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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Isaías Vê o Senhor no Templo. Isaías 6:1-4

16.10.2025

Do blog BIBLIOTECA BÍBLICA, 15.04.25

Antes que os julgamentos anunciados (Is 5:26-30) sejam executados, o Espírito Santo agora toma tempo para descrever o chamado de Isaías para ser um profeta. Seu propósito é mostrar que um remanescente crente é sempre poupado quando o SENHOR está prestes a julgar (cf. Ap 7:3; Ap 9:4). Esse remanescente se humilha sob a mão disciplinadora do SENHOR e treme diante de Sua palavra (Is 66:2). O próprio Isaías é um tipo desse remanescente crente.

Este capítulo está intimamente ligado ao anterior. A triste situação descrita em Isaías 5 existe durante o reinado do rei Uzias. Em 739 aC, ano da morte deste rei, Isaías tem uma visão na qual vê a glória do Senhor, o Rei eterno. Vemos aqui imediatamente o grande contraste entre um rei terreno e o SENHOR. Reis terrenos vêm e vão e morrem, mudanças de tronos ocorrem, mas o SENHOR é Rei em Seu trono para sempre.

Toda a cena que Isaías vê é cheia de santidade. Isso forma um nítido contraste com a condição das pessoas na terra. Isaías vê “o Senhor [Adonai, o Senhor absoluto e soberano] sentado em um trono elevado e exaltado” (Is 6:1). O Evangelho segundo João nos diz que Isaías vê aqui a glória do Senhor Jesus (Jo 12:37-41). Dessa glória, Isaías só pode mencionar a “orelha de Seu manto”. A cauda, a parte inferior do Seu manto (cf. Ex 28,33-34), enche o templo.

Refere-se ao Senhor Jesus na terra. Nele Deus se tornou visível, a quem não podemos ver conforme o seu ser, porque Ele “habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6:16). Ele se cobre “de luz como de um manto” (Sl 104:2) e enche Sua morada celestial, assim como a nuvem de Sua glória uma vez encheu o tabernáculo (Êx 40:35). Quando Moisés e os anciãos viram o Deus de Israel, eles só puderam descrever o que estava sob Seus pés (Êxodo 24:9-10).

Três vezes esses versículos falam sobre ‘cheio’ e ‘cheio’, cada vez usando a mesma palavra hebraica masculino (Is 6:1; Is 6:3; Is 6:4). Duas vezes está conectado com o templo e uma vez com a terra. Aqui vemos, por um lado, a suprema soberania de Deus. Por outro lado, vemos também como Ele está presente naquilo que é Seu. O fato de Ele transcender tudo não significa que Ele esteja muito distante disso. Ele está presente em Seu templo e em Sua criação. Sua exaltação acima de tudo e Seu envolvimento em tudo estão sempre em perfeito equilíbrio na Palavra de Deus.

Os “serafins” (saraph = ardente ou ardente), os ardentes guardiões da santidade do SENHOR (Gn 3:24), não ousam contemplar esta glória (Is 6:2; cf. Hb 12:29). Portanto, em sinal de temor, cobrem o rosto com duas de suas asas. À luz dessa glória, eles indicam ainda mais a humildade de seu serviço exaltado, cobrindo os pés com duas outras asas. Com mais duas asas móveis, eles mostram a prontidão contínua para realizar esse serviço.

Também vemos primeiro as asas com as quais eles se cobrem e depois as asas do serviço. Isso indica que o serviço só pode acontecer se nos esquecermos de nós mesmos, se nos cobrirmos, por assim dizer. Esse é o caso quando estamos na presença de Deus.

Em sua reverência pela santidade do Senhor, eles chamam uns aos outros um triplo ‘santo’ (Is 6:3; cf. Ap 4:8). O três vezes ‘santo’ é possivelmente uma alusão à trindade divina. O uso tríplice de uma palavra indica em hebraico a forma mais elevada, o superlativo. O fato de eles estarem chamando isso um para o outro, um para o outro, aponta para a completa unanimidade que eles têm sobre isso. Não há diferença. No céu, todos os habitantes do céu estão em perfeito acordo sobre a santidade de Deus. Eles não estão preocupados consigo mesmos, mas com Sua glória e santidade. Este também deve ser o nosso caso (Ef 5:19).

A visão dessa tríplice santidade teve um efeito tão tremendo em Isaías que também caracterizará seu serviço. ‘Santo’ significa ‘tomar um lugar separado em relação a outra coisa’, e não apenas em relação ao mal. Assim, o sétimo dia é ‘santificado’, ou seja, separado dos outros dias (Gn 2:3). O SENHOR também é santo com relação aos santos anjos, isto é, Ele é totalmente exaltado acima deles em glória e majestade.

Os anjos também proclamam o conselho de Deus, que é que a Sua glória encha toda a terra (Nm 14:21; cf. Is 11:9; Hab 2:14). Ao fazê-lo, eles proclamam uma profecia, pois ainda não chegou a hora. A glória do SENHOR será vista e reconhecida mundialmente, o que ainda não é o caso (Jr 31:34; Fp 2:11).

A palavra hebraica para “glória”, kabod, é usada para Deus em Sua revelação a Suas criaturas. A essência de Sua Divindade é insondável, mas algo de Sua glória pode ser visto se Lhe agrada revelá-la (Êx 33:17-23; Ez 1:28). De maneira perfeita, essa glória se tornou visível aos crentes no Senhor Jesus (Jo 1:14; 1Jo 1:1-4).

O efeito deste tributo é esmagador. Há movimentação na entrada do templo (Is 6:4) e a própria morada se enche da fumaça (Êx 19:18) do altar do incenso, símbolo da adoração. Fala das glórias pessoais do Senhor Jesus. Sua glória enche a casa.

Isso também tem significado para nós. Quando o Senhor Jesus morreu, Ele realizou a obra de Deus completamente. Por causa disso, o céu está aberto para os pecadores redimidos, para que eles possam se aproximar de Deus em adoração. O trono de Deus agora se tornou “o trono da graça” (Hb 4:16). Este tremendo fato de abrir o céu para as pessoas foi acompanhado pelo tremor da terra (cf. Mt 27,51). Quando os crentes entram no santuário para honrar e suplicar a Deus, também pode haver um efeito tão poderoso (Atos 4:31).

Também encher a casa é algo que podemos experimentar. Quando o Espírito de Deus vem aos discípulos reunidos, Ele enche toda a casa (Atos 2:1-2). Isso acontece porque todos esperavam esse evento de Deus. Eles ansiaram por isso, sem se distrair com tantas coisas no mundo. Se nos unirmos nesse espírito e aguardarmos a revelação de Sua glória, podemos experimentá-la. Então, como Maria, com nossa adoração, encheremos a casa com sua fragrância (João 12:3).

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Fonte:https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/08/significado-de-isaias-6.html

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