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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

8 Maneiras Proveitosas de Ler e Estudar a Bíblia

21.02.2019

Quantas pessoas se propõem a ler a Bíblia, porém, nem sempre com um objetivo claro e direcionado para o seu desenvolvimento e crescimento espiritual. Estas, infelizmente, não alcançarão o que de melhor a mensagem bíblica tem a oferecer: a transformação completa aos moldes de Cristo.
Quando nos propomos a ler a Bíblia apenas para “inflar o nosso ego”, as palavras que nos trariam vida e paz em abundância, agora nos trarão espada, morte e a severidade da lei, haja visto a afirmação paulina de que a letra mata, mas o Espírito é o que vivifica, ou seja, ler por ler as Sagradas Escrituras, além de não causar transformação, ainda poderá prejudicar o leitor, não porque a sua mensagem é perigosa, mas porque o mal discernimento das coisas espirituais poderá levar o leitor àos caminhos que até parecem de vida, mas proporcionam fim tráfico: falta de fé, questionamento da soberania e infalibilidade divina, etc.
Para tanto, propomos aqui 8 formas de você ler a sua Bíblia e adquirir tanto o conhecimento de Cristo, quanto o alimento espiritual para a sua alma. Acompanhe comigo!

1. Comece a ler sua Bíblia hoje mesmo

A maneira de se fazer algo – é fazendo; e a maneira de se ler a Bíblia – é realmente lendo-a! Não é meramente querendo, ou desejando, ou decidindo, ou pretendendo, ou pensando sobre isso – assim você só avançará um passo. Você deve de fato ler. Não há um “caminho dourado” para esse assunto, assim como não há para a oração. Se você não sabe ler, convença alguém a lê-la para você. De uma maneira ou de outra, através dos olhos ou ouvidos – as palavras das Escrituras precisam passar pela sua mente.

Não pense, nem por um momento, que a grande questão é virar certa quantidade de papel impresso, sem importar se você entende ou não. Algumas pessoas ignorantes parecem imaginar que se eles avançaram tantos capítulos por dia, sua tarefa está feita, apesar de não terem noção sobre o que foi lido. Só sabem que avançaram o marcador de livros algumas páginas para frente. Isso é transformar a leitura da Bíblia em um mero ritual. Guarde isso na sua mente como um princípio geral: uma Bíblia que não é entendida é uma Bíblia que não faz nada em sua vida! Diga a você mesmo constantemente enquanto você lê, “De que se trata tudo isso?”. Busque o significado como um homem busca por ouro.2. Leia a Bíblia com um desejo profundo de entendê-la

3. Leia a Bíblia com a fé e humildade de uma criança

Abra seu coração à medida que você abre o livro de Deus e diga: “Fala, Senhor, pois teu servo está ouvindo!”. Decida implicitamente acreditar em qualquer coisa que você encontre lá, não importa o quanto seja contrário aos seus próprios desejos e preconceitos. Decida receber no coração cada afirmação da verdade, quer você goste ou não.
Fique atento àquele hábito miserável no qual alguns leitores da Bíblia caem – eles aceitam algumas doutrinas porque gostam delas, e rejeitam outras porque elas os condenam, ou condenam algum parente ou amigo. Dessa forma, a Bíblia é inútil! Somos juízes sobre o que deve estar na Palavra de Deus? Sabemos melhor do que Deus? Guarde em sua mente: você receberá tudo e crerá em tudo, e aquilo que você não for capaz de entender, você aceitará que é verdade mesmo assim. Lembre, quando você ora, você está falando com Deus, e Deus o ouve. Mas lembre também, quando você lê as Escrituras, Deus está falando com você, e você não deve “ordenar”, mas ouvir!

4. Leia a Bíblia com um espírito de obediência e autoaplicação

Sente para estudá-la com uma determinação diária de que você viverá por suas regras, descansará em suas afirmações e agirá de acordo com seus mandamentos. Considere, à medida que navega por cada capítulo. “Como isso afeta meu pensamento e minha conduta diária? O que essa passagem me ensina?”.
É um trabalho pobre ler a Bíblia por mera curiosidade e propósitos especulativos para encher sua mente com meras opiniões, porque você não permite que o livro influencie seu coração e sua vida. A Bíblia que é mais bem lida é aquela que é mais praticada!

5. Leia a Bíblia diariamente

Faça com que a leitura e meditação de algum trecho da Palavra de Deus sejam parte do seu dia a dia. Meios particulares de graça são tão necessários diariamente para nossas almas como alimento e vestimenta são para nossos corpos. O pão de ontem não alimentará o trabalhador hoje; e o pão de hoje não alimentará o trabalhador amanhã. Faça como os Israelitas no deserto. Pegue o seu maná fresco a cada manhã. Escolha a parte do dia e os horários. Não atropele sua leitura, apressadamente. Dê a sua Bíblia a melhor e não a pior parte do seu tempo!
Qualquer que seja o plano que você use, faça da visita ao trono da graça e a Palavra de Deus uma regra da sua vida para todos os dias.

6. Leia toda a Bíblia – e a leia de uma maneira ordenada

Temo que haja muitas partes da Palavra que algumas pessoas nunca lêem. Para dizer o mínimo, isso é um hábito muito presunçoso. “Toda a Escritura é útil” (2 Timóteo 3.16). Esse hábito é o causador da falta de uma visão balanceada da verdade, tão comum hoje em dia. Algumas pessoas lêem a Bíblia como um perpétuo sistema de “mergulhar e pegar”, como aperitivos. Eles parecem desconsiderar a possibilidade de avançar regularmente por todo o Livro.

7. Leia a Bíblia de forma justa e honesta

Decida considerar tudo em seu significado claro, óbvio, e considere com muita suspeita todas as interpretações forçadas. Como uma regra geral, o que um verso da Bíblia parece significar – é o que ele significa! Uma regra bastante valiosa é: “A maneira correta de se interpretar a Escritura é considerá-la como a encontramos, sem nenhuma tentativa de forçá-la a um sistema teológico particular.”

8. Leia a Bíblia com Cristo continuamente em perspectiva

O grande e primário objeto de toda a Escritura é testificar sobre Jesus! As cerimônias do Antigo Testamento são sombras de Cristo. Os juízes do Antigo Testamento são tipos de Cristo. As profecias do Antigo Testamento estão cheias dos sofrimentos de Cristo e de Sua Glória ainda porvir. A primeira e a segunda vinda, a humilhação do Senhor e Seu reino glorioso, Sua cruz e sua coroa brilham intensamente em toda a Bíblia. Segure-se firme nisso, e você lerá a Bíblia corretamente.
Eu poderia facilmente adicionar mais dicas, porém, apesar de poucas e curtas, você perceberá que estas são muito proveitosas quando postas em prática.

 Você deseja aprender mais da Bíblia?

Não sei se você tem dificuldades para entender a Bíblia com profundidade. Eu já tive muita dificuldade e sofri muito! Mas não me dei por vencido, não desanimei.
E como está o seu nível de compreensão da Palavra de Deus? Está abaixo do que você acredita ser o ideal? Que tal entender assuntos da Bíblia de forma simples e rápida, ajudado por quem já superou as mesmas dificuldades que você enfrenta?
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Fonte:https://www.institutodeteologialogos.com.br/8-maneiras-de-ler-e-estudar-a-biblia/

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O que é uma pregação expositiva e por que um pastor deve pregar desta forma?

28.11.2018
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
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O que é um sermão “expositivo”?

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Um sermão expositivo é aquele que toma o ponto principal de uma passagem da Escritura, faz dele o ponto principal do sermão e o aplica à vida de hoje.
Em outras palavras, um sermão expositivo expõe o significado de uma passagem da Escritura e mostra a sua relevância para a vida dos ouvintes. É isso.
Isso significa que um sermão expositivo
  1. NÃO precisa focar apenas em um ou dois versículos.
  2. NÃO precisa apresentar argumentos exegéticos complexos ou uma interminável contextualização histórica.
  3. NÃO precisa ser seco, sem vida, ou distante da vida das pessoas.
  4. NÃO confunde o ponto principal da passagem com qualquer aplicação legítima daquela passagem (isto é, não usa um versículo para dizer o que você quiser dizer).
Ao invés disso, ele toma uma passagem da Escritura – curta, média ou longa – e mostra quão dramaticamente importante é o significado primário daquela passagem para o mundo de hoje.

Por que um pastor deveria pregar expositivamente?

Um pastor deveria pregar expositivamente porque Deus opera por meio da sua palavra. O falar de Deus corresponde ao agir de Deus.*
  • Deus criou por sua Palavra (Gn 1.3; Sl 33.6) e ele nos recria por meio da sua Palavra (2Co 4.5-6).
  • Deus chamou Abraão para si por meio da sua Palavra, e ele chama os crentes para si por meio da sua Palavra (Gn 12.3; Rm 8.30).
  • A Palavra de Deus nos faz nascer de novo (1Pe 1.23).
  • A Palavra de Deus nos santifica (Jo 17.17).
  • A Palavra de Deus está em constante operação nos crentes para nos fazer glorificar a Deus em nossas vidas mais e mais (1Ts 2.13).
A Palavra de Deus não é apenas descritiva, ela é efetiva. A Palavra de Deus não apenas anuncia, ela cria. Se a vida e a morte estão no poder até mesmo da nossa fala (Pv 18.21), a vida eterna depende inteiramente da fala de Deus.
Então o que isso significa para o pregador? Significa que o único poder que o seu ministério poderá ter virá do Espírito de Deus operando através da Palavra de Deus. A Palavra e o Espírito de Deus convertem pecadores. A Palavra e o Espírito de Deus edificam os santos. A Palavra e o Espírito de Deus realizam os propósitos de Deus no mundo (Is 55.10-11).
É por isso que todo pastor deveria pregar “expositivamente” – isto é, pregar sermões que tomam o ponto principal de uma passagem da Escritura, fazem dele o ponto principal do sermão e o aplicam à vida de hoje. Semana após semana, o pastor deveria começar não com o que ele acha que a congregação precisa ouvir, mas com o que Deus disse ao seu povo na sua Palavra.
(*Parte deste material foi retirado de Michael Horton, People and Place [Louisville: Westminster John Knox, 2008], 39-42)
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Fonte:https://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/04/o-que-e-uma-pregacao-expositiva-e-por-que-um-pastor-deve-pregar-desta-forma/

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

10 planos de leitura bíblica e orante para 2018

09.02.2018
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHOS, 29.12.17
Por  Vinicius Musselman Pimentel

 10-planos-leitura-biblica-2018
“É absolutamente necessário, a fim de que a felicidade no Senhor possa continuar, que as Escrituras sejam lidas regularmente. Nós devemos especificamente, com regularidade, ler as Escrituras sequencialmente e não escolher um capítulo aqui e outro ali. Se fizermos assim, seremos sempre anões espirituais. Eu digo isso a vocês carinhosamente. Durante os primeiros quatro anos depois da minha conversão eu não fiz nenhum progresso porque eu negligenciei a Bíblia. Mas quando eu li regularmente através da Bíblia toda. eu imediatamente progredi. Então minha paz e alegria continuaram mais e mais. Eu tenho feito isso há 47 anos. Eu li a Bíblia inteira aproximadamente 100 vezes e eu sempre acho revigorante. Assim minha paz e alegria têm aumentado mais e mais.” (D. L. Moody).

2018 está chegando e, de costume, planejamos o que iremos fazer no próximo ano. Porém, conforme ressalta John Piper no artigo Um Apelo de Ano Novo: Planeje!, nós precisamos planejar tanto as nossas necessidades físicas quanto as espirituais. Assim, queremos incentivá-lo a ler a Bíblia durante o próximo ano.

Pensando nisso trazemos algo novo neste ano. Iremos fornecer dois tipos de plano de leitura: bíblica e orante. A leitura bíblica irá focar mais em ler trechos maiores das Escrituras, buscando ler a Bíblia inteira ou parte dela em certo período de tempo. A leitura orante tem como alvo pautar e enriquecer a oração, por isso ela foca na leitura diária do livro dos Salmos e de outras orações da Escritura.

2 Planos de Leitura Orante

O objetivo da leitura orante não é somente ler o trecho selecionado, mas refletir sobre ele e torná-lo seu, usá-lo como base de sua oração pessoal a Deus. Desta forma, ela irá auxilia-lo a adquirir um vocabulário bíblico de oração e orar com as próprias palavras inspiradas de Deus.

Com dúvida de como fazer, confira estas duas postagens:
  1. Como orar um salmo
  2. 6 dicas para ler os Salmos devocionalmente

Plano de Leitura Orante dos Salmos Trimestral Semestral

Pensar que Deus inspirou orações é algo incrível. Deus não só inspirou o que ele queria falar conosco, mas inspirou o que nós deveríamos falar para ele. Você tem dificuldade de orar? Não sabe o que pedir? Não sabe como pedir? Bom, seu Pai inspirou um livro inteiro chamado Salmos recheado de diversos tipos de orações (louvores, ações de graças, súplicas, confissões). Então, aprenda a orar com a própria Bíblia e leia um (semestral) ou dois (trimestral) salmos por dia e os torne sua oração.

Sugiro que invista 10 minutos do seu dia para esta devocional diária. Mas, caso perca algum dia, o plano tem 25 dias de leitura por mês para que você consiga recuperar sua devocional.

Plano de Leitura Orante Quadrimestral BAIXAR

Desenvolvi este plano para que pudéssemos aprender a orar não somente com os salmos, mas também as demais orações na Bíblia. Selecionei 50 das principais orações ou trechos sobre oração, desde a intercessão de Abraão por Sodoma até o simples “Maranata, vem Senhor Jesus!”, passando pelas orações de Paulo (importantíssimas para aprendermos sobre o que orar uns pelos outros, conforme D. A. Carson ensina no excelente livro Um chamado à reforma espiritual). Também encaixei estrategicamente 28 trechos que ensinam sobre oração e coloquei entre parênteses junto à oração principal a fim de ensinar e reforçar algo daquela oração (sugiro que leia o texto suplementar antes). Sugiro que invista 10 minutos do seu dia para esta devocional diária.

Sugiro que invista 10 minutos do seu dia para esta devocional diária. Mas, caso perca algum dia, o plano tem 25 dias de leitura por mês para que você consiga recuperar sua devocional.

8 Planos de Leitura Bíblica

Separamos 8 planos de leitura bíblica e listei aqui pela ordem de dificuldade. Se você é um novo convertido, considere comprometer-se com o “Plano de Leitura para Novos Convertidos”, pois possui só 30 dias e irá dar uma visão geral da Bíblia para você. Após, considere ler o Novo Testamento em 6 meses com o “Plano de Leitura do Novo Testamento” ou em um ano com o “Plano de Leitura do Novo Testamento 5×5”. Se você já é um cristão mais maduro na fé, mas está com dificuldade de manter o hábito da leitura, considere o “Plano de Leitura Bíblica Diário de Discipulado”, que possui pausas e dias de reflexão. Se você já é um cristão maduro na fé com o hábito regular de leitura, considere os demais planos.

Plano de Leitura para Novos Convertidos BAIXAR

Com este plano elaborado pelo pastor Garret Kell, em 30 dias, com uma leitura diária, você terá um quadro geral da história da Bíblia. Exemplo: Dia 1 – Gênesis 1.1–3.19 – A Criação e a Queda da Humanidade

Este plano é ideal para discipular novos convertidos, pois dá a oportunidade de explicar um breve panorama da história e doutrinas bíblicas. É claro que há muito que fica de fora, mas é um ótimo lugar para começar. Você levará cerca de 7-10 minutos para fazer sua leitura diária.

Plano de Leitura do Novo Testamento 5×5 BAIXAR

Com este plano elaborado pelo Discipleship Journal, em um ano você lerá o NT inteiro uma vez, com 1 leitura diária de 5 minutos, 5 vezes por semana, com pausa e em uma sequência intercalada dos livros neotestamentários. Exemplo: Semana 4: Mc 16; At 1; At 2; At 3; At 4.

Este plano é ideal para quem está começando. Com apenas 5 minutos e somente 5 vezes na semana, você conseguirá ler o todo o NT. Os evangelhos estão distribuídos na leitura, tornando-a, assim, menos repetitiva no começo.

Plano de Leitura do Novo Testamento BAIXAR

Com este plano modificado da ESV Outreach Bible, em seis meses você lerá o NT inteiro uma vez, com 1 leitura diária, sem pausa e em uma sequência canônica dos livros. Exemplo: Dia 1 – Mt 1‐2.

Este plano é ideal para quem está começando e deseja algo um pouco além do plano 5×5. Você levará cerca de 5-7 minutos para fazer sua leitura diária.

Plano de Leitura Bíblica Diário de Discipulado   BAIXAR

Elaborado por Mark Bogart e Peter Mayberry para o Discipleship Journal, em um ano você lerá a Bíblia inteira uma vez, com 2 leituras diárias, pausa e em uma sequência intercalada dos livros bíblicos. Exemplo: Dia 1 – Gn 1-2; Sl 1 | Dia 22 – Mc 1-3; Sl 17.

Este plano é o meu favorito por três vantagens: possui somente 25 dias de leitura por mês (ou seja, se você perdeu um dia é mais fácil recuperar), possui leitura de um livro por vez (fica confuso ler 4 porções de diferentes lugares por dia) e possui uma leitura devocional nos Salmos ou Provérbios ou Isaías. Os pontos fracos deste plano é que se você é um leitor regular irá ficar, em média, 5 dias no mês sem uma leitura para fazer. Além disso, como tem duas leituras distintas, recomendo fazer uma pela manhã e outra pela noite. Você levará cerca de 7-10 minutos para fazer sua leitura diária.

Plano de Leitura Bíblica Capa-a-Capa   BAIXAR

O plano de leitura capa-a-capa irá fazer exatamente isso, ajudá-lo a ler a Bíblia, com 1 leitura diária e sem pausa, da primeira a última página na sequência de nossas Bíblias atuais. Exemplo: Dia 1 – Gn 1-3.

O ponto forte deste plano é que você seguirá a ordem de nossas Bíblias modernas e terá uma noção melhor da estrutura e história de cada livro bíblico. Por outro lado, pode ser que você tenha dificuldade de ficar um longo período em um estilo literário da Bíblia ou impactar em Levíticos (é tão inspirado quando quanto os Salmos, ok?). Você levará cerca de 10-15 minutos para fazer sua leitura diária.
Plano de Leitura Bíblica Cronológica  BAIXAR
Com este plano elaborado pelo ministério Back to the Bible, você lerá em um ano, com uma leitura diária e sem pausa, a Bíblia inteira em ordem cronológica. Exemplo: Dia 165 – 1Re 8, 2Cr 5 | Dia 166 – 2Cr 6‐7, Sl 136.

O ponto forte deste plano é que você terá uma noção melhor da história da redenção, mas ao custo da coesão literária de cada livro bíblico. Lembre-se, Deus não inspirou uma teologia sistemática ou um livro histórico moderno. Os livros da Bíblia possuem gêneros literários diferentes e devem ser compreendidos dentro de sua própria estrutura e beleza. Porém, é sempre bom saber quando certo Salmo foi escrito ou em que época Isaías viveu e profetizou. Você levará cerca de 10-15 minutos para fazer sua leitura diária.

Plano de Leitura Bíblica M‘Cheyne    BAIXAR

Com este clássico plano elaborado por Robert Murray M’Cheyne você lerá em um ano 1x o AT e 2x os Salmos e o NT, em 4 leituras diárias diferentes em uma sequência intercalada dos livros da bíblia. Exemplo: Dia 1 – Gn 1; Mt 1; Ed 1; At 1.

Este plano é ideal para quem gosta de ler de vários trechos da Bíblia, intercalar AT e NT e já possui o hábito da leitura regular da Bíblia. O ponto fraco deste plano é que se você for ler tudo de uma vez pode ser confuso manter a progressão literária e histórica de 4 livros da Bíblia ao mesmo tempo. Por isso, sugiro dividir a leitura em 4 momentos no dia (manhã, almoço, tarde, noite). Você levará cerca de 15-20 minutos para fazer sua leitura diária.

Plano de Leitura Bíblica M‘Cheyne-Carson    BAIXAR

D. A. Carson modificou o plano de M’Cheyne para dois anos. Assim, você lerá em dois anos 1x o AT e 2x os Salmos e o NT, em 2 leituras diárias diferentes em uma sequência intercalada dos livros da bíblia. Exemplo: Dia 1 – Gn 1; Mt 1.

Este plano é ideal para quem gosta de intercalar AT e NT e irá se comprometer com um plano de 2 anos. O ponto fraco deste plano é que se você for ler tudo de uma vez pode ser confuso manter a progressão literária e histórica de 2 livros da Bíblia ao mesmo tempo.Por isso, sugiro dividir a leitura em 2 momentos no dia (manhã, noite). Você levará cerca de 7-10 minutos para fazer sua leitura diária.

Aplicativo YouVersion

O aplicativo da Bíblia YouVersion também possui diversos outros planos de leitura bíblica, caso você use um aplicativo para ler.

Dicas

Leia corretamente

Tratamos anteriormente sobre as formas erradas de se ler a Bíblia. Uma delas, talvez a mais comum, é a A Abordagem Mina de Ouro: ler a Bíblia como uma mina vasta, cavernosa e sombria, onde ocasionalmente tropeça-se em uma pedra de inspiração. Resultado: leitura confusa. Ler a Bíblia assim provavelmente o levará ao desânimo quando chegar em Levíticos ou Números, por exemplo. Mas lembre-se: a Bíblia não é chata; avatar é chato!

Outra abordagem comum é A Abordagem Heróica: ler a Bíblia como um hall da fama moral que dá um exemplo após outro de gigantes espirituais que devem ser imitados. Resultado: leitura desesperadora. Se você lê a passagem que Davi mata Golias e tudo o que você medita sobre isso é como você irá vencer os gigantes de sua vida, você precisa parar de ler a Bíblia (especialmente o Antigo Testamento) de forma biográfica moralista.

Além dos artigos mencionados acima, aconselhamos a leitura dos artigos Como Interpretar a Bíblia e 5 formas de não ler a Bíblia

Hábito e Rotina

Escolha um momento e um lugar

Algumas pessoas tem a visão errônea de que tudo que é feito motivado por amor não pode ser feito em forma de uma rotina. É como dizer que o maratonista que treina todo dia não ama o que ele está fazendo.

Duas dicas: (1) planeje seu horário de devocional e, através da repetição, transforme isso em um bom hábito. Lembre-se: o diabo vence nossa devocional antes mesmo de acontecerem por não planejarmos; (2) Ore antes de ler (não se esqueça que compreender corretamente as Escrituras é uma obra sobrenatural do Espírito Santo, então você precisa tanto se esforçar para entender corretamente o texto como orar) – John Piper recomenda que oremos o IDDS:

Inclina-me o coração aos teus testemunhos (Salmos 119:36).
Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei. (Salmos 119:18).
Dispõe-me o coração para só temer o teu nome. (Salmos 86:11).
Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. (Salmos 90:14).

O puritano Thomas Watson fornece mais dicas valiosas aqui.

Qual tradução usar?

Se você está preocupado com qual tradução usar, confira a resposta de Augustus Nicodemus. Minhas sugestão pessoal é: comece com a ARA (Almeida Revista e Atualizada) ou a NVI (Nova Versão Internacional) e a cada ano leia em uma tradução diferente (lembrando que tem Bíblias que são paráfrases e não traduções, conforme (Piper ressalta neste vídeo).

*Vinicius Musselman Pimentel é formado em engenharia química pela UNICAMP, graduando em Teologia pelo Seminário Martin Bucer e mestrando em MDiv com habilitação em Pregação pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. Atualmente, trabalha como Editor Online no Ministério Fiel. Vinícius é casado com Aline e vive em São José dos Campos/SP.

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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/12/10-planos-de-leitura-biblica-e-orante-para-2018/#1483026367014-49086b0f-9439

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A Bíblia é digna de crédito? Como foi escrita?

18.08.2016
Do blog CIÊNCIA E FÉ

Sim, a Bíblia é digna de crédito. Ao estudar a Bíblia com cuidado, verifica-se que ela não contém erros grosseiros como os encontrados em outros escritos antigos. Embora a Bíblia contenha muitas descrições não científicas, nenhum trecho da Bíblia precisa ser revisto em função de resultados conclusivos de pesquisas científicas.
A Bíblia foi escrita num período de cerca de 1500 anos. Estiveram envolvidos aproximadamente 45 escritores de diferentes origens e ocupações. Entre eles estão os intelectuais Moisés e Paulo, o comandante militar Josué, o ministro de estado Daniel, os reis Davi e Salomão, o pastor de ovelhas Amós, o pescador Pedro, o médico Lucas. Muitas vezes os textos da Bíblia foram escritos em lugares incomuns, como no deserto, na prisão, no palácio, em viagens ou no exílio. Sua redação se deu nas mais diversas situações emocionais como alegria e amor, medo e preocupação, necessidade e desespero. Apesar das 60 gerações que passaram durante sua composição e apesar da grande diversidade de escritores, a Bíblia expõe uma temática uniforme e coordenada, tratando de centenas de tópicos com harmonia e continuidade notáveis.
A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo Testamento (AT), com escritos de antes da era cristã, e o Novo Testamento (NT), com escritos da era cristã. Um catálogo ou lista dos escritos incluídos na Bíblia é chamado de cânon bíblico. Os cânones usados pelos cristãos católicos, protestantes e ortodoxos têm diferenças no AT. Não há diferenças na composição do NT.
As listas mais antigas de textos do AT correspondem ao Tanach, o principal conjunto de livros sagrados do judaísmo. Este é o cânon do AT adotado nas Bíblias protestantes. Textos adicionais, chamados de deuterocanônicos, existem no AT das Bíblias católicas e ortodoxas. Estes textos provém da Septuaginta, uma tradução de livros judaicos para o grego, muito usada desde antes da era cristã. As diferenças no cânon do AT podem ser entendidas como secundárias, pois para reformadores protestantes como Lutero, os textos deuterocanônicos "não são considerados iguais às Sagradas Escrituras, mas mesmo assim de leitura boa e proveitosa."
Achados arqueológicos (como por exemplo os escritos das cavernas de Qumran) têm comprovado a qualidade dos manuscritos disponíveis para os textos do AT. E também com relação ao seu conteúdo, o arqueólogo e orientalista William Foxwell Albright (1891-1971) resume: "Não há como negar que a arqueologia confirma a substancial credibilidade histórica da tradição do Antigo Testamento."
A referência mais antiga ao cânon do NT é conhecida como o Cânon de Muratori e data do século II. Relaciona os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), as cartas de Paulo, Judas, as duas primeiras cartas de João e o Apocalipse. Não inclui as epístolas de Tiago, as de Pedro e aquela aos Hebreus. Controvérsias existiram com relação à inclusão no cânon de Hebreus, Tiago, Judas, Apocalipse, a segunda e terceira cartas de João e a segunda de Pedro. Da mesma forma, outros escritos já estiveram no cânon do NT, e depois foram rejeitados. Dentre estes, os principais foram a primeira carta de Clemente aos Coríntios (do século I) e o Pastor de Hermas (do século II). Há documentos históricos, como a História da Igreja, escrita por Eusébio de Cesaréia (cerca de 260-340), que relatam os argumentos usados para inclusão ou não dos diversos textos no cânon bíblico.
A lista completa dos livros do NT aparece pela primeira vez numa epístola de Atanásio de Alexandria para a Páscoa de 367 d.C. Esta mesma lista foi confirmada posteriormente nos concílios regionais Hipona I (393 d.C) e Cartago III (397 d.C) e IV (417 d.C). Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C.) também confirma este cânon para o NT.
A autenticidade do NT, em especial a dos evangelhos, é significativa para a fé cristã, que neles tem fundamento. A evidência histórica e testemunhos arquelógicos mostram a proximidade entre a vida de Jesus e a redação dos evangelhos. A relevância desta proximidade é ressaltada no próprio NT, por exemplo por Pedro, que escreve em sua segunda carta: "Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza." (1:16)
Dispõe-se hoje de mais de 5200 cópias manuscritas com textos do original grego do NT. Alguns são papiros (os mais antigos testemunhos do texto do NT), outros são códices unciais (escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho),códices minúsculos (escritos mais tarde em caracteres minúsculos) ou lecionários (cópias para uso litúrgico). Há mais de 80 papiros, 260 códices maiúsculos, 2700 códices minúsculos e 2100 lecionários distribuídos por bibliotecas de vários países.
As pequenas variações encontradas nestes mais de cinco mil manuscritos são gramaticais ou sintáticas, sem implicações relevantes de conteúdo. Analisando e comparando os manuscritos, os especialistas são capazes de reconstruir a face autêntica original do Novo Testamento que hoje usamos. A documentação existente para esta reconstrução é excepcionalmente privilegiada. Isto fica claro ao confrontar as testemunhas do texto original do NT com as dos textos clássicos latinos e gregos. As primeiras cópias das obras de escritores clássicos (Virgílio, Horácio, Platão, Eurípedes, etc.) consideradas autênticas e plenamente reconhecidas são posteriores às primeiras cópias dos evangelhos.
A autenticidade do NT é também confirmada por historiadores antigos. Eusébio de Cesareia, por exemplo, cita Pápias († 130) bispo de Hierápolis, nascido no primeiro século, isto é, no tempo em que João ainda vivia. Pápias disse sobre o evangelho de Mateus: "Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres [de Jesus] na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode." (História da Igreja III, 39:16).
Uma outra citação de Pápias na obra de Eusébio refere-se ao evangelho de Marcos: "Marcos, tendo se tornado intérprete de Pedro, anotou exatamente, embora não em ordem, tudo o que recordou das palavras e ações de Cristo. Pois não ouviu o Senhor nem o seguiu, mas depois, como eu já disse, seguiu a Pedro, que adaptava seu ensino às necessidades dos ouvintes, sem a intenção de dar um relato conectado dos discursos do Senhor. Assim, Marcos não cometeu engano quando escreveu as coisas como as recordou, pois era cuidadoso em nada omitir do que tinha ouvido, e nada dizer de falso." (História da Igreja III, 39:15).
Outro testemunho foi dado por Irineu († 200). Ele foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que por sua vez foi discípulo de João. Sobre a origem dos evangelhos Irineu escreve: "Mateus, igualmente, compôs um evangelho entre os hebreus no seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma, e lançavam os fundamentos da igreja. Após sua partida, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, igualmente entregou-nos por escrito o que tinha sido pregado por Pedro. Lucas, o companheiro de Paulo, também anotou num livro o evangelho pregado por ele. Mais tarde, João, discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também um evangelho quando de sua estadia em Éfeso." (Contra as heresias I, 1).
Muitos autores discutem a credibilidade do texto bíblico com detalhe e objetividade. Para saber mais, consulte:
  • J. McDowell - Novas evidências que demandam um veredito. Volumes 1 e 2, Editora Hagnos, 2013. (clique aqui para localizar este livro no site da editora)
  • J.A. Thompson - A Bíblia e a arqueologia, Editora Vida Cristã, 2004.
  • F.F. Bruce - Merece confiança o Novo Testamento?, Editora Vida Nova, 2004. (clique aqui para localizar este livro no site da Editora Vida Nova)
  • G. Habermas - "Why I believe the New Testament is historically reliable", In: N.L. Geisler e P.K. Hoffman (Eds.), Why I am a Christian: leading thinkers explain why they believe, Baker Books, 2001.
  • G. Habermas - "Recent perspectives on the reliability of the gospels"Christian Research Journal, 28(1), 2005.
  • G.L. Archer Jr. - Panorama do Antigo Testamento, nova edição revisada e ampliada do clássico Merece confiança o Antigo Testamento?, Editora Vida Nova, 2012. (clique aqui para localizar este livro no site da Editora Vida Nova) 
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Fonte:http://www.freewebs.com/kienitz/resp.htm#perga2

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Infinitamente mais do que pedimos

19.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Martinho Lutero

terça-feira
Os meninos se empurravam dentro dela, pelo que disse: “Por que está me acontecendo isso?” Foi então consultar o Senhor. — Gênesis 25.22
A oração de Rebeca era para a sua própria vida e a dos seus bebês. Mesmo assim, sua oração resultou no nascimento de dois grandes líderes e de todos os seus descendentes. Ela pediu a Deus apenas um centavo, mas obteve uma montanha de ouro – algo que ela não havia esperado nem ousado acreditar. Ela fez uma oração modesta e razoável, e estava disposta a ficar satisfeita com pequenos benefícios.
Nós também temos o hábito de orar por coisas triviais e insignificantes. Quando oramos, não levamos em consideração a grande majestade de Deus. Se Deus quisesse nos dar somente coisas mesquinhas e superficiais, ele não teria nos dado tal modelo magnificente de oração: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu reino”. Deus tem abundância de recursos e ele não é avarento. Ele nos oferece generosamente os melhores presentes disponíveis no céu e na terra. Ele espera que nós peçamos a ele muitas coisas e que acreditemos sinceramente que obteremos o que pedimos. Quando recebemos o que pedimos na oração do Pai-Nosso, estamos, na verdade, recebendo céu e terra, e tudo o que eles contêm. Pois, quando pedimos que o seu nome seja santificado, que o seu reino venha, e que sua vontade seja feita, estamos esmagando inúmeros demônios e envolvendo o mundo todo em uma única oração.
Por sermos tão limitados e termos uma fé tão fraca, devemos observar cuidadosamente como Deus respondeu à oração de Rebeca. Deus não fica contente em nos proporcionar uma pequena quantidade daquilo que pedimos, mesmo se pedimos somente um pouco. Ele prefere nos dar “infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/01/19/autor/martinho-lutero/infinitamente-mais-do-que-pedimos/

domingo, 10 de janeiro de 2016

Resenha do livro: "Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja"

10.01.2016

Do blog GRAÇA LIVRE, 08.01.14
Por Thiago Velozo Titillo

HALL, Christopher A. Lendo as Escrituras com os pais da igreja. 2. ed. Tradução Rubens Castilho e Meire Santos. Viçosa, MG: Ultimato, 2007. 248 p.

A pergunta que permeia a obra de Hall é: a leitura bíblica dos pais da igreja tem algo a me acrescentar hoje?

Para responder a essa questão, o autor, logo no primeiro capítulo, apresenta motivos para ler os pais da igreja ("por que ler os pais?"). Hall desenvolve um cuidadoso trabalho no sentido de quebrar preconceitos protestantes acerca dos pais como sendo os promotores dos abusos medievais amparados pela tradição católica. O próprio Lutero interagiu com os pais, em particular, com Agostinho, insistindo que "é necessário comparar os livros dos pais com a Escritura e julgá-los de acordo com sua luz" (p. 19). Mesmo o moto "sola scriptura" não deve ser entendido como absoluto individualismo (oriundo do iluminismo). Lutero e Calvino consideraram seriamente a história, os credos e concílios, a tradição e os pais. Para tais reformadores, fechar-se a tais fontes era uma tolice cometida por arrogantes (p. 20). Como apelo final, Hall menciona a jornada teológica de Thomas Oden da teologia moderna (e liberal!) para a paleo-ortodoxia através do criterioso estudo do pensamento patrístico. Em última análise, esquecer o passado cristão é navegar à deriva no imenso mar do cristianismo histórico.

No capítulo dois, intitulado "a mente moderna e a interpretação bíblica", Christopher Hall mostra o impacto do iluminismo na teologia em geral, e na interpretação bíblica, em particular. O afastamento da cosmovisão cristã da realidade logo tornou o ateísmo uma opção filosófica amplamente aceita (pp. 31-32). A filosofia e a hermenêutica pós-moderna, no entanto, questionam a pretensão iluminista de uma razão autônoma. Doutro lado, cristãos conservadores buscavam interpretar a Bíblia como um livro que caiu do céu, lendo-a como se ninguém antes a tivesse lido. Tal fuga da tradição apenas alimenta o exagerado individualismo epistemológico e teológico prevalecentes hoje. Contra tal postura, Wilken argumenta que "nós aprendemos a pensar lendo bons pensadores e deixando que seus pensamentos formem nossos pensamentos" (p. 36). Eles já passaram pela prova do tempo. 

Ao construirmos pontes que nos levem ao mundo dos pais, poderemos encontrar respostas não-viciadas para questões atuais. Agostinho é um exemplo de como a questão do comportamento sexual também fazia parte da vida de um homem dos idos de 400 d.C. Sua sociedade também era sexualmente permissiva (p. 41). Clemente de Alexandria denuncia a extravagância e ostentação em suas próprias congregações (p. 42). Um argumento significativo em favor de se "ler as Escrituras com os pais da igreja" é a proximidade hermenêutica destes em relação aos textos sagrados. Hall cita Allison mencionando que nenhum comentário moderno sobre Mateus liga à afirmação de Jesus ("Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra"; Mateus 5.5) a Moisés. Todavia, Crisóstomo, Teodoreto de Ciro e Eusébio veem nas palavra de Jesus uma referência a Números 12.3, onde é dito que Moisés é o homem mais manso da terra, embora não tenha entrado na terra da promessa. Não seria sóbrio considerar tal alusão, tendo em vista a proximidade hermenêutica dos pais em relação às Escrituras?

No capítulo três, o autor define os critérios para ser um pai da igreja: 1) antiguidade; 2) santidade de vida; 3) doutrina ortodoxa; 4) aprovação eclesiástica.

No capítulo seguinte, Hall apresenta a abordagem hermenêutica dos quatro doutores do Oriente: Atanásio, Gregório de Nazianzo, Basílio o Grande e João Crisóstomo.

O capítulo cinco, segue a apresentação hermenêutica dos quatro doutores do Ocidente: Ambrósio, Jerônimo, Agostinho e Gregório o Grande.

No capítulo seis ("Os pais e a Escritura"), Christopher Hall apresenta a exegese em Alexandria, segundo a qual a Bíblia era tida como um texto polissêmico, contendo um significado mais profundo e espiritual do que aquele aparente num primeiro olhar. Para alguns pais a distinção entre tipologia e alegoria era uma linha tênue demais. As exegeses de Justino, Irineu, Filo (judeu) e Orígenes são tratadas nesse capítulo.

No capítulo seguinte, Hall apresenta a resposta de Antioquia, através de uma exegese fundamentada na "theoria" (tipologia) cristológica, priorizando o sentido histórico do texto. Deodoro de Tarso (seu comentário sobre os Salmos) e Teodoro de Mopsuéstia recebem atenção nesse capítulo. No fim do capítulo, o autor apresenta as singularidades das escolas alexandrina e antioquena sobre a questão da riqueza e da pobreza, principalmente à luz da passagem sobre o jovem rico.

O oitavo e último capítulo, intitulado, "Dando sentido à exegese patrística", busca fortalecer a ideia prévia de que a leitura dos pais é oportuna para os cristãos hodiernos. Isso porque há uma tradição comum entre os cristãos de segmentos diferentes, inclusive naqueles que pensam que existem sem qualquer tradição. Ouvir os pais e recordar aquilo que o Espírito deu aos seus servos do passado não é apenas sábio, mas um sinal de confiança no Deus que agiu no passado e continua a agir hoje.

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Fonte:http://graca-livre.webnode.com/news/resenha-do-livro-lendo-as-escrituras-com-os-pais-da-igreja/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

6 maneiras de avaliar um sermão .

07.01.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Keith Collier*

Pregacao-Expositiva-6-maneiras-de-avaliar-o-sermao

Imagine isto: dois homens estão diante de uma plateia, ao vivo, competindo por votos. Cada um espera fazer a sua melhor apresentação e impressionar a multidão de tal modo que, quando as cédulas forem contadas, ele seja eleito o vencedor.

Não, esse não é o mais novo show de talentos de Simon Cowell ou Mark Burnett.[1] Na verdade, foi uma cena imaginada por um bem-intencionado membro de nossa igreja ao iniciarmos a busca por um pastor titular.

Pouco familiarizada com o processo de busca, essa querida irmã perguntou se, depois de examinarmos todos os currículos, nós reduziríamos o número de candidatos a dois e os chamaríamos para participarem de uma espécie de concurso de pregação. Então, e somente então, os membros votariam naquele de quem mais gostassem.

A pergunta dela foi inocente, mas tenho certeza de que um processo semelhante a esse infelizmente já aconteceu em mais de uma igreja, deixando para trás um rastro de confusão, sentimentos feridos e divisão. A razão para tanto é que esse processo trata a pregação da Palavra de Deus como uma espécie de apresentação para a qual devemos dar nossa aprovação ou desaprovação.

Obviamente, nós vivemos em uma cultura de criticismo com avaliações movidas pelo entretenimento e comentários instantâneos:

• As celebridades que atuam como jurados nos programas de televisão avaliam os talentos das pessoas para o canto, a dança, a culinária etc., oferecendo comentários ácidos e fazendo julgamentos sarcásticos.

• Os comentaristas em programas esportivos e políticos discutem uns com os outros, escrutinando cada decisão e analisando o desempenho dos outros.

• As mídias sociais oferecem comentários instantâneos de artigos, fotos, vídeos e tudo o mais. Muitos egos têm sido atingidos e muitos corações, feridos pelos comentários (ou pela falta deles) que correm pelos seus feeds de notícias.

Isso nos leva àquela pergunta que muitas vezes é levantada nas conversas com amigos e familiares durante o almoço de domingo: “O que você achou do sermão?”. Se não formos cuidadosos, nossas respostas podem parecer muito com os cenários acima, mais preocupadas com o estalar do fogo do que com a carne sobre ele.

A avaliação do sermão na Bíblia

Na Bíblia, nós encontramos maneiras erradas e maneiras certas de avaliar a pregação:

Erradas – Na segunda carta de Paulo a Timóteo, seu filho no ministério, ele adverte: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4.3-4). A congregação que Paulo descreve não avalia os sermões senão de acordo com o seu próprio termômetro de prazer. Eles só querem ouvir sermões que os façam sentir-se bem.

• Certas – Durante uma das jornadas missionárias de Paulo, ele e Silas entraram na cidade de Bereia e começaram a pregar nas sinagogas. Acerca dos bereanos nos é dito que eles “eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”. Em vez de simplesmente darem ouvidos ao que lhes fazia sentir-se bem, os bereanos avaliavam se os sermões de Paulo e Silas estavam alinhados com as Escrituras.

Assumindo que o seu pastor prega sermões sólidos e bíblicos, aqui estão seis maneiras práticas de avaliar tais sermões que ajudarão no seu próprio crescimento espiritual, fortalecerão o ministério de pregação do seu pastor e edificarão a sua igreja.

Seis maneiras de avaliar o sermão do seu pastor

Avalie em oração

Em antecipação ao domingo, gaste tempo de joelhos. Ore pelo seu pastor enquanto ele prepara o sermão e peça para que ele pregue o evangelho com clareza e urgência. Um bom pastor conhece bem o fardo de compartilhar corretamente a palavra da verdade e estima as orações do seu povo. Além disso, ore por si mesmo e peça para ter ouvidos para ouvir e para que o Espírito Santo o ajude a avaliar o sermão. Ore também para que a congregação responda em fé e obediência.

Avalie em busca de entendimento

A avaliação do sermão envolve mais do que gostar ou não gostar do sermão; ela deve levá-lo a indagar se você entendeu o(s) ponto(s) principal(is) da passagem pregada. Não importa o quão eloquente ou cativante ou bem-humorado seja o seu pastor, você perdeu completamente o ponto se não se concentrou em entender a mensagem. Ao ouvir, identifique os pontos principais e considere a aplicação deles à sua vida.

Avalie criticamente, mas não criticamente

Sim, você leu direito. A diferença entre os dois é a sutil diferença entre crítica e criticismo.

No sentido positivo, nós devemos avaliar um sermão criticamente, como os bereanos avaliavam os sermões de Paulo – pondo-os sob o crivo da Escritura e considerando as suas aplicações.

No sentido negativo, devemos evitar avaliar sermões com um espírito de criticismo. Em nossos esforços para examinar o conteúdo da mensagem, devemos ter o cuidado de não cair no erro de trucidar o mensageiro. Todo pastor tem fraquezas e falhas. Não há necessidade de escrutinar sua gramática ou seus hábitos nervosos. Você não precisa manter um registro de suas pronúncias erradas ou das frases que ele sempre repete. Dissecar as fraquezas do seu pastor o distrai da mensagem e produz desdém para com o mensageiro, o que não é saudável. Confie em mim: provavelmente seu pastor é mais duro consigo mesmo nessas áreas do que você.

Avalie em termos de “nós”, e não de “mim”

Vivemos numa era de um individualismo cristão desenfreado, na qual a natureza da vida cristã é primariamente vista pelas lentes do crescimento e da descoberta pessoais. Como resultado, com frequência nós apenas consideramos como um sermão ou uma passagem da Escritura se aplicam a nós, pessoalmente. Contudo, há outras lentes as quais nunca deveríamos menosprezar – a natureza corporativa ou congregacional da vida cristã. Ao considerar a aplicação do sermão, não pense apenas em como ele se aplica a você individualmente. Considere também como seria se sua congregação vivesse aquelas verdades coletivamente.

Avalie sem ter outra pessoa em mente.

Graças aos podcasts, você agora pode ouvir horas e horas de sermões, a cada semana, proferidos por uma variedade de pregadores talentosos do mundo inteiro. Certamente, há benefícios espirituais individuais em ouvir os sermões de outros pastores. Ao mesmo tempo, tome o cuidado para que esse acesso não encoraje comparações nada saudáveis entre os sermões do seu pastor e aqueles de pregadores proeminentes. Deus deu ao seu pastor um rebanho particular para pastorear, o qual ele não deu a esses outros pastores. Ainda que seu sermão não seja tão refinado ou preciso, ele conhece as forças e fraquezas, as tentações e as inclinações da sua congregação particular melhor do que qualquer pregador de podcast. Por exemplo: a sua congregação está cheia de legalistas ou hedonistas? Seu pastor saberá a resposta e, portanto, saberá para que lado se inclinar na pregação. Deus o posicionou de modo singular para aplicar a Escritura à vida da sua igreja.

Avalie para encorajar

Ao ouvir o sermão, observe aspectos positivos e verdades que Deus tenha lhe ensinado por meio dele e, então, lembre-se de dizê-lo ao seu pastor. Ao fazê-lo, seja específico. Não apenas aperte a sua mão e diga: “Bom sermão”. Diga algo como: “O Senhor realmente me desafiou quando o senhor explicou aquela segunda parte da passagem, que falava sobre generosidade”. A longo prazo, comentários úteis e bons o tornarão um pregador ainda melhor, o que contribuirá para o seu próprio crescimento espiritual e para a edificação da igreja para a glória de Cristo.

* Keith Collier é presbítero da Normandale Baptist Church em Fort Worth, Texas, EUA, e serve como editor-chefe no jornal Southern Baptist Texan. Ele desenvolve seus estudos de Ph.D em Pregação e História da Igreja no Southwestern Baptist Theological Seminary

Notas:

[1] N.T.: Dois jurados do programa norte-americano American Idol.

Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/01/6-maneiras-de-avaliar-um-sermao/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29