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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A importância do conhecimento bíblico...

09.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 24.11.14


Lendo-a, ou estudando-a... (como queiram adotar), viajo no espaço e no tempo, uma viagem para o infinito estando eu no finito, mas, como isso pode acontecer? Não sei! Quanto mais você adentra nessas escrituras, mais você se distancia de você mesma... O porquê da gente não conseguir isso sempre? Isso significa que existe algo dentro de mim que me impede de manter este contato com esse ser... (Deus), talvez isso se dê devido a estarmos em um mundo de caos... Vejo muitos cristãos ansiosos, mas, isso pode acontecer? Não seria aqueles que esta no sistema do mundo que deveria estar ansiosos?

Eu entendo que mesmo nós vivendo em um mundo que esta em caos, ou seja; o caos adentrando ao caos, isso significa que não há mais saída... Não há mais solução... Embora o sistema tente responder para a sociedade que há uma saída, eu acredito que a qualquer momento o sistema (estatua de Nabucodonosor) vai se tornar em cinza quando aquela pedra (Mt 21.42) vem de encontro a ela... Para os cristãos não há “ansiedade”, mas, sim, alegria, (Salmo 122.1), pois essa alegria o que esta inserida nela é “entusiasmo”, nós cristãos estamos entusiasmado pela volta de Cristo, pois estamos nEle (Colossenses 3.3).

Enquanto Ele não vem buscar a sua igreja, estamos aqui, nós temos um propósito, conhecemos a Ele, pois Ele mesmo nos deu a lhe conhecer (atributos comunicáveis). Lendo, ou estudando, temos que concordar uns com os outros, sem que nos admirarmos pelo fato de os inteligentes, intelectuais (uma vez conhecendo a bíblia) não querem tratar dos assuntos dos homens (ideologia), Antes no poder do Espírito Santo, se esforçam sempre para manter a sua alma nas alturas (uma viagem para o infinito), desta forma se percebe que a pessoa se desprende de uma religião na qual esta fixada entre quatro paredes... (caverna). O prisioneiro que conseguiu libertar-se tem um desejo, o seu desejo é de permanecer nas alturas (infinito), contemplando as maravilha de Deus.

Nós (cristãos) temos um propósito... Mesmo estando nas asas do altíssimo, o Espírito Santo nos faz voltar, para pregar e discipular.. (ensinar) aos outros que permanecem na caverna, aquela verdade que a maior parte (assim como eu), não há conhece, mas tem meras informações (idéias) deste grande ser; Deus.

As coisas divinas (relacionamento), é tão importante que elas ensinadas (comunicadas), são inseparáveis, ou seja; ajudam-no ainda mais pela reminiscência (esta na minha mente, agora vive no meu coração) do que sabia (talvez ideologia). Assim é a palavra (verbo vivo), que beneficiam quem os recebe e deles não privam quem os dá.

“... de graça recebestes de graça daí” (Mt 10.8b).--


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-importancia-do-conhecimento-biblico

Jesus, Ele também me viu

09.12.2014

Do blog VERSOS DE GRATIDÃO, 08.12.14
Por Irineu Messias

Seus olhos estãos em todos os cantos do mundo,
No céu, na terra e até nos mares mais profundos;
Esses olhos onipresentes que contemplam a Terra inteira,
Viram, antes que O conhecesse,a Natanael debaixo de uma figueira

Ele é Palavra, é o Verbo da Vida,
A guarida para toda alma que se sente desprotegida e  perdida,

Nos  caminhos, quase sempre errados,
Ele ilumina a estrada daqueles  que vivem sem luz,
É a Luz dos que se arrastam nas trevas  de seus próprios pecados,
Ele o Filho Deus,Nosso Senhor Cristo Jesus!

Natanael, surpreso e admirado
Foi profundamente tocado;
Seu coração encheu-se de fé,
Imediatamente creu:
No Homem da Galiléia,
No Carpinteiro de Nazaré:
“Rabi, Tu és o Filho de Deus…”

Sua fé foi recompensada,
As portas do alto se abriram
Anjos subindo e descendo,
Dos Céus, onde está Nosso Pai,
Sobre seu Filho Unigênito
Que veio  iluminar os caminhos
Dos que estão nas densas trevas do Mal,
Por seu  poder infinito e   sua graça sem igual;
Crer, é tudo que é preciso, para não seguir sozinho,
Sem Deus, sem luz e sem Paz

O que alegra a  minha alma,
Depois de tanto tempo desta história,
É que o Divino Carpinteiro,
Tambem está me vendo agora!

Não estou debaixo de uma figueira,
Mas se Ele não  tivesse olhado  para mim,
Viveria nas trevas do meu pecado, a minha vida inteira!

Inda bem que Ele viu….
Seu Espírito me aproximou
Eu que estava tão distante,
Ele usou outros Felipes,
Pra me chamar pro  Reino do seu amor!

Ele me viu em tantos lugares
Dos quais, nem quero lembrar mais..
No rosto, havia sorrisos,
No meu peito não reinava a paz

Esses lugares não preechiam
O profundo vazio do meu coração,
Lá existiam muitas alegrias…
Mas quando voltava pro meu canto,
Reinava em mim a mais intensa solidão…
Eu precisava do chamado do Divino Espirito Santo!

Ele me viu,
Do alto de sua Sua Glória
Não debaixo de uma figueira,
Mas escondido nas florestas do pecado,
Necessitado de uma trasformação urgentemente  e verdadeira

Ele me viu,
Como viu a Natanael,
Esperando em minha vida,
Por Sua misercórdia,
Por seu Divinal poder
Para que, daquele dia em diante,
Não  ficasse mais distante;
Mas tão perto, muito pertos das coisas lindas do Céu

Ver  anjos a subir e a descer,
Ver os milagres operados por Seu Poder
E anunciar a outros pecadores,
Que o sangue do Senhor Jesus Cristo,
Purifica  de todo o pecado,
E os pode fazer vencedores,
Mas é preciso,  de todo coração, crer profundamente  nisto!

Saibam todos os pecadores,
Que os olhos do Filho de Deus,
Estão por toda terra inteira,
Qualquer seja o lugar,
Em qualquer árvore,
Ou debaixo de uma  simples  figueira;

Ele me viu,
Viu a Natanael,
Por Sua Infinita Graça a ambos nos chamou,
Para viver sob Seu Cuidado,
e Sob Seu  grande amor

Ele te vê agora do Alto de Sua Glória,
Quer escrever em tua vida lindas páginas de viórias.
Ele é o Filho Unigênito de Deus,
Mudou a minha vida,
E  o destino meu
E toda minha a  história!
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Fonte:http://versosdegratidao.wordpress.com/2014/12/09/ele-tambem-me-viu/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

E Deus ouviu suas orações

08.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 04.12.14
Por Cácio Silva*


Era 1975, tempo em que as missões evangélicas ainda gozavam de prestígio junto ao governo brasileiro. A convite do governo, um casal de missionários linguistas norte-americanos veio ao Brasil para atuar com um pequeno e esquecido povo indígena da Floresta Amazônica. Ainda com um parco conhecimento da língua portuguesa, embrearam-se pelo interior do Amazonas até um pequeno vilarejo indígena nas fronteiras com a Colômbia. Souberam que, não muito longe dali, distante “apenas” dois dias de canoa, havia uma aldeia do seu povo alvo. 

No vilarejo tiveram contato com um indígena daquela aldeia e então empreenderam a primeira viagem, planejando passarem alguns meses com o povo. Descendo um rio e subindo outro, depois dos “apenas” dois dias de viagem, chegaram finalmente à aldeia, mas foram recebidos unicamente pelo indígena do primeiro contato. Tentaram ficar e esperar os demais retornarem das roças, quando perceberam que, na verdade, todos estavam por ali, mas escondidos. Imaginaram que poderia ser timidez do povo, mas logo perceberam que era hostilidade e o indígena do contato esclareceu que a aldeia não queria recebê-los.

Confusos e desapontados, retornaram para o vilarejo depois daqueles poucos minutos na aldeia. Posteriormente ficariam sabendo a verdadeira razão de terem sido rejeitados. Alguém havia lhes amedrontado, dizendo que os “brancos” iriam dar presentes, depois lhes dariam injeções e quando estivessem gordos os comeriam!

Apenas na terceira viagem é que finalmente conseguiram estabelecer contato com o povo, sendo alegremente recebidos.

Os próprios indígenas fizeram uma “casa” para os missionários, coberta de palha e fechada com varas, bem ao estilo local. O casal passou ali cerca de quatro meses, sendo os primeiros a coletarem dados linguísticos daquela complexa língua e a fazerem os primeiros apontamentos culturais. Como sua autorização para atuarem ali era de apenas um ano, findo o período voltaram à cidade para a renovarem. Qual foi sua surpresa quando, apesar de inicialmente convidados pelo governo, tiveram a renovação recusada! Iniciava-se um angustiante período de expectativas de retorno, mas sonhos frustrados. Apesar das diferentes e insistentes tentativas, não conseguiram nova autorização e então passaram a orar ao Senhor por novo abrir de portas.

Coincidência ou não, do outro lado do Brasil, numa esquecida fazenda do interior de Minas Gerais, dona Maria, uma simples e iletrada lavradora braçal, descendente de indígenas, esposa de um vaqueiro, sertanejo da Bahia, dava à luz um menino, irmão caçula de onze. Ao levar seu filho para a consagração, acabou discutindo com o vigário quando este mencionou que os pais não conheciam a Bíblia. Resultado do desentendimento, levou a Bíblia do altar emprestada para casa e como nunca havia frequentado uma escola, pôs suas filhas adolescentes para ler. Impaciente com a pouca disposição das filhas, resolveu que ela mesma aprenderia a ler. Alfabetizou-se lendo as Escrituras, passou a compreender razoavelmente o texto e se revoltou ao ler sobre imagens de escultura em Êxodo 20. Queria saber mais, mas não havia nenhuma igreja evangélica naquela região.

O único testemunho não católico que encontrou foi o de duas viúvas adventistas num povoado não muito distante dali. E elas colocaram lenha na fogueira ao lhe mostrar o Salmo 115. Indignada, dona Maria rompeu com o catolicismo. Alguns meses depois, passou pela região um evangelista nacional, fruto do trabalho de uma missão inglesa. Encontrou dona Maria já convertida, crente no Senhor Jesus. Esse encontro resultou na conversão de várias outras famílias e no plantio de uma pequena igreja.

Enquanto isso, aqueles missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo perdido da Amazônia. Em meio ao processo de discipulado, Dona Maria leu a história de Ana, que consagrou Samuel ao Senhor. Foi impactada pela narrativa e quis fazer a mesma coisa. Tomou seu filho, agora com pouco mais de três anos, entrou no quarto e o entregou ao Senhor: “Os outros já são grandes e não tenho domínio sobre eles, mas este quero entregar para a sua obra, Senhor”.

Aquele menino cresceu ouvindo essa história. Aos dezesseis anos, o Senhor lhe trouxe convicção confirmando seu chamado. Ele entendeu que deveria ser missionário. No momento certo ingressou num seminário teológico, desejoso de ir para a África. Não sabia ele que os missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo da Amazônia. No seminário, o jovem vocacionado conheceu uma linda jovem, também vocacionada, por quem se enamorou e com quem se casou. Juntos seguiram se preparando para a África por vários anos. Seminário concluído, formação missiológica também, procuraram uma boa agência missionária com projetos na África. Ao final do processo de filiação receberam a notícia de que as portas para onde iam haviam se fechado para estrangeiros devido a conflitos políticos. Imagine para onde foram redirecionados?! Sim, para a Amazônia brasileira! Exatamente para aquele povo indígena pelo o qual os missionários norte-americanos oravam há trinta anos!

Na verdade, em 1986, o Senhor já havia levantado duas jovens e bravas missionárias brasileiras para aquele povo. Mas, ao chegarem àquela aldeia onde os norte-americanos tinham estado dez anos atrás, se depararam com uma onda de garimpeiros explorando o subsolo nas proximidades. O clima era tenso e hostil. Por isso, elas tiveram de ir para uma aldeia bem distante dali, em outra região.

Mas os missionários norte-americanos continuavam orando pelo povo do seu coração. Assim, em 2006, o menino de Minas Gerais e sua jovem esposa finalmente chegam para atuar na mesma área em que os missionários estiveram em 1975. O casal faz amizade com aquele indígena que, na época jovem agora ancião, havia recebido os missionários e ensinado a eles as primeiras palavras. 

Aquele casal norte-americano, hoje de volta ao seu país, são Daniel e Cheryl Jore. Aquele povo indígena chama-se Yuhupdeh. E aquele menino sou eu. Essa é a minha história. 

***

Minha esposa e eu fomos para o Amazonas porque os planos do Senhor não podem ser frustrados. Ele não desiste do seu eterno propósito de se fazer conhecido a todos os povos da terra e Ele ouve as orações dos seus. Há oito anos estamos no Amazonas, atuando entre os Yuhupdeh e transitando pelo universo indígena. Temos presenciado o Senhor fazer coisas lindas, tido notícias de incontestáveis manifestações da graça de Deus e vivido o privilégio de servir ao Cordeiro onde pouco ou nada se ouviu sobre Ele. Eu tinha tudo para ser vaqueiro, seguindo a tradição da família, mas o Senhor me deu outros rebanhos. 

Isso me trás sempre à mente que o chamado ministerial não se baseia na capacidade humana, mas, sim, na graça do Deus que chama. Faz-me lembrar “que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.26-29). Por isso temos um “tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7), pois “a minha graça te basta... o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9). 

Essa verdade é desafiadora e libertadora, pois aqueles que se julgam capazes não podem se vangloriar e os que se acham incapazes não podem se escusar. Resta a cada um entender seu chamado e obedecer àquele que nos chama.

E, sim, me faz lembrar também que Deus responde orações!


*• Cácio Silva é pastor presbiteriano e missionário da APMT (Associação Presbiterianas de Missões Transculturais) e da Missão WEC entre indígenas da Amazônia.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/e-deus-ouviu-suas-oracoes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Paulo e a liberdade cristã

04.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDO BÍBLICOS

PAULO E A LIBERDADE CRISTà

Texto básico: Rm 14.1-15.13
Texto devocional: 1 Co 10.23-33
Versículo-chave: 1 Co 10.23
Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam

Alvo da lição:
Ao estudar esta lição, você se conscientizará da existência dos fortes e dos fracos na fé e será desafiado a viver em harmonia com todos os irmãos.

Leia a Bíblia diariamente:
Seg – Jo 8.36
Ter – 1Co 6.12-20
Qua – 1Co 8.1-13
Qui – 1Co 9.1-27
Sex – 2Co 5.14-15
Sáb – Gl 5.1
Dom – Gl 5.13-15


O apóstolo Paulo desfrutou com autoridade a liberdade cristã. Sua maturidade espiritual revela completa emancipação de inibições e tabus religiosos sem ferir nenhum princípio bíblico. Não sendo conivente com qualquer padrão antibíblico, Paulo se adaptava aos mais diversos ambientes com a finalidade de apresentar Cristo (1Co 9.22), porém, sabia que muitos cristãos não eram completamente emancipados como ele. Por isso, na carta aos Romanos, exigiu que os “fracos” fossem tratados com cuidado, paciência e sabedoria pelos mais “fortes”.
I. Os fracos e os fortes
Romanos 14.1-15.13 tem seu foco voltado para dois grupos da comunidade cristã em Roma, identificados por Paulo como “os fracos” e “os fortes”.
1. Os fracos
A palavra grega para “fraco” é astheneo que indica “fraqueza, indigência, impotência, falta de força por variados motivos”. No NT, a palavra foi usada cerca de quarenta vezes para designar doentes físicos. Dessa forma, não é exagero dizer que Paulo apontava para um tipo de “fé enferma”. Em paralelo com a ideia da liberdade cristã, John Stott afirma: “o que falta ao fraco não é força de vontade, mas liberdade de consciência” (A Mensagem de Romanos, p.429).
Quem eram os fracos? John Stott propõe quatro possibilidades.
a. Ex-idólatras. Eram recém-convertidos do paganismo; grupo semelhante ao mencionado por Paulo em 1Coríntios 8; indivíduos que mesmo resgatados da idolatria, por escrúpulo (hesitação da consciência), sentiam-se impedidos de comer carne que, antes de ser vendida em açougue local, era dedicada a ídolos.
b. Ascetas. Pessoas que exercitavam a disciplina do autocontrole do corpo consideran­do que isso era algo imprescindível para chegar a Deus. Havia ascetas presentes na igreja em Roma, o que explica por que se abstinham do vinho e da carne (Rm 14.21).
c. Legalistas. Consideravam as abstenções como boas obras necessárias para a salva­ção. Não entendiam a suficiência da fé em Cristo para a justificação do homem.
d. Cristãos judeus. A possibilidade mais satisfatória entre os estudiosos. Eram os que permaneciam com a consciência voltada para as regras do judaísmo, espe­cialmente referente a dietas (comer apenas alimentos considerados limpos – Rm 14.14,20) e dias religiosos (guarda dos sábados e festivais judaicos).
2. Os fortes
A palavra grega para “forte” é dynatos, e significa “alma forte, capaz de suportar calami­dades com coragem e paciência, firmes nas virtudes cristãs”. Indica um cristão maduro na fé e no trato com o próximo. Qualifica a pessoa de natureza contrária à dos fracos.
Romanos para hoje
O cenário da igreja de nossos dias revela certa similaridade com a igreja em Roma. Existem fracos e fortes na fé. Precisamos orar constantemente pedindo que Deus dê sabedoria aos líderes locais a fim de que saibam lidar com essas pessoas.

II. Sete princípios de liberdade cristã (Rm 14.1-23)
1. Nem todos possuem a mesma fé (Rm 14.1-2)
A Bíblia registra pelo menos quatro graus de fé: nenhuma fé (Mc 4.35-41), pequena fé (Mt 14.22-33), grande fé (Mt 15.21-28) e inigualável fé (Mt 8.5-15). Há pessoas que se encaixam nesses grupos, portanto, nem todas possuem a mesma fé. A unidade da igreja em Roma estava ameaçada porque os cristãos maduros conflitavam com os cristãos imaturos. Enquanto um grupo entendia bem a amplitude da liberdade cristã pela fé em Jesus, o outro estava com a consciência perturbada e não sabia exatamente o que fazer e o que não fazer.
Sabendo que os cristãos maduros entenderiam melhor esse conflito, Paulo direciona a eles dois conselhos práticos em relação aos mais imaturos:
a. “Acolhei ao que é débil [fraco] na fé”. Aceitem genuinamente e de boa vontade os imaturos na fé. Recebam-nos amorosamente em seu círculo de amigos íntimos.
b. “… não, porém, para discutir opiniões”. Não discutam assuntos controvertidos. Não entrem em conflitos de consciência pessoal.
2. O cristão não deve ser juiz de seu irmão (Rm 14.3-4,7-12)
Não foi a única vez que Paulo escreveu condenando formas de julgamento humano. Em 1Coríntios, ele diz: “A mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo… quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor” (1Co 4.3-5). O texto parece ecoar as palavras de Jesus: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1).
O apelo fundamental do apóstolo é que não devemos julgar irmãos que discordam de nós. O fraco deve ser aceito entre os cristãos como parte da igreja. Ao explicar esse apelo, Paulo mostra que a razão da aceitação mútua é que Deus aceitou os dois grupos (Rm 14.2-3). A questão não está entre crer ou não crer, mas entre ter ou não maturidade na fé. John MacArthur resume esse pensamento ao dizer: “O cristão forte come o que lhe agrada e agradece ao Senhor. O irmão fraco come de acordo com a sua dieta cerimonial e agradece ao Senhor por ele ter feito um sacrifício em seu favor. Em ambos os casos, o cristão agradece ao Senhor, assim a motivação é a mesma para o Senhor. Seja fraco ou forte, a motivação por trás das decisões de um cristão sobre os assuntos referentes à consciência deve ser agradar ao Senhor” (Bíblia de Estudo MacArthur, p.1519).
3. Cada pessoa tem as próprias convicções (Rm 14.5-6)
Se antes o apóstolo usou o alimento para exemplificar a liberdade cristã, agora ele reforça o ensino usando o exemplo da diferença entre dias: “um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias” (Rm 14.5). O cristão judeu fraco na fé ainda se preocupava em guardar o sábado, e dias especiais associados à lei e aos costumes judaicos (Gl 4.8-10). O cristão gentio fraco na fé buscava completo distanciamento de qualquer dia ou festividade associada ao paganismo. Já o cristão maduro não era afetado por nenhuma dessas preocupações.
Na sequência, Paulo argumenta: “cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Rm 14.5). “Paulo não está incentivando um comportamento irresponsável. Tampouco está se mostrando favorável a tradições irrefletidas. Mas, partindo do pres­suposto de que cada um deles (o fraco e o forte) tenha refletido na questão e chegado a uma firme conclusão, ele os faz ver que a sua prática deve ser parte integrante do discipulado cristão. ‘Aquele que considera um dia como especial, assim o faz para o Senhor’ (Rm 14.6). Ou seja, ‘para honrar o Senhor’ (BLH), com a intenção de agradar a Ele e honrá-lo (‘para adorar ao Senhor’, NTV)” (A Mensagem aos Romanos, p.437).
4. O cristão não deve ser tropeço para ninguém (Rm 14.13,15-16,21)
Nesses versos, o apóstolo exorta o fraco a não criticar o forte, e chama a atenção do forte para deixar de apontar defeitos no fraco. Os dois grupos não deveriam colocar qualquer tipo de obstáculo para causar tropeço no caminho de seus irmãos. Paulo ensina que a liberdade cristã não pode ser usada para prejudicar o irmão.
É necessário aplicar o amor no exercício da liberdade. Por exemplo: o esposo tem direito e liberdade de dormir com a janela do quarto aberta, para passar a noite sen­tindo a brisa da madrugada. Mas se isso importuna a esposa ou lhe faz mal, ele deve abrir mão do privilégio em benefício do conforto e da segurança dela. Nem uma de nossas ações pessoais vale mais do que o bem-estar do povo de Deus. Dessa forma, devemos procurar o que realmente contribui para a edificação dos irmãos em vez de permanecer obstinados em nossos direitos.
5. Que é o reino de Deus? (Rm 14.17-20)
“Se a primeira verdade teológica que suporta o apelo de Paulo para que os fortes se controlem é a cruz de Cristo, a segunda é o reino de Deus, isto é, o domínio gracioso de Deus através de Cristo e pelo Espírito na vida do seu povo, proporcionando-lhes uma livre salvação e exigindo uma obediência radical” (A Mensagem aos Romanos, p.443).
Assim, vamos contribuir para a paz e a edificação mútua. A igreja não deve ser edifi­cada isoladamente, mas sua construção precisa acontecer em conjunto. Igreja é um edifício espiritual que necessita ser bem planejado, em que cada um tenha seu lugar e desenvolva seu dom (Ef 4; 1Co 12). Não podemos permitir que questões pessoais afetem a obra de Deus. Algo que é bom para nós pode ser um obstáculo aos outros. O reino de Deus exige unidade.
6. A pureza ou a impureza estão na consciência (Rm 14.14,22)
Paulo não está levando em consideração o padrão absoluto de Deus em relação à postura do crente. Nesse caso, a consciência não seria levada em conta, e sim a pró­pria conduta. No texto, o apóstolo deixa claro que o fazer, por si só, e o não fazer é a mesma coisa perante Deus. O apóstolo tinha convicção de que todas as coisas foram criadas por Deus, e tudo que foi criado é bom. Assim, os alimentos e as bebidas que estão sendo discutidos na igreja de Roma são bons porque foi Deus quem os fez. No entanto, nem todos interpretavam a questão, ou ainda o fazem, sob essa perspectiva. Para a pessoa que considera algum alimento ou bebida algo impuro, sua consciência aponta um pecado do qual não quer participar, por isso Paulo diz que ela não deve comer ou beber tal coisa.
Devemos ter certeza de que nossa consciência está limpa diante de Deus. Também precisamos lembrar que não podemos fazer nada que cause a queda de um irmão. Nesse caso, o que é bom para nós pode levar outros ao pecado. Então, o nosso bem se torna mal para ele (1Co 8.10-11). Tal alternativa motivou Paulo a concluir que não devemos fazer nada que sirva de tropeço ao nosso irmão (Rm 14.21; 1Co 8.13).
7. A fé é algo pessoal (Rm 14.23)
O apóstolo conclui o capítulo 14 fazendo distinção entre crer e agir, entre falar uma coisa e fazer outra. Warren Wiersbe, citado por Hernandes D. Lopes, diz que “nenhum cristão pode ‘tomar emprestadas’ as convicções de outro para ter uma vida cristã honesta” (Romanos – o evangelho segundo Paulo, p.457). O crente que não tem certeza de que está fazendo a coisa certa, mas o faz, se condena em seu ato. Isso porque sua ação não está em harmonia com sua convicção interior, ou seja, com sua fé. Tudo o que não é feito em harmonia com a convicção de que está de acordo com a Bíblia é pecado, embora, por si só, possa ser uma ação correta.
Romanos para hoje
Ao mesmo tempo em que a igreja é uma unidade, ela também se reveste da diversidade. Isso implica necessidade de relacionamento maduro entre pessoas com ideias e convicções distintas. Como você tem tratado o irmão fraco da sua igreja? Como tem se relacionado com o irmão mais forte de sua igreja?


III. Cristo é o supremo exemplo de respeito ao próximo (Rm 15.1-13)
1. Cristo não agradou a Si mesmo (Rm 15.3-4)
Cristo não Se entregou para ser crucificado com a finalidade de agradar a Si mesmo, mas de agradar ao Pai. Submeteu-Se à vontade de Deus suportando toda humilhação e dor na cruz em favor dos homens (Sl 69.9). “É como dizer que, para simbolizar sua recusa de agradar a si mesmo, Cristo identificou-se tão completamente com o nome, a vontade, a causa e a glória do Pai que os insultos que seriam dirigidos a Deus caíram sobre ele” (A Mensagem aos Romanos, p.449). Se Cristo é o exemplo, a Bíblia é o manual. Precisamos viver segundo o exemplo de Jesus, buscando conhecimento nas Escrituras.
2. Cristo acolheu também os gentios (Rm 15.7-12)
As diferenças entre irmãos são resolvidas quando agimos como Cristo, ou seja, não agradando a nós mesmos, mas acolhendo o próximo. “Paulo dá uma ordem, apresenta um modelo e estabelece uma motivação: devemos acolher uns aos outros, da mesma forma que Cristo nos acolheu, fazendo isso para glória de Deus. Se o exemplo de Cristo é nosso modelo, a glória de Deus é a nossa motivação” (Romanos – o evangelho segundo Paulo,p.460).
3. Suportem os fracos e vivam em paz (Rm 15.1-2,5-6,13)
Paulo impõe mais uma obrigação sobre os fortes em relação aos fracos, incluindo ele, Paulo, como um forte. O apóstolo exorta os fortes a participarem das lutas dos fracos; viver a experiência de identificação com o sofrimento do irmão (Gl 6.2; 1Ts 5.14). Suportar e carregar os fardos de nossos irmãos é produto de uma profun­da intimidade com Cristo, que fez o mesmo em nosso favor (Mt 11.28-30). Dessa forma, Deus nos encherá de gozo e paz, assim seremos “ricos de esperança no poder do Espírto Santo”(Rm 15.13).
Romanos para hoje
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

Conclusão
Concluímos citando mais uma vez John Stott: “Quando se trata de questões funda­mentais, portanto, a fé é primordial, e ninguém pode apelar para o amor como uma desculpa para negar a essência da fé. Quanto às questões fundamentais, contudo, o amor é que é primordial, e não se pode apelar para o zelo pela fé como uma descul­pa para fracassar no amor. A fé instrui a nossa própria consciência; o amor limita o exercício dessa liberdade” (A Mensagem aos Romanos, p. 454).
Autor da lição:  Pr. Dionatan Cardoso
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Carta aos Romanos”. Usado com permissão.
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Fonte;http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/paulo-e-a-liberdade-crista/