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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Vida e o Ministério de Agostinho de Hipona

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 12.03.2014
Por Alderi Matos

Na mesma época em que se desenrolavam na igreja grega ou oriental as controvérsias cristológicas, viveu no Ocidente aquele que seria considerado o maior dos pais da igreja – Aurélio Agostinho. Por sua genialidade, produtividade e influência, ele é considerado o equivalente latino do brilhante Orígenes. Agostinho foi o último dos grandes escritores cristãos da antiguidade e o precursor da teologia medieval, tendo também influenciado profundamente a teologia protestante do século 16. Ele deu à teologia ocidental características que a destacaram da oriental e contribuíram para o rompimento final das duas tradições.
O famoso bispo introduziu no pensamento cristão o conceito de “monergismo” (de monos = “um só” e ergon = “obra”), ou seja, que tanto na história humana como na salvação a atuação de Deus é plenamente soberana, em contraste com a posição “sinergista” aceita por vários séculos, com sua ênfase na cooperação das agências humana e divina. Essa posição de Agostinho nunca foi totalmente aceita pela sua igreja e foi rejeitada pela igreja oriental. Ainda assim, ele foi declarado um dos quatro doutores da igreja latina, ao lado de Ambrósio, Jerônimo e Gregório I.
Por causa da sua autobiografia, as Confissões, a vida de Agostinho é a mais conhecida dentre todos os pais da igreja. Ele nasceu em 354 em Tagaste, no norte da África (a moderna Argélia), não longe da grande cidade de Cartago (na atual Tunísia), e recebeu o nome de Aurelius Augustinus. Seu pai, Patrício, um funcionário público de classe média, era um pagão que só se converteu pouco antes de morrer em 372. A mãe, Mônica, era uma cristã piedosa de forte personalidade.
O jovem estudou em sua cidade natal e depois em Madaura e Cartago. Destacou-se na retórica latina, mas não conseguiu dominar a língua grega. Embora fosse um catecúmeno desde a infância, tinha paixão pelo teatro e somente disciplinou a sua sexualidade através da união com uma concubina (372-385), que lhe deu um filho, Adeodato, falecido por volta de 390. Desiludido com a Bíblia e fascinado pela filosofia através da leitura de uma obra do orador romano Cícero (Hortênsio), Agostinho voltou-se para o maniqueísmo, uma seita gnóstica, e depois para o ceticismo. Tornou-se professor de retórica em Tagaste e Cartago, e foi então para Roma (383) e Milão (384), sendo logo seguido por sua mãe, que estava interessada em seu progresso profissional e em seu retorno à igreja.
Em Milão, o jovem retórico recebeu a influência da filosofia neoplatônica, que o convenceu da existência do Ser transcendente imaterial e lhe deu uma nova compreensão do problema do mal como corrupção ou ausência do bem. Impressionou-se com a eloquência erudita e com a pregação alegórica do grande bispo Ambrósio (c. 339-397), considerado o maior orador sacro da antiga igreja latina.
Sua peregrinação culminou em agosto de 386 com a célebre experiência do jardim, narrada com detalhes nas Confissões. Enquanto conversava com o amigo Alípio sobre a mensagem do apóstolo Paulo, Agostinho sentiu-se tomado de profunda emoção. Afastando-se, ouviu uma criança cantar repetidamente tolle lege(“toma e lê”). Abrindo ao acaso a carta aos Romanos, leu os versos 13 e 14 do capítulo 13, convertendo-se afinal. Abandonando a carreira pública, abraçou a vida monástica e foi batizado por Ambrósio na páscoa de 387.
Ao retornar a Tagaste, após a morte de Mônica em Óstia, perto de Roma, começou a escrever contra o maniqueísmo e formou uma comunidade contemplativa. Ao fazer uma visita a Hipona, hoje na Argélia, foi ordenado sacerdote quase à força (391). Tornou-se bispo coadjutor em 395 e no ano seguinte, bispo de Hipona, cargo que exerceu até sua morte em 430. Sendo agora um líder da igreja e defrontando-se com grandes desafios, sua perspectiva transformou-se de modo decisivo. Passou a ter uma visão mais radicalmente bíblica do ser humano e da história, em contraste com o seu anterior humanismo otimista neoplatônico.
A teologia de Agostinho foi forjada e amadureceu no contexto de três grandes controvérsias nas quais se envolveu, a começar da sua luta contra os maniqueístas. Estes eram seguidores do profeta persa Mani (c. 216-276), que foi martirizado pelos romanos. Criam em duas forças eternas e iguais, o bem e o mal, em luta perpétua. Assim como os gnósticos, atribuíam o mal à matéria, criada pelo princípio do mal, e o bem ao espírito, criado pelo Deus bom. A alma ou espírito do homem era uma centelha do poder benigno que havia sido roubada pelas forças malignas e aprisionada na matéria. Quando jovem, Agostinho se sentira atraído por essa filosofia religiosa, que parecia explicar melhor que o cristianismo algumas das questões mais importantes da existência. Mais tarde, decepcionou-se com o movimento, principalmente após uma conversa com Fausto, o filósofo maniqueu mais importante.
Em sua principal obra contra o maniqueísmo, Da natureza do bem (c. 405), Agostinho argumentou que não é preciso admitir duas forças iguais e opostas no universo (dualismo) para explicar o mal. Este não é uma natureza ou substância, mas a corrupção da natureza boa criada por Deus ou uma privatio boni (ausência do bem). Ele usou dois argumentos: metafísico (toda natureza criada é inferior a Deus e passível de corrupção) e moral (o mal moral decorre do uso impróprio do livre-arbítrio). Agostinho utilizou a filosofia (no caso o neoplatonismo) contra o maniqueísmo, adaptando-a à fé cristã, algo que vinha sendo feito desde a época de Clemente de Alexandria e Orígenes, por causa do entendimento de que toda verdade é verdade de Deus, venha de onde vier. Ao mesmo tempo, discordou do neoplatonismo quanto à natureza de Deus (pessoal em contraste com o Uno impessoal) e à criação do mundo (a partir do nada ou ex nihiloem contraste com a eternidade da matéria). Com a ajuda da filosofia, Agostinho demonstrou racionalmente a superioridade do cristianismo e forneceu padrões para o pensamento cristão sobre temas como Deus, a graça, a criação, o pecado, o livre arbítrio e o mal. Empregou argumentos já conhecidos, porém de forma nova e atraente.
A segunda grande controvérsia de que Agostinho participou foi contra os donatistas. Esse cisma na igreja católica do norte da África, que resultou na formação de uma poderosa igreja rival, havia surgido após a última perseguição contra os cristãos, no início do 4° século (303-311). Os líderes iniciais do movimento, entre os quais estava um bispo chamado Donato, afirmavam que os bispos que tinham cooperado com os perseguidores romanos não eram legítimos e que os homens que eles haviam ordenado não eram sacerdotes cristãos. Os donatistas eram herdeiros da tradição rigorista ou moralista de O Pastor de Hermas e Tertuliano, e agora, na época de Agostinho, argumentavam que os bispos e sacerdotes católicos eram corruptos ou heréticos, e por isso os sacramentos que ministravam não eram válidos. Nessas alegações, apelavam inclusive aos escritos de Cipriano.
Ao lutar contra os donatistas, em obras como Sobre o batismo, Agostinho salientou duas questões: a natureza da igreja e a validade dos sacramentos. A ênfase principal dos donatistas era a pureza da igreja: esta era considerada a congregação dos santos, tanto na terra como no céu, sendo sempre um pequeno remanescente fiel. Rejeitando essa eclesiologia, Agostinho argumentou que os donatistas é que eram impuros, por destruírem a unidade da igreja e caírem no pecado do cisma. Para ele, a igreja inclui todos os tipos de pessoas, contendo em si tanto o bem como o mal (o trigo e o joio) até a separação definitiva no último dia.
Quanto aos sacramentos, ele insistiu que o batismo e a Eucaristia transmitem a graça de Deus ex opere operato, ou seja, “em virtude do próprio ato”, independentemente da condição moral e espiritual do oficiante. Os sacramentos provêm de Cristo e o seu poder e eficácia baseiam-se na santidade de Cristo, que não pode ser corrompida por ministros indignos “assim como a luz do sol não é corrompida ao brilhar através de um esgoto”. Portanto, um sacramento é válido mesmo quando ministrado por um sacerdote imoral ou herético, contanto que tenha uma ordenação válida e esteja em comunhão com a igreja. Ele é mero instrumento da graça de Cristo.
Sem dúvida, a controvérsia mais importante na qual se envolveu Agostinho, e aquela que trouxe consequências mais profundas para sua teologia, foi a que ele manteve contra o pelagianismo. Pelágio era um monge britânico que nasceu em meados do século 4°. Por volta de 405 ele foi para Roma e depois seguiu para o norte de África, mas não chegou a se encontrar com Agostinho. Foi então para a Palestina e escreveu dois livros sobre o pecado, o livre-arbítrio e a graça: Da natureza e Do livre-arbítrio. Embora criticado fortemente por Agostinho e seu amigo Jerônimo (†420), comentarista bíblico e tradutor daVulgata Latina, ele foi inocentado por um sínodo reunido na Palestina em 415. Todavia, foi condenado como herege pelo bispo de Roma (417-418) e pelo Concílio de Éfeso (431). Pelágio era um cristão moralista que achava que a crença numa tendência natural para o pecado era um desestímulo para que os cristãos vivessem vidas virtuosas.
Pelágio foi acusado de três heresias. Primeiro, negou o pecado original no sentido de culpa herdada, no que era acompanhado por muitos cristãos orientais. Dizia que as pessoas pecam porque nascem num mundo corrompido e são influenciadas pelos maus exemplos ao seu redor, mas que elas não têm uma tendência natural para pecar. Se elas pecam é porque decidem fazê-lo deliberadamente. Em segundo lugar, ele negou que a graça sobrenatural de Deus seja essencial para a salvação. Tudo de que os cristãos precisam é a iluminação dada pela Palavra de Deus e por sua própria consciência. Finalmente, afirmou a possibilidade, pelo menos teórica, de se viver uma vida sem pecado mediante o uso correto do livre-arbítrio. Todo ser humano se encontra na situação de Adão antes da queda, podendo optar por viver em perfeita obediência à lei de Deus.
Reagindo contra os ensinos de Pelágio, Agostinho desenvolveu a sua própria soteriologia, que parte de duas convicções centrais: a total corrupção dos seres humanos após a queda e a absoluta soberania de Deus. Suas principais obras antipelagianas foram: Do Espírito e da letra (412), Da natureza e da graça (415), Da graça de Cristo e do pecado original (418), Da graça e do livre arbítrio (427) e Da predestinação dos santos (429). Ele também tratou dessas questões em outras obras, tais como o Enchiridion (421) e A cidade de Deus (c. 413-427).
Apelando a ensinos do apóstolo Paulo, como Romanos 5.12-21, Agostinho afirmou que todos os seres humanos, inclusive os filhos dos cristãos, nascem culpados e totalmente corrompidos por causa do pecado de Adão e da natureza pecaminosa herdada dele, estando sujeitos à condenação eterna. Eles fazem parte de uma “massa de perdição”. Essa situação só é desfeita pelo batismo (o sacramento da regeneração), pelo arrependimento e pela graça sacramental. A vida cristã virtuosa é inteiramente uma obra da graça de Deus e de modo algum um produto do esforço humano ou do livre-arbítrio, sem a graça capacitadora. Por causa da corrupção herdada, o ser humano não tem liberdade para não pecar (non posse non peccare).
Para Agostinho, o livre-arbítrio era simplesmente fazer o que se deseja fazer, agir de acordo com a própria natureza, não incluindo a capacidade da escolha contrária, como era sustentado por Pelágio e seus seguidores. Assim, as pessoas são livres para pecar, mas não para não pecar: pecar é tudo o que elas querem fazer sem a graça interveniente de Deus.
Portanto, a graça soberana de Deus é absolutamente necessária para qualquer decisão ou ação positiva do ser humano caído. As criaturas humanas estão de tal modo corrompidas que, se Deus não lhes concedesse o dom da fé, nem sequer se voltariam para ele. Se fosse possível alcançar a retidão somente pela natureza e pelo livre-arbítrio, sem a graça sobrenatural, Cristo teria morrido em vão. Deus determina ou predestina de modo soberano tudo o que acontece.
Em sua última obra, Da predestinação dos santos, Agostinho afirmou que Deus escolhe alguns indivíduos do meio da massa humana de perdição para receberem a dádiva da fé, e deixa os outros em sua merecida perdição. É aquilo que mais tarde seria descrito como “eleição incondicional” e “graça irresistível”. Agostinho não explicou satisfatoriamente certas questões difíceis levantas pela sua soteriologia (Deus é o autor do mal? Como conciliar a soberania de Deus e a responsabilidade humana? Por que Deus não salva a todos?), deixando-as na esfera dos mistérios. Para ele, a verdade fundamental é o fato de que Deus é a causa suprema de todas as coisas e não há nada no universo que esteja fora do seu controle ou que possa frustrar a sua vontade.
Além da doutrina da igreja e dos sacramentos e da doutrina da graça, outra contribuição fundamental do bispo de Hipona foi sua exposição da doutrina trinitária no valioso tratado De Trinitate (Sobre a Trindade). Partindo do fundamento lançado pelos pais capadócios, cuja teologia conheceu por meio de Hilário de Poitiers, Agostinho deu mais ênfase à unidade da essência divina do que à diversidade de pessoas. Enquanto os capadócios partem da diversidade de pessoas para ir em direção à unidade, ele usa o processo inverso. Prefere falar em relações ao invés de pessoas (a unidade divina acima da diversidade). Ao explicar a procedência do Espírito Santo, diz que ele é o vínculo de amor entre o Pai e o Filho, o que deu origem ao debate medieval sobre a cláusula Filioque (“e do Filho”), presente no Credo Niceno.
Agostinho argumentou que todas as coisas, pelo fato de terem sido criadas pelo Deus triúno, levam a marca da Trindade. Assim sendo, deu uma contribuição inovadora ao introduzir o “modelo psicológico” da Trindade. Comparou a unidade de Deus com a unidade do ser humano e equiparou a Trindade a três faculdades internas da alma ou aspectos da personalidade humana: a memória, o entendimento e a vontade. Uma de suas últimas obras foi Retractationes ou Revisões(426-427), nas quais arrolou seus escritos, corrigindo-se e defendendo-se em alguns pontos. Outros temas da teologia de Agostinho foram o conhecimento como iluminação da mente pelo Verbo de Deus; a existência e o ser de Deus; a criação, a natureza do tempo e a escatologia. Curiosamente, ele nunca explorou a fundo o campo da cristologia.
Sua obra-prima foi A cidade de Deus, na qual fez uma grande síntese do pensamento cristão. Começou com uma apologia contra alegações de que, em última análise, o cristianismo havia sido responsável pelo saque de Roma pelos visigodos no ano 410. O livro acabou se tornando uma grande interpretação da história romana e cristã, analisada teológica e escatologicamente através dos complexos destinos terrenos de duas “cidades” criadas por amores conflitantes (amor próprio e amor a Deus). Segundo ele, o reino de Deus não se identificava com nenhuma civilização humana e não seria afetado pelo declínio do Império Romano. Ironicamente, Agostinho morreu quando a África romana sucumbia diante dos vândalos que cercavam Hipona. A civilização romana clássica estava desmoronando, mas havia surgido uma nova cultura cristã, que alcançaria seu maior esplendor na Idade Média.
Fonte: Revista Fé Para Hoje N.40 (Artigo 3)
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/653/A_Vida_e_o_Ministerio_de_Agostinho_de_Hipona

O Plano de Deus para a Agenda Gay

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 10.05.2007
Por John MacArthur

Se você tem visto os títulos de manchetes de jornais nos últimos anos, talvez tenha observado o incrível aumento do interesse por afirmar a homossexualidade. Quer esteja no âmago de um escândalo religioso, de corrupção política, de legislação radical e da redefinição do casamento, o interesse homossexual tem caracterizado a América. Isso é uma indicação do sucesso da agenda gay. Mas, infelizmente, quando as pessoas se recusam a reconhecer a pecaminosidade do homossexualismo — chamando o mal bem e o bem, mal (Is 5.20), elas o fazem em prejuízo de muitas almas e, talvez, de si mesmas.
Como você deve reagir ao sucesso da agenda gay? Deve aceitar a tendência recente em direção à tolerância? Ou ficar ao lado daqueles que excluem os homossexuais e condenam com veemência o pecado? A Bíblia nos exorta a um equilíbrio entre o que as pessoas consideram duas reações opostas — condenação e compaixão. De fato, essas duas atitudes juntas são elementos essenciais do amor bíblico, do qual os homossexuais necessitam desesperadamente. Os defensores do homossexualismo têm sido notavelmente eficazes em promover suas interpretações distorcidas de passagens da Bíblia. Quando você pergunta a um homossexual o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — e muitos deles o sabem — percebe que eles absorveram um interpretação que não é somente distorcida, mas também completamente irracional. Os argumentos a favor dos homossexuais extraídos da Bíblia são nuvens de fumaça — à medida que nos aproximamos deles, vemos com clareza o que está por trás.
Deus condena a homossexualidade, e isto é muito evidente. Ele se opõe à homossexualidade em todas as épocas. Na época dos patriarcas (Gn 19.1-28) Na época da Lei de Moisés (Lv 18.22; 20.13) Na época dos Profetas (Ez 16.46-50) Na época do Novo Testamento (Rm 1.18-27; 1 Co 6.9-10; Jd 70-8) Por que Deus condena a homossexualidade? Porque ela transtorna o plano fundamental de Deus para as relações humanas — um plano que retrata o relacionamento entre um homem e uma mulher (Gn 2.18-25; Mt 19.4-6; Ef 5.22-33). Então, por que as interpretações homossexuais das Escrituras têm sido tão bem-sucedidas em persuadir inúmeras pessoas? A resposta é simples: as pessoas se deixam convencer. Visto que a Bíblia é tão clara a respeito deste assunto, os pecadores têm resistido à razão e aceitado o erro, a fim de acalmarem a consciência que os acusa (Rm 2.14-16). Conforme disse Jesus: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19-20). Se você é um crente, não deve comprometer o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — jamais.
Não importa o quanto você deseja ser compassivo para os homossexuais, o seu primeiro amor é ao Senhor e à exaltação da justiça dEle. Os homossexuais se mantêm em rebeldia desafiante contra a vontade de seu Criador, que, desde o princípio, “os fez homem e mulher” (Mt 19.4). Não se deixe intimidar pelos defensores do homossexualismo e por sua argumentação fútil — os argumentos deles não têm conteúdo. Os homossexuais e os que defendem esse pecado estão comprometidos fundamentalmente em transtornar a soberania de Cristo neste mundo. Mas a rebelião deles é inútil, visto que o Espírito Santo afirma: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9-10; cf. Gl 5.19-21). Então, qual a resposta de Deus à agenda homossexual? O julgamento certo e final. Afirmar qualquer outra coisa, além disso, é adulterar a verdade de Deus e enganar aqueles que estão em perigo. Quando você interage com homossexuais e seus simpatizantes, tem de afirmar a condenação bíblica.
Você não está procurando lançar condenação sobre os homossexuais, está tentando trazer convicção, de modo que eles se convertam do pecado e recebam a esperança da salvação para todos nós, pecadores. E isso acontece por meio da fé no Senhor Jesus Cristo. Os homossexuais precisam de salvação. Não precisam de cura — o homossexualismo não é uma doença. Eles não carecem de terapia — o homossexualismo não é uma condição psicológica. Os homossexuais precisam de perdão, porque a homossexualidade é um pecado.
Não sei como aconteceu, mas algumas décadas atrás alguém rotulou os homossexuais com o incorreto vocábulo “gay”. Gay, no inglês, significava uma pessoa feliz, mas posso assegurar-lhe: os homossexuais não são pessoas felizes. Eles procuram felicidade seguindo prazeres destrutivos. Esta é a razão por que Romanos 1.26 chama o desejo homossexual de “paixão infame”. É uma concupiscência que destrói o corpo, corrompe os relacionamentos e traz sofrimento perpétuo à alma — e o seu fim é a morte (Rm 7.5). Os homossexuais estão experimentando o juízo de Deus (Rm 1.24, 26, 28) e, por isso, são infelizes — muito, muito infelizes. 1 Coríntios 6 é bem claro a respeito das conseqüências eternas que sobrevirão àqueles que praticam a homossexualidade — mas existem boas-novas. Não importa o tipo de pecado, quer seja homossexualidade, quer seja outra prática, Deus oferece perdão, salvação e esperança da vida eterna àqueles que se arrependem e aceitam o evangelho. Depois de identificar os homossexuais como pessoas que não “herdarão o reino de Deus”, Paulo disse: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11). O plano de Deus para muitos homossexuais é a salvação. Nos dias de Paulo, havia ex-homossexuais na igreja de Corinto, assim como, em nossos dias, existem muitos ex-homossexuais em minha igreja e em igrejas fiéis ao redor do mundo. Eles ainda lutam contra a tentação homossexual? Com certeza. Que crente não luta contra os pecados de sua vida anterior? Até o grande apóstolo Paulo reconheceu essa luta (Rm 7.14- 25). No entanto, ex-homossexuais assentam-se nos bancos de igrejas bíblicas em todo o mundo e louvam o Senhor, ao lado de ex-fornicadores, ex-idólatras, ex-adúlteros, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-beberrões, ex-injuriadores e ex-defraudadores. Lembrem-se: alguns de vocês eram assim.
Qual deve ser a nossa resposta à agenda homossexual? Oferecer-lhe uma resposta bíblica — confrontála com a verdade das Escrituras, que condena a homossexualidade e promete castigo eterno para todos os que a praticam. Qual deve ser a nossa resposta ao homossexual? Oferecerlhe uma resposta bíblica — confrontá-lo com a verdade das Escrituras, que o condena como pecador e lhe mostra a esperança da salvação, por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Permaneçam fiéis ao Senhor, quando reagirem à homossexualidade, honrando a Palavra de Deus e deixando com Ele os resultados.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/296/O_Plano_de_Deus_para_a_Agenda_Gay

As Qualificações e Responsabilidades Bíblicas dos Diáconos

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 16.12.2013
Quem deveria ser um diácono? O que a Bíblia diz que os diáconos devem fazer?
Os Dois Ofícios Bíblicos: Presbíteros e Diáconos
Comparar o ofício de diácono ao de presbítero nos ajudará a responder essas questões. Os líderes espirituais primários de uma congregação são os presbíteros, os quais são também chamados bispos ou pastores no Novo Testamento. Presbíteros ensinam ou pregam a Palavra e pastoreiam as almas daqueles que estão sob seus cuidados (Ef 4.11; 1Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9; Hb 13.17). Os diáconos também possuem uma função crucial na vida e saúde da igreja local, mas a sua função é diferente daquela dos presbíteros. O papel bíblico dos diáconos é cuidar das necessidades físicas e logísticas da igreja, de modo que os presbíteros possam se concentrar no seu chamado primário.
Essa distinção é baseada no padrão encontrado em Atos 6.1-6. Os apóstolos eram devotados “à oração e ao ministério da palavra” (v. 4). Uma vez que esse era o seu chamado primário, sete homens foram escolhidos para lidar com assuntos mais práticos, de modo a dar aos apóstolos a liberdade para continuarem a sua obra.
Essa divisão de trabalho é semelhante à que vemos com os ofícios de presbítero e diácono. Como os apóstolos, a função primária dos presbíteros é pregar a Palavra de Deus. Como os sete, os diáconos servem a congregação em todas as necessidades práticas que possam surgir.
As Qualificações dos Diáconos
A única passagem que menciona as qualificações para os diáconos é 1Timóteo 3.8-13. Nessa passagem, Paulo apresenta uma lista oficial, porém não exaustiva, dos requerimentos para os diáconos.
As similaridades entre as qualificações para diáconos e presbíteros/bispos em 1Timóteo 3 são notáveis. Assim como as qualificações para os presbíteros, um diácono não pode ser dado ao vinho (v. 3), avarento (v. 3), irrepreensível (v. 2; Tt 1.6), marido de uma só mulher (v. 2), e um hábil governante de seus filhos e de sua casa (vv. 4-5). Além disso, o foco das qualificações é o caráter moral da pessoa que há de preencher o ofício: um diácono deve ser maduro e acima de reprovação. A principal diferença entre um presbítero e um diácono é uma diferença de dons e chamado, não de caráter.
Paulo identifica nove qualificações para os diáconos em 1Timóteo 3.8-12:
  1. Respeitáveis (v. 8): Esse termo normalmente se refere a algo que é honorável, digno, estimado, nobre, e está diretamente relacionado a “irrepreensível”, que é dado como uma qualificação para os presbíteros (1 Tm 3.2).
  2. De uma só palavra (v. 8): Aqueles que têm a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas, então eles carecem de credibilidade. 
  3. Não inclinados a muito vinho (v. 8): Um homem é desqualificado para o ofício de diácono se for viciado em vinho ou outra bebida forte. Tal pessoa carece de domínio próprio e é indisciplinada. 
  4. Não cobiçosos de sórdida ganância (v. 8): Se uma pessoa ama o dinheiro, não está qualificado para ser um diácono, especialmente porque os diáconos com freqüência lidam com questões financeiras da igreja. 
  5. Sólidos na fé e na vida (v. 9): Paulo também indica que um diácono deve “conservar o mistério da fé com a consciência limpa”. A expressão “o mistério da fé” é simplesmente um modo de Paulo falar do evangelho (cf. 1Tm 3.16). Conseqüentemente, essa afirmação se refere à necessidade de os diáconos manterem-se firmes no verdadeiro evangelho, e não oscilantes. Contudo, essa qualificação não envolve apenas as crenças de alguém, pois o diácono também deve manter essas crenças “com a consciência limpa”. Isto é, o comportamento de um diácono deve ser consistente com suas crenças. 
  6. Irrepreensíveis (v. 10): Paulo escreve que os diáconos devem ser “primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (v. 10). “Irrepreensíveis” é um termo genérico, que se refere ao caráter geral de uma pessoa. Embora Paulo não especifique que tipo de teste deve ser feito, no mínimo, deve-se examinar a vida pessoal, a reputação e as posições teológicas do candidato. Mais do que isso, a congregação não deveria examinar apenas a maturidade moral, espiritual e doutrinária do diácono em potencial, mas deveria também considerar o histórico de serviço da pessoa na igreja. 
  7. Esposa piedosa (v. 11): É discutível se o versículo 11 se refere à esposa do diácono ou a uma diaconisa. No que interessa a esta discussão, vamos assumir que o versículo esteja falando das qualificações da esposa de um diácono. De acordo com Paulo, as esposas dos diáconos devem ser “respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo” (v. 11). Como o seu marido, a esposa deve ser respeitável ou honorável. Em segundo lugar, ela não deve ser maldizente, uma pessoa que espalha fofocas. A esposa de um diácono deve também ser temperante ou sóbria. Isso é, ela deve ser apta a fazer bons julgamentos e não deve estar envolvidas em coisas que possam embaraçar tal julgamento. Por fim, ela deve ser “fiel em todas as coisas” (cf. 1Tm 5.10). Esse é um requerimento genérico que funciona semelhantemente ao requerimento para que os presbíteros e diáconos sejam “irrepreensíveis” (1Tm 3.2; Tt 1.6; 1Tm 3.10). 
  8. Marido de uma só mulher (v. 12): A melhor interpretação dessa passagem difícil consiste em entendê-la como a fidelidade do marido para com sua esposa. Ele deve ser “um homem de uma única mulher”. Isso é, não deve haver qualquer outra mulher em sua vida com a qual ele se relacione em intimidade, seja emocionalmente, seja fisicamente. 
  9. Governe bem seus filhos e a própria casa (v. 12): Um diácono deve ser o líder espiritual de sua esposa e filhos. 
De modo geral, se uma qualificação moral é listada para presbíteros, mas não para diáconos, aquela qualificação ainda se aplica a estes. O mesmo ocorre para aquelas qualificações listadas para diáconos, mas não para presbíteros. Por exemplo, um diácono deve ser um homem de “uma só palavra” (v. 8). Paulo não afirma explicitamente o mesmo acerca dos presbíteros, mas não há dúvida de que tal se aplica a eles, uma vez que Paulo disse que os presbíteros devem ser “irrepreensíveis”, o que incluiria essa injunção.
Ainda assim, nós deveríamos observar as diferenças nas qualificações, uma vez que ou elas significam um traço peculiarmente adequado ao oficial para que cumpra seus deveres, ou são algo que era problemático no lugar para onde Paulo escreveu (no caso, Éfeso). Isso deve ficar mais claro à medida que passemos a considerar as responsabilidades de um diácono.
As Responsabilidades dos Diáconos
Se o ofício de presbítero é freqüentemente ignorado na igreja moderna, o ofício de diácono é freqüentemente mal-entendido. Conforme o Novo Testamento, a função do diácono é, principalmente, ser um servo. A igreja precisa de diáconos para proverem suporte logístico e material, de modo que os presbíteros possam focar na Palavra de Deus e na oração.
O Novo Testamento não nos dá muita informação acerca do papel dos diáconos. Os requerimentos dados em 1Timóteo 3.8-12 focam no caráter e na vida familiar do diácono. Existem, contudo, algumas dicas quanto à função dos diáconos quando os requerimentos são comparados àqueles dos presbíteros. Embora muitas das qualificações sejam as mesmas ou muito similares, há algumas notáveis diferenças.
Talvez a distinção mais perceptível entre presbíteros e diáconos seja que os diáconos não precisam ser “aptos a ensinar” (1Tm 3.2). Diáconos são chamados a “conservar” a fé com uma consciência limpa, mas não são chamados a “ensinar” aquela fé (1Tm 3.9). Isso sugere que os diáconos não têm um papel de ensino oficial na igreja.
Como os presbíteros, os diáconos devem governar bem sua casa e seus filhos (1Tm 3.4, 12). Porém, ao referir-se aos diáconos, Paulo omite a seção na qual compara governar a própria casa a cuidar da igreja de Deus (1Tm 3.5). O motivo dessa omissão é, mais provavelmente, devido ao fato de que aos diáconos não é dada uma posição de liderança ou governo na igreja – essa função pertence aos presbíteros.
Embora Paulo indique que um indivíduo deva ser testado antes de poder exercer o ofício de diácono (1Tm 3.10), o requerimento de que ele não seja um neófito não está incluso. Paulo observa que, se um diácono for um recém convertido, pode ocorrer que ele “se ensorbebeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6). Uma implicação dessa diferença poderia ser que aqueles que exercem o ofício de presbítero são mais suscetíveis ao orgulho porque possuem liderança sobre a igreja. Ao contrário, não é tão provável que um diácono, o qual se acha mais em um papel de servo, caia no mesmo pecado. Finalmente, o título de “bispo” (1Tm 3.2) implica a supervisão geral do bem-estar espiritual da congregação, ao passo que o título “diácono” implica alguém que possui um ministério orientado para o serviço.
Além do que podemos vislumbrar dessas diferenças nas qualificações, a Bíblia não indica claramente a função dos diáconos. Contudo, baseado no padrão estabelecido em Atos 6, com os apóstolos e os Sete, parece melhor enxergar os diáconos como servos que fazem o que for necessário para permitir que os presbíteros cumpram o seu chamado divino de pastorear e ensinar a igreja. Assim como os apóstolos delegaram responsabilidades administrativas aos Sete, também os presbíteros devem delegar certas responsabilidades aos diáconos, de modo que os presbíteros possam focar os seus esforços em outras atividades. Como resultado, cada igreja local é livre para definir as tarefas dos diáconos conforme as suas necessidades particulares.
Quais são alguns deveres pelos quais os diáconos devem ser responsáveis hoje? Eles poderiam ser responsáveis por qualquer coisa que não seja relacionada ao ensino e ao pastoreio da igreja. Tais deveres poderiam incluir:
  • Instalações: Os diáconos poderiam ser responsáveis por administrar a propriedade da igreja. Isso incluiria assegurar que o lugar de culto esteja preparado para a reunião de adoração, limpá-lo, ou administrar o sistema de som.
  • Benevolência: Semelhante ao que ocorreu em Atos 6.1-6 com a distribuição diária em favor das viúvas, os diáconos podem estar envolvidos em administrar fundos ou outras formas de assistência aos necessitados.
  • Finanças: Enquanto os presbíteros deveriam, provavelmente, supervisionar as questões financeiras da igreja (At 11.30), pode-se deixar apropriadamente que os diáconos lidem com as questões cotidianas. Isso incluiria coletar e contar as ofertas, manter registros, e assim por diante.
  • Introduções: Os diáconos poderiam ser responsáveis por distribuir boletins, acomodar a congregação nos assentos ou preparar os elementos para a comunhão.
  • Logística: Os diáconos deveriam estar prontos a ajudar em uma variedade de modos, de modo que os presbíteros possam se concentrar no ensino e no pastoreio da igreja.
Conclusão
Ao passo que a Bíblia encarrega os presbíteros das tarefas de ensinar e liderar a igreja, o papel dos diáconos é mais orientado ao serviço. Isso é, eles devem cuidar d

As Qualificações e Responsabilidades Bíblicas dos Diáconos

Benjamin L. Merkle
16 de Dezembro de 2013 - Liderança da Igreja
Quem deveria ser um diácono? O que a Bíblia diz que os diáconos devem fazer?
Os Dois Ofícios Bíblicos: Presbíteros e Diáconos
Comparar o ofício de diácono ao de presbítero nos ajudará a responder essas questões. Os líderes espirituais primários de uma congregação são os presbíteros, os quais são também chamados bispos ou pastores no Novo Testamento. Presbíteros ensinam ou pregam a Palavra e pastoreiam as almas daqueles que estão sob seus cuidados (Ef 4.11; 1Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9; Hb 13.17). Os diáconos também possuem uma função crucial na vida e saúde da igreja local, mas a sua função é diferente daquela dos presbíteros. O papel bíblico dos diáconos é cuidar das necessidades físicas e logísticas da igreja, de modo que os presbíteros possam se concentrar no seu chamado primário.
Essa distinção é baseada no padrão encontrado em Atos 6.1-6. Os apóstolos eram devotados “à oração e ao ministério da palavra” (v. 4). Uma vez que esse era o seu chamado primário, sete homens foram escolhidos para lidar com assuntos mais práticos, de modo a dar aos apóstolos a liberdade para continuarem a sua obra.
Essa divisão de trabalho é semelhante à que vemos com os ofícios de presbítero e diácono. Como os apóstolos, a função primária dos presbíteros é pregar a Palavra de Deus. Como os sete, os diáconos servem a congregação em todas as necessidades práticas que possam surgir.
As Qualificações dos Diáconos
A única passagem que menciona as qualificações para os diáconos é 1Timóteo 3.8-13. Nessa passagem, Paulo apresenta uma lista oficial, porém não exaustiva, dos requerimentos para os diáconos.
As similaridades entre as qualificações para diáconos e presbíteros/bispos em 1Timóteo 3 são notáveis. Assim como as qualificações para os presbíteros, um diácono não pode ser dado ao vinho (v. 3), avarento (v. 3), irrepreensível (v. 2; Tt 1.6), marido de uma só mulher (v. 2), e um hábil governante de seus filhos e de sua casa (vv. 4-5). Além disso, o foco das qualificações é o caráter moral da pessoa que há de preencher o ofício: um diácono deve ser maduro e acima de reprovação. A principal diferença entre um presbítero e um diácono é uma diferença de dons e chamado, não de caráter.
Paulo identifica nove qualificações para os diáconos em 1Timóteo 3.8-12:
  1. Respeitáveis (v. 8): Esse termo normalmente se refere a algo que é honorável, digno, estimado, nobre, e está diretamente relacionado a “irrepreensível”, que é dado como uma qualificação para os presbíteros (1 Tm 3.2).
  2. De uma só palavra (v. 8): Aqueles que têm a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas, então eles carecem de credibilidade. 
  3. Não inclinados a muito vinho (v. 8): Um homem é desqualificado para o ofício de diácono se for viciado em vinho ou outra bebida forte. Tal pessoa carece de domínio próprio e é indisciplinada. 
  4. Não cobiçosos de sórdida ganância (v. 8): Se uma pessoa ama o dinheiro, não está qualificado para ser um diácono, especialmente porque os diáconos com freqüência lidam com questões financeiras da igreja. 
  5. Sólidos na fé e na vida (v. 9): Paulo também indica que um diácono deve “conservar o mistério da fé com a consciência limpa”. A expressão “o mistério da fé” é simplesmente um modo de Paulo falar do evangelho (cf. 1Tm 3.16). Conseqüentemente, essa afirmação se refere à necessidade de os diáconos manterem-se firmes no verdadeiro evangelho, e não oscilantes. Contudo, essa qualificação não envolve apenas as crenças de alguém, pois o diácono também deve manter essas crenças “com a consciência limpa”. Isto é, o comportamento de um diácono deve ser consistente com suas crenças. 
  6. Irrepreensíveis (v. 10): Paulo escreve que os diáconos devem ser “primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (v. 10). “Irrepreensíveis” é um termo genérico, que se refere ao caráter geral de uma pessoa. Embora Paulo não especifique que tipo de teste deve ser feito, no mínimo, deve-se examinar a vida pessoal, a reputação e as posições teológicas do candidato. Mais do que isso, a congregação não deveria examinar apenas a maturidade moral, espiritual e doutrinária do diácono em potencial, mas deveria também considerar o histórico de serviço da pessoa na igreja. 
  7. Esposa piedosa (v. 11): É discutível se o versículo 11 se refere à esposa do diácono ou a uma diaconisa. No que interessa a esta discussão, vamos assumir que o versículo esteja falando das qualificações da esposa de um diácono. De acordo com Paulo, as esposas dos diáconos devem ser “respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo” (v. 11). Como o seu marido, a esposa deve ser respeitável ou honorável. Em segundo lugar, ela não deve ser maldizente, uma pessoa que espalha fofocas. A esposa de um diácono deve também ser temperante ou sóbria. Isso é, ela deve ser apta a fazer bons julgamentos e não deve estar envolvidas em coisas que possam embaraçar tal julgamento. Por fim, ela deve ser “fiel em todas as coisas” (cf. 1Tm 5.10). Esse é um requerimento genérico que funciona semelhantemente ao requerimento para que os presbíteros e diáconos sejam “irrepreensíveis” (1Tm 3.2; Tt 1.6; 1Tm 3.10). 
  8. Marido de uma só mulher (v. 12): A melhor interpretação dessa passagem difícil consiste em entendê-la como a fidelidade do marido para com sua esposa. Ele deve ser “um homem de uma única mulher”. Isso é, não deve haver qualquer outra mulher em sua vida com a qual ele se relacione em intimidade, seja emocionalmente, seja fisicamente. 
  9. Governe bem seus filhos e a própria casa (v. 12): Um diácono deve ser o líder espiritual de sua esposa e filhos. 
De modo geral, se uma qualificação moral é listada para presbíteros, mas não para diáconos, aquela qualificação ainda se aplica a estes. O mesmo ocorre para aquelas qualificações listadas para diáconos, mas não para presbíteros. Por exemplo, um diácono deve ser um homem de “uma só palavra” (v. 8). Paulo não afirma explicitamente o mesmo acerca dos presbíteros, mas não há dúvida de que tal se aplica a eles, uma vez que Paulo disse que os presbíteros devem ser “irrepreensíveis”, o que incluiria essa injunção.
Ainda assim, nós deveríamos observar as diferenças nas qualificações, uma vez que ou elas significam um traço peculiarmente adequado ao oficial para que cumpra seus deveres, ou são algo que era problemático no lugar para onde Paulo escreveu (no caso, Éfeso). Isso deve ficar mais claro à medida que passemos a considerar as responsabilidades de um diácono.
As Responsabilidades dos Diáconos
Se o ofício de presbítero é freqüentemente ignorado na igreja moderna, o ofício de diácono é freqüentemente mal-entendido. Conforme o Novo Testamento, a função do diácono é, principalmente, ser um servo. A igreja precisa de diáconos para proverem suporte logístico e material, de modo que os presbíteros possam focar na Palavra de Deus e na oração.
O Novo Testamento não nos dá muita informação acerca do papel dos diáconos. Os requerimentos dados em 1Timóteo 3.8-12 focam no caráter e na vida familiar do diácono. Existem, contudo, algumas dicas quanto à função dos diáconos quando os requerimentos são comparados àqueles dos presbíteros. Embora muitas das qualificações sejam as mesmas ou muito similares, há algumas notáveis diferenças.
Talvez a distinção mais perceptível entre presbíteros e diáconos seja que os diáconos não precisam ser “aptos a ensinar” (1Tm 3.2). Diáconos são chamados a “conservar” a fé com uma consciência limpa, mas não são chamados a “ensinar” aquela fé (1Tm 3.9). Isso sugere que os diáconos não têm um papel de ensino oficial na igreja.
Como os presbíteros, os diáconos devem governar bem sua casa e seus filhos (1Tm 3.4, 12). Porém, ao referir-se aos diáconos, Paulo omite a seção na qual compara governar a própria casa a cuidar da igreja de Deus (1Tm 3.5). O motivo dessa omissão é, mais provavelmente, devido ao fato de que aos diáconos não é dada uma posição de liderança ou governo na igreja – essa função pertence aos presbíteros.
Embora Paulo indique que um indivíduo deva ser testado antes de poder exercer o ofício de diácono (1Tm 3.10), o requerimento de que ele não seja um neófito não está incluso. Paulo observa que, se um diácono for um recém convertido, pode ocorrer que ele “se ensorbebeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6). Uma implicação dessa diferença poderia ser que aqueles que exercem o ofício de presbítero são mais suscetíveis ao orgulho porque possuem liderança sobre a igreja. Ao contrário, não é tão provável que um diácono, o qual se acha mais em um papel de servo, caia no mesmo pecado. Finalmente, o título de “bispo” (1Tm 3.2) implica a supervisão geral do bem-estar espiritual da congregação, ao passo que o título “diácono” implica alguém que possui um ministério orientado para o serviço.
Além do que podemos vislumbrar dessas diferenças nas qualificações, a Bíblia não indica claramente a função dos diáconos. Contudo, baseado no padrão estabelecido em Atos 6, com os apóstolos e os Sete, parece melhor enxergar os diáconos como servos que fazem o que for necessário para permitir que os presbíteros cumpram o seu chamado divino de pastorear e ensinar a igreja. Assim como os apóstolos delegaram responsabilidades administrativas aos Sete, também os presbíteros devem delegar certas responsabilidades aos diáconos, de modo que os presbíteros possam focar os seus esforços em outras atividades. Como resultado, cada igreja local é livre para definir as tarefas dos diáconos conforme as suas necessidades particulares.
Quais são alguns deveres pelos quais os diáconos devem ser responsáveis hoje? Eles poderiam ser responsáveis por qualquer coisa que não seja relacionada ao ensino e ao pastoreio da igreja. Tais deveres poderiam incluir:
  • Instalações: Os diáconos poderiam ser responsáveis por administrar a propriedade da igreja. Isso incluiria assegurar que o lugar de culto esteja preparado para a reunião de adoração, limpá-lo, ou administrar o sistema de som.
  • Benevolência: Semelhante ao que ocorreu em Atos 6.1-6 com a distribuição diária em favor das viúvas, os diáconos podem estar envolvidos em administrar fundos ou outras formas de assistência aos necessitados.
  • Finanças: Enquanto os presbíteros deveriam, provavelmente, supervisionar as questões financeiras da igreja (At 11.30), pode-se deixar apropriadamente que os diáconos lidem com as questões cotidianas. Isso incluiria coletar e contar as ofertas, manter registros, e assim por diante.
  • Introduções: Os diáconos poderiam ser responsáveis por distribuir boletins, acomodar a congregação nos assentos ou preparar os elementos para a comunhão.
  • Logística: Os diáconos deveriam estar prontos a ajudar em uma variedade de modos, de modo que os presbíteros possam se concentrar no ensino e no pastoreio da igreja.

Conclusão
Ao passo que a Bíblia encarrega os presbíteros das tarefas de ensinar e liderar a igreja, o papel dos diáconos é mais orientado ao serviço. Isso é, eles devem cuidar das preocupações físicas ou temporais da igreja. Ao lidarem com tais questões, os diáconos liberam os presbíteros para que foquem no pastoreio das necessidades espirituais da congregação.
Contudo, embora os diáconos não sejam os líderes espirituais da congregação, o seu caráter é da maior importância, motivo pelo qual deveriam ser examinados e apresentar as qualificações bíblicas arroladas em 1Timóteo 3.as preocupações físicas ou temporais da igreja. Ao lidarem com tais questões, os diáconos liberam os presbíteros para que foquem no pastoreio das necessidades espirituais da congregação.
Contudo, embora os diáconos não sejam os líderes espirituais da congregação, o seu caráter é da maior importância, motivo pelo qual deveriam ser examinados e apresentar as qualificações bíblicas arroladas em 1Timóteo 3.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/623/As%20Qualifica%C3%A7%C3%B5es%20e%20Responsabilidades%20B%C3%ADblicas%20dos%20Di%C3%A1conos

Uma ou mais verdades?

15.02.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 28.01.16


Ainda é possível crer em uma única coisa? E como lidar com quem não crê no que cremos? O Cristianismo detém a verdade absoluta? Se sim, como dialogar com tantas “verdades”? Qual a diferença entre pluralidade e pluralismo? E qual a diferença entre saber e crer? Não crer em uma verdade absoluta é sinal de humildade? Afinal, qual o “fio da meada” do que pensamos?

Estas - e muitas outras questões - são o tema de reflexão de Leslie Newbigin em seu aclamado livro O Evangelho em Uma Sociedade Pluralista, agora publicado em português pela Editora Ultimato.

Com uma linguagem clara e profundo raciocínio,O Evangelho em Uma Sociedade Pluralista coloca em cheque boa parte da lógica contemporânea sobre a verdade e 
sobre o Cristianismo. O autor não foge do debate filosófico sobre o que permeia o raciocínio atual.

O resultado que Leslie espera não é meramente “ganhar uma discussão”, mas fortalecer a fé dos cristãos diante de uma sociedade cada vez mais pluralista e relativista:

“O objetivo é examinar as raízes desta cultura que compartilhamos e sugerir como nós como cristãos podemos afirmar com mais confiança nossa fé neste tipo de ambiente intelectual”.

“Quando os cristãos afirmam, como fazem, que Jesus é o caminho, o caminho verdadeiro e vivo pelo qual chegamos ao Pai (Jo 16.4), eles não estão declarando que sabem tudo. Eles estão declarando que estão no caminho e convidando os outros a se juntarem a eles à medida que avançam na direção da plenitude da verdade, na direção do dia em que conheceremos como somos conhecidos”.

Ficha técnica
Autor: Lesslie Newbigin
Páginas: 320
Formato: 16x23
Preço: R$ 58,50

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Sobre o autor 

Lesslie Newbigin (1909-1998) foi pastor da Igreja Reformada Unida, Reino Unido, bispo da Igreja do Sul da Índia e secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas. Conhecido e respeitado internacionalmente como teólogo e apologista, Lesslie Newbigin é uma referência para missiólogos e teólogos contemporâneos em todo o mundo.

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O livro em frases

O evangelho dá origem a uma nova estrutura de plausibilidade, uma visão radicalmente diferente das coisas daquelas que formam todas as culturas humanas à parte do evangelho.
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Há uma atmosfera admirável de humildade em relação à afirmação de que a verdade é muito maior do que qualquer pessoa ou qualquer tradição religiosa pode compreender. Não há dúvida de que a afirmação é verdadeira, mas pode ser usada contra a verdade quando usada para neutralizar qualquer afirmação da verdade.
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A razão não é uma fonte independente de informações sobre o que é o caso. É um aspecto da atividade humana pelo qual buscamos entender o mundo e a nós mesmos.
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Se eu não souber o propósito para o qual a vida humana foi criada, não tenho base para dizer que qualquer tipo de estilo de vida humano é bom ou ruim.

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A exigência pela liberdade de pensamento e de expressão deve basear-se em alguma convicção firme sobre a origem, a natureza e o destino da vida humana. Se não tiver essa base, ela se mostrará impotente diante daqueles que têm convicções firmes sobre a verdade.
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A tradição não é uma fonte à parte da revelação da Escritura; é a atividade contínua da igreja ao longo dos séculos na tentativa de compreender e expressar, sob novas condições, o que é dado na Escritura.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/uma-ou-mais-verdades

Se não confiamos no Cristo bíblico, temos um falso Salvador

15.02.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 
Por Dr. Sinclair B. Ferguson*

Quem-dizeis-que-eu-sou-se-nao-confiamos

Todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, […] duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis […] as propriedades de cada natureza permanecem intactas…”

Assim escreveram os pais da Igreja na definição de Calcedônia, no ano 451 d.C.. Porém, mesmo tendo eles falado em unanimidade, a sua doutrina de Cristo soa muito complexa. Será que isso é realmente importante?

Tendo em conta os sacrifícios que eles fizeram para descrever a Cristo corretamente, pode-se imaginar que, se esses cristãos estivessem presentes em um grupo de estudo bíblico sobre Filipenses 2.5-11, eles poderiam muito bem dizer-nos: “Pelo que ouvimos, isso nunca foi mais importante”.

Imagine a discussão sobre o trecho “pois ele, subsistindo em forma de Deus […] a si mesmo se esvaziou” (Fp 2.6-7). Alguém diz: “Isso significa que Jesus se tornou homem por um tempo e, então, voltou a ser Deus depois”. “Não”, diz outro, “ele apenas se esvaziou de seus atributos divinos e depois os retomou.” “Certamente”, diz outro (sem parar para refletir sobre os milagres de Moisés, Elias, ou dos Apóstolos), “ele misturou a humanidade com sua divindade – não foi assim que ele foi capaz de fazer milagres?”

Será que realmente importa se essas visões são erradas, ou mesmo heréticas, desde que saibamos que Jesus salva e testemunhemos aos outros sobre ele? Afinal de contas, o importante é que nós preguemos o evangelho.

Porém, é justamente esse o ponto: o próprio Jesus Cristo é o Evangelho. Como fios soltos em uma tapeçaria, arranque qualquer um desses pontos de vista e todo o evangelho irá se descosturar. Se o Cristo em quem confiamos e pregamos não é qualificado para nos salvar, temos um falso Cristo.

Reflita por um momento sobre as descrições de Cristo acima. Se em algum momento ele deixasse de ser tudo o que ele é enquanto Deus, o cosmo se desintegraria; pois é ele quem sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). Se ele fosse uma mistura de divindade e humanidade, então não seria verdadeiramente ou completamente humano e, portanto, não seria mais um de nós, nem capaz de agir como nosso representante e substituto. Ele não poderia salvar os pecadores, nem socorrer os santos. É por isso que Hebreus enfatiza que Cristo possui uma humanidade idêntica à nossa, com exceção do pecado. Não há mistura ou confusão aqui.

A maioria de nós faz questão de descrever claramente algo que amamos, seja ciência, computação, esportes, negócios ou vida familiar. Será que devemos ser indiferentes à forma como pensamos e falamos sobre o nosso Salvador e Senhor?

É por isso que os pais da igreja, e posteriormente os teólogos de Westminster, salientaram que o Filho de Deus sempre permaneceu “da mesma substância do Pai e igual a ele”, mas ainda assim, na encarnação, “tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado […]. As duas naturezas inteiras, perfeitas e distintas – a Divindade e a Humanidade – foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão” (Confissão de Fé de Westminster, 8.2).

Esta declaração tão impressionante resguarda o mistério da encarnação enquanto cuidadosamente descreve a sua realidade. As duas naturezas do Filho não estão unidas uma à outra, mas estão unidas em sua única Pessoa. Assim, em tudo o que fez, ele agiu de forma apropriada em termos de sua divindade ou sua humanidade, uma Pessoa divina exercendo os poderes de cada natureza em sua esfera própria.

Isto, então, realça o valor dos credos da igreja. Eles foram escritos por homens que pensaram mais profundamente e, muitas vezes, sofreram mais gravemente do que nós. Eles falaram a partir de um profundo amor por Cristo e por seu povo, preocupados com um mundo perdido. O testemunho deles nos ajuda de três maneiras:

1. Ele nos protege ao estabelecer fronteiras para o nosso pensamento.
2. Ele nos instrui ao nos ajudar a ver a verdade bíblica expressa em sua forma mais breve.
3. Ele nos une, de modo que em todo o mundo, os cristãos podem compartilhar da mesma confissão clara de quem Cristo é e do que ele fez.

Será que isso é realmente importante? À luz dos sacrifícios que os nossos antepassados ​​fizeram a fim de articular a grandeza da pessoa de nosso Salvador e do que Cristo teria que ser para que pudesse nos salvar, pode apostar que sim.

*Dr. Sinclair B. Ferguson é professor de teologia sistemática no Seminário Redeemer em Dallas, TX, EUA. É reitor do curso de Doutorado em Ministério na Academia Ligonier, e professor no Ministério Ligonier.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/02/se-nao-confiamos-no-cristo-biblico-temos-um-falso-salvador/

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Prática da Alegria

11.02.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 05.02.16
Por Elben M. Lenz César

A prática da alegria é a arte de oferecer resistência à tristeza por meio do contentamento proporcionado pela presença de Deus na vida daquele que o busca e da descoberta e exploração das muitas e variadas minas de alegria que estão à margem do caminho em direção à vida eterna.


A alegria não é só uma opção de vida. É uma ordem de Deus ao seu povo. Em Cristo, é uma aberração não ser alegre. É um mau testemunho. É uma contra-evangelização. É uma falta de coerência. O mandamento da alegria está espalhado nas Escrituras Sagradas: nos livros da lei (Dt 16.11), nos Salmos (Sl 32.11), nos profetas (Zc 9.9), nos Evangelhos (Lc 10.20), nas Epístolas (Fp 4.4) e no Apocalipse (Ap 19.7).

A Bíblia ensina uma alegria teimosa, aparentemente arrogante, não-artificial, baseada na fé, e não na instabilidade das circunstâncias de tempo e lugar, comprometida mais com a saúde da alma do que com o bem-estar físico. Esse tipo resistente e durável de alegria pode ser visto na famosa oração de Habacuque: “Embora as figueiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis; embora os rebanhos morram pelos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação!” (Hc 3.17-18, BV).

É importante lembrar que Paulo estava em um cárcere quando escreveu a Epístola aos Filipenses, na qual enfatiza a prática da alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4). Nessa mesma carta, o apóstolo declara ter aprendido a viver contente em toda e qualquer situação: “Tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.12-13).

Gritos de alegria

A Bíblia descreve o regozijo do povo de Deus no correr dos anos e não economiza palavras para mencionar a intensidade e a qualidade dessa alegria.

Fala-se em grande alegria (Lc 24.52; At 8.8; Fm 7), em alegria completa (Jo 16.24; 1Jo 1.4; 2Jo 12), em abundância de alegria (2Co 8.2), em alegria transbordante (Mt 13.44; At 13.52), em plenitude de alegria (Sl 16.11), em alegria indizível (1Pe 1.8), em alegria eterna (Is 35.10) ou perpétua alegria (Is 51.11), em alegria em extremo (Jn 4.6) e até em gritos de alegria (Sl 42.4). As vozes da alegria provocada pela restauração e dedicação dos muros de Jerusalém na época de Esdras e Neemias foram ouvidas a uma grande distância (Ne 12.43). Salomão descreve a alegria do coração como um banquete contínuo (Pv 15.15). E Jesus faz questão de dizer que a alegria provocada por sua ressurreição seria perene: “A vossa alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16.22).

A alegria propicia o louvor: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg 5.13). O salmo 42 lembra com saudades da multidão em festa por ocasião das procissões à casa de Deus, “entre gritos de alegria e louvor” (v. 4-5). O povo comemorou a renovação da aliança na época do sacerdote Joiada “com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi” (2 Cr 23.18). É muito difícil separar a alegria do louvor, o louvor da música e a música da expressão corporal (dança): “Louvai-o [a Deus] ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de corda e com flautas, louvai-o com címbalos sonoros. Louvai-o com címbalos retumbantes” (Sl 150.3-5). Momentos de intensa alegria foram descarregados na música e na dança: por Miriã, logo depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20-21); pela filha de Jefté, logo depois da vitória do pai sobre os filhos de Amom (Jz 11.34); e por Davi, logo depois da recuperação da arca do Senhor (2Sm 6.14-15).

A fonte primeira

Na verdade, a maior fonte de alegria é a presença de Deus na vida diária do homem: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Daí a oração de Moisés: “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14).

Davi e Salomão, pai e filho, confirmam essa verdade. Porque pecou e se retirou da presença de Deus, Davi perdeu a alegria, que lhe era uma experiência comum. É por essa razão que ele pede duas vezes no famoso salmo de confissão e arrependimento o retorno desse estado de espírito: “Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste” e “Restitui-me a alegria da tua salvação” (Sl 51.8, 12). Já Salomão, seu filho, se distanciou de Deus por causa de suas mulheres estrangeiras (1Rs 11.1-8) e peregrinou atrás de alegrias duvidosas e efêmeras, entregando-se sem reserva a todos os seus desejos (Ec 2.10), tendo chegado por fim à feliz conclusão de que, separado de Deus, “quem pode alegrar-se?” (Ec 2.25).

Essa lição foi duramente aprendida tanto por Davi como por Salomão. O primeiro confessou: “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença” (Sl 16.8). O segundo escreveu um dos apelos mais convincentes e bonitos das Escrituras contra a frustração e o tédio e a favor da colocação de Deus na linha de frente do pensamento humano: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Ec 12.1).

Quando se fala em alegria na Bíblia, repetidas vezes refere-se à “alegria no Senhor”. Vejam-se os salmos de Davi (9.2; 32.11; 63.11), a oração de Habacuque (Hc 3.18) e a Epístola de Paulo aos Filipenses (Fp 4.4).

Minas de alegria

A alegria não é tão difícil quanto os pessimistas pensam. Ela é provocada por coisas simples sempre relacionadas com a pessoa de Deus. Basta lembrar que a alegria é fruto do Espírito (Gl 5.22), consequência inevitável para quem está em Cristo e anda no Espírito, e não na carne. Essa verdade é reforçada por mais este texto: “Vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo, embora tenham sofrido muito” (1Ts 1.6, BLH).

Outra fonte de alegria é a segurança do perdão e da salvação: “Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lc 10.20).

Todas as vezes que Deus se manifesta e aviva a sua obra no decorrer dos anos e a faz conhecida (Hc 3.2), há muita alegria: “Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então exultará Jacó, e Israel se alegrará” (Sl 14.7; 53.6). Talvez seja uma das mais poderosas fontes de alegria do povo de Deus (2Cr 15.15; 29.36; 30.23-27; Ed 6.22; Ne 12.43). O crescimento quantitativo e qualitativo da igreja primitiva foi celebrado com muita alegria (At 15.3), justificando o provérbio de Salomão: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Pv 29.2).

O fruto do penoso trabalho também é fonte de alegria, até para Jesus: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito” (Is 53.11). Paulo correu risco de vida em Tessalônica (At 17.1-10), mas muito se alegrou com os resultados de seu trabalho naquela cidade e escreveu aos tessalonicenses:
“Vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1 Ts 2.20). Na pequena epístola dirigida a Gaio, João se abre: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos [na fé] andam na verdade” (3Jo 4).

As promessas de Deus são outra verdadeira fonte de alegria: “Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos” (Sl 119.162). A esperança produz alegria antecipada e diminui sensivelmente o impacto da dor, como aconteceu com Paulo: “Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” (Rm 8.18). Os heróis da fé listados na Epístola aos Hebreus não obtiveram em vida a concretização da promessa, mas viveram debaixo da alegria e do entusiasmo daquilo que Deus prometeu fazer a seu tempo (Hb 11.39-40). Entre Zacarias e o nascimento de Jesus, há pelo menos cinco séculos, mas o profeta anunciou à sua geração: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (Zc 9.9). 

Enquanto entre os secularizados a alegria depende do ter, e não do ser, do receber, e não do dar, entre os cristãos um dos segredos da alegria é a ordem inversa: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). Essa palavra atribuída a Jesus é comprovada na experiência do povo de Deus tanto na época da construção do primeiro templo (1Cr 29.9) como na época da restauração da casa do Senhor, cerca de 150 anos depois (2Cr 24.10). Em ambos os textos, se lê que o povo se alegrou por ter dado liberalmente a sua contribuição voluntária.

Tempos de alegria

Por causa do pecado, por causa da depravação humana, por causa da ordem política e social injusta, por causa da incredulidade, por causa da atuação satânica, por causa do orgulho humano, por causa da fome e da miséria, por causa da enfermidade e da morte, por causa da rejeição do evangelho e por causa dos erros cometidos pela liderança civil e religiosa – nem todo tempo é tempo de alegria. A Bíblia ressalta esta verdade: “[Há] tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria” (Ec 3.4).

O próprio Jesus, a fonte de toda a alegria, teve momentos de tristeza. Ele chegou a chorar ao ver Maria, irmã de Lázaro, em prantos por causa da morte do irmão (Jo 11.33-35). Chorou outra vez, na entrada triunfal em Jerusalém, ao ver, do alto do Monte das Oliveiras, a cidade impenitente e marcada para a completa ruína (Lc 19.41-44). A sua maior tristeza, porém, foi no jardim do Getsêmani, quando buscou a simpatia de Pedro, Tiago e João: “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.38).

Em certas situações muito especiais, a tristeza torna-se virtude e a alegria torna-se pecado. Paulo se mostra virtuoso ao se preocupar com a incredulidade dos judeus, a despeito de todas as prerrogativas do povo eleito, seus irmãos e compatriotas segundo a carne: “Tenho grande tristeza e incessante dor no coração” (Rm 9.1-5). Jó também se mostra virtuoso porque não se alegrou com a desgraça daquele que lhe devotava ódio (Jó 31.29). Aliás, está escrito que “o que se alegra da calamidade não ficará impune” (Pv 17.5). Existem o “Alegra-te” (Zc 9.9) e o “Não te alegres” (Os 9.1). O “alegra-te” é para as coisas que Deus faz (Sl 118.24), e o “não te alegres” é para as coisas que o homem faz de errado (Tg 4.9).

A tristeza tem de ser bem dosada. Tem de ser passageira. Tem de ser usada por Deus para provocar humildade, arrependimento e mudança de comportamento (2Co 7.10). Tem de ser resolvida pela consolação das Escrituras (Rm 15.4) e pela consolação do Espírito (Jo 14.16). Tem de ser amenizada pela esperança cristã (1Ts 4.18). Tem de ser sucedida pela alegria, como se preconiza neste salmo: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Tem de ser positiva como as dores da mulher que está para dar à luz, prontamente aliviadas ao nascer a criança (Jo 16.21-22). Tem de ser vencida e subjugada pela alegria do Senhor. Para tanto, é necessário recorrer a Deus: “Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade” (Sl 90.15).

Nota: Publicado originalmente no livro Práticas Devocionais (capítulo 18), de Elben Lenz César.

Imagem: Thais Rocha Gualberto / Freeimages.com

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/pratica-da-alegria