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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A igreja e as estruturas de poder

 07.09.2020

Do portal ULTIMATO ONLINE, 02.09.2020

Por  Pedro Dulci*

Até o terceiro século, a Igreja de Jesus enxergava-se como peregrina e forasteira nessa terra. A perseguição que sofria não a permitia desenvolver outra imagem de si. Eles sabiam que não tinham poder e que nunca deveriam vincular as esperanças do Reino de Jesus com as estruturas imperiais.

Entretanto, com o imperador Constantino a relação entre Igreja e Estado mudou e, com isso, toda a sua teologia pública. Quem nos lembra disso é o historiador evangélico Mark Noll deixando claro como que essa mudança alterou a história do cristianismo.

É claro que o auxilio do Império fortaleceu a igreja e lhe deu paz para crescer. Contudo, as relações não eram unilaterais e o Império também colocaria cada vez mais suas mãos em assuntos da esfera eclesiástica. Os concílios ecumênicos, tão importantes para a doutrina saudável que temos, foram convocados pelos imperadores e não pelos bispos — visando a unidade política do império através da unidade doutrinária.

Nessa história, a Igreja precisou avaliar constantemente os limites dessas relações. Um dos episódios que eu mais gosto nessa história é o do bispo Ambrósio expulsando do interior da igreja o imperador Teodósio — representado acima na pintura de Anthony van Dyck. Claramente era o pastor da igreja protegendo o rebanho da hipertrofia totalitária que o império sentia-se confortável em dar lugar.

Em tudo isso, aprendo que a Igreja de Jesus precisa de muita sabedoria para expurgar de seu meio antigos desvios teológicos. Nossa teologia política precisa continuar sendo da igreja peregrina e forasteira que, assim como Abraão, espera a cidade de Deus descer do céu até aqui — cidade que foi arquiteta e será construída por Deus, e não por nenhuma força humana.

Isso não nos livrará das relações com as estruturas de poder, mas nos permitirá nunca colocar nossas confianças nelas. A quebra de expectativas de muitos membros da igreja com seus candidatos e partidos políticos têm suas raízes em trocar a confiança do Criador pela criatura, não lhe rendendo glória, mas vangloriando-se dos impérios humanos, demasiado humanos.

*Pedro Dulci é autor do livro  Fé Cristã e Ação Política,

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Fonte:https://www.ultimato.com.br/conteudo/a-igreja-e-as-estruturas-de-poder

O que significa ter uma consciência cauterizada?

07.02.2020

Do blog GOT QUESTIONS

Resposta: A consciência cauterizada é mencionada em 1 Timóteo 4:2, onde Paulo fala sobre aqueles cujas consciências foram "cauterizadas" ou tornadas insensíveis, da mesma forma em que a pele de um animal marcado com um ferro em brasa se torna insensível a mais dor. Para os seres humanos, ter a consciência cauterizada é resultado do pecado contínuo e impenitente. Eventualmente, o pecado adormece o senso moral de certo ou errado e o pecador impenitente torna-se insensível aos avisos da consciência que Deus colocou dentro de cada um de nós para nos guiar (Romanos 2:15).


No momento da salvação, somos purificados do pecado herdado de Adão e de todos os pecados pessoais. Mas à medida que continuamos em nossa caminhada cristã, ainda estamos propensos a pecar. Quando pecamos, Deus tem nos proporcionado um método de purificação para nos restaurar ao ponto da salvação. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Quando nos permitimos praticar pecados com a nossa mente, estamos extinguindo o Espírito Santo que habita em nós, mas somos ordenados a não fazer isso (1 Tessalonicenses 5:19). Quando continuamos em nossos pecados mentais sem confessá-los e começamos a praticá-los em nossos corpos (Tiago 1:15), entristecemos o Espírito Santo, o que também não devemos fazer (Efésios 4:30). Mais uma vez, temos a opção de confessar e arrepender-nos ou continuar no pecado e distanciamento. Quando permanecemos no pecado, as nossas almas começam a se tornarem moralmente insensíveis. Finalmente chegamos a um ponto em que a nossa consciência está cauterizada e é incapaz de nos ajudar a determinar o certo do errado. É como se um ferro em brasa tivesse sido aplicado à nossa consciência, destruindo-a totalmente. Pior ainda, podemos chegar ao lugar onde não mais nos importamos com o quanto pecamos. Isto é o que se entende em 1 Timóteo 4:2, onde Paulo se refere a falsos mestres: "pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência." Podemos facilmente ver isso como pura maldade. Um serial killer , por exemplo, teve sua consciência cauterizada e já não mais funciona para orientá-lo no que é certo e errado.

Os cristãos que continuam pecando apesar da disciplina divina podem morrer devido ao seu pecado. Deus faz isso para não permitir que tal pessoa faça mais danos a si mesmo ou ao testemunho do Seu Santo Nome. "Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. Toda injustiça é pecado, e há pecado não para morte" (1 João 5:16-17). Esses pecados não nos fazem perder a nossa salvação, mas definitivamente afetam o nosso relacionamento com Deus e com os outros. Somos sábios se nunca nos deteriorarmos ao ponto de termos a nossa consciência cauterizada.

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Fonte:https://www.gotquestions.org/portugues/consciencia-cauterizada.html

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Entenda o fardo de ser o único cristão na família

27.08.2020

Do blog PORTAS ABERTAS, 26.08.2020

Conheça a história de Gagan, um jovem indiano, que foi o único em sua família a aceitar a Cristo


Gagan*, de 21 anos, é indiano e ouviu falar sobre Jesus por alguns amigos cristãos enquanto vivia no alojamento da escola, afastado da vila. Naquela época, ele não pensava nada sobre o assunto, mas olhando para trás, percebe que um interesse foi despertado nele. Além disso, durante o último ano do Ensino Médio, ele participou de um acampamento de jovens e, lá, aceitou a Cristo, decidindo segui-lo. Também decidiu que serviria ao Senhor depois da faculdade.

O jovem deixou a família saber sobre a decisão de seguir a Cristo. E, apesar de ser uma surpresa, eles não se opuseram. “Meus pais, entretanto, tinham me alertado para não ser influenciado por ninguém a me tornar cristão.” Gagan ficou longe da família e de suas tradições, culturas e crenças durante a maior parte da vida acadêmica. A situação também melhorou quando viram que ele tinha se tornado uma pessoa melhor após aceitar a Cristo.

Porém, a família se recusou a seguir com o jovem na jornada da fé cristã. O motivo é que eles vivem em uma sociedade do medo. E viver na vila e ser parte da comunidade é o mesmo que seguir a fé e o sistema de crenças dos antepassados. “O medo deles é muito real para mim também porque aceitar a Jesus e segui-lo significa se tornar um estrangeiro na comunidade. Embora eu seja grato aos meus pais por entenderem e considerarem minha fé pessoal, carrego o fardo de orar para que toda a minha família aceite a Jesus.”

O rapaz também teme pela segurança dos pais por estar seguindo uma fé diferente dos outros. A visão geral de Cristo na comunidade é que ele é um Deus estrangeiro e todos que seguem ao cristianismo são traidores da religião original local. “Em tudo isso, me encorajo na história de Jó. Ele vivia uma vida boa e pacífica, mas chegou um tempo onde enfrentou uma imensa adversidade em todos os aspectos da vida. Eu sinto que a vida cristã não é toda fácil e apenas aqueles que desejam e estão enraizados em Cristo podem viver tal vida”, explica.

Gagan teme pela segurança dos pais por seguir uma fé diferente dos outros moradores da vila 

Gagan é grato a Deus por guiar sua vida. Sua família era muito pobre para ajudá-lo a entrar em uma boa faculdade. Entretanto, parceiros da Portas Abertas o auxiliaram a entrar em uma instituição educacional de boa reputação. “Eu estava sobrecarregado com os obstáculos, já que eu pertencia a uma vila remota e não tinha a documentação exigida. Entretanto, com a ajuda e encorajamento de parceiros da Portas Abertas, perseverei e foi um alívio finalmente ser admitido e começar o curso.”

Ele também agradeceu e encorajou os parceiros da Portas Abertas. “Jesus disse que há mais alegria no céu com um pecador perdido que vem a Deus e eu sou um desses que estava perdido e fui achado por causa do seu apoio e oração. Muito obrigado. Após completar meus estudos, vou voltar e servir a Deus em minha vila. Isso é um grande desafio, mas acredito que Deus me preparará para isso e me dará sabedoria em como fazê-lo”, conclui.

Continue mostrando aos cristãos na Índia, como Gagan, que eles não estão sozinhos ou esquecidos. Ao servir a Igreja Perseguida, você serve ao Senhor. Com uma doação, você oferece apoio a cristãos que enfrentam perseguição extrema por meio de ajuda emergencial, cuidado médico, abrigo, auxílio jurídico, entre outros.

*Nome alterado por segurança.

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Fonte:https://www.portasabertas.org.br/noticias/cristaos-perseguidos/entenda-o-fardo-de-ser-o-unico-cristao-na-familia?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=link-noticia-fardo

MOMENTO COM DEUS #1: O QUE VOCÊ ESCONDE NO SEU CORAÇÃO? Sl 119:18

27.08.2020

Do canal do pastor Irineu Messias, no You Tube, 24.08.2020



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Fonte:https://youtu.be/T4456dgqfCQ?t=14

domingo, 23 de agosto de 2020

ESTUDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS: A Eleição é Condicional e a Expiação é Universal qualificada

23.08.2020

Do portal CRISTÃO ALERTA, 05.2008

Por Pr Silas Daniel*

De vez em quando, alguns cristãos se deparam com antigos questionamentos teológicos que os levam a debater-se interiormente. Alguns dizem respeito ao livre arbítrio, à Predestinação, à Eleição e à Expiação. Portanto, vejamos uma exposição sintética sobre esses temas à luz das Escrituras.

Em primeiro lugar, é importante dizer que, à luz da Bíblia, o homem não regenerado é escravo do pecado e incapaz de servir a Deus com suas próprias forças (Rm 3.10-12), mas, por ainda ter em si resquícios da imagem de Deus, ele tem a capacidade (livre-arbítrio) de, mesmo no estado caído, corresponder com arrependimento e fé quando Deus o atrai a si. A iniciativa é sempre de Deus, já que o homem, em seu estado caído, não pode e não quer tomar a iniciativa. Ele precisa primeiro ser convencido para depois ser convertido, e quem convence o homem é o Espírito Santo (Jo 16.8-11).

É Deus, portanto, quem desperta o interesse de salvação no homem (Jo 6.44 e At 16.14). Tal desejo, porém, depois de despertado, pode ser resistido (Hb 3.7-19; 10.23-29; 10.39 e 12.25; At 7.51 e 13.46; Mt 23.37; 2Pd 2.1,2,20,21; 2Cr 15.2; 1 Tm 4.1; 2Tm 2.12 e Tg 4.8). Se o homem aceita a oferta de Salvação, Ele é salvo por Deus e o Espírito opera a regeneração.

Assim como a iniciativa para a salvação é sempre de Deus (Ef 2.4-9), a regeneração é operada tão somente por Deus. Não é pelas próprias forças do homem que ocorre a regeneração, mas pelo poder do Espírito (Tt 3.3-7). Ou seja, o livre-arbítrio é claro (Dt 30.19; Js 24.15; 1 Rs 18.21; Is 1.19,20; SI 119.30; At 10.43; Jo 1.12 e 6.51), mas não é ele que salva o homem. E Deus quem opera a Salvação no homem e o transforma pelo poder do Espírito Santo quando ele aceita a Salvação. E mesmo no livre-arbítrio há a soberania divina, pois foi Deus quem deu essa capacidade de escolher ao homem, capacidade esta que é resquício da imagem divina nele. Deus, em sua soberania, criou homens livres.

Em segundo 'lugar, à luz da Bíblia, a Eleição é condicional. A Eleição divina não é uma escolha arbitrária de Deus, mas fruto de sua presciência (Rm 8.29,30).

Deus quer que todos se salvem (At 10.34 e 17.30-31; 1Tm 2.4; 2Pd 3.9 e Rm 11.32), mas os eleitos de Deus são aqueles que o aceitaram (Jo 7.37-38 e Ap 22.17), cuja decisão já era conhecida por Deus por ser Ele onisciente e presciente, isto é, sabe de todas as coisas antes de todas as coisas acontecerem.

A Bíblia sempre fala de predestinação à vida eterna em Cristo. Efésios mostra isso. Aliás, os termos “em Cristo Jesus”, “no Senhor” e “Nele” ocorrem 160 vezes nos escritos de Paulo, sendo que 36 vezes só em Efésios, onde está o recorde. Ou seja, se queremos entender bem Efésios, devemos começar a atentar para a palavra-chave dessa epístola: “em Cristo”. Ora, mais de uma vez é dito em Efésios 1 que a predestinação ocorre em Cristo. Ou seja, a predestinação e a eleição não são para estarem Cristo. A predestinação e a eleição estão em Cristo.

Clarificando: para aqueles que estão em Cristo está destinado desde a fundação do mundo a Salvação; a quem não estiver Nele, a perdição. Enquanto você estiver Nele, seu destino é o Céu.\ Enquanto não estiver Nele, o Inferno. O critério é estar Nele./ Como afirma Paulo, Deus nos elegeu “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1.4), mas Cristo só vai “vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do Evangelho” (Cl 1.22,23). Está claro: a eleição é condicional. E qual a condição? Estar em Cristo: “...nos elegeu nele...” (Ef 1.4).

Finalmente, à luz da Bíblia, a Expiação de Cristo é universal qualificada.

Como assim?

Cristo morreu por todos (Jo 3.16; 6.51; 2Co 5.14; Hb 2.9 e 1Jo 2.2), mas sua obra salvífica só é levada a efeito naqueles que se arrependem e creem (Mc 16.15,16 e Jo 1.12). Ela é suficiente, mas só se torna eficiente na vida daqueles que sinceramente se arrependem de seus pecados e aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador e Senhor de suas vidas.

A Expiação de Cristo foi feita para toda humanidade, mas só os que a aceitam usufruem de sua eficácia.

Conquanto existam passagens que afirmam que Cristo morreu pelas ovelhas (Jo 10.11,15), pela Igreja (At 20.28 e Ef 5.25) ou por “muitos” (Mc 10.45), o que sugeriria que a Expiação é limita da, a Bíblia afirma claramente em muitas outras passagens que a Expiação é universal em seu alcance (Jo 1.29; Hb 2.9 e 1Jo 4.14), o que deixa claro que as passagens que dão uma ideia de ela ter sido limitada nada mais são do que referências à eficácia da Expiação e não ao seu alcance. Quando a Bíblia associa natural e enfaticamente os que creem em Cristo à obra expiadora, está apenas frisando a eficácia da Expiação e não seu alcance (Jo 17.9; G11.4; 3.13; 2Tm 1.9; Tt 2.3 e 1Pd 2.24).

Porém, ainda há quem argumente que se a Expiação é universal, mas só crida e aceita por alguns e não por todos, isso significa que ela teria sua eficácia comprometida. Claro que não! O fato de muitos usufruírem dela já demonstra sua eficácia. Ela só não seria eficaz se ninguém se salvasse.

A salvação de todos não é a condição sine qua non para a eficácia da Expiação, mas o é, tão somente, a consecução da Salvação. Se muitos são os salvos por essa Expiação, esta já é eficiente. Não houve “desperdício” pelo fato de seu alcance ser universal, mas nem todos serem salvos. Além disso, se crermos que a Expiação de Cristo é limitada, o que seria um sacrifício que proporcionasse uma Expiação Ilimitada? Jesus sofreria um pouco mais na cruz?

Outro fato: uma Expiação Limitada é uma contradição ao ensino bíblico de que Deus não faz acepção de pessoas (Dt 10.17 e At 10.34). Deus é soberano, mas isso não significa que Ele fará alguma coisa que contradiga o seu caráter santo e amoroso.

Lembremos ainda que uma hermenêutica prudente interpreta uma passagem ou passagens observando o contexto geral sobre o assunto na Bíblia. A Bíblia se explica por meio dela mesma. Portanto, se ela afirma que Deus é santo, justo e amor, e não faz acepção de pessoas; e que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.3,4); e que a Expiação foi por “todos” (1 Tm 2.6 e Hb 2.9); logo, as passagens em que há alusão a “muitos” devem ser interpretadas à luz dessas outras. E quando o fazemos, percebemos que as passagens que aludem a “muitos” não se referem ao alcance da Expiação, que é universal, mas à eficácia dela para os “muitos” que a receberam por fé.

Além disso, como frisa o teólogo norte-americano Daniel Pecota, não se pode simplesmente desconsiderar o significado óbvio de alguns textos sem ir além da credibilidade exegética. Quando a Bíblia diz que “Deus amou o mundo” (Jo 3.16) ou que Cristo é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) ou que Ele é “o Salvador do mundo” (1 Jo 4.14), significa isso mesmo. Em texto algum do Novo Testamento, “mundo” se refere à Igreja ou aos eleitos. Escreve o apóstolo João, referindo-se a Cristo e à Expiação: “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2).

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Maio de 2008 – Artigo: Pr. Silas Daniel

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Fonte:https://cristao-alerta.alumy.com/posts/a-eleicao-e-condicional-e-a-expiacao-e-universal-qualificada