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quarta-feira, 29 de maio de 2024

FILOSOFIA CRISTÃ, O QUE É

29.05.2024

Do blog ALFA JP CENTRO EDUCACIONAL

A filosofia merece ser chamada de “cristã” quando se trata especialmente de “fórmulas exclusivas" cuja solução tem alguma importância para a vida religiosa.


A filosofia cristã é a coleção de ideias filosóficas iniciadas pelos cristãos desde o século II até os dias atuais. São Tomás de Aquino, filósofo cristão da Igreja Católica, é um de seus maiores expoentes.


A filosofia cristã se originou visando conciliar ciência e fé, partindo de explicações racionais naturais usando a revelação cristã. Vários pensadores, como Agostinho, acreditavam que havia uma relação harmoniosa entre ciência e fé, outros, como Tertuliano, argumentavam que havia contradição e outros tentavam distingui-las.  Há estudiosos que questionam a existência de uma filosofia cristã em si. Estes argumentam que não há originalidade no pensamento cristão e que seus conceitos e ideias são herdados da filosofia grega. A filosofia cristã protegeria assim o pensamento filosófico, que já teria sido definitivamente elaborado pela filosofia grega.


Boehner e Gilson, no entanto, argumentam que a filosofia cristã não é uma simples repetição da filosofia antiga, embora devam à ciência grega o conhecimento desenvolvido por Platão, Aristóteles e os neoplatônicos. Eles até afirmam que a cultura grega sobrevive de forma orgânica na filosofia cristã.  


Aspectos históricos


 A filosofia cristã começou por volta do século II. Surgiu através do movimento comunitário cristão denominado Patrística, cujo objetivo principal era a defesa da fé cristã. A patrística terminou provavelmente por volta do século VIII. A partir do século XI, a filosofia cristã se manifestou através da Escolástica. Este é o período da filosofia medieval ou Idade Média que se estende até ao século XV, como indica T. Adão Lara. A partir do século XVI, a filosofia cristã, com suas teorias, passou a coexistir com teorias científicas e filosóficas independentes.


O desenvolvimento das ideias cristãs representa uma ruptura com a filosofia dos gregos, tendo em vista que o ponto de partida da filosofia cristã é a mensagem religiosa cristã. A atividade missionária dos apóstolos, seguidores de Jesus Cristo, contribuiu para a difusão da mensagem cristã, embora o cristianismo tenha sido inicialmente alvo de perseguição.


A estrutura da obra de T.Adão Lara indica uma importante divisão de aspectos da filosofia cristã na Idade Média:


·         I. Filosofia primitiva: Patrística (séculos 2-7).

·         II. Filosofia Medieval: Escolástica (séculos IX-XIII).

·         III. Filosofia pré-moderna: (séculos XIV-XV)


Características


Demonstração natural - Na filosofia cristã as proposições devem ser demonstradas de forma natural e ele usa reflexões condicionadas pela experiência - usando a razão. A premissa filosófica da filosofia cristã é a lógica, não exclusivamente a teologia cristã.  Embora haja uma conexão entre doutrinas teológicas e reflexão filosófica na filosofia cristã, suas reflexões são estritamente racionais.


1.       Justificação das verdades da fé


       Em essência, os ideais filosóficos cristãos são tornar as crenças religiosas racionalmente aparentes por meio da razão natural. A atitude do filósofo cristão é determinada pela crença em assuntos relacionados à cosmologia e à vida cotidiana. Ao contrário do filósofo secular, o filósofo cristão busca condições para a identificação da verdade eterna, que se caracteriza pela religiosidade 


A filosofia cristã tem sido criticada porque a religião cristã é atualmente hegemônica e centraliza a elaboração de todos os valores. A coexistência da filosofia e da religião é questionada, pois a própria filosofia é crítica e a religião é baseada na revelação e em dogmas estabelecidos. Lara acredita que na Idade Média existiam questões e escritos com características filosóficas, embora predominassem a religião e a teologia.  Desta forma foi fundada por dogmas, em alguns aspectos não impediu importantes construções filosóficas.


2.       Tradição


Uma filosofia cristã desenvolvida a partir de filosofias anteriores. Justin é baseado na filosofia grega, uma academia em Agostinho e Patrística. É na tradição do pensamento filosófico cristão ou judaísmo, da qual foi herdado do Antigo Testamento e mais fundamentalmente na mensagem do Evangelho, que consagra ou é central à mensagem defendida pelo cristianismo.


A escolástica, por sua vez, foi influenciada tanto pela filosofia judaica quanto pela filosofia islâmica. A Europa cristã não continuou a ser influenciada apenas por si mesma, mas sofreu fortes influências de outras culturas.  


3.       Visão sistematizada


Tenta-se organizar de forma sistemática e abrangente os problemas da realidade em um todo harmonioso nos postulados da Filosofia cristã. No entanto, observa-se uma falta de mente criativa, compensada pela visão geral.  No período do antigo sistema de "justiça popular", representantes da "única direita" filosofia marxista-leninista, mesmo com métodos administrativos, forçaram o termo "filosofia cristã", entendendo a cosmovisão a "doólca" (Leszek Kołakowski). 


Filósofos eram descritos na seguinte visão: "todos eles eram, originados, de religião verdadeira, de fé, para demonstrar a metodologia de sua religião, que professa a seriedade cristã, bem como a judaica, budista; a filosofia, por outro lado, pode ser melhor ou pior, mas é "sem adjetivos", assim como a matemática, a física e a biologia.


A principal autoridade filosófica é baseada na época, Tomás de Aquino (1224/25 - 1274), sendo o autor da classificação estrutural entre e teologia e filosofia. O problema, porém, era que os maiores nativos do Ocidente - Jacques Maritain (1882 - 1973) e Étienne Gilson (1884 - 1978) - que eram em muitos aspectos autoridades para seus alunos e seguidores poloneses, com teimosia digna de uma causa melhor, pregou o conceito de "filosofia cristã em auxílio dos marxistas que pregavam a filosofia praticada nos círculos católicos do mundo no quadro de uma visão religiosamente proposta.

 

 Filosofia e teologia e o expoente -Tomás de Aquino


Tomás de Aquino - como se dizia - distinguir entre filosofia e teologia, baseando-se em distinguir duas perspectivas a partir das quais se percebe o sujeito de cada ciência. O primeiro é o material objeto, que é o que é determinado de fases de corte. A segunda - o seu sujeito formal, ou seja, o aspecto em que, dada ciência, esta examina qual é o assunto de interesses, por exemplo, tanto a psicologia quanto a medicina tratam do homem, cada uma em um aspecto diferente, o que não exclui, entretanto, algumas sobreposições ou áreas de pesquisa. 


No caso da filosofia, nenhuma teologia, nenhum material coincide. Ambos falam de Deus, do homem e do mundo, mas os aspectos em que o fazem, diferem radicalmente, devido à forma como são argumentados. Na filosofia, essas são apenas justificações racionais, construídas com base natural da realidade circundante. O argumento definitivo na teologia é a revelação de Deus. Portanto, na filosofia e na teologia, por exemplo, as mesmas teses podem aparecer, por uma     solução de pensamento inocentes, mas como justificativa, na filosofia será de Deus, e em - uma análise da lei bem diferentes naturais.


No caso da filosofia e da teologia, o material objeto quase coincide - ambos falam de Deus, do homem e do mundo.


Muitas vezes simples e convincente na teoria, mas na maioria das vezes e especialmente conhecido quando alguém parece atraente por sua fé e o problema parece racionalizá-la por todos os lados possíveis, às vezes sem perceber.


São Tomaz achava que a virtude da sabedoria supera todos os tipos de conhecimento, mas também destacou que é uma virtude moral e pessoal de um ser humano, e trata-se, portanto, de um conjunto de crenças "subjetivas" de um ser humano sobre diversos temas da vida, que o aproxima da visão de mundo e da ciência. Os tomistas, no entanto, visam a filosofia como a serviço de embasamento ideológico.


A filosofia medieval como filosofia cristã, segundo Gilson


Étienne Gilson, quando trata da filosofia medieval, por exemplo, foi chamado de "o descobridor de todo o continente esquecido". Ele, com alguma consistência, definiu este "continente" como cristão. Ao justificar essa abordagem, ele escreveu (de forma bastante enigmática) no Spirit of medieval Philosophy que "para um historiador quanto à filosofia medieval, nenhum termo vem à mente tão espontânea o termo filosofia cristã" ( Duch, página 9). 


E ele admite com razão que este é um nome aparentemente não qualificado, mas apenas "há poucos termos tão vagos, tão determinados de definição com precisão". No entanto, ele acrescenta que um historiador do pensamento medieval pode considerar os sistemas filosóficos pensados ​​por ele, mas não é uma preocupação pensada por nós. 

 

1.       VÍDEOS SUGERIDOS


2.1  Filosofia – pensamento cristão

https://www.youtube.com/watch?v=6GP_OGHQokQ


2.2 É possível pensar uma Filosofia cristã- Prof. Rogerio Carvalho

 https://www.youtube.com/watch?v=XXmWAvlSzVI


 

3.ARTIGOS ON LINE SUGERIDOS:


3.1 Santo Agostinho: Biografia, Teologia, Filosofia e curiosidades

https://www.erealizacoes.com.br/blog/santo-agostinho/

 

3.2 Filosofia crista na Idade Media – Por Etienne Gilson

http://revistapandorabrasil.com/revista_pandora/tematica_livre/nathan.pdf

 

3.3 Bases para uma Filosofia crista

https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/bases-para-uma-filosofia-crista/

 

4.4 O melhor da Filosofia cristã -

https://www.baixelivros.com.br/acervo/filosofia-crista

 

4.5 Filosofia cristã- entre a fé e a razão

https://colegiopxsflamboyant.com.br/Documentos/Capitulo6.pdf

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Fonte:https://www.cursosalfajp.com.br/filosofia-crista

Fortifique-se na graça de Cristo Jesus

29.05.2024
Por pr. Irineu Messias*

Paulo escreveu duas cartas para Timóteo.

Convidamos a refletir nesta mensagem edificante da graça de Cristo Jesus. Nesta postagem do blog, exploraremos o poder transformador da graça e como ela pode nos fortalecer em nossa jornada de fé.

Compreendendo o chamado para ser forte

O conselho de Paulo a Timóteo para ser forte na graça de Cristo Jesus traz um lembrete profundo da responsabilidade e do poder que advém de abraçar esse favor divino. Este apelo ressoa em nós hoje, exortando-nos a manter a mensagem do Senhor perto dos nossos corações enquanto navegamos nas nossas próprias jornadas, muitas vezes, repletas de dificuldades.

A natureza fortalecedora da graça

A graça não é apenas um conceito, mas um favor tangível de Deus que nos capacita no nosso serviço e ministério cristão. Ao nos fortalecermos na graça do Senhor Jesus Cristo, podemos encontrar forças para resistir aos desafios e permanecer resilientes, como exemplificado na vida e no ministério de Paulo.

Enfrentando as adversidades por meio da graça

Com uma compreensão da graça de Cristo Jesus, somos capacitados para enfrentar batalhas e provações espirituais sem sucumbir ao medo ou à dúvida. Este poder transformador permite aos crentes superar as adversidades e fortalece a nossa fé para enfrentar as tempestades da vida.

Passos para se fortalecer na graça

Reconhecer Jesus como nosso Senhor e abraçar a fé Nele são passos fundamentais para nos fortalecermos na graça de Cristo Jesus. Além disso, comprometer-se a servir, amar, crer, orar e jejuar permite-nos fortalecer ativamente a nossa ligação a esta graça fortalecedora, como visto no conselho de Paulo a Timóteo.

Conclusão:

Ao concluirmos a nossa jornada através da graça fortificante de Cristo Jesus, lembre-se de que este favor divino está disponível para cada um de nós. Abrace-o, compartilhe-o e deixe-o capacitá-lo em sua vida e fé. Juntos, vamos nos fortalecer na graça do Senhor Jesus Cristo.

*Mensagem extraída a partir de mensagem no YouTube, do pastor Irineu Messias. Clique aqui e assista à mensagem na íntegra.
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Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=iKJEeTvrR30

terça-feira, 28 de maio de 2024

Diferenças Entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda

 28.05.2024
Do portal A CHAMADA
Por Thomas Ice


Ao considerarmos a questão do Arrebatamento da Igreja, especialmente o momento em que vai acontecer, é essencial que observemos as diferenças que há entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo. Creio fortemente que o Novo Testamento indica que a Igreja será arrebatada antes da sétima semana de Daniel. Uma razão-chave é que a Bíblia ensina que o Arrebatamento é um acontecimento distinto da Segunda Vinda de Cristo à terra. Em qualquer consideração sobre a veracidade do momento em que ocorrerá o Arrebatamento, essa distinção é de importância crucial.

A Importância das Distinções

O Dr. John Feinberg observa que distinguir entre o Arrebatamento e o retorno de Cristo é de fundamental importância para o estabelecimento do pré-tribulacionismo contra a afirmação não pré-tribulacionista de que as Escrituras não ensinam tal visão.

...o pré-tribulacionista deve mostrar que há dissimilaridades suficientes entre as passagens claras sobre o Arrebatamento e as passagens claras sobre o Segundo Advento, como uma garantia de que os dois tipos de passagens poderiam estar falando sobre dois acontecimentos que ocorreria em momentos diferentes. O pré-tribulacionista não tem que provar, neste ponto, (...) que os dois acontecimentos devem ocorrer em momentos diferentes, mas somente que os dados exegéticos que partem de passagens sobre o Arrebatamento e sobre a Segunda Vinda não tornam impossível que os acontecimentos ocorram em momentos diferentes. Se conseguir fazer isto, o pré-tribulacionista já mostrou que sua visão não é impossível. E respondeu à mais forte linha de evidências do pós-tribulacionista.[1]

Um fator chave no entendimento dos ensinos do Novo Testamento sobre o Arrebatamento pré-tribulacionista gira em torno do fato de que duas futuras vindas de Cristo são apresentadas. A primeira é para levar a Igreja entre as nuvens antes da Tribulação de sete anos; e a Segunda Vinda ocorre no final da Tribulação, quando Cristo retorna à terra para começar Seu reino de mil anos. Aquele que desejar entendimento sobre o ensino bíblico do Arrebatamento e do Segundo Advento deve estudar e decidir se as Escrituras falam sobre um ou dois eventos futuros. Contudo, muitos não-pré-tribulacionistas jamais tratam dessa questão.

Estruturando a Questão

Os pós-tribulacionistas geralmente argumentam que, se o Arrebatamento e a Segunda Vinda forem dois acontecimentos distintos, separados por pelo menos sete anos, então deveria haver ao menos uma passagem nas Escrituras que ensinasse claramente essa questão na forma que eles determinaram. Contudo, a Bíblia nem sempre ensina a verdade de Deus dentro das formulações feitas pelo homem, de tal maneira que responda diretamente a todas as nossas perguntas. Por exemplo, um unitariano [adepto do unitarianismo] poderia projetar um tipo semelhante de pergunta relativamente à Trindade que não é respondido diretamente na Bíblia. “Onde a Bíblia ensina sobre a Trindade?”. Nós, que cremos na Trindade, respondemos que a Bíblia ensina sobre a Trindade, mas a revela de uma maneira diferente.

Muitas doutrinas bíblicas importantes não nos são apresentadas diretamente, a partir de um único versículo, da maneira que alguém possa pensar que a Escritura devesse fazê-lo. Geralmente é necessário harmonizarmos as passagens em conclusões sistemáticas. Algumas verdades são diretamente apresentadas na Bíblia, tais como a deidade de Cristo (Jo 1.1; Tt 2.13). Mas doutrinas como a da Trindade e como a da natureza encarnada de Cristo são produtos de harmonização bíblica. Levando em conta todos os textos bíblicos que tocam num determinado assunto, teólogos ortodoxos têm, ao longo do tempo, reconhecido e determinado que Deus é uma Trindade e que Cristo é Deus-Homem. Semelhantemente, uma consideração sistemática de todas as passagens bíblicas revela duas futuras vindas. Não estou dizendo que a Bíblia não ensina o Arrebatamento pré-tribulação, como fizeram alguns que deram um falso sentido a comentários semelhantes no passado. O Novo Testamento ensina, sim, o pré-tribulacionismo, embora ele possa não ser apresentado de maneira que fique claro para alguns.

Os pós-tribulacionistas freqüentemente argumentam que o pré-tribulacionismo é construído com base meramente em um pressuposto de que certos versículos “fazem sentido” se, e apenas se, o modelo pré-tribulacionista do Arrebatamento for pressuposto. Entretanto, os pós-tribulacionistas geralmente não são bem sucedidos em perceber que eles também são igualmente dependentes de pressupostos semelhantes. O erro deles surge do fracasso em observar distinções reais no texto bíblico por causa do pressuposto cegante de uma única futura vinda de Cristo.

Todos concordamos que a carreira do Messias acontece na história em torno de duas fases importantes relacionadas às Suas duas vindas ao planeta Terra. A fase um aconteceu em Sua Primeira Vinda, quando Ele veio em humildade. A fase dois começará em Seu segundo advento, quando Ele virá em poder e glória. O fracasso em distinguir essas duas fases foi um fator-chave na rejeição de Jesus, por parte de Israel, como o Messias esperado. Da mesma forma, o fracasso em ver as distinções claras entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda leva muitos a uma interpretação errada do plano futuro de Deus.

A Natureza do Arrebatamento

O Arrebatamento é apresentado pela primeira vez por Jesus (Jo 14.1-3), no Discurso do Cenáculo (Jo 13-16), quando Ele revelou aos Seus discípulos a verdade sobre a nova era da Igreja, na noite anterior à Sua morte. Paulo expande a apresentação que Jesus fez sobre o Arrebatamento em uma de suas primeiras cartas, em 1 Tessalonicenses 4.13-18. A frase “seremos arrebatados” (1Ts 4.17) traduz a palavra grega harpazo, que significa “seremos arrancados com força” ou “seremos apanhados”. Os tradutores da Bíblia para a língua latina usaram a palavra rapere, raiz do termo “raptar” e do termo “arrebatar”. No Arrebatamento, os crentes que estiverem vivos serão “arrebatados” nos ares, trasladados entre nuvens, onde Cristo estará pairando, em um instante no tempo.

O Arrebatamento é caracterizado como uma “vinda para trasladar” (1Co 15.51-52; 1Ts 4.15-17), quando Cristo virá para Sua igreja. O Segundo Advento é Cristo retornando com Seus santos que foram previamente arrebatados, descendo dos céus para estabelecer Seu Reino terreno (Zc 14.4-5; Mt 24.27-31).

As diferenças entre os dois acontecimentos são harmonizadas naturalmente pela posição pré-tribulacionista, enquanto que outras visões não conseguem prestar esclarecimentos sobre distinções naturais a partir dos textos bíblicos. O gráfico abaixo lista uma compilação das passagens sobre o Arrebatamento colocadas em contraste com muitos versículos que se referem à Segunda Vinda.

Baseados nas referências acima, podemos ver uma vasta diferença entre o caráter das passagens que referenciam o Arrebatamento quando comparadas às passagens sobre o Segundo Advento, como está resumido na tabela abaixo:

Diferenças Adicionais

Paulo fala do Arrebatamento como um “mistério” (1Co 15.51-54), ou seja, uma verdade não revelada até sua manifestação para a Igreja (Cl 1.26), tornando-o um acontecimento separado. Por outro lado, a Segunda Vinda foi predita no Antigo Testamento (Dn 12.1-3; Zc 12.10; Zc 14.4).

Para o crente, o movimento no Arrebatamento é da terra para o céu, enquanto que no Segundo Advento é do céu para a terra. No Arrebatamento, o Senhor vem para os Seus santos (1Ts 4.16), enquanto que, na Segunda Vinda, Ele vem com os Seus santos (1Ts 3.13). No Arrebatamento, Cristo vem apenas para os crentes, mas Seu retorno à terra vai causar impacto em todas as pessoas. O Arrebatamento é o acontecimento do traslado/ressurreição no qual o Senhor levará os crentes “à casa do Pai” nos céus (Jo 14.3), enquanto que, no Segundo Advento, os crentes retornarão do céu para a terra (Mt 24.30). Ed Hindson diz: “Os diferentes aspectos do retorno de nosso Senhor estão claramente delineados nas próprias Escrituras. A única questão real no debate escatológico é o intervalo de tempo entre eles”.[2]

Problemas da Posição Pós-Tribulacionista

Uma das forças do posicionamento pré-tribulacionista é que este consegue melhor harmonizar os muitos acontecimentos das profecias sobre o final dos tempos por causa de suas distinções entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda. Os pós-tribulacionistas raramente tentam responder a tais objeções e os poucos que o tentam lutam contra os textos bíblicos, terminando em interpretações forçadas. Os pré-tribulacionistas não precisam se esforçar para fornecer as respostas. Quais são alguns dos problemas da posição pós-tribulacionista?

Primeiro, os pós-tribulacionistas exigem que a Igreja esteja presente durante a septuagésima semana de Daniel (Dn 9.24-27), embora ela tenha estado ausente durante as primeiras sessenta e nove semanas. Daniel 9.24 diz que todas as setenta semanas são para Israel. O pré-tribulacionismo não está em conflito com esta passagem, como está o pós-tribulacionismo, uma vez que a Igreja é levada antes do início do período de sete anos.

Segundo, os pós-tribulacionistas são obrigados a negar o ensinamento do Novo Testamento sobre a iminência – o fato de que Cristo pode voltar a qualquer momento. O pré-tribulacionismo não tem problemas com isto, uma vez que afirma que nenhum sinal ou acontecimento tem que preceder o Arrebatamento.

Terceiro, o pós-tribulacionismo pré-milenar não tem resposta para o problema sobre quem povoará a terra no Milênio, se o Arrebatamento e a Segunda Vinda acontecerem juntos. Como todos os crentes serão trasladados no Arrebatamento e todos os incrédulos serão julgados, porque a nenhum injusto será permitido entrar do reino de Cristo, então ninguém seria deixado em corpos mortais para povoar o Milênio.

Quarto, o pós-tribulacionismo não é capaz de explicar satisfatoriamente o julgamento das ovelhas e dos cabritos depois da Segunda Vinda (Mt 25.31-46). O Arrebatamento teria removido os crentes do meio dos incrédulos no retorno de Cristo, tornando o julgamento das ovelhas e dos cabritos algo desnecessário. Por outro lado, esse julgamento é necessário se o pré-tribulacionismo for verdadeiro.

Quinto, Apocalipse 19.7-8 identifica a Igreja como a Noiva de Cristo, que se preparou e acompanha Cristo dos céus para a terra na Segunda Vinda (Ap 19.14). Como isso poderá acontecer se a Igreja estiver ainda na terra esperando pelo livramento de Cristo enquanto, ao mesmo tempo, estiver voltando com Ele? Mais uma vez, o pós-tribulacionismo requer um cenário impossível, enquanto as declarações claras do texto bíblico se encaixam perfeitamente no pré-tribulacionismo.

Conclusão

As diferenças claras entre a vinda de Cristo nos ares para arrebatar Sua Igreja e Seu retorno ao planeta Terra com a Igreja são grandiosos demais para serem vistos como um acontecimento único. Essas distinções bíblicas proporcionam um forte embasamento para o pré-tribulacionismo. Quando consideramos que à Igreja está prometido o livramento da tribulação de Israel (Rm 5.9; 1Ts 1.10; 1Ts 5.1-9; Ap 3.10), então segue apenas que a Igreja será arrebatada antes da Tribulação. Tal esperança é, deveras, uma “Bendita Esperança” (Tt 2.13). Vem, Senhor Jesus! Maranata! (Pre-Trib Perspectives)
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Notas:
John S. Feinberg, “Arguing for the Rapture: Who Must Prove What and How” in Thomas Ice e Timothy Demy, editores, When The Trumpet Sounds (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 1995), p. 195.*
Edward E. Hindson, “The Rapture and the Return: Two Aspects of Christ’s Coming” in Thomas Ice e Timothy Demy, editores, When The Trumpet Sounds (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 1995), p. 157 (ênfase no original).*
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Fonte:https://www.chamada.com.br/mensagens/arrebatamento_segunda_vinda.html

quinta-feira, 16 de maio de 2024

JESUS, O NAZARENO

16.05.2024
Por Fredi Winkler*


Jesus é chamado no Novo Testamento de nazareno. Assim, Mateus 2.19-23 relata como um anjo aparece a José no Egito para instruí-lo a retornar à terra de Israel porque Herodes, que pretendia matar a criança, morrera. Então o versículo 22 diz: “Porém, ouvindo [José] que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. E, tendo sido avisado por Deus em sonho, José foi para a região da Galileia. E foi morar numa cidade chamada Nazaré para se cumprir o que foi dito por meio dos profetas: ‘Ele será chamado Nazareno’”.

Mateus sempre se reporta a profecias do Antigo Testamento para provar ao povo judeu que Jesus é o cumprimento da promessa. Onde, porém, estaria escrito que o Messias seria chamado de Nazareno?

Jesus, o rebento da raiz da casa de Davi

Em Isaías 11.1 lemos: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes brotará um renovo”. O que quer dizer isso? Que o Messias viria da casa de Davi. Jessé foi o pai de Davi. Na época em que Jesus nasceu, a casa ou a descendência de Davi era completamente irrelevante, mas ainda havia descendentes, tal como numa árvore abatida da qual resta só um toco com as raízes. E existem árvores – como a oliveira – nas quais frequentemente brotam novos rebentos.

Os descendentes da casa de Davi ainda mantinham a esperança de que algum deles seria o Messias. Na época dos Macabeus, no século I a.C., a Galileia foi recolonizada por judeus. Supõe-se que descendentes da casa de Davi tenham migrado de Belém para a Galileia, fundando ali um povoado e dando-lhe o nome de Nazaré, derivado de Isaías 11.1, porque continuavam a alimentar a esperança de que um dos seus descendentes seria o Messias prometido. A palavra hebraica para “rebento” é nezer, de onde poderia derivar o nome Nazaré. O Antigo Testamento não menciona Nazaré, e por isso se supõe que Nazaré tenha sido fundada depois, num local onde, em tempos passados, já teria existido alguma localidade desconhecida.

Os demônios sabiam quem Jesus era realmente

É significativo que, em ocasiões e eventos importantes, Jesus foi chamado de Nazareno. Esse cognome era importante, porque não existiam sobrenomes e o nome Jesus ou Yeshua era comum. Ele também não poderia ser chamado de “Yeshua Ben Yosef”, como teria sido usual entre os judeus, porque José não era efetivamente seu pai.

Jesus Nazareno “É interessante que o mundo demoníaco o chamava de Nazareno e sabia que ele era o Santo de Deus.”
Em Marcos 1.24, um demônio fala pela boca de um possesso e diz: “O que você quer conosco, Jesus Nazareno? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem você é: o Santo de Deus!”. É interessante que o mundo demoníaco o chamava de Nazareno e sabia que ele era o Santo de Deus.

João 19.19 diz que Pilatos mandou escrever no topo da cruz: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.

Em Atos 22.8, por sua vez, depois que Paulo tombara ao chão no caminho para Damasco e perguntara: “Senhor, quem é você?”, Jesus se apresenta a ele com as palavras: “Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem você persegue”.

Os crentes em Jesus são chamados de nazarenos

Em várias outras ocasiões, no original grego, Jesus é chamado de nazoreu, e, em Atos 24.5, até todos os que creem nele são chamados de nazarenos: “Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove desordens entre os judeus do mundo inteiro, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos”.

A propósito, no hebraico os cristãos são chamados até hoje de “nozrim”, enquanto os muçulmanos os chamam de “nazara”.

Terá Jesus sido um nazireu?

O indivíduo consagrado a Deus, em hebraico um “nasir” – alguém como Sansão – não podia cortar o cabelo. Antigamente, supunha-se que o termo nazoreu proviesse de nazireu e que Jesus fosse alguém consagrado a Deus no sentido do Antigo Testamento, ou seja, um nazireu. Por isso, ele sempre era retratado com cabelos longos. É claro que Jesus era alguém consagrado a Deus, ou melhor: o consagrado por excelência. Mas ele não era isso no sentido do Antigo Testamento, porque um nazireu não podia, por exemplo, tomar vinho, o que Jesus sabidamente fazia.

Jesus de Nazaré

A designação de nazoreu ou nazareno significa que Jesus vinha de Nazaré. Quando, no Domingo de Ramos, ele entrou em Jerusalém aclamado por seus discípulos e se levantou na cidade a pergunta de quem ele seria, o povo disse: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia!” (Mt 21.11).

Fica evidente que Nazaré era uma localidade bem conhecida da Galileia, e também nunca lemos que alguém não soubesse onde Nazaré se localizava. Por outro lado, Natanael, um dos posteriores discípulos de Jesus, disse no primeiro encontro com ele: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).

Natanael era natural de Caná, uma localidade próxima a Nazaré. Caná localizava-se diretamente junto a uma ampla planície atravessada por uma importante estrada. Já Nazaré ficava um pouco afastada, oculta entre as montanhas, mas mesmo assim próxima da grande e conhecida planície de Armagedom, nas colinas do norte.

O Novo Testamento não relata praticamente nada sobre a vida de Jesus em Nazaré antes que ele iniciasse seu ministério público. Também não está claro por quanto tempo o Senhor atuou baseado em Nazaré antes de deixar sua cidade para se mudar para Cafarnaum. Segundo João 3.22-23, Jesus e João Batista atuaram por algum tempo em paralelo. Não sabemos quanto tempo isso durou. Para Jesus, a prisão de João Batista foi o sinal do alto de que chegara o momento de se apresentar publicamente.

Para isso, o aperto e o isolamento de Nazaré não eram adequados. Assim, Mateus 4.13 diz que ele, “deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum”, provavelmente na casa de Pedro. Também não sabemos por quanto tempo ele ficou lá. Uma coisa, porém, é certa: Jesus nunca é chamado de “Jesus de Cafarnaum”, mas sempre “Jesus de Nazaré”, “Jesus, o Nazareno” ou “o Nazoreu”.

A visita de Jesus a Nazaré

Lucas 4.16-30 relata como Jesus visitou Nazaré, sua cidade. Esse relato explica por que ele abandonou o lugar. No versículo 24, o Senhor diz: “De fato, afirmo a vocês que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra”. Por quê? Sobre isso temos de ler Marcos 6.1-6, onde vemos que os habitantes de Nazaré conheciam a ele e sua família, mas não queriam admitir que ele fosse algo diferente deles. O versículo 3 diz: “E escandalizavam-se por causa dele”.

Em Mateus 11.5-6, Jesus diz: “Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.”

Os habitantes de Nazaré se aborreceram com ele e não quiseram reconhecer que ele fosse algo mais do que apenas um homem, a saber, o Messias enviado por Deus, e tentaram lançá-lo de um barranco. Mas apesar de a gente de Nazaré não ter reconhecido Jesus, o nome de Nazaré continua ligado a ele para sempre.

*Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, vinculado à missão da Chamada
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Fonte:https://revista.chamada.com.br/articles/842-jesus-o-nazareno