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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Por que estudar teologia?

09.05.2018
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO,07.05.18
Por Dr. Keith Mathison*

Por que raios eu deveria me importar com teologia?

Tudo o que eu preciso está na Bíblia.

Eu posso seguir Jesus sem ter de aprender todos os tipos de palavras obscuras.

Você já ouviu outro cristão dizer algo semelhante a essas declarações? Você já disse algo assim? Você já pensou em tais coisas? Se sim, você não está sozinho. A vasta maioria dos cristãos professos tem pouco ou nenhum interesse em teologia. Nas mentes de muitos cristãos não existe nenhuma conexão necessária entre a teologia e sua vida cristã cotidiana. Eles acreditam que a teologia é irrelevante.

A desconexão entre teologia e igreja e entre teologia e o cristão teve resultados desastrosos. Alguém precisa apenas olhar as recentes pesquisas examinando o nível de conhecimento teológico no meio dos cristãos professos, para saber que algo deu errado. Quando um grande número de cristãos professos começa a dizer aos seus amigos e familiares: “Você só precisa ler A Cabana! Aprendi muito sobre Deus com esse livro”, então, bem, Houston, temos um problema. Quando um grande número de cristãos evangélicos professos não tem certeza se a divindade de Cristo é um artigo da fé cristã, então nós temos mais que um problema. Nós somos os lêmingues daquele provérbio, correndo temerariamente em direção ao precipício.

Teologia Definida

Para que os cristãos comecem a entender por que a teologia é necessária e relevante, precisamos entender o que queremos dizer por teologia. Os teólogos reformados do passado definiram a teologia como “uma palavra sobre Deus” baseada na “Palavra de Deus”. Em suma, em sua essência, a teologia é o conhecimento de Deus.

O conhecimento de Deus é uma linha divisória entre crentes e incrédulos. As Escrituras caracterizam os incrédulos como aqueles que não “conhecem a Deus”, aqueles que não possuem “conhecimento de Deus” (Os 4.1; 1 Co 1.21; Gl 4.8; 1 Ts 4.5; 2 Ts 1.8; Tt 1.16). Em contraste, os cristãos são aqueles que conhecem a Deus e que estão crescendo no conhecimento de Deus (Cl 1.10). Crescer no conhecimento de Deus significa crescer em nossa teologia.

Nesse sentido mais básico, todos os cristãos são chamados à teologia. Se a Escritura nos convoca a crescermos no conhecimento de Deus/teologia, então, a busca desse conhecimento teológico é um ato de obediência cristã. Ela se torna um aspecto do discipulado cristão, algo inegociável para o crente.

Quando começamos a pensar a respeito de teologia, em primeiro lugar, como conhecimento de Deus, podemos começar a vislumbrar a verdade sobre a relevância da teologia. Podemos começar a ver que isso faz toda a diferença do mundo para as nossas vidas. Começamos a enxergar como isso é relevante para tudo o que pensamos, dizemos e fazemos como seguidores de Jesus Cristo.

Teologia e o Amor de Deus

Para aqueles que permanecem céticos, abordaremos a mesma questão de um ângulo diferente. Quando perguntaram a nosso Senhor Jesus Cristo: “Qual é o maior mandamento?”, qual foi a sua resposta?

Ele disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22.37; cf. Marcos 12.30; Lucas 10.27).

Você ama a Deus?

Se assim for, isso é bom, mas temos de escolher entre o amor a Deus e a teologia, entre o amor a Deus e o conhecimento de Deus? Eu sugeriria que os Beatles estavam errados quando cantaram: “Tudo que você precisa é de amor”. Esse sentimento não conseguiu manter quatro rapazes juntos por mais de uma década. Assim, é certo que não manterá uma igreja saudável.

Amor a Deus e conhecimento de Deus caminham de mãos dadas. Se você realmente ama a Deus, você já tem pelo menos um conhecimento mínimo de Deus, uma “teologia” mínima. Se você não conhecesse absolutamente nada de Deus, se não tivesse nenhum conceito a respeito da sua existência, amá-lo seria impossível. Mas se você o ama porque conhece alguma coisa a respeito dele, deve haver um desejo de crescer em seu conhecimento dele – crescer em sua teologia.

Não é isso que acontece quando nos apaixonamos pela primeira vez por outra pessoa? Encontramos uma pessoa e, talvez, falamos com ela. Baseados no conhecimento que temos dessa pessoa, somos atraídos por ela. E se somos atraídos por essa pessoa, se gostamos dele ou dela, o que queremos? Queremos conhecer mais. Nós falamos a ela e dizemos: “Conte-me sobre você. Conte-me sobre a sua infância. Fale sobre os seus gostos, seus desgostos. Fale sobre suas esperanças e seus sonhos”. Então, nós ouvimos. E quanto mais o nosso crescimento a respeito dessa pessoa cresce, mais o nosso amor cresce.

Num sentido, isso é semelhante ao que estamos fazendo na teologia formal. Estamos fazendo perguntas a Deus, para que possamos crescer em nosso conhecimento sobre ele e, assim, em nosso amor por ele. Suas respostas às nossas perguntas são encontradas nas Escrituras. Quando começamos a organizar as respostas de maneira, temos uma forma rudimentar do que é chamado de teologia sistemática.

Nós dizemos: “Conte-me a teu respeito, Senhor”. Se organizarmos nossas respostas de maneira ordenada, temos o que os teólogos chamam de “teologia propriamente dita”. Ou se dizemos: “O que tu podes dizer a respeito de mim mesmo e de outros como eu?”, e arranjamos as respostas, temos a doutrina bíblica do homem, ou em termos mais técnicos: “antropologia teológica”. Nós podemos perguntar a Deus: “Podes me dizer o que há de errado comigo?” Um arranjo ordenado das respostas é a doutrina do pecado. Quando organizamos as respostas a esta pergunta: “Por que me escolheste e como é que agora estou reconciliado contigo?”, temos a doutrina da salvação ou soteriologia. Podemos perguntar a Deus: “Quais são os meus fins últimos?” Uma organização das respostas encontradas nas Escrituras é a doutrina das últimas coisas ou escatologia.

É claro que essa comparação é por demais simplista, mas o ponto básico deve ser claro. Teologia é conhecimento pessoal. Estritamente falando, é conhecimento tripessoal, porque é o conhecimento da Trindade. Também é um conhecimento que podemos ter apenas porque Deus decidiu se revelar. Jesus nos disse que “ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11.27; ênfase adicionada).

Para Quem É a Teologia?

Quando temos uma melhor compreensão da natureza da teologia, podemos entender melhor por que isso é necessário e relevante. Em primeiro lugar, a teologia é necessária e relevante para a igreja. A igreja é chamada para proclamar o evangelho e discipular as nações. Em suma, a igreja deve proclamar a verdade. A igreja deve instruir os cristãos e combater as falsas doutrinas (2 Timóteo 4.1-5; Tito 1.9). Ambas as tarefas exigem uma séria reflexão sobre o ensino das Escrituras. Portanto, a teologia é indispensável para a igreja.

A teologia também é necessária e relevante para cada cristão individual. Já mencionei a conexão entre o amor a Deus e o conhecimento de Deus. Um discípulo de Cristo deve estar crescendo em ambos. A necessidade e a relevância da teologia também podem ser demonstradas ao se notar a importância de se entender as Escrituras. Se a compreensão das Escrituras é importante e relevante, a teologia é relevante e importante. Permita-me elaborar isso um pouco mais. Leia lentamente cada uma das seguintes passagens da Escritura:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João 1.1).
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1.14).

Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade (Colossenses 2.9).
Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo (Efésios 1.4).

Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5.19).

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Coríntios 5.21).

Numa escala de 1 a 10, quão importante você diria que cada um desses textos é? Você diria que eles possuem um alto nível de importância? Se você acredita que algum, ou todos esses textos têm um alto nível de importância, quão importante é que você e eu entendamos o que eles significam? Se você disse: “Muito”, você está correto. Agora, considere o fato de que a lista acima contém apenas seis versículos de toda a Palavra de Deus. É tão importante entender o restante da Escritura quanto entender esses seis versículos. Afinal de contas, ela é a Palavra de Deus. Essa é outra razão pela qual o estudo da teologia é relevante. Ela nos ajuda a entender a Escritura e a pensar e falar verdadeiramente sobre o que Deus revelou em sua Palavra.

Finalmente, é importante lembrar que mesmo aqueles cristãos, que acreditam que a teologia é irrelevante, estão “fazendo teologia”. Eles estão simplesmente fazendo isso sem a consciência de estar fazendo, e, geralmente, isso é uma indicação de que eles estão fazendo mal. Se fizermos isso sem consciência ou reflexão, o potencial para o erro aumenta de modo dramático. Precisamos considerar isso, pois erros relacionados a Deus, sua vontade e suas obras são muito mais sérios do que erros em outras áreas da vida. Erros aqui resultam em falsas doutrinas, heresia e idolatria.

O estudo da teologia é necessário e relevante porque nos ajuda a sermos mais ponderados e cuidadosos em nossos pensamentos e discurso sobre Deus. Ele nos ajuda a sermos transformados pela renovação das nossas mentes.

*Dr. Keith Mathison é editor associado da Tabletalk magazine, deão e professor de Teologia Reformada na Reformation Bible College em Sanford, Florida e autor do livro From Age to Age: The Unfolding of Biblical Eschatology.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/05/por-que-estudar-teologia/

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Entendendo a Ideologia de Gênero

07.12.2017
Do blog ELECTUS, 06.11.2015
Por Augustus Nicodemos


O tema ganhou um espaço enorme nas mídias sociais depois da prova do ENEM onde foi feita uma citação da feminista Simone de Beauvoir, “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino (O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980)". Em outras palavras, uma mulher é definida, não pelo sexo biológico com que nasce, mas pela construção social da civilização.

De acordo com os defensores da ideologia de gênero, existe uma diferença entre sexo e gênero. Sexo aponta para as determinações naturais e diferenças biológicas entre homem e mulher. Entende-se por gênero, o papel que ambos, homem e mulher, têm e exercem na sociedade.

Na literatura secular acerca da sexualidade humana, gênero tem gradualmente substituído sexo. Ao invés de falar de diferenças de sexo, as pessoas agora falam em diferenças de gênero. Mas, então, qual seria a origem do termo gênero e como chegou a ser utilizado como substituto para sexo? Aparentemente, foi o psicólogo e sexista John Money o pioneiro no uso de gênero com sentido de sexo. Em suas obras ele postula que “o gênero é certo tipo particular de conduta do homem e mulher”. Depois dele, o psicanalista Robert Stoler escreveu em “Sexo e Gênero”(1968) que sexo é biológico, gênero é o que cada sociedade a ele atribui.

Decorre a seguinte questão: se o gênero de uma pessoa não é determinado biologicamente, como o é o sexo, quem, então, o determina? A resposta é: gênero é algo atribuído, não natural: é socialmente determinado. Masculino e feminino são papéis definidos por cada sociedade. Em outras palavras, uma pessoa pode nascer homem – isto é sexo – mas em termos de gênero, ele pode ser feminino, tanto por escolha como por determinação social.

Pode-se também dizer que a ideologia de gênero tem seu ponto de partida na ideologia marxista, na qual é impossível haver qualquer conciliação entre classes. Como o marxismo, a ideologia de gênero reivindica a abolição de todas as diferenças de sexo e gênero, tanto na sociedade como na igreja. Para fazê-lo, é preciso desconstruir a influência da cosmovisão patriarcal perpetuada na cultura ocidental pela igreja cristã e sua Bíblia, subverter a dominação masculina presente e real na sociedade e igreja por meio da imposição de uma cosmovisão feminina, ou, no mínimo, a abolição de todas as distinções claras entre sexos e gêneros.

Os apologistas da ideologia do gênero desenvolveram sistemas e métodos próprios para alcançar sua meta. Eles tem se mantido bastante ativos, influenciando e mudando as políticas governamentais, a educação pública (vide prova do ENEM), a mídia e a opinião pública, a fim de abolir tudo o que eles entendem que perpetua a dominação masculina e as distinções sexuais, e lhes impor a agenda homoafetiva.

As questões de gênero têm causado um impacto global. Elas alcançaram as igrejas ao redor do mundo, não somente no contexto ocidental. Como cristãos, podemos perceber os diversos perigos sociais e consequências do crescimento contínuo da ideologia de gênero e sua influência social e cultural em todos os continentes. Primeiro: todas as diferenças sexuais naturais, criadas por Deus de acordo com a Bíblia, são abolidas. Você pode se reinventar. Segundo, não é difícil de perceber que a instituição familiar e valores são desafiados. Da mesma forma, não existe mais certo e errado nestes assuntos. A ideologia do gênero representa, no fim das contas, um ataque severo à cosmovisão bíblica pela cosmovisão pagã.

Não há dúvida sobre o fato de que, em muitos países, as mulheres têm sido abusadas, oprimidas, humilhadas e escravizadas. Mesmo nas culturas mais civilizadas, as mulheres continuam a ser abusadas e espancadas por seus maridos. A ideologia de gênero, contudo, não se contenta apenas em fazer justiça aos direitos das mulheres; ela deseja a subversão e reversão dos papéis tradicionais e a abolição de todas as distinções entre homem e mulher, até mesmo a sua identidade biológica.

Qual deve ser a resposta bíblica a ser oferecida aos desafios da ideologia do gênero? Para responder, nós deveríamos compreender, antes de qualquer coisa, o que realmente está em jogo aqui. Eu creio que as questões do gênero não são de natureza secundária; elas são temas que lidam com pontos fundamentais da fé cristã, tais como a criação, família e igreja.

Também precisamos compreender a relação entre a cultura e as Escrituras. As Escrituras, e não a cultura, devem ser o referencial nas igrejas evangélicas no tratamento das questões de gênero. Embora existam elementos culturais no texto bíblico, a compreensão cristã histórica é que a Escritura se encontra sempre acima da cultura e representa a verdade universal. Isto se também se aplica aos contextos do sexo e gênero.

Assim sendo, uma resposta bíblica às questões de gênero começa com o fato de que Deus criou apenas dois sexos e gêneros. Nós podemos falar de sexo como algo determinado biologicamente da mesma forma que também dizemos que o gênero é a decorrência natural desta determinação. Aqueles que, por natureza, são homens, são machos (masculinos) conforme contempla o seu gênero. O mesmo se aplica às mulheres. Também podemos afirmar que o gênero, compreendido como a autoconsciência sexual de uma pessoa e o comportamento social dele ou dela, é bíblica, e não socialmente determinado, embora as culturas possam diferir acerca dos papeis tradicionais do homem e da mulher.

Como forma estratégica de tratar com essas questões, as igrejas deveriam procurar e preparar liderança masculina sólida e bíblica, fortalecer o ministério feminino, apoiar grupos para que homens e mulheres cristãos aprendam sobre a masculinidade e a feminilidade bíblicas, e criar e sustentar grupos para aqueles que são tentados ou têm caído na homossexualidade. Além disso, os púlpitos das igrejas cristãs eventualmente deveriam ministrar ensino bíblico sólido e compassivo abordando o tema. Também deveriam promover eventos regulares, com palestrantes convidados para falar sobre família e questões de gênero.

Tenho consciência de que é normal e compreensível haver certa resistência por parte da liderança da igreja em tocar no assunto. O resultado da omissão, contudo, é o crescimento do engano e do erro. Ensinos equivocados tendem a ocupar cada pequena brecha que possa existir na vida da igreja local. Se os membros da igreja não aprendem de seus pastores e líderes, eles aprenderão dos defensores da ideologia do gênero e ativistas. Um plano claro e definido para preparar os membros da igreja nestas áreas é uma necessidade. Eles precisam ser ensinados como enfrentar estas questões, tanto os jovens como os adultos. E o único modo de isso ocorrer é pelo ensino bíblico consistente.
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Fonte:https://blogelectus.blogspot.com.br/2015/11/entendendo-ideologia-de-genero.html#.WilVVtKnHcu

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

95 teses para o evangelicalismo brasileiro?

17.11.2017
Do portal CPADNEWS, 01.11.17
Por Ciro Sanches Zibordi

Ciro Sanches ZibordiHá um texto sem autoria, que ora se espalha pelas redes sociais, denominado ‘95 teses para serem fixadas na porta do Evangelicalismo Brasileiro’. Gostei da iniciativa. Mas, sinceramente, quero fazer sucintos comentários sobre algumas das tais ‘teses’, já que elas devem estar sendo fixadas nos murais de algumas igrejas, inclusive pentecostais, ou retransmitidas via aplicativo de mensagens.
1. Rodar e cair não é manifestação do Espírito Santo.
Concordo, pois sou crítico de certos “moveres”, como “cair no Espírito” e “unção do riso”. Por outro lado, na presença do Espírito Santo, há alegria e movimento, e não inércia (cf. At 2; 4; 10; 19).
2. Falar em línguas não é evidência de Espírito Santo.
Há línguas e ‘línguas’. As genuinamente produzidas pelo Espírito são sobrenaturais e — evidentemente — uma evidência da presença do Espírito Santo. Mas as falsas línguas, resultantes de carnalidade, geralmente pronunciadas depois que algum pregador diz: ‘Onde estão os pentecostais? Eu quero ouvir uma rajada de línguas estranhas’, estas sim depõem contra o pentecostalismo.
3. Não existem mais levitas.
Concordo. E escrevi sobre isso em meu livro ‘Erros que os Adoradores Devem Evitar’ (CPAD, 2010).
4. Teologia da prosperidade não é evangelho.
Verdade.
5. Dízimo obrigatório não está em vigor na graça.
Dízimo não é obrigatório, pois toda e qualquer contribuição é voluntária, mas ele está em vigor, sim, já que, à luz do Novo Testamento, pode ser considerado uma prática atemporal, que nada tem que ver com salvação. Boas obras não salvam, mas Deus nos salvou exclusivamente pela graça para andarmos em boas obras (Ef 2.8-10).
6. Devorador não é um demônio.
Certo.
7. Mulher não pode ser pastora.
Poder, pode. Mas deve? Será que Deus chamou mesmo as mulheres para serem pastoras? Isso gera muito debate, mas vejo que o movimento feminista tem feito muita gente dar um jeitinho para agradar as mulheres. Como o assunto é difícil para ser tratado neste texto, que já está longo demais, vou recomendar ao leitor um excelente livro sobre o assunto: 'Homens, Mulheres e Autoridade', editado por Brian Edwards, São Paulo: PES, 2007.
8. Campanhas e propósitos são barganha com Deus.
Concordo plenamente.
9. Você não escolhe Cristo.
De fato, a iniciativa vem de Deus, e a salvação é realizada cem por cento pela graça de Deus. Entretanto, ela só se concretiza na vida de quem recebe a Cristo como seu Senhor e Salvador (Jo 3.16; Rm 10.9,10). Não se deve confundir expiação com redenção. A expiação é do pecado adâmico (Jo 1.29); a redenção diz respeito ao pecado de cada pecador, a qual se concretiza quando o pecador crê no Senhor e se arrepende de seus pecados, auxiliado, evidentemente, pela graça de Deus que vem antes, prevenientemente.
10. Não existem mais apóstolos.
Penso que o ministério apostólico continuará ‘até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus’, assim como todos os outros mencionados em Efésios 4.13. Os doze, evidentemente, são um grupo seleto, que inclusive será lembrado no Céu. Mas apóstolos — não títulos, e sim ministérios — não cessaram. Caso contrário, teríamos de admitir que os outros dons ministeriais mencionados em 1 Coríntios 12.28 e Efésios 4.11 também cessaram. Em meu novo livro trato dessa questão.
11. Cristo é o fim da lei.
Verdade.
12. Oração no monte tem o mesmo efeito do quarto.
Concordo. Mas eu prefiro orar no quarto.
13. Arrebatamento será depois da tribulação.
Nem todos os evangélicos são pós-tribulacionistas. Os pentecostais, como este articulista, creem piamente que Jesus arrebatará a sua Igreja antes da Grande Tribulação, pois há muitas evidências bíblicas quanto a isso. Recomendo, modéstia à parte, a leitura do meu livro ‘Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar’ (CPAD, 2012).
14. Estudem as Escrituras linearmente.
Não só linearmente. Há que estudá-las levando-se em consideração o fato de elas serem a Palavra de Deus infalível e inerrante, respeitando os seus contextos literário, histórico, cultural etc.
15. Grupo de dança não é ministério.
Concordo.
16. Pregação somente pela Palavra.
De acordo.
17. Exposição somente das Escrituras.
Verdade.
18. Seu pastor não é mais importante que o membro.
Não é. Mas isso não quer dizer que não exista hierarquia na Igreja. Existe, sim, como vemos claramente em 1 Coríntios 12.28, Atos 15 etc. Deus pôs líderes nas igrejas para que haja ordem, e para que eles levem o seu povo a adorá-lo e obedecer-lhe em tudo (cf. Ap 2-3).
19. Objetos ungidos é feitiçaria (sic).
Nem sempre podemos chamar isso de feitiçaria, mas não se trata de uma prática condizente com o evangelicalismo verdadeiramente bíblico.
20. Misticismo não é evangelho.
Perfeito.
21. Devemos julgar segundo a reta justiça.
As palavras de Jesus sobre isso estão em João 7.24.
22. Gritar ‘aleluia’ no culto mais alto que os outros não comove Deus.
Não o comove, mesmo. Mas há momentos no culto em que podemos glorificar a Deus em voz alta. O que não devemos é fazer isso fora de hora, por exemplo, enquanto a Palavra de Deus está sendo exposta. O texto de 1 Coríntios 14 nos ensina como deve ser o culto genuinamente pentecostal.
23. Satanás não está no inferno.
Isso também é verdadeiro, pois o Inimigo é o príncipe das potestades do ar e habita as regiões celestiais (Ef 2.1,2; 6.10-18).
24. Deus não precisa do seu dinheiro. 
Certo. Mas o cristão que se preza contribui com amor para a obra do Senhor (2 Co 9).
25. Davi dançou em uma procissão da arca, e não em um culto.
Verdade. Ele, inclusive, ao instituir o ministério do louvor, nos tempos veterotestamentários, não chamou dançarinos e coreógrafos, e sim músicos e cantores.
26. Não precisa olhar para o irmão do lado e dizer: ‘Jesus te ama’.
Concordo. Tenho escrito sobre isso em meus livros, especialmente ‘Erros que os Pregadores Devem Evitar’ (CPAD, 2005).
27. Arminianismo limita a soberania de Deus.
O verdadeiro arminianismo, não. Não confunda arminianismo com semipelagianismo ou pelagianismo! Mas é importante dizer que o Evangelho está acima de arminianismo e calvinismo.
28. Batismo com fogo é condenação.
Discordo, pois o fogo também ilustra o poder do Espírito Santo. A explicação da pregação de João Batista, em Mateus 3 e Lucas 3, seria muito longa, para inseri-la aqui. Peço aos leitores que aguardem meu próximo livro, no qual tratarei do batismo com o Espírito Santo e com fogo.
29. Deus odeia o pecado e também o pecador.
Deus não odeia o pecador! Deus é amor. Há certas passagens isoladas que podem sugerir que Ele odeie o pecador, mas, se bem estudadas, à luz da analogia geral da Bíblia, não ficará dúvida de que o Senhor não deseja condenar o ímpio. Sua ira justa contra o pecado não deve ser confundida com ódio justiceiro contra o pecador.
30. Deus salva a quem quer.
Na verdade, Ele quer que todos se salvem (1 Tm 2.4), e o Senhor Jesus provou a morte por toda a humanidade (Hb 2.9). Mas a salvação só se concretiza na vida de quem crê no Senhor Jesus e se arrepende de seus pecados. Como já disse, não se deve confundir expiação do pecado adâmico (Jo 1.29) com a redenção de cada pecador (Jo 3.16; Rm 10.9,10). Jesus morreu por todos, para que cada pecador possa ser salvo, desde que aceite — sim, aceite —, mediante o livre-arbítrio, o plano salvífico de Deus.
31. Jesus é o mediador, e não seu líder (sic).
Concordo. Mas o líder deve ser respeitado pelo cristão que se preza.
32. Não precisamos de revelação, a Bíblia já está revelada.
De fato, a Bíblia é uma revelação superior, mas, por meio dos dons espirituais, o Senhor revela hoje, aqui e agora, o profundo e o escondido.
33. Salvação não é uma vacina.
Se é que entendi, concordo.
34. A salvação é pela graça, e por ela somente.
Perfeito.
35. Não existe maldição hereditária.
Certo.
36. Preguem sobre o pecado e o inferno.
Correto.
37. Não existe mais sacrifício, Cristo foi o suficiente.
Verdade, falando de salvação. Mas a vida cristã envolve renúncia e sofrimento (Lc 9.23; 1 Pe 2.20,21).
38. Paulo não caiu do cavalo.
A Bíblia realmente não diz isso. Mas não acredito que ele estivesse indo a pé para seu destino.
39. No mínimo uma hora de palavra.
Gostaria que a exposição da Palavra tivesse em torno de uma hora. Mas isso não é mandamento bíblico e varia muito nas igrejas. O importante é que a Palavra de Deus tenha o primado. Dois terços do ministério do Senhor Jesus foram destinados ao ensino e a pregação da Palavra.
40. Leia livros reformados. 

De fato, há excelentes livros de autores reformados (que, aqui, é sinônimo de calvinistas). Mas também há obras igualmente maravilhosas de pentecostais, haja vista as centenas publicadas pela CPAD e outras editoras.

41. Ore incessantemente.
Amém.
42. Deus não é obrigado a lhe abençoar (sic).
Não, mesmo. Mas Ele tem prazer em abençoar os fiéis.
43. Deus também é glorificado na angústia.
Verdade. Ele nos livra muitas vezes da angústia, mas também nos livra na — ou através da — angústia. Há muitos salmos bíblicos que tratam disso.
44. Deus está em silêncio porque sua Bíblia está fechada.
Verdade. O Senhor fala conosco quando lemos a sua Palavra.
45. Financeiro baixo não é obra de satanás.
Concordo. Mas financeiro alto também não. O problema é colocar o coração nas riquezas (Mt 6.19-21).
46. Estudem sobre a Reforma.
Estudem, mesmo, pois a Reforma Protestante foi o maior movimento da Igreja, depois do Pentecostes.
47. Satanás não era anjo de luz.
Ele era um ser perfeito que caiu e enganou a terça parte dos anjos (cf. Ap 12). Creio que os textos de Isaías 14 e Ezequiel 28, ainda que por analogia, se refiram a Lúcifer (nome latino).
48. Internet não é coisa do diabo.
Verdade. Mas tem sido usada pelos seus adeptos, assim como pode ser usada pelo povo de Deus.
49. Questione o falso ensino.
Isso, mesmo.
50. Deixar a Bíblia aberta em Salmos não resolve nada.
Bíblia não é amuleto da sorte, mas deve ser lida e estudada.
51. Ouça Paul Washer, John Piper etc.
São respeitáveis expoentes calvinistas. Mas há também bons pregadores pentecostais, que creem na atualidade dos dons espirituais.
52. Jesus não ofereceu riquezas.
Certo.
53. Quer prosperidade, acorde cedo e trabalhe.
Concordo.
54. Só comece a namorar se for casar.
Verdade. Para que namorar por namorar, sem o objetivo do casamento?
55. Procure uma igreja mais próxima de sua Bíblia.
Certo.
56. Apelo emocional não é evangelismo.
Certo. Mas pregação também envolve emoção, ainda que o mais importante seja a ação do Espírito Santo (1 Co 2.1-5; 1 Ts 1.5).
57. Neopentecostalismo não é evangelho.
Nem pentecostalismo; nem calvinismo etc. Evangelho está acima de tudo e de todos.
58. Crianças têm pecado.
Todos nascem pecadores (Rm 3.23). Mas, evidentemente, uma criança que parte para a eternidade sem que suas faculdades tenham amadurecido o suficiente para crer e se arrepender será alcançada pela graça preveniente de Deus e pela expiação do pecado adâmico.
59. Não temos livre-arbítrio.
Temos, sim! Deus não fez seres autômatos. Apesar dos efeitos deletérios do pecado, o ser humano continua podendo escolher entre o caminho da vida e o da morte (Dt 30.19; Lc 9.23; Ap 22.17).
60. Não cobrem para pregar.
Certo.
61. Seu pastor não é ungido.
Não, literalmente. Mas o pastor verdadeiramente chamado por Deus recebe dEle uma capacitação especial para conduzir o rebanho.
62. Sua esposa não é varoa.
É, sim, pois do varão foi tomada. Se o termo, hoje, não é usual, isso é outra coisa.
63. Sabor de mel e raridade não é louvor (sic).
Certo.
64. Não ponha somente a culpa no diabo.
Verdade. A carne é o nosso pior inimigo e está dentro de nós.
65. Na ‘mira da verdade’ não prega a verdade.
Concordo. O autor destas 95 'teses' se refere a um programa de TV adventista.
66. Não é só sua Igreja que vai ser arrebatada.
Todos os salvos em Cristo hão de ser arrebatados, antes da Grande Tribulação (1 Ts 4.16,17). E não foi Darby quem inventou isso, no século XIX. Sistematizar uma doutrina não é o mesmo que criá-la, já que a doutrina é bíblica. A doutrina da Trindade só foi sistematizada no século III, mas ela sempre foi bíblica.
67. Agenor Duque não é João Batista.
Com certeza, não!
68. Deus não se agrada de campanhas.
Certo.
69. Retiros e intimidade com Deus, e não lazer.
O lazer também é importante, no momento certo.
70. Não leia versículos isolados.
Não é pecado ler versículos isolados. O que não se deve fazer é interpretá-los isoladamente, fora de seu contexto.
71. Judas não escolheu trair Jesus, já estava predestinado.
Escolheu, sim, pois ele se desviou (At 1.25; Jo 17.12).
72. Cristo deve ser a única atração do pecador.
Verdade.
73. Encontro tremendo, somente com a verdade das Escrituras.
Concordo.
74. Não existe culto de libertação na Bíblia.
Certo. Não há necessidade de haver um culto específico para libertação, embora o problema, em si, não esteja no nome do culto, e sim nas aberrações que ora acontecem nessas reuniões ditas de libertação.
75. Preguem sobre a graça.
E sobre a misericórdia, a expiação pelo sangue, a redenção, a santificação, o Arrebatamento da Igreja etc., também.
76. Nem todos são filhos de Deus.
Verdade. É necessário entregar a vida a Cristo, crendo e se arrependendo, para ser um filho de Deus por adoção (Jo 1.11,12; Gl 4.4,5).
77. Televisão deixa o cristão frio.
David Wilkerson falou sobre isso em seu excelente livro ‘Toca a Trombeta em Sião’, publicado pela CPAD na década de 1980. Use com moderação.
78. Copo de água na TV é pura baboseira (sic).
Certo. É preciso confiar em Jesus Cristo.
79. Seu pastor não determina nada.
Se for um homem de Deus, de fato, deve ser respeitado.
80. Deus não é só amor.
Verdade. Mas Ele é amor. E, por isso mesmo, não odeia o pecador.
81. Não somos a universal.
Mas o crente fiel pertence à Universal Assembleia.
82. Nunca dê ouvido a alguém que diz: ‘Deus mandou te dizer’.
Há profetas de Deus e falsos profetas. Generalizações, nesse sentido, são perigosas.
83. Um salvo não perde a salvação.
Deus não tem prazer em tirar a salvação de ninguém. Mas há pessoas que, à semelhança de Esaú, que desprezou sua primogenitura, desprezam a sua salvação. É preciso estudar com muito cuidado Hebreus 3; 6; 10. E também 2 Pedro 2 e Apocalipse 3.
84. Cair no espírito é puro êxtase.
Certo. Voltamos à primeira 'tese'...
85. O ladrão da cruz entrou no céu, sim.
Jesus lhe disse: ‘Hoje estarás comigo no Paraíso’ (Lc 23.33-43). Mas essa passagem precisa ser estudada com muita diligência. Recomendo, modéstia à parte, de novo, minha obra ‘Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar’ (CPAD, 2012).
86. Dom de línguas eram idiomas.
Em Atos 2, foram idiomas, mas outorgados pelo Espírito Santo aos salvos em Cristo. À luz de 1 Coríntios 12-14, as línguas dadas sobrenaturalmente pelo Espírito Santo têm várias finalidades. Não devemos desprezar esse dom.
87. Visitar outras igrejas não é errado.
Certo. Mas é preciso conversar com o pastor sobre isso.
88. Deus não sonha.
Ele não dorme, evidentemente. Do ponto de vista do uso atual do verbo “sonhar”, no sentido de desejar, aspirar, é claro que Ele tem bons desejos e quer, por exemplo, ‘que todos se salvem, e venham ao conhecimento da verdade’ (1 Tm 2.4).
89. Deus não precisa da sua autorização para agir.
Verdade. Ele é soberano. Por outro lado, Ele está à porta e bate (Ap 3.20), pois não criou seres autômatos, programados para obedecer-lhe em tudo.
90. Seja cristão em casa.
E em todos os lugares, inclusive no templo.
91. Sua mulher não é sua empregada.
Mas também não é a patroa... Ou é? Risos.
92. Ame ela como Cristo amou a igreja (sic).
Amém.
93. Não existe: ‘eis que eu te digo’.
Há muitas ‘teses’ repetidas... Faltou inspiração ao autor.
94. O mercenário é quem rouba, mata e destrói.
Mas quem está por trás dele é o Diabo, que vem, sim, para roubar, matar e destruir, à luz de João 10.
95. Glória Somente a Deus.

Amém.

Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi
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*Ciro Sanches Zibordi é pastor, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Autor do best-seller “Erros que os pregadores devem evitar” e das obras “Mais erros que os pregadores devem evitar”, “Erros que os adoradores devem evitar”, “Evangelhos que Paulo jamais pregaria”, “Adolescentes S/A” e “Perguntas intrigantes que os jovens costumam fazer”, todos títulos da CPAD. É ainda co-autor da obra “Teologia Sistemática Pentecostal”, também da CPAD.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apolog%C3%83%C2%A9tica-crist%C3%83%C2%A3/218/95-teses-para-o-evangelicalismo-brasileiro.html