toda é a Palavra de Deus, e as cartas dos apóstolos são as instruções diretas dadas à Igreja. Paulo afirmou: “O que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor” (1 Co 14:37). Muitos cristãos hoje sentem aversão ao que Paulo escreveu. Eles leem os fundamentos deixados pelos apóstolos como se fossem opiniões pessoais ou velhos costumes orientais. Não percebem que eles são o alicerce do cristianismo, e Cristo a “pedra angular”.
 
Jesus avisa: “Aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa” (Lc 6:49). Mas os que creem em Cristo são “membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Ef 2:19-22). É este o seu alicerce?
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/vida-com-alicerce/

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espera pois pelo Senhor

01.11.2013
Do blog GOSPEL HOME BLOG, 21.10.13

Nesse final de semana o Senhor me deu uma "bronca", creio que Ele estava bravo comigo. Ele disse: ‘’Há tempo para todo propósito debaixo do céu. (Ec 3;1) Não fale a homens, pois eles não podem te ajudar, espera pois o tempo é Meu.”

Eu estou esperando o cumprimento de uma promessa e o Senhor tem confirmado isso de tempos em tempos, mas às vezes fico ansioso e quero ajudar Deus, antecipar aquilo que tem um tempo certo para acontecer; mas a Sua misericórdia é maravilhosa e nos avisa que ainda não é a hora, se Ele diz que o tempo não é chegado, penso que então o tempo vai chegar.

Numa outra ocasião, essa ansiedade veio acompanhada de impaciência, tristeza e às vezes até revolta. Orando ao Senhor Ele me falou na Palavra em João 16:20-22: “Em verdade, Eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará , vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.”  A mulher quando está para dar à luz tem tristeza porque a sua hora é chegada, mas depois de nascido o menino já não se lembra mais da aflição pelo prazer que tem de ter nascido um homem.  “Assim também agora vós tendes tristeza, mas outra vos verei, o vosso coração se alegrará e a vossa alegria ninguém poderá tirar.”

Lendo novamente essa passagem me emociono, pois vejo que apesar da tristeza o Senhor me confirma um final feliz, essa é a nossa esperança irmãos, que o Senhor é fiel para cumprir as suas promessas. Em 2Coríntios 1:20 o Senhor fala: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas tem nEle o sim, porquanto também por Ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio.”
 
Oremos: Senhor meu Deus e meu Pai, peço Senhor que me fortaleça nesse tempo de espera, não me deixe desanimar e nem retroceder, ajuda-me Senhor a esperar em Ti. Em Nome de Jesus, Amém !
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Fonte:http://gospelhomeblog.blogspot.com.br/2013/10/espera-pois-pelo-senhor.html

domingo, 20 de outubro de 2013

Oséias e o Arrependimento

20.10.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Dennis Allan

Oséias pregou no oitavo século a.C., durante os últimos anos do reino de Israel (o reino do norte no período do reino dividido). Ele usou a figura da própria família como pano de fundo para as mensagens de Deus. A mulher de Oséias se tornou adúltera, e teve filhos com seus amantes. Apesar de tudo que Oséias fez para mostrar o seu amor, ela o traiu repetidas vezes.

Oséias, representando Deus, fez de tudo para trazer a sua esposa de volta. Mas, somente depois de estragar a vida e perder basicamente tudo que tinha, ela chegou a se reconciliar com o marido fiel. Ela se envolveu tanto no pecado que achou quase impossível abandoná-lo para voltar ao marido.

No livro de Oséias, Deus fala ao coração de sua amada mas infiel Israel (2:14). Como um jovem tentando conquistar o coração de uma moça, Deus atrai a sua esposa traidora e tenta ganhar o amor dela. Ele mostra seu desejo de casar de novo com ela, prometendo cuidar dela como um marido dedicado.

Esta reconciliação não seria fácil. Mesmo depois de voltar para casa, Israel ficaria um bom tempo sem alguns dos privilégios de comunhão com o Senhor (3:3-5). Deus exigia o arrependimento e seus frutos para poder entrar em plena comunhão com o seu povo. Quando se trata de arrependimento e reconciliação, o livro de Oséias é de grande valor. Usando o capítulo 14, observaremos alguns pontos importantes sobre o arrependimento do homem e a reconciliação com Deus.

O arrependimento que Deus pede:

Voltar para Deus (14:1). Às vezes, pessoas reconhecem problemas e até erros na vida, mas ainda não voltam ao Senhor. Judas Iscariotes tentou fugir de Deus, cometendo suicídio, quando deveria ter voltado para Jesus, pedindo perdão (Mateus 27:3-5).

Reconhecer o próprio pecado (14:1). A tendência de muitas pessoas é jogar a culpa em outros ("eles me fizeram...") ou nas próprias circunstâncias ("aconteceu..."). A volta ao Senhor exige que a pessoa assuma o que fez, reconhecendo o seu pecado.

Falar palavras de arrependimento (14:2). Obviamente, o pecador que volta ao Senhor deve mostrar frutos do arrependimento (Mateus 3:8). Mas, também, deve falar palavras de arrependimento, confessando o seu pecado (veja 1 João 1:9; Tiago 5:16).

Pedir perdão (14:2). O pecado ofende. Todos os pecados são ofensas contra Deus. Alguns magoam outras pessoas (familiares, irmãos em Cristo, vizinhos, colegas, etc). Precisamos pedir perdão as pessoas ofendidas (Atos 8:21-23; Lucas 17:3-4).

Oferecer serviço e sacrifício ao Senhor (14:2). O pecador purificado deve exaltar o nome do Senhor (veja Salmo 51:13-17).

Abandonar outras "soluções" (14:3). Israel precisava deixar a sua confiança em: (a) Alianças com outros povos (Assíria, Egito, etc.); (b) Força militar (cavalos); (c) Falsos deuses (obra das nossas mãos). Nós, também, temos de recusar qualquer solução aos problemas espirituais que não seja de Deus.

Confiar exclusivamente em Deus (14:3). Ele é o único Deus e aquele que mostra misericórdia ao órfão.

Se Israel se arrependesse da maneira descrita nesses primeiros três versículos, Deus perdoaria da forma apresentada nos versículos 4 a 8:

Curar a infidelidade de Israel (14:4). A traição traz conseqüências e seqüelas. Como um marido que perdoa e aceita de volta a sua esposa infiel, Deus age para curar Israel.

Ele ama o arrependido (14:4). O amor de Deus é incompreensível aos homens. Depois de tudo que Israel fez, ele tomou a nação de novo como a sua esposa e mostrou o seu amor para com ela (veja 2:14-20; 11:8-11; Ezequiel 16; João 3:16).

Ele ajuda o arrependido a crescer e a produzir fruto (14:5). Jesus perdoou e aceitou Pedro depois deste o negar e lhe deu grandes responsabilidades no reino (João 21:15-17). Paulo pediu a ajuda de Marcos depois de tê-lo rejeitado (2 Timóteo 4:11; Atos 15:37-39). Deus prepara o servo arrependido para o seu papel no reino do Senhor.

Ele aperfeiçoa o arrependido para que este possa mostrar a sua beleza espiritual e ajudar outros (14:6-7).

Ele não trata o arrependido como os ídolos o fariam (14:8). Os ídolos são impotentes e não trazem nenhum benefício real à pessoa. Deus acolhe o arrependido e cuida dele!
Oséias nos instrui sobre o arrependimento e a reconciliação.
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Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/200131.htm

domingo, 29 de setembro de 2013

REVISTA ULTIMATO: Aleluia! A noiva está sendo preparada

29.09.2013
Do portal da Revista Ultimato, 26.09.13
Por Ronaldo Lidório*

Se a edição atual da revista Ultimato constata que a “Igreja está doente”, isso não significa dizer que devemos providenciar o seu “enterro”. Pelo contrário. A Igreja existe, e vai continuar existindo, a despeito de seus flagelos e incoerências. Nas palavras do experiente pastor e missionário, Ronaldo Lidório, “a noiva está sendo preparada”.


Você lê agora, na íntegra, o artigo de Lidório publicado nesta edição de Ultimato (setembro/outubro).

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Aleluia! A noiva está sendo preparada

Se agrupados, os motivos de preocupação e angústia com a Igreja nos dias atuais produziriam uma lista mais extensa que as 95 teses expostas por Lutero em 1517.

O constrangedor mercantilismo da fé; a frenética busca por pomposos títulos ministeriais; a manipulação da política eclesiástica para satisfações pessoais; o desinteresse pela missão e a intencional distorção dos textos bíblicos são apenas alguns -- entre muitos -- motivos de agonia ao olhar para a Igreja de hoje. É momento de quebrar o coração e buscar o Senhor para um sério compromisso de vida, renovo de alma e fidelidade no trato com as Escrituras.

Grandes motivos de celebração!

Há, porém, grandes motivos para celebração! Espantosamente, a Igreja tem crescido nos lugares mais improváveis -- como Índia, Etiópia, Filipinas, China e Nigéria1 -- e em todo canto há uma busca cada vez mais intensa pela Palavra de Deus. Milhares de anônimos levam diariamente a mensagem de Cristo para as ruas, escritórios, universidades, cidades e campos em todo o mundo. A Bíblia está traduzida, parcial ou totalmente, em mais de 2.500 línguas.2 O evangelho no Brasil tem sido anunciado, de forma crescente, entre os que pouco ouviram -- como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, ciganos, sertanejos, imigrantes e surdos --, além de invadir as grandes e médias cidades. Em todo o mundo, mais de 120 milhões de cristãos vivem e perseveram em regiões hostis à sua fé.3 O impressionante milagre da conversão se dá em incontáveis vidas todos os dias. Em 1900 havia 100 milhões de protestantes no mundo e a projeção para 2050 é de quase 700 milhões. Louvado seja o Cordeiro, que tem preparado a sua noiva para o grande dia!

Em 2012, empreendi uma viagem de pesquisa missionária ao longo do rio Solimões a partir de Manaus, no Amazonas. Durante seis dias, subimos o rio até a fronteira com a Colômbia em uma época de grande alagamento. Nos primeiros três dias, não encontramos sequer uma comunidade, fosse de palafita ou construída em terra firme, que não estivesse embaixo d’água. As populações se refugiaram nas cidades maiores e algumas poucas famílias tentavam subsistir em suas próprias casas em meio ao alagado. Parando em diversas comunidades, encontramos lamento e choro, além de grande frustração. Haviam perdido suas casas, roças e animais -- e também a esperança.

No fim do segundo dia de viagem, avistamos uma casa sobre palafitas também coberta pela água até o meio das janelas. Três faces apareceram e, para a minha surpresa, estavam sorridentes. Parando a voadeira, equilibrei-me em algumas pranchas para entrar naquela casa. Em um canto da sala haviam construído um esteio de madeira que era elevado à medida que o rio subia. A família, formada por cinco pessoas, se apinhava naquele pequeno quadrado, onde também atavam suas redes e mantinham as panelas, além de um pequeno fogão e um saco de farinha. Expressei minha admiração por encontrá-los sorridentes, ao que rapidamente mencionaram ter encontrado Jesus no ano anterior -- e haviam concluído o momento devocional da família justamente quando chegávamos. O marido mencionou que estudavam naquela manhã sobre a bondade de Deus e estavam se lembrando dos muitos motivos de louvor, como a vida, a família e a salvação. A esposa completou: “E também o rio, que o Senhor segurou no limite”, não permitindo perderem a vida.

Saí daquela casa agradecendo a Deus pelo testemunho, pois nenhuma tragédia será maior do que a sua bondade em nossas vidas. E pela Igreja, que apesar das inundações e lutas, segue caminhando.

Nossa natureza é Cristo

Vemos no Novo Testamento que a Igreja foi um resultado direto da vida e dos ensinos de Jesus Cristo, portanto tem o seu DNA. Em Atos, lemos que a Igreja era koinônica (orientada pela comunhão dos santos), kerygmática (proclamadora do nome de Jesus), martírica (vivia segundo a sua fé), proséitica (cultivava a oração), escriturística (amava e seguia a Palavra de Deus), diácona (servia com amor aos necessitados), poimênica (pastoreava o povo) e litúrgica (cuja vida era a adoração ao Pai).4

Essa é a nossa identidade, quem somos em Cristo Jesus. E a nossa natureza. Apesar das provações, perseguições, escândalos e esfriamento, sempre seremos atraídos de volta às raízes, que a Palavra tão bem apresenta:5

A Igreja é um grupo de redimidos, originada por Deus e pertencente a Deus, portanto formada por uma multidão de servos e um só Senhor (1Co 1.1-2).

A Igreja não é uma sociedade alienante. Os que foram redimidos por Cristo continuam sendo homens e mulheres, pais e filhos, fazendeiros e comerciantes chamados para viver o evangelho no mundo e não longe dele (Mt 10).

A Igreja é uma comunidade sem fronteiras. Portanto, fatalmente missionária. É chamada a proclamar Jesus perto e longe -- e fazer discípulos (Rm 15.18-19).

A Igreja é chamada para viver Cristo e não apenas compreendê-lo. Quando orientada pelas Escrituras e comprometida com Jesus, ela se torna um grande testemunho para o mundo (Gl 2.20).

A Igreja é Igreja quando segue a Palavra. Perseverar na doutrina dos apóstolos implica compreensão e vida -- compreender a Palavra de Deus com fidelidade e aplicá-la em nossa vida diária (At 2.42).

A Igreja tem como propósito maior glorificar a Deus. Este é o nosso chamado e para tanto é preciso nos desglorificarmos. Devemos lembrar-nos de que nossa primeira missão é morrer (1Co 6.20Rm 16.25-27).

Somos chamados para a perseverança

A Palavra de Deus exorta-nos a perseverar. Aos Efésios, Paulo afirma que devemos ser fortalecidos no Senhor (6.10) para não cair nas ciladas do diabo (v. 11), resistir no dia mau (v. 13) e proclamar o evangelho (v. 19). O termo “resistir” é tradução de uma palavra grega frequentemente usada para uma estaca bem fincada que, após os ventos e chuvas, permanece firme. Alguns anos atrás, rascunhei um exercício espiritual para sermos uma Igreja fortalecida, o qual partilho a seguir:

-- Preocupar-nos um pouco menos com as loucuras feitas em nome de Cristo e um pouco mais com o nosso próprio coração para que não venhamos a ser desqualificados.

-- Seguirmos os desejos do Senhor sabendo que, para isso, quase sempre estaremos na contramão do mundo.

-- Para cada palavra de crítica à Igreja -- autocrítica, se assim quiser -- termos uma palavra ou duas de encorajamento.

-- Ouvirmos com zelo e temor os profetas que nos denunciam o erro, bem como os pastores que nos encorajam a caminhar.

-- Buscarmos na Palavra de Deus o fortalecimento da fé e o alimento da alma.
-- Não perdermos de vista Jesus Cristo, Cordeiro vivo de Deus, para que a tristeza advinda das frustrações não nos impeça de experimentar a alegria do Senhor.

Somos chamados a seguir caminhando. Lutero lembra-nos de que “esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”.6

Que o Altíssimo nos encoraje a perseverar até o fim, pois o que nos aguarda é puro esplendor! “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou” (Ap 19.7).

Aleluia!

Notas

1. JOHNSTONE, Patrick. “The future of the global church”. Reino Unido: Authentic Media Limited, 2011.
2. LEWIS, Paul (Ed). “Ethnologue: Languages of the World”. 16. ed. Dallas: SIL International, 2009.
3. Portas abertas. Consulta online: www.portasabertas.org.br
4. Referência aos termos “koinonia”, “kerygma”, “martyrion”, “proseuche”, “didache”, “diakonia”, “poimenia” e “ainoyntes” encontrados no livro de Atos descrevendo a vida da Igreja.
5. LIDÓRIO, Ronaldo. “Church Planting”. In: CORRIE, John. “Dictionary of Mission Theology”. Reino Unido: Inter-Varsity Press, 2007.
6. BOISVERT, Robin; MAHANEY, C. From “Glory to Glory: Biblical Hope for Lasting Change”. Anaheim: People of Destiny International, 1993.

*Ronaldo Lidório é doutor em antropologia e missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e da Missão AMEM. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual




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