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domingo, 10 de janeiro de 2016

BIOGRAFIA: Policarpo de Esmirna

10.01.2016
Do blog ASSEMBLEIANOS PURITANOS, 28.04.2011
Cedido Por www.Explosãodemilagres.com.br

Nascido em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (hoje Turquia), Policarpo dizia ser discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer Irineu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna. Nos dias do Papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, a fim de representar as igrejas da Ásia Menor que observavam a Páscoa no dia 14 do mês de Nisan. Apesar de não chegar a um acordo com o papa sobre este assunto, ambos mantiveram uma amizade. Ainda estando em Roma, Policarpo conheceu alguns hereges da seita dos Valencianos, e encontrou-se com Márcio, o qual Policarpo denominava de “primogênito de Satanás”.

A Carta

Apesar de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos Filipenses no ano 110. Nesta carta, Policarpo enfatiza a fé em Cristo, e o desenvolvimento da mesma através do trabalho para Cristo na vida diária. Também faz alusão à carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses e usa citações diretas e indiretas do Velho e Novo Testamento, atestando-os como canônicos. Na mesma carta, ele repete muitas informações recebidas dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, ele é uma testemunha valiosa da vida e da obra da Igreja primitiva no segundo século. Policarpo exorta os Filipenses a uma vida virtuosa, às boas obras e à firmeza, mesmo ao preço de morte, se necessária, uma vez que tinham sido salvos pela fé em Cristo. As 60 citações do Novo Testamento, das quais 34 são dos escritos de Paulo, evidenciam seu profundo conhecimento da Epístola do Apóstolo aos Filipenses e outras do mesmo Testamento. Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas antes em fortalecer a vida diária prática dos cristãos.

O Martírio

O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”! No ano 156, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira. Milagrosamente as chamas não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada. Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.

(Segundo a igreja católica Romana,  o Papa São Aniceto (em latim, Anicetus) foi o décimo-primeiro papa católico, entre os anos 154 e166 D.C).
 

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Fonte:http://assembleianospuritanos.blogspot.com.br/2011/04/biografia-policarpo-de-esmirna.html

Resenha do livro: "Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja"

10.01.2016

Do blog GRAÇA LIVRE, 08.01.14
Por Thiago Velozo Titillo

HALL, Christopher A. Lendo as Escrituras com os pais da igreja. 2. ed. Tradução Rubens Castilho e Meire Santos. Viçosa, MG: Ultimato, 2007. 248 p.

A pergunta que permeia a obra de Hall é: a leitura bíblica dos pais da igreja tem algo a me acrescentar hoje?

Para responder a essa questão, o autor, logo no primeiro capítulo, apresenta motivos para ler os pais da igreja ("por que ler os pais?"). Hall desenvolve um cuidadoso trabalho no sentido de quebrar preconceitos protestantes acerca dos pais como sendo os promotores dos abusos medievais amparados pela tradição católica. O próprio Lutero interagiu com os pais, em particular, com Agostinho, insistindo que "é necessário comparar os livros dos pais com a Escritura e julgá-los de acordo com sua luz" (p. 19). Mesmo o moto "sola scriptura" não deve ser entendido como absoluto individualismo (oriundo do iluminismo). Lutero e Calvino consideraram seriamente a história, os credos e concílios, a tradição e os pais. Para tais reformadores, fechar-se a tais fontes era uma tolice cometida por arrogantes (p. 20). Como apelo final, Hall menciona a jornada teológica de Thomas Oden da teologia moderna (e liberal!) para a paleo-ortodoxia através do criterioso estudo do pensamento patrístico. Em última análise, esquecer o passado cristão é navegar à deriva no imenso mar do cristianismo histórico.

No capítulo dois, intitulado "a mente moderna e a interpretação bíblica", Christopher Hall mostra o impacto do iluminismo na teologia em geral, e na interpretação bíblica, em particular. O afastamento da cosmovisão cristã da realidade logo tornou o ateísmo uma opção filosófica amplamente aceita (pp. 31-32). A filosofia e a hermenêutica pós-moderna, no entanto, questionam a pretensão iluminista de uma razão autônoma. Doutro lado, cristãos conservadores buscavam interpretar a Bíblia como um livro que caiu do céu, lendo-a como se ninguém antes a tivesse lido. Tal fuga da tradição apenas alimenta o exagerado individualismo epistemológico e teológico prevalecentes hoje. Contra tal postura, Wilken argumenta que "nós aprendemos a pensar lendo bons pensadores e deixando que seus pensamentos formem nossos pensamentos" (p. 36). Eles já passaram pela prova do tempo. 

Ao construirmos pontes que nos levem ao mundo dos pais, poderemos encontrar respostas não-viciadas para questões atuais. Agostinho é um exemplo de como a questão do comportamento sexual também fazia parte da vida de um homem dos idos de 400 d.C. Sua sociedade também era sexualmente permissiva (p. 41). Clemente de Alexandria denuncia a extravagância e ostentação em suas próprias congregações (p. 42). Um argumento significativo em favor de se "ler as Escrituras com os pais da igreja" é a proximidade hermenêutica destes em relação aos textos sagrados. Hall cita Allison mencionando que nenhum comentário moderno sobre Mateus liga à afirmação de Jesus ("Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra"; Mateus 5.5) a Moisés. Todavia, Crisóstomo, Teodoreto de Ciro e Eusébio veem nas palavra de Jesus uma referência a Números 12.3, onde é dito que Moisés é o homem mais manso da terra, embora não tenha entrado na terra da promessa. Não seria sóbrio considerar tal alusão, tendo em vista a proximidade hermenêutica dos pais em relação às Escrituras?

No capítulo três, o autor define os critérios para ser um pai da igreja: 1) antiguidade; 2) santidade de vida; 3) doutrina ortodoxa; 4) aprovação eclesiástica.

No capítulo seguinte, Hall apresenta a abordagem hermenêutica dos quatro doutores do Oriente: Atanásio, Gregório de Nazianzo, Basílio o Grande e João Crisóstomo.

O capítulo cinco, segue a apresentação hermenêutica dos quatro doutores do Ocidente: Ambrósio, Jerônimo, Agostinho e Gregório o Grande.

No capítulo seis ("Os pais e a Escritura"), Christopher Hall apresenta a exegese em Alexandria, segundo a qual a Bíblia era tida como um texto polissêmico, contendo um significado mais profundo e espiritual do que aquele aparente num primeiro olhar. Para alguns pais a distinção entre tipologia e alegoria era uma linha tênue demais. As exegeses de Justino, Irineu, Filo (judeu) e Orígenes são tratadas nesse capítulo.

No capítulo seguinte, Hall apresenta a resposta de Antioquia, através de uma exegese fundamentada na "theoria" (tipologia) cristológica, priorizando o sentido histórico do texto. Deodoro de Tarso (seu comentário sobre os Salmos) e Teodoro de Mopsuéstia recebem atenção nesse capítulo. No fim do capítulo, o autor apresenta as singularidades das escolas alexandrina e antioquena sobre a questão da riqueza e da pobreza, principalmente à luz da passagem sobre o jovem rico.

O oitavo e último capítulo, intitulado, "Dando sentido à exegese patrística", busca fortalecer a ideia prévia de que a leitura dos pais é oportuna para os cristãos hodiernos. Isso porque há uma tradição comum entre os cristãos de segmentos diferentes, inclusive naqueles que pensam que existem sem qualquer tradição. Ouvir os pais e recordar aquilo que o Espírito deu aos seus servos do passado não é apenas sábio, mas um sinal de confiança no Deus que agiu no passado e continua a agir hoje.

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Fonte:http://graca-livre.webnode.com/news/resenha-do-livro-lendo-as-escrituras-com-os-pais-da-igreja/