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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Grande Tribulação

15.02.2016
Do blog BELVEREDE, 14.02.16
Por Eliseu Antonio Gomes

A Grande Tribulação é uma época de perturbação e angústias espantosas que terá início após o Arrebatamento da Igreja. Será a fase em que Deus, o Justo Juiz, mandará seu juízo sobre o mundo. Será de âmbito mundial (Apocalipse 3.10); o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Daniel 12.1; Mateus 24.21), tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jeremias 30.5-7), que será controlado pelo "homem do pecado" (que é o Anticristo, Daniel 9.27; Apocalipse 13.12).

Haverá um tempo de muita aflição na Terra. "Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado; porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" - Mateus 24.20-21.

Jesus, ao falar sobre o final dos tempos, mencionou episódios que aconteceriam em um futuro próximo e em tempos distantes, exatamente como os profetas do Antigo Testamento. Muitas das perseguições preditas já ocorreram e muitas ainda estão por acontecer. Porém, Deus controla até mesmo a duração dessas perseguições e não se esquecerá de seu povo. Basta saber que as mãos de Deus controlam tudo para nos sentirmos motivados a viver corretamente no tempo presente.

O crente deve estar sempre em permanente oração e vigilância. "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" - Mateus 26.41.

Jesus usou a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas as espécies de tentação que o discípulo logo enfrentaria. A maneira de vencer a tentação é conservar-se alerta e orar. Manter-se atento significa estar conscientes das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e estar espiritualmente equipado para vencê-la. Pelo fato de a tentação atingir-nos onde somos mais vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. A oração é essencial porque o poder de Deus é capaz de fortalecer nossas defesas e derrotar o poder de Satanás.

Pedro aprendeu a lição e anos depois escreveu o seguinte: "Sabendo que tudo isso vai ser destruído assim, então que tipo de gente vocês precisam ser? A vida de vocês deve ser agradável a Deus e dedicada a ele. Esperem a vinda do Dia de Deus e façam o possível para que venha logo. Naquele dia os céus serão destruídos com fogo, e tudo o que há no Universo ficará derretido" - 2 Pedro 3.11-12 (NTLH).

Acima de tudo, para estarmos atentos e vigilantes, é preciso considerar a santidade de Cristo. É importante entender a justiça de Cristo e o fato de que esta justiça nos credita diante do Pai celestial. Em muitas ocasiões, as Escrituras testificam que durante o tempo em que Ele passou na terra, viveu uma vida perfeitamente santa. Tal santidade era muito mais do que a ausência do pecado, era também a perfeita conformidade com a vontade de Deus. É possível agir certo a partir de motivos errados, porém, agir assim não agrada a Deus. A santidade compõe-se muito mais do que meros atos. É necessário orar e vigiar, para que nossas ações sejam motivadas pelo simples fato de que elas são a vontade de Deus.

A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação. "... e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura" - 1 Tessalonicenses 1.10.

A enorme expectação das pessoas convertidas é a Vinda de Cristo, que dará escape "da ira futura". Expectativa que compreende um estado contínuo de prontidão.

A verdadeira conversão a Cristo, segundo o Novo Testamento, envolve a atitude voluntária de desviar do pecado, e voltar-se para Deus com o objetivo de esperar o retorno de Cristo.

"A ira futura".  Alude-se à ira e juízo divinos que serão espalhados sobre o mundo no decurso da tribulação. Os crentes, entretanto, não precisam receá-la, porque Deus enviará Jesus para nos livrar. É uma realidade inconteste que a volta de Cristo precede essa ira (Apocalipse 3.10).

A besta que subiu do mar será um dos aliados de Satanás. "Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia" - Apocalipse 13.1.

O capítulo 13 de Apocalipse trata da atuação do Anticristo. Expõe o rigoroso embate entre o Anticristo e Deus e também o seu povo no período da Grande Tribulação. A besta que emerge do mar é o último grande governo mundial da história, e é composto de dez reinos sob o controle do Anticristo (Daniel 2.40-45; 7.24, 25; 11.36-45; Apocalipse 17.12). O mar representa muitas nações (Apocalipse 17.15).

A besta é descrita como semelhante ao leopardo, representa o governo gentílico mundial dos tempos do fim e também o governante daquele reino. Satanás dará seu poder a esse governo e o usará contra Deus e seu povo (Apocalipse 13.2).

O número da besta é número de homem: 666. "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão' (...) 'Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis" - Apocalipse 13.11, 18.

A outra besta representa a figura do falso profeta, que ajudará o Anticristo a preparar o mundo para adorá-lo e enganará a humanidade mediante a realização de grandes milagres (Daniel 13.1-3; Apocalipse 13.12-14).

O que significa o número seiscentos e sessenta e seis? No Livro de Apocalipse, o Anticristo é chamado de "a Besta" e tem um número específico: 666. Muitos teólogos estão de acordo que, na Bíblia Sagrada, "seis" é o número do homem e "três" é o número de Deus. Sendo assim, a sequência do número seis três vezes significa uma pessoa que se apresenta como um deus, tal qual fizeram imperadores romanos do passado (2 Tessalonicenses 2.4).

Deus, o justo Juiz, visitará e julgará a maldade do mundo com poder e glória. "E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis" - Isaías 13.11.

O profeta Isaías descreve a destruição de Babilônia tipificando a destruição de todos os inimigos de Deus no tempo do fim, e o juízo final sobre a terra durante o período da Grande Tribulação. Veja também: Ezequiel 32.7; Joel 2.10; 3.16; Ageu 2.6, 7, 21, 22; e Zacarias 14.6, 7).

Conclusão

Que tipo de cristãos devemos ser, sabendo que a Igreja não participará das angústias da Grande Tribulação?

A esperança de ser salvo no Arrebatamento da Igreja não implica licença para irresponsabilidade no presente. Aguardemos a volta de Cristo com paciência, sem a displicência. Se estamos satisfeitos com a vida que levamos agora, não nos esqueçamos de consultar a Deus e congregar no templo. Permitamos que o Espírito Santo interfira em nossos planos e guie os nossos passos.

E.A.G.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1268, 1275, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo Devocional- Max Lucado, página 1212; edição 2005, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia de Estudo Pentecostal, páginas 1011, 1438, 1439, 1844, 1998, 2000, segunda impressão 1996, Rio de Janeiro (CPAD).
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Fonte:http://belverede.blogspot.com.br/2016/02/EBD-licao-8-a-grande-tribulacaoLicoes-Biblicas-CPAD.html

sábado, 6 de fevereiro de 2016

O Evangelho Terapêutico:Os 5 componentes do falso evangelho da autoestima

05.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 01.02.16
Por David Powlinson   

Aquele que talvez seja o capítulo mais famoso em toda a literatura ocidental retrata o apelo do “evangelho terapêutico”.

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Em seu capítulo intitulado “O Grande Inquisidor”, Fyodor Dostoevsky imagina Jesus retornando à Espanha do século XVI (Os Irmãos Karamazov, II:5:v). No entanto, Jesus não é bem-vindo pelas autoridades da igreja. O cardeal de Sevilha, como cabeça da Inquisição, detém e aprisiona Jesus, condenando-o à morte. Por quê? Por que a igreja mudou o seu curso. Ela decidiu satisfazer os instintos impulsivos humanos, ao invés de convocar homens ao arrependimento. Ela decidiu flexibilizar a sua mensagem em favor das suas demandas, ao invés de proclamar aquilo que é superior, santo e a dura liberdade da fé que opera através do amor. O exemplo bíblico e a mensagem de Jesus são considerados muito duros para almas frágeis, e a igreja decidiu facilitar as coisas.

O Grande Inquisitor, representando a voz de uma igreja desorientada, interroga Jesus em sua cela de prisão. Ele se junta ao lado do tentador e das três perguntas que este fez a Jesus no deserto séculos atrás. Ele diz que a igreja dará pão terreno ao invés de pão celestial. Ela oferecerá mágica e milagres religiosos ao invés de fé na Palavra de Deus. Ela exercerá poder e autoridade temporais ao invés de servir ao chamado à liberdade. “Nós corrigimos a sua obra”, diz o inquisitor para Jesus.

O evangelho do Inquisitor é um evangelho terapêutico. Ele é estruturado para dar às pessoas o que elas querem, e não a mudar o que querem. Ele é centrado exclusivamente em torno do bem-estar do homem e de felicidade temporal. Ele descarta a glória de Deus em Cristo. Ele confisca a estreita e difícil estrada que traz profunda prosperidade e eterna alegria. Esse evangelho terapêutico aceita e cobre as fraquezas humanas, buscando amenizar os mais óbvios sintomas de angústia. Ele faz as pessoas se sentirem melhores. 

Ele respeita a natureza humana do jeito como é, pois a natureza humana é muito difícil de mudar. Ele não quer que o Rei dos Céus venha até nós. Ele não tenta transformar as pessoas em apaixonados por Deus, considerando a verdade sobre quem é Jesus, como ele é, o que ele fez.

O evangelho terapêutico moderno

As óbvias demandas instintivas da classe-média do século 21 são diferentes das demandas registradas por Dostoevsky. Fazemos pouco caso dos suprimentos alimentícios e da estabilidade política. Nós subtituímos milagres pelas maravilhas da tecnologia. As demandas da classe médias são bem menos primitivas. Elas transparecem um certo senso ou interesse por mais luxo e refinamento:
  • Eu quero me sentir amado pelo que eu sou, que tenham pena pelo que já sofri, sentir-me intimamente compreendido, ser incondicionalmente aceito;
  • Eu quero experimentar um senso de significado pessoal e relevância, ser bem sucedido na minha carreira, saber o que me move, deixar minha marca no mundo;
  • Eu quero aumentar a minha auto-estima, afirmar que está tudo bem comigo, estar hábil a articular as minhas opiniões e desejos;
  • Eu quero ser entretido, sentir prazer na infinita enxurrada de performances que deleitam os meus olhos e encantam os meus ouvidos;
  • Eu quero sentir aventura, excitação, ação e paixão pois quero experimentar a vida alucinada e dinamicamente.
A versão moderna do evangelho terapêutico da classe-média se inspira particularmente nesse conjunto de vontades. Poderíamos dizer que o seu público alvo são as demandas psicológicas, bem diferente das necessidades físicas que tipicamente surgem em condições sociais mais difíceis. (A versão moderna do evangelho da “saúde e da prosperidade” e a obsessão por “milagres” expressa algo semelhante à versão antiga do evangelho terapêutico do Grande Inquisitor).
 
Nesse novo evangelho, os grandes “males” a serem corrigidos não apelam por nenhuma mudança fundamental de direção no coração humano. Pelo contrário, o problema reside em sentir-me rejeitado pelos outros; em minha corrosiva experiência da vaidade da vida; em minha nervosa sensação de auto-condenação e embaraço; na iminente ameaça de tédio caso a música desligue;  nas inquietas reclamações quando uma dura e longa estrada surge em minha frente. Essas são as principais demandas modernas que o evangelho é torcido para servir. Jesus e a igreja existem para que você se senta amado, relevante, validado, entretido e com as baterias recarregadas. Esse evangelho anestesia os sintomas de angústia. Faz com que você se senta melhor. A lógica desse evangelho terapêutico é um jesus-por-Mim que vai ao encontro dos meus desejos individuais e ameniza as minhas dores psicológicas.
A perspectiva terapêutica não é por si só maligna quando em seu lugar apropriado. Por definição, um olhar médico-terapêutico contempla sofrimentos desarranjos físicos. Em intervenções literalmente médicas, uma terapia trata de doenças, traumas ou deficiências. 

Você não liga para alguém para que ela se arrependa de um câncer de cólon, uma perna quebrada ou beribéri. Você busca curar. Até aí tudo bem.

Porém no evangelho terapêutico moderno, o modo médico de lidar com o mundo é metafóricamente extendido para essas demandas psicológicas. Elas são definidas tal qual uma questão médica. Você sente que está mal; a terapia faz você se sentir bem. A definição da enfermidade passa longe do coração pecador humano. Você não é o causador dos seus problemas mais íntimos, mas meramente uma vítima sofredora das suas vontades não atendidas. A sugestão de uma cura passa longe de um Salvador que levou sobre si os nossos pecados. Arrependimento de incredulidade, teimosia e iniquidades não entram em questão. Pecadores não são encorajados à se converterem a uma nova vida que é vida de verdade. Tal evangelho massageia o amor-próprio. Não há nada dentro dessa lógica que o faz amar a Deus e qualquer outra pessoa além de você mesmo. Esse evangelho terapêutico pode até mencionar a palavra “Jesus” com frequência, porém modificada para a idéia de Realizador-das-minhas-vontades, e não a do Salvador dos nossos pecados. Ele corrije a obra de Jesus. O evangelho terapêutico confunde o evangelho.

O evangelho que uma vez por todas foi entregue

O verdadeiro evangelho são as boas novas do Verbo que se fez carne, o Salvador que levou sobre si as nossas trangressões, o resurreto Senhor dos senhores: “Eu sou o que vive; fui morto, mas agora estou aqui, vivo para todo o sempre” (Apocalipse 1.18). Esse Cristo vira o mundo de cabeça para baixo. O Espírito Santo reprograma, como um dos efeitos primários de sua poderosa obra e presencia interna, o nosso senso de demandas. Porque o temor do Senhor é princípio da sabedoria, nós sentimos profundamente um conjunto diferente de necessidades quando consideramos a Deus e quando entendemos que nós nos levantamos ou caímos diante de seus olhos. Os meus impulsos instintivos são substituídos (muitas vezes rapidamente, sempre progressivamente) por um crescente senso de alerta a necessidades verdadeiras e de vida e morte:
  • Eu preciso de misericórdia acima de tudo: “Senhor, tem misericórida de mim”; “Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniquidade, que é grande”;
  • Eu quero aprender sabedoria, e desaprender a auto-preocupação teimosa: “tudo o que podes desejar não é comparável a ela”;
  • Eu preciso aprender a amar tanto à Deus quanto ao meu próximo: “o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia”;
  • Eu anseio pelo nome de Deus ser honrado, por seu reino chegar até nós, por sua vontade ser feita na terra;
  • Eu desejo que a glória, a bondade, a benignidade de Cristo sejam vistas aqui na terra, enchendo a terra assim como as águas cobrem os oceanos;
  • Eu preciso que Deus me mude de quem eu decidi ser por instinto, escolha e prática;
  • Eu desejo que ele me livre da minha autojustificação compulsiva, mortificando a minha atitude defensiva, de modo que eu possa perceber a minha necessidade das misericóridias de Cristo, para que eu aprenda a tratar os outros gentilmente;
  • Eu preciso da ajuda poderosa e íntima de Deus para desejar e realizar as coisas que duram para a vida eterna, ao invés de desperdiçar a minha vida com futilidades;
  • Eu quero aprender a passar por provações e sofrimentos em esperança, simplificando, purificando e aprofundando a minha fé;
  • Eu preciso aprender a adorar, deleitar-me, confiar, dar graças, clamar, refugiar-me, ter esperança;
  • Eu desejo a ressureição da vida eterna: “gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”;
  • Eu preciso do próprio Deus: “Mostra-me a tua glória”; “Maranata. Vem, Senhor Jesus.”
Faça assim, ó Pai das misericóridas. Faça assim, Redentor de tudo que está quebrado e em trevas.
A oração expressa desejo. A oração expressa o seu senso de dependência. Senhor, tenha misericórdia de nós. Os cânticos expressam alegria e gratidão pelo desejo atendido. As canções expressam o seu senso de necessidade a respeito de quem Deus é e de tudo que ele nos dá. Preciosa graça, quão doce é o som. Porém não há orações na Bíblia inspiradas nas demandas do atual evangelho terapêutico. Imagine: “Pai Celestial, ajuda-me a me sentir bem desse mesmo jeito que eu sou. Proteja-me hoje de ter que fazer qualquer coisa entediante. Aleluia, eu sou indispensável, e o que eu estou fazendo realmente está impactando a vida dos outros, e com isso consigo me sentir bem com a minha vida”. Que Deus tenha misericórdia de nós! Em contraste, encontramos em nossas Bíblias o som de milhares de clamores necessitados e brados de gozo que nos orientam de volta às nossas reais necessidades e ao nosso verdadeiro Salvador.


Coisas boas, deuses ruins

Propriamente entendidas e cuidadosamente interpretadas, as demandas produzem bons presentes. Porém, elas produzem deuses fracos. Priorize o prioritário. Busque primeiro o reino do Pai e a sua justiça, e toda boa dádida lhe será dada.

Isso é fácil de ver no caso de três particulares dádivas oferecidas pelo evangelho terapêutico do Grande Inquisitor. É uma boa coisa ter um manancial estável de alimento, “pão de amanhã” (Mateus 6.11, literalmente). Todo mundo está em busca de comida, água e roupas (Mateus 6:32). O nosso Pai sabe o que precisamos. Mas busque antes o seu reino. Você não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da sua boca. Se você cultuar as suas necessidades físicas, só restará a morte para você. Porém se cultuar a Deus, o doador de tudo o que há de bom, você será grato pelo que ele dá; você ainda terá esperança ao sofrer necessidades; e você irá certamente desfrutar do seu eterno Banquete.

Um senso de admiração e mistério também é algo bom. Contudo, os mesmos critérios e condições se aplicam. Deus não é o Mágico de Oz, criando experiências impressionantes só para você experimentar coisas novas. Jesus disse “não” sobre fazer de si mesmo um espetáculo em meio ao público no templo. É a sua fidelidade dia após dia que se mostra mais e mais impressionante. Priorize o prioritário. Daí você irá apreciar a glória de Deus em grandes e pequenas coisas. No final, você verá tudo como extraordinário, seja no presente (Apocalipse 4) ou no passado (Apocalipse 5). Você conhecerá o Deus incompreensível, criador e redentor, cujo nome é Maravilhoso.

De modo semelhante, ordem política é uma boa dádiva. Nós devemos orar para que as autoridades governem bem, de modo que possamos viver em paz (1 Timóteo 2.2). Todavia, se você vive por uma sociedade justa, você ficará desapontado. Novamente, busque o reino de Deus. Você se esforçará em direção a uma ordem justa social, desfrutará dela num nível razoável e terá razões para suportar injustiças. No final, você conhecerá uma alegria inimaginável no dia em que todas as pessoas se curvarem diante do reino do verdadeiro Rei.

Claro, Deus concede boas dádivas. Contudo, ele também dá o melhor presente, o inefável Presente dos presentes. O Grande Inquisitor queimou Jesus no tronco pois queria eliminar a Dádiva e o Doador. Ele escolheu dar às pessoas boas coisas, no entanto descartou o que era prioritário.

As coisas ofertadas pelo evangelho terapêutico moderno são um pouco complicadas de se interpretar. O odor do egocentrismo e da obsessão por si mesmo é próximo ao daquela lista de vontades: “Eu quero ______”. No entanto essas vontades, cuidadosamente reestruturadas e reinterpretadas, podem sim apontar na direção de uma boa dádiva. O pacote de “vontades” como um todo é sistematicamente desalinhado, no entanto as peças podem ser propriamente entendidas. Qualquer “evangelho diferente” (Gálatas 1.6) se faz plausível oferecendo peças de Lego da realidade ajuntadas em uma estrutura que contradiz a verdade revelada. A tentação de Satanás a Adão e Eva foi plausível somente porque incorporava muitos elementos da realidade, continuamente apontando na direção da verdade, ainda quando persistia apontando para longe da verdade: “Veja, que árvore bela e desejável. E Deus disse que ao prová-la serão revelados tanto o bem quanto o mal, com a possibilidade da vida e não da morte resultar da sua escolha. Assim como Deus é sábio, vocês como escolhedores podem se tornar como Deus em sabedoria. Venham agora e comam”. Tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Quase lá, mas exatamente o oposto.
Considere os cinco componentes que identificamos como o evangelho terapêutico:

1. “Demanda por amor”? Certamente é algo bom saber que você é tanto conhecido quanto amado. O Deus que sonda os pensamentos e as intenções dos nossos corações também coloca o seu amor fiel sobre nós. Entretanto tudo isso é redicalmente diferente do instinto impulsivo de ser aceito por quem eu sou. O amor de Cristo vem precisamente e pessoalmente apesar de quem eu sou. Você é aceito por quem Cristo é, pelo que ele fez, faz e fará. Deus verdadeiramente o aceita, e se Deus é por você, quem será contra você? Mas ao fazer isso, ele não afirma nem endossa o que você é. Pelo contrário, ele determina a sua transformação em outro tipo de pessoa fundamentalmente diferente. No verdadeiro evangelho, você se sente profundamente reconhecido e amado, no entanto a sua insistente “demanda por amor” foi derrubada.

2. “Demanda for relevância”? Certamente é uma boa coisa que as obras das suas mãos durem para sempre, como ouro, prata e pedras preciosas, e não como madeira, feno e palha. É bom quando aquilo que você faz com a sua vida tenha realmente importância, e quando as suas obras seguem para a eternidade.  Vaidade, futilidade e insignificância apontam para a maldição que existe sobre nossa vida profissional – inclusive na meia-idade, não só ao aposentar ou morrer, ou no Dia do Julgamento. Entretanto, o verdadeiro evangelho inverte a ordem das coisas pressupostas pelo evangelho terapêutico.  
A ânsia por impacto e relevância – uma das típicas “paixões da juventude” que fervilha dentro de nós – é meramente idolatria quando isso opera como Diretor de Operações do coração humano. Deus não preenche a sua demanda por relevância; ele preenche a sua necessidade por misericórdia e libertação da sua obsessão por relevância pessoal. Quando você se volta da sua escravidão para Deus, então as suas obras começam a serem contadas como boas. O evangelho de Jesus e os frutos da fé não são desenhados para “satisfazer as suas vontades”. Ele liberta da tirania das demandas, refazendo você a temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Eclesiastes 12.13). Dentro da divina ironia da graça, ela por si só torna de valor eterno aquilo que você faz com a sua vida.

3. “Demanda por autoestima, autoconfiança, e autoafirmação”? Adquirir um senso de confiança em sua identidade é um grande bem. A carta aos Efésios está cheia de várias dúzias de “declarações de identidade”, pois nelas o Espírito nos motiva à uma vida corajosa de fé e amor. Você é de Deus – dentre os santos, eleitos, filhos adotivos, filhos amados, cidadãos, escravos, soldados; parte de suas feituras, esposa e habitação – cada um desses em Cristo. Nenhum aspecto da sua identidade é autoreferencial, alimentando a sua “autoestima”. A sua opinião sobre si mesmo é muito menos importante do que a opinião de Deus sobre você, e uma autoavaliação precisa é derivada da avaliação de Deus. Uma verdadeira identidade tem Deus como referência. Uma verdadeira percepção sobre quem você é o aponta para uma alta estima a respeito de Cristo. Uma maior confiança em Cristo corresponde a um voto de plena ausência de confiança em e sobre si mesmo. Deus nunca substitui a timidez e bajulação por autoafirmação. Na verdade, afirmar as suas opiniões e demandas, tal qual são, fazem de você apenas um tolo. Ao se libertar da tirania de opiniões e desejos, você estará livre para avaliá-las precisamente e, então, expressá-las apropriadamente.

4. “Demanda por prazer”? De fato, o verdadeiro evangelho promete a experiência de infinita alegria, bebendo do seus rios de delícias (Salmo 36). Isso descreve a presença de Deus. Porém, como temos visto em cada caso, isso é chave para a reversão dos nossos impulsos instintivos, e não para a nossa satisfação. O caminho para a alegria é o caminho do sofrimento, perseverança, obediência nas mínimas coisas, disposição a se identificar com a miséria humana, disposição a descartar os seus persuasivos instintos e desejos. Eu não preciso ser entretido. Mas eu absolutamente PRECISO aprender a cultuar com todo o meu coração.

5. “Demanda por empolgação e aventura”? Participar do reino de Cristo é fazer parte da Maior História de Ação e Aventura Já Contada. Porém o paradoxo da redenção volta a virar o mundo de cabeça para baixo. A aventura real assume o caminho da fraqueza, luta, sofrimento, paciência e gentileza bem executadas nas mínimas oportunidades. A estrada para excelência em sabedoria não é nada glamorosa. Outras pessoas talvez tirem melhores férias e tenham um casamento mais emocionante do que o seu. O caminho de Jesus na verdade recebe mais pedras do que excitação. O seu reino talvez não guie os seus impulsos a buscar novos desafios e altas emoções, mas a uma “sólida alegria e duráveis tesouros que ninguém além dos filhos de Sião conhececem” 1.

Nós dizemos “sim”e “amém” para toda boa dádiva. Porém, priorize o prioritário. O evangelho terapêutico moderno, em suas múltiplas formas, satisfaz nossas vontades como são. Ele dá aquilo que queremos. Ele anula o culto ao Doador, cuja maior dádiva é a misericórdia em nosso favor ao invés daquilo que queremos por instinto, escolha, inculturação, e hábito. Ele nos chama ao arrependimento radical. Bob Dylan descreveu a alternativa terapêutica em um frase memorável: “Você acha que Ele é só um garoto de recados designado a satisfazer os seus desejos voláteis” 2. Coisas de segunda ordem são exaltadas como sujeitas ao Número Um.

Priorize o prioritário. Entenda o evangelho da encarnação, crucificação, ressureição e glória. Viva o evangelho do arrependimento, fé e transformação na imagem do Filho. Proclame o evangelho do Dia que se aproxima quando a vida eterna e morte eterna serão reveladas, o eminente Dia de Cristo.

Qual evangelho?

Qual evangelho você vai viver? Qual evangelho você vai pregar? Quais necessidades você vai trazer à tona e apresentar às pessoas? Qual Cristo será o Cristo do seu povo? Ele vai ser um “cristozinho” que vai massagear as suas demandas? Ou o Cristo que vira o mundo de cabeça para baixo e faz novas todas as coisas?

O Grande Inquisitor tinha o coração mole com respeito às demandas humanas – bastante empático com as coisas que todas as pessoas em todos os lugares buscam de todo o coração, bastante sensível à dificuldade de mudar as pessoas. No entante ele provou ser um monstro no final. Há uma frase em ministérios de misericórdia que diz assim: “Se você não atender as necessidades físicas das pessoas, não há compaixão. Porém, se você não der às pessoas o Cristo crucificado, ressurreto e que irá retornar, não há esperança”. Jesus alimentou pessoas famintas com pão, e ofereceu o seu corpo partido como o pão da vida eterna. É definitivamente cruel abandonar as pessoas em seus pecados, cativas em seus desejos instintivos, em desespero, debaixo de uma maldição. A ideia atual do evangelho terapêutico soa compassivo no primeiro momento. Mostra-se extremamente sensível aos pontos nos quais a dor e a decepção são mais acentuadas. Porém, no fim, é cruel e desprovida de Cristo. Ele não adota um autoconhecimento real. Não reescreve o roteiro do mundo. Não gera orações ou canções.

Nós não precisamos ser menos sensíveis, mas sim mais perspicazes. Jesus vira as demandas humanas de cabeça para baixo, gerando orações. Ele é a inefável Dádiva das dádivas, gerando canções. E ele concede todas as boas dádivas, tanto hoje como sempre. Que todo joelho se dobre e que tudo tem fôlego louve ao Senhor.

Tradução: Paulo Santos
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel

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Fonte:http://ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/865/O_Evangelho_Terapeutico

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Redenção a partir da rendição

21.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 04.01.16


“Pela revelação nós conhecemos a Deus;
pela rendição conhecemos seus caminhos”.
Watchman Nee

Se você aprendeu que o ato de adorar a Deus se restringe a cantar na igreja, esqueça. 

Para entendermos a essência da adoração devemos reler o diálogo entre Jesus e a mulher samaritana: “Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Jesus declarou: Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.20-24). 

O que faz um adorador? Prostra-se. O que faz um verdadeiro adorador? Prostra-se somente diante daquele que é digno de receber toda honra e glória: o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Pedro nos ensina: "Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que ele a seu tempo vos exalte." (I Pd. 5.6). O verdadeiro adorador se inclina, aproxima seu rosto do pó e reconhece sua miserabilidade. Em outras palavras, prostrar-se é se render. A rendição consiste numa entrega plena, numa atitude de não resistência. Veja este exemplo: a rendição de um malfeitor é acompanhada de uma demonstração de entrega total. Este se ajoelha e coloca as mãos sobre a cabeça ou deita-se com o rosto voltado para o chão e mãos para trás. Esta atitude demonstra uma não resistência. 

De igual modo, quando nos prostramos diante de Deus, demonstramos que nosso coração está rendido à sua vontade, não há resistência alguma de nossa parte. Um coração resistente não está apto a servir a Deus, ao contrário, sempre se mostrará rebelde. É importante frisar que a carne dificilmente se submeterá à vontade de Deus, logo só é possível servi-lo em espírito. “A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo” (Rm 8.6-7). Os verdadeiros adoradores são os que se rendem a Deus, os que não resistem ao Espírito Santo.

A mulher samaritana não resistiu ao chamado de Jesus: "Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água" (Jo 4.15). A partir do exemplo desta mulher podemos perceber que a água da vida é um privilégio dos adoradores. Os que se curvam diante de outros deuses e bem de outras fontes nunca se saciam, mas os que se prostram diante de Jesus, os que se rendem ao seu chamado experimentam um vida abundante: “... quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14). 

Posto isto, conclui-se que a redenção é fruto da rendição, como bem observou o salmista: 

“Não te deleitas em sacrifícios nem te comprazes em oferendas, pois se assim fosse, eu os ofereceria. O verdadeiro e aceitável sacrifício ao Eterno é o coração contrito; um coração quebrantado e arrependido jamais será desprezado por Deus!” (Sl 51.16-17).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/redencao-a-partir-da-rendicao

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A Resposta de Deus à Alienação

26.11.2015
Do portal da Revista Impacto, 03.09.2011
Por Asher Intrater*

A alienação é a maldição e o mais abrangente dilema espiritual da nossa época. Fruto da abundância de conveniências e dispositivos tecnológicos no mundo moderno, é a síndrome que faz o indivíduo sentir-se isolado e não encaixado, como se não pertencesse a nada. Cada um se refugia mais e mais dentro de sua própria bolha de isolamento. Não sabe como se comunicar com os seus vizinhos e não encontra, praticamente, uma pessoa com quem possa compartilhar um diálogo íntimo e significativo. É o contrário de comunidade.
Evidências da Alienação
Como sabemos que nossa sociedade é alienada? Há inúmeros sintomas. O núcleo familiar está se desmoronando. Amigos são transferidos, de uma hora para outra, para outra parte do país por causa de trabalho. As pessoas viajam para o serviço dentro de suas bolhas de aço e borracha, sem qualquer relacionamento com os outros milhares de motoristas ao seu redor.
O entretenimento da maioria das pessoas é ficar olhando com a mente vazia para uma tela de vídeo. O monólogo da televisão substitui hoje a conversa e a socialização entre os membros da família após o jantar. O círculo de amigos de um homem agora consiste de uma esfera imaginária de personalidades e heróis fabricados pela mídia.
Num mundo alienado, todas as formas de verdadeiro relacionamento pessoal são fraturadas. O homem, que foi feito para viver relacionando-se com outros da sua espécie, começa a definhar interiormente por falta de amizade. A solidão permeia a sociedade como uma enorme sombra escura, cobrindo milhões de pessoas que vivem praticamente encostadas umas às outras nas grandes metrópoles. Como alguém num barco salva-vidas no meio de um oceano onde há “água, água por toda parte, mas nem uma gota para beber”, nas megalópoles modernas há pessoas e mais pessoas por toda parte, mas ninguém com quem se possa ter amizade íntima e verdadeira.
E disse o Senhor Deus: “Não é bom que o homem esteja só…” (Gn 2.18)
Deus criou o homem como um ser social. Não fomos projetados para vivermos sem amizades. O paradigma da alienação no nosso mundo moderno é sintoma de uma sociedade que separou completamente a sua infra-estrutura do sentido de comunidade que Deus pretendeu originalmente.
O Evangelho como um Convite ao Relacionamento
Neste mundo de alienação, a Igreja precisa oferecer uma solução. Devemos ser uma comunidade modelo na qual os relacionamentos são restaurados. Do meio da escuridão de alienação e solidão, as pessoas buscarão a luz da amizade com Jesus e os seus santos.
O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo… Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros… (1 Jo 1.3,7)
A mensagem do evangelho é essencialmente um convite ao relacionamento. Os primeiros discípulos, que tinham um relacionamento pessoal com Jesus, tanto físico como espiritual, convidavam outras pessoas para seu círculo de amizade. Não se podia pensar em ter um relacionamento com Jesus sem entrar num relacionamento com os discípulos. Considere o seguinte: dizemos hoje que as pessoas “são salvas”, mas no primeiro século diziam que eram “acrescentadas à igreja” (veja At 2.47).
Crer no evangelho era entrar em relacionamento com outras pessoas que haviam crido e, através delas, com Jesus. A mensagem do evangelho não é em primeiro lugar uma doutrina para ser afirmada, mas um relacionamento vivo para ser experimentado. Entretanto, a maneira como pregamos geralmente contradiz o verdadeiro aspecto relacional do próprio evangelho. Em virtude do fato de termos crescido numa sociedade alienada, nossa tendência é transmitir aos incrédulos o conteúdo informacional da mensagem do evangelho sem oferecer-lhes o relacionamento pessoal que vai junto.
Dizemos para as pessoas: “Olhe, estou lhe oferecendo um relacionamento”; só que depois não oferecemos relacionamento nenhum. Nossas atitudes tornam a mensagem impossível de ser acreditada. O fato de alguém dizer na televisão: “Jesus te ama e eu também” é o mesmo que oferecer um relacionamento sem estar presente. Entregamos um folheto com uma bela ilustração e, em seguida, nos viramos e vamos embora porque nos sentimos tão embaraçados e desconfortáveis com o contato pessoal que não conseguimos nem olhar nos olhos da pessoa.
Ironicamente, somos nós que temos a verdadeira amizade que as pessoas estão procurando. O mundo tem fome desesperada daquilo que temos para oferecer. Correm ansiosamente para cá e para lá, buscando algum substituto carnal para a verdadeira amizade pura e pessoal. As pessoas que não compreenderam que podem ter genuína intimidade homem-mulher no seu casamento buscam o substituto da imoralidade sexual. Outros correm de uma seita ou moda espiritual a outra, porque não acreditam que podem ter um verdadeiro encontro pessoal com Deus na igreja.
Evangelismo por Amizade
Pesquisas sobre o evangelismo mostram que a maioria das pessoas vem para a fé em Jesus através da amizade de um cristão sincero. Ora, devemos utilizar todas as formas possíveis de evangelismo pela mídia, quer seja mídia impressa, do rádio ou da televisão. Entretanto, o evangelismo de mídia nunca será capaz de substituir a tarefa simples e primária do evangelismo por amizade. Como o encontro com o evangelho é um relacionamento, a melhor maneira de propagá-lo é através de contato pessoal.
O evangelismo de mídia espalha a semente de maneira ampla. O evangelismo por amizade é o trabalho de contato direto que faz a colheita da semente através da conversão. Transmitir informação a respeito do evangelho é semelhante ao trabalho de publicidade. Estabelecer uma amizade entre um cristão e um incrédulo é como o contato pessoal do vendedor que fecha a venda.
O Que é Vida de Igreja?
Muitas das funções e atividades congregacionais nas nossas igrejas foram desenvolvidas a partir de técnicas oriundas de uma sociedade alienada. Temos programas nos quais as pessoas vêm e assistem a um show como se estivessem num teatro. Depois vão para casa sem terem experimentado nada além do nível mais superficial de relacionamento. Geralmente pastores e ministros exercem os seus ministérios com as técnicas modernas de administração de empresas. Muitos acham difícil sair fora de suas rotinas administrativas a fim de promover relacionamentos, seja com o seu próprio rebanho, seja com os não convertidos da comunidade local.
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. […] Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. (At 2.42,46).
Vemos aqui um quadro de pessoas dividindo regularmente suas vidas através de relacionamentos íntimos. Além de pregar e orar, a sua atividade mais comum era comer junto. Encontrarem-se uns nas casas dos outros para refeições em comum e bate-papo era o aspecto central da vida social das comunidades cristãs primitivas. Esses círculos de comunhão, em constante expansão, descrevem o padrão bíblico daquilo que realmente pode ser chamado vida de igreja.
Seria um choque tentar verificar quantos programas e atividades na igreja hoje realmente refletem o padrão do livro de Atos. Alguns dos elementos mais comuns nos círculos cristãos atuais não estão na Bíblia. Isso não significa necessariamente que estão errados – somente que devemos analisar a situação para saber o que estamos fazendo. Não existe praticamente uma menção na Bíblia de uma reunião semanal aos domingos, de um edifício físico da igreja, de um escritório de pastor, uma escola dominical, uma junta de oficiais ou de quase nenhuma das outras coisas que fazem parte da estrutura organizacional que desenvolvemos como parte da nossa cultura cristã.
Não sou contrário a qualquer um desses elementos em si. O problema é que nosso envolvimento em programas que nasceram numa sociedade alienada não nos deixa mais espaço para cultivar relacionamentos de amizade.
Organismo versus Organização
O mundo está procurando amizades verdadeiras. Se com os nossos programas excluímos esse aspecto vital da vida da igreja, estamos jogando fora a única coisa que as pessoas à nossa volta estão procurando.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte. (Mt 5.14)
Jesus é a luz no meio da Igreja. Devemos ser uma comunidade de luz para o mundo, uma “cidade” brilhando com a luz divina. Amor é luz. Comunhão e relacionamentos de amor são luz. Ausência de amor é escuridão. O mundo de hoje, com seus relacionamentos fraturados, vive na escuridão. Somente o espírito da comunidade divina dentro da Igreja oferece luz para o nosso planeta escuro e alienado.
Se nós, como cidade espiritual, quisermos trazer a luz da comunhão para o mundo, teremos de restaurar a visão da Igreja como uma esfera de círculos de amizade em contínua expansão. Como nos é sugerido em João 15.2, teremos de podar muitos dos programas da Igreja que impedem os relacionamentos interpessoais. Já que a Igreja é descrita como um “corpo”, precisa haver uma ligação orgânica entre seus membros assim como há entre as diversas partes de um corpo (Ef 4.16).
Se uma igreja local não estimula relacionamentos pessoais entre os seus membros, na verdade nem é uma igreja no verdadeiro sentido da palavra; é simplesmente um local de reunião. Um estudo bíblico não deve seguir o modelo de uma sala de aula, nem o culto de louvor, uma produção teatral. O pastor não deve agir como se fosse o executivo de uma empresa, nem praticar aconselhamento pastoral como se fosse um psicólogo.
O Isolamento/Síndrome da Ganância
O que é que faz tantas pessoas cooperarem com o espírito de alienação na nossa sociedade? A resposta está na natureza da ganância e da ambição.
Quem se isola busca interesses egoístas… (Pv 18.1 – NVI).
Quando um homem busca a realização do seu próprio desejo, ele não quer entregar-se em submissão e cooperação a relacionamentos com outras pessoas. O sistema do mundo inculca valores de materialismo e orgulho, a ponto de as pessoas se verem em competição com os seus vizinhos. É necessário derrotar os companheiros de trabalho para conseguir o próximo aumento ou promoção, ou então “igualar-se aos demais”, comprando um modelo mais caro do mais novo lançamento.
Os valores familiares não são enfatizados como sendo importantes no local de trabalho. O novo e promissor empregado não é estimulado a ir para casa e dedicar tempo à esposa e aos filhos. As metas imediatistas da empresa que só visam lucros rápidos cega os administradores para o fato de que, a longo prazo, ganhariam muito mais com um empregado de carreira que tivesse uma família estável. A gerência normalmente adverte aos jovens aspirantes que se não trabalharem muitas horas extras e sacrificarem sua vida familiar pela empresa, não serão promovidos. As regras do jogo da ambição dizem que negócios bem-sucedidos e uma vida familiar equilibrada não combinam.
O mesmo ocorre no ministério. Um ministro cujo maior interesse é que sua própria organização ministerial cresça não vai ter tempo para investir em relacionamentos pessoais. Assim, a alienação toma conta, tanto no mundo como na Igreja, porque as pessoas estão dispostas a se isolarem a fim de atingir os objetivos que promovam os seus egos. Portanto, enquanto não desistirmos da ambição egoísta e do orgulho, nunca conseguiremos quebrar o padrão de isolamento e alienação.
Precisamos ter muita segurança da nossa identidade no Senhor para não nos tornarmos escravos desse esquema de sempre querer subir mais um degrau. Somente uma pessoa psicologicamente segura saberá que construir um relacionamento com alguém tem muito mais valor do que competir com ele. A Igreja precisa ensinar o valor bíblico de que as pessoas são mais importantes do que as coisas, e que relacionamentos são mais importantes do que realizações.
Cristianismo não é uma religião
Se a vida de Igreja foi designada para promover relacionamentos interpessoais e o ministério da reconciliação, pode ser que tenhamos de alterar algumas das nossas premissas básicas sobre o cristianismo. Se a vida de igreja deve ser uma comunidade espiritual no meio de uma sociedade alienada, precisaremos reavaliar as estruturas e programas que, até agora, achamos essenciais.
Para começar, o cristianismo do Novo Testamento não é, na verdade, uma religião. Uma religião é um sistema de rituais, dias santos, regras de comportamento e leis morais que orientam as vidas de um grupo de pessoas. Deus somente planejou uma religião. Essa religião não é o cristianismo e, sim, o judaísmo. Judaísmo é, de fato, uma religião. Cristianismo, por outro lado, é um relacionamento de fé com Deus através de Jesus, o Messias. Judaísmo é o contexto religioso no qual a fé em Jesus como o Messias foi gerada.
Jesus não veio iniciar uma nova religião. Ele veio para manifestar o relacionamento mais profundo de coração que era o objetivo final da religião judaica. O propósito do Novo Testamento não era apresentar um novo sistema de regulamentos para substituir o Judaísmo. O Cristianismo não é um sistema de regulamentos; pelo contrário, é uma rede cada vez mais ampla de relacionamentos pessoais, começando com Jesus e seus apóstolos, e estendendo-se a todo aquele que entra em relacionamento com eles.
Não é meu objetivo atirar pedras contra a religião organizada, mas levar-nos a repensar a nossa visão do Corpo de Cristo.
A saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo … e nos confiou a palavra da reconciliação. (2 Co 5.19).
A Igreja é um corpo de pessoas que estendem o ministério da reconciliação de Jesus para os outros, um modelo de comunidade celestial no meio de um mundo alienado. A Igreja é um centro de treinamento onde aqueles que se reconciliaram com Deus aprendem a ser reconciliados uns com os outros e a serem testemunhas dessa reconciliação num mundo perdido e moribundo.
*Asher Intrater é um dos fundadores de “Tikkun Ministries International”, um ministério de judeus messiânicos em Israel. Junto com Dan Juster, Eitan Shishkoff e outros, tem trabalhado com comunidades locais em Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades, com evangelismo de rua, treinamento e preparação de jovens discípulos para o ministério. O artigo acima foi extraído e adaptado de seu livro: “The Five Streams” (As Cinco Correntes).
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Fonte:https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/a-resposta-de-deus-a-alienacao/#comment-15047

Sobre Alienação Espiritual

26.11.2015
Do blog THE WAY, 25.07.15
Postado por  Mikael Antony 


  Boa tarde galerinha, a postagem de hoje é sobre o Espírito Santo, esse nosso amigo maravilhoso, nosso conselheiro, nosso ajudador que nos fortalece e nos edifica; mas também é sobre alienação espiritual.

  E o que seria alienação espiritual? Hoje em dia, em qualquer cidade que você vá, você encontra, no mínimo, dezenas de igrejas, e a maioria delas cheia de gente, muitas delas estão lá para serem curadas, muitas estão lá para vencer uma causa na justiça, muitas estão lá para conseguir um emprego, outras tantas pra conseguir um casamento; que beleza né? Mas será que esses motivos são os verdadeiros motivos pelos quais devemos ir a igreja?

  Essa é a nossa realidade, milhares de igrejas transbordando de pessoas com interesses pessoais que os obrigam a ficar ali. Será que essa é a vontade de Deus?

  É claro que Deus quer nos abençoar, nos curar, nos prosperar e tudo mais; essas coisas fazem parte das promessas de Deus para as nossas vidas.

  Mas e se a única promessa da Bíblia fosse a salvação?

  Imagine só, se Deus enviasse um anjo a todas as igrejas mandando dizer que de agora em diante não haveriam mais bençãos ou curas, e que deveríamos apenas aguardar a volta de Jesus perseverando em oração e buscando o Espírito Santo. Com certeza, veríamos muitas igrejas fechar as portas por falta de membros. Isso é alienação espiritual, distorção de valores.

  Deus não é um armazém de bençãos, pago com duas horas de presença em um culto de domingo, Deus não pode ser resumido na prosperidade financeira, na cura física ou na satisfação emocional. Deus é muito maior do que isso, muito maior que os nossos interesses de vaidade desse mundo.

A alienação espiritual é uma distorção da palavra de Deus, pois faz com que a pessoa coloque a si mesmo e aos seus problemas em um lugar de destaque, enquanto que Deus, serve para solucionar os seus problemas e suprir suas necessidades imediatas. Deus é um Rei Glorioso, vestido de Santidade, Criador do Universo, Onipotente, Onipresente, Onisciente e Onividente; e nós fomos alcançados pela sua misericórdia de uma maneira que não merecíamos.

  Estamos cansados de ver outros tantos que enchem seu peito de unção, empinam o nariz e passam por cima de tudo que não lhe interesse ou não esteja no seu “nível”, usam o seu suposto nível espiritual para se promoverem.

  A igreja precisa se lembrar de 2 Coríntios 4:7 que diz “Porém nós que temos esse tesouro espiritual somos como potes de barro para que fique claro que o poder supremo pertence a Deus e não a nós.”

  Somos como potes de barro, e se a presença maravilhosa do Espírito Santo for retirada de nós, somos simples potes vazios e sem valor, pois nosso valor está em Deus, e só temos este valor por causa da misericórdia e do amor de Deus que nos alcançou imerecidamente.

  A alienação espiritual que estamos vendo é fruto, entre outras coisas, do orgulho, e para acabarmos com ela precisamos entender que NÓS NÃO SOMOS OS PERSONAGENS PRINCIPAIS DAS NOSSAS VIDAS.

Fiquem com Deus, um abração e até semana que vem!!!
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Fonte:http://dwayjesus.blogspot.com.br/2015/06/sobre-alienacao-espiritual.html

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A IGREJA, O PAÍS E O MUNDO

04.11.2015
Do portal ULTIMATO ONLINE
Por Robinson Cavalcanti*

Desafios a uma fé engajada


A Igreja, o País e o Mundo -- Desafios a uma fé engajada
“A Igreja não é o reino de Deus, mas expressão, vanguarda, antecipação e sinal desse mesmo reino. Nem todos os que nela visivelmente estão, de fato são; nem todos os que dela são, visivelmente estão. Nela encontramos diversos dons, vocações e níveis de maturidade.

O Brasil tem sido um país de ‘donos’. O nosso legado é religioso, mas de uma religiosidade superficial e de conteúdo ético débil. Os cristãos, espalhados pelas várias classes sociais, vamos reproduzindo a ideologia, os interesses e os discursos das nossas respectivas classes. Não percebemos que o compromisso com o reino de Deus nos chama para a denúncia, a pronúncia, a proposta e a ação.

Entre as nações e dentro das nações o conceito de justiça social é considerado uma aberração. A competitividade pressupõe o individualismo e a solidariedade é algo contraproducente. O mundo ‘normal’ requer a luta de todos contra todos, com a sobrevivência dos mais fortes. O lema da nossa época parece ser: ‘Cada um por si e o diabo por alguns’.

A ação iluminada pela adoração e pela reflexão nos dará melhores condições para ver, julgar e agir, sem sacralizarmos sistemas ou épocas, mas sendo sal e luz, a partir de um eterno que tenha sempre o frescor da atualidade.”

*Visite o Memorial Robinson Cavalcanti

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/a-igreja-o-pais-e-o-mundo