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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

DOUTRINA DA SALVAÇÃO:Qual é a diferença entre Calvinismo e Arminianismo? Qual está certo?

14.01.2019
Do blog RESPOSTAS BÍBLICAS

O Calvinismo e o Arminianismo são duas correntes de pensamento dentro do Cristianismo que tentam explicar a relação entre a salvação, a soberania de Deus e o poder de escolha do homem. O Calvinismo se concentra mais na soberania de Deus e o Arminianismo foca mais no livre-arbítrio. A Bíblia fala sobre as duas coisas.

A origem do debate

O Calvinismo e o Arminianismo surgiram na mesma época. O Calvinismo é baseado nas ideias de um homem chamado João Calvino e o Arminianismo é baseado nos pensamentos de Jacó Armínio. Os seguidores desses dois homens entraram (e ainda entram) em conflito por causa das diferenças entre suas posições.

Quando o Calvinismo se estava tornando popular, os seguidores do Arminianismo escreveram sobre alguns pontos em que discordavam dos calvinistas. Estes, por sua vez, reafirmaram sua posição, em resposta. Começou assim um grande debate que tem durado alguns séculos.

Quais são as diferenças entre o Calvinismo e o Arminianismo?

A diferença principal entre o Calvinismo e o Arminianismo é sobre como a salvação funciona. O Calvinismo diz que nós não temos voto na matéria; o Arminianismo diz que podemos escolher.

O Calvinismo ensina que Deus é soberano sobre todas as coisas. Por isso, Ele escolhe quem Ele quer salvar (Efésios 1:4-6). Ninguém consegue se salvar por sua própria vontade, porque todos estamos presos no pecado. Mas Deus dá fé a alguns para que sejam salvos. Ninguém a quem Deus escolheu consegue resistir à salvação; todos serão obrigatoriamente salvos.

O Arminianismo aceita a soberania de Deus e o fato que ninguém consegue se salvar por esforço próprio. Deus nos oferece a salvação de graça mas também dá uma escolha a cada pessoa (Apocalipse 3:20). Ninguém é obrigado a crer e ser salvo.

Outra diferença é sobre quem Jesus veio salvar. O Calvinismo ensina que Jesus morreu apenas para salvar os eleitos, que Deus escolheu para terem fé. O Arminianismo ensina que Jesus morreu por todas as pessoas mas apenas quem crer será salvo.


Atenção: A maioria dos calvinistas não acredita que somos “fantoches” de Deus. Eles aceitam que temos poder para fazer escolhas mas não em relação à salvação. A maioria dos seguidores do Arminianismo também não acredita que somos salvos por obras ou mérito. Eles aceitam que a salvação vem toda de Deus; apenas temos o poder para rejeitar essa salvação.

Entre os calvinistas os defensores do Arminianismo também há debate sobre se é possível que um crente perca a salvação. O Calvinismo diz que é impossível; o Arminianismo diz que talvez seja possível mas não há certezas.

Veja também: o que é Arminianismo?

Qual está certo?

Não há uma resposta clara para essa pergunta. A Bíblia diz que Deus é soberano sobre todas as coisas mas que nós também temos liberdade para fazer escolhas. Nada acontece sem a permissão de Deus mas as pessoas também fazem coisas que Deus não quer.

A questão da salvação é parecida com a questão da galinha e do ovo. Qual veio primeiro? A vontade de Deus ou a fé? A Bíblia não responde! Deus não está limitado às regras do tempo, a antes e depois. Ele é eterno e pode andar para trás, para frente e em qualquer direção no tempo. Será que faz sentido tentar explicar a ação de Deus em termos temporais?

A Bíblia diz que Deus está no controle de tudo. Mas, em Sua soberania, Ele nos permite tomar escolhas. Somos advertidos a não rejeitar a salvação que Deus nos oferece mas também somos assegurados que Deus nos vai guardar na fé (Hebreus 3:12; João 10:28).

Em outras coisas, é impossível declarar que um dos lados está certo, porque a Bíblia não esclarece. Por exemplo, João 3:16 pode ser usado para provar que Jesus só morreu pelos eleitos que crêem ou que Jesus morreu por todos mas apenas os que crêem são salvos. O versículo apenas diz que os que crêem em Jesus serão salvos.

Infelizmente, muitas vezes acontece que uma pessoa que parece ter fé abandona Jesus. Segundo o Calvinismo, essa pessoa nunca teve fé verdadeira, por isso não era mesmo salva. De acordo com o Arminianismo, isso talvez poderia ser uma prova que é possível perder a salvação, se uma pessoa realmente quer rejeitar Jesus.

A Bíblia diz que algumas pessoas provam de Jesus mas depois o rejeitam (Hebreus 6:4-6). Ela não diz se essas pessoas eram salvas ou não. No fim, o que realmente conta é a eternidade.
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Fonte:https://www.respostas.com.br/calvinismo-e-arminianismo-diferencas/

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O que é o Sheol (Seol), segundo a Bíblia?

06.12.2018
Do blog RESPOSTAS BÍBLICAS
A palavra Sheol ou Seol apresenta significados variáveis na Bíblia. Em alguns contextos aparece como: morte; sepultura, profundezas, pó, poço, cova, buraco, mundo dos mortos ou inferno. Algumas traduções bíblicas mantém a sua forma no original hebraico, o que torna pouco preciso o seu significado literal na tradução para outras línguas.
No Antigo Testamento o termo Sheol aparece 65 vezes e é traduzida de formas diferentes, como por exemplo:
  • Inferno: (Deuteronômio 32:22)
  • Sepultura: (Gênesis 37:35)
  • : (Salmos 9:17)
Ao estudar as ocorrências de Sheol na Bíblia, precisamos estar atentos ao contexto em que a passagem está inserida já que são muitas as possibilidades de interpretação dessa palavra. Considerando o texto e seu contexto, será mais fácil compreender qual o sentido da palavra em conexão com outros trechos da Bíblia.
A partir de alguns versículos notamos que Sheol pode ser compreendido a partir de alguns grupos de ideias, tais como:

MORTE COMO CONDIÇÃO DESTINADA A TODOS SERES HUMANOS

Seu sentido muitas vezes remete à morte natural, física (Salmos 86:13), noutros casos parece expressar a ideia da morte como afastamento espiritual de Deus (Oséias 13:14).

A SEPULTURA, BURACO, POÇO, COMO LUGAR FÍSICO ONDE OS MORTOS SÃO SEPULTADOS 

Muitas vezes a sepultura/cova aparece como o lugar específico onde os corpos sem vida são depositados. Em alguns casos aparece como figura para morte. (Salmos 16:10), (Isaias 28:15).

O MUNDO DOS MORTOS, LUGAR OCUPADO PELAS ALMAS, ESPAÇO DOS MORTOS

Parece ser um espaço destinado a todos que morrem, onde aguardam o julgamento de Deus. Mesmo os justificados pela fé, como Jacó, consideravam ir para este lugar. (Gênesis 37:35)

TERRA DE SOMBRAS E ESCURIDÃO, LUGAR DE INATIVIDADE E TRISTEZA, SEM VIDA

Em alguns textos Sheol é apresentado como o lugar de trevas (Salmos 143:3), onde não há atividade proveitosa (Eclesiastes 9:10). Jó o descreve como "o lugar do qual não se tem mais retorno, terra das sombras e densas trevas, a terra tenebrosa como a noite, terra de trevas e de caos onde até mesmo a luz é escuridão" (Jó 10:21-22).

LUGAR DE SILÊNCIO, AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

O ser humano tem em vida a oportunidade para expressar a Deus o seu amor, louvor, ações, arrependimento e fidelidade. Depois da morte, no Sheol, parece não haver mais esta possibilidade. (Salmos 143:3), (Salmos 115:17)

LUGAR DE ESTADIA NÃO PERMANENTE PARA OS JUSTOS

No imaginário judaico parece haver uma esperança (compreensão) que o Sheol não seria permanente para os fiéis, mas uma condição passageira ou intermediária, até estarem eternamente com o Seu Deus. (Salmos 49:14-15)

LUGAR DE PUNIÇÃO OU SOFRIMENTO PARA OS ÍMPIOS, INFERNO

Em alguns textos, parece haver a ideia de que a justiça será aplicada através do Sheol (Jó 24:19), que os maus receberão as consequências dos seus atos com a sua morte e no pós morte. (Deuteronômio 32:22)

DEUS MANTÉM O SEU TOTAL CONTROLE E DOMÍNIO SOBRE O SHEOL

Deus é soberano sobre tudo e todos, no Céu, na terra, no Sheol e em todo o universo. É Ele quem controla a vida e a morte. Tem todo o domínio, inclusive no Sheol. Diferentemente do que muitos acreditam, que seria satanás o dominador da morte e do inferno, é Deus o Senhor de todo o universo que domina sobre tudo. (Jó 26:6), (Salmos 139:8)
importante reconhecer todas essas possibilidades de interpretação e usá-las em benefício da compreensão e da aplicação desse ensino para as nossas vidas. 
Mateus 10:28
Na tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, a palavra Sheol foi traduzida como “Hades”, que também aparece no Novo Testamento como inferno.

O Sheol aparece no Novo Testamento?

Sendo Sheol uma palavra hebraica, ela não ocorre no Novo Testamento que foi escrito em grego e aramaico. No entanto, a sua correspondente no grego é a palavra “Hades”. Aqui aparecem também outras palavras como GehennaTártaro com significado aproximados.

ENTÃO QUAL A DIFERENÇA ENTRE HADES, E GEHENNA E TÁRTARO?

Hades (grego): é o lugar onde não se vê, considerado o mundo invisível. Apresenta significado semelhante a Sheol: sepultura, terra das sombras, das trevas, a morada dos mortos, mundo dos mortos, inferno. Pode ser considerado como o lugar onde os mortos aguardam o Juízo final. Hades aparece 10 vezes no NT em:  Mateus 11:23; 16:18; Lucas 16:23; Atos 2: 27,31; Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13,14 (I Cor. 15:55).
Gehenna (grego): Origina-se do hebraico Ge' Ben-Hinnom, vale dos filhos de Hinom, ou vale de Hinom somente, localizado nas imediações de Jerusalém. Era um lugar conhecido onde se faziam sacrifícios abomináveis de crianças recém-nascidas no fogo ao ídolo pagão Moloque. Posteriormente, este local tornou-se um grande depósito de lixo da cidade de Jerusalém, onde eram jogados cadáveres de pessoas (criminosas, malfeitores) e de animais, além de todo tipo de imundície para ser queimado em fogo. As chamas eram mantidas constantemente acesas com adição de enxofre. Este termo foi usado por Jesus como alegoria para o lugar de castigo, de tormento e punição eterna. Ocorre 12 vezes no Novo Testamento (Mateus 5:22,29,30; 10:28; 18:9; 23:15,33; Marcos 9:43,45,47; Lucas 12:5; Tiago 3:6).
Tártaro (grego)- Palavra originada do grego, significava o lugar mais baixo do Hades. Para os gregos era considerado o pior lugar, no abismo do inferno onde os piores inimigos e maus recebiam o castigo e punição eterna pelos seus delitos. Ocorre uma única vez no Novo Testamento: II Pedro 2:4
Jesus conta uma história sobre o inferno:

O rico e Lázaro é a parábola mais conhecida sobre o inferno no Novo Testamento. Nesta história Jesus ilustra ensinamentos importantes sobre o problema da avareza, da realidade da morte, da existência do inferno e de um lugar de descanso depois da morte. De acordo com o que lemos, a morte física acontece a todos os tipos de pessoas, boas, más, ricas ou pobres.

Mas a situação após a morte é diferente de acordo com o modo de vida daquele que morreu. Segundo o texto (Lucas 16:19-31) o rico vivia esbanjando riquezas e desprezava aquele que sofria bem perto de si, enquanto Lázaro, mendigo, faminto e doente padecia à porta daquele homem rico. Na sequência, ambos morrem, o rico vai para o inferno onde é atormentado e, o Lázaro vai para o seio de Abraão, onde é consolado. No fim, há um diálogo entre o homem rico e Abraão. Através desta conversa podemos compreender alguns ensinamentos: 
  1. A vida não termina com a morte aqui nesta terra. Há uma existência consciente depois da morte física.
  2. Não há possibilidade de contato ou comunicação dos vivos com os que já morreram. O rico desejava voltar para avisar aos seus irmãos sobre o inferno mas, é impossível.
  3. Haverá consolo e conforto para alguns após a morte, assim como haverá tormento e castigo para outros. 
  4. O inferno é real. Toda a Bíblia (Antigo e Novo Testamento) alerta para esta realidade de tormento e punição. Abraão diz que os irmãos tinham que ouvir "Moisés e os profetas", i.e., as Escrituras do AT.
  5. A riqueza, poder, status, religião ou influência nesta vida não poderão garantir benefícios depois da morte.
Embora ainda possam haver muitos pormenores ou outras abordagens específicas sobre o inferno e sobre a vida após da morte, vemos que a Bíblia relata o suficiente para estarmos conscientes desta realidade.
Há muita especulação e muitos mitos sobre o inferno em que não há sustentação bíblica. Devemos compreender que a Bíblia não apresenta um tratado específico sobre o SheolHades, Gehenna ou Tártaro. O objetivo central das Escrituras não é esgotar este assunto mas sim, apresentar a Cristo o Salvador, alertando para o perigo da condenação.
A Palavra de Deus traz a todas as pessoas boas notícias de salvação e a possibilidade de fuga da ira vindoura. Temos então em Jesus Cristo, o tema central da Bíblia, a resposta e o caminho que pode nos conduzir a Deus e nos livrar do inferno e da condenação eterna.
Mas a decisão, como já sabemos, é pessoal e tem que ser feita nesta vida, antes que seja tarde demais. 
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Fonte:https://www.respostas.com.br/o-que-sheol-seol-segundo-a-biblia/

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Jesus ou Buda: que diferença faz?

25.06.2018
Do portal ULTIMATO ON LINE, 
Entrevista :Ziel Machado e Mila Gomides


“A dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. Frases motivacionais e bonitas como essa são compartilhadas diariamente nas redes sociais. A maioria, provavelmente, não sabe que se trata de uma frase budista. Isso mostra um pouco como ensinamentos e pensamentos do Budismo estão diluídos em nossa cultura e sociedade. 

A religião baseada nos ensinamentos de Siddharta Gautama (600 a.C.), reúne aproximadamente 376 milhões de adeptos em todo o mundo – no Brasil são quase 250 mil adeptos. Assim como nem sempre é possível perceber a influência budista em frases bonitas, talvez, nem todo mundo distingue com facilidade as semelhanças e diferenças entre Buda e Jesus, entre Budismo e Cristianismo. Para esclarecer dúvidas e curiosidades sobre o assunto, o Portal Ultimato conversou com o teólogo Ziel Machado, diretor do Seminário Servos de Cristo, e com Mila Gomides, missionária com experiência entre budistas.

Portal Ultimato – Para o conhecido teólogo e escritor Frei Betto, Buda e Jesus têm muito em comum. Para ele, “Os dois não fundaram religiões; propuseram uma via espiritual centrada no amor, na compaixão e na justiça, capaz de nos conduzir ao que todo ser humano mais almeja: a felicidade”. Se é assim, que diferença a fé cristã pode fazer para o budista?

Ziel Machado – A singularidade de Jesus, o Cristo. Ele não veio iluminar o ser humano, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Nosso problema não é um apagão existencial, nosso problema é o nosso pecado, aquele que Cristo tomou para si, para nos assegurar a plena vida.

Mila Gomides – Há um ditado budista tailandês que diz: “o perigo surge daquilo que amamos”. Eu discordo do Frei Betto. Quanto mais estudo a vida de Jesus e de Buda, mais vejo que as diferenças entre os dois são maiores do que imaginamos no ocidente. E o livro Budismo, escrito pelo antropólogo David Burnett, nos ajuda a entender isso. 
Ao usar a história e os textos da tradição budista clássica como base, entendo que não existem referências que embasam que Buda Sakayumi pregou o amor ou compaixão durante sua vida. Naquela época, o foco era outro. A mensagem dele estava mais centrada na eliminação do sofrimento (dukkha), e um dos seus ensinos era que as paixões do mundo e o amor levavam ao apego e por consequência ao sofrimento. As práticas espirituais na primeira comunidade monástica eram muito individualizadas e individualistas, incluíam o abandono familiar, das relações de amor e não havia um exercício tão forte da compaixão. Totalmente diferente da vida e ensinamentos de Cristo e seus primeiros discípulos, cuja centralidade do ministério estava no amor e na compaixão. 

Séculos após a morte de Buda, o budismo desenvolveu mais este pensamento e criou novas tradições, com a Mahayana e Tibetana, incluindo pensamentos sobre a compaixão e amor, apresentando uma releitura à vida de Buda e outros budas, amorosos e compassivos. Mas isso somente aconteceu quando o budismo começou a chegar a novos lugares, como a China, e a ter contato com outras religiões, como o cristianismo que pregava o amor e compaixão por meio dos missionários nestorianos, e o confucionismo que ensinava o valor da família. Neste momento, o budismo começou a incluir esses valores em sua mensagem, mas ainda sim bem diferentes dos ensinados por Cristo. 
E num capítulo mais recente da história, o budismo chega ao ocidente e encontra uma busca grande pelo amor, compaixão, justiça e felicidade. Mas uma vez, ele precisa se reinventar, assimilar conceitos fora de sua base original, para permanecer e a responder por esses anseios humanos. 

Sobre a justiça, a compreensão é oposta. A crença budista no carma os fazem entender justiça de forma muito diferente dos ensinos cristãos com base na queda e graça.
Recentemente li que monges japoneses altamente estudados, ao refletir as raízes históricas de sua fé, reconheceram que suas escolas maiores (Shinram, Zen, Nichiren) já estavam muito afastados dos ensinamentos originais do Buda Sakayumi, e mais baseados em construtos humanistas e dando respostas mais humanistas também sobre a felicidade, amor, compaixão. E pode ser aí que teólogos liberais começam a crer que há uma semelhança com os ensinos numa perspectiva liberal sobre Cristo. 

Buda não conhecia o amor, nos primórdios do budismo. Mas Deus é amor. Jesus é amor. Amamos porque somos amados pelo próprio Amor e compaixão. Essa é uma grande diferença que a fé cristã pode fazer para o budista. E onde não há amor, há medo. E na Ásia, o que os budistas mais têm é medo. Medo dos espíritos, medo da morte, medo das consequências dos carmas negativos. E a diferença que Cristo pode fazer em suas vidas é libertá-los de todo o medo, dando uma vida plena nEle e confiantes no seu amor e proteção.

A meditação é uma técnica bastante associada ao budismo, a ponto de afastar alguns grupos de cristãos das disciplinas e exercícios espirituais. Como lidar com essa questão na igreja?

Ziel Machado – A meditação não é particularidade do Budismo. Na prática cristã, a meditação não tem por objetivo esvaziar a mente ou nos unir com o Cosmo. A meditação cristã tem por objetivo ouvir, de forma atenta, a voz do Deus Trino, por meio de Sua Palavra.

Mila Gomides – Vejo esta busca crescente pela meditação budista como sinalizador de que muitas pessoas no contexto de secularização não se satisfazem nas coisas materiais e nem na correria do dia a dia. Eles buscam espiritualidade, uma experiência transcendental. Mas com quem? Pois no budismo não há crença em Deus, logo, os cristãos que se afastam da igreja na busca por meditação budista, acabam recebendo uma espiritualidade distorcida da que a Bíblia nos ensina. Por outro lado, igrejas que entraram no ritmo frenético proposto pelo securalismo também oferecem uma espiritualidade distorcida. Vou explicar melhor.

Creio que a igreja precisa retomar a prática da meditação, mas entender as suas diferenças com a do budismo. No livro de Salmos, o escritor continuamente afirma que meditará, mas, em todos os casos, a meditação está no caráter e na atividade de Deus: “Meditamos em teu amor leal” (Sl 48.9); “[...] então meditarei nas tuas maravilhas” (Sl 119.27). Escritores cristãos ao longo dos séculos falaram de uma maneira de ouvir a voz de Deus, de se comunicar com o Criador dos céus e da terra.


David Burnet nos ensina, contudo, que uma diferença fundamental entre meditação budista e meditação cristã é que a tradição budista aspira desapego do mundo de experiências, enquanto a tradição cristã procura apego a Deus. No budismo, em geral, busca-se o vazio, no cristianismo, busca-se o encher-se de Deus. 

Uma característica central da meditação cristã é que a Bíblia é considerada a revelação especial de Deus que criou todas as coisas. Richard Foster sugeriu vários métodos a serem usados na meditação cristã, mas enfatiza a importância da Bíblia. Não é fazer exegese, é internalizar e personalizar as passagens bíblicas. Já as técnicas budistas mais elevadas, levarão os praticantes a estados de transe. No cristianismo, não é preciso de transe nem guias espirituais para conseguirmos estar em plena consciência e comunicação com Deus, pois o próprio vem ao nosso encontro e fala conosco no estado natural. 
E, por fim, a meditação no budismo faz parte das disciplinas espirituais do dharma, ou melhor, o caminho da "salvação" para eles. Ou seja, é preciso também meditar para chegar ao nirvana. No cristianismo, não meditamos para sermos salvos. Meditamos na grande expectativa nos encher da Palavra e presença transformadora nosso salvador.

Em meio às muitas frases de efeito, discursos de autoajuda e manifestações de religiosidade que enchem a mídia e as redes sociais, como fazer diferença entre o pensamento budista e as verdades bíblicas?

Ziel Machado – O critério será sempre a Palavra de Deus, ela será a base para discernir cada ensino, seja um ensino feito por um cristão ou por um budista. A pergunta será sempre: "está afirmação está em concordância com o ensino bíblico?" Independente de quem ensina, a questão é saber se o mesmo tem o apoio das Escrituras.

Mila Gomides – A diferença básica é a fonte da transformação do homem e da criação. As técnicas de autoconhecimento, meditação, mindfulness têm por base que o homem por si pode obter a transformação que precisa. Não há crença em Deus, nem na necessidade de um salvador. 
As verdades bíblicas nos ensinam o contrário. O homem por si, por mais bem intencionado, não é capaz de se transformar, nem de se salvar. Lembro aqui de 1 João capítulo 4, que por várias vezes apresenta Jesus como o nosso único aperfeiçoador. Ele é o nosso salvador e nos coloca direto na história da redenção, onde estão seremos transformados.

É verdade que os budistas não entendem Jo 3.16 (o versículo mais traduzido da Bíblia)?

Ziel Machado – Nunca ouvi nada a respeito disso, portanto não posso responder.

Mila Gomides – Sim, é verdade. Mas para budistas no contexto asiático. Em grande maioria, entenderão o versículo como más novas ao invés de boas novas, pois a interpretação que sua cosmovisão dará, é que o caminho apresentado nas palavras de João sobre o Evangelho são contrários aos ensinamentos de Buda. 

Para os cristãos, não existe outro caminho espiritual válido a não ser por Jesus. E para os budistas, qual é a sua visão acerca de outras expressões de fé?

Ziel Machado – Se por outro caminho espiritual estamos nos referindo a caminho para salvação, fora de Jesus Cristo, não há outro, segundo as Escrituras. Não sei se salvação é uma questão para os budistas.

Mila Gomides – Percebo que há uma visão no ocidente que o budismo é somente uma filosofia tolerante a outras expressões de fé e que não se declara como única verdade ou caminho espiritual. Existem vários capítulos no livro "Budismo" que explicam como tem sido o contato deles com outras religiões. 

Em suma, Buda Sakyamuni não se manifestou contrário à algumas expressões de religião populares na sua época, como a crença nos espíritos, contudo, apregoou para que os seus ensinos no dharma não fossem mudados. É interessante que segundo a tradição budista, ele chegou a pregar o dharma para vinte mil deuses, incluindo os grandes deuses hindus brama e indra. Para ele, o dharma é o único caminho e um ensinamento mais elevado às outras expressões de fé. Ele, inclusive chegou a comissionar seus discípulos para a pregarem por todo o mundo. 

Na caminhada, contudo, o budismo assimilou expressões de fé locais na China, Japão, Tibet e outros países, para conseguir permanecer lá, mas eram expressões populares como o shintoísmo ou xamanismo e não religiões como cristianismo ou islamismo. Na Tailândia, vários monges ensinam para a população que o cristianismo é inferior ao budismo. 

Em 2004, aconteceu um congresso mundial de líderes budistas para a fortalecerem a propagação do budismo no mundo e diminuírem a influência das grandes religiões em países tradicionalmente budistas. E isso já está em prática. Existe grande dificuldade de muitos missionários cristãos obterem vistos religiosos em países budistas, e não se compara a ampla facilidade dos monges budistas obterem vistos religiosos no ocidente.
Vale lembrar que também existem disputas internas entre eles, como por exemplo a do Dalai Lama e da Nova Tradição Kadampa (NTK). 

Existe alguma prática do budismo que seja possível conciliar com o cristianismo?

Ziel Machado – O cuidado com o próximo e com a criação, embora baseado em justificativas distintas. 

Mila Gomides – Sim! Precisamos reconhecer isso também. A sila, por exemplo, é a conduta ética e moral, que ensina o abster-se de matar, de roubar, de mentir. Lembra muito os 10 mandamentos, sem o primeiro sobre o amor à Deus.

Quando morei em alguns países budistas, percebi que os índices de assassinato ou roubos eram bem menores do que no Brasil tão cristão. Fui muito desafiada!

• Leia mais:


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/jesus-ou-buda-que-diferenca-faz?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Newsletter+%DAltimas+403+-+25%2F06%2F2018

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Fé cristã e fake news

01.06.2018
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alex Esteves

“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (cf. I Jo 4.1).


Em meio a toda a discussão sobre pós-verdade e fake news, preocupa-me especialmente a facilidade com que muitos cristãos dão crédito a mensagens sem fundamento compartilhadas em mídias e redes sociais. Além da adesão a sites  especializados em espalhar mentiras, há o compartilhamento de textos, áudios e vídeos contendo histórias sem a mínima comprovação, e até falsas profecias.
É assim, por exemplo, que se espalham fotos de pessoas mortas dizendo tratar-se de missionários martirizados nesse ou naquele país, quando uma simples checagem na própria internet é suficiente para provar que a imagem se refere a coisa diversa; áudios com uma voz pesarosa diante do juízo apocalíptico que Deus supostamente enviaria ao Brasil por meio de uma tsunami contra várias cidades; vídeos com explicações duvidosas acerca da última “treta” do mundo gospel; textos sobre reuniões secretas da ONU, com a presença dos mais importantes líderes mundiais, destinadas a perseguir os cristãos de todas as nações; notícias infundadas de que o presidente é satanista…
Num tom afetado, de alegada espiritualidade, essas mensagens convocam à oração – quem, em sã consciência, sendo cristão, seria contra a necessidade de orar? Outros pensam: “Não sei se é verdade, mas poderia ser”. E espalham a mentira porque ela serve à narrativa, “cumpre a profecia” ou “tem a ver”.
Não é tão difícil constatar a falsidade de uma mensagem que recebemos: geralmente as notícias falsas são sensacionalistas, aproveitando-se do medo e da ansiedade para atrair seu público; citam fatos e pessoas reais, retalhos dos últimos acontecimentos, para adquirir uma aparência de plausibilidade, mas acrescentam informações que não podem ser comprovadas, porque desprovidas de fontes confiáveis; não é incomum essas postagens conterem erros gramaticais, históricos, geográficos ou de outra natureza.
A credulidade é um problema muito grave, não só do ponto de vista intelectual, educacional e cultural, mas principalmente espiritual, porque diz respeito ao modo como a pessoa constitui seu sistema de crenças e àquilo que considera fundamento da verdade.
Fico imaginando se as pessoas que depositam sua confiança em boatos de redes sociais usam a mesma disposição mental e os mesmos critérios para aferir o que é certo e o que é errado à luz da Bíblia. Como esses cristãos crédulos avaliam pregações? De que lhes serve uma pregação expositiva? É com a fé que se aproximam das Escrituras ou é com aquela credulidade que as torna presas fáceis das fake news?
A Bíblia exorta-nos à , não à credulidade: “O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos” (cf. Pv 14.15); “O coração do sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia” (cf. Pv 15.14); “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (cf. At 17.11); “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (cf. I Jo 4.1).
Nós, cristãos, não fomos chamados a crer pura e simplesmente, mas a crer em Deus, na Pessoa de Cristo, conforme as Escrituras.
Fé é confiança na palavra de Deus (cf. Hb 11.1). Fé é uma resposta positiva à graça divina (cf. Ef 2.8). Credulidade, por sua vez, é a inclinação a acreditar celeremente no que se ouve ou lê, sem juízo crítico, sem capacidade de avaliação. Lembro, aqui, do interessante opúsculo de John Stott intitulado Crer é também pensar (publicado no Brasil pela ABU Editora), cujo título original é Your mind matters (“Sua mente importa”).
Os servos de Deus, os quais têm “a mente de Cristo” (cf. I Co 2.16), devem examinar todas as coisas (cf. I Ts 5.21) e ser “sóbrios” (cf. I Pe 4.7; “criteriosos”, na versão Almeida Revista e Atualizada). Acreditar facilmente em qualquer coisa atenta contra o caráter de Cristo. A fé cristã produz no convertido uma disposição mental renovada, a restauração progressiva de sua capacidade intelectiva, até que ele seja completamente liberto dos efeitos noéticos da Queda, o que acontecerá quando da glorificação prometida ao que crê (cf. Rm 8.23; I Jo 3.2).
Temo sinceramente que muitos cristãos recebam as pregações da mesma forma como recebem (e depois espalham) notícias falsas disseminadas na internet: se a pregação compartilhada for bíblica, não haverá o que objetar, senão pelo exíguo benefício que poderão extrair da palavra aqueles que forem deficientes em sua análise; o problema é que, em virtude do juízo crítico pouco aguçado, os crédulos costumam ser atraídos por pregadores sensacionalistas, triunfalistas, de autoajuda, promotores de “eisegese” em lugar de exegese, o que talvez explique, ao menos em parte, a crise em que se acha (e se perde) a Igreja evangélica brasileira.
*Alex Esteves Ministro do Evangelho em Salvador/BA. Membro do Conselho de Educação e Cultura da CONFRAMADEB. Bacharel em Direito. Casado e pai de três filhos
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/fe-crista-e-fake-news/

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Por que existem tantas denominações cristãs?

30.05.2018
Do blog BIBLIATODO REFLEXÃO,15.05.18
Por PrensaCristiana.org





Há muitas igrejas cristãs diferentes que se intitulam protestantes. Esta divisão dentro do cristianismo protestante é conhecida como “nomes”, e talvez tenha ouvido falar de alguns, como “Pentecostal”, “evangelista”, “Batista”, “Adventista”, etc.

Mas de onde eles vêm denominações protestantes? Por que existem tantos? Há algum que está errado?
Três tipos de Doutrina
A primeira coisa que é importante entender são as três esferas de doutrinas que existem no cristianismo. Em ordem de importância, são eles:
1. Doutrina Essencial
2. Doutrina Secundária
3. Doutrina Terciário
Doutrina essencial
A doutrina essencial é o mais importante. A doutrina essencial contém os para ser crenças cristãs básicas, essenciais e necessários. A religião não é cristã se ela não tem ou distorce qualquer aspecto dessa doutrina essencial.
O que há na doutrina essencial?
Trindade (Deus é trino ou Tri-One)
• Divindade de Cristo
• sua encarnação
• expiação vicária (perdão dos pecados através da morte de Jesus Cristo)
• A salvação pela graça através da fé
• ressurreição corporal de Cristo
• Autoridade da Escritura
Se uma religião tem alguns elementos dessa doutrina essencial e não outros, ela é conhecida como uma seita do cristianismo. Testemunhas de Jeová, por exemplo, rejeitar certos aspectos da divindade de Jesus. Isso os torna uma seita do cristianismo e não é em si uma igreja cristã.
Deve-se ressaltar que a crença na doutrina essencial é o que nos torna irmãos em Cristo. É por isso que pode ser um e ter unidade, apesar das diferenças que possam existir entre as denominações. É aqui que temos de olhar para encontrar o que nos une e nos torna iguais aos olhos de Deus. É aqui que precisamos enfatizar.
Ensino secundário
Alta Doutrina são essas crenças e dogmas que as igrejas não podem viver juntos sob o mesmo teto são praticados. É aqui que a igreja é “Split” em denominações como evangélicos, batistas, pentecostais, etc.
O que queremos dizer por crenças que não pode “viver sob o mesmo teto”?
Há igrejas que pensam que as mulheres não devem ser pastoras e há outros que o fazem. Esta esfera doutrinária também o famoso debate “vs. Predestinação livre arbítrio. “Há igrejas que entendem que devemos manter os outros de sábado e não. Assim sucessivamente. Obviamente, não pode haver atitudes opostas sobre questões como estas na mesma igreja, por isso é subdividido em denominações. É por esta razão que surgem devido a divergências sobre a expressão do texto bíblico.
É interessante notar que, embora essas diferenças são importantes para aqueles que praticam isso ou aquilo, não estão dividindo a fé que temos em Jesus Cristo. Pelo menos, ele não deve ser. A nossa salvação é o que nos une e depende confessar com a nossa boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10: 9-10). Esta é a doutrina essencial, não secundário.
Somos irmãos em Cristo, não porque nós – literalmente – sob o mesmo teto, mas porque acreditamos nas mesmas coisas sobre o mesmo Deus (Doutrina Essencial), independentemente de como criar ou expressar (Doutrina Secundário).
Doutrina terciária
Terciária Doutrina são essas crenças e dogmas que si pueden igrejas convivem sob o mesmo teto são praticados.
Por exemplo, coisas sobre o que traje é apropriado; se o Arrebatamento é “antes, durante ou depois de” a Grande Tribulação (ou será apenas “segunda vinda” e não “arrebatamento”); se falar em línguas é a confirmação de receber o Espírito Santo ou não; se a criação foi de 6 dias 24 horas ou não, diferentes ideias sobre a guerra espiritual e muitas outras coisas
Semelhantes. Note que estas são ideologias que não foram feitas porque Deus disse, mas por convenções culturais / sociais de cada igreja ou deduções pessoais de que a Bíblia diz.
O que vai contra a Unidade
Vale a pena notar o fato de que muitos erros confundindo doutrinas secundárias e terciárias com a doutrina essencial. Esses erros geralmente acabam na rejeição da igreja (ou religião organizada na sua totalidade) e atentar contra a unidade que Jesus exige de nós cristãos (ou seja, aqueles que acreditam na doutrina essencial) em João capítulo 17.
É importante compreender que a unidade não significa igual ou concordar em tudo. A unidade é capaz de trabalhar em conjunto para o mesmo objetivo, apesar de nossas diferenças. Qual é o nosso objetivo? Conhecer a Deus e fazê-lo conhecido – juntos, unidos. Se não, o mundo não vai acreditar que Jesus é o Filho de Deus (João 17:21). O cristianismo não é para rangers solitários, é para ser vivida em comunidade.
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Fonte:https://www.bibliatodo.com/Pt/reflexoes-biblicas/por-que-existem-tantas-denominacoes-cristas/