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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Justino Mártir e a Relação entre Filosofia Grega e Cristianismo: Uma Visão Harmônica

18.04.2024
Postado por pr. Irineu Messias

Justino Mártir, filósofo e teólogo do século II d.C., defendeu uma visão harmônica entre a filosofia grega e o cristianismo. Ele acreditava que a filosofia grega, com sua busca pela verdade e pelo bem, preparou o terreno para o surgimento do cristianismo, que representa a revelação completa e definitiva da verdade divina.

Pontos-chave da visão de Justino:

  • A filosofia grega como preparação para o cristianismo: Justino via a filosofia grega como uma etapa necessária no desenvolvimento intelectual e moral da humanidade. Ela ensinou aos homens a buscar a verdade, a questionar crenças dogmáticas e a valorizar a razão. Essa busca, segundo ele, os aproximou da verdade revelada em Jesus Cristo.
  • Logos como elo entre filosofia e fé: Justino identificava o Logos, conceito central na filosofia grega como razão universal e divina, com Jesus Cristo. Para ele, o Logos se manifestou na filosofia grega de forma parcial e imperfeita, mas encontrou sua plenitude em Jesus, revelando a verdade absoluta e a salvação da humanidade.
  • Filósofos gregos como precursores do cristianismo: Justino considerava alguns filósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, como precursores do cristianismo, pois seus ensinamentos sobre a verdade, a justiça e a ética se aproximavam da mensagem de Jesus.
  • Cristianismo como aperfeiçoamento da filosofia: Justino via o cristianismo como o aperfeiçoamento da filosofia grega. A fé cristã, baseada na revelação divina, oferecia uma compreensão mais completa da verdade, da natureza de Deus e do destino da humanidade.

Exemplo prático:

Um exemplo da visão de Justino é sua interpretação da doutrina da imortalidade da alma. Enquanto alguns filósofos gregos acreditavam na imortalidade da alma, outros questionavam essa crença. Justino, utilizando a filosofia grega e a fé cristã, defendia a imortalidade da alma e a ressurreição dos corpos como ensinamentos fundamentais da fé.

Críticas à visão de Justino:

Nem todos concordavam com a visão harmoniosa de Justino. Alguns críticos argumentavam que a filosofia grega, com sua ênfase na razão e na lógica, era incompatível com a fé cristã, que se baseia na revelação e na graça divina. Outros criticavam a ideia de que filósofos gregos pagãos pudessem ser considerados precursores do cristianismo.

A importância da visão de Justino:

Apesar das críticas, a visão de Justino Mártir sobre a relação entre filosofia grega e cristianismo foi influente no desenvolvimento do pensamento cristão primitivo. Sua defesa da filosofia grega como preparação para a fé e sua identificação do Logos com Jesus Cristo ajudaram a integrar o cristianismo na cultura greco-romana e a torná-lo mais acessível aos intelectuais da época.

Conclusão:

Justino Mártir desempenhou um papel crucial na ponte entre a tradição filosófica grega e o cristianismo nascente. Sua visão de uma relação harmônica entre as duas áreas influenciou significativamente o desenvolvimento do pensamento teológico e contribuiu para a consolidação do cristianismo como religião dominante no mundo ocidental.

Para saber mais:

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

O que é o Inferno e qual a Sua Duração?

17.04.2024
Do portal do INSTITUTO LOGOS


O conceito do inferno tem sido objeto de discussão e reflexão ao longo dos séculos, gerando debates entre teólogos, filósofos e cristãos em geral. Questões como o que é o inferno, sua realidade e a eternidade do fogo infernal têm ocupado a mente de muitos. Neste artigo, exploraremos essas questões a partir de uma perspectiva bíblica e teológica, levando em consideração opiniões de diversos pensadores.

O Inferno na Tradição Cristã

Ao longo da história do Cristianismo, diversos teólogos expressaram suas crenças sobre o inferno. Inácio de Antioquia alertou que aqueles que distorcem as verdades divinas e os que aceitam essas distorções enfrentarão um “inferno de fogo inextinguível”.

Por exemplo, Inácio de Antioquia, enquanto ia da Síria para Roma para ser martirizado, ele escreve uma carta aos efésios, na qual afirma que para o inferno irão os que distorcem as verdades divinas quanto os que aceitam tais distorções. E não é um inferno qualquer, é um inferno de fogo inextinguível. Veja o que ele diz:

“Não vos iludais, meus irmãos, os corruptores da família não herdarão o Reino de Deus. Pois, se pereceram os que praticavam tais coisas segundo a carne, quanto mais os que perverterem a fé em Deus, ensinando doutrina má, fé pela qual Jesus Cristo foi crucificado? Um tal, tornando-se impuro, marchará para o fogo inextinguível, como também marchará aquele que o escuta.”

Justino Mártir adverte que “deve-se saber que o inferno é o lugar onde serão castigados os que tiverem vivido iniquamente e não acreditaram que acontecerão essas coisas ensinadas por Deus, mediante Cristo.”

Irineu de Lião, discípulo de Policarpo, que por sua vez, fora discípulo do Apóstolo João, afirma que “deste modo também ampliou a punição daqueles que não acreditam na Palavra de Deus, que desprezam sua vinda e recusam, porque não vai ser mais temporária, mas eterna. Para tais pessoas, o Senhor dirá: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno’, e será para sempre condenado.”

Jerônimo, um dos quatro doutores originais da igreja latina e tradutor da Bíblia, afirma que “estas persuasões são laços fraudulentos, que infundem [nos pecadores] uma confiança que lhes conduz ao suplício eterno”.

João Crisóstomo fala da dupla penalidade do inferno quando ele diz que há uma “dupla pena do inferno: o fogo e a privação de Deus, pois o que é queimado é ao mesmo tempo, banido para sempre do reino de Deus. E este castigo é mais grave que o primeiro.”

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Fonte:https://institutodeteologialogos.com.br/o-inferno-e-sua-duracao/