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quarta-feira, 15 de julho de 2015

O que temos em comum?

15.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 01.07.15
Por João Leonel

O que uma viúva, um cego, um paralítico, uma prostituta e um morto têm em comum? Jesus, você dirá. Não. Não é isso. O que os une, em suas muitas diferenças, na complexidade de cada um deles, nos variados contextos existenciais em que estão inseridos é a dor, o sofrimento, a angústia. Deles e daqueles que com eles convivem.

A dor, e o consequente sofrimento, são linguagens universais. Pessoas que as carregam se identificam com um olhar, sem necessidade de palavras. São realidades que dispensam explicações, e diante das quais nossa pergunta desajeitada “Como você está?” na maioria das vezes cai no vazio de um olhar que nos atravessa.

Na história da humanidade a dor e a morte impressionam mais do que a vida. Talvez, em uma contraditória complexidade, é necessário sofrer para que a vida seja reconhecida, compreendida e levada a sério. “A dor nos torna mais humanos” é a frase que ouvimos e aprendemos desde cedo.

E aqui está o elo com as Escrituras.

Jesus foi irresistivelmente atraído pelo dor humana. De certa forma, talvez possamos dizer que em cada sofredor que avistava, e para os quais sempre trazia uma ação abençoadora, ele identificava a si mesmo, em uma forma de projeção do sofrimento que viria a encarar na cruz. Para Jesus, o ser humano dilacerado pela dor apontava para o Messias sofredor do futuro. E para os doentes e oprimidos, Jesus apontava para a realidade da salvação disponível a todos no presente.

Por falar em salvação, é bom que se entenda que “salvação” (soteria) nos evangelhos possui o mesmo sentido que no Antigo Testamento, ou seja, “salvar de um perigo”. É nesse sentido que Jesus diz à mulher com hemorragia, que sentira ser curada por ele com um mero toque: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5.34). Salvação significava ficar livre da doença que a oprimia por doze anos.

Ser salvo por Jesus é ser livre de perigos que nos cercam e nos aprisionam. Sejam eles o diabo, a morte eterna, doenças físicas, depressões. Não existe salvação abstrata assim como não existe sofredor abstrato.

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A história de Jesus entre nós constrói um percurso de sensibilidade ao que sofre. Ele não discutiu conceitos sobre o sofrimento nem sua origem. Ele estava – isso, sim! - atento a uma mulher que, depois de perder o esposo, também perdeu seu único filho. “Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela [...] e o restituiu à sua mãe” (Lc 7.13,15). Talvez ninguém tivesse percebido aquela mulher e sua dor. Jesus não. Ele compartilhou a dor dela. E ressuscitou seu filho, devolvendo-o a ela.

Jesus foi solícito ao pedido de um pai em desespero diante da doença da filha. Não importava que ele fosse um dos chefes da sinagoga. Para Jesus, discussões religiosas não tinham a menor importância diante da necessidade de atender a um sofredor. Ele acompanhou Jairo e, mesmo diante da notícia de que a garotinha havia morrido, ele desafiou o pai: “Não temas, crê somente” (Mc 5.36). Jesus é tão sensível às necessidades humanas que, depois de efetuar um portento com a ressurreição da menina, desce às questões mais cotidianas da vida humana, orientando aos presentes - certamente em choque diante daquele feito - que dessem comida à querida filhinha de Jairo.

Uma viúva e um pai. Ambos sob a opressão da morte que os atinge e tira o sentido da vida. Ambos, ao experimentar o mistério do sofrimento, nos representam, e, principalmente, a todos os sofredores de todos os tempos. Ambos, ao serem alvo da misericórdia e do amor de Jesus Cristo, experimentam salvação. Discussões sobre o sofrimento, sua origem, o porquê de seus filhos terem morrido? Não, não há espaço para isso. Não mais. Certamente tais questões perderam sentido diante da demonstração de poder e amor de Jesus.

O que temos em comum? O que nós, seres humanos, temos em comum? Temos em comum nossa vocação para o sofrimento. Ninguém o procura, mas ele se aproxima de nós e nos atinge. Em algum momento da vida certamente ele se apresenta. E nesse momento, muito mais do que em qualquer outro, Jesus Cristo terá um olhar especial, um toque sensível, uma palavra de poder para nos salvar, para nos transformar, para enxugar nossas lágrimas E então teremos em comum não apenas a dor, mas a experiência da graça que é inexplicável. Nós, sofrimento e Jesus. Uma relação complexa, intensa e profunda.

João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, SP, e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.

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Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-que-temos-em-comum

Prontos para sofrer

15.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,14.07.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por ELBEN CÉSAR

terça-feiraAssim como Cristo sofreu no corpo, vocês também devem estar prontos, como ele estava, para sofrer. (1Pe 4.1)

Não devemos dizer em voz baixa (só para nós) nem em voz alta (para todo mundo ouvir) que estamos prontos para sofrer. Frequentemente, ainda não estamos. Será preciso mais alguns passos, ou muitos outros passos para chegarmos a essa disposição. Mesmo depois de ser advertido por Jesus a respeito da tentação diabólica pela qual passaria, Pedro exclamou euforicamente: “Estou pronto para ser preso e morrer com o Senhor!” (Lc 22.33). 
Porém, àquela altura, nem ele nem os outros discípulos estavam prontos para tanto. Mas se não estivesse pronto nesse momento, quando estava escrevendo sua primeira carta, Pedro não teria tido a coragem de pedir aos irmãos da Ásia Menor: “Vocês devem estar prontos para sofrer”.

Em nosso entusiasmo pelo reino, muitas vezes emitimos cheques de valor alto sem fundo. Eles voltam e nós passamos vergonha. O entusiasmo não é um mal. Ao contrário, é uma bênção! Ele nos faz sair da rotina, do marasmo, da acomodação, da frieza. Mas o entusiasmo não superficial exige maturidade, experiência, moderação, profundidade, amor apaixonado. Algo feito sem entusiasmo é mecânico, não têm óleo. O trabalho desenvolvido com entusiasmo é leve, gostoso, benfeito e deixa um sentimento muito grande de satisfação.

Pedro é muito corajoso: “Estejam prontos para sofrer”. Poucos pregadores e pastores hoje diriam algo assim. No momento, o mais comum é ouvir: “Estejam prontos para vencer!”, “Estejam prontos para o sucesso!”, “Estejam prontos para a bênção!”.

O “estejam prontos” de Pedro sugere não apenas decisão, disposição e coragem, mas também todo preparo possível, tanto emocional como espiritual. Não se trata de um sofrimento perdido, desnecessário, autoinfligido, masoquista, mas um sofrimento como o de Cristo e por causa de Cristo.

Morrer para o pecado implica inevitavelmente sofrimento!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/07/14/autor/elben-cesar/prontos-para-sofrer/

Culpa de mais, culpa de menos

15.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE

Ao falar de culpa, quase sempre me lembro de um episódio. Aconteceu há mais de 20 anos. Eu era um jovem obreiro da ABU (Aliança Bíblica Universitária) em um encontro de formação de líderes estudantis. Na ocasião, fui convidado a fazer parte de um “painel sobre sexualidade”, mesmo com minha parca experiência no tema. Entre nervoso e inseguro, me lembro da pergunta de um estudante sobre que aconteceria com aqueles que se equivocaram nessa área da sexualidade. Considerando que “essa eu sei responder” lhe disse que nesses casos, onde há arrependimento e o voltar-se para Deus, eles então experimentariam “a graça e o caminho da reconstrução”. Lembro-me bem da resposta do estudante: “Só isso? Assim fica fácil demais!”.

É fácil receber a graça de Deus? Não funcionaria melhor com um pouco mais de culpa e algum castigo, penitência? Será que sabemos discernir quando enfrentamos “culpa de mais”, ou “culpa de menos”, e será que daria para encontrar uma “culpa do bem”, daquela que nos leve à graça?

Culpa de mais

Fico pensando por que Davi começa seu salmo de dor após seu pecado (Sl 51) com esses clamores: “preciso da tua graça... apaga meu passado... lava minha culpa”. Possivelmente porque a culpa provoca isso, essa consciência, essa dor onde “meus pecados ficam me olhando o tempo todo”1, quando “o meu pecado está sempre diante de mim”2.

Esse foi o ponto de partida para Davi, e não o ponto final da sua jornada. Se terminasse assim, seria como a culpa que encaram o tempo todo aqueles que se equivocaram. Uma culpa instalada na ponta do nosso nariz, tapando a visão depois de nossas faltas, provocando que não vejamos nada mais além de nossos erros.

Não é uma questão de esquecimento versus lembrança. Na verdade, a verdadeira luta deveria ser outra: de um lado a inconsciência, a indiferença e a dureza versus uma consciência saudável de nossa condição de pecadores. Ou seja, eu não preciso “esquecer-me” de meu pecado para experimentar paz e perdão. Tampouco preciso lembrar-me dele o tempo todo, em uma fixação doentia que me imobilize, como se eu precisasse de uma penitência eterna pelo meu erro do passado. Não somos chamados pelo Senhor a remoer para sempre o nosso pecado.

Culpa de menos

Claro que também há o outro lado, aquilo que podemos chamar de “culpa de menos”, ou simplesmente a falta de culpa. Sabemos como funciona, não é verdade? Justificamos, racionalizamos, buscamos explicar o nosso pecado de mil e uma maneiras ou, pior ainda, nem sentimos a necessidade de buscar uma explicação, entregamo-nos aos nossos impulsos e ponto final.

Interessante que o último ensaio que C. S. Lewis escreveu antes de morrer se intitule “Não temos ‘direito à felicidade’”3. Quando ele ouviu que alguém ‘justificava’ seu comportamento dizendo ‘eu tenho direito a ser feliz’, ele comentou:

“Eu fui embora pensando sobre esse conceito do ‘direito à felicidade’. A princípio isso soa para mim como alguém dizendo que tem direito à boa sorte. Pois eu acredito... que nossa miséria ou felicidade dependem em grande parte de circunstâncias fora de todo controle humano. Um direito à felicidade não faz, para mim, muito mais sentido do que um direito a ter mais de 1,80m de altura, ou a ter um pai milionário, ou o de ter um dia ensolarado sempre que você quiser fazer um piquenique”

Parece que quem usa essa expressão, na verdade, quer dizer: temos o direito a buscar a felicidade4. De que maneira? Ora, o correto seria dizer que por todos os meios lícitos, ou seja, por todos os meios a que temos direito. Daí o argumento fica circular, indicando que, na verdade, temos direito a simplesmente fazer as coisas a que temos direito. A expressão “direito à felicidade” só teria sentido então, para além dessa obviedade, se ela significasse que teríamos o direito de fazer certas coisas “ilícitas”, erradas, para alcançar a felicidade. Por isso, no final das contas, parece mesmo que essa infeliz expressão, “direito à felicidade”, somente busca com que não nos sintamos culpados por aquilo que, com razão, deveríamos sentir (uma saudável) culpa a respeito.

Culpa do bem

Se não é culpa de mais, nem culpa de menos, qual seria então uma possível “culpa do bem”? Davi, no Salmo 51, assim como Paul Tournier, em Culpa e Graça5, nos apontam essa rota: primeiro, assumir nossas responsabilidades, diante dos outros e, principalmente, diante de Deus (vv. 1-4). Segundo, reconhecer genuinamente nossa culpa, nossas ações equivocadas, mas mais importante que isso se trata de um reconhecimento de nossa condição de pecadores (v. 5). Por último há a necessidade urgente de receber o perdão transformador de Deus.

Essa verdade atua de dentro para fora (v. 6) levando-nos à restauração (vv. 7 a 12). Ali vemos que é o Senhor quem faz essa obra em nós. Não as nossas próprias penitências, não os tormentos de nossas culpas e sofrimentos, não algo que nós mesmos possamos fazer, como se tivéssemos as chaves dos cadeados de nossas próprias cadeias. Não as temos. Por isso mesmo, precisamos do Senhor. Há uma expectativa do que o Senhor ainda fará em nós o que nos leva à obediência (vv. 7, 10, 12), a novos começos (vv. 8, 10) ajudando-nos a perseverar (v. 12).

Os resultados ou efeitos dessa ação do Senhor em nós são: a humildade e obediência (v. 17), sem artifícios de barganhas que seriam “sacrifícios” para o Senhor (vv. 16, 17, 19); a experiência da alegria da salvação (v. 12); essa liberdade da culpa (v. 14) que nos faz crescer, prosperar, protegidos por esses muros da salvação do Senhor (v. 18). Também essa experiência de paz e vida é tal que nos leva a anunciar e ensinar a outros o “caminho de casa”6, essa salvação (v. 14). Às vezes, nem sabemos como, mas o “Senhor põe as palavras certas na minha boca” (v. 15) para ajudar outros a livrar-se do erro e do pecado.

Volto a pensar naquele estudante do “assim fica fácil demais”. Que tipo de sacrifícios ele consideraria? Caso fossem os de lidar com consequências do pecado que são inevitáveis, mesmo após o perdão, então seria entendível. Se provoco uma morte em um acidente, bêbado, essa vida jamais voltará, mesmo depois que eu receba perdão e graça. Só nos resta orar por força e serenidade para enfrentá-las.

Mas se esse raciocínio ou essa dificuldade de receber a graça se relacionam com uma lógica da culpa pela culpa, da prisão em um passado de equívocos, então é preciso rejeitar essa espiritualidade que tenha como paradigma máximo a culpa. Podemos dizer que a espiritualidade da graça passa pelo caminho da saudável culpa. Mas a espiritualidade da culpa nunca acaba bem se seu ponto final é a própria culpa. A culpa deve ser esse alerta e chave que nos abrem outra porta e caminho, os da graça. Se é fácil? Podemos reconhecer que muitas vezes não será algo simples. Mas sim podemos dizer que com o Senhor tudo se faz mais fácil, quando até a culpa serve para levar-nos à graça.

Notas:

1. Salmo 51.3, versão “A Mensagem”.
2. Salmo 51.3, NTLH.
3. “We have no ‘right to hapinnes’”, ensaio publicado em God in the Dock, C.S. Lewis, Wm. B. Eerdmans Publishing Co. (2014).
4. Manfred Svensson, em “Más allá de la sensatez – El pensamiento de C.S. Lewis”, Editorial Clie (2011), desenvolve esse argumento (pp. 130-132).
5. Mais sobre o tema no capítulo 17 de Culpa e Graça, Paul Tournier, Ed. Ultimato.
6. Salmo 51.13, versão “A Mensagem”.

Foto: http://www.freeimages.com/photo/cups-1198025

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/culpa-de-mais-culpa-de-menos

terça-feira, 23 de junho de 2015

Vença seus obstáculos

23.06.2015
Do portal VERBO DA VIDA, 08.01.15
Por Renato Gaurdard

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“Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações”  (Tiago 1.2)
 
Outra versão diz: “Queridos  irmãos, a vida de vocês está cheia de dificuldades. Então, sintam-se alegres.”

Irmãos, a vida de vocês está cheia de dificuldades e obstáculos. Então, sinta- se feliz. Porque considerai uma grande alegria quando tiverdes de passar por diversas provações.

Deus trabalha de forma clara conosco, como Ele é transparente conosco.

Não é muito mais fácil a gente se alegrar em alguma situação quando a gente tem motivos? Quando nós entendemos o sentido das coisas?

Deus não nos priva do porquê das coisas. Ele gosta das coisas claras, Ele quer que você entenda as coisas, o porquê você está fazendo as coisas.

Esse tipo de pensamento que algumas pessoas tem de que Deus trabalha em oculto não é fiel a verdade. Devemos trabalhar para Deus com a motivação certa. Mesmo que talvez a gente não saiba exatamente onde aquilo vai nos levar, mas Deus trabalha de forma clara. Talvez se eu não tiver entendendo o porquê das coisas, o problema esteja comigo e não com Deus.

Quando você passa pela provação a prova da vossa fé uma vez confirmada produz perseverança. E perseverança deve ter ação completa para que sejais íntegros perfeitos e em nada deficientes. Existe algo que você vai alcançar no final das coisas que você está fazendo. Por isso, te animo a enfrentar as dificuldades com alegria, porque  entendemos onde vamos chegar.

Para isso é necessário ter um esforço da nossa parte para ultrapassar as dificuldades que estão diante dos nossos olhos. Sabemos que o que está diante de nós inicialmente são as dificuldades., os problemas, os desafios e essas são as coisas que se apresentam diante de nós, mas se eu conseguir enxergar além, se conseguir ver o que está por trás disso, ou seja, se eu conseguir enxergar o que esse desafio vai me proporcionar  um pouco mais adiante eu vou conseguir me conduzir em alegria.

Preciso entender que o que essa dificuldade vai me proporcionar  vale a pena e, por isso, vou me alegrar mesmo antes de chegar no final e não pelo que estou vendo agora.

O evangelho nunca vai oferecer para você um caminho que vai livrar  você de passar pelas dificuldades, que vai tirar você dos obstáculos , mas o evangelho vai te proporcionar um caminho  para que você possa vencer os desafios e as dificuldades.

Às vezes, a gente pensa que se livrar de problemas é igual a não errar. No evangelho você pode viver uma vida sem erros, mas não uma vida sem dificuldades. Você pode viver uma vida que vai te livrar de errar, mas não vai te livrar dos desafios. Não te livrará das coisas que você mesmo tem que vencer pela fé, não vai te livrar de circunstâncias  e situações que você vai precisar suportar em fé.

O evangelho vai te orientar a não errar, mas não tem como sem problemas e dificuldades.

Mas o importante é a gente entender onde essas situações que nós estamos vivendo vão nos levar. O que vai produzir em mim permanecer firme em fé e conseguir passar pelas tentações e provações que a vida me oferece.

O que tudo o que tenho vivido vai produzir em mim?
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Fonte:http://verbodavida.org.br/ministerio/ministerio-colunistas/diretoria-renatogaudard/venca-seus-obstaculos/

A esperança cristã deve ocupar o lugar das utopias

23.06.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 08.2008

“Um outro mundo talvez seja possível”, escreve o brasileiro Gilberto Dupas, 65, presidente do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais (IEEI) e autor de “O Mito do Progresso”. Para ele, esta frase seria o exercício da utopia e a negação do narcisismo, “porque é a utopia que nos obriga a olhar em direção a uma sociedade menos injusta”. Dupas não confunde a utopia com a esperança e chega a afirmar que “assim como a esperança, a utopia não morrerá nunca”. 

A esperança cristã é muito superior à capacidade humana de sonhar com um mundo melhor. 

Os versos de Eduardo Galeano, que Gilberto Dupas transcreve em seu artigo “Acabaram as utopias?” (“Folha de São Paulo”, 05/05/08, p. A3), mostram os limites da utopia:

“Para que serve a Utopia?
Ela está diante do horizonte
Me aproximo dois passos
E ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos
E o horizonte corre
Dez passos mais à frente.
Por muito que eu caminhe
Nunca a alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para caminhar.”

Com o exercício da utopia fica-se apenas com os sonhos. É bom sonhar com aquilo que “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou” (1Co 2.9). Mas o exercício da esperança é incomparavelmente melhor. No bojo da utopia encontramos “imaginação” fértil e otimista. No bojo da esperança encontramos “certeza” fértil e otimista. Enquanto a utopia se distancia cada vez que nos aproximamos dela, a esperança não foge e cada vez estamos mais perto dela.

Sob a ótica da utopia, a frase “um outro mundo ‘talvez seja possível’” está correta. Sob a ótica da esperança cristã, a declaração está errada. Com o óculo da esperança fundamentada na pessoa de Jesus Cristo, não haveria margem para a dúvida. Então diríamos “um outro mundo ‘é possível’”. A incômoda palavra “talvez” cairia por terra definitivamente.

A utopia precisa se transformar em esperança. Ela até pode ser um degrau para se chegar à esperança. A caminhada do sonho é bem mais curta que a caminhada da certeza. A utopia produz uma alegria forçada, mas não enganosa, pois todos conhecem sua natureza: ela não promete nada. Comporta-se como um comprimido para afugentar a dor e não a doença. Já a esperança produz uma alegria gerada pela fé, que abraça algo que de fato virá a seu tempo.

O compromisso com a esperança e não com a utopia usa termos mais absolutos. Não diz “sociedade menos injusta” nem se contenta com o pouco. Mas garante que a justiça fará habitação na nova ordem, nos “novos céus e nova terra” (2Pe 3.13).

A ponta inicial da corda da esperança foi colocada nas mãos dos homens quando a harmonia do gênero humano e da natureza com o Criador foi quebrada (Gn 3.15). A outra ponta está na consumação do século, no fim da história, na plenitude da salvação. Nossa caminhada não é indefinida nem eterna, como se nada acontecesse em algum ponto do enredo, como se a glória por vir não estivesse na agenda de Deus. Quem usa a corda que liga o paraíso perdido ao paraíso recuperado como guia de corrimão não precisa da utopia. Ele está absolutamente certo de que o pecado, a injustiça e a morte (“os céus e a terra que agora existem”) serão realmente banidos para dar lugar àquilo que “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou” (“novos céus e nova terra”). Graças à soberania e ao amor de Deus, que nos enviou Jesus Cristo para remover o pecado do mundo (Jo 1.29) e fazer novas todas as coisas (Ap 21.5)!
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/313/a-esperanca-crista-deve-ocupar-o-lugar-das-utopias

CASAMENTO E FAMÍLIA: Mau humor é doença?

23.06.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 02.02.15
CASAMENTO E FAMÍLIA

OPi_02_02_15_Mau_humorNo clássico conto infantil “Branca de Neve e os Sete Anões”, as crianças (porque não dizer os adultos também) identificam-se com os anões que são, no fundo, representações de estados de ânimo ou de estados de humor infantil. Assim que temos o Feliz, o Dengoso, o Soneca, o Atchim (que representa os estados de enfermidade), o Mestre (que representa a liderança), o Dunga (que representa a inocência) e também o Zangado. Este último representa o mau humor. Parece que todos eles são variações de nossos humores e/ou disposições interiores.

E o que contribui para a variação de nossos humores? Muitas coisas. A primeira delas é nosso estado geral de saúde física.

Uma alimentação saudável, uma vida temperada entre o trabalho e o lazer, um respeito às condições de sono-vigília do organismo, podem contribuir muito para nos tornarmos pessoas bem dispostas, bem-humoradas. Infelizmente são poucos os que observam estes detalhes e, na maioria das vezes, tratamos nosso bem-estar físico como algo secundário.

É impressionante o número crescente de pessoas – homens e mulheres – que levam uma vida sedentária, passando horas a fio sentados diante de uma escrivaninha durante o expediente de trabalho e, quando saem no final do dia, vão para casa e se sentam novamente diante de um emburrecedor aparelho de televisão, “para descansar”. Na verdade, o que estas pessoas querem é descansar a mente e não o corpo, visto que o corpo ficou inativo durante quase todo o dia. Descansar a mente não é sinônimo de sentar-se em frente ao aparelho de TV e acriteriosamente “engolir” tudo que ali é oferecido.

Muito pelo contrário. Pessoas assim deveriam procurar ocupar-se de atividades físicas significativas, que ajudassem o corpo a não entrar em um estado de letargia. Não me refiro a fazer atividades exageradamente desgastantes como as aeróbicas e malhações sem fim das academias de fisicultura, pois isto é mais uma “obsessão” de nossos dias do culto ao corpo, mas, sim, tendo atividades físicas equilibradas, que coloquem os músculos em movimento e resgatem a disposição física. Uma boa natação duas vezes na semana ou uma caminhada relaxada no parque são muito recomendáveis.

Outra questão importante é a alimentação. A quantidade de alimentos danosos para o organismo ingeridos pelas pessoas diariamente é impressionante. Não sou partidário de um regime alimentar absolutista, quer qual seja sua expressão (vegetariano, macrobiótico, ecológico, etc…). O que realmente importa é o equilíbrio na quantidade e na qualidade dos alimentos. Se você comer só um tipo de alimento, com certeza seu organismo ficará com déficits de certos sais minerais, proteínas ou carboidratos dos alimentos que você não consome. Estudos mostram que certos alimentos podem ser preventivos para doenças como depressão, senilidade e outras. A serotonina, por exemplo, muito presente na banana, é elemento essencial para combater o mau-humor e a depressão. Por isso – afirmam alguns – os macacos estão sempre bem dispostos.

Também é importante ter horário e ritmo para a alimentação. Disciplinar o corpo a ter um horário definido para as refeições e comer pausadamente são importantes. Nada mais prejudicial que um “fast food” todos os dias. É preciso tempo para uma boa mastigação e para a digestão, senão o estômago começa a criar “dentes”. Não é por menos que nos tempos bíblicos se gastava muito tempo com as refeições e o jejum tinha também o significado de separar este tempo para Deus.

A incapacidade de desenvolver atividades de lazer criativas são outro ingrediente que acentua um estado de humor negativo. Nada mais limitante que passar todo um final de semana sentado na frente do aparelho de televisão. Especialmente pela qualidade tão baixa dos programas de TV aberta nos finais de semana. Não que seja errado assistir a um bom filme ou uma entrevista interessante, ou ainda uma partida de futebol significativa, porém virar um “videota” passando aleatoriamente os canais do controle remoto e absorvendo tudo que vem pela frente é atitude pouco coerente com um ser que se denomina “inteligente”.

Existem muitas opções de lazer, mesmo para aqueles que não dispõem de muitos recursos financeiros. Caminhar em um parque, brincar em um rio de pedras que corre da montanhas, ver uma exposição interessante, conhecer um museu, jogar com o filho pré-adolescente, enfim, existem atividades para todos os gostos e idades, basta um pouco de criatividade para desenvolver as que mais lhe agradam e ter um humor melhorado para a semana que inicia.

Finalmente existem aqueles que acham que são o protótipo do Robocop. Estão na ativa 24 horas por dia, sem necessitar de descanso ou sono. Dormem pouco (4 a 6 horas por noite) e dormem mal. Certamente o estado de humor vai se deteriorando: as pessoas vão ficando irritadiças, os níveis de atenção diminuem, a tolerância também diminui. Em resumo, o mau humor cresce.

Todavia, além destes fatores que contribuem para o aumento de mau humor, existem aquelas pessoas que parecem que estão constantemente mal-humoradas. Como citou certa vez o Rev. Caio Fábio, são o “anti-molico existencial”, pois estão sempre de mal com a vida (parodiando a propaganda do leite em pó que dizia deixar as pessoas de bem com a vida).
 
Além dos fatores supramencionados, tais pessoas carecem de um sentido mais profundo para a vida. Em geral, são pessoas amarguradas com o mundo porque não descobriram no mesmo uma razão existencial que as impulsione para a vida.

Muitas ficam presas a experiências relacionais frustradas do passado, onde sofreram alguma desilusão grande em um relacionamento que confiavam ou sentiram-se traídas (algumas o foram efetivamente). Passam a vida circulando em torno desses sentimentos de amargura e se esquecem de desfrutar daquilo que a vida oferece de belo e saudável. São pessoas amargas que não entenderam o significado último do perdão e que amargam a vida das pessoas com quem convivem.

Algumas dessas pessoas estão nas igrejas e dizem-se perdoadas por Deus, embora seja difícil acreditar, pois elas mesmas ainda não entenderam o significado da palavra perdão. São pessoas que, em primeiro lugar, necessitam de uma profunda experiência de conversão, de sentirem-se perdoadas e assim demonstrarem disponibilidade de também perdoar. Deixar-se serem amadas para também amarem e, através do amor incondicional, obterem um sentido mais profundo para a própria existência.

Lembro-me da experiência de Saul, que ao deixou seus ressentimentos crescerem, tornou-se alguém tão amargo, com rompantes de violência, que as pessoas se afastavam dele – as mesmas que já o haviam acalmado como líder e rei. Saul teve que amargar uma solidão, decorrente de seu contínuo mau humor.

Se você tem trilhado por caminhos de amargura e do ressentimento, que o têm isolado dos demais, preste atenção: você pode estar se tornando um mal-humorado crônico. Reverta logo esse quadro. Algumas orientações úteis que lhe poderão ajudar a sair deste estado:

  1. Busque em Deus e no sacrifício expiatório de Jesus Cristo um sentido maior para a existência humana, e nos evangelhos a proclamação do amor incondicional como norma de conduta promotora de saúde integral.
  2. Procure perdoar as pessoas e/ou situações que lhe prendem a estados de amargura e ressentimento. Se você tem dificuldades de fazer isto sozinho, busque um conselheiro cristão experiente ou ainda um psicólogo cristão para lhe ajudar.
  3. Desenvolva um estilo de vida salutar, seguindo algumas das orientações oferecidas no início deste artigo.
  4. Procure um grupo de apoio onde você possa desenvolver relacionamentos saudáveis e aprender, com pessoas experientes, pequenas coisas que dão significado para a vida. Grupos de autoajuda são um bom caminho. EIRENE do Brasil desenvolve um workshop denominado “Grupos de Crescimento Integral”, que podem lhe ajudar a montar um grupo assim em sua igreja local.
  5. Aprenda a ser grato! O exercício da gratidão em todos os momentos da vida é um antídoto essencial contra o mau humor!
Que sejamos pessoas alegres que resplandeçam a alegria da vida em Cristo Jesus, capacitados pelo Espírito Santo a, com sabedoria e disciplina, vencermos os estados de humor negativos que nos abatem.

— Artigo publicado originalmente no site Eirene do Brasil.

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/casamentoefamilia/2015/02/02/mau-humor-e-doenca/

Por que devemos orar pelas crianças?

23.06.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 29.05.15
Por Dan Brewster

Todas as crianças estão em risco hoje em dia. Milhões sofrem com a pobreza e outros milhões sofrem com os efeitos da prosperidade. Estas têm tudo para viver, mas nada pelo que viver. Em um mundo globalizado, digital, todas as crianças estão expostas e vulneráveis a violência, abuso, negligência, prostituição e pornografia. Em sistemas escolares burocráticos a maioria das crianças suportam sistemas educacionais deficientes e com conteúdo anti-Deus. Outras ameaças incontáveis abundam.

E há mais do que ameaças externas, materiais, seculares. Li um artigo recente que me relembrou que a nossa luta não é contra a carne e o sangue. Jonathan Parnell,1 escreve que “existe uma guerra pelas crianças, e nós todos estamos, de um jeito ou de outro, exercendo um papel nesta guerra. Toda vez que avançamos como pais fiéis (ou cuidamos de crianças em algum aspecto, incluindo a defesa de direitos daqueles que ainda nem nasceram, ou nos voluntariando para o berçário aos domingos), estamos lutando contra demônios”.

Não há nada que Satanás e seus demônios odeiam mais do que crianças. Ele sempre usou pessoas más e sem Deus para roubá-las, matá-las e destruí-las. Nós vemos seus esquemas e atrocidades em toda a Palavra. Algumas passagens que lemos na Bíblia se parecem com as manchetes dos nossos dias:

- A criança de colo é arrancada do seio de sua mãe; o recém-nascido do pobre é tomado e vendido (Jó 24.9).

- Meninos são trocados por prostitutas! “Lançaram sortes sobre o meu povo e deram meninos em troca de prostitutas; venderam meninas por vinho, para se embriagarem” (Jl3.3).
- Crianças sacrificadas por seus próprios pais! (Jr 32.35).

Minha canção de Natal favorita, “Oh, cidadezinha de Belém”, tem os bonitos versos “Tão quieta te encontramos, sobre teu sono profundo e sem sonho as estrelas silentes passam”. No entanto, a cidadezinha de Belém quando Jesus nasceu não estava quieta e profundamente adormecida, como a doce canção sugere. Longe disso, era um lugar de violência terrível e morte chocante, lamento e sofrimento. Aquelas primeiras crianças de Belém morreram porque Satanás odiava o bebê Jesus. Em certo sentido, elas morreram no lugar do menino Jesus. Elas foram as precursoras de milhares, ou até milhões de crianças que vieram a ser mártires por causa do Unigênito e por causa das boas novas que o Filho trouxe ao mundo.

No livro Adopted for Life,2 Russell Moore afirma que “seja através de maquinações políticas como as de Faraó e de Herodes, seja através de conquistas militares nas quais exércitos sanguinários arrancam bebês dos ventres das grávidas (Am 1.13), ou através de ações aparentemente mais “rotineiras” de desintegração da família e de instalação do caos familiar, as crianças sempre são feridas. A história da humanidade está repleta com seus cadáveres (p. 63). As potestades demoníacas odeiam bebês porque odeiam a Jesus. Quando destroem ‘o menor deles’ (Mt 25.40, 45), a criança mais vulnerável entre nós, o Maligno destrói a imagem de Jesus” (pp. 63-64).

O Antigo Testamento termina com uma verdade profunda e séria. A não ser que os corações dos pais se voltem para os filhos, “Eu castigarei a terra com maldição”. Passaram-se quatrocentos anos de silêncio, até o nascimento daquela criança de Belém. Podemos olhar ao nosso redor e ver que a terra está castigada com uma maldição. À medida que vemos o abuso, a exploração e a negligência das crianças, sabemos que não era dessa forma que Deus queria que elas vivessem. A terra está amaldiçoada. Maldição não se remove com comida, remédios, nem com livros ou educação. Maldição não se remove com mais recursos, programas ou intervenções. Maldição é algo espiritual e deve ser removida com uma intervenção espiritual.

Então, sim: Como cristãos, usaremos todas as ferramentas e ideias disponíveis para proteger e sustentar as crianças preciosas que nos foram confiadas. No entanto, nossas armas incluirão algo muito mais poderoso e definitivo do que as intervenções seculares costumeiras. Nós vamos orar. Nós vamos orar sem cessar. Nós vamos encharcar tudo que fazemos e imaginamos em oração e intercessão.

Agiremos conforme o escritor de Lamentações nos exorta:

“Levante-se, grite no meio da noite, quando começam as vigílias noturnas; derrame o seu coração como água na presença do Senhor. Levante para ele as mãos em favor da vida de seus filhos, que desmaiam de fome nas esquinas de todas as ruas” (Lm 2.19).

* Dan Brewster é diretor de programas acadêmicos da Compassion International. Tem como principal responsabilidade servir como conselheiro e consultor para seminários e instituições cristãs sobre programas para o desenvolvimento integral da criança. Participou do planejamento e monitoramento de projetos de ajuda humanitária e voltados para o desenvolvimento infantil e familiar em mais de cinquenta países. Dan é doutor em missiologia pelo Fuller Theological Seminary. Ele e a esposa, Alice, vivem em Penang, na Malásia, e têm três filhos adultos. Dan é o autor do nosso lançamento de junho A Criança, a Igreja e a Missão.

Notas:
 
1. Jonathan Parnell. “Parenting Means Wrestling Demons,” Desiring God. 3 de março de 2015.
2. Russell B. Moore. Adopted for Life. Wheaton, Ill. Crossway Books. 2009.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/por-que-devemos-orar-pelas-criancas