07.06.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE 
                        
                  
                      
PLENITUDE DO ESPÍRITO E VIDA FAMILIAR
Texto básico: Efésios 5.18–6.4 
Leitura diária
 
D – Ef 5.17-18 – A família cheia do Espírito
S – Sl 119.160; Mt 24.35 – Dirigida pela Palavra
T – Mt 19.3-10 – Instruída por Jesus
Q – 2Co 3.18 – Moldada pelo Espírito
Q – Gl 5.22-25 – A família e os frutos do Espírito
S – Tg 1.5-6 – A família busca sabedoria de Deus
S – Js 24.14-15 – A família que serve ao Senhor
Introdução
A família é, com toda a certeza, uma das instituições 
mais bombardeadas da atualidade. Há quem diga que a família é uma 
instituição falida. Outros afirmam que a família tradicional não tem 
mais lugar no mundo pós-moderno. Apesar de todos esses ataques malignos,
 nós cremos na família como instituição de Deus e bênção eterna para a 
humanidade. Cremos que Deus criou uma família perfeita no Éden que foi 
corrompida pelo pecado, mas que em Cristo tem recebido graça para lidar 
com os desafios, ser feliz e bem-sucedida. Esta revista irá abordar 
várias questões relacionadas à família, como os papéis do esposo, da 
esposa e dos filhos na família, o lugar da comunição, finanças e sexo no
 casamento, e também a questão do divórcio e novo casamento. Todos estes
 assuntos serão abordados à luz daquilo que Deus nos revelou em sua 
Palavra. Nesta primeira lição, trataremos acerca da plenitude do 
Espírito Santo na vida familiar.
I. Princípios bíblicos gerais
A. Garantia
Ser um cristão não é garantia de um casamento feliz. Infelizmente, 
algumas igrejas comprometidas com a teologia da prosperidade fazem 
promessas quanto ao casamento que vão além daquilo que Deus nos prometeu
 em sua Palavra. A felicidade e o sucesso de um casamento não dependem 
de ritos, correntes de oração ou simples determinações verbais. Ir à 
igreja e frequentá-la regularmente, por si só, não faz do casamento uma 
bênção.
Diante de tanta confusão nos casamentos, é preciso lembrar que é na 
Bíblia que encontramos instruções seguras e preciosas acerca do 
casamento, tanto para os maridos quanto para as esposas, e também para a
 criação dos filhos (cf. Ef 5.22, 25; 6.1-4). A continuidade e 
estabilidade da paz e da felicidade no casamento depende do cumprimento e
 obediência das instruções e mandamentos que Deus determina em sua 
Palavra.
B. Dificuldades
Contudo, ser comprometido com o padrão bíblico de casamento pode 
gerar ainda maiores dificuldades. Aqueles que amam a Deus e sua Palavra 
irão perceber que aplicar os ensinos bíblicos ao casamento não é algo 
fácil.
Para grande parte dos descrentes os problemas no casamento são 
resolvidos com base no divórcio. Mas os cristãos sabem que Deus odeia o 
divórcio (Ml 2.16) e, portanto, deverão empregar todos os esforços para 
manter o casamento, tais como renúncia e reconciliação.
C. Família e fé
Família não é um assunto à parte da nossa fé. Há cristãos que separam
 a sua fé do modo como vivem em família. Ou seja, uma coisa é o que 
creem, outra é o que vivem. Essa é uma visão extremante equivocada. Os 
cristãos devem orientar seu casamento de acordo com os princípios 
revelados por Deus em sua Palavra. Portanto, as regras práticas para o 
casamento e a família (Ef 5.18–6.4) não devem ser dissociadas da 
doutrina cristã. Como veremos, somente uma compreensão adequada da 
relação entre Cristo e a sua Igreja nos ajudará a ter um casamento 
feliz.
D. O conceito bíblico de casamento
O conceito bíblico de casamento é único e diferente de todos os 
demais. O casamento é uma instituição divina, algo criado e ordenado por
 Deus para a bênção da raça humana. A igreja de Jesus Cristo, mesmo 
vendo com tristeza todas as mudanças nos valores da sociedade quanto ao 
casamento, guia-se pelos padrões de Deus revelados na sua Palavra, que 
são valores santos, estáveis e imutáveis (Sl 119.160; Mt 24.35).
II. A família no contexto do Espírito 
A. A raiz dos problemas na família
Todos os cristãos podem ser cheios do Espírito Santo. Podemos começar
 a ser cheios dele colocando em ordem o nosso casamento e relacionamento
 com os filhos. O modo como vivemos para Deus e como nos relacionamos 
com ele afetam diretamente a nossa família.
A raiz da infelicidade de muitos casamentos está na dureza do 
coração, como disse Jesus (Mt 19.8). As frequentes exortações de Paulo 
para que os maridos amem suas mulheres, e estas sejam submissas a eles, 
indicam que os cristãos casados devem estar sempre alerta contra o 
egoísmo, a rebeldia e o orgulho que inundam os seus corações (Jr 17.9; 
Mt 15.19; Pv 4.23). As pessoas encontram as mais variadas justificativas
 para se divorciar como incompatibilidade de gênios (a mais comum), 
falta de comunicação, problemas financeiros (muito comum também), 
problemas sexuais (como se tudo de resumisse nisso) e, “o amor acabou…”.
 Mas o grande problema que leva o casamento ao fim é o pecado da dureza 
do coração, a nossa carne – a velha natureza (Tg 4.1; Gl 5.19-21) e a 
falta de andarmos diariamente no Espírito (Gl 5.16; Ef 5.18).
B. Educação e cultura no casamento
Educação e cultura não são suficientes para fazer um casamento feliz.
 Uma pessoa pode ser muito educada e muito culta, mas se ela não tiver a
 ação do Espírito sobre a sua vida, nada disso pode assegurar a 
felicidade do seu casamento. Educação, cultura e conhecimento são coisas
 boas e devem, quando possível, ser adquiridas. Mas elas não substituem o
 poder do Espírito Santo, que habilita duas pessoas pecadoras e 
diferentes a viverem felizes, por muitos anos, debaixo do mesmo teto. 
Casais cristãos não estão livres, de maneira alguma, de passar por lutas
 e dificuldades, mas é o poder do Espírito que os ajudará a vencer tais 
desafios e serem vitoriosos (Jo 16.33). É pela maravilhosa graça de 
Jesus que os casais, mesmo os mais simples, com pouco ou nenhuma 
cultura, conseguem ser muito felizes (Sl 69.13-14).
C. Não dependa de você mesmo
Não devemos depender de nossas próprias forças. Manter um casamento a
 vida toda é uma luta diária, não é algo fácil e jamais o será. Qual 
marido consegue, com suas próprias forças, amar a sua esposa como Cristo
 amou a igreja? Qual esposa consegue, por si mesma, ser submissa ao 
marido em humildade? Quais pais conseguem criar bem os seus filhos, ou 
quais filhos conseguem obedecer aos seus pais em todo o tempo? A reposta
 é: nenhum!
Somos pecadores e incapazes de obedecer aos mandamentos do Senhor por
 nossa própria vontade ou força. Devemos depender da ação do Espírito 
Santo sobre nós, moldando-nos cada dia mais à imagem de Jesus Cristo. 
Veja o que a Escritura afirma: “E todos nós, com o rosto desvendado, 
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados,
 de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o 
Espírito” (2Co 3.18).
Precisamos ser pessoas cheias do Espírito Santo, controladas e 
capacitadas pelo Espírito Santo, para podermos obedecer a Deus no que 
diz respeito à família e, consequentemente, ter um lar feliz e 
duradouro.
III. Espiritualidade e felicidade no lar
A vida no Espírito é o estilo de vida adequado ao casamento. Uma 
pessoa cheia do Espírito Santo é de fácil convívio, alegre, aberta; ela 
ama, é uma pessoa que está procurando o bem dos outros. Não há nada 
melhor para um casamento do que um alto nível de vida espiritual. Aquele
 que está cheio do Espírito produz o fruto do Espírito (Gl 5.22-25). 
Neste sentido, vejamos quais são as características do fruto do Espírito
 e como elas se aplicam ao casamento.
A. Amor
Muitos confundem o amor no casamento com atração física ou 
companheirismo, embora estes tenham o seu lugar. O amor do qual Paulo 
está falando é o mesmo amor de Cristo pela sua igreja – é um amor 
profundo, santo e incondicional. Ninguém consegue amar dessa maneira se 
não for pela ação sobrenatural do Espírito. Talvez seja por isso que 
casais que não vivem uma vida espiritual profunda não consigam desfrutar
 dessa dimensão do amor conjugal. Para aqueles que estão cheios do 
Espírito Santo, amar não é um problema (Ef 5.25).
B. Alegria e paz
O Espírito Santo é a única e verdadeira fonte de alegria e paz. A 
“alegria” e a “paz” produzidas pelo dinheiro, sucesso, bens e fama são 
falsas e passageiras. A verdadeira alegria e paz que fluem dentro de um 
lar cristão são produzidas por pessoas que estão cheias do Espírito. Uma
 família pode ser muito carente, ter uma casa simples e pouca cultura, 
mas se estiver cheia do Espírito certamente desfrutará de alegria e paz 
incontáveis (Jo 14.27).
C. Longanimidade, benignidade e bondade
Essas três características do fruto do Espírito estão relacionadas. 
Longanimidade significa paciência. É somente o Espírito Santo que nos dá
 aquela paciência necessária para aceitarmos e superarmos as nossas 
diferenças no lar. É ele quem nos controla nos momentos de tensão. 
Benignidade e bondade são características semelhantes. Elas se 
manifestam na atitude de buscar o bem da outra pessoa, seja do marido, 
da esposa ou dos filhos. É o Espírito Santo quem nos capacita a desejar e
 a fazer o bem em nosso lar (Cl 3.12).
D. Fidelidade
Essa é a qualidade de alguém em quem podemos confiar sempre. 
Manter-se fiel nos dias de hoje está cada vez mais difícil, 
principalmente num tempo de tanta traição e adultério. Ninguém consegue 
se manter fiel ao cônjuge durante toda a sua vida se não for pela 
graciosa ação do Espírito Santo, conforme ensinou Jesus (Mt 5.28).
E. Mansidão e domínio próprio
Ser manso significa agir com gentileza de atitude, em contraste com a
 grosseria. Mansidão também tem que ver com o falar de forma suave e 
jamais levantar a voz para outra pessoa. Mansidão é aquela capacitação 
do Espírito Santo para suportarmos com gentileza e paciência as 
provocações que surgem no contexto da vida, especialmente no casamento. 
Mansidão para suportar a ironia, o sarcasmo, os gritos, os acessos de 
raiva e as incompreensões é fruto do Espírito. Ao mesmo tempo, somos 
chamados a ter domínio próprio. Isso significa capacidade de 
autocontrole (Tg 3.13). De todas as qualidades necessárias para que haja
 um casamento feliz, talvez essa seja a mais essencial. O nosso coração 
só pode ser domado pela ação sobrenatural do Espírito Santo agindo em 
nós.
Conclusão
Como vimos, para que alguém possa fazer do seu lar um lugar feliz e 
abençoado é necessário estar cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Ninguém,
 por si só, seja por meio do dinheiro e/ou dos bens, é capaz de fazer do
 seu lar um lugar feliz. A felicidade e a durabilidade do casamento 
dependem da ação do Espírito. Estar cheio do Espírito significa produzir
 o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, 
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Aplicação
Estar cheio do Espírito significa ler a Bíblia e orar todos os dias. 
Ore intensamente por consagração espiritual. Ore com todo o fervor por 
sua família. Busquem, com todas as forças, realizar o culto doméstico. 
Isso fortalece a família em termos espirituais e de comunhão. Procure 
servir ao Senhor na igreja, com toda a sua família. Envolva a sua 
família nas atividades da igreja, como escola bíblica dominical, culto, 
estudo bíblico, reunião de oração, encontros de casais, acampamentos, 
passeios. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para que toda a família
 sirva ao Senhor (Js 24.15).
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Nossa Fé -– A Bíblia e a Sua Família. Usado com permissão. 
*****
Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/plenitude-do-espirito-e-vida-familiar/