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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

As 10 lições que o filme “Os Vingadores” podem ensinar à Igreja

27.11.2013
Do blog GOSPEL HOME BLOG, 14.05.12

 
Aproveitando o sucesso do filme “Os Vingadores”, o pastor Greg Stier, que trabalha com jovens e lidera o ministério de evangelismo “Ouse compartilhar”, escreveu um breve estudo para o The Christian Post com objetivo de causar reflexão sobre como o trabalho em conjunto pode levar a igreja a vencer sempre.

Nesse artigo ele passa dez lições tiradas do filme conseguindo encontrar ligações bíblicas para que os cristãos entendam a mensagem pensando em batalha espiritual. Por exemplo, o escudo do Capitão América (interpretado pelo ator Chris Evans) pode ser interpretado como escudo da fé descrito no livro de Efésios.

Mas não são apenas as armas desses super-herois que podemos ligar as mensangens da Bíblia, todos eles são chamados para a missão de salvar as pessoas. Stier então cita o versículo 27 de Filipenses 1 que diz para combatermos juntos com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.

Com um orçamento estimado em US$ 300 milhões, o filme promoveu o encontro dos hérois dos quadrinhos Thor, Homem de Ferro, o Incrível Hulk e Capitão América . Ao quarteto de superpoderosos une-se uma dupla de agentes, a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro, sob o comando do chefe da S.H.I.E.L.D., a agência que procura proteger o mundo, Nick Fury.

O filme “Os Vingadores” entrou em cartaz no dia 27 de abril e em seus três primeiros dias arrecadou mais de US$ 200 milhões , a melhor estreia da história do cinema.

Confira as lições:

1.) É difícil fazer com que eles lutem juntos, mas quando decidem fazê-lo, as pessoas são salvas (Filipenses 1:27).

2.) Eles aprenderam a lidar bem com as diferenças (Gálatas 3:28).

3.) Bruce Banner (Hulk) tem um grande “poder interior” que ele pode usar a qualquer momento (Efésios 6:10).

4.) O Homem de Ferro tem uma armadura impenetrável e sabe como usá-la (Efésios 6:13).

5.) O Capitão América tem um poderoso escudo e sabe como usá-lo (Efésios 6:15).

6.) Thor empunha uma arma capaz de destruir o inimigo (Efésios 6:17).

7.) Hulk não se curva diante de outros deuses [Thor, Loki] (Êxodo 20:3).

8.) Eles não têm um plano de ataque. Eles só têm um plano… ATAQUE! (Tiago 1:22).

9.) Seu líder tem cicatrizes (Isaías 53:3-6).

10.) Eles estão unidos por um objetivo comum (Mateus 28:18-20).


Fonte: Gospel Prime

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terça-feira, 12 de novembro de 2013

RENATO GUADARD: Honre os seus compromissos

12.11.2013
Do portal VERBO DA VIDA, 28.11.12
Por Renato Gaudard
 
Ocupar uma posição de liderança coloca você em evidência. Coloca você diante de grandes situações. E, às vezes, a gente fecha os olhos para os detalhes, as coisas pequenas. Mas, isso é muito perigoso. Porque nas coisas pequenas é que a gente pode escorregar e ser encontrados em falta, trazendo vergonha para a nossa vida.
 
Conseqüentemente trazendo vergonha para aqueles que estão perto de você.
 
É muito importante que sejamos cuidadosos para que não sejamos pegos nas pequenas coisas.
 
Não adianta eu ser um ministro aprovado diante das pessoas, mas em casa a minha mulher ficar com raiva de mim por causa de algumas coisas que ela esperaria que eu fizesse e eu não estou fazendo.
 
Homens, por exemplo, aqueles pequenos consertos que todo homem sabe que precisa fazer em casa e não faz. Se bem que alguns não fazem. Por exemplo, aquela porta que está rangendo, precisando de um óleo. Sua esposa já falou contigo e você não tomou providência. Isso não é uma coisa pequena? Mas será que estamos sendo diligentes nisso?
 
Essas atribuições por mais simples que pareçam, fazem parte da nossa vida. Seja aprovado na sua casa como presidente, como líder do seu lar. Sendo aprovado ali, você vai ser aprovado na igreja. Porque você vai reproduzir aquele mesmo modelo no seu pastoreio.
 
Se você deixar as coisas com problemas em casa, vai deixar também na igreja, com certeza. Pode ser que os sintomas ainda não tenham aparecido, mas algum momento eles vão chegar.
 
A sua conta de energia elétrica está em dia?
 
Saiba que você tem que pagar por aquilo que você usa.
 
Às vezes, reclamamos das nossas contas a pagar, mas eu tenho aprendido a não reclamar mais. Estou aprendendo a dar graças a Deus porque eu posso pagar. Se eu não estiver podendo pagar, eu vou economizar energia. Mas, seu eu uso, devo pagar!
 
Tem algo nessas contas que percebi e achei interessantes. Está escrito: “faturas vencidas no últimos três meses estão pagas. Obrigado”!
 
Monitore a sua conta quando ela chegar para ver se a do mês passado foi paga.
 
São em coisas simples assim que nós, líderes, precisamos ser diligentes. Estando atentos e cuidadosos.
 
Se você se esquece de pagar a sua conta de luz em casa, vai esquecer de honrar com outros compromissos fora.
 
Mesmo que você coloque alguém para fazer essas atividades, acompanhe o trabalho dela. Você precisa saber se as pessoas estão desempenhando bem as atribuições que você as deu.
 
Homem, na sua casa pode ser que a sua esposa seja a responsável em colocar esses pagamentos em dia. Mas, como aquele que governa você tem que acompanhar. Tem que verificar se está sendo pago ou não.
 
Às vezes, surgem situações difíceis financeiramente que nos colocam numa posição de aperto e dificuldades financeiras e isso, por vezes, pode impedir que honremos com alguns dos nossos compromissos. Isso pode acontecer com qualquer um de nós. É um momento passageiro da nossa vida. Não é algo que deve serpermanente.
 
Se isso é um hábito. Como, por exemplo, pagar contas após o vencimento, acredito que para você crescer no ministério essas coisas precisam ser corrigidas com urgência.
 
A maioria das vezes nós escorregamos nessas coisas, e nem é por falta de dinheiro, mas de atenção, de organização, diligência, de cuidado mesmo.
 
Se você não é uma pessoa cuidadosa com os seus compromissos e você fosse contabilizar as despesas que você tem com o pagamento de juros, como por exemplo, no cheque especial, do cartão de crédito, se fossemos fazer as contas nos espantaríamos.
 
Vamos fazer uma conta simples. Se você pagar 30,00 (trinta reais) por mês de juros no ano você pagará 360,00 (trezentos e sessenta reais). E em 3 anos pagará 720,00 (setecentos e vinte reais).
 
Você já imaginou pegar 360,00 por ano e jogar fora?
 
É um valor considerável? Ou você não tem problemas em se desfazer dele? Por isso, esteja atento aos detalhes e seja diligente e fiel em honrar os seus compromissos, em dia!
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Fonte:http://verbodavida.org.br/ministerio/ministerio-colunistas/diretoria-renatogaudard/honre-os-seus-compromissos/

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

NÃO QUERO FICAR FICANDO

04.11.2013
Do blog SALA DE CINEMA GOSPEL, 26.11.2012
Por Pr. Rodrigo Almeida
 

O mês dos eternos apaixonados, dos amantes e enamorados, tudo muda no mês de junho, as vitrines se tornam românticas cheias de corações de mimos para casais, celebrar algo puro e bonito como o namoro sempre é belo e louvável. Mais o triste é ver que a realidade não é tão perfeita como se mostra ou parece, pois o namoro tem sido afligido por um vírus conhecido como “ficar” que nos últimos anos tem infectado adolescentes e jovens de várias idades deturpando a beleza do namoro, trazendo uma geração que não se importa na verdade com o outro, eles apenas desejam o que vêem usam por algumas horas ou minutos jogam fora e vão à busca do próximo parceiro que o atraia e o satisfaça por mas alguns momentos e assim vão vivendo a cada dia.
O filme Ligeiramente Grávidos mostra muito bem este tipo de relação e com uma virtude como ele prejudica a vida de quem age desta maneira. O filme fala de uma moça que recebe uma promoção no trabalho e sai para comemorar. Ela bebe bastante, curte a noite e escolhe um cara para ficar naquela noite. Eles passam a noite juntos e pela manhã cada um vai viver a sua vida. O problema é que um tempo depois a moça descobre que esta gravida deste cara que ela não tem nenhuma afinidade e ela também não sabe nada do seu caráter.

Para nós cristãos que buscamos uma família saudável e abençoada não a nada mais venenoso do que este tipo de situação do filme. A bíblia fala muito pouco sobre namoro pôs os casamentos da época eram em sua quase totalidade arranjados como em algumas culturas hoje, mas ela nos deixa princípios importantíssimos que nos mostra o valor do verdadeiro namoro e sua importância.

1- Incentive o amor e boas obras (Hebreus 10:24). Os dois devem crescer juntos no namoro, um ajudando ao outro, em todas as áreas. Um namoro que ocupa todo o tempo livre da pessoa e dificulta seu relacionamento com outras pessoas, não ajuda.

2-Observe desde agora como é o comportamento do seu namorado, ele a traiu durante o namoro? Será que se mostrará fiel no casamento? Ela mente aos outros? Será que sempre lhe dirá a verdade? Ele é explosivo e fisicamente violento agora? Acha que vai controlar esses impulsos depois de se casar? Pois muitos problemas de casais que hoje vivem em pé de guerra começaram no namoro.

3- A sociedade atual perverte muito o sentido do namoro. Para muitos, a prática sensual do "ficar" vem antes de conhecer o nome da pessoa, e sem nenhum compromisso pessoal. A vontade de Deus é outra. Independente das atitudes liberais da sociedade, Deus considera errada qualquer relação sexual fora de uma vida de compromisso. (Hebreus 13:4)
Diferente do “ficar” sem compromisso que destrói relações, gera pessoas feridas, como vemos no filme. O namoro é belo e lindo tem pássaros cantando, tem lua sobre um banco da praça iluminando o casal de namorados apaixonados e tem a benção de Deus para aqueles que andam nos seus princípios.

 Rodrigo Almeida de Petrópolis Rj, colunista tambem do site
Ultimato Jovem
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Filme: Ligeiramente Grávidos

Ano: 2007

Sinopse:  Alison Scott (Katherine Heigl) é uma jovem bonita e ambiciosa, que está para estrear como repórter de uma importante emissora de TV. Ben Stone (Seth Rogen) e seus 4 amigos dividem o aluguel de uma casa bagunçada, sendo que todos insistem em se manter na adolescência mesmo já tendo 20 e poucos anos. Alison e Ben se conhecem numa boate e, completamente bêbados, passam a noite juntos. A ligação entre eles terminaria aí, mas algumas semanas depois Alison liga para Ben para informá-lo que está esperando um filho dele.
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Fonte:http://saladecinemagospel.blogspot.com.br/2012/11/nao-quero-ficar-ficando.html

domingo, 3 de novembro de 2013

Vida com alicerce

03.11.2013
Do portal GOSPEL PRIME
Por  Mario Persona
 
Jesus pergunta: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lc 6:46). Encontramos a expressão “Senhor, Senhor” mais quatro vezes nos evangelhos, duas em Mateus 7 falando dos que profetizam, expulsam demônios e fazem maravilhas em nome de Jesus. Desses Jesus diz: “Nunca os conheci”. As virgens insensatas também clamam “Senhor, Senhor”, ao descobrirem que ficaram do lado de fora e não podem seguir o Noivo. São os falsos crentes, sem o azeite que representa o Espírito Santo. E no capítulo 13 de Lucas um pai de família fecha a porta sem dar ouvidos aos que do lado de fora clamam: “Senhor, Senhor”.
 
Em 2 Tessalonicenses 2:10 ao 12 vemos os “que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça” (2 Ts 2:10-12). Estes são os deixados para trás após o arrebatamento da Igreja, por professarem ser cristãos sem nunca o terem sido. É a cristandade apóstata, a “Grande Meretriz” de Apocalipse, que crerá na mentira do anticristo. São os que escutam o evangelho, porém rejeitam “o amor à verdade”.
 
Ter amor à verdade é amar aquilo que Jesus falou, mas isto não se restringe às palavras de Jesus nos evangelhos. A rigor, a Bíblia toda é a Palavra de Deus, e as cartas dos apóstolos são as instruções diretas dadas à Igreja. Paulo afirmou: “O que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor” (1 Co 14:37). Muitos cristãos hoje sentem aversão ao que Paulo escreveu. Eles leem os fundamentos deixados pelos apóstolos como se fossem opiniões pessoais ou velhos costumes orientais. Não percebem que eles são o alicerce do cristianismo, e Cristo a “pedra angular”.
 
Jesus avisa: “Aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa” (Lc 6:49). Mas os que creem em Cristo são “membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Ef 2:19-22). É este o seu alicerce?
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/vida-com-alicerce/

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Perdoar, esquecer ou entregar?

01.11.2013
Do blog ESTUDOS BÍBLICOS, 30.10.13
REVISTA ULTIMATO
Por Lissânder Dias*
 
                                                    
O estudo bíblico de hoje foi preparado por Lissânder Dias, com base no artigo Entrega, de Rubem Amorese, publicado na edição 336 da revista Ultimato.
 
Texto básico: 1 Coríntios 6.1-11
 
Textos de apoio
 

 - Salmo 4
- Provérbios 21.21
- Mateus 5.38-42
- Lucas 23.13-34
- 2 Coríntios 2.5-11
- Apocalipse 21.1-8
 
Introdução
 
Deixar para lá ou reagir quando nos sentimos ofendidos ou feridos? Há vantagens e desvantagens em ambos os casos, e temos que admitir que a linha é tênue. Paulo enxergava, com honestidade, os ranços graves entre os irmãos de Corinto (1 Co 6.1-11), mas os exortava para que tentassem resolver seus conflitos sem injustiças e escândalos. Ele confiava na justiça de Deus.

Para entender o que a Bíblia fala (1 Co 6-1-11)
 

a) Segundo Paulo, o escândalo público entre os cristãos é um indicador, não da busca por justiça, mas de falta de sabedoria entre eles (2). Quando você se sente ofendido, qual a sua primeira reação: reage, esquece ou perdoa?
 
b) Paulo afirma que só o fato de existirem litígios entre os santos já é uma “completa derrota” (7). Como os valores e o testemunho dos cristãos podem evitar conflitos (11)?
c) Como o caráter absolutamente justo de Deus nos ajuda a lidar com a injustiça entre nós? (9-11)
 
Hora de Avançar
 
Certa vez, deparei-me com uma frase usada em um curso para noivos: “O que você prefere: ter razão ou ser feliz?” – como que a dizer que, se eu quisesse ter sempre razão, seria infeliz! Será que essa pergunta não nos ajudaria a definir melhor a qual grupo [o do “deixa pra lá” ou o do que “não abre mão”] pertencemos?
Rubem Amorese
 
Para pensar
 
Se os direitos eram uma das obsessões dos coríntios, a outra era o julgamento. O radical do vocábulo grego krinein aparece em seus cognatos mais de quarenta vezes na carta, e oito vezes nos oito primeiros versículos deste capítulo. A combinação da defesa dos direitos pessoais com o julgamento dos outros é uma das mais insidiosas tendências na igreja de Deus. Os dois males devem ser transcendidos pela redenção que é nossa em Jesus Cristo. Os direitos deram lugar à reconciliação e à mútua responsabilidade; o julgamento foi sepultado com Cristo, como uma das características mais destrutivas e odiosas de nossa natureza interior não redimida. Dentre tudo que Paulo pregara em Corinto acerca de Jesus Cristo e este crucificado, estas duas lições importantíssimas simplesmente não haviam sido assimiladas.

David Prior (A Mensagem de 1 Coríntios, ABU Editora, p 113, 114)
 
 
O que disseram
 
Talvez a atitude correta não seja o “deixar pra lá”, mas a entrega. Em vez de esquecer, entrego meus direitos, bens e razões ao reto Juiz. Assim as coisas não ficarão sem consequência, sem julgamento, sem resposta. Contudo, estarei “deixando pra lá”, em um ato de fé, para ser feliz. Imagino que, por esse caminho, Deus me acrescentará o orar pelos inimigos e me alegrará ao vê-los abençoados.

Rubem Amorese
 
Para responder
 
a) Há irmãos em sua igreja com os quais você tem dificuldade de perdão?
 
b) Sua comunidade cristã é marcada mais pela harmonia ou pelo conflito entre os irmãos? Pense nas causas e consequências da situação atual de sua igreja. Que medidas preventivas poderiam ser tomadas?
 
c) Qual a diferença entre evitar conflitos públicos entre irmãos e denunciar a prática da injustiça em uma comunidade religiosa? Como ter sabedoria para agir de ambas as formas?
 
Eu e Deus
 
Quero aprender a perdoar, não a partir de minha justiça própria e do meu amor próprio, mas a partir da justiça e do amor de Deus
 
*Autor do Estudo Bíblico: Lissânder Dias
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/perdoar-esquecer-ou-entregar/

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ideologia liberal e promiscuidade sexual: Cúmplices?

30.10.2013
REVISTA ULTIMATO
Por Guilherme de Carvalho
 
Poucos discordariam de que a moralidade sexual evangélica encontra-se em uma grande crise. E não apenas uma crise de coerência, uma crise de práticas, mas uma crise de princípios. Nos púlpitos (ou na grande maioria deles) a moralidade Cristã tradicional continua encontrando suporte: sexo exclusivamente heterossexual, rejeição da pornografia, namoro sem sexo, casamento como pacto moral, monogamia, etc.
 
Mas no meio do povo a regra já é outra há tempos. Sim, alguns dirão que sempre foi outra. É certo que o ‘puritanismo’ evangélico oficial sempre foi manco na prática, e na verdade isso se aplicaria à história inteira do cristianismo; mas não é disso que estamos falando, da evidente incoerência dos Cristãos em manter seus próprios padrões sexuais. O que vemos hoje é um pouco diferente: a moralidade sexual Cristã clássica deixou de ser difícil, para se tornar implausível.
 
Implausível, este é o termo certo. Não apenas porque é muito difícil de cumprir no mundo hipermoderno, com suas ofertas incessantes de prazer rápido e fácil, e com a diminuição dos escrúpulos tradicionais (o que meu avô chamava de “sem-vergonhice”) mas porque ela começou a parecer errada mesmo. Sem fundamentos, sem justificativas, doentia e, mas recentemente, imoral.
 
DÚVIDAS MORAIS
 
Consideremos por exemplo o ideal romântico de felicidade amorosa, martelado religiosamente pelas novelas Globais na história sempre igual de um cônjuge que abandona seu companheiro (mau, geralmente) pelo amor da sua vida, e que precisa, deve, ou está sob obrigação de fazê-lo, como condição de autenticidade pessoal. Para o brasileiro contemporâneo o dever da autenticidade é sagrado, e esse dever é interpretado por meio de uma visão utilitarista de felicidade, de modo que o indivíduo tem a obrigação de colocar sua felicidade acima de qualquer coisa. Admite-se, em casos particulares, que uma mulher abra mão de sua felicidade em nome dos filhos, mas isso não é exatamente valorizado; é tolerado e considerado compreensível; mas se tudo é abandonado em nome da autenticidade e da felicidade no amor, temos um verdadeiro “happy end”, e um exemplo de coragem e maturidade. Quanto aos sofrimentos que isso traz a algumas pessoas… trata-se do lado trágico da vida. E quem não entende isso não entende nada do amor, diz-se.
 
Outra história bastante conhecida é a do “sexo extramarital”, antigamente chamado de “fornicação”, mas que hoje se chama simplesmente… Bem, nem tem mais nome no uso popular. Não se trata mais de uma prática distinta e questionável, sobre a qual as pessoas precisam pensar antes de fazer; virou um não objeto, uma espécie de gás dentro do qual todos nos movemos: simplesmente sexo. “Como assim, ‘sexo extramarital’? Existe sexo e ponto; o que o casamento tem a ver com isso?”
 
E assim como os pagãos, os cristãos agora se confundem também a respeito: “se existe amor e são duas pessoas adultas, porque o sexo não é permitido?” Claro, há a versão gospel: “se nos amamos e vamos nos casar (semana que vem, ou no próximo ano, ou um dia quem sabe, ou ao menos é a sincera intenção do meu coração nesse momento), porque não podemos transar?”
 
Entre muitas outras, essa é uma pergunta que Cristãos fazem a si mesmos ou a seus amigos (e a seus namorados(as) acima de tudo), evitando na maioria das vezes leva-la a seus pastores e líderes; afinal, ninguém quer ser acusado de premeditar a fornicação. Mas mesmo quando essa pergunta é levantada publicamente por um crente mais corajoso (normalmente são Nerds e Geeks que fazem a pergunta; os assanhados ficam na calada), nós pastores em geral não temos uma resposta. Temos, sim, uma resposta Bíblica; mas porque ela antes parecia suficiente e agora não funciona mais? Não que antes a resposta Bíblica impedisse os fornicadores; é que antes eles se sentiam culpados. Agora sentem-se confusos e céticos. O que mudou?
 
O SEXO “LIBERAL”
 
Haveria muito o que dizer quanto a essas mudanças, mas vou me concentrar no que considero o problema central: um gás específico que intoxicou a nossa atmosfera. Vivemos agora em uma sociedade pós-cristã na qual o ponto de partida para orientar a imaginação moral se alterou completamente. E a mudança na composição do ar tem tudo a ver com o que chamamos de “liberalismo”.
 
“Liberal” não tem aqui o sentido de “liberado”, nem da “teologia liberal”. Refiro-me antes à ideologia liberal, que tem múltiplos desdobramentos, desde o liberalismo político, passando pela economia liberal, até o campo da filosofia moral. Em termos muito genéricos, o liberalismo afirma como valor máximo e fundamento moral principal a liberdade do indivíduo, que é seu direito e dever supremo. A posse de nós mesmos, o direito de si, seria o fundamento de todos os outros direitos.
 
É claro que há versões e versões disso; libertários mais radicais afirmarão que a posse de si é ilimitada; outros como o próprio John Locke reconheceram em Deus a fonte da liberdade e, assim, seu limite. E é verdade que pensadores não liberais também podem defender a liberdade do indivíduo. Mas há uma diferença: para o liberal, esse princípio é hierarquicamente superior; ele tem o papel central na constituição do discurso político e moral. O quão liberal é uma pessoa, podemos aferir pelo quanto seus julgamentos morais são governados pelo princípio moral liberal.
 
A concepção moral liberal vincula-se frequentemente (embora não necessariamente) ao liberalismo político, com a afirmação da vida, liberdade e propriedade como direitos humanos fundamentais, e a uma visão do Estado como baseado num contrato limitado, dedicada à proteção desses direitos, e ao liberalismo econômico, com sua afirmação da independência do mercado em relação ao Estado ou a estruturas sociais não-econômicas.
Mas voltemos ao sexo: segundo o filósofo americano Alan Soble uma ética sexual secular caracteriza-se pela autodeterminação, o prazer, e a regra da escolha autêntica:
 
“Para um filósofo da sexualidade liberal-secular o paradigma do ato sexual moralmente errado é o estupro, no qual uma pessoa força a si mesma sobre outra e usa ameaçar para coagi-la ao engajamento em uma atividade sexual. Em contraste, para o liberal, qualquer coisa feita voluntariamente entre duas ou mais pessoas é geralmente moralmente permissível”. (Soble, 2004).
 
Sem entrar ainda em detalhes no que significa o termo “geralmente”, o centro do argumento parece fácil de compreender. Se o fato ou um dos fatos mais básicos do universo moral humano é a liberdade e a propriedade do próprio corpo, segue-se que a maturidade sexual se caracterizaria pelo governo de si e pela autenticidade, e que o sexo consensual entre pessoas maduras seria basicamente sadio, exceto prova em contrário. O ônus da prova move-se, então, para os críticos da liberdade sexual: se o sexo é consensual entre adultos, é moralmente permissível sempre que não houver demonstração de sua falha moral.
 
Ora, no centro da visão moderna e hipermoderna (ou pós-moderna, para os que preferem assim) de mundo está a afirmação da vontade do indivíduo sobre o mundo e a ruptura de toda restrição ou limitação exterior. Como observa o filósofo cristão Nicholas Wolterstorff (Yale) citando Hegel:
 
“O princípio do mundo moderno é a liberdade da subjetividade [...] Neste princípio toda externalidade ou autoridade é superada, pois este é o princípio, mas também não mais que o princípio da liberdade do espírito” (“From Liberal to Plural”. Em: Griffioen, 1995).
 
A conexão entre o espírito da modernidade e a ética sexual secular enunciada por Soble percebe-se imediatamente. Na medida em que a vontade e a consciência de si tornam-se a regula fidei para a moralidade em geral, a moral sexual será necessariamente redefinida a partir desse “giro narcísico da modernidade”, como descrevi tempos atrás em uma palestra na comunidade L’Abri. Errado, então, é não ter liberdade para transar – e transar sem vontade.
 
PROBLEMA 1: “CARTESIANISMO” SEXUAL
 
Segue-se desse princípio, que o assentimento da vontade, ou o consentimento livre, é o critério da moral sexual, e que tudo o que limita a liberdade na busca de realização sexual passa a ser imoral. A implicações disso são vastas.
 
Consideremos, por exemplo, a observação de Alan Soble de que o estupro seria o paradigma do sexo moralmente errado. A maioria dos leitores deve se lembrar de uma certa manifestação, ligada à “Marcha das Vadias”, realizada durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013, na qual a manifestante penetrou a si mesma com a cabeça de uma imagem religiosa. Ora, o que se afirmava era o absoluto direito da mulher sobre o seu próprio corpo, e negava-se o direito da religião de interferir nesse direito, por meio da profanação do símbolo sagrado.
 
Temos claramente, então, o estupro como paradigma e caso extremo daquilo que se quer combater: o controle do corpo feminino por outro – no caso, o patriarcalismo. De certo modo, afirma-se que não há emprego errôneo dos genitais ou do próprio corpo sexual, mas apenas violações espirituais. O indivíduo pode “estuprar” ou violar a si mesmo em público num ato obsceno, se isso é uma expressão autêntica e livre. O que está errado é a falta de liberdade. Então a questão maior não é o corpo; é a liberdade absoluta do sujeito e sua propriedade de si.
 
Nesse ambiente cultural, a própria identidade sexual só pode ser estabelecida na medida em que resulta de processos autônomos do sujeito, independente de toda externalidade – seja ela a cultura, o próximo, os valores tradicionais ou o próprio corpo.
 
O que ocorre é que o corpo é o limite e o contato entre eu e o mundo, a borda entre a exterioridade e a vontade, o front principal na batalha entre o eu que deseja ser livre e o mundo, que o limita. Nessa batalha pela projeção de si no mundo o espírito do homem moderno busca a absorção do corpo pela vontade, para consolidar o princípio narcísico moderno. Em outros termos: é necessária a absorção da corporeidade na subjetividade, a dissolução do corpo no ácido da autonomia espiritual do self moderno.
 
Noutra ocasião eu descrevi isso como um “cartesianismo sexual”. Como René Descartes duvidou da existência do próprio corpo, a Res Extensa, até que sua realidade fosse justificada diante do eu racional, a Res Cogitans, o sujeito moderno desconstruirá completamente o seu corpo, se preciso, para torna-lo transparente e submetido à subjetividade. O corpo é desfeito e absorvido pelo self liberal. E aqui, talvez mais do que em outros lugares, percebe-se que não há pós-modernidade; o que temos é modernidade e hipermodernidade, ou um “cartesianismo tardio”.
 
A ideologia da “soberania do sujeito sobre o seu corpo” afirma, paradoxalmente, a descorporificação do eu, como se nota em uma série de comportamentos: a modificação corporal extrema, e a tentativa de impor significado ao corpo no tatoo, a separação entre gênero e forma biológica (como no movimento europeu do “Gênero Neutro”), a própria liberação sexual, as relações amorosas de internet (descritas pela socióloga Israelense Eva Ilouz como o “eu descorporificado”), no discurso sobre o direito ao aborto (baseado no “direito sobre o próprio corpo”) e, como não poderia deixar de ser, no movimento “Queer”.
 
Não podemos avançar muito nesse ponto, mas a ética da absorção do corpo na subjetividade, com sua regra do consenso, na verdade valida de forma ideológica uma ruptura muito grave que se tornou endêmica na vida moderna (assunto que tratamos na Conferência L’Abri em Agosto deste ano): a separação entre Eros e Vênus: o amor pela pessoa corporificada do outro (ou paixão erótica) e o desejo do corpo sem alma do outro (a cobiça venal). Ruptura discutida de modo magistral no filme “A Pele que Habito”, de Pedro Almodóvar, com sua história de desencontros entre o cuidado de si e a busca de identidade, e a presença/ausência do eu no próprio corpo.
 
A venalização da experiência sexual moderna (pornografia, prostituição, PA, etc) é o resultado necessário do cartesianismo sexual. Cada vez mais sexo entre corpos, e menos sexo entre pessoas; pois as pessoas estão ocupadas demais consigo mesmas. E isso é, claramente, um grande fracasso moral.
 
PROBLEMA 2: “CANIBALISMO” SEXUAL
 
O consenso livre entre adultos é a regra moral do sexo liberal, ou sexo hipermoderno. E como resultado disso, segundo mencionamos, a validação moral de qualquer ato sexual nessas condições deixa de ser problematizada. O “ônus da prova”, como mencionamos, recai sobre os críticos de determinado comportamento sexual. Mas o “consentimento livre” é um critério muito pobre para nos orientar nos meandros da vida moral.
 
O Dr. Michael Sandel, professor de filosofia de Harvard, apresenta um caso intrigante que alguns leitores se lembrarão de ter assistido na mídia, em seu livro “Justiça”. Eu mesmo acompanhei o caso sem perceber algumas de suas implicações. Em 2001, na cidade alemã de Rotenburg, o técnico em informática Armin Meiwes colocou um anúncio na internet procurando alguém que estivesse disposto a ser morto e devorado, no que foi atendido pelo engenheiro de software Bernd-Jurgen Brandes. Brandes aceitou a proposta (sem compensações) voluntariamente, foi morto e devorado com azeite e alho. Meiwes foi preso e julgado, e sua condenação quase foi limitada a um “suicídio assistido”, mas ele finalmente pegou prisão perpétua. Mas porque a prisão, se tivemos um caso genuíno de “canibalismo consensual?”
 
“A história sórdida teve um desfecho inusitado, e o assassino canibal tornou-se declaradamente vegetariano na prisão, alegando que a criação de animais de corte seria desumana.”
 
“O Canibalismo consensual entre adultos representa o teste definitivo para o princípio libertário da posse de si mesmo pelo indivíduo e da ideia de justiça dele decorrente” (Sandel, 2013, p. 94).
 
O mero consentimento entre adultos não valida o canibalismo porque, de algum modo, o direito do homem sobre si mesmo e, particularmente, sobre o seu próprio corpo, não pode ser ilimitado. O canibal de Rotenburg foi condenado porque a corte alemã de algum modo viu no ser humano um valor independente de sua própria vontade, contra a qual nem mesmo a liberdade da subjetividade teria qualquer incidência.
 
Daí que, por si só, nenhuma relação sexual na qual o indivíduo “livremente” usa seu corpo como um objeto, e não como uma dimensão de si mesmo, pode ser considerada justificada. O consentimento entre adultos elimina apenas alguns casos extremos como o estupro, mas evidentemente não elimina outros comportamentos que poderiam ser considerados destrutivos sob diversos ângulos, como por exemplo o sexo consentido entre pais e filhos adultos.
 
Creio que as implicações para a nossa discussão são bastante óbvias. O consentimento entre adultos pode ser um dos critérios para avaliar a validade moral de um comportamento sexual, mas até prova em contrário, não pode ser considerado critério suficiente. O ônus da justificativa moral volta, então, para as costas de quem pratica o sexo, especialmente se pairar sobre ele a suspeita de venalização: há, nessa prática, uma violação do valor da pessoa humana, em qualquer nível?
 
PROBLEMA 3: “NARCISISMO” SEXUAL
 
A venalização da sexualidade e a insuficiência do critério liberal não são os únicos problemas para a ética sexual liberal. Há um terceiro problema que diz respeito à natureza e condições da liberdade. Eu mesmo não sonharia em questionar a liberdade da pessoa enquanto direito fundamental e a autenticidade como um dos critérios da vida moral, mas tenho sérias questões sobre o significado da liberdade. Algumas pessoas definem a liberdade de um modo completamente negativo, como “ausência de restrições externas”: se não há um Estado para me vigiar, cobrar impostos e me encarcerar, sou livre.
 
Mas a liberdade não pode ser definida apenas negativamente. O Estado pode conceder-me a liberdade depois de dez anos de cadeia abrindo o cárcere e me convidando a sair. Mas como o farei se tiver perdido as pernas lá dentro sob tortura, ou por uma doença? O que significa presentear alguém com um automóvel, se este não for capaz de dirigir?
 
Liberdade significa, também, a capacidade de existir de certa forma, de realizar certo tipo de ações ou de se capacitar para tanto. Assim, além da “ausência de restrições externas”, precisamos adicionar a “ausência de restrições internas” ou, positivamente, a “presença de habilitações internas e externas”. Quem tem “liberdade e autonomia na direção” é quem sabe dirigir e o faz bem.
 
Mas o que significa “liberdade” numa sociedade utilitarista e consumista, que destrói sistematicamente a capacidade humana de resistir a seus desejos e sonhos de felicidade? O indivíduo hipermoderno é um fraco, incapaz de amar o que deve amar e de odiar o que deve odiar, treinado desde a infância a investir todas as suas energias na busca da satisfação emocional. É um indivíduo dependente do consumo e do entretenimento, buscando a felicidade sem virtude. Poucos colocam o problema tão bem quanto Lipovetsky:
 
“O relaxamento dos controles coletivos, as normas hedonistas, a escolha da primeira qualidade, a educação liberal, tudo isso contribuiu para compor um indivíduo desligado dos fins comuns e que, reduzido tão-só às suas forças, se mostra muitas vezes incapaz de resistir tanto às solicitações externas quanto aos impulsos internos. [...] Por toda parte, a tendência ao desregramento de si acompanha a cultura de livre disposição dos indivíduos entregues à vertigem de si próprios no supermercado contemporâneo dos modos de vida. À medida que se amplia o princípio de pleno poder sobre a direção da própria vida, as manifestações de dependência e de impotência subjetivas se desenvolvem num ritmo crescente. O que se representa na cena contemporânea do consumo é tanto Narciso libertado quanto Narciso acorrentado.” (Lipovetsky, 2008, p. 127).
 
Considere-se o contraste desse modo de constituição moral com o dos antigos; C. S. Lewis descreve a educação clássica em “A Abolição do Homem” como uma formação voltada para a virtude, que pretende desenvolver a musculatura – ou o “peito” – dos jovens antes que seu “ventre” assuma o controle do processo e suas afeições já estejam completamente capturadas por objetos inferiores ou sem valor.
 
Paradoxalmente, como Lipovetsky aponta, o homem produzido pelo giro narcísico da modernidade é como um astronauta que depois de viver por meses seguidos flutuando livre das forças gravitacionais, sofre a diminuição de sua musculatura e mal pode caminhar na terra firme; é um homem incapaz de dizer não às solicitações externas e impulsos internos, inclusive e, talvez, especialmente, no campo dos impulsos sexuais. Nesse contexto, seria racional falar em “consentimento livre de pessoas adultas”? Como avaliar se essas pessoas são realmente livres?
 
De novo o Dr. Sandel tem algo a dizer. Depois de discutir diversos casos de pessoas que aceitaram realizar contratos questionáveis, como o de moças pobres na Índia que aceitam trabalhar como “barriga de aluguel” por dólares americanos, ele chega à conclusão de que
“[...] nossas escolhas só serão livres se não estivermos sob excessiva pressão (por necessidade financeira, digamos) e se estivermos razoavelmente informados sobre todas as alternativas” (Sandel, 2013, 121).
 
Em termos mais gerais: o ponto é que desigualdades nas condições da sociedade podem prejudicar a equidade das instituições e processos que dependem de escolhas individuais. Nesse sentido, por exemplo, um indivíduo narcisista num mercado consumista não é livre efetivamente, mesmo que o seja juridicamente. Esse indivíduo é moralmente doente. E o mesmo se aplica ao sexo: que “liberdade” tem um indivíduo narcisista e escravizado a uma busca amoral de felicidade diante dos apelos internos e externos por “sexo adulto, por consentimento”?
 
Mas há ainda um resultado alarmante do estilo moral de nossa cultura: é que nenhum filtro se estabelece para a proteção de quem é incapaz de escolher bem do ponto de vista sexual. Pois além da vulnerabilidade moral do narcisista hipermoderno, há a vulnerabilidade psicológica de muitas pessoas que tentam compensações sexuais, e a vulnerabilidade socioeconômica que se evidencia na prostituição e na pornografia, mas também em contatos sexuais menos evidentes ao radar dos interesses públicos.
 
Talvez seja errado impedir essa pessoa doente de ter o que deseja. O que se deve interditar, nesse caso, não esse indivíduo, mas a sociedade que o produziu. Como eu disse em outra ocasião, o socialismo de estado devorava os indivíduos crus; já o sistema de hiperconsumo bebe seu caldo de canudinho.
 
O QUE ESTÁ ERRADO?
 
As limitações apresentadas acima não são ainda uma prova de que a ética sexual Cristã seria a melhor ou a correta. Meu ponto é simplesmente questionar o tipo de atmosfera moral que, alega-se, podemos respirar sem preocupações. A verdade é que se trata de um ar tóxico. E a toxidade vem da concepção moderna de liberdade, que o filósofo Cristão Herman Dooyeweerd descreveu como o “ideal de personalidade livre”, gerado no Renascimento, maturado no Iluminismo, e mostrando agora seus traços de senilidade.
 
Toda a concepção moderna e, particularmente, liberal, de liberdade como “arbítrio”, como posse ilimitada ou quase ilimitada de si, e como ausência de restrição externa é muito problemático. Reconheço o seu apelo, em tempos de tiranias como o que vivemos – particularmente do Estado e de grandes Corporações – mas trata-se de uma “cisterna rota”, para usar a linguagem Bíblica.
 
No âmago, está errada a concepção de o valor do homem nasça de sua liberdade, e que essa liberdade inclua não apenas a força, mas o direito da autocontradição, como no caso da vítima do “canibal de Roterburg”. Porque não somos livres para fazer o que quisermos com a nossa vida? Porque ela não nos pertence. O homem e a terra se pertencem mutuamente; o homem e os homens se pertencem mutuamente; e cada um de nós pertence a Deus. A liberdade consiste no uso do poder do arbítrio para compreender e responder a esse fato, da nossa pertença a Deus. A liberdade usada para a contradição de si leva à escravidão; a liberdade usada para afirmação de si por meio da gratidão e da imitação daquele que concedeu a liberdade é a única ação que pode preservar a liberdade.
 
É por isso que João Paulo II reafirmou na encíclica “Centesimus Annus” (cem anos depois da Rerum Novarum) que “a propriedade privada não é um valor absoluto”, e que deve ser complementada com outros princípios, como “o destino universal dos bens da terra” (João Paulo II, 1991, p.17). Se minha liberdade é totalmente dependente da pertença a Deus, a propriedade privada é real, mas também totalmente dependente de Deus e, por isso, relativa. E isso aplica a todo e qualquer ato da liberdade humana: eles se fundam na presença e na graça divina, e não podem jamais contradizê-la.
 
Para a vida sexual, isso significa que não posso “usar” o meu corpo, que é uma dimensão do meu self, e não uma “coisa”. Nem posso usar o corpo do outro. Tanto faz o consentimento do outro; o corpo dele não é dele, é de Deus. Não posso estuprar ninguém, e tampouco posso introduzir a cabeça de uma santa em algum orifício num ato obsceno; não posso modificar minha sexualidade a meu gosto, por procedimentos médicos; se fosse mulher, não poderia realizar um aborto sob a alegação de que “o corpo é meu”, pois o corpo de cada ser humano pertence a seu próximo, a seu cônjuge, à espécie humana, à terra e a Deus, o Criador.
 
Mais ainda: não posso tentar “absorver” o meu corpo na minha subjetividade. Meu corpo não pode ser desconstruído para se sujeitar ao meu espírito, nem ser usado como campo de provas em minha busca por autenticidade. Pelo contrário, devo sujeitar meu espírito a Deus, e assim receberei dele o meu corpo. Agora, em uma vida pura, e renovado, na ressurreição dos mortos.
 
Na verdade há, sim, o “uso” correto do corpo; compreendendo-se que a propriedade e a liberdade são relativas mas reais, o próprio corpo e o corpo do próximo devem ser “usados” para fins que alegram e dignificam a pessoa livre e o Deus que se manifesta nela. Assim o consentimento meu e do outro está sujeito a outra consideração: o que um ser humano deve ser no sentido pleno? Como uma pessoa livre, no sentido profundo e integral, se relacionará com outra pessoa livre no mesmo sentido?
 
LIBERALISMO OU ESQUERDISMO?
 
Claro, há uma pergunta ressoando no crânio de muitos leitores: “mas essa concepção de liberdade sexual é defendida hoje… pela vanguarda esquerdista! Não é coisa de marxismo cultural, de anarquistas de esquerda, etc?” De fato, isso parece um grande paradoxo. Porquê os defensores de direitos humanos mais à esquerda (como os antigos caciques da comissão de direitos humanos da câmara) são tão críticos do livre mercado, e até mesmo do Estado, no caso dos anarquistas de esquerda, mas defendem esse tipo de moralidade sexual, quase sempre? Mas o leitor não foi o primeiro a ver o problema:
Muitas pessoas que repudiam a economia do laissez-faire invocam, em outras circunstâncias, a ideia de que um indivíduo é dono de si mesmo. Isso pode explicar a persistente atração das ideias libertárias, até mesmo para aquelas pessoas que tendem a apoiar o Estado de bem-estar social. Consideremos a maneira pela qual o fato de o indivíduo ser dono de si mesmo surge em discussões sobre a liberdade de reprodução, a moral sexual e o direito à privacidade [...]. A lei não deve punir o adultério, a prostituição ou a homossexualidade, muitas pessoas dizem, porque adultos conscientes devem ser livres para escolher seus parceiros sexuais. [...]. O Estado não tem o direito de me impedir de usar o meu corpo ou dispor da minha vida como eu quiser. (Sandel, 2013, p. 90).
 
Sem voltar ao mérito da questão, o problema aqui é o seguinte: sabe a esquerda brasileira que sua vanguarda sexual é… liberal? E, particularmente, sabem aqueles cristãos anarquistas que defendem essa vanguarda, que estão a serviço da vanguarda do liberalismo, de certa forma (ou seja, ainda que não do liberalismo econômico, assim mesmo servem ao ideal de personalidade livre que gerou o liberalismo)?
 
Bem, não tenho resposta ainda. Pode ser uma coisa da lógica de esquerda materialista-dialética: o capitalismo precisa se contradizer para colapsar e sermos catapultados à sociedade livre e sem classes; e nesse caso a atomização radical da sociedade, por meio do liberalismo, seria uma forma de destruir as forças conservadoras dessa sociedade e nos levar à crise escatológica final.
 
Nesse caso, para se proteger da esquerda radical, os liberais deveriam se tornar… comunitaristas! Penso que um liberalismo mais persistente e Cristão deveria se mover nessa direção, se quiser deixar de ser parte do problema. Pois o liberalismo puro, secular, me parece ser uma das fontes ou, no mínimo, um parceiro da promiscuidade sexual moderna.
 
Mas enfim, espero que ninguém me entenda mal; não estou defendendo o socialismo; comunitarismo não é socialismo. O que defendo é uma imagem pericorética da sociedade, fundada na visão trinitariana de Deus. Essa visão recusa o coletivismo e, com a mesma força, o atomismo social – daí que versões de liberalismo que sejam demostravelmente atomistas, eu as consideraria rigorosamente pagãs; tão pagãs quanto ao adoração ao estado.
 
Também não estou afirmando que todo liberalista moral é um liberalista político e vice-versa, e muito menos que todo liberal seja promíscuo ou vice-versa! Estou apenas apontando uma conexão espiritual entre essas expressões variadas do “ideal moderno de personalidade livre”, mesmo que pessoas individuais não o apreendam de forma coerente.
 
MAS, COM AMOR PODE?
 
A pergunta é boa; admite o fato óbvio de que o consentimento é insuficiente para uma ética sexual viável. Percebe, também, que o “algo” que deve ser adicionado ao consentimento para validar um ato sexual deve ser um tipo adequado de relação interpessoal, que seria o amor. Daí muitos cristãos hoje acreditarem um casal de namorados que se amam poderia praticar sexo sem culpa.
 
Aqui outra coisa entra em jogo: a definição de amor e o significado do casamento. Não vamos tratar disso nesse post, mas posso dizer de saída que concordo em um sentido, mas discordo em outro. Concordo que o amor seja o principal dos ingredientes ausentes na visão liberal de sexo; discordo, no entanto, que o que os casais apaixonados chamam de “amor” seja esse ingrediente. Mas assim que possível voltaremos ao assunto!
 
REFERÊNCIAS
 
Alan Soble, Philosophy of Sexuality. Internet Encyclopaedia of Philosophy, 2009. Disponível em: http://www.iep.utm.edu/sexualit/
Gilles Lipovetsky, A Felicidade Paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. Companhia das Letras, 2008.
João Paulo II, Centesimus Annus: carta encíclica de João Paulo II, Paulinas, 1991.
Michael J. Sandel, Justiça: o que significa fazer a coisa certa. Civilização Brasileira, 2013.
Nicholas Wolterstorff, From Liberal to Plural. Em: Sander Griffioen & Bert Balk, Christian Philosophy at the Close of 20th Century. Utgeverij Kok, 1995.
Roger Scruton, Sexual Desire: a philosophical investigation. Continuum, 1986.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/guilhermedecarvalho/2013/10/29/ideologia-liberal-e-promiscuidade-sexual-cumplices/

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como lidar com um mentiroso?

25.10.2013
Do portal VERBO DA VIDA, 21.05.13
Por Edilson de Lira
 


Como lidar com um mentiroso (mesmo que ele seja você)?…
 
Omitir uma verdade, resultando numa compreensão incompleta e equivocada, é o mesmo que mentir? Bem, isso a serpente do livro de Gênesis nos responde facilmente…
 
E exagerar num elogio? Na verdade, essa pergunta é mais profunda, e se desdobra assim: e
xiste algum motivo bom que justifique uma “mentira saudável”? O mundo prega que apresentar a verdade em doses reduzidas facilita a vida. Chegaram até a criar um novo termo, a mentira branca: É o famoso “diga que não estou aqui”… É mais fácil, evita constrangimentos e preserva sentimentos e amizades. Mas é BIBLICAMENTE correto?
 
Vamos deixar de lado o que o “bom senso” de A ou B tem a dizer sobre isso, e ficar com a Bíblia: O diabo é a fonte de TODA mentira – Ponto final! “…nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). Jesus disse: “seja o seu sim, sim, e o seu não, não; o que passar disso vem do Maligno” (Mateus 5.37). Mais claro que isso, impossível!
 
A MENTIRA É O MÉTODO DIABÓLICO DE BUSCAR APROVAÇÃO E PROMOÇÃO.
 
Ele usou seu método com Eva, e perceba que usou mais uma vez com Caim. Na Bíblia, fica claro que Deus rejeitou Caim e sua oferta. Como lidar com a rejeição? Como lidar com a correção? Deus não deixou de ensinar também o Seu método: “se procederes bem, não é certo que serás aceito?” Esse é o comportamento bíblico diante de uma correção, e da rejeição: se arrepender e mudar de atitude!
 
Deus também advertiu Caim quanto à sutileza do método diabólico: o pecado só precisa de uma porta, de uma brecha. “Eis que o pecado jaz à porta”. Basta abrir uma porta para ser progressivamente dominado, é como uma droga, basta usá-la uma vez… A dica divina é: “evite a primeira tragada!”… “Não dê lugar ao diabo”. Uma brecha é suficiente para sentimentos errados serem lançados, como dardos inflamados, e brotarem uma raiz de amargura.
 
Muito me chama atenção a observação de Deus com respeito a Caim após ter sido rejeitado: “por que descaiu o teu semblante?”. O rosto de Caim havia mudado. Ele podia escolher fechar a porta para a ira, mudar de atitude e voltar a ser aceito. Mas, ele se deixou ser dominado pelo método diabólico: mentir para tentar ser aceito.
 
Caim decidiu “mudar seu rosto” novamente, fingindo que estava tudo bem. Uma “máscara” foi colocada, e daí surgiu a hipocrisia. Os hipócritas na Grécia antiga eram os atores que colocavam máscaras para interpretar o papel de outros personagens. Diante de Abel, parecia estar tudo resolvido. Mas, Caim escolhera escalar a vereda da mentira.
 
“Disse Caim a seu irmão: vamos ao campo”… Uma meia verdade, assim como a serpente fez, na tentativa de resolver a rejeição divina com sua própria força. Não acho que ele falou isso logo um dia depois da oferta de Abel. O pecado foi ganhando espaço aos poucos. Foi assim que ele deixou “o sol se pôr sobre a sua ira”, premeditou, mentiu e matou o seu irmão. Mas, o problema da mentira, como qualquer pecado, é que ela é um vício, e uma dose maior seria necessária na próxima vez…
 
Assim como um drogado fica cego pela droga, Caim chegou ao ponto de perder completamente o seu bom senso. “Disse o Senhor: onde está Abel? Respondeu Caim: NÃO SEI!”. Mentir a Deus assim? Tão cego ficou, que não era óbvio para ele que Deus sabia de todas as coisas? Como um bêbado, ainda com seu hálito denunciando, fala descaradamente que não bebeu… Assim estava Caim, completamente viciado na mentira. Começou com uma meia verdade para o seu irmão, e agora mentia abertamente àquele que sabe todas as coisas.
 
Em Atos 5, vemos também Ananias e Safira. “Como você PERMITIU que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você mentir…” (Bíblia NVI), falou Pedro para ele. Isso não aconteceu logo após a oferta de Barnabé. Uma brecha foi dada. Foi progressivo e premeditado. Eles tiveram tempo de negociar, vender, articular tudo. Eu me pergunto: Não seria um ato louvável ofertar PARTE de uma propriedade para a igreja, e deixar isso claro? Sim, mas Barnabé dera tudo, e os dominados pela mentira a usaram para não “ficar por baixo”…
 
Barnabé estava bem visto entre os irmãos. Iria crescer no ministério. Ananias foi tão insensato que queria a promoção divina através do método diabólico! Nessa altura, me pergunto: e se essa oferta mentirosa tivesse passado impune? Acredito que ele não iria parar. Mentiras mais ousadas em breve surgiriam. A dependência dessa droga chamada mentira não chega num ápice, não tem um alvo final. Ela vai exigindo doses maiores até a sua overdose! Caim mentiu para seu irmão, pecou, e “se deu bem”. Isso inflou seu coração a ousar mentir a Deus diretamente!
 
Não se engane: a mentira só tem uma origem, o diabo. E também só tem um destino, por mais que possa demorar: roubo, morte e destruição. Esse é e sempre será o resultado das obras daquele que nada tem a ver com o verdadeiro cristão. A verdade nunca prejudica, ela liberta!
 
Podemos ver na Bíblia que nós “cingimos nossos lombos com a verdade”, “nela habitamos”, e “a seguimos em amor, para crescermos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo”.
 
Se você se sente preso nessa droga chamada mentira, DECIDA AGORA tomar estes três passos:
 
1 – ADMITA a sua fraqueza a um líder cristão maduro (e decida seguir os conselhos dele);
 
2 – FECHE A PORTA dos sentimentos errados e decida dominá-los;
 
3 – ACEITE de bom grado o tratamento que a Palavra lhe oferece. Proceda corretamente, e esteja tranquilo: Deus vai lhe aprovar e lhe promover!
 
E, quanto àquela mentirinha branca?… Está escrito em Efésios 4.15: “fale a verdade EM AMOR”. Dá mais trabalho, mas dá mais resultado também!
 
Para cada “bom motivo” para mentir, existe um motivo melhor ainda para falar a verdade!
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Fonte:http://verbodavida.org.br/blogs-gerais/soltando-o-verbo/como-lidar-com-um-mentiroso/