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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A vingança pertence a Deus

18.09.2014
Do portal GOSPEL PRIME
Por  Vinicius Couto
A vingança pertence a DeusA vingança pertence a Deus
Vingança é um prato que se come frio, diz o ditado popular. O sabor desse prato não é amargo e nem salgado, mas doce, segundo pesquisa realizada por neurocientistas suíços que se basearam em tomografias cerebrais.[1]
A pesquisa, liderada pelo Professor Dominique de Quervain, da Universidade de Zurique, consistiu em uma atividade realizada com duplas. Afirmando que se tratava de um estudo econômico, quinze estudantes do sexo masculino e de idade entre 20 e 30 anos se submeteram a um jogo que envolvia trocas monetárias.
Nesse jogo, um dos jogadores (A) podia conceder todo o seu dinheiro ou parte dele a seu par (B), o qual poderia devolver parte do que recebeu ou nada. Caso o primeiro jogador resolvesse dar todo seu dinheiro, sua verba poderia ser multiplicada quatro vezes e o jogador B poderia dividir sua recompensa com A. O primeiro jogador teria motivação suficiente para dar todo seu dinheiro a B, uma vez que ambos poderiam sair beneficiados. Caso B se recusasse a dividir o montante, A poderia se vingar de seu par, contanto que pagasse por isso.
Enquanto os jogadores passavam pelo evento, tomografias por emissão de pósitrons registravam a atividade cerebral deles, sendo possível verificar um claro padrão de atividade nos gânglios de base dorsal – área cerebral envolvida na sensação de prazer – quando um jogador penalizava o outro por ter sido egoísta. Os resultados da pesquisa mostraram que, as pessoas possuem uma sensação de auto satisfação e de prazer quando se vingam.

A vingança e a psicologia

Segundo a psicóloga Milena Frankfurt, o desejo de se vingar é algo inerente do ser humano, entretanto, o ato de se vingar e como se vingar “é particular e especifico de cada pessoa. Está bastante relacionado com a capacidade de perdoar que a pessoa exerce ou não durante a sua vida.”[2] A fim de mostrar a naturalidade desse sentimento, Milena comenta que, todos “nós já imaginamos aquela pessoa que nos feriu se machucando de alguma maneira, mesmo que em fantasia”.
Saber lidar com as frustrações da vida é um fator preponderante na visão psicológica sobre esse assunto. Pessoas rancorosas tendem a imaginar com mais frequência atos vingativos, sem necessariamente executar o que está em suas mentes. Em outros casos, acontece a autoflagelação psíquica, na qual a pessoa ofendida usa toda a energia de sua amargura contra si mesma, vivendo estágios de depressão, transtornos alimentícios e/ou problemas psicossomáticos.
Na sociedade hodierna conseguimos verificar esse tipo de comportamento em situações ocorridas na dissolução de um casamento ou nas brincadeiras de crianças que outrora eram taxadas como pueris, isto é, típico do período compreendido entre a infância e a adolescência.
No primeiro caso, atitudes vingativas começam a brotar quando o casamento não vai bem e os pais usam os filhos para servirem de arma um contra o outro. Depois de consumado o divórcio, as coisas tendem a piorar. Usualmente um dos ex-cônjuges, inconformado com a separação, passa a difamar, desmoralizar e/ou criar descrédito sobre a figura da outra parte para o(s) filho(s). Esse processo é chamado de Síndrome da Alienação Parental (SAP) e apesar de produzir satisfações esporádicas a quem pensa se vingar, prejudica a formação dos filhos.[3]
O caso das brincadeiras de crianças já foi tratado como algo tão comum na vida humana, que chegou a ser comparado como uma passagem para a vida adulta[4]. Gozações com o mais gordinho da turma, o mais alto, o mais magro, o mais narigudo, etc, fizeram parte da infância de todas as pessoas. Até o profeta Eliseu passou por essa situação constrangedora quando os meninos gritavam repetidamente “sobe calvo” (2 Rs 2.23).
Todavia, as consequências desses bullyings – baixa autoestima, baixo rendimento, estresse, introspecção, timidez, ansiedade e agressividade, dentre outros – têm despertado a atenção de estudiosos para outro rumo. Essas consequências podem evoluir para estágios ainda mais graves e gerar transtornos psicopatológicos profundos, tais como fobias, pensamentos suicidas, depressões e desejos de vingança.
É o caso trágico do massacre em Realengo que chocou o Brasil em 2011. Wellington Menezes de Oliveira entrou na Escola Tasso da Silveira e matou 12 crianças, além de ferir outras 12. Em um dos vídeos encontrados pela polícia, o atirador dizia que sofria bullying e justificou seu ato criminoso dizendo: “que o ocorrido sirva de lição, principalmente para as autoridades escolares, para que descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados, ridicularizados, desrespeitados”.[5]

A Vingança na Justiça brasileira

Nos vários casos noticiados pela mídia brasileira, podemos ver o desejo de punição das pessoas quando algo trágico acontece, principalmente quando o veículo de informação é um canal que abusa do sensacionalismo. Normalmente essa punição está associada ao desejo de vingança. Há uma linha muito tênue entre uma e outra.
Este sentimento vingativo é constantemente visto nas produções hollywoodianas, nos mais variados filmes e seriados e possui grande aceitação do público. Muitas tramas seguem o mesmo tipo de raciocínio: alguém faz algum tipo de mal para alguma família e quem foi prejudicado resolve se vingar do ocorrido. Muitos telespectadores ficam torcendo para que a vingança ocorra com êxito.
No filme “Tempo de Matar”, é difícil não haver identificação (empatia) entre o personagem que se vinga e quem o assiste. O longa, além de possuir um dos melhores diretores de cinema dos EUA, Joel Shumacher, e um elenco de primeira (Samuel L. Jackson, Sandra Bullock, Mathew McConaughey, Oliver Platt e Kevin Spacey), consegue estimular o senso de justiça (para não dizer senso de vingança) que há em cada ser humano.
A história se passa em Canton, Mississipi. Dois homens brancos espancam e estupram uma menina negra de dez anos. Os estupradores foram presos, mas teriam o valor de fiança decretada no tribunal. O pai da garota, Carl Lee Hailey (interpretado por Jackson), fica atônito e desesperado, e resolve fazer justiça com as próprias mãos, matando-os na frente de todos e vingando-se do ato cruel que eles cometeram.
Embora sua sede de vingança tenha sido saciada, Hailey é preso e enfrenta um julgamento complexo por conta de seu duplo assassinato. O filme é capaz de dividir a opinião dos telespectadores, afinal, estamos de frente de um caso trágico que se finalizaria com impunidade e ao mesmo tempo diante de um ato criminoso de justiça feita com as próprias mãos. Dificilmente quem assiste o filme não torce para que Hailey seja absolvido.
No Direito Brasileiro, a autotutela, chamada popularmente de “justiça com as próprias mãos”, é crime previsto no Artigo 345 do Código Penal Brasileiro, mas podemos encontrar algumas exceções (excludentes de ilicitude), como nos casos que se seguem:
I – Em casos como o do Movimento Sem Terra (MST), nos quais pessoas tentavam se apossar de alguma propriedade, o possuidor tem direito de se manter no local, usando até mesmo de força própria, contanto que essa resistência não ultrapasse o necessário à manutenção ou restituição da posse (Artigo 1.210 do Código Civil de 2.002);
II – Qualquer pessoa pode efetuar voz de prisão caso se depare com alguém em flagrante delito (Artigos 301 e 302 do Código de Processo Penal);
III – De acordo com o Artigo 23 do Código Penal Brasileiro, não há crime quando o agente pratica o fato em quatro circunstâncias: 1) em estado de necessidade (detalhado no Artigo 24), 2) em legítima defesa (detalhado no Artigo 25), 3) em estrito cumprimento de dever legal ou 4) no exercício regular de direito.

Origens do sentimento de vingança

O sentimento de vingança, bem como o comportamento agressivo, tem sua gênese, segundo a psicologia, primeiramente no instinto do homem. Além disso, fatores como a aprendizagem, aspectos situacionais, frustrações e provocações, contribuem para a execução desses atos. Essas posições não levam em conta fatores de personalidade, fisiológicos e sociológicos.[6]
A exemplo do filme supracitado, os moradores do bairro Cidade Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, invadiram, depredaram e picharam um imóvel do local.[7] O motivo seria a indignação da população após o estupro e morte de Angélica Barbosa Romasco, de oito anos. A menina brincava na frente de casa na noite do dia 15 de Maio deste ano. Seu corpo foi encontrado algum tempo depois em um terreno baldio do bairro, com várias perfurações e hematomas no corpo.
O estuprador desfigurou o rosto da menina com um alicate e usou uma chave de roda para matá-la. Andreus Vieira Batista, que já conhecia a criança, bem como a família, confessou o crime e não mostrou sinais de arrependimento, quando preso no dia 17 de Maio.
Movidos por fatores de frustrações, os moradores do bairro destruíram o imóvel onde o criminoso residia no dia 18 de Maio, numa clara demonstração de inconformismo e descrença em relação ao poder de punir do Estado.
Outra possível porta de entrada para os atos agressivos e consequentes sentimentos vingativos pode estar na sala de nossa casa. Somos atraídos por filmes de ação, de lutas, policial e de suspense. A presença de armas e de violência física, emocional e verbal está constantemente presente nessas categorias de filmes, os quais estão à disposição de toda faixa etária, inclusive das crianças, apesar da censura. De acordo com alguns estudos[8], esses tipos de cenas podem trazer influências comportamentais nas pessoas, como insensibilidade frente a atrocidades, imitação do modelo cinematográfico e atitudes violentas como resposta às frustrações.
Além dos milhares de filmes que instigam o sentimento vingativo, existem outras programações televisivas que fazem sucesso com esse mesmo tipo de trama. No Brasil não faltam novelas (nacionais e mexicanas) e séries importadas dos EUA. Todos esses programas retratam os fatores citados acima, que originam o sentimento vingativo, seja no triângulo amoroso da novela, na lembrança que o lutador tem em sua luta final do filme ou nas histórias das séries americanas.
Por falar em série, recentemente a maior emissora de TV brasileira começou a transmitir um seriado que conquistou um dos maiores índices de audiência estadunidenses. Revenge, que no português significa “Vingança”, é uma série baseada no livro “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas.
O seriado global conta a saga vingativa de Amanda Clarke, alguém que perdeu o pai e a infância depois de uma conspiração. David Clarke, seu pai, foi acusado injustamente de terrorismo e morto na prisão para que a verdade permanecesse oculta enquanto Amanda passou a infância numa casa de detenção juvenil. Assim que completou dezoito anos, ela foi solta, recebeu sua herança e uma caixa com informações sobre as pessoas que armaram para seu pai. Decidida a se vingar dessas pessoas, ela muda seu nome para Emily Thorne e volta a sua antiga cidade, Hamptons.
Os principais conspiradores seriam o casal Conrad e Victoria Grayson – antigo patrão e antiga amante de David – mas no desenrolar dos episódios percebe-se que eles são apenas a ponta do iceberg. Para concluir sua vingança, Amanda conta com o apoio de seu amigo bilionário, Nolan Ross, um gênio da espionagem e da vigilância eletrônica, e de sua melhor amiga, Ashley Davenport, que trabalha para os Graysons.
A série é produzida pela emissora norte-americana ABC e já está com sua terceira temporada agendada nos EUA, além de vir mantendo altos índices de audiência. No Brasil a primeira temporada estreou em 14 de Abril desse ano. De acordo com o site oficial, Revenge não é uma história sobre perdão, mas um show sobre retribuição.[9]

O lado bom da TV

Mas nem tudo no cinema é ruim. Existem alguns filmes que dramatizam muito bem a atitude oposta à da vingança: o perdão. Dentre os poucos filmes, podemos destacar pelo menos dois: “O Poder da Graça” e “Graça e Perdão”, lançados em 2010 e 2011, respectivamente.
Em “O Poder da Graça”, vemos Mac McDonald, um policial que perdeu seu filho num acidente ser transformado pela Graça de Deus. O menino morreu atropelado por bandidos enquanto andava de bicicleta na calçada de casa e essa tragédia trouxe grandes revoltas no pai do menino que não conseguiu superar a ira e sentimentos vingativos por vários anos. Sua vida se tornou rancorosa e amargurada, o que lhe impediu inclusive promoções no departamento de polícia. Embora ele fosse mais experiente, viu seu companheiro assumindo o posto de Sargento, o qual passou a ser seu parceiro.
Em casa as coisas também não iam bem. Seu relacionamento com a esposa era péssimo, pois sua amargura lhe fazia ataca-la com palavras revestidas de ódio. Seu filho mais novo não tinha um pai amigável, com quem podia conversar e ia muito mal na escola. Tudo parecia terrível naquela família e depois de uma discussão entre pai e filho, o rapaz se ajuntou com alguns ladrões num assalto a uma loja. O pai, em seu serviço policial, foi até o local e atirou no próprio filho sem saber que era ele. Seu parceiro, que era pastor, ofereceu-lhe um ombro amigo enquanto via-o arrasado, mas recebeu palavras iracundas e racistas, ainda recheadas de amargura e agora de culpa, pelo tiro que deu no próprio filho.
O poder da Graça é mostrado em duas situações: primeiramente na cirurgia que o rapaz precisou ser submetido. Um de seus rins não funcionava e o outro que era normal teria que ser retirado, pois foi baleado. Se não encontrasse um doador, corria risco de morte. Nesse ínterim é que o Sargento Wright, pastor e parceiro de McDonald se dispõe a doar um de seus rins para ajudar o filho de seu colega. Essa atitude mexeu com o policial durão e o levou a ter um encontro com Cristo.
O segundo ato de Graça do filme se dá no final dele. Um dos homens que dirigia o carro que atropelou o menino foi preso, converteu-se a Jesus e queria pedir perdão aos pais do garoto, mas não conseguia chegar até eles. Um dia, quando o casal estava na igreja, o homem consegue entrar e pedir perdão aos pais do garoto. Somente um coração quebrantado pela Graça de Deus poderia retribuir o mesmo favor divino de perdoar a quem o havia ofendido.
Já o filme “Graça e Perdão” mostra a dificuldade do ser humano em perdoar. O longa é baseado em fatos reais e conta como um homem entrou numa escola de uma comunidade Amish no dia 02 de Outubro de 2006. Nessa ocasião, o homem matou cinco meninas e deixou outras cinco em estado crítico. Logo em seguida, ele se matou.
As pessoas que perderam as filhas perdoaram o assassino e se mobilizaram para ajudar a família do atirador. Todavia, uma das mães não conseguiu perdoa-lo tão facilmente assim. Ela sabia do que a Palavra de Deus diz. Seu marido e sua comunidade conseguiam praticar o perdão, mas ela não estava tendo forças para isso, até que ouve o relato de como sua filha reagiu antes de morrer, liberando Graça e Perdão sobre a família do homem que a fez esse terrível mal.

A Vingança e a música

Até mesmo as músicas possuem o tema presente em suas letras. No meio secular podemos fazer algumas citações. Lupcínio Rodrigues, compositor que marcou as décadas de 30 a 50, buscava em sua própria vida inspirações para suas canções. Ele acreditava que um homem devia ter uma mulher em casa e várias outras na boemia. Dessa forma, suas músicas eram constantemente baseadas em suas experiências extraconjugais, como é o caso da música “Vingança”.
Lupcínio foi traído por uma de suas amantes, cujo nome era Mercedes.[10] Em um desabafo a respeito desse ocorrido, ele escreve “Vingança”, que foi gravada por Linda Baptista em 1951. A canção fez grande sucesso no Brasil e até mesmo no Japão.
Nessa música, ele descreve como gostou quando ficou sabendo que encontraram sua ex-amante em um bar, bebendo e chorando. Perguntaram-na sobre ele, mas a resposta não saiu porque um soluço cortou sua voz. A canção é finalizada com o sentimento vingativo extenuado em suas letras: “Mas, enquanto houver força em meu peito, eu não quero mais nada. Só vingança, vingança, vingança. Aos santos clamar, ela há de rolar como as pedras que rolam na estrada, sem ter nunca um cantinho seu pra poder descansar.”
Essa música lhe rendeu um bom dinheiro e Lupcínio comprou um carro, o qual batizou pelo nome homônimo da canção. Essa mesma composição já foi interpretada por outros grandes nomes da música brasileira, como Maria Bethânia e Nelson Gonçalves.
Numa música mais recente, Sorocaba, que faz dupla com Fernando, mostra um dos motivos pelos quais algumas pessoas acabam traindo o cônjuge: “A Vingança” (nome da música). Determinada mulher tomou seu banho, vestiu-se com a melhor roupa, perfumou-se, tomou um gole de whisky, fumou seu cigarro, pegou as chaves do carro e saiu para se vingar: “É hoje que ela vai se vingar, que ela vai se entregar. Vai ficar com o primeiro que ver (…) A vingança vai doer”.
Até mesmo letras religiosas não escaparam desse tema. Certa música interpretada pela cantora gospel, Damares, relata o período de adversidade que enfrentamos. Muitas vezes, nesses momentos em que precisamos de ajuda, as pessoas se afastam e nos sentimos mal com isso: “Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vão se arrepender, vai estar entre a plateia e você no palco (…) Quem sabe no teu pensamento você vai dizer: meu Deus, como vale a pena a gente ser fiel. Na verdade a minha prova tinha um gosto amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel.”
Não é fácil enfrentarmos acusações injustas, difamações e maledicências. Muitas pessoas não sabem lidar com essas situações e acabam nutrindo um sentimento vingativo contra quem o fez. Na música gospel “Estou de Pé”, Rose Nascimento interpreta o desejo que se passa no coração de muita gente, o de mostrar para aquela pessoa que estamos por cima e não por baixo: “Vai lá e pega quem falou da minha vida, avisa que eu Estou de Pé. E quem contou o fim dos meus dias, avisa que eu Estou de Pé (…) Vai ter até quem não acredita e avisa que Estou de Pé”.
Seria interessante se descobríssemos alguma canção que se baseasse em Mt 5.44 ou Lc 6.28: “Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”. “Bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam”. Será que encontramos?

Como as religiões enxergam a vingança?

As primeiras civilizações buscaram formas de se organizarem e uma delas era através das leis civis. Quando alguém cometia algo que desonrava a ética de determinado povo, deveria haver uma punição. Embora punição e vingança pareçam coisas muito distintas, elas estão mais próximas do que podemos imaginar. A punição é o que satisfaz quem sofreu prejuízo. A impunidade gera desejos de fazer justiça própria, o que leva à vingança.
Uma das formas mais antigas de punição é o da Lei de Talião, uma relação recíproca entre o crime e a pena, o famoso “olho por olho, dente por dente”, cujos primeiros indícios são encontrados no código de Hamurabi e na Lei de Moisés. Juntamente com suas leis civis, havia os conceitos religiosos. Vejamos como as principais religiões enxergam o tema vingança.
O Budismo ensina que, todas as ações “são comandadas pela mente:
a mente é o senhor delas, a mente é quem as fabrica”. Dessa forma, não se devem abrigar pensamentos hostis, de coisas que maltrataram, golpearam, derrotaram ou roubaram no passado, pois “aqueles que abrigam pensamentos como esses a raiva nunca será apaziguada”, uma vez que “a raiva nunca é apaziguada com outras ações enraivecidas, ela é apaziguada pela não-raiva”. Para o budismo, essa é “uma lei imutável e atemporal” (Dhammapada 1.3-5).

O islamismo ensina no Alcorão que, “se tiverdes que vos vingar vingai-vos na medida em que fostes agredidos. E se tolerardes com paciência, melhor será para vós” (Surata 16.126). Além disso, faz alusão à lei de Talião: “Ó vós que credes, a pena do talião é prescrita contra quem infligir à morte: homem livre por homem livre, escravo por escravo, mulher por mulher” (Surata 2.178b).
Embora haja personagens e vários deuses vingativos em seus escritos sagrados, o hinduísmo, de uma forma genérica, também não incentiva a prática da vingança. Como esta é mais uma religião que crê em reencarnações e no Karma, a prática de se vingar formaria um ciclo interminável de mortes e nascimentos para aquele que o faz. Para os hindus, portanto, levar uma vida pacífica e de boas ações é melhor. Um trecho do Thirukural diz que, “perdoar ofensas é sempre bom, esquecer-se delas, traz ainda mais louvores” e que “aqueles que ferem os outros vingativamente são inúteis, enquanto aqueles que suportam estoicamente são como o ouro guardado” (Thirukural 152, 155).
O Taoísmo ensina uma busca de paz interior, de equilíbrio entre as coisas. Os três tesouros dos ensinamentos de Lao Tsé são a humildade, a simplicidade e a afetividade. Encontramos no capítulo 3 do Tao Te Ching, principal obra do Taoísmo, uma amostra do que seria a entrada dos males na vida humana: “Não valorizando os tesouros, mantém-se o povo alheio à disputa. Não enobrecendo a matéria de difícil aquisição, mantém-se o povo alheio à cobiça. Não admirando o que é desejável, mantém-se o coração alheio à desordem”. O homem sagrado, isto é, o homem que consegue unir a consciência pura com a vida infinita, deve esvaziar o coração de intenções, razões e emoções e encher-se de vitalidade. Dessa forma, ele não viverá na perversidade e evitará contendas.
O confucionismo foi influenciado pelo taoísmo e ensina princípios humanistas. Em sua doutrina maior, Jen, a prática da cortesia, complacência, bondade e benevolência são incentivadas, sendo, portanto, contrária a atos vingativos e violentos. Na obra doutrinal do confucionismo, “Os Analectos”, podemos ver esses ensinos: “…Existe uma palavra que possa guiar toda a nossa vida? (…) Não seria reciprocidade? O que não desejas para ti, não faça aos outros” (15.24). Ele ensina, ainda, que, “um homem sem humanidade não poderia viver por muito tempo na adversidade nem poderia conhecer a alegria por muito tempo. Um homem bom apoia-se em sua humanidade, um homem sábio beneficia-se de sua humanidade” (4.2), pois “se ele sobrevive sem isso é pura sorte” (6.19).
Para Alan Kardek, quem se vinga é “cem vezes mais culpado do que o que enfrenta seu inimigo o insulta em plena face”. O ato vingativo para ele, é como um costume selvagem, por isso, “Todo espírita que ainda hoje pretendesse ter o direito de vingar-se seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Sem caridade não há salvação!” e que o espírita não deve “ceder ao impulso da vingança, senão para perdoar”.[11]
Existe, ainda, a posição das religiões-afro frente às atitudes de vingança. Há livros no mercado que ensinam como prejudicar outras pessoas através de feitiços e encantamentos[12]. Alguns desses feitiços seriam: colocar uma pessoa louca, destruir, arruinar, colocar feridas, trazer separações matrimoniais, fazer perder tudo o que tem, fazer ir embora, fazer vingança e até mesmo matar.
E o cristianismo, o que diz? Vejamos a seguir.

A vingança no Antigo Testamento

Freud entendia que o sentimento de vingança é instintivo no homem, mas de acordo com a Bíblia, esse sentimento faz parte da depravação total, da natureza decaída do homem, da nossa herança na queda de Adão (Rm 5.12). Depois da queda, o homem passou a viver com tendência para o mal, nossa natureza foi corrompida e se tornou propensa para o pecado. Sproul disse que não somos pecadores porque pecamos, mas que pecamos porque somos pecadores, pois herdamos de Adão uma condição corrupta de pecaminosidade.[13]
Foi essa tendência que levou Caim a matar o próprio irmão. Movido de ciúmes, ele não quis ouvir a voz de Deus, que o advertiu a se dominar desse impulso repugnante, mas cedeu a suas inclinações carnais (Gn 4.7).
Devemos repreender nossos filhos e até castiga-los quando necessário (Pv 13.24; 22.15; 23.13,14). Todavia, deve haver controle emocional para que a punição não se torne em vingança. A repreensão é para correção e não para autossatisfação. Noé não se conteve e acabou usando de palavras imprecatórias contra seu neto Canaã (Gn 9.22-27).
Assim como Caim e Noé, temos vários outros exemplos de pessoas que agiram impulsionadas por suas emoções na Bíblia. Entretanto, o motivo desses casos serem narrados não é para que os copiemos e sim para que aprendamos com essas falhas e busquemos fazer o certo diante de Deus.
Embora haja casos de fracassos, há também casos onde a vingança foi derrotada. Esaú nutriu o desejo de matar seu irmão por vários anos. Só de Jacó pensar em Esaú quando retornava para sua terra, ele sentia frio na espinha. O ódio que estava alojado no coração de Esaú foi quebrado quando os irmãos se reencontraram e a vingança deu lugar ao quebrantamento (Gn 33.1-4).
Do mesmo modo, José, um dos filhos de Jacó, poderia ter agido vingativamente contra seus irmãos depois das terríveis experiências às quais foi submetido: os irmãos debocharam dele, tiveram ciúmes e quiseram mata-lo. Jogaram-no numa cisterna e depois resolveram vende-lo como escravo, como se José fosse um pedaço de pão. Quando se reencontrou com os irmãos aproximadamente vinte anos mais tarde, não ficou remoendo as coisas do passado, mas perdoou-os. De sua vida podemos tirar lições magníficas.[14]
Isso sem falar de Davi, que foi perseguido injustamente por Saul inúmeras vezes. Davi chega a descrever a sensação de ser perseguido em alguns de seus salmos. Ele até teve oportunidade de se vingar de Saul pelo menos duas vezes, mas não o fez, pois entendia que essa causa deveria ser julgada por Deus e não por ele (1 Sm 24; 26).
Temos, ainda, na Antiga Aliança, exemplos de contramedidas criadas por Deus a fim de evitar a propagação de vinganças sistêmicas. No caso de Caim, foi-lhe posto um sinal “para que não o ferisse quem quer que o encontrasse” (Gn 4.15). Com o advento da Lei, as punições objetivavam reciprocidade, evitando impunidade e reincidência. A máxima da Lei era vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé (cf Dt 19.20,21). Caso houvesse morte por legítima defesa, a pessoa que matou deveria ficar exilada em uma cidade de Refúgio até a morte do Sumo Sacerdote, a fim de evitar novas vinganças (Nm 35).

A vingança no Novo Testamento

Encontramos no Novo Testamento fortes referências sobre como lidar com os sentimentos vingativos. Os ensinos de Jesus começam logo em Suas primeiras palavras. Das nove bem aventuranças, podemos dizer que quatro dizem respeito a comportamentos opostos ao sentimento exposto: humildes de espírito, mansos, misericordiosos e pacificadores (Mt 5.3,5,7,9).
Ainda no sermão da montanha, Jesus explica que, embora a Lei de Moisés ensinasse o olho por olho, dente por dente, o plano divino é que não sejamos vingativos. Ao invés de respondermos na mesma moeda, devemos “dar a outra face” (Mt 5.39-41). Semelhantemente, Paulo ensina que não devemos responder o mal com mal, mas até mesmo ajudar aqueles que nos perseguem (Rm 12.20,21).
Em outras palavras, se alguém gritar com você, não há necessidade de revidar com gritos, pois a “resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). Quando a pessoa revida a grosseria, acontece o interminável efeito pingue-pongue.
Apesar da dificuldade humana, a melhor resposta para vencer a vingança é exercendo o perdão. Na parábola do credor incompassivo, Jesus mostra a necessidade de perdoarmos nossos semelhantes, pois as ofensas horizontais (entre os homens) não se comparam com nossas dívidas verticais (contra Deus).
Essa parábola foi proposta como ilustração para a dúvida de Pedro: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete” (Mt 18.21-22). Se Deus nos perdoou de uma dívida impagável, quem somos nós para negarmos o perdão às pessoas?
Esta doutrina está inserida na oração modelo que Jesus ensinou a seus discípulos (Mt 6.12-15) e pode ser vista também na teologia paulina (Ef 4.32). Ao invés de agirmos reativamente, obedecendo aos instintos de nossa natureza caída, devemos agir pró-ativamente, de forma pacífica, evitando intrigas, dissensões, facções, contendas e vinganças (cf Rm 12.18; Hb 12.14).
Questionado sobre qual era o maior mandamento da Lei, Jesus respondeu que o primeiro maior é amar a Deus de todo coração, alma e entendimento, fazendo alusão a Dt 6.5. Complementando a resposta, o Messias ainda deixou espaço para o que considerou o segundo maior: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Este segundo maior mandamento está registrado em Lv 19.18: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lv 19.18 – grifos meus).
Apesar de tudo isso, não é tão simples assim amar ao próximo quando este nos fere sobremaneira. Não é fácil para um pai amar um homem que matou seu filho maliciosamente, ou para uma mãe perdoar alguém que tenha estuprado sua filha. O que fazer nessas circunstâncias? Como amar este inimigo? O conselho bíblico é para que “se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.18,19).
Um dos meios pelos quais Deus executa esta vingança é através da justiça humana. Ele usa as autoridades competentes para que os homens sejam julgados (Rm 13.1-4). Embora nem sempre esses órgãos executem as leis com eficácia e algumas leis nem sequer pratiquem uma verdadeira justiça, nada escapará do juízo vindouro de Deus. Neste juízo, a punição será o sofrimento, a perdição eterna e o banimento da presença do Senhor (2 Ts 1.4-10). Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (cf Hb 10.26-31).

Considerações finais

A vingança está presente nas mais variadas áreas da vida. Podemos encontra-la nos contos infantis, desenhos animados, artes, filmes, seriados, histórias em quadrinhos, novelas, mitologias, religiões, músicas, livros, esportes, jornais, história, sociedades, etc. Apesar de encontrarmos seus efeitos no externo, a vingança procede do interno (Mt 15.19,20).
A vingança pode até produzir prazer, pode até ser um prato que se come frio, pode até parecer saborosa, quem sabe até tenha sabor de mel? Apesar de tudo isso, ela não é a melhor resposta e certamente causará indigestão.
Quem ocupa a mente com vingança, sofrerá danos físicos, emocionais e espirituais. Físico porque a pessoa estará mais suscetível a outros tipos de doença, pois a liberação de cortisol no organismo reduzirá a defesa do organismo. Emocional porque o indivíduo estará amontoando lixo em seus pensamentos e não terá uma mente sã. E espiritual porque existirá sempre uma pedra de tropeço atrapalhando o crente em sua santificação e comunhão com Deus (Hb 12.14). Isso sem falar nos prejuízos sociais.
Ao invés de “pré-ocupar” a mente com vinganças, “pensai nas coisas lá do alto” (Cl 3.2). É melhor trazer à memória o que nos dá esperança (Lm 3.21), esquecendo-nos “das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante”, prosseguindo “para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.13,14).
Notas
* Este artigo foi publicado na Revista Defesa da Fé, edição 105.
[1] KNUTSON, Brian. Sweet Revenge? Revista Science, Vol. 305, Issue 5688, 27 August 2004, pp. 1246-1247.
[2] Entrevista com Milena Frankfurt para a revista Coops. Disponível em: http://www.marisapsicologa.com.br/desejo-de-vinganca.html. Acesso em 05 de Julho de 2013.
[3] GARDNER, Richard. Parental Alienation Syndrome vs. Parental Alienation: Which Diagnosis Should Evaluators Use in Child-Custody Disputes? American Journal of Family Therapy. March 2002, pp. 93-115.
[4] MASCARENHAS, Suely. Gestão do bullying e da indisciplina e qualidade do bem-estar psicossocial de docentes e discentes do Brasil. Psicologia, Saúde & Doenças, 2006, 7 (1), pp. 95-107.
[5] Matéria sobre o massacre em Realengo. Disponível em: http://extra.globo.com/casos-de-policia/atirador-de-realengo-confessa-em-novo-video-que-bullying-motivou-massacre-1600031.html. Acesso em: 12 de Julho de 2013.
[6] RODRIGUES, Aroldo. Psicologia Social. Vozes, 1972, pp. 313-331.
[7] Matéria sobre menina de oito anos que foi estuprada e assassinada. Disponível em: http://noticias.r7.com/sao-paulo/porteiro-suspeito-de-estuprar-e-matar-menina-de-oito-anos-e-preso-em-sp-17052013. Acesso em: 24 de Julho de 2013.
[8] RODRIGUES, Aroldo. Op. Cit. pp. 331-334.
[9] Sinopse das temporadas. Disponível em: http://abc.go.com/shows/revenge/about-the-show. Acesso em 01 de Agosto de 2013.
[10] Curiosidades sobre Lupcínio Rodrigues. Disponível em: http://vingancamusical.com.br/curiosidades.html. Acesso em 02 de Agosto de 2013.
[11] KARDEK, Alan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira, 2013, p. 171.
[12] GIMBEREUÁ, Ogã. Ebós Feitiços no Candomblé. Eco, 1969; D’OBALUAYÊ, Batista. Feitiços e Ebós no Candomblé. Império da Cultura LTDA, 2011.
[13] SPROUL, R. C. Boa Pergunta! Cultura Cristã, 1999, p.98.
[14] COUTO, Vinicius. Os Três Choros de José do Egito. Ágape, 2013.

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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/vinganca-pertence-deus/

Por que nascer de novo? Uma reflexão Nicodêmica

18.09.2014
Do portal GOSPEL PRIME
Por Claudio Santos*

Por que nascer de novo? Porque quem não fizer isso, não pode ver o reino de Deus. Mude a sua mente.
Claudio SantosNa cultura do reino de Cristo, precisamos mudar de mentalidade, largar sofismas, questionar preconceitos sobre mudanças que não escandalizem, abrir mão da tradição religiosa, sair do mundo de pecado e de injustiça.
A linguagem é de compaixão, amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, domínio próprio, só coisas boas, né verdade? São Boas novas de salvação, dentre estas coisas está o novo nascimento.
O significado disso está relacionado com uma mudança de hábito, mudança de atitude, mudança de UMA VIDA INTEIRA de QUALQUER pecado num mundo de ilusões, devaneios, grandes utopias, para uma nova vida, uma vida plena de sonhos e conquistas que se realizam através de uma fé genuína em Jesus, o salvador, aquele que num ato de amor, anulou a maldição do pecado na cruz.
Se você quiser acreditar nisso, decidindo mudar de vida, então você está livre de verdade! Mas, se você não crê, achando que isso é alguma coisa como novela ou filme de ficção, esse problema da  humanidade não é mais de Deus, nem Jesus. Lembrado que os problemas de todas as ordens  têm origem nos problemas espirituais.
Nascer de novo, do grego, anothen, que tem vários significados como “mais uma vez”, ou “segunda vez”, “é do alto”, é de Deus”, é bom demais! É uma nova chance!! Chance de marcar a sua vida eterna. Quem nasce de novo, ainda que morra viverá.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).
Nem a data de nosso aniversário é mais importante que o novo nascimento. Mas, por que devemos nascer de novo??
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Porque para entrar nos céus o novo nascimento faz-se necessário, de acordo com a Palavra de Deus em todas as bíblias (de verdade e de vida, não de morte como algumas bíblias pelo mundo por ai)…
Seja leigo, seja sábio, seja pobre, seja rico, seja servo, seja senhor, o princípio espiritual de ingresso para uma vida eterna no céu, e de uma vida sem medos da morte na terra é o princípio da RENOVAÇÃO. Precisamos mudar para viver com Jesus para não morrermos no mundo sem ele.
Por favor abra a sua Bíblia agora no Livro de S. João, capítulo 3 e acompanhe o trecho.
A história de Nicodemos, muito conhecida, tá lá no Livro de João 3:3, retrata a dúvida de um homem sobre estas coisas espirituais.
Ele era um fariseu muito importante entre o povo judeu, mas isto não lhe garantira a salvação.  Seus pecados ocultos os condenavam. Precisava de resolver os seus conceitos, precisa de sanar aquela dúvida sagaz em sua cabeça. Sou justo o suficiente para conquistar a morada celestial, o novo reino, o reino de Deus?
A literatura diz que Nicodemos era um homem culto, de família nobre de Jerusalém, homem justo, erudito nas escrituras. No Sinédrio, a Suprema Corte Judaica, vamos dizer assim, ele era membro bem definido entre os 70 membros que o compunham. Estamos falando de uma pessoa letrada, de conhecimentos profundos e de grande autoridade. Mas, isso não o deixava tranquilo quanto à proposta do Filho de Deus sobre fé, pecado e justiça, justiça, pecado e fé…
Talvez a sua história seja um pouco parecida com a de Nicodemos, e você viva um tanto inquieto quanto as questões espirituais, visto que muita coisa você já desvendou sobre a natureza do homem e sua vida na terra, mas esta cultura ainda o deixa duvidoso quanto à nova vida. Muito bem, é hora de fazer uma “reflexão nicodêmica”. Como poss o nascer sendo velho?
Interessante isto. Mas, Nicodemos ficou confuso com isso. Até os dias de hoje vemos pessoas confusas com esta simples questão espiritual. As pessoas vivem mergulhadas em teorias complexas ou aprofundadas em sistemas religiosos ou políticos que as escravizam as forças e a mente que não conseguem mais decifrar a linguagem simples de Jesus.
Ainda no texto de João 3:3, Vimos que Jesus foi verdadeiro com Nicodemos, ele disse: Tú és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? (vs. 12). Então, ele explicou sobre o “pneuma”, que representava “vento” ou espírito. Alow, é um nascimento espiritua-al!..
O homem, que ao ser concebido biologicamente desde o ventre carnal, tendo o seu espírito ainda não conectado “automaticamente” com Deus, e, por causa disso, a carne (inimiga do espírito) conduz o homem, às vezes durante a vida toda, a satisfazer somente a vontade de seu coração, vivendo apenas pelas emoções, torna-se escravo do pecado porque o pecado atua no coração e na mente. O espírito está quieto, submetido ao governo do pecado. Aqui a carne é quem governa tudo, teimando naquela inimizade ignorada ou voluntária com a santidade de Deus. Neste ciclo da vida quem manda no espírito e quem lidera à pratica do pecado é a alma, a consciência. O homem intelectual não gosta se se render ao homem espiritual, dando forças escravidão de seu dono ou patrão, muito conhecido dos ímpios; esse senhor chama-se pecado. Mas, ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo (Lc. 16:13). Assim, não existe outra maneira de converter esta escravidão em liberdade, caso o espírito continue morto e submisso toda a vida.
Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (Lucas 16:13)
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Daí, é que vem algo que é realmente o mais importante deste artigo. O que nasceu desconectado do cordão umbilical do céu, necessita despertar isto dentro de si, é necessário nascer, viver! Não há embriões disputando vagas para ovular aqui. Mas, há uma guerra como nunca houve na sua vida, uma guerra travada no reino espiritual, as trevas não desejam ceder, mas, a luz sempre vencerá!! Nessa batalha você é o filho querido e esperado que Deus deseja ver nascendo, mas existe uma guerra entre carne e espírito. E que batalha!
Vencida esta etapa do corte radical com o mundo, o ato espiritual, que teve a iniciativa do Espírito Santo, para convencer a alma de seus erros, a alma, ao ceder espaço para o espírito, concebe um novo nascido no espírito. Trata-se de um novo nascimento. Quando isso acontece, o cordão espiritual recebe o ‘DNA de Deus’, renovando as ‘células espirituais’ que estavam hibernadas e mortas pelo poder das trevas (Efésios 2). Este ato não é um ato físico, é espiritual, e, somente é compreendido pela fé no que Jesus ensinou e seus discípulos o repercutem até os confins da terra.
Veja bem, não há troca de teoria científica, nem de religião, nem de doutrina, nem de igreja, nem de filosofia alguma. O que acontece de verdade é uma renovação interior. Muda tudo por dentro! Esta erupção, vai refletindo, paulatinamente, em transformações físicas e mentais. Os olhos da vida se abrem. Quem praticava o mal deixa-o em favor do bem. Quem pensava em suicídio desiste de morrer em favor da vida. E, quem vivia de ilusões, sem pé no chão, passa a viver com os olhos fixos nas coisas “do céu”, “coisas do alto” (anothen, no grego). Os olhos do pecado, deixam de enxergar somente o pecado, e convertem seus focos nas coisas do bem. Objetivos e propósitos mais concretos começam a surgir. Orientações de crescimento em todos os aspectos chegam do alimento da Palavra de Deus, a educação do reino de Cristo. A verdadeira escola da vida.
“E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas, Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:1-9).
Às vezes o homem se acha tão esperto, tão inteligente, tão culto das coisas terrenas… mas é ignorante das coisas de Deus, ignora as questões simples da vida espiritual, se afasta da vida eterna e vai enveredando por caminhos tolos, os quais muitas levam os levam à morte física, e morte espiritual.
Nicodemos, que estava confuso acerca dessa revelação, questionou os seus próprios conceitos acerca de sua sapiência humana. Ele se preocupou em passar isto a limpo, e resolveu procurar a Cristo em particular, pois precisava de concentração para aquela novidade, que ia além da religião.
A história não conta se Nicodemos resolveu nascer de novo. Alguns escritos dizem que ele esteve publicamente no sepultamento de Jesus, homenageando o Rabi.
Parece que quase ele se torna um cidadão do céu. Quase, mas todo mudo sabe que “quase” não significa tudo. Muitos vão quase entrar no céu, mas não vão poder entrar.  Nicodemos quase se converte, quase muda de vida ou quase nasce de novo.
Direto ao assunto
Se você observar atentamente o texto, Jesus respondeu a Nicodemos, antes mesmo que ele o perguntasse algo. É como se fosse assim, “Muito bem, vamos logo diretamente ao que mais importa”
Se hoje tivesse que elaborar uma peça teatral na igreja ou na praça, seria mais ou menos assim:
Nicodemos - Mestre… bom… é… (pigarro) vamo lá, nem sei como começar esta conversa, mas…
Jesus disse – Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus’ (João 3:3).
Nicodemos falou a Jesus – OK, OK, Mas, sou velho, não posso voltar ao ventre de minha mãe e nascer “segunda vez”
Jesus – Não precisa.
Nicodemos – (silêncio)
Jesus – carne é psyche, espírito é pneuma. Primeiro a gente crê nisso, depois materializa-se, ratificando o ato de fé com a água (baptisma), como João fez – ver Mt. 3:11. E, depois tem mais coisas espirituais ainda como os dons, por exemplo para conhecer mais sobre o Espírito Santo e coisa e tals (leitor: considerar a representação teatral).
Nicodemos – (silêncio)
Jesus – Nem fique espantado com isso, basta observar o vento. Ninguém o vê, mas ele ecoa nas janelas dos prédios, nas árvores, e até no pé de nossa orêia, meu fii!…
Nicodemos – Mas como pode? Absurdo isso!!…
Jesus – Bom, falei do vento e você não crê, imagine se eu falasse das coisas lá do céu… É pela fé meu fii, pela fé!!…

Um abraço,
Até a próxima
Claudinho Santos
* Claudio Santos é Líder fundador do Ministério Adore Days no Brasil. Com 32 anos de vida cristã, Claudinho, além de pastor, é músico e conferencista. Membro do Conselho de Pastores de MG. Claudinho também é coordenador e voluntário das Missões Adore na Amazônia. É casado, pai de duas lindas princesas.
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/nascer-novo-reflexao-nicodemica/

Coração Valente - Anderson Freire (Legendado)

18.09.2014
Do Youtube, 23.02.2011
Postado por Gisele Belmont
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Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=P-vQZDN8LmQ

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Todos Podem Fazer Missões

15.09.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE


Texto básico: Colossenses 4.2-6
Texto devocional: Salmo 67.1-7

Versículo-chave:
 
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus” (At 20.24).


Alvo da lição:
 
Ao estudar esta lição, você terá condições de entender que todos são chamados para testemunhar de Cristo, sendo despertado a começar na própria família e contribuir com seus conhecimentos e habilidade profissional em projetos e expedições missionárias.


Leia a Bíblia diariamente
 
SEG – Mt 5.13-16
TER – At 11.19-24
QUA – Rm 10.12-15
QUI – Rm 9.19-28
SEX – Jz 6.11-24
SÁB – 2Co 4.1-10
DOM – Jz 24.14-25


INTRODUÇÃO

Você já pensou em ser missionário? Se você não pensou, saiba que Deus tem planos missionários em sua vida. Pode ser onde você está. Pode ser do outro lado do mundo. O lugar é com Ele. A sua parte é ter o coração pronto para obedecer. Vamos ouvir a voz de Deus?

I – FAÇA MISSÕES SEM SAIR DE CASA

Quando entendemos nosso papel de testemunhas, começamos a perceber as muitas oportunidades que temos para servir ao Senhor. “Aproveitai as oportunidades” (Cl 4.5).

1. Minha casa, meu campo

As pessoas em seu lar também precisam da salvação em Jesus. Mesmo que tenham nascido em um lar cristão, precisam ser evangelizadas para caminhar com o Senhor, e você tem o privilégio de aproximá-las cada vez mais do Pai.

a. Preparando

Você já pensou em preparar seus filhos para o campo missionário? Você pode plantar no coração deles o amor por missões desde pequenos, contando histórias missionárias, compartilhando a realidade dos povos sem Jesus e sem a palavra de Deus, contribuindo com missões. Em nossos dias temos acesso a excelentes livros com biografias e histórias missionárias contadas para o público infanto-juvenil. Você pode montar um cantinho especial em sua casa, o “cantinho da oração”. Coloque um mapa do mundo com os países e marque o nome dos missionários nos locais onde atuam. Seus pés podem nunca pisar em outro país, mas você pode alcançar o mundo com seus joelhos, em oração. Orem como família, juntos; escrevam cartas aos missionários; estimule seus filhos a que escrevam para crianças da mesma idade. Não se esqueça de orar pelos amiguinhos de seus filhos, que são o campo missionário deles. Coloque países, autoridades, famílias aos pés do Senhor. Clame a Deus por misericórdia. Alcance pessoas e nações do sofá da sua sala. Faça missões!

b. Recebendo

Todo missionário tem um período de visita às igrejas. Ofereça hospedagem, chame para uma refeição. Você pode abençoar muito a família missionária, e sua família será grandemente abençoada também. É comum os missionários voltarem do campo esgotados e cansados, precisando de amigos, refúgio, cuidados e férias de verdade. Os que têm filhos precisam de tempo como casal. Enfim, os missionários têm necessidades como todas as pessoas e, quando estão fora do campo, precisam recarregar as forças emocionais e físicas, e renovar a visão. Aproxime-se, seja sensível. Abra seu coração e sua casa para acolher os que têm dado a vida no campo missionário.

c. Suprindo

Procure conhecer as reais necessidades. Temos a ideia de que missionários só precisam de dinheiro. O sustento financeiro é importante, mas não é tudo. Muitos precisam de palavras de encorajamento, cartas, bons livros, bons louvores e, com certeza, de oração. Você e sua família podem fazer muita diferença na vida de missionários e respectivas famílias.

2. Minha casa, casa de Deus

Na igreja primitiva, os cristãos entendiam que tudo o que tinham, inclusive as casas, era para serviço ao Senhor. Os lares estavam sempre abertos para oração, comunhão e refeições
(At 2.42-47). A sua casa pode ser um local de refúgio para os vizinhos angustiados e corações abatidos. Você pode abençoar muitos com estudos bíblicos, em pequenos grupos. Gastamos muito tempo cuidando de coisas, mas o Senhor nos chama para cuidar de pessoas. Por isso é preciso planejar, separar tempo, convidar pessoas e investir em relacionamentos. Não precisa ser nada muito elaborado e nem caro. O objetivo é desenvolver relacionamentos e estar aberto ao que Deus quer fazer. Faça um bolo e chame algumas vizinhas para um chá à tarde, leia um texto bíblico, compartilhe sua fé; ouça os outros. Busque as pessoas. Quando a igreja primitiva tinha a casa aberta, “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que indo sendo salvos” (At 2.47).

3. Minha casa, minha vida, meu tudo

Para abordar as necessidades do campo missionário, oferece-se ao cristão uma escolha entre três opções: orar, ir ou contribuir. Mas a Bíblia não coloca essa divisão; somos chamados a fazer as três coisas, e uma não exclui as outras! Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nosso bolso estará investindo no que é eterno! (Mt 6.19-21)

a. Sobras para o Senhor?

Nossa cultura tem o costume de dar para missões aquilo que não serve mais. Com muita tristeza, missionários recebem roupas rasgadas e completamente fora de moda, medicamentos vencidos, brinquedos quebrados, livros rasgados e por aí afora. A obra missionária não deve ser feita com nossos restos, mas com aquilo que revela o amor do Pai. Em 1Crônicas 21.23-34, Davi se recusa a dar ao Senhor algo que não lhe custasse nada. Ele queria pagar o preço, investir! Davi era generoso com as coisas de Deus, e o povo seguiu seu exemplo, dando voluntariamente e liberalmente ao Senhor (2Cr 29.9).

b. Dar é melhor que receber (At 20.35)

Esse não é o estilo de vida do mundo, mas é o ensino do Senhor. É uma questão de mordomia: tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado para Sua glória! Só aprendemos que dar é melhor quando começamos a dar, a dividir, a ofertar. Experimente e veja o resultado!

Já tinha parado para pensar que missões começa em casa? Consegue abrir as portas de sua casa para servir os que estão servindo o Senhor nos confins da terra?

II – EXPEDIÇÕES MISSIONÁRIAS

O modelo de missões hoje é o de Missão Integral, que vê a pessoa em todas as suas necessidades e abre portas para muitas opções de ministério. Cuidado: Ação Social não é um pretexto para se pregar o Evangelho! Em muitos casos, a própria pregação do Evangelho é a maneira de dizer “Deus te ama tanto que quer te ajudar a viver melhor, diminuir teu sofrimento”. Jesus nunca disse ‘Deus te abençoe’ e foi embora. Ele curou os enfermos, libertou os possessos, curou os aflitos, tratou suas dores (Lc 6.17-19). Ele nos deixou o exemplo a seguir (1Pe 2.21). Entre ser missionário de tempo integral ou ficar na igreja, existe um leque de opções na obra missionária.

1. Missões de curto prazo

São expedições missionárias que contam com voluntários cristãos disponíveis em períodos de uma semana a um mês, como férias, por exemplo. Os voluntários se inscrevem e são orientados quanto às tarefas que poderão executar. Esse modelo de missões geralmente é um trabalho de impacto, em que se concentra muita atividade em pouco tempo, e deve ter a retaguarda de uma igreja para o acompanhamento dos convertidos e discipulado.

a. Os prerrequisitos

Além do compromisso com o Senhor, alguns requisitos são necessários. O voluntário ou missionário estarão em culturas diferentes (mesmo dentro do seu país). É preciso ter disposição para se adaptar ao clima, à alimentação, às condições de hospedagem, ao ritmo de trabalho, às estratégias de evangelismo. É importante verificar os cuidados de saúde para a região aonde vai, como vacinas, por exemplo. É necessário respeitar a realidade que encontramos; não diminuir as pessoas; não fazer piadas com as diferenças entre seu contexto e o do outro; estar disposto a demonstrar amor, apesar das diferenças!

b. As expectativas

O perfil dos voluntários em missões de curto prazo é bem variável. Apesar de todas as orientações, não é raro encontrar aqueles que chegam mais interessados em conhecer novos lugares do que pregar o evangelho. Outros acham que é algo como retiro da igreja, acampamento. Outros ainda acham que são algum tipo de super-herói cristão, um Indiana Jones missionário. As motivações podem ser diferentes, mas é certo que Deus trabalha em todos os lados: nas pessoas que recebem a atenção e nas que se dispõem a servir. Em cada vida Deus tem algo pessoal a fazer, e Ele faz!

c. As limitações

É muito comum ser invadido por um sentimento de frustração frente às limitações. Temos a impressão que podemos fazer tão pouco ou quase nada, diante de tantos problemas sociais, econômicos, familiares, espirituais. Nesses momentos, levante os olhos, olhe para o Senhor e creia que Deus pode e usa o seu pouco para alcançar e abençoar o outro. O pouco aos seus olhos, colocado nas mãos do Pai, se transforma em muito.

d. As diferenças

Pode ser um grande desafio conviver e trabalhar ao lado de irmãos de outras igrejas, denominações, estados ou países. No início, as diferenças podem parecer uma barreira, mas se dermos liberdade à ação do Senhor, Ele pode nos dar o senso de unidade necessário e usar nossas diferenças a favor de Sua obra.

e. O retorno

Voltar à rotina nem sempre é fácil. Você ganha nova visão dos objetivos de vida, das bênçãos infinitas do Pai, da sua responsabilidade como cidadão e cristão. Não guarde tudo num álbum de fotos. Compartilhe o que viu, ouviu, viveu. Conte na sua casa, na igreja, conte no trabalho, na escola. Sua tarefa em favor das pessoas que conheceu não terminou!

f. Os frutos

Gostamos de números, queremos ver mãos levantadas. Mas os frutos competem ao Senhor; a nossa parte é lançar a semente. Muitas vezes Ele nos deixa ver alguns frutos para não desanimarmos. Um planta, um rega, outro colhe, mas o crescimento vem de Deus! (1Co 3.6-7)

2. Profissionais e missões

Existe uma grande carência de profissionais que possam, por meio da profissão, demonstrar o grande amor do Senhor, cuidando do corpo, da mente e da qualidade de vida das pessoas. Em muitos países fechados à entrada de missionários, os profissionais cristãos são instrumentos preciosos.

a. Assistência direta

Acontece quando a ação do profissional cristão atende a uma necessidade específica e pessoal, por exemplo: assistência médica, dentária, emissão de documentos, advocacia de pequenas causas, construção de casas, alfabetização, reforço escolar e tantas outras.

b. Assistência indireta/capacitação

Quando o profissional participa na capacitação da pessoa, viabilizando a oportunidade de renda ou melhor qualidade de vida, por exemplo: curso de corte e costura, manicure, cabeleireiro(a), manejos agrícolas, criação de abelhas, hortas, culinária, artesanato, inclusão digital (informática) e outras.

c. A diferença

Assistência social por si só não é evangelismo. Muitas ONGs e entidades humanitárias fazem uma boa assistência social. A diferença na ação cristã é que além da ação tem a evangelização. O cristão não apenas atende as pessoas com amor (chama as pessoas pelo nome, olha nos olhos, senta-se junto, interessa-se, relaciona-se, etc.), mas também anuncia que Cristo morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3-4).

d. Um exemplo

Em Asas de Socorro, montamos equipes com profissionais de saúde voluntários e cristãos de todas as partes do Brasil. Eles saem de sua cidade e chegam a uma de nossas bases na Região Norte. Com barco ou avião, as equipes chegam às comunidades ribeirinhas ou indígenas, isoladas e carentes. Montamos consultórios médicos, dentários e farmácia. 

Realizamos consultas e atividades de educação em saúde. A infraestrutura é simples: dormimos em redes, tomamos banho em rio, comemos na comunidade. Durante o atendimento, evangelistas trabalham com crianças a adultos e, às noites, temos cultos evangelísticos. O testemunho dos profissionais fala alto, pois deixam seu conforto e trabalham duro, sem ganhar dinheiro. Voltam cansados, mas muito animados com o que viveram e receberam do Senhor.

e. Opções

A MEAP (Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores) é outra missão que trabalha com voluntários em saúde, assim como o Barco Luz do Tietê (em SP). Muitas igrejas locais têm promovido dias especiais de atendimento, nos quais profissionais da igreja se mobilizam para atender às comunidades onde estão inseridos.

Outros ministérios funcionam como braços da igreja, atendendo a grupos específicos de pessoas, como: Mocidade Para Cristo, ABU (Aliança Bíblica Universitária), Mães que Oram, Sopão, Capelania Hospitalar, ações em presídios, e outros. Em situações de desastres naturais, como enchentes e desabamentos, a mobilização da igreja tem feito muita diferença.

Temos muitas opções e muito que fazer. Pedimos que o Senhor mande trabalhadores para a Sua seara (Lc 0.2). Você está disposto a ir e fazer?

CONCLUSÃO

Deus procura corações obedientes e dispostos a ficar em Suas mãos. Os grandes movimentos missionários começaram com poucas pessoas, pequenos grupos reunidos em oração, que tinham em comum o desejo de cumprir a vontade do Pai. Faça o que está ao seu alcance. Comece em sua casa. Mantenha o coração disponível ao Senhor. Dê passos, busque envolver-se. Você verá as maravilhas do Senhor! Não há privilégio maior!

Quer se envolver mais?

Conheça algumas instituições missionárias que dispõem de projetos dos quais você pode participar ou com os quais pode colaborar.


www.asasdesocorro.org.br – Asas de Socorro
www.ombrasil.org – Operação Mobilização
www.base.org.br – Missão Evangélica Base
www.apec.com.br – Aliança Pró Evangelização das Crianças
www.meap.org.br – Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores


Assista vídeos sobre algumas dessas missões em nosso canal no Youtube: www.youtube.com/user/EdCristaEvangelica

Autor da lição: Elaine Manzano
 
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Ide e Pregai”, da série Adultos. Usado com permissão.

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/todos-podem-fazer-missoes/

O Servo Exaltado

15.09.2014
Do blog ESTUDOS BÍBLICOS
Por Dennis Allan
 
Isaías, um judeu que escreveu 700 anos antes de Cristo, era um dos mais famosos profetas da nação de Judá. Seu livro, conhecido apenas como Isaías, é citado muitas vezes no Novo Testamento por causa das suas mensagens sobre a fé e, principalmente, sobre a vinda do Messias. 
 
É nesse livro que encontramos quatro trechos chamados de Cânticos do Servo. São mensagens sobre o Messias (de uma palavra hebraica que significa Ungido, que é o sentido da palavra grega traduzida Cristo no Novo Testamento). Esses cânticos incluem expressões bem conhecidas por causa do seu uso no Novo Testamento, tanto nos Evangelhos quanto nas epístolas, para falar sobre Jesus e seu papel de Salvador.
 
O primeiro cântico introduz o Servo (Isaías 42:1-4). Deus disse: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz” (42:1). O Pai falou assim do Filho quando este foi batizado e quando foi transfigurado diante dos seus apóstolos (Lucas 3:22; Mateus 17:5). O mesmo cântico fala sobre a justiça para os gentios (as outras nações) e sobre a mansidão desse Servo.
 
O segundo cântico fala sobre a missão do Servo (49:1-6). Neste cântico, o próprio Servo diz que foi chamado para seu papel como Servo do Senhor. Ele tem a boca como espada aguda (nos lembra da descrição de Jesus em Apocalipse 1:16; 2:12). O Servo fala do seu trabalho frustrante, mas é glorificado por Deus para ser exaltado sobre gentios, também (49:6).
 
O terceiro cântico focaliza a obediência do Servo (50:4-9). O contexto desse cântico trata da rebeldia do povo de Deus, que procurava suas próprias soluções quando deveria ter confiado em Deus. É desse meio que aparece o Servo, que ouve e pratica o que o Pai lhe diz, mesmo quando maltratado pelos outros: “O SENHOR Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me retraí. Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam” (50:5-6). Jesus foi obediente até a morte (Filipenses 2:8). É interessante observar que a defesa que Deus dá para o Messias é a mesma que o Senhor dá para seus servos humanos. Em Isaías, o Servo diz: “Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? Apresentemo-nos juntamente; quem é o meu adversário? Chegue-se para mim” (Isaías 50:8). Paulo usa a mesma linguagem para falar sobre a maneira que Deus protege os cristãos (Romanos 8:31-34).
 
O quarto e mais conhecido cântico descreve o sofrimento do Sofredor (52:13 – 53:12). Este cântico é rico em seu conteúdo messiânico, descrevendo o papel de Jesus em tomar sobre si as iniquidades dos outros e ser levado como cordeiro ao matadouro para sua morte. A comparação desse cântico com os Evangelhos mostra a importância do trecho e suas profecias sobre a crucificação de Cristo. O cântico se divide em cinco estrofes:
 
1) O Servo exaltado (52:13-15). Ele seria elevado por meio do sofrimento!
 
2) O Servo padecedor desprezado (53:1-3).
 
3) O Servo sofre pelos nossos pecados (53:4-6). Que trecho rico sobre o papel de Jesus como Salvador!
 
4) O Servo se submete em silêncio ao sofrimento (53:7-9). Foi a partir desse trecho que Filipe ensinou o etíope (Atos 8:32-35).
 
5) O Servo, depois de cumprir a sua missão, é exaltado (53:10-12). Paulo enfatiza o mesmo fato em Filipenses 2:9-11.
 
O Messias é o Servo descrito em profecias reveladas por meio de Isaías sete séculos antes da vinda de Jesus Cristo.
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Fonte: http://estudosdabiblia.net/jbd300.htm

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sou evangélico. Eu tenho a força?

10.09.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 09.09.14
Por
Marcos Bontempo
 
Não quero brincar com os “poderes de Grayskull”. Roubo a expressão do indefectível He-Man apenas para dar o tom da cantilena que, em épocas eleitorais, toca na mídia.
 
Quero propor um exercício. Considerando as principais revistas semanais do país, com que capa você identificaria a sua igreja?
 
 
Na sua comunidade há pais de família, torturadores, dignos de elogios? A sua igreja é dirigida por uma quadrilha de pastores caloteiros e um bando de maria-vai-com-as-outras? Ou, quem sabe, no fundo, você até sente uma pontinha de orgulho quando identificam o templo que você frequenta aos domingos ou a sua denominação como poderosa, capaz de mudar os rumos do país na próxima eleição?

 Embora o negócio da imprensa não seja “templo”, jornalismo também é dinheiro, mesmo sem rima. E os “evangélicos” não se esgotam no parágrafo acima, embora a caricatura renda votos, vaias e grana para todos os interessados, além de boas piadas.
 
Na verdade, o que se anuncia é a abertura da temporada de caça ao voto dos evangélicos. E, como sempre acontece, ela vem acompanhada do velho ‘Febeapá’ – Festival de Besteiras que Assola o País, com a devida vênia de Stanislaw Ponte Preta. Da modernosa campanha da Folha de S. Paulo, com pessoas “reais” e a sua pretensa pluralidade, às neuroses da revista Veja, todos se engalfinham para faturar um pouco mais quando falam – mal ou bem, não interessa – dos evangélicos. Quase sempre sugando as benesses das compras e propagandas dos governos federal e estadual e, pasmem, não raramente pedindo as bênçãos da igreja. Qualquer igreja, porque ninguém é de ferro.
 
Ultimato quer contribuir com a, digamos, representação que fazemos dos evangélicos e levantar a poeira da nossa identidade. Sem pretensões acadêmicas, podemos começar com os jesuítas e chegar aos neopentecostais. Uma estrada que passa pela cristianização do país, dos séculos 16 ao 18; pela evangelização, no século 19; e pela pentecostalização, no século 20. É disso que trata o livro História da Evangelização do Brasil.
 
Como o tempo é um recurso escasso, que tal dar uma olhada nas surpresas do censo religioso brasileiro de 2000, que foi matéria de capa da revista Ultimato? O eventual leitor pode também pular diretamente para o Censo 2010 e perceber o espantoso crescimento dos “evangélicos não determinados”. Aliás, são os que mais crescem dentro do segmento evangélico.
 
Outra matéria de capa, A Maré Evangélica, do sociólogo e colunista da revista Ultimato, Paul Freston, apresenta um contexto maior, em que, ao contrário do que se previa em boa parte do século 20, “a modernização levaria à secularização, ou seja, à marginalização da religião da vida pública”, os movimentos evangélicos experimentaram uma expansão sem precedentes na Ásia, na África, na América Latina, e até mesmo Europa.
 
Enfim, evangélicos, estamos num mesmo barco que faria Noé corar de vergonha. No entanto, podemos remar contra a corrente. Não somos massa de manobra porque nos querem assim. Somos “qualquer pessoa, todo mundo, ou, mais especificamente, ninguém”.
 
Cito a bela resposta do jornalista e escritor Ricardo Alexandre à pergunta: “Afinal, quem são os ‘evangélicos’?”, publicada ontem pelo portal da revista Carta Capital. Assim, se não temos a força, é bom saber como o texto bíblico nos tira dessa enrascada: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6).
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/sou-evangelico-eu-tenho-a-forca