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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

NUNCA CONTAMOS ALMAS!

16.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO, 20.09.13

A imensa área envidraçada do auditório deixava ver as folhas levadas pelo frio vento da primavera do Rhön. A minha atenção também foi outra que voou por alguns instantes. Creio que por causa do desconforto com o que acabara de ouvir. Não porque a expositora deixasse de possuir excelentes credenciais. Consultora naquela época de clientes como Tony Blair e a megaempresa Shell, não havia como ignorar o seu currículo.

Ainda assim, o suor em minhas mãos e uma leve taquicardia denunciavam minhas intenções. Eu queria discordar! Ousadia ou tolice, não sei bem, ou ainda um preciosismo de minha parte. Talvez fosse melhor concordar, ser desafiado por novas perspectivas, arejar minhas ideias, essas coisas que instalavam um conflito em minha mente.

A pugna se encerrou quando vi uma impulsiva mão (era a minha!) levantada pedindo a palavra. Quando me dei conta já estava com o microfone nas mãos, balbuciando o ensaio de um possível contraponto à sua exposição. Basicamente, reagi quanto ao uso de metodologias quantitativas para a avaliação da efetividade do ministério cristão (era o ponto alto daquela sessão). Em resumo, tentei dizer o seguinte: os números não nos dizem tudo! Ou seja, podemos encontrar bons números e, na verdade, estar indo na direção equivocada. Ou, o oposto também é verdadeiro, podemos ter números pouco expressivos, mas ainda assim estar fazendo o que em verdade deveríamos fazer. É uma questão delicada, mas quis dizer que os números, sem uma adequada interpretação dos mesmos e do contexto, podem nos enganar.

Sentei-me. Já quase sabia o que viria. De maneira bondosa, bem explicativa, quase condescendente, a convidada especial me desafiou a abrir meu entendimento e buscar meios mais efetivos de avaliar meu rendimento.

Foi aí que aquele senhor, em seus mais de 80 anos, pediu a palavra e disse três frases: “Eu concordo com o jovenzinho [sim, era eu!]. Nós nunca deveríamos contar almas! A única coisa que contamos é dinheiro!” (literalmente: “I agree with the young boy. We should never count souls! The only thing we count is money!”).

Era Sir Fred Catherwood. Por muitos anos tesoureiro da IFES (a ABU internacional), genro do saudoso Martyn Lloyd-Jones. Antes de se aposentar, Sir Fred destacou-se no Parlamento Europeu, aonde chegou a ocupar a vice-presidência. Não preciso dizer meu sentimento de que havia ganhado o dia. Na hora do intervalo, deixei o casaco dentro do auditório e saí para respirar fundo o ar frio da Baviera (e chamam isso de primavera!). O coração já estava aquecido. Podia ser tolice, ou vã vaidade, mas resolvi curtir a boa sensação.

Hoje creio que aprendi a ver com melhores olhos os tipos de métodos e recursos, inclusive quantitativos, que podemos usar para avaliar o trabalho que fazemos. Aliás, é uma boa paixão essa de buscar alcançar com o que a gente faz o maior número de pessoas. É são, é desejável, podemos e devemos ter metas inspiradoras, uma visão que nos impulsiona para ir além. No final das contas, é do coração de Deus cruzar fronteiras, barreiras, e chegar com uma mensagem transformadora a todas as pessoas, em todos os lugares. Mas claro, e essa é uma perspectiva que mantenho, não temos desculpas para ser ingênuos deixando de examinar bem a ideologia que pode (ou não) acompanhar certos métodos e estratégias.

Depois de algum tempo voltei a encontrar-me com Sir Fred. Lembrei-lhe do episódio. Ele se recordava do ocorrido, mas não sabia que eu era aquele “jovenzinho". Veja bem, foram suas palavras. E, acredite, minha maior alegria foi porque ele apoiou minha posição, e não devido à sua percepção de minha suposta juventude. Claro que seus óculos podem havê-lo traído quanto aos anos de vida que me atribuiu. Mas por que nos preocupar com a idade, por que contar nossos anos se “the only thing we count is money!”?

*Ricardo Wesley Morais Borges. É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Eles são missionários brasileiros entre estudantes universitários no Uruguai.
  • Textos publicados: 21 [ver]
Leia mais

Numerolatria e numerofobia (revista Ultimato 343) 
Missões brasileiras em resposta ao clamor do mundo (revista Ultimato 316)
A Mensagem da Missão (Howard Peskett)
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/nunca-contamos-almas

Porta do Coração

16.10.2013
Do blog REDENÇÃO DAS NAÇÕES,10.13
Postado por Pr. Davi e Patrícia Fenner 

Os olhos são uma das portas de entrada do coração, e sempre reagirá à imagem ou visão que for exposta. Os olhos irão nutrir os pensamentos – Abraão foi levado por Deus a contemplar as estrelas do céu para entender o tamanho da promessa que havia recebido, desta forma, foi encorajado a prosseguir e crer na multiplicação de sua descendência. Mas os olhos também podem direcionar decisões – Eva comeu do fruto da árvore do conhecimento por acreditar na mentira de satanás; mas foram seus olhos a porta de acesso ao fruto; o engano afetou sua visão de tal forma, que um fruto de aparência comum se tornou o mais belo.

Os olhos também são porta de entrada para a alma; na qual os sentimentos são conduzidos. Uma imagem pode produzir choro ou riso, tristeza ou alegria. Discernindo esta realidade, Jó fez uma afirmação que hoje tem sido esquecido por muitos; “fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça” (Jó 31.1). Existem muitas coisas desnecessárias que estão atraindo os olhos e desviando a visão. Uma pequena desatenção do olhar pode ser o suficiente para tirar uma pessoa de um caminho e colocá-lo em outro. Os resultados na vida de uma pessoa será um reflexo da visão que ela está seguindo; a visão poderá gerar tristeza, amargura e fracasso; ou conduzir ao sucesso.

A mesma porta aberta para um mal pode ser usada para o bem; para a revelação e conhecimento de Deus. O salmista orou: “Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me viver nos caminhos que traçaste.” (Sl 119.37). O homem que pediu a Deus que sua visão fosse desviada das coisas inúteis foi o mesmo que orou “abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei” (Sl 119.18). O apóstolo Paulo orou em favor da igreja de Éfeso para que os olhos do coração fossem iluminados. Somente a luz tem a capacidade de dissipar as trevas e com sua ajuda é possível encontrar o que está oculto ou o que foi perdido. Paulo não queria que os crentes perdessem nenhuma das bênçãos que o Senhor deu a igreja, e com os olhos do coração iluminados eles pudessem viver na dimensão da “gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder” (Ef 1.18-19).

Quando enxergamos as maravilhas da Palavra e entendemos os princípios espirituais que são estabelecidos pelo Reino, desfrutamos de êxito e andamos em plenitude nas realizações de nossa vida. Já existe um caminho traçado para que você seja bem-sucedido; mas é necessário que você mantenha os olhos fixos em Jesus. “corramos com perseverança a corrida que está proposta, tendo os olhos fixos em Jesus” Hb 12.1-2.

Leia também:
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O HOMEM COMO CABEÇA

16.10.2013
Do blog da IGREJA PALAVRA DA CRUZ, SIDROLÂNDIA/MS, 13.08.2011
Postado por Pr Claudio Morandi 

IGREJA EVANGÉLICA PALAVRA DA CRUZ EM SIDROLÂNDIA Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo 1 Coríntios 11:3. 

Todos os males da sociedade sejam financeiros, políticos, trabalhistas, escolares ou religiosos, têm a sua origem no coração do homem. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Jeremias 17:9.

A instituição que Deus estabeleceu, ainda no jardim do Éden, ajuntando duas pessoas de maneira especifica para formar uma unidade é o que chamamos de família. O ambiente formado pelo amor de todos os membros da família uns para com os outros cria o que chamamos de “lar”. O lar tem suma importância na vida humana, pois é berço de hábitos, caráter, crença, moral de cada ser humano, seja no contexto mundial, nacional, municipal ou familiar. Então, podemos dizer, da forma como caminha o lar, caminha o mundo. Como caminha o seu lar? Hoje é o dia dos pais, mas será que nós pais regenerados sabemos da nossa função de homem como cabeça? Tudo aquilo que acontecer no lar está sob a responsabilidade do cabeça do cabeça do lar. Sabemos que a responsabilidade no lar é do homem e da mulher, mas quem irá responder pela família diante do Senhor é a cabeça da casa. No jardim do Éden, depois do pecado, Deus chamou Adão e não Eva para explicar o que tinha acontecido. Deus falou com Adão, a cabeça do lar e o responsável pelas ações do lar. Lemos em Gênesis 3:9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Adão teve que responder pelas ações da família porque era o responsável pelo lar. 

Leiamos em Gênesis 3:10-11 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? 

Adão não procurou essa posição, assim como nenhum homem a procura, mas foi desde o princípio “conforme o propósito dAquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. Então, através do fato do homem ter sido formado primeiro, no jardim do Éden, Deus mostrou a sua vontade. Deu ao homem uma posição primordial no lar. Essa posição, de ter sido formado primeiro, traz consigo responsabilidades intransferíveis, das quais, ele tem que prestar conta diante de Deus e não levá-las a sério pode ter um efeito intenso sobre a sua comunhão com Deus. Vamos ler esta verdade em 1 Pedro 3:7 Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. 

No texto que lemos podemos ver que o homem precisa pastorear o coração da sua esposa, cuidando dela, alimentando-a, assim como Cristo faz com a Igreja. Cristo amou a Igreja e por isso se entregou por ela. Mas a responsabilidade do homem como cabeça não para por aqui, porque também envolve a educação de seus filhos. O homem como cabeça terá de prestar contas diante do Senhor pela educação de seus filhos. Como você está educando seus filhos? É na disciplina e na admoestação do Senhor? Você sabe de suas rebeldias e não os disciplina? Não nos esquecemos, será diante do Senhor que vamos prestar contas e não diante dos homens. Leiamos em 1 Samuel 3:13 Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu. Irmãos, o mundo iguala a posição de cabeça à posição de ditador, um rei que governa um castelo, ou o galo que manda no galinheiro, mas estas correspondências não estão corretas. Assim como Cristo é a cabeça da igreja, o homem é a cabeça da mulher e do lar. 

Podemos perguntar, como Cristo mostrou a sua posição de cabeça? Ele se mostrou cabeça da igreja quando “a si mesmo se entregou por ela” O seu amor pela igreja mostra a sua posição de cabeça. O seu amor é visto no seu sacrifício. Lembramos o significado da palavra ágape que é amor medido pelo seu sacrifício. O homem tem a responsabilidade de amar com sacrifício, porque o mandamento é: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. Efésios 5:25. Deve vir da cabeça do lar o padrão de maior iniciativa em relação à espiritualidade e moralidade no lar. Leiamos Isaías 38:19 Os vivos, somente os vivos, esses te louvam como hoje eu o faço; o pai fará notória aos filhos a tua fidelidade. Se a cabeça do lar estiver presente no lar, nenhuma outra pessoa deve tomar a incitava de fazer orações antes das refeições, nem a família deve ter a iniciativa de se aprontar para os cultos públicos ou decidir quais serão os limites morais no lar. Outra pessoa até pode participar deste incentivo, mas é a cabeça que deve ter a responsabilidade geral de estabelecer os padrão. 

É lógico que esta posição serve como modelo de comportamento diante das mulheres sendo imitada ou copiada por todos no lar. Deus se dirige aos maridos dizendo: “Igualmente, vós, maridos, coabitai..., dando honra a mulher”. Se o homem não honra a sua mulher, ele está em desobediência direta. Se o pai permite que os filhos desrespeitem a mãe, as irmãs, a professora ou a vizinha, ele está em desobediência indireta. Ele é a cabeça, o responsável diante de Deus pelo que transcorre com todos no lar, seja na sua presença ou ausência. A semente do pecado do pai se prolonga nas ações da família. Daniel 6:24a. Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres. 

Infelizmente hoje, em muitos lares cristãos, até parece que a responsabilidade das coisas de Deus, das coisas espirituais, é do sexo feminino. Nós pais devemos prestar muita atenção: somos responsáveis pela vida de nossos filhos, você é responsável pela vida espiritual da tua família. Não culpemos os irmãos, não culpemos a igreja, quando nossos filhos se desviarem! Porque Deus, o nosso Pai, colocou a responsabilidade sobre a nossa cabeça, e só sobre a nossa cabeça, por isso não joguemos a culpa nos outros. Assumamos a nossa responsabilidade! Somos seus Sacerdotes; Somos seus Profetas; Somos seus Reis. Se o filho tem falhado, é porque também temos falhado. Podemos ser exemplares funcionários, podemos ser presidente de um Banco, podemos ser atletas excepcionais, podemos ganhar muito dinheiro, mas se não formos bons maridos, se não formos bons pais, diante do nosso Deus somos um verdadeiro fracasso. Fracassados! Porque não conseguimos alcançar o propósito de Deus como pais. 

É Deus deixa muito claro em Sua Palavra a responsabilidade dos pais. Leiamos em Salmos 78:5-8 Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus. 

A liderança do homem como cabeça envolve a responsabilidade de agir em beneficio de um outro, mas isso não dá o direito de mandar que os outros o sirvam. O homem responsável pelo lar nunca deve pensar na autoridade que tem fora do contexto da sua responsabilidade. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva. Mateus 20:26. 

Se pudessem ser vistos o fundo do coração da esposa e dos filhos, notaríamos que eles desejam intensamente que o homem no lar tome atitudes de líder. Quando o líder é submisso a quem não deve ser líder, cria-se confusão e espanto no lar, talvez isso não seja tão evidente nas reações, mas sempre se revelam nas emoções. A natureza pecaminosa de todos os participantes do lar faz com que eles sejam insubmissos e desafiem a liderança. Mas, no fundo, há o desejo de viver no lar da forma como Deus tem ordenado. Se Cristo for a cabeça, o corpo será bem ajustado. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. Efésios 4:15-16. Amém.

Deus te abençoe amado irmão(a).
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DERVAL DASÍLIO: Oração e aflição

16.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO
Por Derval Dasílio*

As imagens que refletem a vida interior funcionam como uma corrente de lava incandescente, fugindo da concepção do mundo do nosso tempo. O fluxo líquido e incandescente terminou por cristalizar-se, engendrando a pedra a ser lapidada, ou seja, a observação do inconsciente, como diria Carl G. Jung. Memórias ancestrais estão engavetadas no inconsciente profundo. A compreensão da oração seria cega, se não levasse em conta as pulsões interiores que nos comandam: indignação, conflitos, revolta, inconformismo, medo do desconhecido, raiva, ódio, impotência , para nos enganar e desorientar.

“Toda oração começa com uma aflição” (Karl Barth). E também uma disposição de topar com percepções profundas e empolgantes, retendo-se muitas vezes, com assombro, em descobertas sobre a interioridade profunda. Vivemos à beira de abismos. A oração ensina sobre a necessidade de estar pronto para ouvir a voz de Deus, e não as vozes interiores de nossa alma. Somente com a oração nos aproximamos da obra de Deus em favor de nossa humanidade desnorteada e combalida. Cada um de nós, se nos aproximamos do empenho de Deus em salvar, percebe que uma primeira coisa é necessária: precisamos que Deus nos salve de nós mesmos.

Porque somos escravos da razão, e isso nos condena a caminhar entre dificuldades aparentemente insuperáveis, ou a continuamente escalar montanhas sucessivas. Quando chegamos ao pico de uma, adiante veremos outra para ser escalada. Quando chegamos ao pico da outra, à frente haverá mais outra. Uma montanha mais alta sempre nos chamará e nos convidará a chegar ao cume. “Pois é assim que vivemos, escalando montanhas e sempre procurando subir aos montes mais elevados” (Larrañaga). Somos condenados à aflição, transtornos e inquietude permanentes, porque oramos em favor de nós mesmos, e nunca conseguimos satisfazer anseios mais profundos sem Deus.

Destinados a caminhar por toda a vida, “porque a cada caminho percorrido surge outro para percorrer” (Agostinho), não podemos parar, nem nos abster, porque um imperativo categórico empurra sempre para a frente, não nos deixando em paz, empurrando-nos para uma odisseia que não vai acabar nunca. Enquanto não há um ato libertador, o Espírito é um vento bravo que não cessa, na direção de uma "terra prometida" que parece nunca chegar. Um ser humano é um arco retesado com a flecha apontando para estrelas inatingíveis.

O desconhecido seduz, por isso o ser humano rompe barreiras e irrompe em regiões ignotas. Gosta de decifrar enigmas, e de preencher espaços vazios, sem saber porque. Sempre atormentado, vive na inquietude, nunca se acalma. Forças incompreensíveis o arrastam para o infinito, enquanto busca o absoluto, completo, acabado em definitivo. Por isso, pensa sobre si mesmo, e sobre as razões de sua existência, sempre procurando respostas para as perguntas de um questionário que nunca chega ao fim. É preciso orar, e descansar na espera de Deus.
*Derval Dasilio. É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/oracao-e-aflicao

A vida cristã integrada

16.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO, 13.10.13
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por John Stott

Que amemos uns aos outros. E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. [2 João 5-6]

A Segunda Carta de João é endereçada à “senhora eleita e [aos] seus filhos”, que provavelmente seria a personificação de uma igreja local. Sua principal característica é a integração de diferentes elementos, que nós, na maioria das vezes, somos tolos o suficiente para permitir que sejam separados.

Primeiro, a verdade e o amor devem andar juntos. Cada um é mencionado cinco vezes nos primeiros versículos. João escreve da “verdade que permanece em nós” (v. 2) e do amor que nos uniu. As palavras de João nos fazem lembrar de uma expressão semelhante usada pelo apóstolo Paulo. Enquanto João diz que devemos andar em amor, Paulo afirma que devemos seguir a verdade em amor (Ef 4.15). Assim, ambos concordam que o amor e a verdade devem andar juntos. O Espírito Santo é a fonte de ambos.

Segundo, o amor e a obediência devem andar juntos. João lembra aos seus leitores que eles devem amar uns aos outros, pois este é um mandamento do Senhor. Se a obediência provém do amor, o amor provém da obediência. Foi assim no Antigo Testamento, quando Deus descreveu seu povo como aqueles “que me amam e obedecem aos meus mandamentos” (Êx 20.6). É impressionante a maneira como Jesus aplica essa verdade a ele mesmo: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama” (Jo 14.21). Assim, temos aqui a segunda integração: obedecer é amar, e amar é obedecer ad infinitum.

Terceiro, o Pai e o Filho são um. Os falsos mestres não confessavam que Jesus Cristo veio em corpo (v. 7). Eles ensinavam que o Filho de Deus tinha apenas aparência humana ou havia partilhado da natureza divina apenas por um breve período. Em ambos os casos eles estavam negando a encarnação. Não se trata apenas de um desvio doutrinário, eles estavam negando a Cristo. João também afirmou que esses falsos mestres iam além do ensino de Cristo (v. 9). Talvez eles quisessem mostrar que tinham permissão para dar continuidade ao ensino de Cristo ou eram pensadores progressistas. Com um toque de sarcasmo João comenta que eles foram tão longe que deixaram o Pai para trás. João suplica aos seus leitores que perseverem no ensino original dos apóstolos. Ninguém pode negar o Filho e manter o Pai. Que Deus nos conduza a uma vida cristã verdadeiramente integrada, na qual a verdade, o amor e a obediência floresçam juntos!

Para saber mais: 2 João 1-13

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott].  Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2013/10/13/autor/john-stott/a-vida-crista-integrada/

DEVOCIONAL DIÁRIA: Tentação real

16.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO, 15.10.13
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por
C. S. Lewis


Como você deve se lembrar, eu disse que o primeiro passo rumo à humildade é perceber-se orgulhoso. Gostaria de acrescentar agora que o próximo passo é empreender alguma tentativa séria de praticar as virtudes cristãs.

Apenas uma semana não basta. Na primeira semana as coisas costumam parecer fáceis. Tente seis semanas seguidas. A essa altura, depois que tiver falhado ou que estiver numa situação pior do que no começo, descobrirá algumas verdades sobre você mesmo. Ninguém tem consciência da sua própria maldade enquanto não se empenhar em ser bom.

Há uma ideia tola circulando por aí de que as pessoas bondosas não conhecem o significado da tentação. Isso não passa de uma mentira deslavada. Só os que tentam resistir à tentação de fato conhecem a sua força. Nós mesmos só conseguimos nos dar conta da força do exército alemão lutando contra ele, e não quando nos entregamos. Você só poderá descobrir a força de uma ventania se andar contra ela, não se deitar-se no chão. Uma pessoa que se rende à tentação depois de cinco minutos simplesmente não saberá como se sentiria uma hora mais tarde.

Eis a razão por que as pessoas más, em certo sentido, não entendem muito da maldade. Elas vivem uma vida resguardada, sempre se rendendo. Nós jamais descobriremos a força do mal que há dentro de nós enquanto não tentarmos lutar contra ele; e Cristo, pelo fato de ter sido o único homem que nunca se rendeu diante da tentação, é, ao mesmo tempo, o único homem que conhece o real significado de ser tentado — ele é o único realista absoluto.

de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2013/10/15/autor/c-s-lewis/tentacao-real/

Por que muitos evangélicos não conhecem as doutrinas básicas do Cristianismo?

16.10.2013
Do  blog UNIÃO DE BLOGUEIROS EVANGÉLICOS,24.08.13
Por Valmir Nascimento Milomem Santos
  1_cristianismo [Artigo publicado originalmente no Jornal Mensageiro da Paz - julho de 2013]

Recentemente o Instituto LifeWay Research [1] divulgou o resultado de uma pesquisa que apontou que boa parte dos evangélicos não conhecem as doutrinas básicas da Igreja. O levantamento concluiu que temas como a salvação, a Bíblia e a natureza de Deus podem confundir os fiéis. De acordo com a publicação, quando perguntados ”Quando você morrer irá para o céu, pois confessou seus pecados e aceitou Jesus Cristo como seu Salvador?”, 19% disseram que não tem certeza. Cerca de 26% dos entrevistados (todos membros batizados de suas igrejas) acreditam que “se uma pessoa está sinceramente buscando a Deus, poderá obter a vida eterna através de outras religiões além do cristianismo”.
O resultado dessa triste pesquisa poderia ser uma exceção; mas não é. Outros estudos comprovam a falta de conhecimento bíblico de uma parcela considerável de cristãos, prova disso é que no final de 2011 o Instituto de Pesquisas Barna apontou, como uma das seis principais tendências do Cristianismo na América, que a igreja está se tornando menos alfabetizada teologicamente. O que costumavam ser verdades básicas e universalmente conhecidas sobre o Cristianismo, são agora mistérios desconhecidos para uma grande e crescente parte de crentes.
Outro levantamento do mesmo instituto também indicou que 70% dos norte-americanos não são capazes de citar cinco dos dez Mandamentos e 50% dos jovens do último ano do ensino médio pensam que Sodoma e Gomorra eram casados. Mas não para por aí. Pesquisa realizada com os “americanos nascidos de novo” conclui o seguinte: 31% acreditam que se uma pessoa é suficientemente boa pode ganhar um lugar no céu; aproximadamente a metade (47%) pensa que Satanás “não é um ser real senão um símbolo do mal”; 24% pensam que quando Jesus viveu na Terra ele pecou, tal como as demais pessoas; aproximadamente um em cada quatro pessoas (26%) dos cristãos creem que não importa a fé que pessoa siga, porque todas ensinam o mesmo.
Embora boa parte dessas investigações tenha sido realizada nos Estados Unidos, elas servem de alerta para a igreja evangélica brasileira. Não estamos falando de conhecimento teológico avançado, mas de doutrinas elementares e de um discernimento bíblico basilar da vida cristã.
A falta de conhecimento das Escrituras Sagradas é um problema grave e pode resultar em consequências trágicas para o cristão e para a igreja. O Senhor Jesus foi enfático ao dizer “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus (Mt 22:29), e em outra oportunidade ele advertiu: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39).
Talvez, um dos principais motivos do analfabetismo bíblico entre os cristãos seja a falta de conhecimento doutrinário do próprio pastor. Lembro-me que uma pesquisa [2] realizada pelo editor e jornalista da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana, Oswaldo Paião, revelou que mais de 50% dos pastores e líderes nunca leram a Bíblia Sagrada por inteira pelo menos uma vez na vida. A principal justificativa apresentada para tamanha omissão era a falta de tempo.
Ao comentar o resultado do estudo, Paião afirma que “a falta de uma disciplina pessoal para determinar uma leitura sistemática, reflexiva e contínua das escrituras sagradas e pressão por parte do povo, que hoje em dia cobra por respostas rápidas, positivas e soluções instantâneas para problemas urgentes, sobretudo os ligados a finanças, saúde e vida sentimental”, seriam alguns fatores ensejadores deste cenário.
Ele ainda destaca que hoje em dia a maioria dos pastores corre o dia todo para resolver os problemas práticos e urgentes dos membros de suas igrejas e os pessoais. Outros precisam complementar a renda familiar e acabam tendo outra atividade, fora a agenda lotada de compromisso, por isso os ministros da atualidade, em geral, segundo Paião, são mais temáticos, superficiais, carregam na retórica, usam (conscientemente ou não) elementos da neurolinguística, motivação coletiva, força do pensamento positivo e outras muletas didáticas e psicológicas.
Evidentemente que a situação não pode ser generalizada. Deus sempre mantém o seu remanescente fiel. Entretanto, as palavras de Paião colocam em evidência uma realidade assombrosa e ao mesmo tempo ignorada por muitos obreiros. Como teremos cristãos conhecedores das doutrinas fundamentais da fé cristã se boa parte dos líderes não possui o conhecimento suficiente para instruir, edificar e fornecer alimento sólido para suas ovelhas?
Ovelhas que são criadas sem os nutrientes necessários para a jornada cristã são inconstantes e presas fáceis para caírem no engodo de qualquer vento de doutrina (Ef 4.14). Essa situação é agravada ainda mais quando dos púlpitos provém somente mensagens de autoajuda com forte apelo emocional, sem qualquer palavra de ensinamento para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra (2 Tm 3.17).
Entretanto, apesar do encargo do obreiro (Hb 13.17), o cristão também é o responsável pelo seu próprio alicerce espiritual. Estar preparados para responder sobre a razão da nossa esperança (1Pe 3.15) e ser mestres pelo tempo (Hb 5.12) é uma obrigação de todo o crente. Isso porque, as verdades bíblicas não estão disponíveis somente aos obreiros, mas a toda e qualquer pessoa, principalmente porque o acesso direto ao conhecimento das Escrituras sem qualquer intermediário é um dos pontos fundamentais da igreja cristã a partir da reforma protestante.
Isso no leva a concluir que cada pessoa deve ser consciente e responsável pelo cumprimento do seu papel. O obreiro deve valorizar e efetivamente cumprir o seu chamado, oferendo alimento saudável e fortalecido para as suas ovelhas, sem a desculpa de não possuir o ministério do ensino, afinal, todo obreiro tem o dever de apresentar-se a Deus aprovado, que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15).
Notas:
Disponível em: http://www.cpadnews.com.br/integra.php?s=12&i=15503
Disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/ler-a-biblia-toda.html
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Fonte:http://www.ubeblogs.net/2013/08/por-que-muitos-evangelicos-nao-conhecem.html