05.02.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Elisa Robson 
A dor e a perspectiva de um futuro com desafios tão grandes nos levam a pensar com misericórdia nessas pessoas.
Ela declarou em entrevista à BBC Brasil: “Hoje, sabemos que a 
microcefalia típica é um mal incurável, irreversível, mas o bebê 
sobrevive (na maioria dos casos). Portanto trata-se do aborto 
propriamente dito e isso enfrenta resistência”. E acrescentou: “Somos 
uma organização que já fez isso antes. E conseguiu. Estamos plenamente 
inspiradas para repetir”.
Quando analisamos as informações médicas, inevitavelmente, desejamos 
poupar da dor as crianças gravemente deficientes, da mesma forma que, é 
natural, nós queiramos poupar os pais que sofrem. Quem desejaria que um 
inocente vivesse por toda a sua vida em uma batalha pela saúde? Quem 
desejaria a uma jovem mãe que seu bebê nascesse com tantas complicações?
A dor e a perspectiva de um futuro com desafios tão grandes nos levam
 a pensar com misericórdia nessas pessoas. Desejamos o melhor a elas. Há
 um sentimento de amor e cuidado para que o sofrimento possa ser evitado
 ou, pelo menos, amenizado.
Esses sentimentos nobres deveriam nos impulsionar com afinco à busca 
por soluções, a desenvolver um sistema de apoio eficiente para as mães, a
 valorizar aquelas que podem fazer tudo o que os homens fazem e ainda 
têm a capacidade de gerar uma vida. Contudo, não é isto que está 
acontecendo.
Quando nos apresentam a opção do aborto como “solução” para os casos 
de microcefalia (que logo será para a Síndrome de Down também), nos 
ensinam que acabar prematuramente com uma vida é a saída para muitos 
problemas. Nos ensinam que qualquer outra situação que não seja 
considerada “normal” deveria ser exterminada. Nos ensinam que a morte é a
 resposta para situações difíceis. A morte?
Além disso, outro ponto levantado por quem vê no aborto uma “escolha”
 para os casos de microcefalia é a nossa responsabilidade, como 
sociedade. Muitas pessoas acreditam que os filhos são responsabilidades 
apenas dos pais, principalmente da mulher.
Dessa forma, dizem, deveríamos oferecer a esta mãe o “direito” de 
poder matar o próprio filho, se assim quisesse. (Mesmo sabendo que o 
aborto só mascara os reais problemas que as mulheres enfrentam.) Quem 
defende tal ideia, geralmente, fica horrorizado em pensar que terá que 
se envolver com a questão de educar crianças e dar suporte em casos de 
doença, uma vez que, não sendo pai nem mãe, “nada disso lhe diz 
respeito”. Não mesmo?
As crianças de hoje serão os profissionais de amanhã. Muitos serão 
médicos, policiais ou políticos. Portanto, vão cuidar da saúde ou 
segurança da sociedade em que eu e você viveremos daqui a 25 anos. Sua 
formação vai passar pela maneira como são educados diretamente por seus 
pais, e, indiretamente, por nós, por meio das causas que apoiamos hoje e
 ajudamos a promover, bem como, por nossas “conquistas” junto à Suprema 
Corte.
Isto significa que as crianças estão, neste momento, interagindo com 
todas as ideias lançadas, como as defendidas pelo Instituto Anis. Se 
alguém apoia o “joga fora e faz outro” ou “cérebro veio com defeito, 
pode eliminar”, deve ser lembrado que provavelmente os jovens de hoje, 
convencidos por essas ideias, farão parte de uma nova geração que achará
 natural criar um Estado sem responsabilidades.
Um Estado que permitirá a carnificina de inocentes, porque é bem mais
 barato do que oferecer condições de uma vida digna a um bebê com 
microcefalia ou alguma outra diferença. Um Estado que pouco se importará
 com os mais fracos, ou com aqueles que ficarão assim. Que só dará valor
 aos mais fortes e “adaptados” até achar uma solução mais “prática” para
 os idosos, doentes e “diferentes” de amanhã. Em algum lugar da 
história, já vimos esse roteiro.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/deveriamos-exterminar-os-bebes-com-microcefalia/
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