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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O DEUS TRINO: O PAI, O FILHO E ESPÍRITO SANTO

23.10.2013
Do portal da IGREJA ALIANÇA DO CALVÁRIO
Por www.aliancadocalvario.com


1. DOUTRINA DA TRINDADE
“Não posso pensar em um e único, sem que me veja imediatamente envolvido pelo fulgor dos três; nem posso distinguir os três, sem que me veja imediatamente voltado para um e único.”(NAZIANZO, Gregório de. Sermão sobre o santo batismo).
“Eis que me aparece, como num enigma, a Trindade. Sois vós, meu Deus, pois Vós, Pai, criastes o céu e a terra no princípio de nossa Sabedoria, que é a vossa Sabedoria, que de Vós nasceu, igual e co-eterna convosco, isto é, no vosso Filho.
(…) No vocábulo “Deus”, eu entendia já o Pai que criou todas as coisas; e pela palavra “princípio” significava o Filho, no qual tudo foi criado pelo Pai. E, como eu acreditasse que o meu Deus é Trino, procurava a Trindade nas vossas Escrituras e via que o vosso Espírito“pairava sobre as águas”. Eis a vossa Trindade, meu Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Eis o Criador de toda criatura.” (AGOSTINHO, Aurélio. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 379-380).
1.1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tratará de um dos temas mais complexos e debatidos de toda a teologia e do pensamento cristão: A Doutrina da Trindade. Tal assunto possui a capacidade de gerar inúmeras dúvidas em nossa mente, tais como: como Deus é único e ao mesmo tempo três? Serão três Deuses diferentes? Será apenas um Deus, que se manifesta de três formas diferentes? Ou ainda: Um único Deus, com três subsistências distintas?
O primeiro cuidado a se tomar, em um estudo pormenorizado da Trindade, é que ela é possível de ser entendida, contudo, não sem a devida reverência e fé. O tema aborda uma realidade que é totalmente desconhecida a nós e, além disso, sem parâmetro em toda a criação. Não há um só exemplo sequer nas existências que se compare a subsistência perfeita de Pai, Filho e Espírito Santo.
O termo Trindade (lat. Trinitas), foi cunhado pelo bispo Tertuliano (160-230), para ser o designativo da doutrina de que Deus é a coabitação eterna e perfeita de três pessoas que partilham da mesma Deidade.
Para se alcançar um entendimento sóbrio e isento de heresias acerca da Trindade é necessário analisar os dados bíblicos, dos quais naturalmente emerge essa doutrina, ao invés de se criar modelos e tentar encaixar a Bíblia a eles. O melhor modelo que podemos utilizar para a explicação da Trindade deve ser o reflexo direto dos dados escriturísticos.
A Trindade é, portanto, uma doutrina que emerge da Bíblia, e não algo que foi moldado para se encaixar com a Bíblia; é uma doutrina que as próprias Escrituras ensinam, não apoiada apenas em um texto, mas em toda a extensão e revelação da Palavra de Deus.
1.2 EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE
1.2.1 A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

O AT apresenta Deus como sendo um só Deus, que se torna conhecido pelos Seus nomes, atos e atributos, entretanto, é conveniente atentar que, apesar da postura centralizadora da Deidade – com vistas a formar um povo que se mantivesse fiel ao monoteísmo – há inúmeras passagens que denotam a pluralidade de pessoas na Deidade vétero-testamentária.
Utilizando o texto bíblico de Gn. 1.1-2, podemos concluir, como Agostinho, a existência, desde os primeiros versículos da Bíblia, de um Deus Trino, conforme abaixo:
“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”
Analisando o texto em hebraico temos:
Deus (hb. elohiym, plural de ‘elowahh, designação do supremo Deus), no princípio (hb. re’shiyth, o primeiro em lugar, tempo, ordem ou ranking) (re)criou (hb. bara’, criar, fazer e ‘eth, propriamente, por si só, ou seja ‘criou sem qualquer auxílio) os céus e a terraE a terra era(hayah, vir a ser, tornar-se) sem forma e vazia (hb. tohuw, desolação, deserta, sem coisa alguma, bohuw, estar vazia, vacuidade, ruína indistinguível); e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus (hb. ruwach elohiym, semelhante ao fôlego, exalação violenta, aplicável apenas a um Ser racional) se movia sobre a face das águas.
Do exame acima, pode-se concluir que: Deus foi o responsável pela criação (e recriação) de todas as coisas, através do Seu princípio (Jesus, cf. Ap. 3.14) e Seu Espírito Santo já encontrava-se em operação no mundo.
A criação do homem reflete o consenso da Deidade, ao utilizar “façamos (hb. ‘asah, fazer no sentindo mais amplo e extensivo possível)… à nossa imagem e semelhança (hb. tselem, uma sombra, figura representativa, dmuwth, similitude, forma, modelo)” em Gn.1.26-27.
O episódio da confusão das línguas em Babel aponta para um plural e concordância volitiva da Deidade, cf. Gn. 11.7, o mesmo ocorre em Is. 6.8, sendo que em ambos Deus usa para si mesmo pronomes plurais.
Em Gn. 20.13 e 35.7 há o emprego do substantivo e do verbo hebraico no plural, isto é, “Deuses fizeram” e “Deuses se lhe revelaram”.
Sl. 45.6-7 (confrontar com Hb.1.8-9) revela Deus (Pai), falando de ‘outro’ Deus (Jesus), que ungiu um de forma diferente aos seus companheiros (distinção da essência de Jesus e dos ‘companheiros’, i.e. anjos Hb.1.1-4).
O Sl. 2.7 apresenta o Filho (hb. ben, filho, procedente de um antecessor genealógico, no caso, esse Filho, é gerado, mas não criado, Ele é co-eterno) do Senhor (hb. Yaweh ou Yehova, o auto-existente, eterno, ‘eu sou’) como sendo gerado.
Pv. 30.4 apresenta perguntas de sabedoria sobre questões variadas, finalizando com a inquirição de qual é o nome (pelo nome, no hebraico, sabia-se a natureza e derivação da pessoa) de Deus e de seu Filho.
Em Nm. 6.24-26, Is. 6.3 e Ap. 4.8, é utilizado o Triságio (gr. tris-agion, três vezes Santo), que é o nome utilizado para referir-se à aclamação da Deidade como Santo, Santo, Santo, referência à Trindade.
O Verbo de Deus como a Sabedoria, em Pv. 8.1, 22, 30-31, comparado com Hb. 1.1-2. Pv. 3.19 é digno de nota em “O Senhor (hb. Yaweh ou Yehova)com sabedoria (hb. chokmaw, sabedoria, capacidade, inteligentemente, provém da raiz chakam, sobre excedente sabedoria, sabedoria primeira) …”
O Anjo do Senhor (hb. mal’ak, embaixador, rei, enviado, sempre de Deus, Yaweh ou Yehova) como o próprio Deus (Teofania), nas passagens de Gn. 22.11, 16 e 31.11,13. Deus aparecendo em forma corpórea a Abraão (Cristofania) em Gn. 18.1, 13-14. Deus se manifestando a Moisés no monte Sinai, em Ex. 3.2-5. Deus se revelando aos pais de Sansão, Jz. 13.18-22. O quarto homem na fornalha ardente com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Dn. 3.25, 28, chamado por Nabucodonosor de “Filho de Deus” (ara. bar, filho e ‘elahh de ‘elowahh, designação do supremo Deus).
Por fim, a passagem de Zc. 12.10 ensina, ainda que para um completo entendimento é necessário o NT – sobre as três pessoas da Divindade: o Pai (a quem olhariam), O Filho (traspassado) e o Espírito Santo (que daria a entender a obra do Filho).
1.2.2 A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
O NT principia seus escritos, através dos Evangelhos, apresentando uma radical mudança de foco do Deus do AT – até então centralizador – para a “nova” (apesar de não ser “nova” no sentido de algo recentemente criado, mas “nova” no sentido de só àquela época revelada) manifestação da Deidade, que abre a porta para o conhecimento claro de Jesus Cristo e do Espírito Santo.
1.2.2.1 A PESSOA DO PAI É DEUS
Há um tão grande número de passagens bíblicas que revelam o Pai como Deus, que seria desnecessário prolongar muitas explicações acerca de Sua Deidade. A título de exemplo observe-se Jo. 6.27 e 1Pe. 1.2.
1.2.2.2 A PESSOA DE JESUS CRISTO É DEUS
Jesus Cristo é expressamente chamado de Deus, e isto se prova através da passagem de João 1.1-2:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.”
Nesses versículos o apóstolo João apresenta uma maneira de escrita que relembra a introdução do Gênesis, intencionando com isso revelar que Aquele do qual ele tratava (Jesus) é um ser co-eterno com o Deus da criação do AT.
A palavra “no princípio”, em grego (en archei) é semelhante ao hebraico (berêshith), presente em Gn. 1.1, logo, vemos João apontando que Jesus e Deus não tiveram início, mas que relacionam-se desde a eternidade, ainda antes da Criação.
João se refere a Jesus como o “Verbo” (gr. Logos). A utilização dessa palavra foi extremamente criteriosa, pois:
“É relevante que João opta por identificar Cristo no seu estado pré-encarnado com o Logos e não como Sophia (sabedoria). João evita as contaminações dos ensinos pré-gnósticos que negavam a humanidade do Cristo ou separavam o Cristo do homem Jesus. O Logos, que é eterno, “tornou-se carne.”
O apóstolo prossegue dizendo que o “Verbo estava com Deus” (gr. Logos pros ton theon), o que significa dizer que Eles tinham um relacionamento “face a face”, ou seja, desde a eternidade já estavam juntos. Na continuação do versículo João fecha o raciocínio ao dizer claramente que o Verbo, desde a eternidade, já era Deus.
O último versículo (v. 2) serve como uma ênfase que essa pessoa (Jesus Cristo), realmente estava em interação contínua com Deus desde antes da Criação.
Em João 1.14, o Verbo entra na História (se fazendo carne), como Jesus de Nazaré, sendo Ele o único capaz de revelar quem o Pai é, conforme João 1.17-18.
Pelo fato de Jesus ter compartilhado a glória de Deus desde toda eternidade (Jo. 17.15), Ele é objeto da adoração reservada somente a Deus, pois Ele é Deus (Jo. 5.23 e Fp. 2.10-11).
Jesus possui os mesmos atributos de Deus
Vida, Jo. 1.4, 14.6 – Existência própria, Jo. 5.26, Hb. 7.16 – Imutabilidade, Hb. 13.8 – Verdade, Jo. 14.6, Ap. 3.7 – Amor, I Jo. 3.16 – Santidade, Lc. 1.35, Jo. 6.69, Hb. 7.26 – Onipresença, Mt. 28.20 – Onisciência, Mt. 9:4, Jo. 2.24-25, 1Co. 4.5, Cl. 2:3 – Onipotência, Mt. 28.18, Ap. 1.8.
Finalmente, tudo que se pode dizer com relação ao Pai, pode-se dizer com referência ao Filho, conforme Cl. 2:9, Rm. 9:5 e Jo. 14:9-11. Assim, Jesus é Deus, da mesma forma que o Pai o é.
1.2.2.2 A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO É DEUS
O Espírito Santo, além de ser uma pessoa, é Deus, e habita desde a eternidade com o Pai e o Filho, de acordo com Hb. 9.14, mas que fora “dado” com a vinda de Jesus Cristo (Jo. 7.39).
O Espírito Santo é referido na Bíblia como sendo o próprio Deus, segundo At. 5.2-4, 1Co. 3.16, 12.4-6.
O Espírito Santo possui os mesmos atributos de Deus
Vida, Rm. 8.2 – Verdade, Jo. 16.13 – Amor, Rm. 15.30 – Onipresença, Sl. 139.7 – Onisciência e Onipotência, 1Co. 12.11.
Por fim, o Espírito Santo é digno da mesma honra e adoração do Pai, conforme 1Co. 3.16. Logo, o Espírito Santo é Deus, da mesma forma que o Pai e o Filho são.
1.3 ALGUNS ESCLARECIMENTOS
Deus é Trino, ou seja, de uma mesma essência ou substância (gr. homoousios, lat. substantia), entretanto possui três subsistências distintas (gr. prosopa, lat. persona), isto é, são realidades pessoais individuais, de tal forma que o Pai é o Pai, o Filho é o Filho e o Espírito é o Espírito, sem se misturarem, mas com perfeita concordância entre si.
Enfim: de uma mesma natureza em três pessoas distinguíveis.
Quanto a Jesus ter sido “gerado” pelo Pai (Hb. 1.5), ou ser o “unigênito” do Pai (Jo. 1.14) não significa que Ele foi, em algum momento “criado”, pois a palavra original é (gr. monogenês), que significa “incomparável”, “especial”, “único do seu tipo”, e “é aplicada a Jesus para enfatizar que Ele é, pela sua natureza, o Filho de Deus num sentido incomparável e especial, como nenhum outro pode ser.”
1.4 A ATUAÇÃO CONJUNTA DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO
Claramente se percebe o ensino da Trindade e da igualdade de Divindade entre as três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, nas passagens de Mt. 28.19 e 2Co 13:13.
1.5 RESUMO DA TRINDADE PARA JOÃO CALVINO
A distinção das pessoas na Trindade:
“Por isso, também, não devemos deixar-nos levar a imaginá-la como uma trindade de pessoas que detenha o pensamento cindido em relação às partes e não o reconduza, imediatamente, a essa unidade. Por certo que os termos Pai, Filho e Espírito assinalam distinção real, de sorte que não pense alguém serem meros epítetos [vocativos, nomes], com quê, em função de suas obras, Deus seja diversificadamente designado; entretanto se fala de distinção, não divisão. Que o Filho tem sua propriedade distinta do Pai no-lo mostram as referências que já citamos, pois a Palavra não haveria estado com o Pai se não fosse outra distinta do Pai; nem haveria tido sua glória junto ao Pai, a não ser que dele se distinguisse. De igual modo, ele distingue de si o Pai, quando diz que há outro que dá testemunho a seu respeito [Jo 5.32; 8.16, 18]. E a isto importa o que se diz em outro lugar: que o Pai a tudo criou mediante o Verbo [Jo 1.3; Hb 11.3], o que não seria possível, a não ser que, de alguma forma, seja distinto dele. Além disso, o Pai não desceu à terra, contudo desceu aquele que procedeu do Pai; o Pai não morreu, nem ressuscitou, e, sim, aquele que fora por ele enviado. Tampouco esta distinção teve início a partir de quando a carne foi assumida; ao contrário, é manifesto que também antes disso ele foi o Unigênito no seio do Pai [Jo 1.18]. Pois, quem ousa afirmar que o Filho ingressou no seio do Pai quando, finalmente, então desceu do céu para assumir a natureza humana? Portanto, ele estava no seio do Pai e mantinha sua glória junto ao Pai antes disso [Jo 17.5].
Cristo assinala a distinção do Espírito Santo em relação ao Pai quando diz que ele, o Espírito, procede do Pai; além disso, a distinção do Espírito em relação a si mesmo a evidencia sempre que o chama outro, como quando anuncia que outro Consolador haveria de ser por ele enviado; e freqüentemente em outras passagens [Jo 14.16; 15.26]”.
Funções diferentes na Trindade:
“(…) a distinção que observamos expressa nas Escrituras, consiste em que ao Pai se atribui o princípio de ação, a fonte e manancial de todas as coisas; ao Filho, a sabedoria, o conselho e a própria dispensação na operação das coisas; mas ao Espírito se assinala o poder e a eficácia da
ação. Com efeito, ainda que a eternidade do Pai seja também a eternidade do Filho e do Espírito, posto que Deus jamais pôde existir sem sua sabedoria e poder, nem se deve buscar na eternidade antes ou depois, todavia não é vã ou supérflua a observância de uma ordem, a saber: enquanto o Pai é tido como sendo o primeiro, então se diz que o Filho procede dele; finalmente, o Espírito procede de ambos. Ora, até mesmo o mero entendimento de cada um, de seu próprio arbítrio, o inclina a considerar a Deus em primeiro plano; em seguida, emergindo dele, a Sabedoria; então, por fim, o Poder pelo qual executa os decretos. Diz-se que o Espírito procede, ao mesmo tempo, do Pai e do Filho. Isto, na realidade, em muitas passagens, contudo em parte alguma está mais explícito do que no capítulo 8 da Epístola aos Romanos [v. 9], onde, na verdade, o mesmo Espírito é indiferentemente designado ora Espírito de Cristo, ora Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Cristo [v. 11], e não sem razão plausível.”
1.6 O CREDO DE ATANÁSIO
1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente a fé universal.
2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre.
3. Mas a fé universal é esta, que adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade.
4. Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância.
5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra.
6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade.
7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo.
8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado.
9. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado.
10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno.
12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado.
13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
14. Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus.
17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor.
18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor.
19. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer que há três Deuses ou Senhores.
20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado.
21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado.
22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.
23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor.
25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser cultuada.
26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade.
27. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo.
28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem.
29. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe.
30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana.
31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade.
32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo.
33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade.
34. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa.
35. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo.
36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia.
37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de sua obras.
39. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno.
40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo.
1.7 CONCLUSÃO
O assunto da Trindade, apesar de todas as explicações acima e das outras existentes, poderá ser compreendido até certo ponto, após o qual torna-se o “mistério tremendo” (lat. misterium tremendum), nome pelo qual Agostinho lhe chama.
Assim cumpre a nós, juntamente com todos os cristãos fiéis de todas as épocas, honrar, servir, adorar e anunciar a graça de Deus, revelada por Cristo, debaixo do poder do Espírito Santo.
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Com Vergonha de Deus

23.10.2013
Do portal da IGREJA ALIANÇA DO CALVÁRIO, 28.11.2012
Por Paulo Jr

(…) Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face (…). Esdras 9.6
Estimado leitor, é com grande prazer que vos escrevo mais uma vez, na intenção de adverti-lo e abrir seus olhos.
Estamos vivendo dias escuros e sombrios: os perigos nos rondam por todos os lados, inseguranças e incertezas nos apavoram; a sociedade pós-moderna, com sua imprevisibilidade, nos espanta; o governo e sua indiferença nos causa pavor; a cristandade naufraga em um caos espiritual e teológico, nos deixando quase sem esperança. Entretanto a vida continua, devemos em detrimento a tudo isso, continuar firmes “olhando para o autor e consumado da fé” (Hb 12.2).
Creio ser urgente e oportuno falar de algo que está latente no coração de muitos: apesar de cristãos, não estamos imunes aos combates e intempéries da vida, que trazem aflições, dores e apertos no coração, que vão de problemas no casamento a crises financeiras e ministeriais, bem como tantas outras áreas, nos deixando perturbados.
Mesmo diante desse quadro, hoje quero escrever sobre um assunto que talvez não seja muito comentado – mas que a maioria de nós vivencia – quero falar para aqueles que “estão em falta com Deus”, que estão aflitos e com o coração apertado por causa de Deus, me dirijo àqueles que estão com vergonha de Deus! Pois, é exatamente isso que Esdras enfaticamente retrata nesse versículo.
Essa declaração de Esdras foi feita após o exilio babilônico. Os judeus haviam retornado a Israel depois de décadas de cativeiro na Babilônia. O objetivo deles era a reconstrução do Templo bem como dos muros da cidade sob a égide de Esdras e Neemias. Eles deveriam também restaurar o sacerdócio, o culto ao Senhor e a observância da Lei, trazendo assim paz e harmonia à nação.
Porém, não foi bem isso que aconteceu: eles estavam negligenciando todos esses afazeres, desprezando a Lei, retardando a reconstrução do Templo, promovendo casamentos mistos (com mulheres não judias), enfim, estavam andando em total desacordo com a vontade de Deus, ignorando assim o próprio Deus!
É nesse cenário que aparece Esdras, um dos seus líderes, que apesar de não participar diretamente desses pecados, fazia parte dessa nação, eram seus familiares, por isso Esdras se pronuncia – diante de Deus – em oração representando o seu povo e a si próprio dizendo: Meu Deus!  Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face…
Por causa daquelas inúmeras transgressões – que o seu povo havia cometido – Esdras estava profundamente envergonhado e não conseguia nem levantar a cabeça diante de Deus!
É disso que trata esse devocional. Esse é – para mim – o maior fardo que um homem pode ter no coração, a maior angústia da alma, o terrível dilema da mente: “estar em falta com Deus”!
Acredito sinceramente que muitos de nós estamos vivendo essa realidade: quantos erros temos cometido? Quantas faltas, pecados, rebeldias, desleixo e omissão nas coisas de Deus e para com o próprio Deus temos cometido? O que nos leva a uma profunda vergonha. Por tudo isso nos tornamos como Esdras, são tantas decepções que damos a Deus, que não conseguimos levantar o próprio rosto para os céus.
Assim como um filho que sempre dá desgosto para o seu pai, tirando notas baixas na escola, desobedecendo à ordens simples, desonrando-o em público e não respeitando o investimento que o pai faz. Assim nós temos feito com o nosso Deus e Pai – e como dói e constrange saber isso. Esse era o sentimento de Esdras ao ver aquela situação e o caos que se tornou Israel.
Veja irmão, a mesma coisa está acontecendo conosco! No que estamos nos tornando? Por quais caminhos temos andado? Estamos deixando nosso primeiro amor, o zelo pela casa de Deus, a santidade e o temor a Deus. A preguiça tem sido nossa marca, vivemos num tempo de indiferença espiritual, frieza e descaso para com a santa palavra de Deus! Por causa disso tudo, quando chega a hora da oração – o momento da comunhão com Deus e de estar a sós com Ele – o corar do rosto é o que ocorre, pois inevitavelmente diante Dele ficamos envergonhados pelo que estamos fazendo!
Como dói olhar para trás e ver o rastro desastroso que estamos deixando e concluirmos que temos sido filhos desgostosos ao nosso Pai!
Veja o quanto Deus investiu em nós, do que estamos nos queixando? O que nós temos a dizer a Deus, a não ser expressar nossa eterna gratidão? O simples fato – se é que posso chamar de simples – de ter nos salvado, não é suficiente? Cobriu-nos com sua Graça e Misericórdia, nos abençoou com tantas bênçãos celestes, nos concedeu a dádiva de pregar o seu santo Evangelho, nos amou com eterno amor, nos chamou de filhos, depositando em nós tamanha confiança!
É por isso que ficamos com vergonha: é a vergonha de Davi, quando foi repreendido por Natan. Quanto Deus fez por Davi? Quanto demonstrou amor, graça e misericórdia, e Davi, retribuiu com tanta lambança! Atente no estado que Davi estava quando escreveu o Salmo 51: ele estava profundamente envergonhado pelo que fizera com Deus.
Sansão foi coberto de poder e confiança ao ser levado ao ofício de juiz – com poderes nunca vistos até hoje – mas veja o que Sansão fez, os delitos hediondos que cometeu! Lá estava Sansão – na cela dos filisteus – cego, preso, sem forças e com muita, muita vergonha de Deus.
Pedro – um dos discípulos mais próximos de Jesus – tinha intimidade, foi tratado com tanto carinho, respeito e zelo por seu Mestre – tanto que foi-lhe conferido um grande chamado – e o que ele fez? Negou o seu Senhor três vezes! Depois a Bíblia diz que el chorou amargamente. Aquele era o choro da vergonha por ter decepcionado tanto o seu Senhor.
E assim também temos feito uma bateria de violações contra Deus!
Nós sabemos que Deus é perfeito e eterno – mas bem no fundo, pelo bom senso que possuímos – dizemos: “Deus não merece isso que estou fazendo, que desgosto estou dando a Ele, que tolo e estúpido tenho sido. Meu Deus! Quanta falha. Tenho vergonha de dirigir minhas apalavras ao Senhor, tenho vergonha de fazer qualquer oração diante da Sua santidade, não consigo nem levantar minha cabeça, tem misericórdia de mim”!
Na verdade, o que estou tentando lhe dizer, é que nós fazemos como o filho pródigo: passamos uma fase da vida sem dar contas do lamaçal que estamos envolvidos – passando muitos dias, meses e até anos – convivendo nesse estado precário, sem nos darmos conta do mesmo, mas, de súbito, somos tomados por um choque de realidade: onde estou? O que estou fazendo? Aonde isso vai parar? Então, um profundo pesar vem ao nosso coração!
Tenho convicção que o remédio para tudo isso é o arrependimento sincero e recorrermos a Deus através de muita oração!
“Ah Deus! perdoe-nos por fazer tanto contra o Senhor, nos perdoe no mais profundo do nosso coração. Não é nossa causa que está em jogo e sim a Sua, não é o nosso nome, o nosso reino, a nossa reputação, e sim os Sua! Quanta omissão da nossa parte, quantos crimes feitos contra o Senhor, quanto desleixo!
Senhor, estamos quebrantados, consternados, arrependidos, nos perdoe segundo a multidão das Suas misericórdias e, se os teus servos tem achado graça aos Seus olhos, nos dê mais uma chance, mais uma oportunidade de te honrar novamente. Nos dê também os recursos necessários para que isso aconteça, renove as nossas forcas, nossa esperança, nossa fé, levante nossa cabeça porque nem isso conseguimos fazer… Para que assim honremos o Seu precioso Nome e não venhamos mais depreciá-Lo.
Tire nossa vergonha, ó Deus, para que de novo tenhamos a alegria da sua salvação. Em nome do teu Filho Jesus, te peço todas essas coisas. Amém”!
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