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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O debate sobre o sabá: o sábado cumprido em Cristo

09.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Craig L. Blomberg

Saba-OSabadoCumprido

Cada vez menos cristãos reservam um dia da semana para a adoração e para o descanso de todas as formas de trabalho. Deveríamos nos preocupar com isso? Os adventistas do sétimo dia e os batistas do sétimo dia dizem que sim e sustentam que o dia do sabá deve ser o sábado.

Alguns tipos de presbiterianos e de cristãos reformados, juntamente com outros influenciados pelo legado dos puritanos, respondem “sim” com a mesma ênfase, contudo insistem que o domingo é o sabá cristão. Ainda há aqueles que defendem o princípio de descansar um dia a cada sete, mas não se preocupam com qual seja o dia da semana, uma vez que os pregadores, por exemplo, dificilmente podem descansar no dia em que lideram os cultos de adoração. Alguma dessas três perspectivas está correta? Na verdade, não.

Jesus declarou: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5.17, NVI). É um contraste incomum. Normalmente, quando alguém diz não estar abolindo alguma coisa, continua e diz estar preservando-a intacta. Mas não é assim que a palavra cumprir é usada na Bíblia. Apenas em Mateus, seu significado mais comum é “realizar aquilo que estava predito” ou “dar o significado pleno a algo que estava apenas parcialmente descoberto” (por exemplo, 1.22; 2.15, 17, 23; 3.15; 4.14). Cristãos de todos os tipos reconhecem que não precisam trazer animais à igreja para serem mortos e oferecidos como sacrifícios por seus pecados, muito embora tal prática fosse central a todo o sistema de adoração da antiga aliança. Cristo é de uma vez por todas o nosso sacrifício pelos pecados; assim, o modo como observamos as muitas leis sacrificiais de Levítico hoje é confiando em Jesus para o perdão dos pecados. O Novo Testamento introduz igualmente muitas outras mudanças na lei do Antigo Testamento – todos os alimentos agora são ritualmente puros, de modo que não há problema em comer porco ou camarão (Marcos 7.19). Nós não precisamos ir a um lugar definido para os rituais do templo, porque adoramos em qualquer lugar no qual possamos nos reunir “em Espírito e em verdade” (João 4.24). Homens cristãos não precisam ser circuncidados, muito embora esse fosse um dos mais fundamentais de todos os mandamentos judaicos, precedendo até a entrega da lei no Monte Sinai (Gênesis 17). Em vez disso, hoje Deus aceita igualmente todos os povos com base na “fé que atua pelo amor” (Gálatas 5.6). A lista de mudanças semelhantes é longa.

Mas o que dizer dos Dez Mandamentos? Certamente eles têm algo de especial e são especialmente atemporais de maneiras que o restante da lei da antiga aliança não é. Apesar de uma longa história de pensamento cristão nessa linha, nada na Bíblia jamais afirma isso. Toda a Escritura é vista como uma unidade (Tiago 2.8-11). Os judeus criam que todas as suas leis eram imutáveis. Era isso que tornava tão difícil para muitos deles aceitar Jesus como enviado do céu; ele estava desafiando suas leis eternas. Não importava se ele deixaria muitas delas aparentemente intactas; o seu ensino de que a nova era da história humana, a qual ele estava inaugurando, iria mudar algumas dessas leis deixava muitas pessoas inflamadas. Apenas Deus poderia mudar a lei de Deus. Mas, se Cristo era Deus, então ele tinha esse direito. Se ele não era, seu ensinamento era blasfemo. Os cristãos, contudo, creem que Jesus é Deus. Assim, ainda que uma lei apareça nos Dez Mandamentos, nós não podemos presumir que ela adentra a era do novo pacto sem mudanças. Nós precisamos examinar como Jesus e os apóstolos a trataram antes de podermos entender se ela ainda é obrigatória.

O que, então, o Novo Testamento ensina acerca da lei do sabá, um mandamento dentre os famosos dez (Êxodo 20.10)? Jesus não responde essa questão tão explicitamente quanto gostaríamos; se o tivesse feito, não estaríamos debatendo este assunto hoje. Porém, em todos os seus encontros com os líderes religiosos do seu povo, ele os reprova por impedi-lo de fazer o bem aos sábados, especialmente no que concerne a curar pessoas. Curiosamente, porém, ele jamais cura alguém cuja vida esteja em perigo iminente. Uma mulher andava encurvada há dezoito anos (Lucas 13.10-11). Um homem estava inválido há trinta e oito (João 5.5, 9).

Podemos imaginar os fariseus argumentando com Cristo: certamente ele poderia esperar mais um dia para curar aquelas pessoas, de modo que não profanasse o sabá divino. Certa vez, os discípulos de Jesus colheram algumas espigas em um campo, no sabá, presumivelmente para comê-las, mas nada implica que eles estivessem à beira da inanição (Marcos 2.23). Contudo, a defesa de Jesus para o seu comportamento apresenta um precedente amplo para mudanças: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2.27).

Ao curar um homem com uma mão ressequida no sabá, Jesus ensina que é lícito fazer o bem no sabá (Marcos 3.4). Qualquer comportamento que ajude alguém, que embeleze o mundo, que faça avançar a vontade de Deus, que promova o trabalho honesto ou que proveja recreação ou prazer ao povo de Deus é considerada “boa” na Bíblia e é, portanto, lícito realizá-lo no sabá. Essa é a atitude que deu à primeira geração de cristãos a liberdade de transferir o culto do sabá judaico no sétimo dia para o domingo, o primeiro dia da semana (Atos 20.7; 1Coríntios 16.2). Foi isso que os conduziu a chamar o domingo de “o Dia do Senhor” (Apocalipse 1.10).

Mas os cristãos de modo algum transferiram tudo o que havia no sabá judaico do sábado para o domingo. Os crentes gentios, que compreendiam a maior parte da igreja da metade do primeiro século em diante, não tinham em suas comunidades um dia semanal para o descanso. Gregos e romanos tinham diversos feriados mensais, de acordo com os diversos calendários religiosos festivos que seguiam. Porém, a menos que algum desses feriados caísse num domingo, os cristãos gentios tinham que trabalhar o dia inteiro no primeiro dia da semana e encaixar a adoração e a comunhão ou na manhã do domingo, antes do amanhecer, ou na noite do sábado ou do domingo, após o anoitecer. Foi apenas depois de Constantino tornar-se o primeiro imperador cristão, no início do quarto século, que o domingo foi legalizado como um dia santo (e portanto feriado) no Império Romano.

Muitos dos escritores cristãos do segundo e do terceiro séculos até mesmo falavam da guarda do sabá como uma prática “judaizante” – que levava de volta ao legalismo que Cristo viera abolir. Aquilo provavelmente era uma reação exagerada, a menos que as pessoas que guardassem o sabá, seja no sábado ou no domingo, estivessem tentando obrigar outros a segui-los. Afinal, em Romanos 14.5, Paulo escreveu: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Esse mandato é dado no contexto do descanso no capítulo 14, no qual Paulo aborda questões que estavam dividindo os cristãos em Roma. No coração do debata estava o sabá e outros dias festivos, bem como as leis alimentares, acerca das quais Paulo diz, em poucas palavras: parem de julgar uns aos outros (v. 13).

Colossenses 2.16 é ainda mais claro: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Aqui nós vemos a costumeira tríade judaica de dias santos – festas anuais como a Páscoa, Tabernáculos ou o Dia da Expiação; dias festivos mensais e o sabá semanal. Os cristãos são livres para celebrá-los ou não, e os outros cristãos não devem julgá-los por suas escolhas. A encarnação de Cristo é a realidade que os dias santos preanunciavam. Os seguidores de Jesus vêm a ele e recebem descanso “24 por 7”, como dizemos hoje, porque o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11.28-30). Nossa vida inteira é um descanso sabático, preanunciando o nosso descanso eterno (Hebreus 4.9-11).

Estou dizendo, então, que o culto e o descanso são opcionais para os cristãos? De modo algum. Nós precisamos de ambos e precisamos deles com frequência. O que estou dizendo é que o Novo Testamento insiste que não nos atrevamos a legislar ou exigir um dia em sete para essas coisas. O corpo de cada pessoa é diferente, assim como são suas exigências de trabalho, suas oportunidades de se reunirem com outros crentes e suas necessidades espirituais em geral. Em um mundo viciado em trabalho, que com tanta frequência fragmenta famílias e igrejas, tenhamos o descanso que nos for necessário e cultuemos com frequência juntamente com o povo de Deus. E que as igrejas criem mais cultos, no sábado à noite ou em outros dias da semana, para aqueles que não podem vir ou não vêm aos domingos. Com efeito, sejamos cada vez mais criativos em como alcançar os desigrejados e os que precisam de salvação. Mas não podemos fingir que a panaceia para os nossos problemas na igreja e na sociedade esteja em retornar a um sabá supostamente idílico que, antes de tudo e em grande parte, foi uma invenção dos puritanos.

Nota:

[1] N.E.: Sabá é a transliteração em português do termo em hebraico. Alguns textos usam sábado ou sabbath (transliteração em inglês). Optamos por sabá por ser um termo em português e distinto do dia da semana. Contudo, não se deve confundir com a rainha de Sabá de 1 Reis 10:4.

Observação:

Este artigo é parte da série “Sabá: O Debate Incansável”, na qual serão publicados artigos defendendo diferentes posições para que nosso leitor tenha uma compreensão mais abrangente sobre o assunto. Sendo assim, a postagem de uma posição específica não indica o posicionamento oficial deste ministério. Veja a lista de artigos sobre o assunto:

  1. O debate sobre o sabá (sábado ou sabbath)
  2. O debate sobre o sabá: a guarda do sábado, o sétimo dia
  3. O debate sobre o sabá: o domingo puritano
  4. O debate sobre o sabá: o descanso luterano
  5. O debate sobre o sabá: o sábado cumprido em Cristo
  6. O debate sobre o sabá:  descansar em Cristo é o principal (16/02)
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/02/o-debate-sobre-o-saba-o-sabado-cumprido-em-cristo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29

segunda-feira, 21 de abril de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

Ciência e fé cristã são incompatíveis?

19.04.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE


A ciência torna desnecessária a fé? 

* * *

É comum ouvir na mídia, nas universidades e até nas igrejas que fé e ciência não podem andar juntas. Para muitos, abraçar o cristianismo é rejeitar a ciência; para outros, é exatamente o contrário.

O Teste da Fé -- Os cientistas também creemO Teste da Fé quer acabar com esse dilema. E afirma: Os cientistas também creem.

Dez cientistas reconhecidos internacionalmente como pesquisadores notáveis contam suas histórias de vida e como relacionam a sua fé com a atividade científica.

Alguns eram ateus; outros, agnósticos; e ainda outros foram apresentados ao cristianismo quando crianças. Todos, em algum momento, mudaram de opinião ou reafirmaram o que creem.

E mais: O Teste da Fé vem acompanhado de um DVD com um documentário dividido em três blocos temáticos, além de entrevistas com os autores, entre outros recursos.


Sumário


Prefácio 
Agradecimentos

Começa a jornada 
Ruth Bancewicz

1. Aprendendo a linguagem de Deus
Francis Collins

2. Ser humano: mais que um cérebro
Reverendo doutor Alasdair Coles

3. Explorando o universo de Deus
Jennifer Wiseman

4. Biologia, crenças e valores
John Bryant

5. Vida no laboratório 
Bill Newsome

6. Pensando tecnologia 
Rosalind Picard

7. Uma lógica mais profunda 
Ard Louis

8. A fé de um físico 
Reverendo e doutor John Polkinghorne

9. Coração e mente: compreendendo a ciência e a fé 
Deborah B. Haarsma

10. Deus: a solução? 
Alister McGrath

Epílogo
Notas

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/o-teste-da-fe

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O perigo da frieza espiritual

26.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGIA CRISTÃ
INTRODUÇÃO
Sempre ocorre em nossas vidas períodos muito difíceis, afinal somos humanos. Todos os cristãos passam por “dias maus”. Ninguém desperta numa manhã em sua vida e se vê frio espiritualmente. Há sempre uma progressão – ou melhor, acontece na realidade uma regressão, visto que esfriamento, no caso, é algo negativo. A alma fica abatida por diversos motivos. Faz parte da vida. Há períodos que estamos prontos a derrotar “450 profetas de Baal” e no outro dia estamos escondidos na “caverna existencial” com medo de viver. A vida cristã tem seus altos e baixos. Um dia pode ser de flores e outro de espinhos. Afinal, já disse o Mestre: “No mundo tereis aflições”. Percebe? É uma promessa de Deus para seus santos. NÃO É OPCIONAL. Um dia, cedo ou tarde, passamos por aflições e elas são, muitas vezes, a razão de abatimento espiritual. Não estou falando aqui de apostasia, e sim, de “esfriamento espiritual”, a perda do“primeiro amor” que acomete com qualquer servo de Deus. Evidentemente que falo de verdadeiros cristãos que não estão isentos de passar por vários problemas –diferentemente do prega a Teologia da Prosperidade.
No Salmo 42, que serve de base para este estudo, pode-se perceber um homem sedento e enfraquecido por algum motivo, possivelmente por está longe de Jerusalém, e naquela perspectiva, o salmista se vê longe de Deus. Graças a Deus que muitos servos do Senhor passaram por períodos de certo esfriamento e desânimo. Muitos passam por desertos terríveis. Basta mencionar alguns, como: Jó; Davi; Elías; Jonas; Paulo, dentre tantos. Este e o Salmo 43 são, na realidade, um único Salmo. Por três vezes o salmista lamenta: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que se perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. (42.5, 11; 43.5)
I. POR QUE FICAMOS ABATIDOS?
Existem vários sintomas de uma pessoa que pode estar passando por um esfriamento espiritual. Podemos identificar alguns:
  •   Perda do interesse pelos exercícios espirituais como a oração; leitura da Palavra etc;
  •    Falta de vontade de participar das atividades eclesiásticas;
  •    Abandono da comunhão fraternal;
  •    Interesse pelas coisas “mundanas” e por satisfação pessoal acima de tudo;
  •    Interesse maior pelo pecado e certa convivência pacífica com ele.
O salmista abre a sua alma nos Salmos 42 e 43. A alma angustiada suspira por Deus. A palavra hebraica traduzida por “suspira” não se refere tanto à abertura de boca, é um grito de suspiro de um animal numa necessidade desesperada de água. Estava sedenta num deserto de incertezas. Não é assim que ficamos muitas vezes? “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (v. 2a). Você tem esse tipo de sede de Deus? O salmista confessa: “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite” (v. 3a). Muitas dúvidas surgem no coração do salmista. Quando Deus vai me ouvir? Quando essa situação vai acabar? Por que Deus não ouve minha oração? “Por quê?”; “Por que Deus deixava aquela situação insuportável continuar? Por quê? Por quê?”
O resultado é só angustia e sofrimento. “Por que estás abatida, ó minha alma?” significa literalmente: “Por que estás prostrado ao chão?” O quadro aqui é de um homem esmagado por um fardo pesado, quase insuportável.
Em tempos de crise e frieza é sempre bom lembrar-se de coisas positivas do passado. “Lembro-me destas coisas – e dentro de mim se me derrama a alma – de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa” (v. 4). Lembrar dos momentos de superação que você viveu. Tantas vitórias que você alcançou.
Em tempos de crise e frieza é sempre bom lembrar-se da fidelidade de Deus e ver o futuro na perspectiva de Deus. O salmista diz pra si mesmo: “Pare de ser depressivo e comece a esperar em Deus!” Só Deus pode nos ajudar a vivermos na perspectiva dEle. Lembrando e crendo que em qualquer momento Deus é fiel, ai a esperança se renova em nossa alma. O que Deus fará pelo salmista?
1) Deus vai satisfazer os desejos de sua alma – e da sua também (42:1, 2);
2) Deus estará com ele – e está com você (42:5);
3) Deus fará tudo acabar bem no final – e na tua vida também (42:5, 11; 43:5);
4) Deus continuará amando o salmista – e te ama de forma incondicional (42:8) e
5) Deus fará justiça e castigará seus inimigos – e os teus também (43:1).
“E esta é razão porque nunca desfalecemos ainda que por todos os lados rodeados de obstáculos, mas nunca embaraçados; confundidos, mas nunca desanimados; perseguidos, mas nunca desamparados; derrubados, mas nunca vencidos…, pois se na realidade exteriormente nosso corpo físico vai se desgastando, interiormente nota-se dia a dia uma renovação de vigor e de vida” (2 Co 4.7-9,16).
II. QUAL O PERIGO DA FRIEZA ESPIRITUAL?
Muitas vezes pensamos que se alguém trabalha na obra de Deus, isso por si só é sinal que alguém é fervoroso. Não ter vontade de fazer a obra de Deus pode ser um sinal de esfriamento, no entanto o contrário pode não ser verdadeiro. Podemos estar muito ocupados na obra de Deus e, todavia, não ter o gozo de nosso primeiro amor. A igreja de Éfeso havia perdido seu primeiro amor e, no entanto, havia “trabalhado arduamente” por amor do nome do Senhor. Muitas vezes o ativismo é apenas um disfarce do que está acontecendo no interior.
Ou achamos também que se alguém conhece e ler muito a Bíblia este também está isento de passar algum esfriamento. No entanto, podemos conhecer a Bíblia e, todavia, perder nosso primeiro amor. Os fariseus conheciam bem às Escrituras. Também a igreja de Éfeso. Usaram a Palavra para provar os Apóstolos. É por causa de não orar? Não. Podemos orar e, todavia, estar frios espiritualmente.
Como também, podemos pensar que se um cristão é perseguido ou sofre, isto é um sinal de que está fervoroso diante de Deus. A igreja de Éfeso sofreu muito. É possível sofrer e testificar para os outros e, todavia, perder nosso primeiro amor.
Ou então, dizemos que alguém está frio na fé por causa de heresias ou falta de consistência teológica. Contudo, a igreja de Éfeso era doutrinariamente sadia. Odiavam os nicolaítas (Seguidores de uma seita que perturbavam as igrejas de Éfeso e de Pérgamo – esta abraçava a doutrina – diziam que os prazeres carnais não afetavam a alma, alimentavam-se de coisas sacrificadas aos ídolos e praticavam orgias. Irineu identifica os nicolaítas como uma seita gnóstica).
Diante do exposto podemos citar resumidamente três perigos: 
(1) Torna-se cínico – a pessoa se acomoda com a situação e procura disfarces, máscaras evangélicas, vivendo uma mentira; torna-se um fariseu gospel; 
(2) Torna-se libertino – acontece assim uma queda espiritual. A pessoa não aguenta viver uma vida dupla e entrega-se ao pecado. 
(3) Torna-se deprimido espiritualmente – Destruindo sua vida e daqueles que estão próximos dele. Muitas vezes, se for um líder, por exemplo, se não tiver coragem de buscar ajuda, vai definhar a sua alma até viver num abismo sem fim.
III. COMO IDENTIFICAR E TRATAR A FRIEZA ESPIRITUAL?
Examine seu coração. Quando o meu deleite no Senhor já não é tão grande como meu deleite por outras pessoas ou por coisas do mundo, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Marcos 12.30 – “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”.
Examine a sua alma. Quando minha alma não anela a comunhão intima com o Senhor através da oração ou leitura da Palavra, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Salmo 84.2 – “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo”. Peça ao Espírito Santo pra colocar mais sede de Deus em você. 
Examine o seu tempo livre. Quando meus pensamentos e meus momentos de ócio não se dirigem ao Senhor, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Fp 4.8 – “Tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama… seja o que ocupe o vosso pensamento”.
Examine os seus desejos íntimos. Quando me escuso facilmente dizendo: “é que sou humano, a carne é fraca”. E quando caio facilmente em coisas que eu sei que não agrada ao Senhor, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer?João 14.15 –  “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”.
Examine o seu amor, bondade e generosidade. Quando me custa dar com alegria para a obra do Senhor ou para as necessidades dos outros, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? 1João 3:17 – “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus”?
Examine sua comunhão com os irmãos. Quando deixo de tratar a meus irmãos cristãos como trataria ao Senhor, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Mateus 25.40 – “O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. 1João 4.20-21 “Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão”. Poderíamos até perguntar: “em seus passos que faria Jesus?”. Ou em outras palavras: “Jesus aprovaria a minha conduta com meus irmãos?”
Examine sua natureza humana. Quando me preocupo em “ficar bem” com as pessoas do mundo em vez de buscar a aprovação do Senhor, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? 1João 2.15 – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele“. Você tem certeza absoluta que já nasceu de novo? 
Examine sua conduta. Quando acho a vida cristã um fardo maior que o fardo do pecado, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? João 15.20 –“Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa”. 
Examine a sua liberdade em Cristo. Quando me nego a deixar de fazer algo que está ofendendo a um irmão mais fraco, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Romanos 14.15 – “Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu”. Lembre-se: liberdade não é a mesma coisa que libertinagem. 
Examine o seu perdão. Quando não posso perdoar a alguém que me tem ofendido, isso é sinal de frieza espiritual. O que fazer? Lucas 17.4 – “Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe”. Lc 6.37 – “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados”.
CONCLUSÃO
O que devemos fazer? Leia finalmente Apocalipse 2.5  “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres”. Arrepender, nesse texto, sugere uma atitude contínua. 
Confie em Deus sempre e em qualquer circunstancia na sua vida: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares” (Sl 46.1).
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