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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

SECURALISMO: Carta a um universitário cristão

17.08.2016
Do blog FREEWEBS
Por Alderi Souza de Matos*

Caro irmão em Cristo,

Você tem o privilégio de frequentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a ideias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Algumas de suas crenças e valores parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. No intuito de ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque ajuda a pessoa a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem "sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pe 3.15).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A ideia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: 

Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes - agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos antirreligiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.

Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar e/ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições antirreligiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.

Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.

Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?

O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.

Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius Van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentado argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Um bom exemplo recente é o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida. É importante que você, universitário cristão, leia esses autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.

Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm representantes da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.

Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!

*Alderi Souza de Matos é doutor pela Boston University e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Fonte:http://www.freewebs.com/kienitz/carta.htm

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Ateísmo: um suicídio intelectual

29.07.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por  Gabriel Reis

Se o naturalismo evolucionista é verdadeiro, o nosso cérebro não foi desenvolvido para alcançar a verdade.

Ateísmo: um suicídio intelectualCornelius Van Til foi um proeminente filósofo cristão do século XX. Ele é mais conhecido por sua defesa de um método apologético(defesa da fé) chamado de pressuposicionalismo. Para Van Til, o apologista cristão, ao invés de ignorar os pressupostos do incrédulo que norteiam a sua cosmovisão, ele deve expô-los e desafiá-los diretamente com seus próprios pressupostos cristãos.
Ele propôs o argumento transcendental para a existência de Deus. Um argumento transcendental é um tipo distinto de argumento que visa identificar os pressupostos do pensamento racional. A afirmação máxima de Van Til foi que esses pressupostos só podem ser explicados por uma visão cristã de mundo.
Outra proposta de Van Til é que devemos fazer uma critica interna em cada visão de mundo. Qual visão de mundo podemos dar sentido para as coisas que nós tomamos como concedidos a todo o momento: que o universo é ordenado, que nossas mentes são equipadas para pensarmos racionalmente, e que é verdade que existem padrões objetivos?
O que Van Til propôs era que fizéssemos uma redução ao absurdo na cosmovisão incrédula, assumindo ela por hipótese, e demonstrando que ela não fornece as condições de possibilidade para o pensamento racional, mas pelo contrário, ela destrói. Para Van Til, um ateu argumentando contra a existência de Deus, é semelhante a um bebê que bate no rosto do seu pai. Ele só pode fazer isso, porque o pai o mantém em seus braços.
E a partir dessa analise de Van Til uma série de pensadores cristãos têm comprado a briga pra levar o projeto de Van Til pra frente. E um fato curioso é que há um número crescente de ateus que estão demonstrando, mesmo que inconscientemente, que Van Til estava correto.

O absurdo de um mundo sem Deus

Pense em Friedrich Nietzsche, o filósofo alemão do século 19 que era contra a religião. Sua frase mais famosa é a “Deus está morto” que significava a morte da crença significativa em Deus. Nietzsche reconheceu que colocar Deus de lado não é uma questão trivial. Mas que tem profundas implicações. Você não pode destruir o Sol e depois esperar que você viva sem calor e luz. Da mesma forma, depois que você tira Deus do mundo, reconheceu Nietzsche, você deve tirar todas as coisas que dependem de Deus. Como significado e propósito da vida, moralidade objetiva, a racionalidade e a inteligibilidade do mundo, e até mesmo a ideia de verdade objetiva.
Então Nietszche era um bom vantiliano fora de época, pelo menos nesse sentido dito, que se você nega a realidade de Deus você nega tudo o que vem com ele. Mas eu gostaria de analisar uma obra mais recente chamada “O Guia do Ateu para a Realidade: Apreciando a vida sem ilusões” de um ateu vantiliano Alex Rosenberg. Para ele, nem o universo como um todo, nem a vida humana em particular, tem algum significado ou propósito. Não há liberdade ou qualquer diferença objetiva entre o certo e o errado. E que o ateu consistente deveria ser um niilista.
Embora ele compartilhe a visão de mundo naturalista-evolucionista de Richard Dawkins, a diferença importante entre esses dois ateus é que Rosenberg é filosoficamente treinado e muito mais equipado para reconhecer todas as implicações de sua visão de mundo. E isso é precisamente o que o Guia do Ateu propõe a fazer.
O livro é dirigido principalmente ao seus companheiros ateus e procura convencê-los de que eles não fizeram o suficiente para limpar a sua casa intelectual. Se eles estão a tomar a sua visão de mundo a sério eles devem limpá-lo de cada coisa até o último remanescente do teísmo. A realidade é dura e fria e muito mais estranho do que nós pensamos.

O ateísmo e a destruição da moral

Rosenberg argumenta que o niilismo teleológico leva ao niilismo moral. Quando se trata de questões de moralidade, “vale tudo”. Simplesmente não existe respostas corretas para quaisquer questões morais. Isso inclui o aborto, a eutanásia, o homicídio, o estrupo e qualquer outro tipo de atrocidade humana. Nada é certo ou errado. Não há fundamento moral sem Deus.

O ateísmo e a destruição do pensamento

Rosenberg escreveu que “a seleção natural não é muita boa em escolher crenças verdadeiras” e “há fortes evidências de que a seleção natural produz grande quantidade de crenças falsas, mas útil.” Se o naturalismo evolucionista é verdadeiro, o nosso cérebro não foi desenvolvido para alcançar a verdade. Existe uma possibilidade maior da seleção natural ter selecionado crenças em mim que são falsas, mas que no fim garantem a minha sobrevivência. Pois a verdade não importa. Se eu creio que o naturalismo é verdadeiro, então as crenças no meu cérebro não foram formadas a fim de alcançarem a verdade. E isso inclui a minha crença no naturalismo.
Ele também argumenta que a introspecção humana é radicalmente enganosa. Porque se levarmos a ciência a sério, nós nunca pensamos sobre a forma que pensamos. E que na verdade, o nosso maior erro é pensar que nós pensamos sobre alguma coisa.
Rosenberg admite que isso soa absurdo, mas ele acha que tem um argumento definitivo para isso. Ele afirma que a introspecção, os seus pensamentos, exibe intencionalidade. Intencionalidade é quando os meus pensamentos estão dirigidos a alguma coisa, é sobre alguma coisa. No entanto, Rosenberg explica, a intencionalidade pode não ser uma propriedade intrínseca dos objetos físicos.
Ele diz que “um aglomerado de matéria não pode ser sobre outro aglomerado de matéria”. No entanto, o cientificismo diz que não há mente distinta do cérebro: o pensamento é algo que o seu cérebro faz. E seu cérebro é apenas mais um amontoado de matéria no universo. Logo, se os seus pensamentos são nada além do que estados cerebrais físicos, então seus pensamentos não podem realmente ser sobre qualquer coisa. Portanto, o seu pensamento não é sobre nada caso o ateísmo seja verdade.

Outros absurdos do ateísmo

E no decorrer do livro, Rosenberg vai mais além dizendo que os ateus deveriam negar o propósito cósmico do mundo, o progresso histórico, a existência humana significativa, a vida após a morte, verdades morais, livre vontade, o direcionamento de nossos pensamentos, nossa capacidade de formular e executar planos.
Rosenberg também diz que se o naturalismo é verdadeiro, nenhuma sentença possui um significado. Que não existem sentenças verdadeiras. E que ninguém perdura por dois momentos no tempo, você não é a mesma pessoa que era quando começou a ler esse artigo. E eu chamaria o livro de: O guia do ateu para o suicídio intelectual.

A loucura da incredulidade

Devemos observar que isso confirma o que a Bíblia diz sobre a loucura da incredulidade. A ideia bíblica de loucura tem a ver com a inteligência, e o tempo nos mostra que essa loucura é revelada no ato de abandonar o senso comum e abraçar absurdos auto-destrutivos, e tudo para não aceitar a realidade de Deus. Não é surpreendente porque algumas pessoas estão mais dispostas a negar que existe diferença entre o certo e o errado e negar que os nossos pensamentos são sobre alguma coisa do que admitir que eles são criados por Deus.
Quer saber em mais detalhes? Assista a aula completa no vídeo!
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/ateismo-um-suicidio-intelectual/