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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A SEMENTE DA PALAVRA DE DEUS: VOCÊ NUNCA SABE

10.10.2013
Do livro NOSSO ANDAR DIÁRIO*

Leitura: Marcos 4:26-32

“A terra por si mesma frutifica...Marcos 4:28

Durante meus anos de seminário, dirigi um acampamento diurno de verão para meninos e meninas na Associação Cristã de Moços(ACM). Em cada manhã, iniciávamos o dia com uma breve história, na qual eu procurava incorporar um elemento do evangelho.

Para ajudar a ilustrar que o tornar-se um cristão significava tornar-se uma nova criatura em Cristo, contei uma história sobre o alce que queria ser um cavalo.

O alce havia visto uma manada de cavalos selvagens, achara-os criaturas elegantes e desejava ser como eles. Assim, ensinou a si mesmo como portar-se  como um cavalo. Contudo, ele nunca foi aceito como um cavalo porque era...bem, um alce.Como um alce pode transformar-se num cavalo?Somente nascendo cavalo, é claro.Depois, eu explicava como podemos nascer novamente crendo em Jesus.

Certo verão, tive um conselheiro de equipe, chamado Henry, que era muito hostil á fé. Tudo que eu podia fazer era  respeitá-lo e orar por ele, mas no final do verão ele foi embora, endurecido e descrente. Já se passaram mais de  50 anos.

Alguns anos atrás, recebi uma carta de Henry. A primeira sentença dizia: “Escrevo para contar que nasci novamente e agora finalmente, sou um "cavalo"”.Isso confirma que precisamos continuar orando e plantando a semente da Palavra (Marcos 4:26), para que ela possa, um dia, frutifica. DHR.


“Nós plantamos a semente – Deus produz a colheita.d

*Do devocional diário, "Nosso Andar Diário", para o dia 09.09.13, "pág. 258. Editora: Publicações RBC.
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Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática

09.10.2013
Do blog ROCHA BRASIL, 08.10.13
Por Sabrina Visigalli*

Além do Paulo Brito (leia seu relato aqui), Sabrina Visigalli também faz parte do grupo de pessoas que fizeram história n’A Rocha Brasil muito antes dela se tornar oficialmente uma ONG brasileira (2006). Como reconhecimento à dedicação, amor e trabalho deste grupo de amigos, postaremos aqui breves relatos pessoais de cada um deles.
Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática
*Por Sabrina Visigalli
A Rocha Brasil foi, ainda antes de sua fundação, um instrumento de Deus para me fazer acreditar que Ele está envolvido com a conservação do meio ambiente e com o cuidado de Sua criação. Me converti no último ano da faculdade de biologia, e comecei a pensar se deveria ter feito esse curso, já que não O conhecia nem havia perguntado pra Deus que curso deveria fazer…
O pastor da igreja em que congregava, sem perceber o que fazia, um dia comentou que não entendia, que era “muito interessante” que algumas pessoas resolviam ao invés de fazer ciências sociais ou trabalhar com pessoas, escolher os animais ou as plantas. Isso ajudou a confirmar minha teoria que eu havia feito o curso errado, e que deveria ter mesmo feito algo que me ajudasse a fazer missões.
Conheci A Rocha em 2005, lembro que encontrei o grupo pela internet. Fiquei interessada, entrei em contato e consegui falar com o Hernani Ramos e ele me convidou para uma reunião, numa igreja em SP. Foi tudo muito rápido, esse processo levou uns 2 dias. Sei que de repente me vi no meio de pessoas cristãs, esclarecidas, discutindo sobre como trazer A Rocha para o Brasil, como fazer conservação num país continental e sonhando com um centro para pesquisa e para receber pessoas… Não era muita gente, eram umas 10 pessoas com esses sonhos todos, mostrando seu amor latente pela criação. Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática. A Rocha me ensinou e me ensina até hoje que meu imenso amor pela criação veio do próprio Deus, que não eram sentimentos errados, que Ele ama o mundo que criou (não é óbvio que Deus ama sua própria criação?!) e que conservação tem tudo a ver com missões… Nada é compartimentado ou separado. Amo as pessoas, a organização, seu trabalho e a imensa influência que recebi de todos os que conheci, logo no início confuso da minha caminhada cristã.
A cada dia, a cada notícia ou vitória, sinto uma imensa alegria, por saber que quanto mais A Rocha cresce, mais pessoas desinformadas ou confusas vão sendo encontradas por essa missão que, por ser tão maravilhosa, só poderia mesmo ter sido uma ideia divina.
Família Sabrina Visigalli*Sabrina Maria Visigalli Martins do Rosário é bióloga de formação e paixão, e professora bilíngue de coração. Atualmente mora em Belo Horizonte, MG, mas quando no Estado de SP participou da fundação d´A Rocha Brasil (ARB). Trabalha como voluntária na coordenação da equipe de tradução da ARB e é estudante do MBA Gestão do Ambiente e Sustentabilidade, na FGV. Esposa do Leonardo e mãe da Sarah, de cinco anos.
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Jesus veio para os problemáticos

09.10.2013
Do blog VERBO DA VIDA, 08.08.13
Por Dione Alexsandra

“Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento. (Marcos 2.17)
Se atentarmos para os Evangelhos e em seus relatos vamos perceber as inúmeras obras realizadas por Jesus enquanto estava aqui na terra. De fato, Ele esteve em atividade no seu ministério durante três anos e meio aproximadamente e nesse tempo, ensinou, pregou, curou, libertou, animou e ajudou pessoas incessantemente.
Muitas delas, (eu me atrevo até a dizer a grande maioria), eram pessoas problemáticas, complicadas mesmo. Talvez, se alguns de nós as conhecêssemos hoje em dia, desacreditaríamos delas imediatamente, não teríamos a menor paciência ou desistiríamos delas automaticamente.
Quem não se lembra do complexo Pedro, discípulo que exigiu de Jesus paciência e perseverança em todo tempo?
De Zaqueu, homem nenhum pouco amado pelas pessoas naquela época, mas amado e salvo por Jesus em uma situação inusitada?
É impossível esquecer-se da mulher adúltera levada até ao Mestre e jogada ao chão em uma situação de profunda humilhação e vergonha, mas mais uma vez Ele amou, cuidou e perdoou.
Eu poderia citar inúmeras pessoas altamente cheias de problemas, traumas e complicações que foram definitivamente afetadas pela Graça de Deus através de Jesus.
Mas, Ele veio para os doentes, problemáticos e complicados mesmo. A graça de Deus se manifesta em diversas situações e com vários tipos de pessoas, inclusive em nós. Os relatos na Bíblia são preciosos, pois mostram a humanidade das pessoas e a chegada de Jesus trazendo paz, força, consolo e socorro diante das mais diversas necessidades de cada uma.
Desde a criação do homem existe a complexidade humana. Adão e Eva já tinham seus problemas, dilemas e situações das mais diversas. Mas, quantas vezes, nós pensamos que somos a pessoa mais complicada da face da Terra? Quantas vezes achamos que todo mundo é “normal”, menos nós? Que apenas nós sofremos e somos angustiados?
A complexidade humana vista na ótica natural é difícil de lidar. No entanto, Jesus veio à Terra, conviveu com pessoas, humanas, naturais e Ele percebeu essa complexidade de perto, lidou com ela em vários momentos e não desistiu de ninguém.
Com cada pessoa Ele lidava de uma forma, com cada um podemos perceber a graça e o amor de Deus manifesto de tantas maneiras diferenciadas e os que se perderam foram os que desistiram, porque Jesus mostrou que não desistia de ninguém. Se olharmos os relatos vamos perceber que até o último instante de vida Jesus salvou, perdoou e compreendeu as pessoas.
Quem não se lembra de um dos ladrões na cruz?
Certamente esse homem era problemático e não esqueça que ali Jesus estava morrendo, sentindo muita dor, estava em seus últimos instantes, mas ainda respirava quando o problemático ladrão o abordou pedindo para ser salvo.
Jesus definitivamente afetou a vida daquele homem com a graça de Deus nos “45 minutos do segundo tempo”.
Se você acha que não existe saída para as pessoas problemáticas que você conhece, está enganado. Jesus ama essas pessoas e está disposto a ajudá-las, mesmo que seja “aos 45 minutos do segundo tempo” de suas vidas.
O amor de Deus é incondicional, ainda bem, porque se só o recebêssemos se o merecêssemos seríamos os mais miseráveis da Terra. Se você é uma pessoa problemática, Jesus veio para lhe salvar. Mais que isso, Ele decidiu lhe amar quando você nem merecia.
É aos pés do Mestre que curamos nossas dores, traumas, decepções e frustrações. É para Ele que devemos correr quando estamos perdidos e sem força, carentes da graça e do cuidado que só Ele tem para nós.
Jesus é Gente Boa, Acredite!
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Preocupação social de Jesus

09.10.2013
Do blog ENTRETEXTOSTEOLÓGICOS
Por Craig Blomberg*

Jesus nunca foi francamente político no sentido de procurar influenciar ou usur­par o poder terreno, ou ainda promover um partido político ou um programa socioeconômico específico. 

Quando seus seguidores tentaram pela força torná-lo rei, ele fugiu (Jo 6.15). Quando seus ensinos sobre a preparação para o perigo foram mal-interpretados no Getsêmani, ele curou o ferimento causado pela espada de Pedro (Lc 22.51). Embora tenha purificado o templo, esse foi um protesto secundário, sem efeito duradouro, que pretendia mais profetizar a destruição do templo do que promover uma mudança no sistema. Consequentemente, ele não foi nem um revolucionário social nem um reformador no sentido contemporâneo desses termos. 

Assim procedeu, em parte, porque sabia que o foco central de sua missão era morrer pelos pecados do mundo, mas também porque era radical de­mais para se conformar com uma reforma meramente estrutural: ele sabia que a regeneração do coração é a condição necessária para uma contínua distribuição social ou econômica de recursos. Apesar disso, ele intimou sua audiência a obser­var o que havia de mais importante na Lei, que ele definiu, à laMiquéias 6.8, como justiça, misericórdia e fidelidade (Mt 23.23) — o epítome da preocupação social. Estaremos falseando a sua ética da não-violência e da não-retaliação se a rotularmos simplesmente de passividade: Jesus deve ser comparado com os profe­tas do Antigo Testamento, cujas vigorosas denúncias da injustiça que viam, con­vidavam outros a praticar os justos padrões de Deus.

Ao rejeitar o poder institucional, Jesus convidou seus seguidores a se con­duzirem como servos, rejeitando a maneira autoritária do mundo romano que os cercava (Lc 22.25-27). Ele promoveu “o reino às avessas”, procurando sal­var os perdidos e os párias de sua sociedade, e convidando seus seguidores a fazer o mesmo. De qualquer forma, ele nunca endossou o Estado de forma acrítica. Mas Jesus percebia a possibilidade de mudança duradoura para melhor neste mundo, não pelo governo, nem mesmo pelos indivíduos, mas pelo corpo coletivo de seus seguidores, também conhecido como igreja. Hauerwas e Willimon observaram isso sucintamente: “A igreja não tem uma estratégia so­cial, a igreja é uma estratégia social”. Na história do protestantismo, vimos ten­tativas de criar um estado cristão (esp. pelo calvinismo) e uma atenção no arrependimento individual e na vida cristã (esp. por Lutero), mas é a visão anabatista da igreja coletivamente como o modelo de implementação das éticas do reino de Deus que melhor se aproxima dos contextos e intenções dos ensinos de Jesus.

No mundo de Jesus, sua opção foi a da via media entre o escapismo dos essênios e o fervor revolucionário dos zelotes. Em seus objetivos, ele estaria prova­velmente mais próximo dos fariseus — pretendendo que o povo de Deus vivesse a vida como um todo através de sua vontade —, mas os métodos de Jesus eram bem diferentes. Embora os conceitos venham de Paulo, eles se ajustam bem à vida de Jesus: capacitação não pela Lei, mas pelo Espírito. Quando uma comuni­dade compreende as possibilidades de viver desse modo, os líderes oficiais, políti­cos e religiosos, muitas vezes acabam se sentindo ameaçados, já que sua impotência em criar melhorias semelhantes fica destacada pelo contraste.

Misericórdia e justiça foram as preocupações fundamentais ao longo da vida de Cristo. Os ministérios de João e Jesus haviam sido preditos como os da recons­tituição de Israel através de atributos semelhantes a esses (Lc 1.17,50,72), e os próprios ensinos de João sobre tais tópicos enfim lhe custaram a vida (Lc 3.10- 14,19). O sermão inaugural de Jesus em Nazaré delineou o seu manifesto: as boas novas aos pobres, libertação dos presos, restauração da vista aos cegos, liber­dade aos oprimidos e uma declaração do ano do jubileu (Lc 4.16-21). O seu ministério holístico de curar espírito e corpo se concentrou em particular no desterrado social, nos pobres, nos samaritanos, nos gentios, nas mulheres, nas crianças e nos doentes (especialmente nos “leprosos intocáveis”). As suas parábo­las realçaram a graça e misericórdia de Deus (Lc 15.1-32), mas também o desejo de Deus por justiça social (Lc 18.1-8) que transcende todas as diferenças cultu­rais (Lc 10.25-37; Jo 4.1-42).

No entanto, a área sobre a qual ele mais ensinou foi a da mordomia de nossos bens materiais. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6.19-34 par.). Bem-aventurados são os materialmente pobres, cuja pobreza os leva a proclamar a dependência de Deus (Lc 6.20; Mt 5.3). Previna-se da cobiça ou da acumulação desnecessária de riqueza (Lc 12.13-21) e da vida luxuosa enquanto os pobres do mundo precisarem mendigar (Lc 16.19-31). Use a riqueza mundana para pro­pósitos eternos (Lc 16.1-13). Nenhuma porcentagem foi estabelecida para as doações (recorde-se o trio de passagens em Lc 18.18-30; 19.1-10,11-27), mas em cada exemplo todas as propriedades são, no final das contas, do Senhor. Sem dúvida, a questão mais instigante está em Marcos 8.36: “Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?”.

Implementar a ética do reino de Jesus, especialmente sua ética da preocupação social e em particular numa sociedade democrática moderna, distinta do mundo romano do século I, exige considerável sensibilidade e sofisticação. É certo que temos o direito e a responsabilidade, tanto quanto qualquer um, de buscar o que possa, segundo pensamos, promover nosso “bem comum”. No entanto, não pode­mos nem pensar em contar com a legislação ou com partidos políticos para a reali­zação daquilo que somente o povo de Deus atuando como igreja pode fazer. Devemos assumir uma agenda completamente pró-vida: tentar impedir o aborto e evitar endossar o pecado sexual ou glamorizar a vida familiar desajustada. Mas, ao mesmo tempo, devemos também trabalhar para a melhor qualidade de vida dos nascidos, incluindo cuidados médicos adequados aos pobres, moradia para os sem-teto, empre­gos para os desempregados e alternativas positivas para os que caíram numa vida de crimes. 

Precisamos demonstrar uma preocupação genuína com a destruição do meio-ambiente, também uma criação de Deus. Nas sociedades, o que inclui a nossa, onde o racismo, o sexismo, a separação de classes e o etnocentrismo ainda mantêm milhões de pessoas separadas umas das outras, não sendo oferecidas a todos as mes­mas oportunidades de usufruir os direitos humanos básicos, devemos nos opor à injustiça e promover a libertação dos oprimidos. Entretanto, jamais devemos supor ser isso um fim em si mesmo, para que as pessoas não conquistem liberdades terre­nas sem estarem preparadas para seguirem Jesus Cristo na eternidade.

*Fonte: Jesus e os Evangelhos – Craig Blomberg.
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Alimenta-ação em Cristo: o sentido pascal da Missão da Igreja

09.10.2013
Do blog NOVOS DIÁLOGOS, 30.03.13
Por Daniela Sanches Frozi *

Alimenta_ação em Cristo: o sentido pascal da Missão da Igreja


A Páscoa é o momento da Igreja repensar sua missão e sua vocação. A última ceia, a que Cristo celebrou, tinha esse sentido do que foi vivido pelo povo de Deus, do que estava sendo vivido por ele e do que seria anunciado com sua ressurreição. A mesa foi o lugar da palavra de reflexão, do olhar, da celebração, da contrição, da partilha e do novo sentido da Missão da Igreja.

É fascinante pensar na imagem de Cristo, o messias, relacionada com a alimentação e a ação junto à mesa, lugar da comunhão e do serviço. O servir o vinho e o partir do pão alimentam os sentidos e os significados da vida em Cristo. Dá razão, especifica seu projeto e resume o desenho da Missio Dei. A possibilidade de participação real no ato do comer o Pão e beber do vinho é o sentido de uma efetiva partilha do significado de comunhão e serviço. Quem sabe poderia inspirar a Igreja contemporânea?

Os elementos representam sua própria vida que foi partida e compartilhada junto aos que mais sofriam, junto aos excluídos da sociedade e da religião, junto aos pobres, junto aos doentes, junto aos famintos e junto aos que de longe e de perto queriam apenas estar junto com Jesus Cristo.

Viver o dia a dia de forma relacional é um convite Pascal! Sabemos que isso é ir contra uma tendência atual, a de gastar mais tempo com pessoas do que com próprios projetos pessoais ou com desejos egoístas.

A pergunta que de certa forma me angustia na Páscoa não é necessariamente uma questão teológica e sim a questão da vivência dessa Missão Pascal. Qual é o valor das relações humanas na produção de nossa alimentação? Parece não fazer nenhum sentido para essa Igreja discutir a problemática da Alimentação contemporânea.

Por que a Igreja de Cristo não se preocupa com as problemáticas relacionadas às relações de trabalho no campo produtor de nossos alimentos? Talvez porque pensamos nesse alimento desconectado de sua forma de produção? Talvez porque o alimento e a alimentação sejam apenas parte dos artigos de consumo que com o dinheiro ganho com o meu tempo de trabalho eu posso adquirir de uma prateleira de um hipermercado? Ou talvez por acreditar que a alimentação nada tem a ver com a minha fé ou com as relações humanas tão caras ao Cristo Pascal.

Gostaria de ver a Igreja de Cristo dialogando com os pequenos agricultores que produzem nossa comida de todos os dias e também gostaria que essa Igreja gastasse seu tempo conhecendo os agricultores e agricultoras, para entender quais são as problemáticas existentes entre o valor da vida humana e os valores do capital sobre a produção de alimentos relacionados ao Agronegócio?

Gostaria de fazer um convite à Igreja de Cristo a gastar um tempo para se aproximar de quem faz o pão e produz o vinho de nossa celebração pascal. Certamente Jesus nos dias atuais estaria andando não só com pescadores, mas também com os pequenos agricultores, com os indígenas, com os quilombolas e com aqueles mais injustiçados pelo atual sistema opressor.

Ao olhar para o pão, que possamos repensar os processos do cultivo do trigo, da dependência tecnológica para sua produção. Que possamos nos envolver com as questões relacionadas à saúde dos trabalhadores do campo e o risco do uso abusivo de Agrotóxicos, com as baixas condições de trabalho e saúde no campo. Será que isso preocupa a Igreja de Cristo?

Gosto da ideia de pensar em uma Igreja que se preocupa com a sustentabilidade da produção do trigo e da produção da uva e com as suas relações humanas e não-humanas envolvidas com quem os produz e os transforma hoje em Pão e Vinho. A Páscoa também é um convite à transformação da velha matéria-prima para uma nova matéria mais humana e justa.

Assim a renovação do nosso olhar para o Pão e para o Vinho possuirá a perspectiva da Justiça de um Reino de amor que poderá reorientar a Igreja para uma relação humana presente na mesa que alimenta o corpo e nossa ação na sociedade e no meio ambiente.

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O LIVRO DOS SALMOS CONTRA A ANSIEDADE

09.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO
Estudos Bíblicos

Texto básico: Salmo 19.7-11
Leitura diária

Domingo: Sl 3 – Deito-me e pego no sono
Segunda: Sl 5 – Regozijem-se os que confiam em ti
Terça: Sl 23 – O Senhor é o meu pastor
Quarta: Sl 73 – Guias-me com o teu conselho
Quintas: Sl 84 – Deus é sol e escudo
Sexta: Sl 100 – O Senhor é bom
Sábado: Sl 112 – Não se atemoriza de más notícias

Introdução

A alegria cristã não é relegada somente ao futuro. Grande parte do nosso futuro será devotada a louvar a Deus alegremente, e é isso o que podemos começar a fazer agora. Pessoas orgulhosas não louvam ao Senhor. Elas se autoconsomem. As pessoas humildes reverenciam a Deus; louvores de gratidão emanam naturalmente do coração delas. No louvor, a humildade e a oração de gratidão são vistas como uma só coisa – uma temível arma em nosso crescente arsenal, para atacar pensamentos e sentimentos de ansiedade.
I. O exemplo dos Salmos
Quando voltamos nossa atenção para Deus, sua soberania, sua graça, seu amor, sua majestade, não há ansiedade que persista. A questão, como o autor de Hebreus diria, é desviar o foco de nós mesmos e concentrá-lo no Senhor. A ansiedade não pode sobreviver em um ambiente de louvor a Deus.
O louvor é uma parte tão abundante do modelo de Deus para o seu povo, que ele nos deixou um hinário repleto. Os salmos são grandes hinos que o povo de Israel entoava e recitava. Deus queria que eles – e nós também –, lhe oferecêssemos continuamente louvor, de que ele é tão digno. “Bom é render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade” (Sl 92.1-2). Louvar ao Senhor de manhã e à noite dá o tom para nossa vida.
II. Aspectos do louvor
O que exatamente significa louvar a Deus? Alguns pensam que é entoar um cântico. Outros, que é dizer: “Louvado seja o Senhor! Aleluia!”. Há os que acreditam que é erguer as mãos para o alto ou fazer uma oração silenciosa. Qual é a resposta correta? Como devemos louvar ao Senhor? De acordo com a Bíblia, o verdadeiro louvor envolve duas coisas.
A. Recitando os atributos de Deus
O louvor expressa o caráter de Deus. Alguns cristãos estudam o Novo Testamento quase exclusivamente porque ele revela muitas verdades que eram mistérios no passado. Mas uma grande razão para estudar o Antigo Testamento é que ele revela poderosamente o caráter de Deus, habilitando-nos a melhor louvá-lo.
Por exemplo, Habacuque louvou a Deus por seu caráter – ele é um Deus Santo, Todo-Poderoso, Eterno, Mantenedor da promessa (Hc 1.12-13) –, e o louvor resolveu um grande problema em seu próprio coração. Ele não compreendia por que Deus ia julgar Israel enviando os ímpios caldeus para subjugá-lo (Hc 1.6-11).
Habacuque desejava que Deus restabelecesse e restaurasse seu povo, mas este tinha ultrapassado o limite de sua paciência. Envolto em sua confusão, Habacuque lembrou-se disto: Deus é Santo – ele não comete erros. Deus é Mantenedor da promessa – ele não descumpre aquilo que promete. Deus é Eterno – ele está fora do curso da história. Continuando seu louvor, Habacuque afirmou “o justo viverá pela sua fé” (Hc 2.4). Ele sentiu-se melhor, mesmo que as circunstâncias não tivessem mudado. Deus consentiu que os caldeus dominassem Israel por um tempo, mas Habacuque sabia que Deus era bastante forte para resolver qualquer situação. Em vez de ficarmos ansiosos com problemas que não podemos resolver, devemos dizer: “Senhor, tu és maior do que a história. Possuis todas as coisas do universo. Podes fazer qualquer coisa que desejares. Tu me amas e prometeste que eu nunca ficaria sem aquilo de que necessito. Disseste que cuidarias de mim como cuidas dos pássaros e das flores. Prometeste que teu caráter e poder estariam à minha disposição”. Essa forma de louvor glorifica a Deus.
B. Declarar as obras de Deus
Os atributos de Deus são demonstrados por suas obras. Os salmos estão repletos de listas de grandes coisas que Deus fez por seu povo. Ele é louvado por abrir o mar Vermelho; fazer a água jorrar de uma rocha; alimentar seu povo com o maná no deserto; destruir seus inimigos; fazer cair os muros de Jericó, e muitos outros atos poderosos. Após reavaliar seu problema, Habacuque começou a louvar a Deus por suas obras, estremecendo ante o poder demonstrado nelas (Hc 3.16). Ele afirmou que se regozijaria no Senhor, mesmo que todas as coisas desmoronassem diante dele (v. 17-18). Por quê? Porque Deus já havia provado tudo isso no passado. Eis por que o Antigo Testamento contém uma história extensa das obras de Deus – e por isso podemos conhecer especificamente comoDeus provou sua fidelidade.
Se você tem um problema à sua frente, o qual não sabe como resolver, lembre-se de louvar a Deus. Diga-lhe: “Senhor, tu és o Deus que colocaste as estrelas e planetas no firmamento. És o Deus que formaste a Terra, separando a parte seca do mar. Então criaste a humanidade e tudo quanto tem vida. Embora o ser humano tenha pecado, planejaste sua redenção. És o Deus que esculpiste uma nação para si mesmo e a preservaste ao longo da história, realizando maravilha sobre maravilha em benefício dela. És o Deus que vieste a este mundo em forma humana, e depois levantaste da morte”. Quando louvamos a Deus dessa maneira, nossos problemas ficam obscurecidos se comparados com tudo o que ele fez.
Lembrar quem é Deus e o que ele fez, glorifica-o e fortalece nossa fé. Devemos procurar ler os salmos na próxima vez em que formos tentados a sentir ansiedade. Veremos agora uma coleção resumida de salmos que mostra as partes mais sensivelmente expressivas, que ajudam a controlar os pensamentos e sentimentos ansiosos. Talvez você queira se isolar em um cômodo para estudá-los. Então, em pouco tempo, ficará evidente como eles podem ajudá-lo a ter mais fé e confiança em Deus.
III. Salmos para ansiosos
Os trechos dos Salmos que seguem são especialmente apropriados para combater a ansiedade. Eles nos tocam profundamente e oferecem conselhos para lidar com pensamentos e sentimentos inquietantes quetodos experimentamos. Para tirar o maior proveito dessa compilação, você pode marcar os que mais lhe chamaram a atenção. Leia novamente todos os que você assinalar – melhor ainda se fizer isso em versões diferentes da Bíblia. Dos selecionados, escolha aqueles que possam oferecer a você maior auxílioe procure examiná-los em todo o seu contexto. Para ajudá-lo a fazer um estudo mais aprofundado, você pode recorrer ao livro Salmos, de Allan Harman, publicado pela Editora Cultura Cristã.
Salmos 3: “Tu, Senhor, és o meu escudo, és a minha glória e o que exaltas a minha cabeça. Com minha voz clamo ao Senhore ele do seu santo monte me responde. Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta. Não tenho medo.(…) Levanta-te, Senhor! Salva-me, Deus meu!” (v.3-7, grifos do autor).
Salmos 4: “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. (…) Sabei, porém, que o Senhor distingue para si o piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo por ele. Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai. Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no Senhor. Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? Senhor, levanta sobre nós a luz do teu rosto. Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho.Em paz me deito e logo pego no sono,porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (v. 1,3-8, grifos do autor).
Salmos 13: “Até quando, Senhor? Esquecerte-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo? (…) Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte (…) No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem” (v. 1-3,5-6, grifos do autor).
Salmos 19:A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma.(…) Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração. (…) As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” (v. 7-8,14, grifos do autor).
Salmos 23: “O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. (…) Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre” (v. 1-4,6, grifos do autor).
Salmos 28: “A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não sejas surdo para comigo.(…) Bendito seja o Senhor, porque me ouviu as vozes súplices! O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei” (v. 1,6-7, grifos do autor).
Salmos 40: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu. (…) Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor” (v. 1-3, grifos do autor).
Salmos 42:Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti” (v. 5-6; cf. 42.11; 43.5, grifos do autor).
Salmos 63: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. (…) no meu leito, quando de ti me recordo, e em ti medito durante a vigília da noite. Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso. A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara” (v. 1,6-8, grifos do autor).
Salmos 68: “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação. (…) com Deus, o Senhor, está o escaparmos da morte” (v. 19-20, grifos do autor).
Salmos 73: “Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (v. 21-26, grifos do autor).
Salmos 86: “Inclina, Senhor, os ouvidos e responde-me, pois estou aflito e necessitado. Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; tu, ó Deus, salva o teu servo que em ti confia. Compadecete de mim, ó Senhor, pois a ti clamo de contínuo. Alegra a alma do teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma” (v. 1-4, grifos do autor).
Salmos 94: “Quando eu digo: resvala-me o pé, a tua benignidade, Senhor, me sustém. Nos muitos cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas consolações me alegram a alma. (…) O Senhor é o meu baluarte e o meu Deus, o rochedo em que me abrigo” (v. 18-19,22, grifos do autor).
Salmos 100: “Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. (…) Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade” (v. 2,5, grifos do autor).
Salmos 112: “Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor e se compraz nos seus mandamentos. (…) [Certamente] não será jamais abalado; será tido em memória eterna. Não se atemoriza de más notícias; o seu coração é firme, confiante no Senhor. O seu coração, bem firmado, não teme” (v. 1,6-8, grifos do autor).
Salmos 120: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e ele me ouve” (v. 1, grifos do autor).
Salmos 121:Elevo os olhos para os montes: de onde me virá socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e aterra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem. (…) O Senhor é quem te guarda. (…) O Senhor te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (v. 1-3,5,7-8, grifos do autor).
Salmos 145:O Senhor sustém os que vacilam e apruma todos osprostrados. Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. (…) Perto está o Senhor de todos os que o invocam (..) em verdade” (v. 14-15,18, grifos do autor).
Salmos 147: “É bom e amável cantar louvores ao nosso Deus (…) [Ele] sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas. (…). Grande é o Senhornosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir. O Senhor ampara os humildes (…) Agrada-se o Senhor dos (…) que esperam na sua misericórdia” (v. 1,3,5-6,11, grifos do autor).
Conclusão
Focar nossa atenção no Deus Todo-Poderoso nos livrará das tentações da ansiedade. Qualquer temor que a ansiedade possa promover é dizimado instantaneamente pela contemplação do Deus soberano, que nos ama e nos conduz por meio de sua maravilhosa graça. Os salmos são uma fonte riquíssima para que nos voltemos à pessoa do Criador, contemplemos seus atributos, nos humilhemos diante dele, e rendamos o louvor que ele merece. Por isso devemos fazer uso deles para estar sempre focados em Deus e livres de qualquer ansiedade.
Aplicação
Procure estabelecer um plano de leitura do livro de Salmos. Não deixe de contemplar também toda a Escritura. Outra coisa muito útil é decorar alguns salmos, ou parte deles. Há vários planos de leitura bíblica que podem ajudá-lo.

*Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão – Vencendo a Ansiedade. Usado com permissão.
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Quando Deus nos chama para sonhar com Ele

09.10.2013
Do blog ROCHA BRASIL, 01.10.13
Por Paulo Brito

 “Deus escreve o evangelho, não somente na Bíblia, mas também nas árvores, nas flores, nas nuvens, e nas estrelas.” Martinho Lutero
Várias pessoas já me perguntaram como que eu comecei a envolver-me com questões ambientais. Tudo começou quando eu retornei de uma programa de intercâmbio em Londres, Reino Unido, em 1999. Eu ainda tinha mais um ano e meio de estudos na faculdade antes da graduação em economia pela Universidade Mackenzie. Nesse meio tempo comecei um estágio no Instituto de Economia Agrícola (IEA) do Estado de São Paulo no início de 2000. 
Esse instituto era um departamento do Ministério da Agricultura do Estado de São Paulo. O estágio era na área de economia agrícola e práticas sustentáveis de cultivo. A medida que o tempo passava no instituto, eu ficava cada vez mais interessado no campo de pesquisa sobre economia e meio ambiente. Quando terminei meu estágio, eu comecei uma disciplina chamada economia ambiental no meu último ano da faculdade na qual meu interesse pelo assunto aumentou ainda mais. A partir daí pensei em trabalhar nessa área. Percebi também que Deus estava me guiando nessa direção. Entretanto, como qualquer jovem, ainda tinha muitas dúvidas quanto ao meu futuro profissional. Na verdade não tinha a menor ideia do que poderia fazer depois da graduação.
Nos meus últimos anos no Mackenzie, eu frequentava os encontros semanais da Aliança Bíblica Universitária (ABU) no campus da universidade. Num desses encontros foi anunciada a publicação do livro “A Rocha: Uma Comunidade Evangélica lutando pela Conservação do Meio Ambiente”, de Peter Harris. O livro tinha acabado de ser lançado pela ABU Editora na época. O anúncio falava que era um livro que discutia a relação entre conservação ambiental e fé cristã; um assunto que eu não sabia muito a respeito, mas que me interessou. Decidi então comprar o livro e comecei a lê-lo. A medida que eu o lia, eu queria saber mais sobre o assunto. Foi nesse momento que eu comecei a perceber que eu poderia unir minha profissão com a fé que professava.
Quando cheguei nas últimas páginas do livro, dei uma olhada nos locais que A Rocha tinha escritórios e projetos no mundo. Foi aí que Deus me deu um sinal muito claro que eu não consegui ignorá-lo. Um dos países que A Rocha atuava era o Reino Unido. Quando eu olhei para o endereço do escritório britânico eu fiquei surpreso com o que vi. O endereço administrativo da A Rocha UK era exatamente o mesmo endereço onde morei em Londres em 1999: “13 Avenue Rd, Southall, UB1 3BL, United Kingdom”
Fechei os olhos, esperei um pouco e olhei para o endereço novamente. Não conseguia acreditar na “coincidência”. A primeira coisa que pensei foi que Deus estava me chamando para buscar mais informações sobre a organização e como poderia me envolver. Eu entrei então em contato com A Rocha UK imediatamente através do e-mail publicado no livro. Foi em contato com o escritório na Inglaterra que descobri que a família que me hospedou durante meu intercâmbio tinha se mudado para outra cidade inglesa e que aquela casa tinha sido então usada para estabelecer a Rocha UK, exatamente 1 ano depois que voltei ao Brasil.
Depois desse contato comecei a pesquisar mais sobre cristianismo e cuidado da criação de Deus. Continuei os contatos com A Rocha UK que levaram-me a contatar o escritório da A Rocha Portugal. Foi nessa época que entrei em contato com o diretor do escritório português, Marcial Felgueiras. Foi nessa época também que as conversas sobre a possibilidade de iniciar um projeto da A Rocha no Brasil desenvolveu-se. Marcial então ajudou-me a conectar com outros brasileiros que também tinham interesse em abrir uma A Rocha no Brasil.
Além da minha pessoa, dois outros rapazes entraram em contato com o Marcial relativamente na mesma época que eu. Marcial então nos apresentou um ao outro via e-mail e assim começamos a nos comunicar. Ali estávamos então, 3 jovens rapazes de diferentes partes do nosso imenso Brasil. Éramos pessoas sem experiência nenhuma em cuidado da criação ou conservação ambiental, nem mesmo conhecimento em como abrir um organização não–governamental. Na verdade, não sabíamos nem por onde começar. Mas uma coisa sabíamos, que queríamos fazer parte desta grande jornada: construir A Rocha no Brasil.
Este sonho de reconstruir a história da criação de Deus na Terra baseada em Romanos 8:18-25 parecia bem longe de tornar-se realidade. Mas, tudo o que Deus queria de nós era um passo de FÉ!
Aprendendo a medida que caminhávamos no processo, e com muita fé, tentativas e erros, desses três rapazes, dois terminaram sendo fundadores da A Rocha Brasil em 2006. Um deles fui eu. A Rocha Brasil tem agora 3 empregados período integral, uma diretoria nacional, conselhos fiscal, cientifico e de referência, além de um número significativo de voluntários ao redor do país. Não tínhamos nenhum projeto ou programa em 2006. A Rocha Brasil tem dois projetos práticos atualmente. Não tínhamos dinheiro nenhum. A Rocha hoje opera com uma receita anual de R$ 162.000,00 fruto de doações e projetos.
Uma das lições mais importantes que aprendi deste capítulo de minha vida é que mesmo quando não sabemos por onde e como começar, Deus nos guia e nos capacita com habilidades e conhecimento necessários ao longo do caminho. Deus também traz outras pessoas com habilidades complementares para se unir ao sonho. Tudo o que precisamos é fé, coragem e força para perseverar. De tudo isso o que mais me lembro é que foi uma linda jornada aprendendo a sonhar com Ele.
Paulo e Jill Brito*Paulo R. B. de Brito (ou simplesmente Paulo Brito se preferir) é economista, mestre em ciência ambiental pela USP e mestre em economia agrícola e ambiental pela Colorado State University, Colorado, Estados Unidos. Trabalhou no Instituto de Economia Agrícola de SP e foi um dos fundadores da ARB durante sua permanência no Brasil. É co-organizador de dois livros no Brasil: “Missão Integral: Ecologia & Sociedade”, pela W4 Editora; e “Jardim da Cooperação: evangelho, redes sociais e economia solidária”, pela Editora Ultimato. Já atuou como membro de diretoria em diversas ONGs norte-americanas. Atualmente trabalha como professor universitário na Front Range Community College, CCCOnline e Colorado State University nos Estados Unidos. Desenvolve e administra atividades de sustentabilidade e co-lidera uma horta comunitária em sua igreja local em Fort Collins, Colorado. Paulo gosta de ler bons livros e escrever em seu blog. Um dos seus passatempos favoritos é fazer hiking nas montanhas rochosas do Colorado onde reside. É casado com Jill Wallace de Brito. Será papai em março de 2014.
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