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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Você crê na doutrina da trindade?

11.02.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por  Marcos Aurélio Dos Santos

UM POUCO DA HISTÓRIA
Você crê na doutrina da trindade?A doutrina da trindade não é um tema muito fácil de ser compreendido tanto biblicamente como historicamente. Investigando a historia da igreja no período patrístico, não é difícil encontrar os erros que os teólogos cristãos cometeram a cerca da trindade. Orígenes, teólogo da igreja de Alexandria (185-254 Dc), desenvolveu a doutrina com erros grosseiros. Ele acreditava que Deus era triuno, mas de uma forma hierárquica, ou seja, o pai era maior que o filho que era maior que o Espírito Santo. Assim a trindade de Orígenes era de três camadas, Deus em três níveis diferentes.
Mais adiante no ano 325 Dc, surge o pensamento de Ário, um presbítero de Alexandria, que como Orígenes, ele cria que o pai era maior do que o filho. Ário não admitia uma hierarquia de três seres divinos. Ele afirmava que apenas o pai era Deus e que o filho foi criado. Entendendo que ele não era eterno que teve começo e fim. Segundo a historia da igreja cristã, a doutrina de Ário foi condenada pela igreja no concilio de Nicéia em 325 e excluída totalmente no concilio de Constantinopla em 381 Dc. Nesse período, os principais defensores da doutrina da trindade foram Atanásio, diácono, sucessor de Alexandre como bispo de Alexandria (328Dc) como também o próprio Alexandre.
BASE BÍBLICA
A doutrina da trindade, verdade bíblica é encontrada tanto no velho como no novo testamento. É importante considerar um fato relevante de Deus a cerca dessa doutrina. Partindo do pressuposto de que a revelação de Deus é progressiva, ou seja, começando no antigo e encontrando seu ápice no NT na pessoa de Cristo, não iremos encontrar clareza no AT sobre a doutrina da trindade. Como diz A.B Langston: ”no velho testamento não esperamos encontrar ensinamentos claros dessa doutrina, mas ao menos haveremos de encontrar, sem muito trabelho, sugestões apreciáveis.” Portanto, a examinar algumas passagens, no AT que ensinam a doutrina da trindade.
Podemos ler Gn 1. 26: “façamos o homem a nossa imagem conforme semelhança”. Observa-se no texto que o verbo fazer encontra-se no plural, como também a expressão “nossa semelhança”, sugere que a trindade é encontrada na criação do homem.
Lendo Gn 22.11,15, o anjo do Senhor é identificado como Jeová. Possivelmente ele pode ser identificado como a segunda pessoa da trindade.
Ainda em Gn 11.7, quando Deus confunde as línguas dos homens em Babel, ele não desse sozinho. A expressão “desçamos e confundamos” indica que os verbos descer e confundir encontram-se no plural dando a entender que a trindade agiu também no episódio da torre de babel.
Veja também: Gn 22.11; Gn 22.15; Gn 31.11; Gn 16.9; Ex 3.4,5; Jz 13.21,22; Sl 107.20; Iz 9.6; Sl 45.6-7.
Vejamos agora a base bíblica da doutrina da trindade no NT.

Como falamos anteriormente, é no novo testamento que a doutrina da trindade se revela de forma clara e completa. São várias as passagens que falam dessa verdade bíblica. Uma das passagens mais citadas é João1. 1 que fala sobre a deidade de Jesus que diz: No principio era o verbo, e o verbo estava com Deus.
O texto mostra claramente a deidade de Jesus Cristo, ou seja, Jesus é revelado como a segunda pessoa da trindade. Ele estava desde o principio com o pai, ele não foi criado, mas já existia com o pai antes criação. Em João 20.28 lemos “Tomé respondeu e disse: Senhor meu, e Deus meu” e Jesus ouviu estas palavras de Tomé sem protestar, aceitando o testemunho que ele dava de sua deidade.
No batismo de Jesus a trindade se manifesta na pessoa do pai como uma voz que vinha do céu que disse: este é o meu filho amado a quem me comprazo, no filho e no Espírito Santo em forma corpórea (Mt 3.16-17). Na primeira carta do apostolo Paulo aos Coríntios encontramos o envolvimento da trindade no exercício dos dons espirituais. Ele diz: Ora os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo, e há diversidades no serviço, mas o senhor é o mesmo, e há diversidades nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos (1Co 12.4-6).
Vejamos algumas citações feitas por A.B Langston a cerca da trindade no NT.
 Jesus possui os atributos de Deus (Jo 5.26; 3.16; Lc 1.35; Jo 1.1; Mt 28.18,20)
 As obras de Deus são atribuídas a Cristo (Jo 1.13; 1Co 8.6; Cl 1.17; Hb 1.10)
 Jesus recebe aceitação, honra e adoração devida somente a Deus (Jo 5.23; At 7.59; Rm 10.9,13; Hb1. 6).
 Passagens que ensinam a eternidade do Espírito Santo (Gn 1.2;Sl33.6)
 O espírito Santo em conexão com o filho (Mt 28.19).

CONCLUSÃO
Concluímos que doutrina da trindade é bíblica e fundamental para ensino Cristão. Negar essa doutrina é rejeitar todo o plano de redenção de Deus para a salvação do homem por intermédio do seu filho Jesus Cristo. A meu ver, todo cristão deve estudar essa doutrina que é de grande relevância para a fé em Cristo Jesus.
BIBLIOGRAFIA:
LANGSTON a.b, Esboço de Teologia Sistemática, Rio de janeiro: Juerp, 1994.305p.
BÍBLIA DE ESTUDOS SHEDD, São Paulo: Vida Nova, 1998. 1786p.
SHEDD Russell p. Criação e Graça. Reflexões sobre as revelações de Deus, São Paulo: Shedd publicações, 2003. 109p.
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/voce-crer-na-doutrina-da-trindade/

A herética guarda do sábado pregada por Ellen G. White

11.02.2015
Do portal da CPAD NEWS, 10.02.15
Por Ciro Sanches Zibordi

Segundo o apologista Hank Hanegraaff, o adventismo é multifacetado. Há vários tipos de adventismo e, por isso mesmo, não devemos generalizar, e sim reconhecer que há, por exemplo, adventistas ortodoxos (aceitam os princípios da fé cristã histórica), liberais (negam a encarnação do Verbo, a sua ressurreição corpórea e a infalibilidade das Escrituras), etc. (HANEGRAAFF, p. 379). Mas, neste texto, refiro-me ao pior segmento do adventismo: o sabadólatra, que, além de se especializar em doutrinas extravagantes, como o sono da alma, confere status de profetisa a Ellen G. White (1827-1915) e propaga as suas teses sabadolátricas, inclusive em programas de televisão.

Nas obras da eminente adventista mencionada há muitas invencionices acerca da guarda do sábado. Ela chega a considerar a observância do sábado necessária para confirmar a salvação dos que creem em Jesus Cristo! A sabadolatria, sem dúvida, é a maior heresia do adventismo do sétimo dia. Ellen G. White afirmou, em sua obra mais famosa, que a desobediência ao quarto mandamento do Decálogo é a causa de existirem tantos pecadores no mundo: “Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incrédulo” (WHITE, p. 436). Então, por que a Bíblia não diz, em 2 Coríntios 5.17: “Quem guarda o sábado nova criatura é”? O que liberta o ser humano do poder do pecado e lhe outorga uma nova vida é o estar em Cristo (2 Co 5.17), e não a guarda do sábado.

Em outra obra, Patriarcas e Profetas, a senhora White asseverou: “o sábado é um sinal do poder de Cristo para nos fazer santos. E é dado a todos quantos Cristo santifica. Como sinal de Seu poder santificador, o sábado é dado a todos quantos, por meio de Cristo, se tornam parte do Israel de Deus”; frase citada no Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (REID, p. 591). Nesse caso, os cristãos que não guardam o sábado não podem ser verdadeiramente santos? Não são mais o sangue de Jesus, a Palavra de Deus e o Espírito Santo que nos santificam? Outra invencionice sabadolátrica da senhora White diz respeito ao ministério terreno do Senhor Jesus: “Cristo, durante Seu ministério terrestre, deu ênfase aos imperiosos reclamos do sábado; em todo o Seu ensino Ele mostrou reverência pela instituição que Ele mesmo dera” (REID, p. 590).

A bem da verdade, o Senhor Jesus nunca ensinou a guarda do sábado! No Sermão da Montanha (Mt 5-7) nada foi dito a respeito da guarda do sábado. E olha que o Senhor aludiu ao Decálogo várias vezes! Ele só falou do sábado quando foi confrontado pelos fariseus (Mt 12.1-14). Jesus disse que os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Mas a senhora White acrescentou: “os adoradores de Deus se distinguirão especialmente pelo respeito ao quarto mandamento — dado o fato de ser este o sinal de Seu poder criador, e testemunha de Seu direito à reverência e homenagem do homem” (WHITE, p. 445).

Aliás, Ellen G. White, em sua tentativa de sacralizar ou endeusar o sábado, acrescentou várias palavras à revelação divina contida em Gênesis: “O sábado foi confiado a Adão, pai e representante de toda a família humana. [...] A instituição do sábado, que se originou no Éden, é tão antiga como o próprio mundo. Foi observado por todos os patriarcas, desde a criação” (REID, p. 589). Ela também disse: “o sábado foi guardado por Adão em sua inocência no santo Éden; por Adão, depois de caído mas arrependido, quando expulso de sua feliz morada. Foi guardado por todos os patriarcas, desde Abel até o justo Noé, até Abraão, Jacó” (WHITE, p. 453). Onde está escrito, em Gênesis, que Adão, Enoque, Noé, Abraão, Isaque e Jacó guardaram o sábado?

Quando Deus ordenou que Adão e seus descendentes deveriam guardar o sábado? Em Gênesis 2.1-3 está escrito que o Senhor, após ter concluído a obra da Criação, abençoou e santificou o sétimo dia. Mas isso não significa que Ele instituiu, ali, um mandamento eterno para toda a humanidade. Isso é uma grande invencionice da “profetisa” Ellen G. White, dos pregadores e telepregadores da sabadolatria. A senhora White afirmou que, ao ser proclamada a lei, no Sinai, “as primeiras palavras do quarto mandamento foram: ‘Lembra-te do dia do sábado, para o santificar’ (Êx 20:8), mostrando que o sábado não foi instituído ali; aponta-se-nos a sua origem na criação” (REID, p. 589).

Ora, a instituição da guarda do sábado para os israelitas ocorreu após a saída do Egito — e, por isso, é mencionada em Êxodo 16 —, antes, portanto, do Sinai. Daí o Senhor ter dito: “Lembra-te”. Mais uma vez a senhora White, valendo-se da eisegese, falsifica a Palavra de Deus (cf. 2 Co 2.17). Segundo a Bíblia, a instituição da guarda do sábado ocorreu após a saída do povo de Israel do Egito: “E ele [Moisés] disse-lhes [aos israelitas]: Isto é o que o SENHOR tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR” (Êx 16.23). Aqui, vemos a primeira menção, no Pentateuco, à guarda do sábado. O mandamento da guarda do sábado está, claramente, ligado à libertação do Egito (Dt 5.15). Segue-se que a guarda do sábado foi dada exclusivamente a Israel e os estrangeiros que habitassem em sua terra (Êx 20.1,2,8; 31.13; Is 56). O fato de o Criador ter santificado e abençoado o sábado após a Criação não denota que Ele tenha ordenado que o sétimo dia, a partir daquele momento, deveria ser guardado por Adão e sua descendência. A única ordenança de Deus para o homem, em Gênesis 2, foi esta: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (vv.16,17).

Finalmente, a “profetisa” Ellen G. White disse, com base em Apocalipse 11.19, que os dez mandamentos estão guardados dentro da arca, no Céu, e que a guarda do sábado jamais foi abolida. E acrescenta: “Não puderam achar nas Escrituras prova alguma de que o quarto mandamento tivesse sido abolido, ou de que o sábado fora mudado” (WHITE, p. 433). Ora, o Decálogo faz parte da lei mosaica. E esta foi, sim, abolida, após a manifestação em carne do Senhor Jesus e sua obra expiatória (Jo 1.14-17; Lc 16.16; Rm 10.4; Cl 2.14-16). Que Deus nos guarde da sabadolatria e de todas as formas de idolatria (Gl 5.20; 1 Co 5.11; 10.7,14; 1 Jo 5.21). E que observemos o primeiro e grande mandamento apresentado pelo Senhor Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37).


Referências

HANEGRAAFF, Hank. O Livro das Respostas Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
WHITE, Ellen G. O Grande Conflito. Santo André-SP: Casa Publicadora Brasileira, 1975.
REID, George W. (editor). Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Tatuí-SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-crista/129/a-heretica-guarda-do-sabado-pregada-por-ellen-g--white.html

Como fazer a vontade de Deus (1° parte)

11.02.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito

Quando eu era mais jovem me perguntava: com quem devo namorar? Ou seria melhor só ficar? Que curso escolher? Ou seria melhor nem estudar? Onde devo ir morar quando adulto ficar? Ou seria melhor com a mamãe continuar?
Conforme fui me tornando mais velho os questionamentos mudaram, mas não deixei de realizar perguntas, pois enquanto tivermos vida aqui nesse mundo teremos que realizar escolhas.
A questão é que nós sabemos que a vida neste mundo é uma espécie de estrada com duas mãos. Uma delas nos leva ao destino certo e a outra a perdição. Ou seja, se não escolhermos certo, corremos o risco de sofrermos as consequências negativas de nossas escolhas.
Antes de tomarmos qualquer decisão, temos que analisar bem as opções que nos são apresentadas. Para uns a solução estará em livros de autoajuda. Outros buscarão as videntes que dizem ter o futuro de antemão. E os cristãos buscam na Bíblia a direção, pois sabem que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável ao homem.
Em Romanos 12.1 Paulo nos mostra como fazer a vontade de Deus por meio de quatro simples atitudes.
Fazemos a vontade de Deus por meio do nosso serviço
O culto que Paulo trata aqui é o da palavra grega “latreia” que significa “serviço”. Mas Paulo não está tratando do ativismo vivido pelas igrejas contemporâneas. Igrejas ocupadas com tantas atividades e eventos eclesiásticos que não sabem mais o que é cultuar a Deus.
Quando eu era um adolescente, por exemplo, passava quase 10 horas por semana envolvido em atividades das mais diversas na igreja que iam desde celebrar os cultos matinais e noturnos do domingo, frequentar algumas reuniões de oração na quarta, ensaios do coral na sexta, escola bíblica e união de adolescentes no domingo.
Todo esse “serviço” não é algo ruim, mas esse ativismo eclesiástico tem destorcido o real significado da palavra usada por Paulo neste texto. Ele estava tratando dos atos específicos de louvor dirigidos a Deus.
Por não cultuarmos a Deus só aos domingos ou no templo, Deus requer  de nós mais do que o nosso ativismo dominical. Ele quer as nossas 24 horas e sete dias na semana em completa adoração.
Jesus deixou isso de forma clara para a mulher samaritana ao dizer que à hora, local ou estilo não era o que importava. O que realmente importa é o motivo que nos leva a adorá-Lo. Ou seja, não é o onde ou como, mas a razão pela qual cultuamos.
Fazemos a vontade de Deus por meio do culto autentico
Por conta disso Paulo diz que devemos servir a Deus de forma racional, em outras palavras, autêntica. O serviço deve ser feito de forma racional, um culto em reconhecimento de quem é Deus verdadeiramente. Querer cultuar a Deus sem conhecê-Lo e reconhecê-Lo é pura insensatez e ilógico.
Cultos onde as pessoas passam a maior parte do tempo em êxtase ou em transe, não é culto a Deus. Pastores que pregam em línguas estranhas não estão cultuando a Deus. Tudo em um culto tem que ser claro.
Precisamos cultuar a Deus de forma autentica como foi no passado. Em um sermão de Jonathan Edwards, “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, conforme era explicado quem é Deus as pessoas ali presentes viram de forma tão clara o juízo de Deus e a ira de Deus contra o pecado, que entraram em profunda angústia de alma. Esta compreensão foi tão clara, que era como se eles estivessem vendo diante de seus olhos o próprio inferno aberto, pronto para tragar as almas dos ímpios.
O cristão, diz Edwards, “não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus”. Ou seja, em um verdadeiro avivamento todos conhecem a Cristo de forma racional e logo muitos são despertados de forma espiritual.
Fazemos a vontade de Deus por meio de sacrifícios vivos
Quando lemos os textos do Antigo Testamento observamos os mais diversos tipos de sacrifícios. Deus exigia estes sacrifícios para que as pessoas pudessem receber o perdão de seus pecados. O sacrifício de cordeiros fez um papel muito importante na vida religiosa dos judeus e no seu sistema de sacrifícios.
Por que, então, não oferecemos mais sacrifícios de animais nos dias de hoje? O sacrifício de animais terminou com a morte de Jesus Cristo. João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” em João 1.29, um sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado.
Mas se o sacrifício já foi realizado por Jesus Cristo, porque Paulo diz aos crentes em Roma para oferecerem seus próprios corpos em sacrifício a Deus? O sacrifício pode ser definido como qualquer coisa consagrada e oferecida a Deus, e não necessariamente a morte de um ser.
Nos sacrificamos quando nos consagramos e entregamos os nossos desejos, sonhos e planos a Deus. O sacrifício vivo é melhor entendido quando o comparamos com um casamento, por exemplo. Quem é casado sabe que sem sacrifício e renúncia um casal não consegue permanecer junto por muito tempo. O casamento bem sucedido é aquele onde os cônjuges dedicam a vida a agradar o outro, sem egoísmo.
Este mesmo egoísmo não pode destruir o nosso relacionamento com Deus. Devemos entregar as nossas vidas de forma incondicional sem jamais pensarmos e nos divorciar de Deus.
Fazemos a vontade de Deus por meio de sacrifícios santos
Deus já nos mostrou por meio da Bíblia todos os seus planos ao homem, mas a nossa natureza ainda não nos deixa entender as coisas divinas. Por isso Paulo nos diz para sermos santos, pois a santificação nos aproxima do Espírito Santo de Deus que é aquele que nos auxilia a compreender a Palavra de Deus. Mas como nos santificamos?
Primeiro, medite e obedecer à palavra de Deus.
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho” (Salmos 119.105)
Moises ensinou a Josué a meditar e obedecer à palavra de Deus, com isso foi conduzido por Deus e não por si próprio. A sua fidelidade a palavra de Deus foi o motivo do sucesso das grandes vitórias da nação israelitas. O segredo destas conquistas foi em seguir os planos de Deus.
Segundo, tenha uma vida de oração
“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” (Tiago 1.5-6)
Eu tinha sempre o habito de orar só em momentos difíceis ou quando precisava muito de uma resposta. Mas na verdade precisamos orar muito quando tudo esta bem para entendermos com antecedência as vontades de Deus. Martinho Lutero dizia que quanto mais atividades ele tinha a realizar durante o dia, mais tempo ele se dedicava em oração para não tomar decisões erradas.
Terceiro, esculte conselhos de cristãos maduros
“O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.” (Provérbios 12. 15)
Quais são as suas influencias? O que ou quem tem te influenciado a sua vida? O salmista afirma que feliz é aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores e nem se assenta com os zombadores. Ao contrário sua satisfação está na lei do Senhor.
Conclusão
Às vezes agimos como animais selvagens, pensando que temos o direito e autoridade sobre as nossas vidas para fazer o que bem entendermos sem nos deixar ser dominados por Deus. Mas quando nos metemos em apuros pedimos por ajuda. O problema é que as vezes pode ser tarde demais.
Porém saiba que se pedirmos por direção a Deus ele nos guiará pela boa, perfeita e agradável vontade de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Boa, pois Deus é bom e tudo que escolhemos que não vem de Deus e mal. Perfeita, pois Deus é perfeito e fazer escolhas fora dos planos de Deus e imperfeito. Agradável, pois tudo que escolhemos segundo a direção de Deus é certo.
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/vontade-deus-1-parte/

Aquele que não ama a seu irmão, não pode amar a Deus

11.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 04.02.15
Por Paul Washer*

AqueleQueNaoAmaASeuIrmao

Agora, precisamos examinar nossa vida à luz dessas verdades. Amamos o povo de Deus e com isso demonstramos a realidade de nossa fé? Nosso amor é base de atitudes e emoções escondidas que não podem ser provadas ou é demonstrado por evidências reais, práticas e discerníveis, tais como palavras, atitudes e ações? Para nos auxiliar em ver onde estamos nesta questão de suma importância, as seguintes perguntas podem nos ajudar.

Primeiro, de quem é a companhia em que você tem maior prazer? Você busca comunhão com outros crentes e se deleita em conversas sobre Cristo? Ou prefere a companhia do mundo e raramente fala sobre as coisas de Deus? Quando foi a última vez em que você esteve com outros crentes com a única intenção de estar com eles e exaltar a Cristo? Devemos cuidar de como respondemos a essa pergunta, reconhecendo que muito do que se chama de comunhão cristã tem pouco a ver com Cristo.

Segundo, você se identifica publicamente com Cristo e seu povo? Ou se envergonha do escândalo envolto nos que confessam a Jesus como Senhor e procuram viver em submissão a sua Palavra? Os seus colegas descrentes identificam você como sendo um “desses cristãos”? Ou você está tão alinhado ao mundo e conformado à sua imagem que uma acusação dessas raramente, ou nunca, seria feita contra você? Você se coloca entre o povo de Deus como um espetáculo ao mundo, que se considera sofisticado demais para aceitar nossas ilusões religiosas?[1] Ou se distancia da igreja como uma pessoa se distancia do parente próximo do qual está envergonhado? Você consegue se identificar com Moisés, que “recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hebreus 11.24–25)?

Terceiro, embora esteja cônscio das muitas fraquezas e falhas morais da igreja, você tem o compromisso de promover sua melhora? Ou se alinha com o Diabo e o mundo nas acusações contra ela?[2] Temos de nos lembrar sempre de que o Diabo é o acusador de nossos irmãos, e os que estão de fora da igreja com acusações similares, estão fazendo a obra de seu pai, o Diabo.[3] Em contraste, o verdadeiro crente responde às falhas de seu irmão com um amor que encobre multidão de pecados, e se entrega à sua restauração e aperfeiçoamento.[4] Não pode abandonar a igreja nem o santo caído, não obstante as muitas vezes em que eles se desviam. Ele é compelido pelo amor de Deus a buscá-los, assim como Oseias buscou a Gomer, e labutar em seu benefício e para sua glória futura.[5]

Quarto, você é membro atuante e contribuinte de uma congregação local e visível de crentes? Temos de nos lembrar de que a espécie de amor que João escreve só seria manifestado no contexto de relacionamentos com outros crentes no corpo de Cristo. Você está morrendo para seu eu e entregando sua vida em serviço ao próximo cristão? Está labutando para a edificação da igreja através de seus diversos dons espirituais? Em termos simples, o que você faz para edificar o povo de Deus e promover a causa de Cristo entre eles?

Estas perguntas não são restritas somente aos pastores, mas pertencem a cada membro do corpo de Cristo. De fato, uma das evidências de que somos membros do corpo é que somos úteis para ele. Correspondentemente, uma das evidências de não ser convertido é a inutilidade para toda e qualquer boa obra.[6] Amor sem obras, como fé sem obras, é morto.[7] Faríamos bem em lembrar que as ovelhas e os bodes eram divididos pelo que faziam ou não faziam para o povo de Deus.

Concluindo, o amor não é apenas uma boa coisa entre muitas, mas a mais excelente, maior ainda que a fé e a esperança.[8] Sendo assim, não é incomum que João desse ao amor lugar exaltado entre as outras provas conversão. Temos de pesar nossa ortodoxia doutrinária contra o padrão da Escritura e examinar nossa piedade pessoal e vida devocional à luz dela. Porém, sobretudo, temos de provar a nós mesmos quanto ao amor. Esta virtude tem de ser encontrada em nós e manifestada em nossas obras, antes de ousarmos assegurar a nossos corações que o temos conhecido, conforme João relembra muitas vezes: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1João 3.14). “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1João 4.20).

[1] 1Coríntios 4.9–13.
[2] O nome “diabo” vem da palavra grega diábolos, que pode ser traduzida “acusador”. Refere a alguém tendente a maledicência e falsas acusações.
[3] João 8.44; Apocalipse 12.10.
[4] 1Pedro 4.8.
[5] Oseias 3.1–3.
[6] Romanos 3.12.
[7] Tiago 2.17.
[8] 1Coríntios 12.31; 13.13.

A Segurança e Advertências do Evangelho. Esse livro é um trecho do futuro lançamento da Editora Fiel: “A Segurança e Advertências do Evangelho”, de Paul Washer (o terceiro livro da coleção “Recuperando o Evangelho”).
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/02/aquele-que-nao-ama-seu-irmao-nao-pode-amar-deus/

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O deus mercado e as pragas do Egito brasileiro

10.02.2015
Do blog TIJOLAÇO, 09.02.15
Por Fernando Brito

pragas
Uma das melhores leituras de economia é a do blog do professor Fernando Nogueira da Costa, da Unicamp, que nunca a enxerga separada da política e da história das sociedades.
Hoje, Fernando produz um relato tragicômico do que parece estar acontecendo em nosso País.
Troque o Egito pelo Brasil e a divindade pela adoração ao deus Mercado, que se converteu em um monoteísmo a quem todos, em nome do bom-senso, temos de cultuar e a história das pragas que se estão a abater em nosso país – ou nos jornais de nosso país – em ruínas.
Como se sabe, nossas classes dirigentes e altos hierarcas vivem uma situação desesperadora.
Afora o derrièrre da atriz Paola Oliveira, parece que nada de bom surge nunca na mídia.
O deus Mercado assim o exige.
Com uma pequena diferença em relação ao outro, que faz das trevas o esplendor.
Este deus, o Mercado, é bom em fazer o contrário: transforma em treva tudo o que fulgia.

AS PRAGAS DE UM  DEUS VINGATIVO

Fernando Nogueira da Costa
Pior que está não pode ficar… Este autoengano é comum em momentos de infelicidade. Quando o “tornar-se presente” é um ato triste, o ser humano lembra das coisas boas que já ocorreram no passado — “ele era feliz e não sabia” — e busca esperança de que outras poderão ocorrer no futuro. Ou então verifica que também aconteceram coisas boas em 2014, por exemplo, o desempenho no mercado de trabalho (4,8% foi a menor taxa de desemprego média anual desde o início da série em 2003) — que pode piorar…
Outra fuga mística é ver que pior aconteceu com o Egito Antigo, quando uma doutrina religiosa que defendia a existência de uma única divindade quis impor o culto ou a adoração de um único deus: o seu.
As 10 Pragas que um deus vingativo lançou sobre o Egito tiveram por fim levar Faraó a reconhecer e a confessar que o deus dos hebreus era supremo, estando o seu poder acima da nação mais poderosa que era então o Egito, cujos habitantes deveriam ser punidos por sua grosseira idolatria a outros deuses. Coitados, eram inocentes úteis nessa disputa de poder… :)
1) Água em sangue – A primeira praga, a transformação do Nilo e de todas as águas do Egito em sangue, causou desonra ao deus-Nilo, Hápi. A morte dos peixes no Nilo foi também um golpe contra a religião do Egito, pois certas espécies de peixes eram realmente veneradas e até mesmo mumificadas.
2) Rãs – A rã, tida como símbolo da fertilidade e do conceito egípcio da ressurreição, era considerada sagrada para a deusa-rã, Heqt. Assim, a praga das rãs trouxe desonra a esta deusa.
3) Piolhos – A terceira praga resultou em os sacerdotes-magos reconhecerem a derrota, quando se viram incapazes de transformar o pó em borrachudos, por meio de suas artes secretas. Atribuía-se ao deus Tot a invenção da magia ou das artes secretas, mas nem mesmo este deus pôde ajudar os sacerdotes-magos a imitar a terceira praga.
4) Moscas – A linha de demarcação entre os egípcios e os adoradores do deus de uma religião teocêntrica veio a ficar nitidamente traçada da quarta praga em diante. Enquanto enxames de moscões invadiam os lares dos egípcios, os israelitas na terra de Gósen não foram atingidos pela praga. Deus algum de outras religiões pôde impedí-la, nem mesmo Ptah, “criador do universo”, ou Tot, senhor da magia.
5) Peste sobre bois e vacas – A praga seguinte, a pestilência no gado, humilhou deidades tais como: Seráfis (Ápis) – deus sagrado de Mênfis do gado, a deusa-vaca, Hator e a deusa-céu, Nut, imaginada como uma vaca, com as estrelas afixadas na sua barriga. Todo gado do Egito morreu, mas nenhum morreu de Israel.
6) Feridas sobre os egípcios – Deus nesta praga zombou a deusa e rainha do céu do Egito, Neite. Moisés jogou o pó para o céu que deu um tumor ulceroso na pele do povo que doeu demais. Os magos também pegaram a doença e não puderam adorar a sua deusa e rainha religiosa. Israel novamente foi poupado dessa praga.
7) Chuva de pedras – A forte saraivada envergonhou os deuses considerados como tendo controle sobre os elementos naturais; por exemplo, Íris – deus da água e Osiris – deus de fogo.
8) Gafanhotos – A praga dos gafanhotos significava uma derrota dos deuses que, segundo se pensava, garantiam abundante colheita. Deus encheu o ar de gafanhotos. Os deuses egípcios (Xu – deus do ar e Sebeque – deus-inseto) não puderam fazer nada para não deixar acontecer.
9) Escuridão total – Com esta praga Deus derrubou o deus principal do Egito, Rá, o deus-sol. A palavra Faraó significa sol, ele era um deus. Egito ficou nas trevas (sem ver nadinha) durante 3 dias, mas Israel ficou na luz.
10) Morte de todos os primogênitos – inclusive entre os animais dos egípcios – A morte dos primogênitos resultou na maior humilhação para os deuses e as deusas egípcios. Os governantes do Egito realmente chamavam a si mesmos de deuses, filhos de Rá ou Amom-Rá.
‘Tá vendo? Por aqui, por ora, só falta água e luz…
P.S. do Tijolaço: …e sacerdotes
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Fonte:http://tijolaco.com.br/blog/?p=24666

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O debate sobre o sabá: o sábado cumprido em Cristo

09.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Craig L. Blomberg

Saba-OSabadoCumprido

Cada vez menos cristãos reservam um dia da semana para a adoração e para o descanso de todas as formas de trabalho. Deveríamos nos preocupar com isso? Os adventistas do sétimo dia e os batistas do sétimo dia dizem que sim e sustentam que o dia do sabá deve ser o sábado.

Alguns tipos de presbiterianos e de cristãos reformados, juntamente com outros influenciados pelo legado dos puritanos, respondem “sim” com a mesma ênfase, contudo insistem que o domingo é o sabá cristão. Ainda há aqueles que defendem o princípio de descansar um dia a cada sete, mas não se preocupam com qual seja o dia da semana, uma vez que os pregadores, por exemplo, dificilmente podem descansar no dia em que lideram os cultos de adoração. Alguma dessas três perspectivas está correta? Na verdade, não.

Jesus declarou: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5.17, NVI). É um contraste incomum. Normalmente, quando alguém diz não estar abolindo alguma coisa, continua e diz estar preservando-a intacta. Mas não é assim que a palavra cumprir é usada na Bíblia. Apenas em Mateus, seu significado mais comum é “realizar aquilo que estava predito” ou “dar o significado pleno a algo que estava apenas parcialmente descoberto” (por exemplo, 1.22; 2.15, 17, 23; 3.15; 4.14). Cristãos de todos os tipos reconhecem que não precisam trazer animais à igreja para serem mortos e oferecidos como sacrifícios por seus pecados, muito embora tal prática fosse central a todo o sistema de adoração da antiga aliança. Cristo é de uma vez por todas o nosso sacrifício pelos pecados; assim, o modo como observamos as muitas leis sacrificiais de Levítico hoje é confiando em Jesus para o perdão dos pecados. O Novo Testamento introduz igualmente muitas outras mudanças na lei do Antigo Testamento – todos os alimentos agora são ritualmente puros, de modo que não há problema em comer porco ou camarão (Marcos 7.19). Nós não precisamos ir a um lugar definido para os rituais do templo, porque adoramos em qualquer lugar no qual possamos nos reunir “em Espírito e em verdade” (João 4.24). Homens cristãos não precisam ser circuncidados, muito embora esse fosse um dos mais fundamentais de todos os mandamentos judaicos, precedendo até a entrega da lei no Monte Sinai (Gênesis 17). Em vez disso, hoje Deus aceita igualmente todos os povos com base na “fé que atua pelo amor” (Gálatas 5.6). A lista de mudanças semelhantes é longa.

Mas o que dizer dos Dez Mandamentos? Certamente eles têm algo de especial e são especialmente atemporais de maneiras que o restante da lei da antiga aliança não é. Apesar de uma longa história de pensamento cristão nessa linha, nada na Bíblia jamais afirma isso. Toda a Escritura é vista como uma unidade (Tiago 2.8-11). Os judeus criam que todas as suas leis eram imutáveis. Era isso que tornava tão difícil para muitos deles aceitar Jesus como enviado do céu; ele estava desafiando suas leis eternas. Não importava se ele deixaria muitas delas aparentemente intactas; o seu ensino de que a nova era da história humana, a qual ele estava inaugurando, iria mudar algumas dessas leis deixava muitas pessoas inflamadas. Apenas Deus poderia mudar a lei de Deus. Mas, se Cristo era Deus, então ele tinha esse direito. Se ele não era, seu ensinamento era blasfemo. Os cristãos, contudo, creem que Jesus é Deus. Assim, ainda que uma lei apareça nos Dez Mandamentos, nós não podemos presumir que ela adentra a era do novo pacto sem mudanças. Nós precisamos examinar como Jesus e os apóstolos a trataram antes de podermos entender se ela ainda é obrigatória.

O que, então, o Novo Testamento ensina acerca da lei do sabá, um mandamento dentre os famosos dez (Êxodo 20.10)? Jesus não responde essa questão tão explicitamente quanto gostaríamos; se o tivesse feito, não estaríamos debatendo este assunto hoje. Porém, em todos os seus encontros com os líderes religiosos do seu povo, ele os reprova por impedi-lo de fazer o bem aos sábados, especialmente no que concerne a curar pessoas. Curiosamente, porém, ele jamais cura alguém cuja vida esteja em perigo iminente. Uma mulher andava encurvada há dezoito anos (Lucas 13.10-11). Um homem estava inválido há trinta e oito (João 5.5, 9).

Podemos imaginar os fariseus argumentando com Cristo: certamente ele poderia esperar mais um dia para curar aquelas pessoas, de modo que não profanasse o sabá divino. Certa vez, os discípulos de Jesus colheram algumas espigas em um campo, no sabá, presumivelmente para comê-las, mas nada implica que eles estivessem à beira da inanição (Marcos 2.23). Contudo, a defesa de Jesus para o seu comportamento apresenta um precedente amplo para mudanças: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2.27).

Ao curar um homem com uma mão ressequida no sabá, Jesus ensina que é lícito fazer o bem no sabá (Marcos 3.4). Qualquer comportamento que ajude alguém, que embeleze o mundo, que faça avançar a vontade de Deus, que promova o trabalho honesto ou que proveja recreação ou prazer ao povo de Deus é considerada “boa” na Bíblia e é, portanto, lícito realizá-lo no sabá. Essa é a atitude que deu à primeira geração de cristãos a liberdade de transferir o culto do sabá judaico no sétimo dia para o domingo, o primeiro dia da semana (Atos 20.7; 1Coríntios 16.2). Foi isso que os conduziu a chamar o domingo de “o Dia do Senhor” (Apocalipse 1.10).

Mas os cristãos de modo algum transferiram tudo o que havia no sabá judaico do sábado para o domingo. Os crentes gentios, que compreendiam a maior parte da igreja da metade do primeiro século em diante, não tinham em suas comunidades um dia semanal para o descanso. Gregos e romanos tinham diversos feriados mensais, de acordo com os diversos calendários religiosos festivos que seguiam. Porém, a menos que algum desses feriados caísse num domingo, os cristãos gentios tinham que trabalhar o dia inteiro no primeiro dia da semana e encaixar a adoração e a comunhão ou na manhã do domingo, antes do amanhecer, ou na noite do sábado ou do domingo, após o anoitecer. Foi apenas depois de Constantino tornar-se o primeiro imperador cristão, no início do quarto século, que o domingo foi legalizado como um dia santo (e portanto feriado) no Império Romano.

Muitos dos escritores cristãos do segundo e do terceiro séculos até mesmo falavam da guarda do sabá como uma prática “judaizante” – que levava de volta ao legalismo que Cristo viera abolir. Aquilo provavelmente era uma reação exagerada, a menos que as pessoas que guardassem o sabá, seja no sábado ou no domingo, estivessem tentando obrigar outros a segui-los. Afinal, em Romanos 14.5, Paulo escreveu: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Esse mandato é dado no contexto do descanso no capítulo 14, no qual Paulo aborda questões que estavam dividindo os cristãos em Roma. No coração do debata estava o sabá e outros dias festivos, bem como as leis alimentares, acerca das quais Paulo diz, em poucas palavras: parem de julgar uns aos outros (v. 13).

Colossenses 2.16 é ainda mais claro: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Aqui nós vemos a costumeira tríade judaica de dias santos – festas anuais como a Páscoa, Tabernáculos ou o Dia da Expiação; dias festivos mensais e o sabá semanal. Os cristãos são livres para celebrá-los ou não, e os outros cristãos não devem julgá-los por suas escolhas. A encarnação de Cristo é a realidade que os dias santos preanunciavam. Os seguidores de Jesus vêm a ele e recebem descanso “24 por 7”, como dizemos hoje, porque o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11.28-30). Nossa vida inteira é um descanso sabático, preanunciando o nosso descanso eterno (Hebreus 4.9-11).

Estou dizendo, então, que o culto e o descanso são opcionais para os cristãos? De modo algum. Nós precisamos de ambos e precisamos deles com frequência. O que estou dizendo é que o Novo Testamento insiste que não nos atrevamos a legislar ou exigir um dia em sete para essas coisas. O corpo de cada pessoa é diferente, assim como são suas exigências de trabalho, suas oportunidades de se reunirem com outros crentes e suas necessidades espirituais em geral. Em um mundo viciado em trabalho, que com tanta frequência fragmenta famílias e igrejas, tenhamos o descanso que nos for necessário e cultuemos com frequência juntamente com o povo de Deus. E que as igrejas criem mais cultos, no sábado à noite ou em outros dias da semana, para aqueles que não podem vir ou não vêm aos domingos. Com efeito, sejamos cada vez mais criativos em como alcançar os desigrejados e os que precisam de salvação. Mas não podemos fingir que a panaceia para os nossos problemas na igreja e na sociedade esteja em retornar a um sabá supostamente idílico que, antes de tudo e em grande parte, foi uma invenção dos puritanos.

Nota:

[1] N.E.: Sabá é a transliteração em português do termo em hebraico. Alguns textos usam sábado ou sabbath (transliteração em inglês). Optamos por sabá por ser um termo em português e distinto do dia da semana. Contudo, não se deve confundir com a rainha de Sabá de 1 Reis 10:4.

Observação:

Este artigo é parte da série “Sabá: O Debate Incansável”, na qual serão publicados artigos defendendo diferentes posições para que nosso leitor tenha uma compreensão mais abrangente sobre o assunto. Sendo assim, a postagem de uma posição específica não indica o posicionamento oficial deste ministério. Veja a lista de artigos sobre o assunto:

  1. O debate sobre o sabá (sábado ou sabbath)
  2. O debate sobre o sabá: a guarda do sábado, o sétimo dia
  3. O debate sobre o sabá: o domingo puritano
  4. O debate sobre o sabá: o descanso luterano
  5. O debate sobre o sabá: o sábado cumprido em Cristo
  6. O debate sobre o sabá:  descansar em Cristo é o principal (16/02)
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