14.04.2015
Do portal da Assembleia de Deus - Bezerros - PE
Por Rev. Ronaldo Lidório
“Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, na casa de Deus;
confio na misericórdia de Deus para todo o sempre”
Salmo 52.8
A cada dia somos chocados com a nossa própria vida, e fazemos coisas sobre as quais nos perguntamos: como pude eu fazer isto? (Quem já não passou por este momento?) Somos também chocados por atitudes de outros próximos a nós que agem contra nossas expectativas e perguntamos: Como pôde ele fazer isto?
Estas circunstâncias levam-nos a esta pergunta existencial: Se pecamos, caímos, estamos sujeitos a decepcionar a Igreja e a Deus, qual o sentido da vida cristã?
Certa fez estava em um museu, no departamento de arte moderna. Vi ali um quadro pintado em preto e branco composto por apenas duas linhas brancas horizontais sob um fundo preto. Logo um homem reuniu um pequeno grupo e passou a explicar o significado daquele quadro que, segundo ele, era “uma apologia à vida a qual percorre rios e cachoeiras até desaguar em um bosque vívido onde os pássaros voam”. Eu me perguntei: onde estão as cachoeiras, bosque e pássaros? Quem é este homem. Alguém me respondeu: ele é o autor do quadro.
1. Se Deus é o autor da vida, é Ele quem define o significado da obra
Se Deus é o autor da minha vida, sua vida, da vida desta Igreja, ele está pintando aqui a nossa história e mesmo quando o diabo, o mundo ou os amigos vêem em nós apenas dois riscos brancos sobre uma tela preta, Deus vê em nós cachoeiras, rios, pássaros e bosques, pois é Ele o pintor da nossa história.
Portanto, quem somos nós? Nós não somos quem o diabo diz que nós somos. Mesmo porque ele possui um compromisso com a mentira e não revelaria a verdade sobre nós.
Nós não somos quem os amigos dizem que nós somos. Até porque, eles possuem uma visão extremamente limitada da própria vida e desconhecem nosso coração. Nós também não somos quem nós pensamos que somos, pois nossa própria mente gera dissimulações que nos impedem de nos vermos de forma completa e real. Na verdade nós somos quem Deus diz que nós somos! Porque Ele é o autor do quadro, o autor da vida.
Quem, diz Deus, que somos hoje, como Igreja?
Davi, neste Salmo, perseguido por Saul, que queria a sua morte, fala sobre as ações da carne e armadilhas do diabo como “maldade, palavras devoradoras, destruição e engano.
Mas diz no verso 8, olhando para o autor da vida: “Eu sou quem Deus diz que sou”: “Quanto a mim porém, sou como a oliveira verdejante na casa de Deus”
- A Oliveira era uma árvore escolhida por Deus no AT como símbolo da presença do Senhor!
- Verdejante significa que, apesar de Saul tramar planos diabólicos contra nós, nós viveremos!
- Na casa de Deus indica que esta árvore era plantada do lado de fora do templo e quem a cortasse seria passivo de morte! Estamos sujeitos apenas a Deus!
Apesar do inimigo nos perseguir e tramar nossa queda, há três verdades nas quais devemos crer como Igreja de Deus:
(1) Nós somos escolhidos pelo Senhor;
(2) Nós viveremos; e
(3) Somente Deus nos toca.
2. Se Deus é o autor da vida, Ele pode transformar o mal em bem
Davi havia sido perseguido por Saul. Perdeu a esposa, separou-se de Jônatas, seu melhor amigo, que viera a morrer. Por sua causa 99 sacerdotes foram sacrificados. Juntou-se a um grupo de foragidos; teve que pedir abrigo aos Filisteus, seus inimigos mortais. Seus homens tentaram apedrejá-lo, teve sua esposa e filhos seqüestrados, e seus próprios irmãos questionaram seu direito ao reinado.
Mas no fim do Salmo 52 ele diz: “… Esperarei no Teu nome, porque é bom”(v.9)
Mesmo perante tantas desgraças Davi dizia “Eu esperarei no Senhor pois a bondade faz parte da essência de Deus”. Ele pode transformar este meu estado de miséria, perseguição, tristeza e melancolia em Luz e Vida. Em vitória e reinado.
E foi assim que Deus fez. Davi reinou sobre Israel como nenhum outro antes ou depois dele. Jerusalém passou a ser chamada “A cidade de Davi”. O símbolo judeu passou a ser chamado “A estrela de Davi”. E Deus o chamou de “homem segundo o coração de Deus”.
A bondade faz parte da essência de Deus.
Pedro caminhou com Jesus por três bons anos. Ouviu, seguiu e aprendeu do Mestre. Ao lado de Cristo iniciou um ministério. Pregou, evangelizou, chegou a curar, participou da multiplicação dos pães e expulsou demônios. Mas quando Cristo foi levado preso ele o negou TRÊS vezes. (Não uma ou duas: três).
Qualquer um que estivesse ali, vendo a queda de Pedro, diria: morre aqui um grande ministério. Mas a visão de Deus vai além do horizonte: Deus o restaurou, o levantou, o colocou de pé, derramou sobre ele do Seu Espírito, e Pedro percebeu que seu ministério estava na verdade apenas começando; que a grande vitória veio após a queda; que o grande trabalho veio após a restauração.
Deus pode transformar o mal em bem porque o bem faz parte da essência de Deus.
3. Se Deus é o autor da vida, Jesus é o nosso modelo a seguir
Davi, após afirmar que era como uma Oliveira verdejante ele completou: “porque confio na misericórdia de Deus para todo o sempre”
Ele sabia que sem a misericórdia diária do Senhor sobre nós, seríamos consumidos. Ele sabia que, como homens, somos falhos: mesmo o ungido de Deus para reinar sobre Israel.
A Palavra de Deus não nos esconde os erros daqueles que serviram a Deus:
- Abraão, para se proteger, mentiu dizendo que Sara era sua irmã;
- Davi adulterou com Bate Seba matando a Urias, o marido;
- Salomão trouxe para o seu reino altares a deuses estranhos;
- Arão concordou que fizessem um bezerro de ouro na ausência de Moisés;
- Eli deixou que seus filhos profanassem o templo de Deus.
E a Palavra não esconde estes erros para mostrar à Igreja que, mesmo cheios de virtudes, dons e força, estes homens não podem resumir o nosso modelo de vida. Jesus é o nosso modelo a seguir.
Mas mostra-nos também que, se estamos de pé, enquanto homens de Deus ao longo da história cairam, é pela “misericórdia de Deus”.
Conclusão
Considerando que Deus é o autor da vida e (1) é Ele quem define o significado da obra; (2) é Ele quem pode transformar o mal em bem; e (3) Jesus Cristo é o nosso modelo, devemos, como Igreja de Cristo, proceder da seguinte forma diante da disciplina de uma irmão em Cristo:
1. Com Discernimento. Deus, quando trás à tona o pecado de um de nossos líderes, Ele o faz por zelo pelo Seu Santo Nome, zelo pela Sua Igreja e zelo pela vida do líder que caiu, pois o quer levantar.
2. Com Solidariedade Cristã. A Palavra nos ensina a chorar com os que choram e nos alegrarmos com os que se alegram. Se nos alegramos com o choro alheio, há algo errado em nosso coração e vida espiritual.
3. Com Comunhão. A Palavra outorga autoridade espiritual sobre os presbíteros da Igreja. É momento de ouvirmos o que eles têm a dizer pedindo a Deus que haja unanimidade de espírito entre nós.
4. Com temor. A queda de um entre nós deve servir sempre de motivo para refletirmos sobre a nossa própria vida e aprendermos da lição de Deus.
5. Com oração. Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora Deus trabalha.
6. Com fortalecimento mútuo. É momento de nos aproximarmos uns dos outros para nos fortalecermos mutuamente.
7. Com a certeza de que o Senhor pode fazer até o impossível acontecer
Deus seja louvado.
*Rev. Ronaldo Lidório
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Fonte:https://adbezerrospe.wordpress.com/category/devocional/