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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Arminianismo no Brasil: Uma introdução histórica

21.09.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE
Por Wellington Mariano

A história do interesse dos brasileiros na última década sobre os ensinos bíblicos de Jacó Armínio 

Arminianismo no Brasil: Uma introdução histórica
Eu desconheço qualquer documento que tenha retratado o interesse dos evangélicos brasileiros pela soteriologia arminiana. Nesse sentido, esse artigo apresenta uma síntese do recente e crescente interesse dos evangélicos no Brasil pelo arminianismo na última década[1].
O Brasil, diferente de países como os EUA, por exemplo, possui em sua maior denominação protestante, a saber, as Assembleias de Deus, uma maioria esmagadora de pastores e demais líderes eclesiásticos leigos. O bacharelado em teologia, por exemplo, não é exigência dessa denominação para a consagração de seus pastores, assim como ocorre com outras denominações protestantes. Mesmo quando alguns líderes possuem formação em teologia, muitos cursos são fracos ou são oferecidos por instituições não arminianas.
Estima-se que a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, possua em seus quadros de alunos um elevado número de assembleianos.  Isso é um problema se levarmos em conta que, segundo Olson, os pentecostais são (ou deveriam ser) herdeiros da soteriologia arminiana[2].
Esta realidade mostra algumas das profundas dificuldades enfrentadas pela teologia protestante brasileira e explica o motivo pelo qual a teologia dominante no Brasil seja leiga. Este tipo de teologia não possui uma grande preocupação com a história e doutrina, pontos, dentre outros, citados por Stanglin e McCall em Jacob Arminius – Theologian of Grace[3], p.4, como uma das causas do desconhecimento de Armínio no mundo e no Brasil.

Internet: o primeiro espaço de despertamento

O interesse dos brasileiros pela teologia arminiana tem na internet o seu nascedouro, uma vez que no Brasil, até que se prove o contrário, não existia nenhuma escola ou instituição autodenominadas arminianas e que tivessem como objetivo claro, organizado e sistemático, a preservação e propagação do arminianismo.
Por anos, o Brasil ficou, e ainda está, sem representantes arminianos em termos de instituições educacionais relevantes e também sem representantes em termos de grandes referenciais eclesiásticos autoproclamados arminianos. O site arminianismo.com[4], de Paulo César Antunes, é um dos primeiros e principais marcos, a fazer uma diferença de destaque e duradoura na apresentação e propagação do arminianismo no Brasil. O site reúne traduções de textos, artigos, excertos de obras, indicações de autores e obras, entre outras, além de um fórum para discussão e remoção de dúvidas a respeito do arminianismo. Meu primeiro contato mais relevante com a teologia arminiana se deu através desse website, fruto de uma iniciativa pessoal e visionária de seu editor.
O site passou a reunir arminianos convictos que, juntos ao editor do site, esforçaram-se para a preservação e disseminação da teologia arminiana no Brasil. Este site inspirou a criação dos primeiros blogs arminianos no Brasil que ajudaram a alavancar e a defender a teologia arminiana em solo brasileiro. Foi a partir disso que alguns poucos começaram a fazer uso da designação “arminiano”.
Um grande desenvolvimento que se deu logo em seguida, ainda em se tratando de internet, foi certa migração do fórum de debates do site arminianismo.com para grupos de discussão do Facebook. Um dos membros do fórum, Alcino Júnior, sugeriu a criação de um grupo nesta rede social. A ideia foi tão iluminada que o número de membros cresceu rapidamente. Hoje, no rol de inscritos, constam mais de 7 mil participantes[5] e o número não para de crescer. Posterior a esse grupo, outros grupos paralelos foram criados: Pesquisa arminiana[6], Arminianos[7], Verdades do Arminianismo[8], Sociedade Cristã Arminiana[9], Arminianismo Clássico[10], dentre outros.
A criação do SEA[11], Sociedade dos Arminianos Evangélicos, também foi extremamente importante para o avanço do interesse pela teologia arminiana no Brasil, pois o site passou a fornecer os principais artigos e materiais que viriam a ser traduzidos e publicados em blogs brasileiros. A SEA tem sido uma força extremamente vital para a disseminação do arminianismo no Brasil, além de fornecer aos evangélicos arminianos brasileiros o contato com professores, pastores e estudiosos que são mentores e fontes de informação para o estudo da soteriologia arminiana.
O segundo grande marco de interesse é o início da publicação de obras arminianas no Brasil. Até o ano de 2013, não existia no Brasil uma única editora que publicasse obras arminianas. Existiam alguns poucos livros arminianos, tais como Eleitos, Mas Livres, de Norman Geisler (2001) e Fundamentos da Teologia Armínio-Wesleyana de Mildred Bangs Wynkoop (2004), obra declaradamente arminiana, mas pouco conhecida e divulgada no Brasil. Nunca houve um esforço claro, organizado e sistemático de qualquer editora brasileira para se criar uma linha ou selo arminiano no mercado editorial brasileiro.

Obras publicadas

O quadro começa a mudar no ano de 2013 com o lançamento da obra Teologia Arminiana: Mitos e Realidades, de Roger Olson pela Editora Reflexão[12]. A obra de Olson chamou a atenção do público, tendo sido citada por uma influente revista evangélica no Brasil e por um erudito calvinista, Ricardo Quadros Gouveia, como um dos 12 livros de 2013 que os cristãos deveriam ler[13]. A obra de Olson, portanto, passa a ser um marco na publicação de obras arminianas no Brasil, uma vez que ela seria a porta de entrada de outras obras que viriam a ser publicadas.
A publicação de obras arminianas, sob a lavra de autores arminianos, foi um divisor de águas, pois o pouco que se sabia da teologia arminiana no Brasil provinha de escritos e discursos dos “opositores do arminianismo”. Naturalmente, muitas dessas obras apresentavam (infelizmente ainda apresentam) caricaturas da teologia arminiana que não eram rebatidas ou confrontadas. Nesse sentido, a publicação de uma obra que trata dos “mitos” criados em torno da teologia arminiana, foi de suma importância[14]. 
Ainda em 2013, o Brasil veria o lançamento de uma segunda obra de Roger Olson: Contra o Calvinismo. Em 2014, a obra Por que não sou Calvinista de Jerry Walls e Joseph Dongell também é traduzida para a língua portuguesa. Em 2015 há um crescimento vertiginoso na publicação de obras arminianas, se comparado à ausência e letargia de publicação nas décadas anteriores: Jovem, Incansável, Não Mais Reformado, de Austin Fischer, publicado pela Editora Sal Cultural; as Notas Explicativas de João Wesley pela Editora Filhos da Graça; o livreto Arminianismo: Perguntas Frequentes[15], de Roger Olson, é publicado e disponibilizado na internet para download; Eleitos no Filho, de Robert Shank; A Fé a e Liberdade do Homem, de Gerald McCulloh; e a importantíssima biografia, Armínio: Um Estudo da Reforma Holandesa, do sistematizador do arminianismo, Carl Bangs. Esses últimos três livros, mais o Contra o Calvinismo e o livro de Walls e Dongell, foram publicados pela Editora Reflexão.
Autores brasileiros também começam a escrever obras arminianas, no ano de 2014 tivemos as seguintes publicações: A Gênese da Predestinação na História da Teologia Cristã, de Thiago Titillo;Introdução a Teologia Armínio-Wesleyana, de Vinicius Couto. Em 2015: Uma Introdução ao Arminianismo Clássico, de Zwínglio Rodrigues; Calvinismo Recalcitrante, de João Flávio Martínez; e O que é teologia arminiana?, de Wellington Mariano, o primeiro livreto de uma série de 5 tratando dos fundamentos básicos do arminianismo. Esse é um projeto da Editora Reflexão com vistas a alcançar o público mais leigo e servir de ponte para leitura, discussão e aprofundamento da soteriologia arminiana.
Ainda para 2015, a Reflexão espera publicar as seguintes obras: Que Amor É Este? De Dave Hunt; A Estratégia de Deus na História de Paul Marston e Roger Forster; Graça para Todos dos editores Clark H. Pinnock e John D. Wagner e para 2016, a tão aguardada obra “Jacó Armínio: Teólogo da Graça”, de Keith Stanglin e Thomas McCall, além da obra “Armínio e Sua Declaração de Sentimentos” de W. Stephen Gunter[16].
Nesse embalo de publicações relevantes, o maior e mais significativo empreendimento, neste ano de 2015, foi a publicação dos três tomos das Obras de Jacó Armínio[17] pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) em meados de agosto. Até então, nada da pena de Armínio havia sido traduzido de maneira oficial para a língua portuguesa. Alegramo-nos com tudo isso e esperamos que a partir da publicação das obras de Armínio, assim como dos títulos arminianos citados e outros que certamente aparecerão, o reavivamento acadêmico e ministerial já em curso, concernente aos estudos da teologia arminiana, se alastre ganhando força em todo território nacional.

Conferências arminianas

Em 2014, após o marco do lançamento de Teologia Arminiana de Roger Olson, um terceiro grande desenvolvimento voltado para o interesse pela teologia arminiana no Brasil ocorre. Trata-se das conferências arminianas, articulações importantíssimas para o fomento dos estudos soteriológicos arminianos.
Nossa primeira conferência arminiana de repercussão nacional aconteceu nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2014 na cidade de Caruaru, Pernambuco. O evento foi planejado por Carlos Gomes, diácono da Assembleia de Deus em Caruaru. O evento contou com os seguintes palestrantes: Ildo Melo, bispo e presidente mundial do Concílio de Bispos da Igreja Metodista Livre, Kleber Maia, pastor das Assembleias de Deus, Rubens Rodrigues, pastor da Igreja do Nazareno, Zwínglio Rodrigues, pastor da Igreja Batista, e Wellington Mariano, pastor das Assembleias de Deus. Esse evento foi bem documentado com fotos[18] e vídeos das palestras, como a palestra Vida e Obra de Jacó Armínio[19], ministrada por Wellington Mariano.
Esta primeira conferência arminiana, desencadeou, como esperávamos, uma série de outros eventos em todo país ainda no ano de 2014. Nos dias 26 e 27 de junho, na Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil, Recife, recebeu palestras sobre o arminianismo. No dia 19 de julho a igreja Assembleia de Deus em Indaiatuba, São Paulo, realizou uma palestra para todos os professores de Escola Bíblica Dominical, num evento que reuniu cerca de 200 pessoas[20].
Nos dias 30 e 31 de agosto, a igreja Assembleia de Deus em Limeira, São Paulo, realizou um seminário[21]. No dia 8 de novembro de 2014 a Igreja do Nazareno em Recife, Pernambuco, realizou um seminário de santidade cujo tema visava redescobrir as raízes arminianas da denominação. Entre os dias 10 e 13 de novembro de 2014, a igreja Assembleia de Deus de Fortaleza, Ceará, através de seu seminário, Seminário Teológico das Assembleias de Deus do Ceará (STADEC), realizou uma semana teológica cujo tema foi gravitou em torno do pensamento de Jacó Armínio e sua importância ao estudo da teologia[22].
Em 2015 as conferências arminianas continuam acontecendo por todo o país. No dia 24 de janeiro de 2015 a igreja do Nazareno em Barroso, Minas Gerais, realiza o Primeiro Encontro de Teologia Arminiana[23]. Nos dias 20 e 21 de março a Editora Sal Cultural realiza em Maceió, Alagoas, a Primeira Conferência Sal de Teologia Armínio-Wesleyana. Entre os dias 12 e 17 de abril a Assembleia de Deus em Mossoró, Rio Grande do Norte, realiza a Primeira Semana Teológica e a utiliza para tratar da soteriologia arminiana[24]. Entre os dias 1 e 2 de maio acontece na igreja do Nazareno em João Pessoa, Paraíba, a Conferência Graça Livre[25]. Entre 21 e 23 de maio a igreja do Nazareno em Lagoa Nova, Natal, Rio Grande do Norte, realiza a conferência arminiana de Natal[26].
Mas, o grande evento de 2015, em se tratando de conferências, se deu com a vinda do filósofo cristão e professor da Universidade Batista de Houston, Jerry Walls.
Walls chegou ao Brasil no sábado, dia 8 de agosto, e no mesmo dia palestrou para aproximadamente 800 pastores e líderes da Assembleia de Deus em Barueri, São Paulo. No dia seguinte, domingo, 09 de agosto, ele palestrou na Assembleia de Deus em Jundiaí. Segunda, dia 10 de agosto, palestrou na Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia (FAECAD), Rio de Janeiro, onde o evento teria também o lançamento das Obras de Jacó Armínio.
Na terça e quarta, dias 11 e 12 ele palestraria na Faculdade Evangélica Integrada Cantares de Salomão (FEICS), em Cuiabá, Mato Grosso do Sul. Na quinta, palestrou na Igreja do Nazareno, em Natal, Rio Grande do Norte, e na sexta pela manhã na Livraria Luz e Vida, em Recife, Pernambuco. O que está errado com o Calvinismo? foi a palestra introdutória de Walls em todos os lugares que visitou, tendo apresentado apenas na FEICS uma segunda palestra Se Deus é amor, por que há inferno? No sábado esteve em São Paulo, SP, onde apresentou duas palestras inéditas: O coração e alma da teologia arminiana e Por que importa? Calvinismo e vida cristã. A vinda de Walls foi uma iniciativa e realização da editora Reflexão que aproveitou algumas das palestras para propagar e fortalecer o arminianismo e também utilizar a oportunidade para lançar a biografia de Armínio, escrita por Bangs e a obra de McCulloh, A fé a liberdade do homem.
O Brasil, portanto, de 2014, até o presente momento, teve conferências arminianas em oito dos vinte e sete estados brasileiros, sendo que em alguns estados, tais como São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Norte já aconteceram pelo menos dois eventos e o interesse e busca por palestras e seminários continua em ascensão. O resultado disso é que em todas as igrejas e instituições que receberam conferências arminianas, seus respectivos pastores, reitores e professores de teologia se posicionaram como arminianos e passaram a adquirir material e informações sobre a herança arminiana.
Em suma, a história do interesse dos brasileiros na última década pode ser resumida nos seguintes estágios: 1) criação do site arminianismo.com e seus primeiros desdobramentos; 2) início de certa sistematização e organização de publicação de obras arminianas tendo como marco inicial a obraTeologia Arminiana de Olson e; 3) conferências arminianas pelo país desde 2014 até a vinda de Jerry Walls, o primeiro grande erudito arminiano em solo brasileiro.
O interesse dos brasileiros é grande, mas ainda está em seus primeiros estágios, pois o campo é amplo e necessita de muitos recursos. Ainda não existe no Brasil, uma escola ou instituição teológica voltada exclusivamente para a preservação e propagação do pensamento de Armínio e de outros arminianos posteriores (remonstrantes).
Esperamos que nos anos seguintes o Brasil ainda receba a visita de outros eruditos estrangeiros que possam ajudar na divulgação e fortalecimento desse reavivamento no interesse na teologia arminiana.
Sonhamos com a criação de uma faculdade protestante confessionalmente arminiana[27] e com cursos de pós-graduação voltados para os estudos armínio-wesleyanos. Ansiamos ainda que escolas, instituições, seminários e faculdades comecem e tenham parcerias com entidades estrangeiras com mais tempo e experiência na propagação e preservação do legado arminiano para que o Brasil possa se beneficiar de tais parcerias. Também aguardamos com grande expectativa um posicionamento das lideranças das Assembleias de Deus realçando sua herança arminiana, ação que facilitará e impulsionará ainda mais o interesse pelo arminianismo no Brasil.
Bibliografia
[1] Eu desconheço no Brasil um estudo ou artigo que trate, em particular, do desenvolvimento do arminianismo no Brasil, e um estudo que visasse apresentar uma visão mais abrangente disso encontraria muitas dificuldades, já que o arminianismo no Brasil é majoritariamente desconhecido e, como tal, o pesquisador enfrentará muita dificuldade na compilação de documentos, sendo a própria ausência de documentos, ao que parece, uma prova de que não existe nenhum marco substancial ou extremamente importante no sentido de apresentação, preservação e disseminação do arminianismo no Brasil.
[2] OLSON, Roger. Teologia Arminiana: Mitos e Realidades. São Paulo: Reflexão, 2013, p. 19. Aqui deve se fazer um comentário que Olson, ao citar pentecostais, tem em mente pentecostais de seu país e não pentecostais brasileiros, até porque a igreja Congregação Cristã do Brasil é pentecostal, mas não arminiana, o fato é que o pentecostalismo, com pouquíssimas e raras exceções, é um movimento de herança arminiana.
[3] A obra em questão deve ser lançada em português no primeiro trimestre de 2016 pela Editora Reflexão.
[4] http://www.arminianismo.com/
[5] https://www.facebook.com/groups/grupo.arminianismo/
[6] https://www.facebook.com/groups/464984406914628/?ref=browser
[7] https://www.facebook.com/groups/338858319489585/?ref=browser
[8] https://www.facebook.com/groups/779683942087217/?ref=browser
[9] https://www.facebook.com/groups/sociedadearminiana/?ref=browser
[10] https://www.facebook.com/groups/sociedadearminiana/?ref=browser
[11] http://evangelicalarminians.org/
[12] A Editora Reflexão, embora não sendo uma editora confessional, é hoje a principal responsável pela publicação de obras arminianas no Brasil. Os títulos de obras arminianas da Editora Reflexão podem ser vistos e consultados através do seguinte link: https://ssl5921.websiteseguro.com/editorareflexao1/Site.aspx/Categoria/132-TEOLOGIA-ARMINIANA?store=1
[13] http://www.ultimato.com.br/conteudo/os-12-livros-de-2013-que-os-cristaos-devem-ler
[14] Existem também muitos erros sobre a teologia arminiana cometidos por autores que, em sua prática teológica e convicções, são arminianos, mas que não fazem uso da nomenclatura. Mas em termos de números, a publicação de caricaturas por arminianos inconscientes é bem menor do que os erros cometidos por calvinistas, uma vez que produção literária calvinista é bem superior à produção arminiana.
[15] O livreto pode ser baixado gratuitamente pelo link: http://store.seedbed.com/products/arminianismo-perguntas-frequentes
[16] https://vimeo.com/94197255
[17] http://www.editoracpad.com.br/hotsites/obrasdearminio/
[18] As fotos do evento podem ser vistas através do link: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1452580478306148.1073741829.1421281681436028&type=3
[19] A palestra em português pode ser vista através do link: https://www.youtube.com/watch?v=7EctdhMDNos
[20] Fotos do evento podem ser vistas aqui: https://www.facebook.com/ricardo.coelho.963/posts/667405996678769
[21] A Palestra “Arminianismo e Total Depravação” pode ser conferida no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=-aywve4zFbk
[22] Cartaz do evento pode ser visto em: https://www.facebook.com/stadec.seminarioteologico/photos/a.783526408430312.1073741826.783526358430317/783528528430100/?type=1&theater
[23] Três das palestras em Barroso, Minas Gerais, podem ser acessadas através dos seguintes links: 1) Fundamentos da Teologia Arminiana https://www.youtube.com/watch?v=YWcOoHwK7k8 ; 2) Arminianismo Clássico e Wesleyano https://www.youtube.com/watch?v=DYUFeOJ0TyI 3) Soberania Divina: Perspectivas Armínio-Wesleyanas https://www.youtube.com/watch?v=DZcy9S74px4 .
[24] A palestra Depravação Total e Livre-Arbítrio pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=zDilk6YmSYc&feature=youtu.be e Eleição e Predestinação pode ser acessada em https://www.youtube.com/watch?v=-3S-hF40Cnk&feature=youtu.be .
[25] Duas das palestras principais podem ser acessadas nos seguintes links: 1) Tradição Armínio-Wesleyana https://www.youtube.com/watch?v=UnCkeq2FCDs ; 2) A teologia de Jacó Armínio https://www.youtube.com/watch?v=v9iEFz0gpm0 ; Os vídeos dos FACTS da salvação também podem ser acessados através do seguinte link:  https://www.youtube.com/watch?v=kpgU5v8VFbc .
[26] Destacam-se em um primeiro momento como palestrantes do arminianismo no Brasil o bispo Ildo Melo, o pastor Kleber Maia e o pastor Zwínglio Rodrigues. Das dez conferências aqui citadas eu tive a honra e privilégio de participar de oito delas como palestrante.
[27] Existem seminários arminianos, embora uma busca rápida e superficial em seus respectivos websites não mostre isso. Sabe-se que alguns seminários são arminianos mais por inferência do que por apresentação clara e direta da instituição e, mesmo assim, tais seminários não possuem um programa relevante em se tratando de teologia arminiana.

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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/arminianismo-brasil-introducao-historica/

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O que temos em comum?

15.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 01.07.15
Por João Leonel

O que uma viúva, um cego, um paralítico, uma prostituta e um morto têm em comum? Jesus, você dirá. Não. Não é isso. O que os une, em suas muitas diferenças, na complexidade de cada um deles, nos variados contextos existenciais em que estão inseridos é a dor, o sofrimento, a angústia. Deles e daqueles que com eles convivem.

A dor, e o consequente sofrimento, são linguagens universais. Pessoas que as carregam se identificam com um olhar, sem necessidade de palavras. São realidades que dispensam explicações, e diante das quais nossa pergunta desajeitada “Como você está?” na maioria das vezes cai no vazio de um olhar que nos atravessa.

Na história da humanidade a dor e a morte impressionam mais do que a vida. Talvez, em uma contraditória complexidade, é necessário sofrer para que a vida seja reconhecida, compreendida e levada a sério. “A dor nos torna mais humanos” é a frase que ouvimos e aprendemos desde cedo.

E aqui está o elo com as Escrituras.

Jesus foi irresistivelmente atraído pelo dor humana. De certa forma, talvez possamos dizer que em cada sofredor que avistava, e para os quais sempre trazia uma ação abençoadora, ele identificava a si mesmo, em uma forma de projeção do sofrimento que viria a encarar na cruz. Para Jesus, o ser humano dilacerado pela dor apontava para o Messias sofredor do futuro. E para os doentes e oprimidos, Jesus apontava para a realidade da salvação disponível a todos no presente.

Por falar em salvação, é bom que se entenda que “salvação” (soteria) nos evangelhos possui o mesmo sentido que no Antigo Testamento, ou seja, “salvar de um perigo”. É nesse sentido que Jesus diz à mulher com hemorragia, que sentira ser curada por ele com um mero toque: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5.34). Salvação significava ficar livre da doença que a oprimia por doze anos.

Ser salvo por Jesus é ser livre de perigos que nos cercam e nos aprisionam. Sejam eles o diabo, a morte eterna, doenças físicas, depressões. Não existe salvação abstrata assim como não existe sofredor abstrato.

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A história de Jesus entre nós constrói um percurso de sensibilidade ao que sofre. Ele não discutiu conceitos sobre o sofrimento nem sua origem. Ele estava – isso, sim! - atento a uma mulher que, depois de perder o esposo, também perdeu seu único filho. “Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela [...] e o restituiu à sua mãe” (Lc 7.13,15). Talvez ninguém tivesse percebido aquela mulher e sua dor. Jesus não. Ele compartilhou a dor dela. E ressuscitou seu filho, devolvendo-o a ela.

Jesus foi solícito ao pedido de um pai em desespero diante da doença da filha. Não importava que ele fosse um dos chefes da sinagoga. Para Jesus, discussões religiosas não tinham a menor importância diante da necessidade de atender a um sofredor. Ele acompanhou Jairo e, mesmo diante da notícia de que a garotinha havia morrido, ele desafiou o pai: “Não temas, crê somente” (Mc 5.36). Jesus é tão sensível às necessidades humanas que, depois de efetuar um portento com a ressurreição da menina, desce às questões mais cotidianas da vida humana, orientando aos presentes - certamente em choque diante daquele feito - que dessem comida à querida filhinha de Jairo.

Uma viúva e um pai. Ambos sob a opressão da morte que os atinge e tira o sentido da vida. Ambos, ao experimentar o mistério do sofrimento, nos representam, e, principalmente, a todos os sofredores de todos os tempos. Ambos, ao serem alvo da misericórdia e do amor de Jesus Cristo, experimentam salvação. Discussões sobre o sofrimento, sua origem, o porquê de seus filhos terem morrido? Não, não há espaço para isso. Não mais. Certamente tais questões perderam sentido diante da demonstração de poder e amor de Jesus.

O que temos em comum? O que nós, seres humanos, temos em comum? Temos em comum nossa vocação para o sofrimento. Ninguém o procura, mas ele se aproxima de nós e nos atinge. Em algum momento da vida certamente ele se apresenta. E nesse momento, muito mais do que em qualquer outro, Jesus Cristo terá um olhar especial, um toque sensível, uma palavra de poder para nos salvar, para nos transformar, para enxugar nossas lágrimas E então teremos em comum não apenas a dor, mas a experiência da graça que é inexplicável. Nós, sofrimento e Jesus. Uma relação complexa, intensa e profunda.

João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, SP, e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.

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Imagem: freeimages.com/browse.phtml?f=download&id=713383

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Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-que-temos-em-comum

terça-feira, 26 de maio de 2015

O temor do Senhor é odiar o mal

26.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 24.05.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Elben César

domingo
Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. (1Pe 1.17c)

Sempre erramos ao calcular o tempo de vida que ainda nos resta. Antes mesmo de assentar-se no trono e começar a reinar, Davi segredou a Jônatas: “Juro pela sua vida e pala vida de Deus, o Senhor, que estou bem perto da morte!” (1Sm 20.3). No entanto, ele era “bem velho” (1Rs 1.1) quando morreu e só morreu depois de ter governado Israel por quarenta anos (1Rs 2.11). Já o personagem da parábola do rico sem juízo, contada por Jesus, assentou-se à sua escrivaninha, fez alguns cálculos e resolveu derrubar seus velhos celeiros e construir outros muito maiores, argumentando consigo mesmo: “Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se”. Mas naquela mesma noite, o fazendeiro ricaço morreu (veja Lc 12.16-20).

Qualquer que fosse a duração da vida dos crentes aos quais escreve, Pedro faz um pedido: “Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele”. Outras versões dizem: tratem a Deus com temor, com temor reverente, com temor salutar, com respeitoso temor, com cautela, com profunda consciência dele. Eles estavam, como nós também, fora da pátria. Somos estrangeiros em exílio, estamos apenas de passagem, temos aqui uma jornada terrena que ainda não terminou, somos concidadãos em peregrinação.

Uma das versões parece ser mais completa: “Procedam com um respeitoso temor a ele, desde agora até chegarem ao céu” (CV). Não se sabe direito o que é o temor do Senhor. Mas isso não deveria ser um problema, porque principalmente o livro de Provérbios explica em poucas palavras: “Temer o Senhor Deus é odiar o mal” (Pv 8.13). Além de explicar, Salomão mostra as vantagens do temor: “Para ser sábio, é preciso, primeiro, temer a Deus” (Pv 1.7), “Quem teme o Senhor escapa do mal” (Pv 16.6) e “Quem teme o Senhor terá uma vida longa, feliz e tranquila” (Pv 19.23).

A santidade do crente está embutida no temor do Senhor!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.
Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/24/autor/elben-cesar/o-temor-do-senhor-e-odiar-o-mal/

Eu nunca vou perdoar!

26.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,
Por Carlos “Catito” e Dagmar*

Neste mês da família, republicamos no Ultimatoonline o artigo da seção “Casamento e Família” publicado na atual edição da revista Ultimato (354). Os autores Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski discutem a difícil questão do perdão no contexto familiar. De fato, a frase “Eu nunca vou perdoar”, infelizmente não é rara. Leia o artigo a seguir.

***

Eu nunca vou perdoar!

Esta frase está muitas vezes presente em conflitos familiares e conjugais e expressa os sentimentos de dor de uma pessoa que sofreu um dano ou foi ferida por condutas de uma pessoa próxima de quem esperava acolhimento e amor.

Quando somos feridos, temos de fato uma decisão bastante difícil pela frente: perdoar ou manter a mágoa? Algumas pessoas dizem, com sinceridade, que perdoam, mas não conseguem esquecer o evento que causou a dor, tampouco conseguem relacionar-se novamente com quem lhes causou o dano e o sofrimento -- mesmo quando tal pessoa é o próprio cônjuge.

Aqui está um erro comum na interpretação do significado do perdão -- “perdoar significa esquecer”. Nossa memória é o mais poderoso HD que existe e nenhuma de nossas experiências nela gravadas é apagada, salvo por alguma doença ou traumatismo. Muitas coisas podem ficar escondidas em cantos remotos da memória e serem de difícil acesso, especialmente quando acumulamos experiências, mas jamais são apagadas e com algum esforço podem ser acessadas.

Então, se perdoar não significa esquecer, o que realmente é perdoar? Talvez a minha resposta não seja muito “teológica”, mas perdoar é livrar-se da compulsão neurótica da repetição. Explico melhor: enquanto não perdoamos o dano que sofremos, a nossa tendência é ficar repetindo para nós mesmos o que o outro nos fez, que não merecíamos isso (especialmente nos casos de traição conjugal), que aquilo que sofremos dói demais, que somos infelizes pelo dano que sofremos etc. Essa repetição contínua -- para nós mesmos ou para os que nos rodeiam -- é uma espécie de neurose. Livrarmo-nos disso é sempre um sinal de saúde emocional.

Sendo assim, o perdão é o caminho que Deus nos oferece para nos livrarmos da compulsão neurótica da rememoração do dano e da dor sofridos. Perdoar é poder escolher de novo. É reconhecer que os outros não são responsáveis por nossa infelicidade. Entretanto, esse não é um caminho simples. Existem alguns aspectos que precisam ser observados no processo de perdão.

Em primeiro lugar, precisamos entender que o perdão é algo que fazemos em benefício próprio. Por quê? Quando eu posso, de forma honesta e sincera, dizer: “Fui ferido, fui magoado, não merecia isso, mas aconteceu e agora quero parar de repetir isso e decido perdoar o outro”, então passo para uma nova dimensão -- a da liberdade que posso experimentar.

Todavia, somos relutantes em perdoar porque, em segundo lugar, perdoar é arriscar-se a ser ferido novamente. E se o outro fizer de novo? Vou passar por idiota? Como vai ficar minha autoestima? É preciso correr esse risco se queremos gozar de saúde emocional. Creio que seja por esse motivo que Jesus nos incentiva a perdoar 70 x 7 -- por “nossa” saúde emocional.

Por fim, o perdão nos leva à participação na comunicação trinitária, pois abre a possibilidade de criar o “novo”. O perdão conduz a pessoa a um novo âmbito relacional, reafirmando a coparticipação na vida -- somos membros uns dos outros e isso nos constitui em um novo modelo de família. O perdão é a reintegração do filho que estava longe na busca de perversões oferecidas em outra região, mas que volta a si (estava fora de si -- louco) e regressa para a casa do pai.

Neste sentido, o exercício do perdão produz uma reestruturação familiar inclusiva -- um “emparentamento”, fazendo do outro um parente, irmão em Cristo. Este é o ministério da reconciliação a que somos chamados (2Co 5).

Carlos “Catito” e Dagmar são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de família. São autores de Pais Santos, Filhos Nem Tanto. Acompanhe o blog pessoal dos autores.

Leia também
Crises e perdas na família – consolando os que sofrem
Culpa e perdão, mancha e purificação (Ultimato 334) 
Perdão (Rubem Amorese) 
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/eu-nunca-vou-perdoar

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os planos de Deus

20.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,19.05.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por C.S.Lewis

terça-feira
Em Cristo surgiu um novo tipo de ser humano; e o novo tipo de vida que começou com ele deve ser internalizado em nós.
Como isso acontece? Primeiro, lembre-se de como adquirimos o velho e ordinário tipo de vida. Nós a recebemos dos outros, dos nossos pais e ancestrais, sem o nosso consentimento e por um processo muito curioso que envolve prazer, sofrimento e perigo. 
Um processo que você jamais teria imaginado. A maioria de nós passa muitos anos da infância tentando reconhecê-lo. Há crianças que, quando ouvem falar disso pela primeira vez, não acreditam — e não sei bem se as condeno, pois é mesmo muito estranho. Agora, o Deus que elaborou todo esse processo é o mesmo que mostra como esse novo tipo de vida — a vida em Cristo — deve ser espalhada pelo mundo. Temos de estar preparados para o fato de esse processo ser estranho também. Ele não nos consultou quando inventou o sexo; e também não nos consultou quando fez esse outro processo.
Existem três coisas que propagam a vida de Cristo em nós: o batismo, a fé e aquela ação misteriosa a que os cristãos dão diferentes nomes (Santa Ceia, missa, Eucaristia): esses são, pelo menos, os três métodos mais comuns. […]
Não vejo por que essas coisas devem ser os fios condutores do novo tipo de vida. Mas, se não fosse assim, nunca veria qualquer conexão entre um prazer físico particular e o aparecimento de um novo ser humano no mundo. Temos de aceitar a realidade como ela é: não é nada bom ficar falando bobagens sobre como ela deveria ser ou como esperaríamos que fosse.
>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/19/autor/os-planos-de-deus-3/

Perdão genuíno

20.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 17.05.15
Por Marinho Lutero

domingo
Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.— João 8.7

A pobre mulher que foi pega em adultério estava terrivelmente necessitada. Sua situação não era brincadeira. Ela foi levada ao juiz e sentenciada segundo a lei: “Apedrejamento até à morte”. Isso não era música aos seus ouvidos. O coração dela congelou de medo. Sua esperança consistia no homem que estava escrevendo no chão. Contudo, ela se surpreendeu quando ele disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.
São pecadores como essa mulher que pertencem ao reino de Cristo. Ele não quer pecadores que se recusam a admitir que são pecadores. Eles pensam que, por não terem pecados visíveis, não precisam da ajuda de Deus. Eu costumava agir assim quando era monge. Eu dizia: “Hoje nada fiz de mau. Fui obediente ao meu superior, jejuei e orei. Portanto, que Deus seja misericordioso comigo”. Eu pensava que Deus devia me perdoar por pecados que eu não considerava realmente pecaminosos. Na verdade, esses pecados não eram realmente pecados. Sim, eu os estava inventando.
Pecados que nós mesmos inventamos são estúpidos. A compaixão divina não está preocupada com pecados inventados. Eles precisam ser verdadeiros – tais como não temer, confiar ou crer em Deus e não fazer o que a lei de Moisés ordena. Em outras palavras, pecados reais quebram a lei de Deus, a qual ninguém pode ignorar. São esses que requerem perdão genuíno, ao invés de um perdão sem sentido. Voltemos à mulher pega em adultério. Ela não foi apanhada em algum pecado imaginário, mas em adultério. Assim, devemos nos guardar contra pecados reais, sem nos esquecermos de que é para esses pecadores que o evangelho é estendido.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/17/autor/perdao-genuino/

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Conselhos de Stott sobre cristianismo e política

14.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 10.04.15
Por Jonh Sttot

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Os cristãos devem ser cuidadosos em não “batizar” qualquer ideologia política, seja de direita, de esquerda ou de centro, como se fosse um monopólio de verdade e bondade. Na melhor das hipóteses, uma ideologia política e seu programa são apenas uma aproximação da vontade e do propósito de Deus. Aqueles partidos que se rotulam explicitamente como cristãos também precisam estar cientes disso. O fato é que são encontrados cristãos na maioria dos partidos políticos e eles são capazes de defender sua participação a partir de fundamentos cristãos sensatos.
Assim, me deixando levar por uma grande simplificação, ouso afirmar que ambas as principais ideologias políticas ocidentais atraem os cristãos, por diferentes razões. O capitalismo atrai porque incentiva o empreendimento e a iniciativa humana, mas também causa aversão, pois parece não se importar com o fato de o fraco sucumbir à competição selvagem que ele produz. Por outro lado, o socialismo atrai porque demonstra grande compaixão pelo pobre e pelo fraco, mas também repele porque parece não se importar com o fato de a iniciativa e o empreendimento individual serem sufocados pelo grande sistema político que ele produz. Cada um atrai porque enfatiza uma verdade a respeito dos seres humanos: a necessidade de conceder liberdade à execução de suas habilidades criativas ou a necessidade de protegê-los da injustiça. Cada um cria aversão porque deixa de considerar, com a mesma seriedade, a verdade complementar.
Ambos podem ser libertadores. Ambos também podem ser opressivos. Como afirma o economista e estadista J. K. Galbraith, “no capitalismo, o homem explora o homem. No comunismo, é apenas o contrário”. É compreensível que muitos cristãos sonhem com uma terceira opção, que supere as atuais e incorpore as melhores características de ambas.
Na democracia somos convidados a ouvir humildemente uns aos outros e constatar que não temos um monopólio da verdade, enquanto continuamos perseguindo os propósitos de Deus para a nossa sociedade.
Devido ao homem ser caído, certamente existe uma lacuna entre o ideal divino e a realidade humana, entre o que Deus revelou e o que é possível à humanidade.
John Stott

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/john-stott/category/blog/