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sábado, 21 de janeiro de 2017

A importância da leitura para o alicerce da fé cristã

21.01.2017
Do blog COSMOVISÃO CRISTÃ, 21.11.16
Por Valdir Nascimento*

As pessoas que desejam ter uma fé sólida e aprender a defender consistentemente as doutrinas do Cristianismo precisam desenvolver o hábito da leitura. Embora as Escrituras Sagradas sejam, como já disse, a fonte primária da defesa da fé cristã, os livros – de bons autores – servem como guias e nos ensinam a entender melhor alguns pontos da fé cristã, lançando luz sobre questões bíblicas complexas e, por via de consequência, contribuindo para uma boa formação apologética.
Infelizmente o brasileiro lê pouco. Não obstante o analfabetismo tenha recrudescido em nosso país nos últimos anos, o hábito de leitura ainda é tímido. A questão é que muitos dos nossos compatriotas foram do analfabetismo à TV sem passar na biblioteca[1]. O brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano. Um estudo realizado em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro apontou que 74% da população brasileira, entre 16 e 64 anos de idades, não sabem ler ou possuem muita dificuldade em entender o que leem[2]. Em 2011, o Instituto Pró-Livro apontou que em 2007 55% da população era considerada leitora (havia lido pelo menos um livro, inteiro ou em partes, nos três meses anteriores à pesquisa). Já em 2011 o índice diminuiu para 50% da população.
Sobre o ambiente religioso, Altair Germano também adverte em seu livro O cristão e o hábito da leitura que “o líder cristão ainda não reconhece no ato de ler o seu valor para o desenvolvimento intelectual, adequação de comportamentos à nova realidade cultural e social, sem falar da possibilidade de conduzir a igreja, o ministério ou grupo que lidera a um processo de desenvolvimento e entendimento a realidade”, o que segundo ele produziria uma igreja mais atuante, conhecedora dos grandes desafios deste século e capaz de adequar suas práticas ao novo contexto[3].
Não podemos generalizar. Muitos líderes cristãos compreendem o valor e a importância do ato de ler para o crescimento intelectual e espiritual da igreja. Mas, poucos incentivam ou idealizam algum programa em suas congregações com o objetivo de disseminar esse hábito. A criação de pequenas bibliotecas no ambiente da igreja seria uma importante ação eclesiástica, que certamente beneficiaria a vida de muitos crente, inclusive jovens.
É preciso reacender em nossas igrejas o apreço pela leitura, afinal, ela é ingrediente vital no processo de tomada de consciência e até mesmo fervor espiritual. Em seu livro, Altair Germano demonstra como a leitura foi importante no Antigo e Novos Testamentos, entre os pais da igreja, na Reforma Protestante, nos períodos de reavivamento e das missões modernas.
Altair Germano escreve:
“Os benefícios da leitura, uma vez revelados, poderão influenciar positivamente na tomada de consciência sobre a necessidade de ler. O interesse pela leitura tende a crescer quando se sabe que, além da emancipação crítica e da autonomia como indivíduo, o hábito de leitura proporciona o desenvolvimento intelectual, o enriquecimento do vocabulário, a fluência verbal, a apropriação dos bens culturais, a informação e o conhecimento, a saúde emocional e psíquica, o estímulo e saúde mental e comunhão com as grandes mentes”.[4]
No clássico A vida intelectual, A.D. Sertillanges propõe que a leitura é o meio universal para o aprendizado, e é a preparação próxima e remota para a produção. Ele escreveu:
“Nunca pensamos isoladamente: pensamos em sociedade, em colaboração imensa; trabalhamos com os trabalhadores do passado e do presente. Graças à leitura, pode comparar- se o mundo intelectual a uma sala de redacção ou repartição de negócios, onde cada qual encontra no vizinho a sugestão, o auxílio, a crítica, a informação, o ânimo de que carece. Portanto, saber ler e utilizar as leituras, é necessidade primordial que o homem de estudo não deve esquecer”.[5]
Quando lemos, nos beneficiamos da pesquisa e do conhecimento de pensadores do presente e do passado. Eles abrem nossas mentes, instrui nosso pensamento e nos fornecem informações valiosas. Nesse sentido, Sertillanges vai dizer que o contato com escritores geniais nos faz granjear vantagens imediatas de elevar-nos a um plano alto; somente pela sua superioridade eles conferem um benefício sobre nós mesmos antes que nos ensinem alguma coisa[6].
Quanto à forma de leitura, cabe aqui dois conselhos: um de Sertillanges e outro de C. S. Lewis.
Sertillanges dizia que embora a leitura seja importante, ela deve ser feita na quantidade adequada. Por isso, ele diz: Leia pouco!. Esse conselho parece paradoxal, já que estamos falando da importância e da necessidade de leitura. Mas o que Sertillanges tem em mente é a qualidade da leitura, e nem tanto a quantidade. Ele diz que a leitura deve ser feita com inteligência, pois
“(…) a leitura desordenada não alimenta, entorpece o espírito, torna-o incapaz de reflexão e concentração e, por conseguinte, de produção; exterioriza-o no seu interior, se assim se pode dizer, e escraviza-o às imagens mentais, ao fluxo e refluxo das ideias que ele se limita a contemplar na atitude de simples espectador. É embriaguez que desafina a inteligência e permite seguir a passo os pensamentos alheios e deixar-se levar por palavras, por comentários, por capítulos, por tomos.
A série de excitações assim provocadas arruína as energias, como a constante vibração estraga o aço. Não esperemos trabalho verdadeiro de quem cansou os olhos e as meninges a devorar livros; esse encontra-se, espiritualmente, em estado de cefalalgia, ao passo que o trabalhador, senhor de si, lê com calma e suavidade somente o que quer reter, só retém o que deve servir, organiza o cérebro e não o maltrata com indigestões absurdas”. [7]
Por seu turno, o conselho de Lewis é o seguinte: Leia livros antigos. Ele dizia que depois de ler um livro novo, “nunca se permitir outro novo até que se leia um antigo entre os dois. Se isso for demais para você, então leia um velho pelo menos a cada três novos”. Lewis não está menosprezando os livros novos. Ele diz que devemos contrabalancear nossas leituras com livros novos e livros antigos – os clássicos da literatura. Nañez captou essa mesma ideia ao afirmar que somente depois de apreciar os mestres da prosa e poesia do passado, consegue-se meditar a qualidade de obras mais recentes. Ele nos incentiva a deleitarmos em Cícero, Calvino, Dickens, Dillard, Dostoievski; partir o pão com Buechner, Burroughs, experimentar Tolstói ou Newman, Carnell ou Merton, O’Connor ou Chesterton. Poderia acrescentar Jacob Armínio, Agostinho, Tomás de Aquino, John Bunyan e muitos outros. Não levará muito tempo e então perceberemos, diz Nañez, a profundidade marcante de autores e reconhecer o abismo significativo que separa a literatura cristã popular de hoje do concentrado de informações espirituais e cognitivas das penas de antigamente.[8]
O Cristão e a Universidade
Fonte: Nascimento, Valmir (O Cristão e a Universidade, CPAD, 2016).
Referências
[1] SOEIRO, Rafael. Por que o brasileiro lê pouco. Disponível em http://super.abril.com.br/cultura/brasileiro-le-pouco-610918.shtml. Acesso em 14 de janeiro de 2015.
[2] GERMANO, Altair. O líder cristão e o hábito da leitura. CPAD: Rio de Janeiro, 2011, p. 12.
[3] GERMANO, Altair, 2011, p. 12.
[4] GERMANO, Altair, 2011, p. 86.
[5] SERTILLANGES, A.D. A vida intelectual. Cópia disponível na internet. p. 48.
[6] SIRE, James, 2005, p. 203.
[7] SERTILLANGES, A.D. A vida intelectual. Cópia disponível na internet. p. 48.
[8] NÃNEZ, Rick, 2007, p. 342.
*Valmir Nascimento. Jurista e teólogo. Mestrado em Teologia. Professor universitário. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD.
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Fonte:https://comoviveremos.wordpress.com/2016/11/21/a-importancia-da-leitura-para-o-alicerce-da-fe-crista/

quarta-feira, 9 de março de 2016

Brevíssima história do reavivamento da Rua Azuza

09.03.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Moisés C. Oliveira

“Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.” George Orwell

Brevíssima história do reavivamento da Rua AzuzaNesse artigo, dividido em duas partes, há um esforço em descrever com certa atualidade, e de forma brevíssima – devido a limitação imposta pelo veículo – o evento que teve início em Los Angeles, EUA, que veio a repercutir no Brasil e no mundo, influenciando gerações ao longo dos últimos cem anos. A primeira parte, cobre de forma introdutória o período do surgimento do movimento pentecostal, com menção de três de seus principais nomes que deixaram um legado teológico, enquanto o segundo trata da biografia de William J. Seymour o pastor e líder da igreja que surgiu desse movimento.

A fim de dirimir qualquer confusão em torno de nomenclaturas é preciso estabelecer que a teologia pentecostal norte-americana nomeia por reavivamento, esses movimentos oriundos pela manifestação mais efusiva e marcante do Espírito Santo nas igrejas evangélicas. Sua interpretação é que há um só avivamento, a saber, aquele ocorrido em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Enquanto os eventos posteriores, seriam um re-avivamento daquela primeira visitação provocada pelo Espírito Santo, conforme previsto por Jesus Cristo antes de ascender aos céus. Enquanto, no Brasil, comumente não se diferencia assim, e nomeia-se como avivamento toda a manifestação do Espírito Santo com maior abrangência e duração. A interpretação adotada aqui é a norte-americana.

Em 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae, 244 em Los Angeles – Califórnia – EUA, deu-se um evento que segundo Sidney Ahlstrom, historiador da Universidade de Yale, revelou o líder negro que exerceu influência direta sobre a História religiosa norte-americana, colocando-o a frente de figuras como W. E. B. 

Dubois e Martin Luther King, Jr. Após um mês de intensa oração e jejum, enquanto acontecia uma singela reunião entre poucos frequentadores cristãos, dirigida por William J. Seymour, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo na qual todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento – conhecido por pentecostalismo – que veio a tomar proporções mundiais e que no Brasil, a igreja Assembleia de Deus é, talvez, seu mais destacado fruto e consequência direta do impacto daquela visitação.

A origem e a história do reavivamento que aconteceu na Rua Azuza é assunto pouco frequentado nas Assembleias de Deus, no Brasil. É de se lamentar, porque ao ignorar fatos importantes dessa natureza, a Igreja, muitas vezes se torna como uma criança que não atinge a maturidade por não superar problemas que surgiram do confronto de ideias e valores sucitados por gerações anteriores e que fazem parte mesmo da sua essência. 

Muitos desses problemas perduram de igual modo, outros já foram superados por gerações anteriores, outros eles deixaram apontada uma direção segura a ser tomada (Jr. 6:16). Se a Igreja contemporânea insistir em omitir tema essencial como esse dos seus debates, a consequência é que o senso histórico esvai-se, gerando um vácuo entre passado e futuro, restando a cada geração permanecer patinando sobre os mesmos problemas, consciente apenas do próprio umbigo, alheia ao propósito para o qual surgiu. O diálogo com o passado e as origens é necessário à medida que dá sentido ao presente e aponta para o futuro.

O reavivamento da Rua Azuza não foi um evento planejado, mas um caso complexo (Jacobsen, p.57), e ainda carece de muito estudo no Brasil. Foi uma surpreendente manifestação do Espírito Santo que provocou todo aquele fervor espiritual que incendiou Los Angeles e posteriormente o mundo. Líderes cristãos de igrejas já estabelecidas por lá, não tardaram em expressar sua desaprovação pela turba de “fanáticos” que acorriam de todos os lugares em busca de seu pentecoste.

Jornalistas e curiosos vinham de todos os lugares para observar ou zombar do que acontecia ali. Aproveitadores e oportunistas também foram atraídos para experimentar do que havia ali. Os cultos estrepitosos e a diversidade dos participantes também provocou toda sorte de interpretações por parte das outras igrejas.

Uma característica interessante do reavivamento da Rua Azuza, foi que por ser algo  espontâneo – não havia sido planejado – não dispunha de uma teologia necessária para dar sustentação racional e senso de direção a tudo aquilo, nem havia sido organizada ainda, pois a experiência vivida por todos e suas implicações eram fortes o suficiente para aquele momento. Esse movimento só foi ter formulada sua teologia de forma tardia – “a posteriori” – após o arrefecimento daquele fervor espiritual dos primeiros anos. Ainda não há consenso de como se conseguiu reunir sob o mesmo teto, cristãos com orientações teológicas tão divergentes que afluíam em torno daquele sentimento de piedade espiritual e poder. Caso é que o que aconteceu ali, surpreendeu a todos, pela novidade que se apresentava, devido a divergência com qualquer definição teológica vigente à época.

Charles Parhan que havia sido professor de William J. Seymour na Escola Bíblica no Texas, foi visitar o aluno a fim de avaliar seu desempenho e de outros a frente da enorme tarefa que se lhes apresentava, logo no início do movimento. Ocorre que o professor quis impor sua teologia – alienada a tudo o que ocorria ali – mas foi rapidamente rechassado por Seymour, que num entendimento espiritual, nutria um temor impetuoso quanto à interferência humana em tudo o que estava acontecendo diante de seus olhos.

Missão da Fé Apostólica, como ficou conhecida a igreja por eles aberta para abrigar a imensa aglomeração de pessoas atraídas pelo fervor espiritual desde a primeira reunião em casa dos Asberry na Rua Bonnie Brae, tinha Seymour como líder e pastor. Porém, vale lembrar que ele não desenvolveu tudo sozinho, antes, foi auxiliado por outros líderes de não menos importância. Merece menção especial  Clara Lum, que manteve circulando mensalmente o informativo interno da Missão e que teve papel fundamental na orientação e divulgação do trabalho ali desenvolvido.

Seymour entendeu desde o início, como parte do seu chamado pastoral, prover meios e oportunidade ali na Missão da Fé Apostólica, de modo que cada um que para ali acorresse, pudesse ter sua experiência pentecostal pessoal, dando sentido e ambasado em orientações teológicas para tal. Com o posterior arrefecimento do fervor espiritual da Azuza e com a Missão já inserida no contexto pentecostal da cidade, Seymour dedicou-se a escrever o livro “As doutrinas e a disciplina da Missão da Fé Apostólica de Los Angeles”, no qual foram compiladas sua teologia e práticas pastorais. Fica evidente, até pelo título do livro, que a teologia que surge dali, de início, era muito mais prescritiva e prática do que propriamente especulativa. Seu lema era: “não saia daqui falando sobre as linguas, fale de Jesus”. Outra façanha sua foi manter negros e brancos trabalhando juntos, harmoniosamente, numa época de intensa segregação racial.

Outro nome de destaque no auge do reavivamento da Azuza, foi o de George F. Taylor, da Carolina do Norte, influenciado por G. B. Cashwell, que chegou a atuar em cultos na Missão. Embora Taylor nunca tenha frequentado a Missão em Los Angeles, tornou-se um fervoroso pentecostal e “atento observador do movimento”, como afirmou Cashwell. Seu livro “O Espírito e a Noiva”, publicado em 1907, demonstra Taylor como um vigoroso e sistemático pensador cristão. Esse livro representou um salto na articulação e um avanço intelectual a respeito da teologia gerada pelo movimento pentecostal da Azuza. Taylor arguia que seu livro nada mais fazia que expor cuidadosamente a Bíblia; cujo reavivamento pentecostal o ajudou criativamente na sua tentativa de trazer velhas verdades bíblicas em novas revelações. E aqui vale o parêntese para que não se confunda A Revelação, enquanto Palavra de Deus, com essas “ideias”, por assim dizer, que suscitaram em Taylor a partir de seu contato com o movimento pentecostal.

David Wesley Myland, foi um pregador pentecostal itinerante, com participação no lançamento de outras denominações pentecostais e autor do livro “O pacto da Chuva Serôdia”, publicado em 1910, com sua interpretação tipológica e profética do Movimento de Reavivamento da Azuza à luz do Velho Testamento. Ao contrário do rigor sistemático de Taylor, Myland se utilizava muito mais de metáforas e símbolos para expor sua teologia. 

Entendia a caminhada de fé muito mais como um progresso constante que iria cessar apenas no encontro do fiel com Deus. Myland se preocupava muito mais em não separar a vida prática da caminhada de fé e tentar articular entre essas dimensões do que entendê-las como coisas distintas.

Esses três nomes aqui mencionados, não esgotam de maneira alguma a reflexão teológica produzida sobre o pentecostalismo na Azuza durante seu período de efervescência. Evidentemente que havia diferença nos pontos de vista e nas abordagens teológicas desenvolvidas por Seymour, Taylor e Myland, porém não eram visões antagônicas, mas tentativas individuais de preencher o vácuo criado por algo que surge com um impacto tremendo no ambiente cristão e que as teologias vigentes ainda não contemplavam, nem constava de seu cabedal de recursos interpretar ou dar sentido.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/brevissima-historia-do-reavivamento-da-rua-azuza/

sexta-feira, 4 de março de 2016

Primeiro Encontro Nacional de Educadores da Área Teológica da CGADB

04.03.2016
Do portal CPAD NEWS, 01.03.16
Por CEC-CGADB

Evento foi realizado no último dia 27, no auditório da FAECAD  

Primeiro Encontro Nacional de Educadores da Área Teológica da CGADB
A cidade do Rio de Janeiro, sediou o Primeiro Encontro Nacional de Educadores da Área Teológica da Convenção Geral das Assembleias no Brasil (CGADB), no dia 27 de fevereiro de 2016. O Encontro foi promovido pelo Conselho de Educação e Cultura (CEC-CGADB) e realizado no auditório da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia (FAECAD). Compareceram os membros doCEC, dezenas de diretores de seminários e faculdades teológicas, membros de conselhos de educação das convenções estaduais/regionais filiadas a CGADB, professores e educadores em geral.
As temárias foram amplamente discutidas e analisadas e no encerramento do Encontro foram criadas comissões para elaboração e execução de projetos diversos. Na plenária com a temática “Ensino Religioso nas Escolas Públicas de Ensino Fundamental”, o líder doCEC-CGADB, pastor Douglas Roberto de Almeida Baptista (DF) discorreu acerca da audiência pública ocorrida no dia 15 de junho de 2015 no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na plenária “Integralização de créditos e unificação dos currículos acadêmicos de teologia”, o Diretor da FAECAD, Pastor Germano Soares apresentou o Parecer 0063/2004 expedido pela Câmara de Educação Superior (CES) do Conselho Nacional de Educação (CNE) que autoriza portadores de certificado oriundos dos cursos livres de Teologia, integralizarem seus créditos em instituições teológicas devidamente reconhecidas pelo Ministério de Educação (MEC).
O Encontro ainda discutiu a questão da preparação de vocacionados para o exercício do ministério pastoral. Indagou-se acerca da capacitação proporcionada aos vocacionados pelos variados cursos teológicos ofertados no país. Desta discussão surgiu a necessidade da elaboração de uma programa específico para atender os vocacionados.
Outro assunto abordado no Encontro fez referência ao período pós-centenário das Assembleias de Deus no Brasil e a consequente urgência da criação de uma Rede de Estudos Pentecostais Assembleiano. Aproveitou-se também a oportunidade para informar aos participantes do Encontro acerca da criação da  “credencial de teólogo” que está disponível aos formados em teologia e pode ser solicitada no site do Conselho, e ainda foi divulgada a programação dos “Seminários de Celebração dos 500 anos da Reforma Protestante” a ser realizado em Santos (SP) (15 e 16 Abril); Porto Alegre (RS) (17 e 18 Junho) e Foz do Iguaçu (PR) (19 e 20 Agosto).
Como resultado deste encontro foram criadas três comissões para apresentar propostas nas áreas discutidas, cujos trabalhos deverão ser apresentados por ocasião na celebração da Reforma Protestante em Porto Alegre (Junho/16):
- Comissão para elaborar um programa pedagógico para escolas da Assembleia de Deus;
- Comissão para apresentar proposta de um programa de capacitação para vocacionados ao ministério;
- Comissão para criação de rede de estudos pentecostais assembleianos
Para os membros do Conselho de Educação e Cultura o Encontro foi algo inédito. Pela primeira vez na história das Assembleias de Deus foi possível reunir, em âmbito nacional, os membros do CEC, diretores de seminários, professores, líderes de conselhos estaduais e educadores em geral para a discussão de temas relevantes para a educação cristã no Brasil. O líder do CEC-CGADB, pastor Douglas Baptista declarou “Estamos muito agradecidos a Deus por este Encontro histórico. Saímos do Encontro com a convicção de um significativo avanço na área da educação cristã e teológica. O resultado do Encontro foi tão relevante que decidiu-se pela realização do evento anualmente em data a ser amplamente divulgada para agregar o maior número possível de educadores”.
Mais informações no Jornal Mensageiro da Paz.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/assembleia-de-deus/32528/primeiro-encontro-nacional-de-educadores-da-%C3%81rea-teologica-da-cgadb.html

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Grande Tribulação

15.02.2016
Do blog BELVEREDE, 14.02.16
Por Eliseu Antonio Gomes

A Grande Tribulação é uma época de perturbação e angústias espantosas que terá início após o Arrebatamento da Igreja. Será a fase em que Deus, o Justo Juiz, mandará seu juízo sobre o mundo. Será de âmbito mundial (Apocalipse 3.10); o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Daniel 12.1; Mateus 24.21), tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jeremias 30.5-7), que será controlado pelo "homem do pecado" (que é o Anticristo, Daniel 9.27; Apocalipse 13.12).

Haverá um tempo de muita aflição na Terra. "Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado; porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" - Mateus 24.20-21.

Jesus, ao falar sobre o final dos tempos, mencionou episódios que aconteceriam em um futuro próximo e em tempos distantes, exatamente como os profetas do Antigo Testamento. Muitas das perseguições preditas já ocorreram e muitas ainda estão por acontecer. Porém, Deus controla até mesmo a duração dessas perseguições e não se esquecerá de seu povo. Basta saber que as mãos de Deus controlam tudo para nos sentirmos motivados a viver corretamente no tempo presente.

O crente deve estar sempre em permanente oração e vigilância. "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" - Mateus 26.41.

Jesus usou a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas as espécies de tentação que o discípulo logo enfrentaria. A maneira de vencer a tentação é conservar-se alerta e orar. Manter-se atento significa estar conscientes das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e estar espiritualmente equipado para vencê-la. Pelo fato de a tentação atingir-nos onde somos mais vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. A oração é essencial porque o poder de Deus é capaz de fortalecer nossas defesas e derrotar o poder de Satanás.

Pedro aprendeu a lição e anos depois escreveu o seguinte: "Sabendo que tudo isso vai ser destruído assim, então que tipo de gente vocês precisam ser? A vida de vocês deve ser agradável a Deus e dedicada a ele. Esperem a vinda do Dia de Deus e façam o possível para que venha logo. Naquele dia os céus serão destruídos com fogo, e tudo o que há no Universo ficará derretido" - 2 Pedro 3.11-12 (NTLH).

Acima de tudo, para estarmos atentos e vigilantes, é preciso considerar a santidade de Cristo. É importante entender a justiça de Cristo e o fato de que esta justiça nos credita diante do Pai celestial. Em muitas ocasiões, as Escrituras testificam que durante o tempo em que Ele passou na terra, viveu uma vida perfeitamente santa. Tal santidade era muito mais do que a ausência do pecado, era também a perfeita conformidade com a vontade de Deus. É possível agir certo a partir de motivos errados, porém, agir assim não agrada a Deus. A santidade compõe-se muito mais do que meros atos. É necessário orar e vigiar, para que nossas ações sejam motivadas pelo simples fato de que elas são a vontade de Deus.

A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação. "... e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura" - 1 Tessalonicenses 1.10.

A enorme expectação das pessoas convertidas é a Vinda de Cristo, que dará escape "da ira futura". Expectativa que compreende um estado contínuo de prontidão.

A verdadeira conversão a Cristo, segundo o Novo Testamento, envolve a atitude voluntária de desviar do pecado, e voltar-se para Deus com o objetivo de esperar o retorno de Cristo.

"A ira futura".  Alude-se à ira e juízo divinos que serão espalhados sobre o mundo no decurso da tribulação. Os crentes, entretanto, não precisam receá-la, porque Deus enviará Jesus para nos livrar. É uma realidade inconteste que a volta de Cristo precede essa ira (Apocalipse 3.10).

A besta que subiu do mar será um dos aliados de Satanás. "Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia" - Apocalipse 13.1.

O capítulo 13 de Apocalipse trata da atuação do Anticristo. Expõe o rigoroso embate entre o Anticristo e Deus e também o seu povo no período da Grande Tribulação. A besta que emerge do mar é o último grande governo mundial da história, e é composto de dez reinos sob o controle do Anticristo (Daniel 2.40-45; 7.24, 25; 11.36-45; Apocalipse 17.12). O mar representa muitas nações (Apocalipse 17.15).

A besta é descrita como semelhante ao leopardo, representa o governo gentílico mundial dos tempos do fim e também o governante daquele reino. Satanás dará seu poder a esse governo e o usará contra Deus e seu povo (Apocalipse 13.2).

O número da besta é número de homem: 666. "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão' (...) 'Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis" - Apocalipse 13.11, 18.

A outra besta representa a figura do falso profeta, que ajudará o Anticristo a preparar o mundo para adorá-lo e enganará a humanidade mediante a realização de grandes milagres (Daniel 13.1-3; Apocalipse 13.12-14).

O que significa o número seiscentos e sessenta e seis? No Livro de Apocalipse, o Anticristo é chamado de "a Besta" e tem um número específico: 666. Muitos teólogos estão de acordo que, na Bíblia Sagrada, "seis" é o número do homem e "três" é o número de Deus. Sendo assim, a sequência do número seis três vezes significa uma pessoa que se apresenta como um deus, tal qual fizeram imperadores romanos do passado (2 Tessalonicenses 2.4).

Deus, o justo Juiz, visitará e julgará a maldade do mundo com poder e glória. "E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis" - Isaías 13.11.

O profeta Isaías descreve a destruição de Babilônia tipificando a destruição de todos os inimigos de Deus no tempo do fim, e o juízo final sobre a terra durante o período da Grande Tribulação. Veja também: Ezequiel 32.7; Joel 2.10; 3.16; Ageu 2.6, 7, 21, 22; e Zacarias 14.6, 7).

Conclusão

Que tipo de cristãos devemos ser, sabendo que a Igreja não participará das angústias da Grande Tribulação?

A esperança de ser salvo no Arrebatamento da Igreja não implica licença para irresponsabilidade no presente. Aguardemos a volta de Cristo com paciência, sem a displicência. Se estamos satisfeitos com a vida que levamos agora, não nos esqueçamos de consultar a Deus e congregar no templo. Permitamos que o Espírito Santo interfira em nossos planos e guie os nossos passos.

E.A.G.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1268, 1275, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo Devocional- Max Lucado, página 1212; edição 2005, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia de Estudo Pentecostal, páginas 1011, 1438, 1439, 1844, 1998, 2000, segunda impressão 1996, Rio de Janeiro (CPAD).
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Fonte:http://belverede.blogspot.com.br/2016/02/EBD-licao-8-a-grande-tribulacaoLicoes-Biblicas-CPAD.html

sábado, 30 de janeiro de 2016

HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS (BRASIL)

30.01.2016
Do portal WIKIPÉDIA



História

Assembleia de Deus
ClassificaçãoProtestante
OrientaçãoPentecostal
PolíticaEpiscopal e Congregacional
FundadorDaniel Berg e Gunnar Vingren
Origem1911 (105 anos) Belém, Pará
Site oficialwww.cgadb.org.br

A Assembleia de Deus chegou ao Brasil por intermédio dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em Belém, capital do Estado do Pará, em 19 de novembro de 1910, vindos dos Estados Unidos. A princípio, frequentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Os missionários suecos traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia — o falar em línguas espirituais (estranhas) — como a evidência de manifestações que já vinham ocorrendo em reuniões de oração nos Estados Unidos e também de forma isolada em outros países, principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu através de um de seus principais discípulos, um pastor leigo negro, chamado William Joseph Seymour, na rua Azusa, Los Angeles, em 1906.[1]

A nova doutrina trouxe divergência. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembleias distintas, conforme relatam as atas das sessões[2] , os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911[3] [4] , juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica, que já era empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, em virtude da fundação das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas, mas, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas.

A Assembleia de Deus no Brasil expandiu-se pelo estado do Pará, alcançando o Amazonas e propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegou ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão através de um folheto evangelístico de Paulo Leivas Macalão, filho de um general e precursor do assim conhecido Ministério de Madureira.

A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e porque à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de Natal, a Assembleia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembleias de Deus dos Estados Unidos através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação.
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Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_de_Deus_(Brasil)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

LICÕES BÍBLICAS: Jesus e o dinheiro

03.06.2015
Do blog BELVEREDE
Por Eliseu Antonio Gomes
O dinheiro, meio de compra e venda de mercadorias e bens, era usado pelos israelitas desde o oitavo século antes de Cristo. Antes disso, eles pesavam a prata e o ouro para fazer pagamentos (Gênesis 23.16).

No primeiro século da era cristã, por ser uma crença de natureza escatológica, o cristianismo não estimulava a aquisição de posses materiais. Os cristãos primitivos, incluindo os apóstolos, mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda em sua geração, então a prioridade para eles não era o acúmulo de bens terrestres, mas a propagação da mensagem do reino de Deus.

O estudo do Evangelho escrito por Lucas apresenta o estilo de vida que o seguidor de Cristo precisa adotar com relação ao dinheiro.

Avaliando a verdadeira intenção do coração. "E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento'  (...) 'E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça" - Lucas 7.36-38, 44.
Embora a mulher não fosse uma convidada, entrou na casa e ajoelhou-se aos pés de Jesus. Naquela época, era habitual reclinar-se durante as refeições. Os convidados para refeições reclinavam-se em sofás, de modo que, bem próxima à mesa, ficava a cabeça, apoiada em um dos cotovelos, o o corpo ficava esticando para trás. Assim aquela mulher facilmente ungiu os pés de Jesus sem aproximar-se da mesa.

A narrativa de Lucas contrasta os fariseus com os pecadores. Simão, o anfitrião que convidou Jesus, havia negligenciado várias regras de etiqueta. Ele não havia lavado os pés de Jesus conforme o hábito local, não ungiu a cabeça do Mestre com óleo; não lhe deu um beijo de saudação. Talvez Simão se considerasse superior ao Unigênito Filho de Deus. Porém, a mulher pecadora foi generosa; com lágrimas lavou os pés de Jesus; com um perfume extremamente caro ungiu-os e com beijos saudou seu Salvador.

A vida do homem não consiste no seus bens. "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" - Lucas 12.13,14.
De acordo com a Lei de Moisés (Deuteronômio 21.17), o filho mais velho recebia duas vezes mais do que os outros filhos. As situações do repartir heranças eram frequentemente levadas para os mestres para que eles realizaram a divisão dos bens. Embora Jesus tivesse respondido com outra pergunta e uma recomendação, se assumir a posição de juiz em questão secular, não mudou de assunto. Ele apontou para uma questão mais importante: a atitude correta em relação à acumulação de riquezas. A vida é mais do que bens materiais; e o nosso relacionamento com Deus é ainda muito mais importante. Assim, Jesus atingiu o âmago da questão levada por aquele homem.

Não guardar tesouros na terra, mas no céu. 'E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo' (...) 'E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos" - Lucas 16. 1,2, 9.
Jesus não elogiou a desonestidade do mordomo, mas a sua visão do futuro. A sagacidade é típica dos "filhos desse mundo", que assim agem para com os seus semelhantes; e o público de Jesus (e mesmo o senhor da palavra) poderia, sem justificar ou tolerar as suas atividades, sorrir devido à maneira como o astuto criado livrou-se de um aperto. O mordomo usou os recursos que tinha a fim de preparar-se para a inevitável demissão. Logo a questão é a seguinte: se os injustos sabem como usar o dinheiro para conquistar amigos e assegurar um futuro, muito mais devem saber os justos, para, com finalidades justas, auxiliar os que estão em necessidade, tendo em vista a recompensa de Deus.

A injustiça, a cobiça e a sede de poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo. Devemos empregar nossos bens e dinheiro, com sabedoria e jamais de modo desonesto,de modo a promover os interesses de Deus, para ajudar as pessoas, para a salvação do próximo. Assim fazendo o Senhor nos confiará as verdadeiras riquezas, que são as responsabilidades espirituais (12.33, 34; 16. 11). 

Os perigos de se ter as riquezas como senhor. "Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele" - Lucas 16:13,14.
O dinheiro pode tomar o lugar de Deus em sua vida. Ele pode tornar-se o seu mestre. Como você sabe se não é escravo do dinheiro? Caso responda sim no questionamento abaixo, ore ao Senhor.

1. Você se preocupa frequentemente com o dinheiro?
2. Desiste de fazer o que deveria ou gostaria, a fim de ganhar mais dinheiro?
3. Gasta grande parte de seu tempo cuidando de suas posses?
4. Sente dificuldade de ofertar?
5. Costuma ficar endividado? 

Nenhuma quantia em dinheiro é capaz de garantir saúde e felicidade, tampouco a vida eterna. Os servos do Senhor têm paz de espírito e segurança, tanto no presente como no porvir.

Generosidade e prosperidade segundo a Palavra de Jesus."E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna" - Lucas 18:29,30.
As perdas no âmbito familiar podem ser mais do que compensadas ainda nesta vida através dos relacionamentos com outros membros da família de Deus.

As recompensas prometidas neste versículo não devem ser entendidas literalmente. Jesus não prometeu saúde e riquezas aos seus seguidores. Na verdade, Jesus prometeu que os cristãos serão amplamente compensados na nova comunidade pelo que renunciaram em sua vida na terra. As bênçãos e alegrias inerentes nos relacionamentos citados aqui serão serão experimentadas  pelo discípulo genuíno, que se nega a si mesmo por amor a Cristo. O fato de que Jesus estava falando por hipérboles fica claro pela promessa de uma pessoa receber cem pais e mães pelo fato de perder um pai e uma mãe ao abraçar o Evangelho do Senhor.

Riqueza e pobreza no tempo de Jesus. "E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha" - Lucas 21.1-4.

A arca do tesouro, ou gazofilácios, eram caixas encontradas no átrio do templo, nas quais eram depositadas as ofertas. Segundo os biblistas, haviam 13 afixadas no pátio das mulheres.

A passagem bíblica da viúva pobre e ofertante tem sido usada por pessoas inescrupulosas para extorquir dinheiro dos outros, pelo fato de Jesus ter elogiado a piedade demonstrada pela viúva. Mas Jesus não estava recomendando que todos demonstrassem piedade exatamente da mesma maneira que aquela mulher.

Temos nesta situação a lição de como Deus vê a nossa contribuição e donativos. A oferta que damos a Deus é avaliada, não segundo o montante, mas pelo montante do nosso amor ao Senhor nela envolvido. Os ricos, às vezes, contribuem do que lhes sobra - não lhes custa nenhum esforço e devoção. A oferta da viúva custou-lhe tudo. Ela deu tudo que podia. Este princípio pode ser aplicado a todo o nosso serviço prestado a Jesus. Ele julga o trabalho que lhe prestamos, não pelo seu volume, influência ou sucesso, mas pelo volume de sincera dedicação, fé e amor nele envolvido.

Conclusão
Na cultura secular dos dias atuais, uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses, é vê-los como algo de natureza estritamente material. Na perspectiva cristã, o dinheiro coexiste nas dimensões material e espiritual. Jesus ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado  que o cristão deve ter com a avareza.

E.A.G.
Compilações: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1362, 1378, 1386, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).  Bíblia de Estudo Defesa da Fé, páginas 1568, 1640, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD) Bíblia de Estudo NTLH, páginas 1032,  1046, edição 2005, Barueri, (Sociedade Bíblica do Brasil) Bíblia de Estudo Pentecostal, página 1480, 1552, edição 1996, Rio de Janeiro (CPAD).  Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 73,75, 76, Rio de Janeiro (CPAD).  Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito, José Gonçalves, página 119, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD).
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Fonte:http://www.belverede.blogspot.com.br/2015/06/Jesus-e-o-dinheiro-licoes-biblicas-cpad-licao-10-segundo-trimestre-2015-ebd-cpad.html