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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O propósito principal do ser humano

05.09.2016
Do  portal ULTIMATO ON LINE, 22.08.16
Por Rosifran Macedo 

“Digno és, Senhor e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e para o teu prazer vieram a existir e foram criadas”. (Ap 4.11)

Qual é o fim supremo e principal do homem? O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Eu sempre concordei plenamente com a resposta, até ler o livro “The Problem of Pain”, de C.S. Lewis, onde ele faz a seguinte declaração:

“Nós não fomos criados primeiramente para amar a Deus, (ainda que tenhamos sido criados para isto também) mas para que Deus nos ame, para que sejamos objetos nos quais o Amor Divino ‘descanse’ satisfeito”.2

Em Ap 4.11 a palavra usada para “prazer” pode ser traduzida por: propósito, vontade. Todas as coisas foram criadas para Deus, de acordo com sua vontade, seu desejo, seu prazer. Acho que não tem como separar a vontade e o prazer dele. Se Ele tem vontade de fazer algo, é porque isto o satisfaz. É o seu prazer. Cl 1.16, Rm 11.36, Ef 1.5. 

Se pensarmos que o propósito supremo do homem é que ele faça algo para Deus, estamos centrando a sua existência nele mesmo, e Deus como objeto da sua ação. Se pensarmos que o propósito supremo do homem é receber algo de Deus, então o homem é que é o objeto, Deus é o Centro de tudo, inclusive da existência humana. Deus não existe em função do homem, e nem o homem existe em função de si mesmo. O homem existe em função de Deus. Ele é o recipiente da ação de Deus. Fomos criados para que Deus nos ame. Fomos criados para o seu prazer. 

Criados para sermos recipientes do seu amor, agora somos caídos, corruptos, carentes da Sua presença, e Deus não vai ficar satisfeito até que sejamos quem ele planejou que fôssemos, que tenhamos o caráter adequado para receber o seu amor. Ele vai até as últimas consequências, até a morte, e morte de cruz. Ele também vai nos conduzir por caminhos que nos transforme - às vezes, caminhos desconfortáveis e dolorosos. O verdadeiro amor não vai se contentar que o seu “amado” permaneça na sajerta, na sujeira, no estado de domínio do pecado. Ele nos mostra isto na história de Oséias e Gomer. Depois de Oséias tirar Gômer da prostituição e casar com ela, a esposa volta para a prostituição. Mas Deus o ordena comprá-la novamente. Diante disso, uma das declarações mais amorosas de Deus se encontra em 11.8:

“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? (...) Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem”.

Lewis tenta mostrar este amor de Deus para conosco usando algumas ilustrações, bíblicas, de relacionamentos. Todas são limitadas, mas juntas, elas pintam um quadro que nos ajuda a contemplar este amor divino.

A primeira é a relação do artista e sua obra. Jeremias fala do oleiro e do vaso (18). Pedro nos chama de “pedras vivas” (1 Pe 2.5), e Paulo de “edifício de Deus” (1 Co 3.9). Todas falam do desejo do artista em executar sua obra com perfeição. Ele não fica satisfeito até que a obra tenha o caráter intecionado. É o seu prazer. É assim que Deus nos ama.

A segunda é a relação do homem com animais. O Salmo 23 é a analogia bíblica mais conhecida. É melhor do que a anterior, pois o “objeto” aqui é senciente. A relação do homem com o animal (o cachorro, por exemplo), visa, principalmente, a intenção do homem. O cachorro existe para realizar este desejo do homem, e não o contrário. O bem estar do cachorro será preservado, e a intenção do homem só será plenamente alcançada se o cachorro também o amar de volta. Para isto, o homem interfere na realidade do cachorro e o faz mais amável do que ele é na natureza.

A terceira é uma ilustração mais nobre, o amor de um pai pelo filho. Embora as relações paternais no período fossem mais autoritárias do que as modernas, no entanto, o padrão continua. O amor paternal significa “amor-autoridade” de um lado e “amor-obediência” do outro. O pai usará seu amor e autoridade para moldar o filho na pessoa que ele, na sua sabedoria e experiência, deseja que o filho se torne.

Por último, o amor entre um homem e uma mulher. O amor deseja e busca o bem, o crescimento, o aperfeiçoamento da pessoa amada. Quando amamos não paramos de nos importar com o estado do outro, se está agradável ou desagradável, decente ou indecente. Se uma mulher perceber que o marido deixou de se importar com o estado emocional e a aparência dela, ela irá questionar o amor dele por ela. O amor perdoa todas as falhas, e ama apesar delas, mas nunca deixa de desejar a remoção destas.

Lewis fala que o amor de Deus é persistente como o amor do artista; autoritário como o amor de um homem por seu cachorro; providente e venerável como o amor do pai pelo filho; zeloso, e inexorável como o amor entre os sexos. Não dá para entender isto. Ultrapassa todo o entendimento pensar que o Criador, que não precisa ou depende de nada, deseja, tem prazer e dá tanta importância a criaturas como nós. Só podemos nos por de joelhos em adoração. O dever principal da nossa existência deve ser glorificá-lo para sempre. A vida na sua plenitude é gozar deste amor com Ele.

Notas:

1. Primeira pergunta do Catecismo Maior de Westminster.
2. CS Lewis, The complete CS Lewis Classics, pg 574.
3. Ibid, 570-574

• Rosifran Macedo é pastor presbiteriano mestre em Novo Testamento pelo Biblical Theological Seminary (EUA). É missionário da Missão AMEM/WEC Brasil, onde foi diretor geral por nove anos. Atualmente, dedica-se, junto com sua esposa Alicia Macelo, em projetos de cuidado integral de missionários.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/c-s-lewis-e-o-proposito-principal-do-ser-humano

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Prática da Alegria

11.02.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 05.02.16
Por Elben M. Lenz César

A prática da alegria é a arte de oferecer resistência à tristeza por meio do contentamento proporcionado pela presença de Deus na vida daquele que o busca e da descoberta e exploração das muitas e variadas minas de alegria que estão à margem do caminho em direção à vida eterna.


A alegria não é só uma opção de vida. É uma ordem de Deus ao seu povo. Em Cristo, é uma aberração não ser alegre. É um mau testemunho. É uma contra-evangelização. É uma falta de coerência. O mandamento da alegria está espalhado nas Escrituras Sagradas: nos livros da lei (Dt 16.11), nos Salmos (Sl 32.11), nos profetas (Zc 9.9), nos Evangelhos (Lc 10.20), nas Epístolas (Fp 4.4) e no Apocalipse (Ap 19.7).

A Bíblia ensina uma alegria teimosa, aparentemente arrogante, não-artificial, baseada na fé, e não na instabilidade das circunstâncias de tempo e lugar, comprometida mais com a saúde da alma do que com o bem-estar físico. Esse tipo resistente e durável de alegria pode ser visto na famosa oração de Habacuque: “Embora as figueiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis; embora os rebanhos morram pelos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação!” (Hc 3.17-18, BV).

É importante lembrar que Paulo estava em um cárcere quando escreveu a Epístola aos Filipenses, na qual enfatiza a prática da alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4). Nessa mesma carta, o apóstolo declara ter aprendido a viver contente em toda e qualquer situação: “Tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.12-13).

Gritos de alegria

A Bíblia descreve o regozijo do povo de Deus no correr dos anos e não economiza palavras para mencionar a intensidade e a qualidade dessa alegria.

Fala-se em grande alegria (Lc 24.52; At 8.8; Fm 7), em alegria completa (Jo 16.24; 1Jo 1.4; 2Jo 12), em abundância de alegria (2Co 8.2), em alegria transbordante (Mt 13.44; At 13.52), em plenitude de alegria (Sl 16.11), em alegria indizível (1Pe 1.8), em alegria eterna (Is 35.10) ou perpétua alegria (Is 51.11), em alegria em extremo (Jn 4.6) e até em gritos de alegria (Sl 42.4). As vozes da alegria provocada pela restauração e dedicação dos muros de Jerusalém na época de Esdras e Neemias foram ouvidas a uma grande distância (Ne 12.43). Salomão descreve a alegria do coração como um banquete contínuo (Pv 15.15). E Jesus faz questão de dizer que a alegria provocada por sua ressurreição seria perene: “A vossa alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16.22).

A alegria propicia o louvor: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg 5.13). O salmo 42 lembra com saudades da multidão em festa por ocasião das procissões à casa de Deus, “entre gritos de alegria e louvor” (v. 4-5). O povo comemorou a renovação da aliança na época do sacerdote Joiada “com alegria e com canto, segundo a instituição de Davi” (2 Cr 23.18). É muito difícil separar a alegria do louvor, o louvor da música e a música da expressão corporal (dança): “Louvai-o [a Deus] ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de corda e com flautas, louvai-o com címbalos sonoros. Louvai-o com címbalos retumbantes” (Sl 150.3-5). Momentos de intensa alegria foram descarregados na música e na dança: por Miriã, logo depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20-21); pela filha de Jefté, logo depois da vitória do pai sobre os filhos de Amom (Jz 11.34); e por Davi, logo depois da recuperação da arca do Senhor (2Sm 6.14-15).

A fonte primeira

Na verdade, a maior fonte de alegria é a presença de Deus na vida diária do homem: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Daí a oração de Moisés: “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14).

Davi e Salomão, pai e filho, confirmam essa verdade. Porque pecou e se retirou da presença de Deus, Davi perdeu a alegria, que lhe era uma experiência comum. É por essa razão que ele pede duas vezes no famoso salmo de confissão e arrependimento o retorno desse estado de espírito: “Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste” e “Restitui-me a alegria da tua salvação” (Sl 51.8, 12). Já Salomão, seu filho, se distanciou de Deus por causa de suas mulheres estrangeiras (1Rs 11.1-8) e peregrinou atrás de alegrias duvidosas e efêmeras, entregando-se sem reserva a todos os seus desejos (Ec 2.10), tendo chegado por fim à feliz conclusão de que, separado de Deus, “quem pode alegrar-se?” (Ec 2.25).

Essa lição foi duramente aprendida tanto por Davi como por Salomão. O primeiro confessou: “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença” (Sl 16.8). O segundo escreveu um dos apelos mais convincentes e bonitos das Escrituras contra a frustração e o tédio e a favor da colocação de Deus na linha de frente do pensamento humano: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Ec 12.1).

Quando se fala em alegria na Bíblia, repetidas vezes refere-se à “alegria no Senhor”. Vejam-se os salmos de Davi (9.2; 32.11; 63.11), a oração de Habacuque (Hc 3.18) e a Epístola de Paulo aos Filipenses (Fp 4.4).

Minas de alegria

A alegria não é tão difícil quanto os pessimistas pensam. Ela é provocada por coisas simples sempre relacionadas com a pessoa de Deus. Basta lembrar que a alegria é fruto do Espírito (Gl 5.22), consequência inevitável para quem está em Cristo e anda no Espírito, e não na carne. Essa verdade é reforçada por mais este texto: “Vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo, embora tenham sofrido muito” (1Ts 1.6, BLH).

Outra fonte de alegria é a segurança do perdão e da salvação: “Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim porque o vosso nome está arrolado nos céus” (Lc 10.20).

Todas as vezes que Deus se manifesta e aviva a sua obra no decorrer dos anos e a faz conhecida (Hc 3.2), há muita alegria: “Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então exultará Jacó, e Israel se alegrará” (Sl 14.7; 53.6). Talvez seja uma das mais poderosas fontes de alegria do povo de Deus (2Cr 15.15; 29.36; 30.23-27; Ed 6.22; Ne 12.43). O crescimento quantitativo e qualitativo da igreja primitiva foi celebrado com muita alegria (At 15.3), justificando o provérbio de Salomão: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Pv 29.2).

O fruto do penoso trabalho também é fonte de alegria, até para Jesus: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito” (Is 53.11). Paulo correu risco de vida em Tessalônica (At 17.1-10), mas muito se alegrou com os resultados de seu trabalho naquela cidade e escreveu aos tessalonicenses:
“Vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1 Ts 2.20). Na pequena epístola dirigida a Gaio, João se abre: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos [na fé] andam na verdade” (3Jo 4).

As promessas de Deus são outra verdadeira fonte de alegria: “Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos” (Sl 119.162). A esperança produz alegria antecipada e diminui sensivelmente o impacto da dor, como aconteceu com Paulo: “Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” (Rm 8.18). Os heróis da fé listados na Epístola aos Hebreus não obtiveram em vida a concretização da promessa, mas viveram debaixo da alegria e do entusiasmo daquilo que Deus prometeu fazer a seu tempo (Hb 11.39-40). Entre Zacarias e o nascimento de Jesus, há pelo menos cinco séculos, mas o profeta anunciou à sua geração: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (Zc 9.9). 

Enquanto entre os secularizados a alegria depende do ter, e não do ser, do receber, e não do dar, entre os cristãos um dos segredos da alegria é a ordem inversa: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). Essa palavra atribuída a Jesus é comprovada na experiência do povo de Deus tanto na época da construção do primeiro templo (1Cr 29.9) como na época da restauração da casa do Senhor, cerca de 150 anos depois (2Cr 24.10). Em ambos os textos, se lê que o povo se alegrou por ter dado liberalmente a sua contribuição voluntária.

Tempos de alegria

Por causa do pecado, por causa da depravação humana, por causa da ordem política e social injusta, por causa da incredulidade, por causa da atuação satânica, por causa do orgulho humano, por causa da fome e da miséria, por causa da enfermidade e da morte, por causa da rejeição do evangelho e por causa dos erros cometidos pela liderança civil e religiosa – nem todo tempo é tempo de alegria. A Bíblia ressalta esta verdade: “[Há] tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria” (Ec 3.4).

O próprio Jesus, a fonte de toda a alegria, teve momentos de tristeza. Ele chegou a chorar ao ver Maria, irmã de Lázaro, em prantos por causa da morte do irmão (Jo 11.33-35). Chorou outra vez, na entrada triunfal em Jerusalém, ao ver, do alto do Monte das Oliveiras, a cidade impenitente e marcada para a completa ruína (Lc 19.41-44). A sua maior tristeza, porém, foi no jardim do Getsêmani, quando buscou a simpatia de Pedro, Tiago e João: “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.38).

Em certas situações muito especiais, a tristeza torna-se virtude e a alegria torna-se pecado. Paulo se mostra virtuoso ao se preocupar com a incredulidade dos judeus, a despeito de todas as prerrogativas do povo eleito, seus irmãos e compatriotas segundo a carne: “Tenho grande tristeza e incessante dor no coração” (Rm 9.1-5). Jó também se mostra virtuoso porque não se alegrou com a desgraça daquele que lhe devotava ódio (Jó 31.29). Aliás, está escrito que “o que se alegra da calamidade não ficará impune” (Pv 17.5). Existem o “Alegra-te” (Zc 9.9) e o “Não te alegres” (Os 9.1). O “alegra-te” é para as coisas que Deus faz (Sl 118.24), e o “não te alegres” é para as coisas que o homem faz de errado (Tg 4.9).

A tristeza tem de ser bem dosada. Tem de ser passageira. Tem de ser usada por Deus para provocar humildade, arrependimento e mudança de comportamento (2Co 7.10). Tem de ser resolvida pela consolação das Escrituras (Rm 15.4) e pela consolação do Espírito (Jo 14.16). Tem de ser amenizada pela esperança cristã (1Ts 4.18). Tem de ser sucedida pela alegria, como se preconiza neste salmo: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Tem de ser positiva como as dores da mulher que está para dar à luz, prontamente aliviadas ao nascer a criança (Jo 16.21-22). Tem de ser vencida e subjugada pela alegria do Senhor. Para tanto, é necessário recorrer a Deus: “Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade” (Sl 90.15).

Nota: Publicado originalmente no livro Práticas Devocionais (capítulo 18), de Elben Lenz César.

Imagem: Thais Rocha Gualberto / Freeimages.com

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/pratica-da-alegria

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Nossa atividade mais nobre

15.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE,12.01.16
Por C.S.Lewis

terça-feira

Se o mundo existe não para que amemos a Deus, mas principalmente para que ele nos ame, ainda assim, isso acontece, num nível mais profundo, por nossa causa. Se ele, que existe em si mesmo e não precisa de nada, opta por precisar de nós, é porque precisamos que precisem de nós. Antes e por trás de todos os relacionamentos de Deus para com o homem, conforme aprendemos no cristianismo, existe um ato divino de pura doação — a eleição do ser humano, a partir da não-existência, para tornar-se o amado de Deus, e portanto (em certo sentido) o necessário e desejado de Deus, que para esse ato não precisa e não deseja nada, já que ele eternamente tem, e é, toda a bondade. E esse ato é por nossa causa. 

É bom conhecermos o amor; e melhor ainda é conhecer o melhor objeto de amor: Deus. Porém, conhecer esse amor como se nós fôssemos primariamente os selecionadores, e Deus o selecionado, como se nós o procurássemos e ele fosse encontrado, em que a adequação dele às nossas necessidades, e não a nossa as dele, viesse primeiro, seria conhecê-lo de uma forma falsa de acordo com a própria natureza das coisas. Não passamos de criaturas; nosso papel tem de ser sempre o do paciente para o agente, da fêmea para o macho, do espelho para a luz, do eco para a voz. 

Nossa atividade mais nobre deve ser a de resposta e não de iniciativa. Experimentar o amor de Deus de uma forma verdadeira e não ilusória é, portanto, experimentá-lo como uma entrega às suas exigências; nossa conformidade para com o seu desejo. A experiência contrária significa, por assim dizer, um atentado contra a gramática do ser.

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/01/12/autor/c-s-lewis/nossa-atividade-mais-nobre/

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Repousará sobre ele o espírito do Senhor

29.12.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE
DEVOÇÕES DIÁRIAS
Por Ricardo Barbosa de Sousa

sábado

“Vem, Espírito Santo, vem, Mestre dos humildes e juiz dos altivos.

Vem, esperança dos pobres, conforto dos cansados. Vem, estrela

sobre o mar, salvação no naufrágio. Vem, glorioso adorno de todos

os viventes, de todos os mortais única salvação. Vem, Espírito Santo,

comisera-te de nós. Prepara-nos para tua obra. Preenche nossa

pobreza com o teu poder, vem de encontro à nossa fraqueza com a

plenitude de tua graça.”

Anselmo de Cantuária, 1033-1109, (teólogo e bispo inglês).

Meditação

“Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e fortaleza, o Espírito de conhecimento e temor do Senhor” (Isaías 11:2).

O Espírito do Senhor também tem nome, ele é o Espírito de: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento e temor do Senhor. São estes adjetivos que nos ajudam a conhecê-lo, que formam o conjunto de sua revelação. Ele é o Espírito da verdade que nos conduz a toda a verdade.

Jesus inaugura seu ministério público em Nazaré lendo as Escrituras que afirmam: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres…”. Seu ministério encontra-se em perfeita sintonia com a profecia de Isaías. O Espírito do Senhor que repousa sobre ele é Espírito de vida, de discernimento, de compreensão da vontade e propósito de Deus. O menino da manjedoura de Belém sempre trouxe grande admiração pela sua sabedoria, e autoridade de quem sabe o que ensina. O evangelista Lucas nos diz que ele “crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens“.

Você tem crescido em sabedoria, maturidade e discernimento?

Intercessão

Clame por uma vida mais plena do Espírito de Deus, que ele te torne sábio para a compreensão e discernimento da vontade do Senhor. Peça a ele que te dê coragem e temor para viver uma vida santa, justa e reta.

Hino

Enche-me Espírito, mais que cheio quero estar,

Eu o menor dos teus vasos, posso muito, transbordar

Ó dá-me falar cada dia, com salmos hinos de amor

Ó dá-me viver cada dia, com gratidão e louvor.

Ó dá-me falar cada dia, com salmos hinos de amor,

Em sujeição uns aos outros, com gratidão e temor.

Oração

Senhor, que teu Espírito repouse sobre mim e me dê a sabedoria que necessito para viver de forma mais real e verdadeira. Reconheço que facilmente sou seduzido pelas fantasias irreais de um mundo falso e mentiroso, estou continuamente fugindo da verdade. Me conduza, por meio do teu Espírito, a temer somente a ti e a viver somente para o teu louvor.

Amém

Retirado do e-book  Para Celebrar o Natal de Ricardo Barbosa de Sousa. Baixe o seu gratuitamente.

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/12/26/autor/ricardo-barbosa-de-sousa/repousara-sobre-ele-o-espirito-do-senhor/

domingo, 29 de novembro de 2015

O gadareno teria sido o primeiro missionário na Jordânia?

30.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 08.2010


Gadara (hoje Um Queis) é uma cidade da Transjordânia, a dez quilômetros ao sudeste do mar da Galileia, na Palestina. Nos tempos de Jesus, havia ali um homem fora de si. Ele era muito estranho: não parava em casa, passava dias e noites nas cavernas e nos cemitérios, feria-se de propósito, gritava pelas estradas, tinha uma força capaz de arrebentar correntes de ferro, era violento e perigoso, andava nu e assustava todo mundo. Poderia ser um louco varrido, mas, no caso desse gadareno, o diagnóstico era outro. O rapaz estava de fato endemoninhado.

Os demônios são anjos caídos, espíritos maus (também chamados de imundos) a serviço de Satanás, capazes de entrar numa pessoa e dominá-la por completo, causando tormentos, doenças, deformidades físicas, convulsões e principalmente transtornos mentais. Eles são inimigos de Deus, mas não são ignorantes. Referem-se a Deus como o “Deus Altíssimo” (Mc 5.7; At 16.17) e a Jesus como o “santo de Deus” (Mc 1.24) ou o “Filho do Deus Altíssimo” (Mc 5.7). Eles chegam a falar dos dois temas contrários: a salvação (At 16.17) e o dia do juízo (Mt 8.29). Quando Jesus pisou em terra, depois da difícil travessia do mar da Galileia, o tal endemoninhado de Gadara foi ao seu encontro e o Senhor o curou. Pouco depois o rapaz “estava assentado aos pés de Jesus, vestido e em perfeito juízo” (Lc 8.35). O milagre provocou grande reboliço em toda a região e reações diferentes. Os envolvidos com aquele acontecimento fizeram pedidos diferentes e curiosos a Jesus. Os demônios pediram “com insistência” a Jesus que os transferisse do corpo daquele homem para os porcos que pastavam nas imediações. Os gadarenos pediram “com insistência” que Jesus saísse da terra deles. E o ex-endemoninhado pediu “com insistência” que Jesus o deixasse permanecer na companhia dele.

O pedido dos demônios foi atendido de pronto. A manada de porcos, “que era de cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram” (Mc 5.13). O pedido dos gadarenos também foi atendido: “Jesus subiu no barco e foi embora” (Lc 8.37). Todavia, o pedido coletivo e unânime do povo daquela cidade é um dos mais estranhos de que se tem notícia! Em vez de pedir que Jesus fosse embora, eles deveriam ter realizado um culto de ação de graças a Deus pela cura daquele homem infeliz e perigoso. Eles deveriam ter levado outros doentes da região para serem também curados. Por trás do estranho pedido estava o dinheiro. Com a morte dos porcos, o prejuízo dos porqueiros e seus associados foi enorme (quase meio milhão de reais, caso os porcos estivessem no ponto de abate). 

Mas o pedido do ex-endemoninhado não foi atendido. Jesus tinha outros planos para ele: “Volte para casa e conte aos seus parentes o que o Senhor lhe fez e como ele foi bom para você” (Mc 5.19). Naquele dia, Jesus e o homem curado se separaram e seguiram direções opostas: o Senhor atravessou o lago e foi para o oeste e o ex-endemoninhado seguiu não só para sua própria casa, mas também para a vasta região de Decápolis, no lado leste (Mc 5.20).

Entre as dez cidades que formavam a antiga Decápolis, cuja população em sua maioria era grega, estavam Gadara, Gerasa, Damasco e Filadélfia. Essa Filadélfia (não a Filadélfia da Ásia Menor) é hoje Amã, capital da Jordânia. Quem sabe o ex-endemoninhado de Gadara teria sido o primeiro missionário da atual Jordânia!
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/325/o-gadareno-teria-sido-o-primeiro-missionario-na-jordania

JAN HUS:600 anos de um martírio

30.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 09.2015
Por Alderi Souza de Matos

No dia 6 de julho de 2015 transcorreu o 6º centenário da morte de Jan Hus, tido como um dos precursores da Reforma Protestante. Esse sacerdote tcheco com cerca de 42 anos foi executado na fogueira após ter sido condenado como herege pelo Concílio de Constança, no sul da Alemanha. Ele foi mais um da longa lista de vítimas da intolerância da cristandade para com os dissidentes, que havia começado no quarto século com a execução do bispo espanhol Prisciliano e alguns companheiros, no ano 385.

Jan Hus nasceu em 1372 ou 1373 na vila de Husinec, no sudoeste da Boêmia, atual República Tcheca. Em 1396, obteve o grau de mestre de artes na Universidade de Praga e, quatro anos mais tarde, foi ordenado ao sacerdócio enquanto lecionava nessa mesma universidade, a primeira da Europa central. Em 1409, concluiu todos os requisitos para o doutorado em teologia, mas não chegou a obter esse grau devido às controvérsias em que se envolveu (Cf. Williston Walker et al., “A history of the Christian church”, 4ª ed.).


Algum tempo antes de abraçar o sacerdócio, ele havia tido uma experiência de conversão mediante o estudo da Bíblia e se tornou um forte defensor de reformas na vida clerical. Em 1402, foi nomeado pregador da Capela de Belém, em Praga, o centro de um movimento reformador tcheco que havia começado em meados do século anterior. As principais características desse movimento eram a pregação no idioma vernáculo, a reforma moral do clero e dos leigos, a centralidade da Escritura como norma de vida e o apelo à participação frequente na Eucaristia.

O impulso reformador de Hus foi intensificado mediante o contato com as ideias de outro crítico da igreja, o sacerdote inglês John Wyclif (c. 1325--1384), que havia sido um conhecido professor de filosofia na Universidade de Oxford. Graças ao casamento do rei Ricardo II com uma princesa boêmia, vários jovens tchecos foram estudar em Oxford e de lá trouxeram para o seu país as doutrinas e escritos de Wyclif. Entre eles estava Jerônimo de Praga, amigo íntimo de Hus. Debaixo de todas essas influências, Hus se tornou um pregador e um líder nacionalista imensamente popular, numa época em que a Boêmia estava sob o controle do Sacro Império Germânico.

Hus não foi um seguidor servil das ideias de Wyclif, aceitando apenas aquelas que ele considerava plenamente ortodoxas. Como o seu colega inglês, ele ensinou que a verdadeira Igreja consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. A vida da igreja devia ser marcada pela simplicidade e pobreza exemplificadas por Cristo. Insistiu que a única lei da igreja devia ser a Bíblia, em especial o Novo Testamento, e não as tradições da lei canônica, mas aceitou a autoridade docente dos antigos pais e doutores cristãos. Ao contrário de Wyclif, Hus não negou o dogma da transubstanciação, mas defendeu que os leigos participassem também do cálice.


Com o passar do tempo, sua identificação com os ensinos wyclifitas e suas críticas contra o clero, o papa e as indulgências fizeram com que perdesse o apoio de importantes simpatizantes, como o arcebispo e o rei da Boêmia. Em especial, atraiu a animosidade dos professores alemães que em 1409 deixaram a Universidade de Praga para fundar uma nova universidade em Leipzig. Depois de ser excomungado, ele deixou Praga em outubro de 1412 e buscou refúgio junto a alguns amigos no sul da Boêmia. Nessa época, além de escrever numerosos tratados na língua pátria, compôs sua principal obra, “De ecclesia” (Sobre a igreja), uma versão atenuada das posições de Wyclif. Não reconhecendo a autoridade jurisdicional do clero que o condenou, disse que apelava somente a Deus e Cristo, não a um papa ou concílio.

Hus foi convocado a comparecer diante do célebre Concílio de Constança (1414–1418), que teve como um dos principais objetivos sanar o chamado “Grande Cisma”, a existência simultânea de três papas (Roma, Avinhão e Pisa). Embora tivesse recebido um salvo-conduto do imperador Sigismundo, irmão do rei Venceslau da Boêmia, ele sabia que iria correr grande perigo, mas ainda assim decidiu ir a Constança para defender as suas posições. Foi aprisionado poucas semanas depois que chegou, sendo o salvo-conduto considerado nulo. Enquanto seus inimigos tchecos e alemães faziam amargas acusações contra ele, sofreu grandes privações nos vários locais em que esteve detido.

No dia 5 de maio de 1415, o concílio condenou oficialmente John Wyclif como herege, agravando a situação de Hus. Foi-lhe exigido que renegasse trinta ensinos errôneos colhidos em seus escritos. Ele declarou falsas algumas das acusações e quanto a outras disse que só voltaria atrás se convencido pela Escritura e pelos antigos pais. No dia 6 de julho, foi condenado à pena capital e poucas horas depois queimado na fogueira, enfrentando essa morte cruel com grande coragem e dignidade. No ano seguinte, seu colega Jerônimo de Praga teria a mesma sorte.

A reação do povo tcheco foi intensa, surgindo um vigoroso movimento político-religioso em torno das ideias do líder martirizado. Daí resultou em 1458 a “Unitas Fratrum” (Unidade dos Irmãos Boêmios), antecessora dos famosos Irmãos Morávios. Por uma grande ironia, um século depois de Hus, na mesma Alemanha em que ele foi morto, outro sacerdote e professor universitário haveria de liderar um protesto semelhante, porém com efeitos muito mais amplos e duradouros -- Martinho Lutero.

• Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e professor no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. É autor de “Erasmo Braga,o Protestantismo e a Sociedade Brasileira”A Caminhada Cristã na História e “Fundamentos da Teologia Histórica”. Artigos de sua autoria estão disponíveis em www.mackenzie.com.br.
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/356/600-anos-de-um-martirio

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Para que serve a Escola Dominical?

27.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 25.11.15



“Quem examina cada questão com cuidado, prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor” (Pv 16.20).

O avivamento não é uma coisa que a igreja possa agendar e realizar. Mas ela pode, sim, desejar que aconteça. Ela pode orar, suplicar, estudar o assunto, checar as Escrituras, conhecer a sua natureza, os seus resultados e quais transformações foram produzidas de modo duradouro. 

Também é possível constatar os enganos do inimigo se misturando à obra realizada e os exageros cometidos por lideranças quando o zelo cego deseja as experiências pelas experiências e não a apropriação de seus benefícios para a vida em permanente santificação.

No processo de desejo e preparo para que um avivamento aconteça, a Escola Dominical ocupa uma função importantíssima, eu diria chave. Um dos grandes desafios da Igreja no século 21 é exatamente a falta de informação bíblica com solidez e qualidade. É irônico que num tempo de tantas facilidades e de tantos recursos tecnológicos exista uma crescente ignorância bíblica no seio do povo de Deus. 

As Escrituras e tantos outros recursos como dicionários, comentários, sermões e ferramentas para exegese e hermenêutica estão disponíveis em todas as plataformas. Você pode ir para o culto hoje com dezenas de versões e traduções bíblicas, com uma volumosa biblioteca altamente especializada e com as obras dos autores mais badalados no momento no ‘tablet’ e no smartphone. Mesmo assim, a ignorância parece não ceder; antes, piora a cada dia. Muita informação e pouca profundidade. Muita informação e nem sempre acontece a formação. Por quê?

Porque a mente precisa ser treinada para poder usufruir com proveito tais recursos. Os textos em linguagem digital geralmente são curtos, sintéticos, sem grande desafio para o raciocínio, sem grandes dificuldades para a mente formar suas próprias conclusões. As respostas podem vir mesmo antes de a questão ser posta. A Escola Dominical pode ser um lugar da inteligência da fé, munida destes e outros recursos, pode ser o espaço ideal para o aprofundamento das questões mais relevantes e que mais desafiam a veracidade e a racionalidade da fé cristã. 

“Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15). Fica claro por esta citação que o preparo, o treinamento da mente, a capacidade de argumentar com coerência fazem parte do amadurecimento, do discipulado e de uma vida operosa no Evangelho. 

Portanto, é um dever da liderança da igreja local investir na Escola Dominical e na formação dos professores. É um dever moral dos cristãos valorizarem esta escola para a edificação de suas almas e também para o equipamento espiritual e intelectual de corações e mentes capazes de testemunhar e de compartilhar o Evangelho. Quando as Escrituras são disseminadas, ensinadas e explicadas, quando as sublimes doutrinas da Graça e o estudo diligente de todas as doutrinas sobre a Trindade e as últimas coisas fazem parte do currículo básico da Escola Dominical será inevitável que haja um despertamento para uma adoração mais grata, mais vibrante, mais emocionante em face do encantamento que a verdade de Deus provoca na alma. Sem dúvidas numa atmosfera espiritual regida pela verdade e com uma adoração sustentada pela razão o caminho para o avivamento pode estar sendo aberto. 

A Escola Dominical tem um papel importante também na evangelização. Ela deve ser um centro de discipulado e envio. Como os apóstolos sentados aos pés do Mestre e, depois de ouvi-lo atentamente, foram enviados em missão. O mesmo deve acontecer na Escola Dominical. Assentamo-nos para ouvir sobre o Reino, o amor do Pai, as Bem-aventuranças, a prática da justiça e etc.; somos enviados a oferecer e dar de graça o que de graça e pela graça recebemos. Na Escola Dominical aprendemos a viver e a agir como discípulos, como quem apreende a consciência de ser enviado ao mundo como o seu Mestre. 

Sem uma Igreja bem treinada, com uma fé inteligente e articulada; sem um povo com bases bíblicas e doutrinárias sólidas e bem identificadas; sem uma adoração racional, vibrante e sem uma profunda identificação como discípulos de Jesus nem o avivamento e nem a evangelização serão possíveis. Graças sejam dadas a Deus pela Escola Dominical. Valorizemos, pois, esta maravilhosa “escola de vida”.


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Foto: Stasys EIDIEJUS/Freeimages.com


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/para-que-serve-a-escola-dominical

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Perdido em Marte

17.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 11.11.15
Por Carlos R. Caldas Filho*


Andy Weir é um sujeito de sorte. Escreveu um único livro – por enquanto – que já na estreia foi sucesso de vendas e, sonho de todo escritor, teve o mesmo adaptado para a telona, com grande elenco e dirigido por Ridley Scott, que não é qualquer diretor. The Martian, a obra de Weir, virou “Perdido em Marte” no Brasil. 

Uma ficção científica diferente das que estamos acostumados a ver: não é uma space opera, como “Guerra nas Estrelas”, nem uma obra com pretensões metafísicas como as de Arthur C. Clarke (popularizador da mais que questionável teoria do astronauta antigo – ou o “alienígena do passado”, tema de um programa sem noção de um canal da TV paga). 

Na obra de Weir as únicas tecnologias que existem são as que existem... Não há nada de tecnologias ultrassofisticadas que talvez não se realizem nem daqui a mil anos, como a velocidade do dobra de “Jornada nas Estrelas”. O mote da obra de Weir é bastante simples: uma expedição da NASA a Marte enfrenta uma tempestade e tem que abortar a missão. Um dos astronautas, Mark Whatney, é dado como morto e deixado para trás. Só que Whatney não morreu... E tem de encontrar um jeito de sobreviver e entrar em contato com a NASA. Uma outra expedição levaria quatro anos para chegar ao destino, o Planeta Vermelho. Tudo indica que Whatney não tem a menor chance. Mas ele não desiste. Acontece que ele é botânico, e inventa um jeito de cultivar batatas em Marte. O livro é muito bem escrito, muito verossímil, e cheio de explicações técnicas sobre os procedimentos adotados pelo astronauta, que é extremamente bem humorado e enfrenta situações capazes de levar qualquer um a perder o juízo. O livro é tão verossímil que estou em dúvida se pode mesmo ser classificado como Sci-Fi... 

A adaptação ficou bem feita, uns 95% talvez fiel ao livro. Claro, Scott se permitiu mudar alguma coisa aqui, ali e acolá. Por exemplo, o personagem Venkat Kapor, um dos diretores da NASA, no livro é um indiano (ou filho de indianos), mas no filme ele é mudado para Vincent Kapor, um negro (ou afro-americano, como os estadunidenses preferem). O final também é diferente. Enfim, como sempre, o livro é bem melhor que o filme. Mas mesmo mudando uma ou outra coisa na narrativa, Ridley Scott se redimiu, depois dos horrorosos “Deus e reis” e “Prometheus” (difícil dizer qual dos dois é pior). 

Interessante que Scott já dirigiu filmes de Sci-Fi de grande sucesso, como o inesquecível “Blade Runner – Caçador de Androides” (baseado em Do Androids Dream of Electric Sheep?, “Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K. Dick, um dos grandes nomes da ficção científica de todos os tempos) e “Alien – O oitavo passageiro”, que tinha tudo para ser um trash movie, mas que virou cult. 

O filme não tem a “pegada” humorística do livro. Scott não deu conta de introduzir no filme elementos impagáveis de humor presentes na narrativa que Weir faz de uma situação surreal: um homem sozinho em outro planeta, a milhões de quilômetros de distância da Terra, em uma situação absolutamente desesperadora, mas que ri da própria desgraça. Todavia, o filme mantém, menos que o livro, diga-se de passagem, o clima de tensão entre três polos – Whatney sozinho em Marte, a tripulação da Ares 4 voltando para a Terra, e as equipes dos programas espaciais norte-americano e chinês – sim, os chineses “salvam a lavoura” para os americanos... sem a ajuda chinesa o final feliz não teria acontecido. 

Mas é aí, a meu ver, que está o ponto de contato do filme com a teologia cristã – a importância da solidariedade, da ajuda a quem precisa. No momento em que o filme foi produzido e lançado, o mundo voltava sua atenção para a crise dos refugiados sírios tentando desesperadamente ir para uma nação desenvolvida da Europa. Mas não só os sírios. Além deles, muitos africanos correndo os mesmos riscos ou outros ainda mais graves, para chegar na Alemanha, na França ou na Inglaterra. E o que fazemos diante de tal situação? 

Pouco antes da estreia do filme no Brasil, alguns evangélicos defendiam que a Europa Ocidental não tem obrigação nenhuma em abrigar os refugiados sírios e não se sentiam nem um pouco responsáveis pela morte do menino sírio, aquele de três aninhos que morreu afogado, cuja foto correu o mundo. Fiquei a pensar em uma estória (perdoem-me os puristas defensores da ortodoxia gramatical pelo uso de palavra não reconhecida pela norma culta da língua) que o Mestre contou... 

Na estória, tal como sabiamente percebeu Guimarães Rosa – e Rubem Alves gostava de repetir –, que não aconteceu nunca para que aconteça sempre, um homem é assaltado e espancado. Um sacerdote e um levita, dois religiosos sérios, zelosos guardiães da sã doutrina ortodoxa, passam de largo e nada fazem. Decerto pensaram, “eu não tenho obrigação nenhuma de ajudar este aí, e não me sinto nem um pouco responsável pelo que aconteceu com ele”. Seriam religiosos fundamentalistas? Mas a “punch line” da estória de Jesus é surpreendente: ele subverte a ordem estabelecida ao dizer que também passou por aquela estrada um samaritano, um heterodoxo em sua visão doutrinária e teológica, desprezado pelo establishment religioso do seu tempo por não ser um homem da reta doutrina. E foi exatamente aquele samaritano que foi o herói da narrativa... 

Atualmente estamos vendo coisas estranhas no mundo evangélico brasileiro. Quem diz que a missão da igreja envolve também a ajuda concreta ao próximo e a solidariedade para com o sofredor é taxado de “marxista”. Longos discursos, com pretensão de erudição, são feitos para desmerecer, desprestigiar e desvalorizar quem diz que a missão da igreja tem que ser “integral”. A linguagem acadêmica utilizada nestes casos, com muitas citações de termos técnicos filosóficos e referências a autores, principalmente de autores ainda não traduzidos para o português, serviria para autenticar o discurso de quem diz que “missão integral” é algo errado. Ao ler estas intermináveis e enfadonhas críticas eu concordo com o velho e bom Paulo de Tarso: a letra mata. Mas o Espírito vivifica. E o Espírito sopra para dar vida (o que nos faz lembrar a poesia do Gênesis, sobre o sopro da vida...). E ao vivificar, o Espírito nos desperta para a solidariedade, para estender a mão a quem precisa. A fé sem obras em morta. A integralidade da missão nunca teve e nem tem nada a ver com Marx. Tem a ver com a Bíblia. E disto uma diversão aparentemente despretensiosa como Perdido em Marte nos faz lembrar...

*Carlos R. Caldas Filho É doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo e bolsista do PNPD-CAPES na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte (MG).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/perdido-em-marte

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Amigos de Deus

09.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 06.11.15
Por Martinho Lutero

quinta-feira
Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. — João 15.15
Aqui , Cristo enfatiza a palavra amigo, destacando a diferença entre um servo e um amigo. O que ele está dizendo é: “Eu não os chamo de servos, como vocês eram quando estavam sob a lei, antes de eu vir. Servos não conhecem os pensamentos ou vontades de seu mestre nem compartilham a posse de suas propriedades. Apenas recebem o salário pelo seu serviço. Vocês não são servos, como os falsos cristãos. Eles não me servem com um coração cheio de amor, mas para ganho pessoal. Vocês, por outro lado, são meus amigos, pois eu tenho dado a vocês tudo que recebi do meu Pai”.
Observe quem Jesus chama de amigos e por que ele os chama assim: são aqueles que recebem boas coisas dele. Isso é ilustrado por uma parábola em Lucas 10.30-37. Um homem ferido caiu entre assassinos e foi o samaritano quem lhe mostrou misericórdia. O samaritano tratou o homem ferido como um amigo. Geralmente, invertemos isso, chamando de “amigo” quem faz o bem a nós. Entretanto, Jesus nos mostra como nos tornamos amigos de Deus: recebendo boas coisas dele. Nada podemos dar-lhe. Não podemos obter o direito de sermos chamados de seus amigos.
Como Jesus diz no versículo seguinte, “Vocês não me escolheram” (Jo 15.16). Ao nos receber, Jesus iniciou amizade conosco. Ele é aquele que fez amigos a partir de inimigos. Portanto, devemos agradecer a Deus e admitir que é somente por causa de sua graça e bondade que somos seus amigos.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/11/05/autor/martinho-lutero/amigos-de-deus/

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A IGREJA, O PAÍS E O MUNDO

04.11.2015
Do portal ULTIMATO ONLINE
Por Robinson Cavalcanti*

Desafios a uma fé engajada


A Igreja, o País e o Mundo -- Desafios a uma fé engajada
“A Igreja não é o reino de Deus, mas expressão, vanguarda, antecipação e sinal desse mesmo reino. Nem todos os que nela visivelmente estão, de fato são; nem todos os que dela são, visivelmente estão. Nela encontramos diversos dons, vocações e níveis de maturidade.

O Brasil tem sido um país de ‘donos’. O nosso legado é religioso, mas de uma religiosidade superficial e de conteúdo ético débil. Os cristãos, espalhados pelas várias classes sociais, vamos reproduzindo a ideologia, os interesses e os discursos das nossas respectivas classes. Não percebemos que o compromisso com o reino de Deus nos chama para a denúncia, a pronúncia, a proposta e a ação.

Entre as nações e dentro das nações o conceito de justiça social é considerado uma aberração. A competitividade pressupõe o individualismo e a solidariedade é algo contraproducente. O mundo ‘normal’ requer a luta de todos contra todos, com a sobrevivência dos mais fortes. O lema da nossa época parece ser: ‘Cada um por si e o diabo por alguns’.

A ação iluminada pela adoração e pela reflexão nos dará melhores condições para ver, julgar e agir, sem sacralizarmos sistemas ou épocas, mas sendo sal e luz, a partir de um eterno que tenha sempre o frescor da atualidade.”

*Visite o Memorial Robinson Cavalcanti

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/a-igreja-o-pais-e-o-mundo

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Como superar a ansiedade e o medo

28.10.2015 
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDOS BÍBLICOS
Por Pastor Luiz Cézar Nunes de Araújo


Texto básico: Filipenses 4.2-8

Texto devocional: 2Crônicas 20.3-12

Versículo-chave


Então, Josafá teve medo, e se pôs a buscar ao Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá… e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti” (2Cr 20.3,12).


Alvo da lição

Você perceberá que todos nós estamos sujeitos a momentos de ansiedade e medo e, como o rei Josafá, precisamos aprender a colocar sempre os nossos olhos em Deus.

Leia a Bíblia diariamente

SEG Sl 121.1-8

TER 1Jo 4.17-18
QUA Mt 8.23-27
QUI Sl 46.1-11
SEX Is 41.10-13
SÁB Sl 40.1-4
DOM Js 1.6-9


Introdução

Ainda que tenhamos recebido a Cristo como Salvador, e com Ele o perdão de todos os nossos pecados (1Jo 1.7), continuamos vulneráveis em nossos sentimentos e emoções. Já somos novas criaturas (2Co 5.17), mas a nossa velha natureza ainda é suscetível às circunstâncias que nos advêm. Sendo assim, não é anormal ficarmos ansiosos, com medo, desanimados e abatidos. O próprio apóstolo Paulo experimentou tais sentimentos em sua vida cristã (2Co 6.4-10; 7.5-6). Mesmo o Senhor Jesus, nos Seus últimos dias, revelou a nós a tristeza do Seu coração (Mc 14.34); contudo, essa tristeza não provém de uma velha natureza no caso de Jesus e nem havia vulnerabilidade Nele.

Qual de nós não se sente ansioso e com medo diante de uma enfermidade, do desemprego, de uma crise familiar, da violência que nos cerca, dos desafios que temos que assumir ou mesmo diante das lutas pelas quais a nossa igreja passa?

O terapeuta cristão Gary R. Collins faz uma distinção entre a ansiedade normal, que é uma reação natural diante dos perigos e ameaças, que é controlada ou diminuída quando as circunstâncias exteriores se modificam; e a ansiedade aguda ou neurótica, que desenvolve sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo quando o perigo é inexistente. Para ambas Deus providenciou recursos para nos ajudar nestes momentos. No texto de Filipenses 4, a partir do versículo 2, notamos que a igreja ou alguns de seus membros estavam em crise de relacionamento. Aparentemente, as irmãs Evódia e Síntique andavam em desacordo. Tal desavença estava entristecendo demais os irmãos. Paulo, então, pediu a um obreiro amigo que promovesse a reconciliação (v.3) e à igreja que, resolvida a questão, voltasse a se alegrar no Senhor (v.4). Vejamos, nos versículos 6 e 7, o apóstolo Paulo ensinando o que fazer para vencer a ansiedade e o medo.

I – IDENTIFICAR A CAUSA DO PROBLEMA

Talvez a dor dos irmãos e a sua ansiedade tivessem como origem a briga das duas irmãs (v.2), e Paulo foi direto ao ponto de tensão. Ou seja, descobrir a causa da ansiedade dá início à solução do problema. Através da observação, reflexão, autoanálise, leitura da Bíblia, aconselhamento, podemos descobrir o que de fato nos preocupa. Às vezes, não é fácil esse exercício, mas pode nos fazer muito bem, se feito adequadamente. Você sabe bem as causas da sua ansiedade quando a sente? Davi, certa vez, pediu que Deus vasculhasse o seu coração e fizesse aflorar os males que ali estavam (Sl 139.23-24).

II – CONSIDERAR A AJUDA DE UM IRMÃO EM CRISTO

Depois de descobrirmos a causa de nossa ansiedade, devemos atacá-la. O apóstolo Paulo não teve dúvida, repreendeu as irmãs e as admoestou a pensarem concordemente no Senhor.

Para ajudar na resolução do conflito, pediu ajuda de um obreiro. Não sabemos quem era esse “companheiro de jugo” (v.3), mas o certo é que a sua ajuda foi muito importante naquela hora. 

Todo crente deve ter os seus companheiros de jugo, aquelas pessoas que, em momentos difíceis, ajudam-no em oração e aconselhamento. Esse apoio fraternal é de especial significado quando o problema é o tratamento do medo e da ansiedade. A Bíblia afirma que o “perfeito amor lança fora o medo”. Collins, já citado, afirma que o inimigo do medo é o amor. Especialmente, demonstrar o amor de Cristo é ajudar também aqueles que sofrem de ansiedade e medo. Pregar o evangelho do Salvador com paciência e amor é a melhor maneira de levar outros a expulsar de sua vida o medo e a ansiedade.

III – ALEGRAR-SE SEMPRE NO SENHOR

Possivelmente a crise de relacionamento das duas irmãs estava tirando a alegria da igreja. De fato, toda divisão no corpo de Cristo traz consigo uma tristeza imensa. Talvez seja por isso que Jesus orou tanto pela unidade de Seus filhos ( Jo 17.11).

No entanto, em meio às lutas, os irmãos foram exortados a se alegrar no Senhor (v.4). Por  maiores que sejam as lutas sempre haverá no Senhor, motivo de alegria. No versículo 6, no meio da ansiedade e medo, deveria, ainda assim, haver ações de graças. Se olharmos somente para os problemas, ficaremos mais ansiosos ainda. Se olharmos para alegrar sempre Nele.

Segundo Collins, alegrar-se, para os cristãos, é uma ordenança permanente do Senhor, pois Ele disse que jamais nos deixaria. Temos ainda a expectativa de Sua volta e da vida com Ele num lugar especialmente feito para nós, Seus filhos. Baseados nessa promessa, podemos viver livres do medo. Precisamos conhecer a palavra do Senhor para que sejamos consolados e fortalecidos!

IV – CONFIAR EM DEUS EM ORAÇÃO

Em Filipenses 4.6, está escrito que a oração é o melhor remédio à ansiedade e ao medo. Foi em oração que muitos dos heróis da Bíblia aprenderam a confiar no Senhor.

Jó orou muito durante a sua crise existencial. Foi crescendo tanto em confiança em Deus que, no final de suas provações, ele declara: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” ( Jó 42.5). Ana, por sua vez, foi embora contente após ter orado com tanta dedicação ao Senhor e ouvido as palavras do sacerdote Eli (1Sm 1.9-18). Asafe se mostrou confiante na soberania de Deus após entrar no santuário e orar (Sl 73.17-28). À medida que confiamos mais no Senhor em oração, menos a ansiedade e o medo habitam em nós. Em Mateus 6.25-34, o Senhor Jesus ensina que não devemos ficar ansiosos com a nossa vida. O que devemos fazer é buscar o reino de Deus e a Sua justiça (v.33). A oração vence a ansiedade. Quem ora bastante vive bem.

Conclusão

O texto de Filipenses começa relatando uma crise de relacionamento (v.2), mas termina com uma promessa de paz (v.7). É possível ter a paz de Cristo ocupando o lugar do medo e da ansiedade em nossa mente e coração, mesmo que as circunstâncias externas não mudem.

O que determina a paz no barco não é a ausência da tempestade lá fora, mas a presença de Jesus do lado de dentro (Mt 8.23-27). Jesus nos prometeu uma paz que o mundo não pode dar ( Jo 14.27), no entanto, afirmou, também, que no mundo teríamos aflições ( Jo 16.33). Paz não é a ausência de problemas e aflições, mas é uma dependência completa do cuidado de nosso Pai Celeste. Que os recursos espirituais citados neste texto nos ajudem a vencer a ansiedade e o medo. Que o Espírito Santo aplique em nosso coração Filipenses 4.2-8, o que nos fará muito bem. Faz-nos bem refletir esta estrofe de um hino que diz: “Com Tua mão segura bem a minha, e pelo mundo alegre seguirei. Mesmo onde as sombras caem mais escuras, Teu rosto vendo, nada temerei” (H.M. Wright).

Autor do Estudo: Pastor Luiz Cézar Nunes de Araújo



>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista Conflitos da Vida, da série Vida Cristã. Usado com permissão.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/como-superar-a-ansiedade-e-o-medo/#comment-985