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terça-feira, 16 de julho de 2019

CONDUTA CRISTÃ:Quando se perde o senso de humanidade, nada adianta dizer-se cristão

16.07.2019
Do portal BRASIL247


Uma das perplexidades de nosso Brasil atual é a quantidade de pessoas que se dizem cristãs com práticas absolutamente avessas ao que significa ser cristão. Afinal, a síntese última da pertença ao Reino de Deus - ou não - é o que a pessoa faz para quem mais tem necessidades ao longo da vida. O capítulo 25 de São Mateus resume muito bem o que Jesus estabelece para seus seguidores: tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, andava nu e me vestistes, etc.
Oras, se eu devo um copo de água a quem tem sede, como vou ser contra uma política pública que abastece milhões de pessoas com água? Como posso ser contra uma política pública que coloca alimentos na mesa de milhões de pessoas? Se devo cuidar dos doentes, como vou ser contra uma política pública de saúde que cuida de milhões de pessoas que não tem como pagar um médico particular? 
Agora, na reforma trabalhista e previdenciária se deu o mesmo fenômeno. Os jornais informam que de 104 deputados da chamada Bancada da Bíblia no Congresso, 100 votaram a favor da reforma da previdência. Acontece que ela retira da mesa dos mais vulneráveis até a migalha que eles precisam para sobreviver, como é o caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Aqueles que estão totalmente incapacitados de ganhar seu próprio pão, terão seu benefício reduzido de mil reais para quatrocentos reais.  É como se retirassem de Lázaro e do cachorro as migalhas que caiam da mesa dos poderosos. Até isso, até as migalhas disputadas pelos cães...Assim acontece com todos aqueles que se dizem cristãos e votam contra os mais necessitados. Ou não entendem nada de política, ou não entendem nada do Evangelho.
O Evangelho é o amor de Deus para cada criatura, exige amor e solidariedade de cada um de nós para com os outros, particularmente quem está mais vulnerável, o cuidado com todas as criaturas e com nossa Casa Comum, a Terra. Essa espiritualidade exige abertura, solidariedade, fraternidade, justiça, e tantas outras virtudes identificadas como sendo autenticamente cristãs. 
Por isso, quando se perde o senso de humanidade, de nada adianta dizer-se cristão. 

*Roberto Malvezzi

Graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Atualmente, integra Equipe CPP/CPT do São Francisco
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segunda-feira, 8 de julho de 2019

Lição 06 - Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia - CRESCIMENTO ESPIRITUAL

08.07.2019
Do blog da ASSEMBLEIA DE DEUS - ALAGOAS

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Hebreus 6.1-15
INTRODUÇÃO
Apostasia remonta a ideia de decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que antes se estava ligado. Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o relacionamento salvífco com Cristo. Geralmente esse fenômeno se manifesta na esfera moral e ética, bem como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia, à luz da Carta de Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com Cristo e a viver em fé na esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o Senhor.
Deus quer que Seus filhos vivam vitoriosamente, em crescimento espiritual constante, até alcançarem o objetivo final que é a estatura perfeita em Cristo Jesus. Isso certamente acontecerá quando a Igreja estiver com Ele. É preciso que cada cristão procure, constantemente, os meios para crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo, permanecendo fiel até o fim para alcançar a plenitude.
1-A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
CUIDADOS NECESSÁRIOS AO CRESCIMENTO – Tanto na vida física como na espiritual, o crescimento é um processo. É algo gradativo, contínuo, vagaroso e precisa de ajuda. Assim como há necessidade de cuidados alimentares, asseio, sono tranquilo e exercícios, para o crescimento físico; da mesma forma, acontece com o crescimento espiritual. Desde o nascimento, o indivíduo conta com pessoas que o ajudam a tornar saudável, a crescer harmoniosamente, a chegar à maturidade; da mesma maneira, é preciso ajuda para o crescimento espiritual.
O Primeiro Passo Para o Crescimento: Santificação – Após a conversão, conforme foi dito anteriormente, inicia-se uma nova vida, bem diferente. É como se o novo convertido fosse um bebê que necessita de cuidados especiais para crescer e desenvolver-se. Então, começa a ser instruído para viver em santificação. O que isso significa? A santificação consiste em deixar o pecado e viver para Deus. Significa ser separado. É uma tomada de posição séria que cada um, individualmente, precisa decidir; ou o crente é santo, separado do mundo e vive para Deus; ou ele vive no pecado, separado de Deus. Nessa questão, não existe meio termo. É uma necessidade absoluta que deve acompanhar o crente, dia a dia, de modo crescente. Ler II Pedro 1:15,16. O apóstolo Pedro faz advertências contundentes àqueles que querem servir a Jesus.
Crescendo Por Meio da Palavra – O Apóstolo orienta o crente a viver de acordo com a Palavra de Deus, deixando tudo o que desagrada ao Senhor: malícia, engano, mentira, invejas, maledicências e fingimentos. O cristão deve desejar ardentemente estudar e fazer uso das Escrituras, da mesma forma que um bebê deseja, e se satisfaz quando lhe oferecem leite materno. Ler I Pedro 2:1,2. Essa é a primeira alimentação do indivíduo, e é de grande importância. O cristão que inicia a sua vida espiritual alimentando-se da genuína Palavra de Deus, que é comparada ao leite não adulterado, não falsificado, cresce robusto, sadio espiritualmente. Isso significa a nutrição encontrada em Jesus e no Seu Evangelho, sem qualquer mistura de ideias ou práticas carnais. Muitas pessoas que se entregam para Jesus permanecem naquele primeiro amor, mas não desenvolvem um bom crescimento porque não procuram conhecer as Escrituras. Continuam praticando as mesmas ações de antes. O resultado é não permanecerem na fé. A recomendação da Bíblia é: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” Oséias 6.3. A Bíblia é a Palavra de Deus dada ao homem para a sua edificação. Ler João 17:17. A Palavra de Deus é, pois, alimento que fortalece. Ler I João 2.14; que robustece a fé. Ler I Timóteo 4.6; Salmo 119.28; que purifica o cristão. Ler Salmo 119.11; Efésios 5.6; João 15.3.
Crescendo em Amor – A essência da vida espiritual é o amor. Esse amor que foi demonstrado a nós por Jesus, precisa refletir em nossas vidas em estado crescente. É o amor que transforma o homem, mudando sua maneira de pensar, sentir e agir. O apóstolo Paulo escreveu um lindo poema sobre o amor, exaltando suas características. Ler I Coríntios 13. No final do capítulo (v.11), ele faz um paralelo da vida material com a espiritual. Considera que o comportamento do menino é diferente do comportamento do adulto. Certamente o que ele pretendia dizer com isso é que o crente novo, ainda menino na fé, possui uma visão limitada acerca do amor de Jesus. Mas, à medida que ele cresce no conhecimento da graça de Deus, sentirá esse amor inundar seu coração de uma maneira tão profunda que provará o mesmo sentimento do apóstolo quando disse: “Quem me separará do amor de Cristo? ” Romanos 8.35.
O Amor em Movimento – O amor não é estático. Ele é dinâmico; gera boas ações. Quando o crente dá lugar para o amor crescer em seu coração, ele torna-se útil ao seu semelhante.  Em lugar do ódio, nasce o perdão, o que estava se desfazendo é reedificado pelo amor. Ver I Coríntios 8.1. O que praticava o mal, agora pratica o bem. Ver Romanos 13.10. Deus quer que o amor seja abundante no trato de uns para com os outros. Er I Tessalonicenses 3.12.
O Conhecimento é Gradativo – Para crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, é preciso ser perseverante. Cada luta, cada dificuldade conduz a uma vitória que se traduz como um elemento para o progresso da caminhada. Essa caminhada é a busca incessante das coisas espirituais. O apóstolo Pedro exorta à prática de virtudes que devem ser obtidas com diligência, até que se alcance o verdadeiro amor e, conseqüentemente, uma natureza divina. “E vós, também, pondo nisto toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência. E à ciência temperança, e à temperança paciência, e à paciência, piedade. E à piedade amor fraternal; e ao amor fraternal a caridade. ” II Pedro 1:5-7. Essa caridade é traduzida como o amor, a maior de todas as virtudes. Todas essas virtudes devem ser acrescentadas ao conhecimento cristão a fim de que ele possa chegar à estatura de varão perfeito (Efésios 4.13).
II - A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
1. Apostasia, uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado.
As palavras do autor dão início ao versículo 4 do capitulo 6 de Hebreus com o vocábulo grego adynato, traduzido aqui como "impossível". É a mais forte advertência em o Novo Testamento sobre o perigo de decair da graça. Os gramáticos observam que o seu sentido aqui é enfatizar o que vem colocado depois da conversão (Hb 6.4). O autor fala de pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom celestial. No capítulo 10 e versículo 32 ele usa a expressão "iluminados" para se referir à conversão dos seus leitores. Além do mais, as palavras "uma vez" (Hb 6.4) contrastam com "outra vez" (Hb 6.6), mostrando o antes e o depois da conversão. Essas não são expressões usadas para pessoas não regeneradas. A apostasia, o perigo de decair da fé, é colocada pelo escritor de Hebreus como algo factível, um perigo real a ser evitado por quem nasceu de novo.
2. Apostasia, uma possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o Espírito.
A possibilidade de decair da graça é posta para aqueles que "se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus" (Hb 6.4,5). O autor sacro já havia dito como uma pessoa se torna participante de alguma coisa. Os crentes tornam-se participantes da vocação celestial (Hb 3.1); participantes de Cristo (Hb 3.14) e, dessa forma, participantes do Espírito Santo (Hb 6.4). Mais uma vez o texto mostra que a mensagem é dirigida às pessoas regeneradas. Esses crentes haviam se tornado participantes do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Somente os nascidos de novo participam do Espírito Santo (Jo 14.17) e provam da Palavra (At 8.14; 1Ts 2.13). Portanto, trata-se de uma advertência para os salvos.
3. Apostasia, uma possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino.
Esses crentes, aos quais o autor se referia, também experimentaram "as virtudes do século futuro" (Hb 6.5). Essa expressão é usada no contexto da cultura neotestamentária como uma referência a era messiânica. Ao receber a Cristo como Salvador, os crentes já participam antecipadamente das bênçãos do Reino de Deus. Vigilância mais uma vez é requerida para os salvos que ingressaram nesse Reino. Quem despreza a graça de Deus, não se torna um "cidadão real" desse Reino.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Precisamos ter vigilância espiritual porque a apostasia é uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado, para quem vivenciou a Palavra, provou do Espírito e viveu a expectativa do Reino.
III. A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS PROMESSAS DE DEUS
  1. O serviço cristão e a justiça de Deus. Após o autor argumentar fortemente que não se pode brincar com a fé, agora ele vê a necessidade de consolar os cristãos depois desse “tratamento de choque” (Hb.6:9,10).
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis”.
– “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos”. As duras advertências são agora equilibradas com uma nota consoladora. O autor garante aos cristãos destinatários que as terríveis advertências de tragédia e perda espiritual não serão, felizmente, decretadas contra os crentes hebreus. Todavia, eles deveriam avançar em sua fé cristã. Eles não podiam ser preguiçosos, mas agora deveriam prosseguir. A frase “de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação” refere-se à nova Aliança, em comparação à Antiga. As “coisas melhores” estão na nova Aliança, através de Jesus Cristo. Não haveria motivo para voltar às “coisas antigas” do judaísmo que não poderiam trazer a salvação.
– “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb.6:10).Aqui, o autor argumenta que, embora o crente possa não receber um galardão e aplausos imediatamente neste mundo, Deus conhece os esforços que são feitos por amor e no trabalho de Deus; Ele não se esquecerá do trabalho árduo que cada crente faz por Ele e para Ele. Aos crentes fiéis no serviço de Deus, em sua justiça, Ele os recompensará; mesmo não recebendo o reconhecimento dos homens, teremos o reconhecimento de Deus. Um exemplo de trabalho árduo, que os cristãos hebreus realizavam, era o cuidado deles por outros cristãos. O que os crentes fazem por outros é feito para Deus (cf. Mt.25:35; Rm.12:6-18; 1João 4:19-21). As boas obras não garantem a salvação, mas a salvação muda a vida do povo de Deus, levando-o a fazer boas obras.
  1. A perseverança de Abraão e a fidelidade de Deus. Após encorajar os destinatários a imitarem outras pessoas fiéis, o autor ofereceu um exemplo do Antigo Testamento que valeria a pena imitar por causa da fé e da paciência: Abraão. Os cristãos podiam confiar nas promessas de Deus porque Abraão confiou e foi recompensado.
 “Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa” (Hb.6:11-15).
Deus havia feito uma promessa a Abraão, que está registrada em Gênesis 22:17: “Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei”. Não era realmente necessário para Deus jurar que Ele manteria a sua promessa, porque Deus não pode mentir ou quebrar a sua Palavra. No entanto, Deus fez a promessa, jurando pelo maior padrão e com a maior responsabilidade possível – “jurou por si mesmo”. Abraão não poderia ter recebido uma garantia maior do que está. Abraão esperou “com paciência” a promessa, e esta paciência foi recompensada. A espera paciente de Abraão durou vinte e cinco anos – da época em que Deus lhe prometeu um filho (Gn.17:16) até o nascimento de Isaque (Gn.21:1-3).
Pelo fato de as nossas aflições e tentações serem frequentemente muito intensas, elas parecem durar uma eternidade. Tanto a Bíblia Sagrada quanto o testemunho de cristãos maduros nos encorajam a esperar que Deus aja em seu tempo certo, mesmo quando as nossas necessidades parecem grandes demais para que possamos esperar. Toda promessa de Deus tem a garantia de cumprimento, como se ela já tivesse se realizado; assim sendo, podemos confiar em Deus.
  1. Cristo, sacerdote e precursor do crente. “À qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até ao interior do véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb.6:19,20).
A confiança nas promessas de Deus não só nos mantém seguros, mas nos conduz através da cortina do Céu, levando-nos ao interior do “véu” de Deus. O interior do “véu” refere-se ao Santo dos Santos, no Templo judeu. Uma cortina era posta na entrada desse ambiente, impedindo que alguém entrasse, ou até mesmo que tivesse um rápido vislumbre do interior do Santo dos Santos, onde Deus residia entre o seu povo. O sumo sacerdote podia entrar ali apenas uma vez por ano (no Dia da Expiação), para ficar diante da presença de Deus e expiar os pecados de toda a nação. Mas Jesus já entrou ali em nosso favor, como nosso precursor, abrindo o caminho para a presença de Deus através de sua morte na cruz. A sua morte rasgou a cortina em duas partes (Mc.15:38), permitindo que os crentes entrem diretamente na presença de Deus.
Aquilo que somente o sumo sacerdote podia fazer anteriormente, Cristo fez e permite que nós façamos também. Deste modo, a obra sumo sacerdotal de Cristo foi diferente da obra de qualquer outro sacerdote. Os outros sacerdotes tomavam os sacríficos dos outros e os representavam na presença de Deus. Agora, através de Cristo, podemos nos aproximar do trono com confiança (Hb.10:19). Seu sacerdócio eterno garante nossa preservação eterna. Assim como seguramente fomos reconciliados com Deus por sua morte, também somos salvos pela sua vida como nosso Sumo sacerdote à direita de Deus (Rm.5:10). Não é exagero dizer que o mais simples cristão sobre a terra tem a certeza do Céu como os santos que ali estão.
CONCLUSÃO
O capítulo 6 de Hebreus contém uma das mais fortes exortações encontradas em todo o Novo Testamento - a necessidade de perseverança e vigilância para não se decair da fé. O processo da salvação não se dá de forma mecânica e nem compulsória, mas se firma na entrega e aceitação voluntária a uma dádiva divina. A tudo isso temos que responder com amor, cuidado e zelo (1Co 10.7-13). Essa exortação de forma alguma deve levar-nos ao medo, pavor ou pânico, mas conduzir-nos a confiar inteiramente no Senhor que é poderoso para guardar-nos até o dia final.
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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Sua alegria obstinada derrubou a escravidão (William Wilberforce)

21.06.2019
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 20.06.19
Por John Piper

Sua-alegria-obstinada-derrubou-a-escravidão-(William-Wilberforce)

Contra grandes obstáculos, William Wilberforce, um membro evangélico do Parlamento, lutou pela abolição do comércio de escravos africanos e contra a escravidão em si até que ambos fossem ilegais no Império Britânico.
A batalha consumiu quase quarenta e seis anos de sua vida (de 1787 a 1833). As derrotas e retrocessos ao longo do caminho teriam levado um político comum a abraçar uma causa mais popular. Embora nunca tenha perdido uma eleição parlamentar dos vinte e um aos setenta e quatro anos, a causa da abolição do tráfico de escravos foi derrotada onze vezes antes de sua aprovação em 1807. E a batalha pela abolição da escravidão não obteve a vitória decisiva até três dias antes dele morrer em 1833. Quais eram as raízes da perseverança deste homem na causa da justiça pública?

POLÍTICO AMANTE DE FESTAS

Wilberforce nasceu em 24 de agosto de 1759, em Hull, na Inglaterra. Quando criança ele admirava George Whitefield, John Wesley e John Newton. Mas logo ele deixou toda a influência dos evangélicos para trás. A respeito de seus últimos anos de escola, ele disse: “Eu não realizei nada”. Esse estilo de vida continuou ao longo de seus anos no St. John’s College, em Cambridge. Ele pode viver da riqueza de seus pais e sobreviver com pouco trabalho. Perdeu qualquer interesse pela religião bíblica e amava circular entre a elite social.
Por diversão, Wilberforce disputou um assento na Câmara dos Comuns de sua cidade natal, Hull, em 1780, quando ele tinha vinte e um anos. Ele gastou £ 8.000 (mais ou menos 38 mil reais) na eleição. O dinheiro e seu incrível talento para falar triunfaram sobre seus oponentes. Wilberforce começou sua carreira política de cinquenta anos como um incrédulo de classe alta que amava festas que iam até tarde da noite.

“A GRANDE MUDANÇA”

Nas longas férias em que o Parlamento não estava em sessão, Wilberforce às vezes viajava com amigos ou familiares. No inverno de 1784, aos vinte e cinco anos, por impulso, convidou Isaac Milner, ex-professor, e amigo da escola de gramática – que agora era professor particular no Queens College, em Cambridge – para ir com ele, sua mãe e irmã à Riviera Francesa. Para sua surpresa, Milner havia se tornado um cristão convicto, sem nenhum dos estereótipos que Wilberforce concebera contra os evangélicos. Eles conversaram por horas sobre a fé cristã.
No verão seguinte, Wilberforce viajou novamente com Milner e eles discutiram o Novo Testamento grego por horas. Lentamente, seu “assentimento intelectual tornou-se uma profunda convicção” (William Wilberforce, p. 37). Uma das primeiras manifestações do que ele chamou de “a grande mudança” – a conversão – foi o desprezo que sentia por sua riqueza e pelo luxo em que vivia, especialmente nessas viagens entre as sessões parlamentares. Ao que parece, sementes foram plantadas, quase imediatamente, no início de sua vida cristã, do que viria a ser sua paixão posterior em ajudar os pobres e transformar todas as suas riquezas herdadas e sua posição naturalmente alta em um meio de abençoar os oprimidos.

ESCRAVIDÃO E COSTUMES

Um ano após sua conversão, o aparente chamado de Deus em sua vida tornou-se claro para ele. Em 28 de outubro de 1787, ele escreveu em seu diário: “O Deus Todo-Poderoso colocou diante de mim dois grandes objetivos, a supressão do tráfico de escravos e a reforma dos costumes [a moral]” (The Life of William Wilberforce, p. 69).
Logo depois do Natal de 1787, alguns dias antes do recesso parlamentar, Wilberforce notificou na Câmara dos Comuns que no início da nova sessão ele apresentaria uma moção para a abolição do tráfico de escravos. Levaria vinte anos até que ele pudesse levar a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes a colocar a abolição como lei. Mas quanto mais ele estudava o assunto e quanto mais ele ouvia falar das atrocidades, mais decidido ele se tornava.
Em maio de 1789, ele falou à Câmara sobre como ele chegou à sua convicção: “Confesso a vocês, tão enorme, tão terrível, tão irremediável é a maldade desse comércio que minha mente ficou inteiramente tomada em favor da abolição….sem importar as consequências, a partir desse momento estou determinado a não descansar até efetivar essa abolição”.  (The Life of William Wilberforce, p. 56).

283 AYES

Claro, a oposição que durou vinte anos foi por causa dos benefícios financeiros da escravidão para os comerciantes e para a economia britânica. Eles não podiam conceber qualquer outra forma de produzir sem trabalho escravo. Isso significa que a vida de Wilberforce foi ameaçada mais de uma vez. Mesmo não sofrendo dano físico, houve a dolorosa perda de amigos. Alguns simplesmente não discutiam mais com ele e se mantinham alienados. Depois houve a enorme pressão política para recuar por causa dos desdobramentos políticos internacionais. Esses tipos de argumentos financeiros e políticos mantiveram o Parlamento cativo por décadas.
Mas a vitória veio em 1807. A visão moral e o impulso político para a abolição finalmente se tornaram irresistíveis. A certa altura, “praticamente toda a casa levantou-se e virou-se para Wilberforce em uma explosão de aplausos parlamentares. De repente, acima do rugido de “ouçam, ouçam” e completamente fora de ordem, três “hurras” ecoaram enquanto ele permanecia sentado, a cabeça baixa, lágrimas escorrendo pelo rosto” (The Life of William Wilberforce, p. 211).
Às quatro horas da manhã de 24 de fevereiro de 1807, a casa se dividiu – 283 Ayes (sim), 16 Noes (não). Maioria de 267 votos pela abolição do tráfico. E em 25 de março de 1807, o assentimento real foi declarado. Um dos amigos de Wilberforce escreveu: “[Wilberforce] atribui isso à interposição imediata da Providência. Naquela hora da madrugada, Wilberforce procurou seu melhor amigo e colega, Henry Thornton, e disse: “Bem, Henry, o que aboliremos em seguida”? (The Life of William Wilberforce, p. 212).

NUNCA EM SILÊNCIO

Claro que a batalha não acabou. E Wilberforce lutou até a sua morte vinte e seis anos depois, em 1833. A implementação da lei da abolição não somente era controversa e difícil, como tudo o que ela fez foi abolir o tráfico de escravos, não a escravidão em si. E essa se tornou a próxima grande causa.
Em 1821 Wilberforce recrutou Thomas Fowell Buxton para continuar a luta, mas mesmo à margem, envelhecido e frágil, ele o apoiava. Três meses antes de sua morte, em 1833, Wilberforce foi persuadido a propor uma última petição contra a escravidão. “Eu nunca pensei em vir a público novamente, mas nunca se dirá que William Wilberforce se manteve em silêncio enquanto os escravos precisavam de sua ajuda” (William Wilberforce, p. 90).
O voto decisivo da vitória veio em 26 de julho de 1833, apenas três dias antes de Wilberforce falecer. A escravidão em si foi proibida nas colônias britânicas. “É um fato singular”, disse Buxton, “que na mesma noite em que fomos bem-sucedidos na Câmara dos Comuns, aprovando a cláusula do Ato de Emancipação – uma das cláusulas mais importantes já promulgadas. . . o espírito do nosso amigo deixou o mundo. O dia do encerramento de seus trabalhos foi o dia do término de sua vida”. (William Wilberforce,p.  91).

FELIZ COMO UMA CRIANÇA

O que fez Wilberforce agir? O que o fez perseverar na causa da justiça pública através de décadas de fracasso, difamação e ameaças?
É claro que devemos prestar o devido respeito ao poder do companheirismo na causa da justiça. Muitas pessoas associam o nome de Wilberforce ao termo “Clapham Sect”. O grupo a que esse termo se refere foi “rotulado” como ‘os santos’ por seus contemporâneos no Parlamento – proferido por alguns com desprezo, enquanto por outros com profunda admiração” (Character Counts, p. 72). Juntos, eles realizaram mais do que qualquer um poderia ter feito por conta própria. “William Wilberforce é a prova de que um homem pode mudar seus tempos, embora não possa fazê-lo sozinho”. (William Wilberforce, p. 88).
Mas há uma raiz mais profunda da resistência de Wilberforce do que apenas companheirismo. É a raiz da alegria da abnegação em Cristo. Os testemunhos e evidências disso na vida de abnegação de Wilberforce são muitos. Uma certa srta. Sullivan escreveu a um amigo sobre Wilberforce por volta de 1815: “Pelo tom de sua voz e expressão de seu semblante, ele mostrou que a alegria era a característica predominante de sua própria mente, alegria vinda da integridade da confiança nos méritos do Salvador e amor a Deus e ao homem. . .. Sua alegria era bastante penetrante”. (William Wilberforce, p. 87).
Outro de seus contemporâneos, James Stephen, relembrou após a morte de Wilberforce: “Era divertido e interessado por tudo, tudo o que ele dizia se tornava divertido ou interessante. . .. Sua presença era tão fatal para a estupidez quanto para a imoralidade. Sua alegria era tão irresistível quanto o primeiro riso da infância”. (William Wilberforce, p. 185).
Aqui está uma grande chave para sua perseverança e eficácia. Sua presença era “fatal para o torpor. . . [e] imoralidade”. Em outras palavras, sua alegria indomável levou outros a serem felizes e bons. Ele observou em seu livro A Practical View of Christianity: “O caminho da virtude é também de real interesse e de sólido prazer” (p. 12). Em outras palavras, “é mais abençoado dar do que receber” (At 20. 35). Ele sustentou-se e influenciou outros pela sua alegria. Se um homem pode roubar sua alegria, ele pode roubar sua utilidade. A alegria de Wilberforce era indomável e, portanto, ele foi um cristão e político convincente durante toda a sua vida. Essa foi a forte raiz de sua resistência.

DOUTRINAS PECULIARES, VERDADES GIGANTESCAS

Se a sua alegria quase infantil, indomável e abnegada era a raiz vital para a sua persistência na luta pela abolição ao longo da vida, o que, poderíamos perguntar, seria a raiz da raiz? Ou qual era a terra firme onde essa raiz estava plantada?
O principal foco do livro de Wilberforce, A Practical View of Christianity, é mostrar que o verdadeiro cristianismo, que consiste em novas e indomáveis ​​afeições espirituais por Cristo, está enraizado nas grandes doutrinas da Bíblia sobre pecado, Cristo e fé. “Portanto, aquele que quer crescer e abundar nesses princípios cristãos, esteja muito familiarizado com as grandes doutrinas do Evangelho” (p. 170).“Da negligência dessas doutrinas peculiares surgem os principais erros práticos da maioria dos professos cristãos. Essas verdades gigantescas mantidas em vista envergonhariam a pequenez de sua moralidade anã. . .. Toda a superestrutura da moral cristã é fundamentada em suas bases profundas e amplas”. (p. 166-167).
Há uma “perfeita harmonia entre as principais doutrinas e os preceitos práticos do cristianismo”. E, portanto, é um “hábito fatal” – tão comum naqueles dias quanto nos nossos – “considerar a moral cristã distinta das doutrinas cristãs” (p. 198).

CRISTO NOSSA JUSTIÇA

Mais especificamente, é a conquista de Deus através da morte de Cristo que está no centro dessas “verdades gigantescas”, levando à reforma pessoal e política da moral. A alegria indomável que leva à vitória nos tempos de tentação e provação está enraizada na cruz de Cristo. Se quisermos lutar pela alegria e perseverar até o fim em nossa luta contra o pecado, devemos conhecer e abraçar o pleno significado da cruz.
Desde o início de sua vida cristã, em 1785, até sua morte, em 1833, Wilberforce viveu “das grandes doutrinas do evangelho”, especialmente a doutrina da justificação pela fé somente baseada no sangue e na justiça de Jesus Cristo. Esse é o lugar onde ele alimentou sua alegria. Por causa dessas verdades, “quando tudo à sua volta era escuro e tempestuoso, ele pode levantar os olhos para o Céu, radiante de esperança e com gratidão” (Uma Visão Prática do Cristianismo, p. 173). A alegria do Senhor se tornou sua força (Neemias 8.10). E nessa força ele insistiu na causa da abolição do tráfico de escravos até que ele tivesse a vitória.
Portanto, em todo o nosso zelo hoje pela harmonia racial, ou pela santidade da vida humana, ou pela construção de uma cultura moral, não nos esqueçamos destas lições: Nunca minimize o lugar central da doutrina alicerçada em Deus e exaltadora de Cristo. Trabalhar para ser indomavelmente alegre em tudo o que Deus é para nós em Cristo, confiando em sua grande obra consumada. E nunca seja ocioso em fazer o bem – para que os homens possam ver nossas boas ações e dar glória ao nosso Pai que está no céu (Mateus 5.16).
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domingo, 9 de junho de 2019

A interpretação da Bíblia é essencial para sua aplicação correta.

07.06.2019
Do portal UNIVERSIDADE DA BÍBLIA,03.06.19

A interpretação deve apoiar-se primeiramente na observação e, depois, conduzir à aplicação. Ela é um meio que visa a um fim, não um fim em si mesma. O objetivo do estudo da Bíblia não se limita a apurar o que ela diz e o seu significado; inclui a aplicação dela à vida. Se não aplicarmos as Escrituras, estaremos encurtando o processo como um todo e deixando incompleto o que Deus deseja que façamos. É bem verdade que a Bíblia nos fornece muitos fatos acerca de Deus, de nós mesmos, do pecado, da salvação e do futuro, os quais precisamos conhecer. Nela buscamos informação e entendimento, e é assim que deve ser. Mas a questão é o que fazer com essa informação e esse entendimento. A interpretação é a etapa que nos transporta da leitura e da observação do texto para a aplicação e a prática.

O estudo bíblico é uma atividade intelectual por meio da qual procuramos compreender o que Deus diz. Contudo, deve ir além disso e incluir a disciplina espiritual, por meio da qual procuramos colocar em prática o que lemos e compreendemos. O verdadeiro objetivo do estudo da Bíblia é a assimilação íntima, não a simples percepção mental. Somente assim o crente pode crescer espiritualmente. A maturidade espiritual, que nos toma mais semelhantes a Cristo, não decorre apenas de um conhecimento mais amplo da Bíblia. Resulta de um conhecimento mais amplo da Bíblia e de sua aplicação às nossas necessidades espirituais. Paulo visava a esse objetivo para que pudesse incentivar e ensinar outros a se tomarem maduros em Cristo (Cl 1.28).

Pedro também escreveu que devemos desejar “ardentemente […] o genuíno leite espiritual, para que por ele [nos] seja dado crescimento para [nossa] salvação” (1 Pe 2.2). Paulo escreveu que “o saber ensoberbece” (1 Co 8.1). Jesus disse aos líderes judeus de sua época: “Examinais as Escrituras…” (Jo 5.39); mas logo acrescentou que todo aquele estudo era inútil, porque eles se recusavam a chegar a ele para terem vida (v. 40). Uma passagem clássica sobre a inspiração das Escrituras é 2 Timóteo 3.16. Entretanto, quase todo esse versículo e o seguinte falam da utilidade das Escrituras. Elas devem ser usadas “para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

Uma coisa é lermos 2 Timóteo 1.9, prestando atenção ao fato de que Deus “nos chamou com santa vocação”, e compreendermos que santidade é uma vida de pureza e piedade, concretizada pela obra santificadora do Espírito Santo. Outra coisa, no entanto, é lidarmos com o pecado em nossas vidas a ponto de realmente levarmos uma vida santa. Uma coisa é estudarmos o que as Escrituras asseveram sobre a volta de Cristo, em passagens tais como 1 Tessalonicenses 4.13-18 e 1 Coríntios 15.51-56. Mas outra é nos apoiarmos nesses fatos e transcendê-los a ponto de amar sua aparição (2 Tm 4.8), ou seja, ansiar e aguardar com expectativa por sua vinda, continuando firmes na obra do Senhor (1 Co 15.58). Assim sendo, a interpretação bíblica, como a segunda etapa do estudo da Bíblia, é absolutamente essencial.

A interpretação é fundamental à aplicação. Se nossa interpretação não for correta, podemos acabar aplicando a Bíblia da forma errada. A forma como você interpreta diversas passagens afeta diretamente seu comportamento e também o de outras pessoas. Por exemplo, se um pastor entende em determinadas passagens ser permitido que uma pessoa divorciada se case novamente, então isso influenciará sua orientação sobre o assunto aos divorciados. Se um pastor entende que 1 Coríntios 11.3-15 ensina que as mulheres devem usar chapéu na igreja, então sua interpretação influenciará os ensinamentos que ele passa à congregação. As questões de ser o aborto correto ou errado, de como descobrir a vontade de Deus, de como levar uma vida dotada de sentido, de como ser um marido, uma esposa, um pai ou uma mãe eficiente, de como reagir ao sofrimento — tudo isso depende da hermenêutica e da forma como se interpretam diversas passagens, estando-lhes intimamente ligado. Segundo disse determinado autor: “A interpretação da Bíblia é uma das questões mais importantes que os cristãos enfrentam hoje. Dela resulta o que cremos, como vivemos, como nos relacionamos e o que temos a oferecer ao mundo”.

Fonte: A interpretação Bíblica – Meios de descobrir a verdade da Bíblia.
Roy B. Zuck

Tradução de Cesar de E A. Bueno Vieira. Edições Vida Nova.pags 13-15
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Fonte:https://www.universidadedabiblia.com.br/a-interpretacao-da-biblia-e-essencial-para-sua-aplicacao-correta/?utm_source=getresponse&utm_medium=email&utm_campaign=universidadedabiblia&utm_content=%5B%5Brssitem_title%5D%5D

sábado, 8 de junho de 2019

Jovem que tentou se suicidar em ponte se batiza ao lado do homem que lhe salvou

08.06.2019
Do blog GOSPEL MAIS,06.06.19
Por  Will R. Filho

Um testemunho impressionante de como Deus atua na vida das pessoas foi reconhecido pela comunidade de Virginia Beach, nos Estados Unidos, após um jovem de apenas 27 anos que estava prestes a se suicidar ser resgatado por um homem que lhe apresentou o amor de Deus.

Em 25 de abril, Collin Dozier, de 31 anos, estava voltando para casa tarde da noite quando viu um carro estacionado na beira da ponte Lesner. Ele notou que não havia passageiro, então sentiu o Espírito Santo de Deus tocar em seu coração para perceber que havia algo errado naquele momento.

De fato, Jacob Palmer foi o jovem que abandonou o seu carro com a intenção de se jogar da ponte. Ele estava sob efeito de drogas e estava decidido a se suicidar, até que a presença de Deus através de Dozier mudou o seu destino.

“Então, eu apenas senti o Espírito Santo falar comigo e me dizer para ir até lá”, contou Dozier à CBN News, explicando que até então não sabia que alguém estava querendo se suicidar naquele momento. Ele apenas seguiu a ordem de Deus.

Ao ver Palmer querendo se suicidar, a reação de Dozier foi imediata: “Naquele momento eu estava, tipo: ‘ei cara, não faça isso. Jesus ama você. Ele tem um plano para a sua vida'”, lembra o cristão, que mesmo não sendo ouvido como gostaria, tomou outra atitude crucial.
“Não importou o que eu disse, ele não quis ouvir. Então, foi quando eu fiz a única coisa que eu sabia fazer em uma situação como essa, que é orar. Então, eu estendi minha mão e fiquei tipo ‘Senhor Jesus, por favor fale com esse homem. Eu oro agora mesmo abre os olhos e mostra-lhe o teu amor”, lembra.

Livre do desejo de se suicidar

Após a oração, Palmer desistiu de tirar a sua vida. Dozier, por sua vez, não parou por ai. Ele passou à acompanhar Palmer, sendo um ponto de apoio para ele e orientação nos caminhos do Evangelho de Cristo, e isso fez toda a diferença na vida do rapaz.

No domingo passado, o jovem que há quase dois meses atrás queria se suicidar, foi batizado na orla marítima de Virginia Beach e Dozier estava lá, ao seu lado, como irmão em Cristo para lhe apoiar no momento mais importante da sua vida.

Dozier foi reconhecido como herói em sua cidade e o jovem Palmer assumiu um compromisso com Cristo, largando às drogas por completo.

“Eu realmente acredito que o bom Deus coloca suas mãos em nossos ombros às vezes para fazer grandes coisas como esta”, disse o prefeito de Virginia Beach, Bobby Dyer, ao falar da atitude de Dozier, que parou a sua viagem para observar alguém que precisava de ajuda no momento certo.

“Este é um indivíduo que coloca sua própria vida em risco para salvar outro. E você sabe, isso é uma coisa piedosa”, disse o prefeito.
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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/jovem-tentou-suicidar-ponte-batiza-homem-115360.html

sexta-feira, 7 de junho de 2019

“A palavra de Deus começou a me mudar de dentro para fora”, diz ex-homossexual

07.06.2019
Do GOSPEL MAIS, 06.06.19

O testemunho de Brian Wheelock é mais um entre às milhares de pessoas que se declaram transformadas pelo Espírito Santo de Deus. Ex-homossexual, ele foi um dos participantes da “Marcha da Liberdade” que ocorreu no final de maio em Washington D.C, nos Estados Unidos, onde pode compartilhar como se libertou do homossexualismo.

“Eu vivi essa vida por pelo menos dez anos, e foi uma época louca na minha vida. Esses sentimentos eram reais. Passei muito tempo em relacionamentos e [vivendo conforme] minha identidade”, disse ele ao discursar na passeata.

A marcha reuniu pessoas como Brian, ex-homossexual, tendo como objetivo mostrar ao mundo que é possível deixar de ser gay e construir uma vida diferente, à luz da Bíblia Sagrada, mas com o apoio do Espírito Santo de Deus.

Brian entendeu que não poderia continuar na vida em que estava, assim pediu a Deus para que ele “morresse para si mesmo”, visando nascer como uma nova pessoa. “Eu não orei em nome de Jesus para que ele me fizesse [uma pessoa] correta, eu orei para que eu morresse para mim mesmo e me tornasse um seguidor de Jesus Cristo”, disse ele.

O ex-homossexual disse que vivia em depressão, porque quanto mais adotava o estilo de vida gay, menos se sentia completo, até que resolveu fazer um compromisso definitivo com Deus. “Senti que Deus estava me dizendo ‘Brian, isso não é o meu melhor para você. E eu tenho o melhor para você’”, lembra ele.
“Eu fui a uma igreja e comecei a ouvir a palavra de Deus, e a palavra de Deus começou a me mudar de dentro para fora”, explica Brian, destacando que a transformação de vida foi ocorrendo gradualmente, até ele se ver completamente liberto da sua antiga orientação sexual homossexual.

Hoje Brian é casado e pai de três filhos, Jillian, Katelyn e Molly. Ele confessou para a sua esposa, logo quando a conheceu, que é um ex-homossexual. Ela ignorou o seu passado e os dois seguiram em frente, conforme o projeto de Deus para a vida deles.

Ex-homossexual: “O Evangelho exige mudança”

Durante a Marcha para a Liberdade vários ex-homossexuais discursaram para a multidão, apresentando seus testemunhos de vida. Um deles foi Jen Schmidt.

Jean, que era lésbica, disse que a comunidade LGBT tem sido agressiva com quem se declara ex-homossexual, visto que essa realidade destrói muitas narrativas ideológicas do movimento gay, entre às quais, a ideia equivocada de que não existem ex-homossexuais.
“Estou aqui para me conectar com outras pessoas que costumavam se identificar como LGBT, que costumavam se identificar com a sexualidade, em vez de com quem Deus planejou que fôssemos”, disse ela.

“Estou aqui para comemorar com pessoas que são corajosas o suficiente para se levantar, em dias onde os outros têm medo de proclamar a verdade da liberdade em Cristo por medo de serem envergonhados”, acrescentou.

O agora ex-homossexual Luis Javier Ruiz e Angel Colon foi um dos sobreviventes do ataque à boate gay “Pulse” em Orlando, em 2016. Ele também esteve na Marcha para a Liberdade e contou o seu testemunho, dizendo que Deus ama os homossexuais, mas que exige a mudança deles.

“Em vez de provar por que você pode ser um cristão gay, tenha uma mente aberta e tente pesquisar por que a Bíblia diz que você não pode”, disse ele, aconselhando o público a não se deixar influenciar pela cultura e grande mídia, mas observar o que está escrito na Palavra de Deus.

“Não baseie suas crenças no que as pessoas dizem, no que o Facebook diz, ou mesmo no que a cultura e a sociedade dizem, mas sim no que a Palavra diz. Faça sua pesquisa e veja por que as pessoas estão deixando o estilos de vida LGBTQ+”, acrescentou.

. “Digo isso por amor, porque fui amado. Não tenha essa mentalidade de querer viver em uma casa por toda a eternidade, se você não conhece ou não tem um relacionamento com o dono da casa. Deus te ama do jeito que você é, mas o Seu Evangelho exige mudança”, conclui Luiz.

Com informações do Christian Institute e da CBN News.
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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/palavra-deus-comecou-mudar-ex-homossexual-115333.html

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O que é um sermão expositivo?

03.06.2019
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 31.05.19
Por Sugel Michelén*

O trecho abaixo foi retirado com permissão do livro Da Parte de Deus na Presença de Deus, de Sugel Michelén, da Editora Fiel.

Quero começar dizendo que um sermão expositivo não é pegar uma passagem da Bíblia e explicar o significado de cada versículo e de cada palavra importante que vamos encontrando no caminho. Quando isso acontece, o pregador deixa de ser um expoente da Palavra para se transformar em uma espécie de comentário bíblico ambulante. Também não é usar o púlpito para dar uma aula seca e pouco fértil de interpretação bíblica que deixa os ouvintes confusos e irritados, tentando discernir qual é a mensagem de Deus para eles. Pregar é proclamar uma mensagem que extraímos das Escrituras por meio de um trabalho árduo e que transmitimos pela pregação, buscando a glória de Deus em Cristo e o proveito espiritual de nossos ouvintes.

Voltemos, então, à nossa pergunta inicial: O que é um sermão expositivo? Dito de maneira simples e concisa, é o tipo de sermão que ajuda os ouvintes a entender o significado do texto bíblico e o que Deus quer que façamos à luz do que esse texto ensina. Mark Dever define como o tipo de pregação “em que o ponto principal do texto bíblico que está sendo ensinado vem a ser o ponto principal do sermão pregado” (tradução do autor). O teólogo britânico J.I. Packer define com as seguintes palavras: “A pregação cristã é a atividade em que Deus mesmo, através de um porta-voz, traz a uma audiência uma mensagem de instrução e direção acerca de Cristo, tendo impacto em suas vidas, e que está baseada nas Escrituras” (traduzido pelo autor). A minha definição é: Um sermão expositivo é aquele que expõe e aplica o verdadeiro significado do texto bíblico, levando em consideração seu contexto imediato, assim como o contexto mais amplo da história da redenção, que gira em torno da pessoa e da obra de Cristo, com o propósito de que o ouvinte ouça a voz de Deus através da exposição e de que seja transformado.

Um dos documentos da Assembleia de Westminster (1645) declara que “o pregador deve ser um instrumento com relação ao texto, abrindo-o e aplicando-o como Palavra de Deus aos seus ouvintes (…) para que o texto possa falar (…) e ser ouvido, elaborando cada ponto do texto de tal forma que a sua audiência possa discernir a voz de Deus”. Em outras palavras, o pregador expõe; não impõe. Como diz o teólogo escocês Sinclair Ferguson, “o pregador cria o sermão, mas não cria a mensagem. Ele proclama e explica a mensagem que recebeu” (traduzido pelo autor). Paulo coloca as coisas da seguinte forma em 2Coríntios 4.1-2:

Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.

Essa expressão que a Almeida Revista e Atualizada traduz por “manifestação da verdade” é muito mais impactante no original. A ideia que transmite é a de tornar uma coisa amplamente conhecida ao revelá-la com cuidado em cada detalhe. Por causa disso, o pastor australiano Gary Millar afirma que “a chave da pregação é tornar evidente a mensagem do texto. Ajudar as pessoas a vê-lo (…) senti-lo (…) entendê-lo”. E, mais adiante, acrescenta: “Estou totalmente convencido de que o tipo de pregação que muda os corações das pessoas é aquele que permite ao texto falar por si mesmo” (traduzido pelo autor).

Nesse sentido, toda pregação deve ser expositiva; do contrário, deixa de ser pregação. Quer se trate de uma série sobre um livro da Bíblia, versículo por versículo, quer se trate de uma passagem longa ou curta das Escrituras, o que diferencia a pregação expositiva é que ela expõe e aplica o que o texto realmente diz, e não o que o pregador quer que diga. John Stott afirma:

Expor as Escrituras é extrair o que se encontra no texto e deixá-lo ao alcance da vista. O expoente emprega esforço para expor o que parecia estar oculto, confere clareza ao que parecia confuso, desfaz os nós e desmonta o que parecia um assunto difícil. O oposto da exposição é a imposição, ou seja, impor sobre o texto algo que não está incluído nele. O “texto” em questão pode ser um versículo, uma oração gramatical ou ainda uma só palavra. Do mesmo modo, pode tratar-se de um parágrafo, um capítulo ou um livro inteiro. O tamanho do texto não tem importância, desde que seja tirado da Bíblia; o importante é o que vamos fazer com ele. Seja curto ou extenso, nossa responsabilidade como expositores é fazer com que o texto seja exposto de tal modo que transmita uma mensagem clara, simples, exata, de forma pertinente, sem adições, subtrações ou falsificação.

A maioria das pessoas aprecia um bom truque de mágica. Perguntamo-nos como é possível que o mágico tenha tirado um coelho de uma cartola aparentemente vazia. Mas o pregador não é um mágico; é um expositor; ele foi chamado a tirar da cartola (o texto bíblico) um coelho que já está previamente ali (o conteúdo do texto).

O texto dita e controla o que falamos, como bem assinala John Stott. Isso é pregação expositiva ou, para ser mais preciso, isso é pregação! Quando é algo menos que isso, deixa de ser pregação para se transformar em outra coisa. Não se trata tanto de um método, mas de uma convicção. Se realmente cremos que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17), porque iríamos querer fazer outra coisa a não ser expor a Bíblia com fidelidade? É possível que você nunca venha a ser um pregador popular fazendo isso, mas lembre-se de que o “êxito” ministerial não é medido pela quantidade de reproduções do seu sermão no YouTube, ou pela quantidade de conferências em que você prega, mas pela fidelidade ao transmitir o que Deus quer nos dizer nas Escrituras. Espero que estas palavras do Senhor Jesus Cristo, em Mateus 24.45-46, ajudem você a seguir adiante com seu trabalho, buscando unicamente a aprovação dele, e não a dos homens: “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim”.

*Sugel Michelén tem servido como presbítero e pregador regular na Iglesia Bíblica del Señor Jesucristo em Santo Domingo, República Dominicana, há mais de 30 anos.
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