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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

COMO IDENTIFICAR UMA SEITA

26.12.2013
Do blog  UNIÃO DE BLOGUEIROS EVANGÉLICOS, 24.12.13
Por Pr. Elias Ribas*

Conheça as cinco características comuns e marcantes das seitas

Uniao de Blogueiros EvangelicosExistem milhares de religiões neste mundo, e obviamente nem todas são certas. O próprio Jesus advertiu seus discípulos de que viriam falsos profetas usando Seu nome, e ensinando mentiras, para desviar as pessoas da verdade (Mt 24.24). O apóstolo Paulo também falou que existem pessoas de consciência cauterizada, que falam mentiras, e que são inspirados por espíritos enganadores (1ª Tm 4.1-2). Nós chamamos de seitas a essas religiões. Não estamos dizendo que todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem muitas pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas. Para evitar que isto ocorra conosco, devemos ser capazes de distinguir os sinais característicos das seitas. Embora elas sejam muitas, possuem pelo menos cinco marcas em comum:
1. Elas têm outra fonte de autoridade além da Bíblia.

Enquanto que os cristãos admitem apenas a Bíblia como fonte de conhecimento verdadeiro de Deus, as seitas adotam outras fontes. Algumas forjaram seus próprios livros; outras aceitam revelações diretas da parte de Deus; outras aceitam a palavra de seus líderes como tendo autoridade divina. Outras falam ainda de novas revelações dadas por anjos, ou pelo próprio Jesus. E mesmo que ainda citem a Bíblia, ela tem autoridade inferior a estas revelações.
2. Elas acabam por diminuir a pessoa de Cristo.

Embora muitas seitas falem bem de Jesus Cristo, não o consideram como sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nem como sendo o único Salvador da humanidade. Reduzem-no a um homem bom, a um homem divinizado, a um espírito aperfeiçoado através de muitas encarnações, ou à mais uma manifestação diferente de Deus, igual a outros líderes religiosos como Buda ou Maomé. Freqüentemente, as seitas colocam outras pessoas no lugar de Cristo, a quem adoram e em quem confiam.
3. As seitas ensinam a salvação pelas obras.

Essa é uma característica universal de todas as seitas. Por acreditarem que o homem é intrinsecamente bom, pregam que ele pode acumular méritos e vir a merecer o perdão de Deus, através de suas boas obras praticadas neste mundo. Embora as seitas sejam muito diferentes em sua aparência externa, são iguais neste ponto. Algumas falam em fé, mas sempre entendem a fé como sendo um ato humano meritório. E nisto diferem radicalmente do ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé.
4. As seitas são exclusivistas quanto à salvação. 
Pregam que somente os membros do seu grupo religioso poderão se salvar. Enquanto que os cristãos reconhecem que a salvação é dada a qualquer um que arrependa-se dos seus pecados e creia em Jesus Cristo como Salvador (não importa a denominação religiosa), as seitas ensinam que não há salvação fora de sua comunidade.
5. As seitas se consideram o grupo fiel dos últimos tempos.

Elas ensinam que receberam algum tipo de ensino secreto que Deus havia guardado para os seus fiéis, perto do fim do mundo. É interessante que ao nos aproximarmos do fim do milênio, cresce o número de seitas afirmando que são o grupo fiel que Deus reservou para os últimos dias da humanidade.
Podemos e devemos ajudar as pessoas que caíram vítimas de alguma seita. Na carta de Tiago está escrito que devemos procurar ganhar aqueles que se desviaram da verdade (Tiago 5.19-20). Para isto, entretanto, é preciso que nós mesmos conheçamos profundamente nossa Bíblia bem como as doutrinas centrais do Cristianismo. Mais que isto, devemos ter uma vida de oração, em comunhão com Cristo, para recebermos dele poder e amor e moderação.
*Pr. Elias Ribas
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Fonte:http://www.ubeblogs.com.br/profiles/blogs/como-identificar-uma-seita-2

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Suportando a Perseguição

25.12.2013
Do blog UNIÃO DE BLOGUEIROS EVANGÉLICOS, 24.12.13

Uniao de Blogueiros EvangelicosSaiamos, pois, a ele [Jesus] fora do arraial, levando o seu vitupério." (Hb 13-1)

TODAS as exortações que nos são dadas para padecer-mos pacientemente pelo nome de Jesus Cristo e em defesa do Evangelho não terão efeito, se não nos sen­tirmos seguros da causa pela qual lutamos. Quando somos chamados a nos desfazer da vida, é absolutamente necessário saber em que base. Não podemos possuir a firmeza necessária, a menos que esteja fundamentada na certeza da fé.

É verdade que há pessoas que se expõem tolamente à morte, na defesa de algumas opiniões absurdas e devaneios concebidos pelo próprio cérebro, mas tal impetuosidade deve ser considerada mais como frenesi do que zelo cristão; e, de fato, não há firmeza nem bom senso naqueles que, em certo tipo de casualidade, se empolgam des­sa maneira. Mas embora isso ocorra, é somente numa boa causa que Deus nos reconhece como seus mártires. A morte é comum a todos, e os filhos de Deus são condenados à ignomínia c torturas exatamente como os criminosos o são; mas Deus faz a distinção entre eles, já que Ele não pode negar sua verdade. De nossa parte, exige-se que tenha­mos provas firmes e infalíveis da doutrina que defendemos; e, por conseguinte, como eu disse, não podemos ser racionalmente impres­sionados pela exortação-que recebemos para sofrer perseguição pelo Evangelho, se nenhuma certeza verdadeira de fé foi impressa em nosso coração. Arriscar a vida numa incerteza não é natural, e ainda que o fizéssemos, seria só precipitação e não coragem cristã. Numa palavra, nada que fazemos será aprovado por Deus, se não estiver­mos completamente persuadidos de que é para Ele e sua causa que sofremos perseguição e o mundo é nosso inimigo.

Quando falo de tal persuasão, não quero dizer meramente que temos de saber distinguir entre a verdadeira religião e os abusos ou loucuras dos homens, mas também que devemos estar inteira­mente persuadidos da vida divina e da coroa, que nos é prometida nos céus, depois que tivermos lutado aqui na terra. Entendamos que estes requisitos são necessários e não podem ser separados um do outro.

Por conseguinte, os pontos com os quais devemos começar são estes: Temos de saber bem qual é o nosso cristianismo, qual é a fé que temos de defender e seguir — qual é a regra que Deus nos deu; e, assim, temos de estar bem inteirados de tal instrução para que sejamos capazes de condenar com ousadia todas as falsidades, erros e superstições que Satanás introduziu para corromper a pura simplici­dade da doutrina de Deus.

Veremos agora o verdadeiro método de nos preparar para sofrer pelo Evangelho. Primeiramente, devemos estar nos beneficiando até aqui na escola de Deus quanto a estarmos decididos com relação à verdadeira religião e à doutrina que vamos defender. Temos de me­nosprezar todos os artifícios e imposturas de Satanás e todas as inven­ções humanas como coisas frívolas e carnais, já que corrompem a pureza cristã; nesse particular diferindo, como verdadeiros mártires de Cristo, das pessoas irracionais que sofrem por meras absurdidades. Em segundo lugar, assegurando-nos da boa causa, conseqüentemen­te, temos de ser inflamados para seguir a Deus aonde quer formos por Ele chamados. Sua Palavra tem de ter tal autoridade para conosco como ela merece, e, havendo-nos retirado deste mundo, temos de nos sentir arrebatados na busca da vida santificada.

Porém, é mais que estranho que, embora a luz de Deus esteja brilhando mais radiantemente que nunca, haja uma lamentável' falta de zelo. Em resumo, é impossível negar que é para nossa grande vergonha, para não dizer temível condenação, que conhecemos tão bem a verdade de Deus e temos tão pouca coragem em defendê-la.

Acima de tudo, quando olhamos para os mártires do passado, nos envergonhamos de nossa covardia! Em sua maioria não eram pessoas muito versadas nas Santas Escrituras para poderem disputar cm todos os assuntos. Eles sabiam que havia um Deus, a quem convinham adorar e servir; que haviam sido remidos pelo sangue de Jesus Cristo a fim de colocarem a confiança de salvação nEle e em sua graça; e que todas as invenções dos homens, sendo mera inutilidade e lixo. eles deviam condenar todas as idolatrias e superstições. Numa pala­vra, sua teologia era, em substância, esta: Há um Deus que criou todo o mundo e nos declarou sua vontade por Moisés e pelos profetas, e, finalmente, por Jesus Cristo e seus apóstolos; e temos um Redentor exclusivo, que nos comprou por seu sangue e por cuja graça espera­mos ser salvos. Todos os ídolos do mundo são amaldiçoados e mere­cem abominação.

Com um sistema abarcando nenhum outro ponto que não esses, eles foram corajosamente às chamas ou a qualquer outro tipo de morte. Não entravam de dois em dois ou de três em três, mas em tamanhos grupos, cujo número dos que caíram pelas mãos dos tira­nos é quase infinito.

O que então deve ser feito para inspirar nosso peito com a verda­deira coragem? Temos, em primeiro lugar, de considerar quão precio­sa é a confissão de nossa fé aos olhos de Deus. Pouco sabemos o quanto Deus preza isso, se nossa vida, que não é nada, é estimada mais altamente por nós. Quando isso se dá, manifestamos maravilho­so grau de estupidez. Não podemos salvar nossa vida às custas de nossa confissão sem reconhecermos que a mantemos em mais alta estima que a honra de Deus e a salvação de nossa alma.

Um pagão poderia dizer: "Foi coisa miserável salvar a vida dei­xando as únicas coisas que tornavam a vida desejável!" E, não obstante, tal indivíduo e outros como ele nunca souberam por que propósito os homens são colocados no mundo, e por que vivem aqui. Sabemos muito bem qual deve ser a principal meta de vida, isto é, glorificar a Deus, para que Ele seja nossa glória. Quando isso não é feito, ai de nós! Não podemos continuar vivendo por um único momento na terra sem amontoarmos outras maldições sobre nossas cabeças. Con­tudo, não estamos envergonhados de obter alguns dias para nos enlanguescer aqui embaixo, renunciando o Reino eterno ao nos se­pararmos dEle, por cuja energia somos sustentados em vida.

Mas como a perseguição sempre é severa e amarga, considere­mos: Como e por quais meios os cristãos podem se fortalecer com paciência, para resolutamente exporem a vida pela verdade de Deus. O texto que lemos em voz alta, quando corretamente compreendido, é suficiente para nos induzir a agirmos assim. O apóstolo diz: ''Saia­mos da cidade para o Senhor Jesus, levando seu vitupério". Em pri­meiro lugar, Ele nos lembra que, embora as espadas não sejam desembainhadas contra nós, nem o fogo aceso para nos queimar, não podemos ser verdadeiramente unidos ao Filho de Deus, enquanto estamos arraigados neste mundo. Portanto, um cristão, mesmo em repouso, sempre tem de ter um pé pronto a marchar para a batalha, e não só isso, mas tem de ter seus afetos retirados do mundo, ainda que o corpo esteja habitando aqui.

Enquanto isso, para consolar nossas enfermidades e mitigar a vexação e tristeza que a perseguição nos causa, é-nos oferecida uma boa recompensa. Sofrendo pela causa de Deus, estamos caminhando passo a passo após o Filho de Deus e o temos por nosso Guia. Fosse dito simplesmente que para sermos cristãos tivéssemos de corajosa­mente passar por todos os insultos do mundo, encontrar a morte em todo momento e da maneira que Deus se agradasse designar, tería­mos aparentemente algum pretexto para replicar. É um caminho des­conhecido para irmos na dúvida. Mas quando somos ordenados a seguir o Senhor Jesus, sua direção é muito boa e honrada para ser recusada.

Somos tão melindrosos quanto à disposição de suportar qualquer coisa? Então temos de renunciar a graça de Deus pela qual Ele nos chamou à esperança de salvação. Há duas coisas que não podem ser separadas — ser membro de Cristo e ser provado por muitas aflições.

Quem dera fosse realmente fácil, mesmo para Deus, nos coroar imediatamente sem exigir que sustentássemos qualquer combate. Mas assim como é seu prazer que Cristo reine em meio aos seus inimigos, assim também é sua vontade que nós, sendo colocados no meio de­les, soframos a opressão e violência que nos infligem até que "Ele nos liberte. Sei, de fato, que a carne esperneia quando deve ser levada a este ponto, mas não obstante a vontade de Deus tem de sobrepor-se.

Em tempos passados, muitas pessoas, para obter simples coroas de folhas, não recusavam o trabalho duro, a dor e a dificuldade. Até mesmo a morte não lhes era grande preço, e, ainda assim, cada um deles disputava uma corrida, não sabendo se iria ganhar ou perder o prêmio. Deus nos oferece a coroa imortal pela qual nos tornarmos participantes da sua glória. Ele não quer dizer que devemos lutar a esmo, mas todos temos a promessa do prêmio pelo qual nos empe­nhamos. Temos algum motivo para nos recusarmos a lutar? Achamos que foi dito em vão: "Se morremos com Jesus, também com ele vive­remos"? Nosso triunfo está preparado, e contudo fazemos tudo o que podemos para evitar o combate.

para não deixar meios sem serem empregados que sejam adequa­dos para nos estimular, Deus coloca diante de nós Promessas, de um lado, e Ameaças, do outro. Sentindo que as promessas não têm influ­ência suficiente, fortaleçamo-nos acrescentando as ameaças. É verda­de que devemos ser obstinados no extremo de não pôr mais fé nas promessas de Deus, quando o Senhor Jesus diz que Ele nos confessa­rá como seus diante de seu Pai, contanto que o confessemos diante dos homens.

Mas se Deus não pode nos alcançar por meios gentis, não deve­mos ser meros obstáculos se suas ameaças também falham? Jesus convoca todos aqueles que, por medo da morte temporal, negam a verdade, a comparecerem no tribunal de seu Pai, e diz que então o corpo e a alma serão entregues à perdição. Em outra passagem, Ele afirma que negará todos o que o tiverem negado diante dos homens. Estas palavras, se não somos completamente impérvios para sentir, bem que podem fazer nossos cabelos se levantarem enfim!

É em vão alegarmos que piedade deve nos ser mostrada, já que nossas naturezas são tão delicadas; pois é dito, pelo contrário, que Moisés, tendo buscado a Deus pela fé, foi fortalecido para não se entregar sob tentação. Portanto, quando somos flexíveis e fáceis de dobrar, é sinal manifesto. Não estou dizendo que não temos zelo, nem firmeza, mas que não sabemos nada de Deus ou de seu Reino.

Há dois pontos a considerar. O primeiro é que todo o Corpo da Igreja em geral sempre esteve, e até ao fim estará, sujeito a ser afligido pelos ímpios. Vendo como a Igreja de Deus é pisoteada nos dias atuais pelos orgulhosos indivíduos mundanos, como um late e outro morde, como torturam, como conspiram contra ela. como ela é assaltada inces­santemente por cães raivosos e bestas selvagens, não nos esqueçamos de que a mesma coisa foi feita em todos os tempos passados.

Enquanto isso, o assunto de suas aflições sempre foi afortunado. Em todos os eventos, Deus fez com que, embora fosse oprimida por muitas calamidades, ela nunca tenha sido completamente esmagada; como está escrito: "Os ímpios com todos os seus esforços não tiveram sucesso no que intentaram". O apóstolo Paulo se gloria no fato e mostra que este é o curso que Deus, em misericórdia, sempre toma. Ele diz:

"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos" (2 Co 4.8-10).

Só menciono brevemente neste sermão para ir ao segundo ponto, que está mais a nosso propósito, que devemos tirar vantagem dos exemplos particulares dos mártires que foram antes de nós. Não são limitados a dois ou três, mas são, como diz o apóstolo, "uma tão grande nuvem". Com esta expressão, ele intima que o número é tão grande que deve ocupar toda nossa visão. Para não ser tedioso, men­cionarei somente os judeus, que foram perseguidos pela verdadeira religião, não apenas sob a tirania do rei Antioco, mas também um pouco depois da sua morte. Não podemos alegar que o número dos sofredores foi pequeno, pois formava um grande exército de márti­res. Não podemos dizer que consistia em profetas a quem Deus tinha separado das pessoas comuns, pois mulheres e criancinhas faziam parte do grupo. Não podemos dizer que eles escaparam por pouca coisa, porque foram torturados tão cruelmente quanto possível. Por conseguinte, ouvimos o que o apóstolo diz: "Uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressur­reição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espa­da; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.35-38).

Comparemos agora o caso deles com o nosso. Se eles suportaram tais coisas pela verdade, que naquela época era tão obscura, o que devemos fazer com a luz que agora brilha? Deus nos fala claramente; a grande porta do Reino dos céus foi aberta, c Jesus Cristo nos chama para si mesmo, depois de ter descido até nós para que pudéssemos tê-lo presente diante dos olhos. Que repreensão nos seria suficiente para termos menos zelo para sofrer pelo Evangelho do que eles, que só tinham saudado as promessas de longe, que só tinham um peque­no postigo aberto para entrar no Reino de Deus e que só tinham um memorial e símbolo de Jesus Cristo? Estas coisas não podem ser ex­pressas em palavras como merecem, e, então, deixo cada um a pon­derar sobre elas consigo mesmo.

Em primeiro lugar, onde quer que esteja, o cristão tem de resol­ver, apesar dos perigos ou ameaças, andar em simplicidade como Deus ordenou. Que ele se guarde tanto quanto possa contra a voraci­dade dos lobos, mas que não seja com astúcia carnal. Acima de tudo, que ele coloque a vida nas mãos de Deus. Ele fez assim? Então, se acaso vier a cair nas mãos do inimigo, que ele saiba que Deus, tendo arranjado as coisas deste modo, se agrada de tê-lo como testemunha de seu Filho. Portanto, ele não tem meios de recuar sem quebrar a fé em Deus, a quem prometemos todo o dever na vida e na morte; Ele de quem somos e a quem pertencemos, ainda que não tenhamos feito nenhuma promessa.

Que seja mantido como ponto fixo entre todos os cristãos, que eles não devem considerar a vida mais preciosa do que o testemunho da verdade, já que Deus deseja ser glorificado assim. É em vão que Ele dá o nome de testemunhas (pois este é o significado da palavra mártir) a todos os que têm de responder perante os inimigos da fé? Aqui cada um não deve olhar para seu companheiro, pois Deus não honra a todos igualmente com a chamada. E como somos inclinados a olhar, devemos estar muito mais em guarda contra isso. Pedro, ten­do ouvido dos lábios de Jesus que na velhice seria levado para onde não quereria ir. perguntou o que aconteceria com seu companheiro João. Não há nenhum de nós que não teria prontamente feito a mes­ma pergunta, pois o pensamento que imediatamente nos vem é: Por que sofro em lugar dos outros? Pelo contrário. Jesus Cristo nos exorta — não só a todos em geral, mas a cada um em particular — a nos mantermos "'prontos", a fim de que conforme Ele for chamando este ou aquele, marchemos avante por nossa vez.

Expliquei acima quão pouco preparados estaremos para sofrer martírio, se não estivermos armados com as promessas divinas. Agora resta mostrar um pouco mais completamente quais são o propósito e o alvo destas promessas — não para especificar todos em detalhes, mas para mostrar o que Deus deseja que esperemos dEle a fim de que nos consolemos em nossas aflições. Considerando-se sumariamente, podemos citar três coisas. A primeira, é que já que nossa vida e morte estão em suas mãos, Ele nos preservará por seu poder, de modo que nem um fio de cabelo será arrancado de nossa cabeça sem a sua permissão. Portanto, os crentes devem se sentir seguros em quaisquer mãos que venham a cair, pois Deus não está despojado da tutela que Ele exerce sobre seu povo. Estivesse tal persuasão bem impressa em nosso coração, ficaríamos livres da maior parte das dúvidas e perple­xidades que nos atormentam e nos obstruem em nossos deveres.

Vemos tiranos livres; a esse respeito, parece-nos que Deus já não possui meio de nos salvar, e somos tentados a cuidar de nossos própri­os interesses, como se nada mais se esperasse dEle. Pelo contrário, sua providência, à medida que Ele a revela, deve ser considerada por nós como fortaleza inconquistável. Trabalhemos, então, para nos conscientizarmos da plena importância da expressão que nosso corpo está em suas mãos, que o criaram. Por isso. às vezes Ele libertou seu povo de maneira milagrosa e além de toda expectativa humana, como se deu a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha ardente; a Daniel, na cova dos leões; a Pedro, na prisão de Herodes, onde estava preso, acorrentado e rigorosamente guardado. Por estes exemplos, Ele quis testificar que Ele mantém nossos inimigos sob controle, embora possa não parecer, e que. quando quer, tem o poder de nos tirar dos grilhões da morte. Não que Ele sempre o faça, mas reservando a auto­ridade para si de dispor de nós para a vida e para a morte, Ele quer que nos sintamos completamente seguros de que Ele nos tem sob seu cui­dado. Qualquer tirano que nos tente e com qualquer fúria que se arroje contra nós. pertence a Ele somente ordenar nossa vida.

Se Ele permite que tiranos nos matem, não é porque nossa vida não lhe é querida, é em maior honra cem vezes mais do que merece. Sendo esse o caso, tendo declarado pela boca de Davi que a morte dos santos é preciosa aos seus olhos, Ele também diz pela boca de Isaías que a terra descobrirá o sangue que parece estar oculto. Que os inimigos do Evangelho, então, sejam tão pródigos quanto serão do sangue dos mártires, pois terão de prestar contas dele ate a última gota. Nos dias atuais, eles se viciam em derrisão orgulhosa, enquanto entregam os crentes às chamas; e depois de terem se banhado no sangue deles, ficam tão intoxicados desse sangue que consideram todos os assassinatos que cometem como mero esporte festivo. Mas se temos paciência para esperar, por fim Deus mostrará que não é em vão que Ele estimou nossa vida em tão alto valor. Nesse entretempo. não nos ofendamos por parecer confirmar o Evangelho, que em valor ultrapassa o céu e a terra.

Para ficarmos mais seguros de que Deus não nos abandona nas mãos dos tiranos, lembremo-nos da declaração de Jesus Cristo, quan­do disse que Ele mesmo é perseguido nos seus membros. Deus de fato tinha dito antes por Zacarias: "Aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho" (Zc 2.8). Mas aqui é dito com muito mais expressividade que. se sofrermos pelo Evangelho, é tanto quanto se o Filho de Deus estivesse sofrendo pessoalmente. Que saibamos que Jesus Cristo tem de se esquecer de si mesmo antes de deixar de pen­sar em nós, quando estamos em prisão ou em perigo de morte por sua causa. Que saibamos que Deus tomará no coração todas as afron­tas que os tiranos cometem contra nós, da mesma maneira como se tivessem cometido contra o próprio Filho.

Vamos agora ao segundo ponto que Deus nos declara em sua promessa para nossa consolação. É que Ele nos sustentará assim pelo poder do seu Espírito para que nossos inimigos, façam o que fizerem, mesmo com Satanás à cabeça, não obtenham vantagem sobre nós. E vemos como Ele mostra seus dons em tal emergência; pois a constân­cia invencível que encontramos nos mártires mostra abundante e for­mosamente que Deus trabalha poderosamente neles. Na perseguição. há duas coisas revoltantes para a carne: a vituperação c insulto dos homens e as torturas que o corpo sofre. Deus promete nos oferecer sua mão tão efetivamente, que superaremos ambas pela paciência. O que Ele nos diz. Ele confirma por fato. Tomemos este escudo para nos precaver de todos os medos pelos quais somos assaltados, e não restrinjamos a operação do Espírito Santo dentro de tais limites estrei­tos, como a supor que Ele não sobrepujará facilmente todas as cruel­dades dos homens. Disto tivemos, entre outros exemplos, um que é particularmente memorável. Um jovem que certa vez viveu aqui conosco, tendo sido preso na cidade de Tournay, seria condenado à guilhotina, desde que se retratasse, e se continuasse firme em seu propósito, seria queimado vivo! Quando perguntado o que pretendia fazer, simplesmente respondeu: "Aquele que me dará graça para mor­rer pacientemente por seu nome, sem dúvida me dará graça para suportar o fogo!"

Devemos tomar esta expressão, não como a de um homem mor­tal, mas como do Espírito Santo, para nos assegurarmos que Deus não é menos poderoso para nos fortalecer e nos tornar vitoriosos sobre as torturas, do que nos fazer submeter de boa vontade a uma morte mais suave. Além disso, vemos muitas vezes que firmeza Ele dá a malfeitores infelizes que sofrem por seus crimes. Não falo dos en­durecidos, mas dos que obtêm consolação da graça de Jesus Cristo, e, por esse meio, com corações tranqüilos, sofrem os castigos mais cru­éis que podem ser infligidos. Um belo exemplo é visto no ladrão que foi convertido à morte de nosso Senhor. Será que Deus, que assim ajuda poderosamente pobres criminosos quando suportam o castigo de suas más ações, estará tão ausente do seu povo, enquanto lutam pela causa santa, quanto a não lhes dar coragem invencível?

O terceiro ponto a considerar acerca das promessas de Deus aos seus mártires é o fruto que eles devem esperar por seus sofrimentos, e no fim, se for necessário, por suas mortes. Este fruto se manifestará depois de terem glorificado o seu nome, depois de terem edificado a Igreja pela constância, quando serão reunidos com o Senhor Jesus na sua glória eterna. Mas como falamos acima brevemente, é bastante aqui apenas lembrar. Que os crentes aprendam a erguer a cabeça para as coroas de glória e imortalidade para as quais Deus os convi­da, a fim de que assim eles não se sintam relutantes em deixar a vida presente por tal recompensa. Para que se sintam bem seguros desta bênção inestimável, que sempre tenham diante dos olhos a conformi­dade que eles têm a nosso Senhor Jesus Cristo. E exatamente como Ele que, pela repreensão da cruz, chegou à ressurreição gloriosa, vejam que a morte consiste em toda a nossa felicidade, alegria e triunfo!

 João Calvino
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Fonte:http://www.ubeblogs.com.br/profiles/blogs/suportando-a-persegui-o

sábado, 7 de dezembro de 2013

"O que a Bíblia diz sobre o purgatório?"

07.12.2013
Do portal GOT QUESTIONS


Pergunta: "O que a Bíblia diz sobre o purgatório?"

Resposta:De acordo com a Enciclopédia Católica, o purgatório é “um lugar ou condição de punição temporal para aqueles que, deixando esta vida na graça de Deus, não estão inteiramente livres de erros veniais, ou não pagaram completamente a satisfação devida pelas suas transgressões”. Para resumir, na teologia católica, o purgatório é um lugar para onde uma alma cristã vai depois da morte, a fim de ser purificada dos pecados que não foram completamente pagos durante a vida. Esta doutrina do purgatório está de acordo com a Bíblia? Absolutamente não!

Jesus morreu para pagar por todos os nossos pecados (Romanos 5:8). Isaías 53:5 declara: “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Jesus sofreu pelos nossos pecados para que nós fossemos livrados do sofrimento. Dizer que nós também devemos sofrer pelos nossos pecados é dizer que o sofrimento de Jesus foi insuficiente. Dizer que nós devemos pagar pelos nossos pecados nos purificando no purgatório é negar a suficiência do pagamento feito pelo sacrifício de Jesus (I João 2:2). A idéia de que nós temos que sofrer pelos nossos pecados após a morte é contrário a tudo o que a Bíblia diz sobre a salvação.

A principal passagem das Escrituras que os católicos apontam como evidência do purgatório é I Coríntios 3:15, que diz: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo”. A passagem (I Coríntios 3:15) usa uma ilustração das coisas passando pelo fogo como uma descrição das obras dos crentes sendo julgadas. Se as nossas obras forem de boa qualidade, “ouro, prata, pedras preciosas”, elas irão passar ilesas através do fogo, e nós seremos recompensados por elas. Se as nossas obras forem de má qualidade, “madeira, feno, palha”, elas serão consumidas pelo fogo, e não haverá recompensa. A passagem não diz que os crentes passam pelo fogo, mas que as suas obras passam. I Coríntios 3:15 se refere ao crente sendo “salvo, todavia, como que através do fogo”, não “sendo purificado pelo fogo”.

O purgatório, como tantos outros dogmas católicos, é baseado na má compreensão da natureza do sacrifício de Cristo. Os católicos vêem a Missa/Eucaristia como uma reapresentação do sacrifício de Cristo porque eles falham em entender que o sacrifício de Jesus, de uma vez por todas, foi absolutamente e perfeitamente suficiente (Hebreus 7:27). Os católicos vêem obras merecedoras de mérito como uma contribuição para a salvação devido a uma falha em reconhecer que o pagamento feito pelo sacrifício de Jesus não necessita de “contribuições” adicionais (Efésios 2:8-9). Da mesma forma, o purgatório é entendido pelos católicos como um lugar de purificação em preparação para o Céu porque eles não reconhecem que, por causa do sacrifício de Jesus, nós já somos purificados, declarados justos, perdoados, redimidos, reconciliados e santificados.

A própria idéia do purgatório, e as doutrinas que freqüentemente estão associadas a ela (orações pelos mortos, indulgências, obras a favor dos mortos, etc.) falha em reconhecer que a morte de Jesus foi suficiente para pagar a pena de TODOS os nossos pecados. Jesus, que é Deus encarnado (João 1:1,14), pagou um preço infinito pelo nosso pecado. Jesus morreu pelos nossos pecados (I Coríntios 15:3). Jesus é o pagamento pelos nossos pecados (I João 2:2). Limitar o sacrifício de Jesus como um pagamento pelo pecado original, ou pelos pecados cometidos antes da salvação, é um ataque à Pessoa e à Obra de Jesus Cristo. Se nós devemos em qualquer sentido pagar ou sofrer por causa dos nossos pecados, isso indica que a morte de Jesus não foi perfeita, completa, e um sacrifício suficiente.

Para os crentes, o estado pós-morte é estar “ausente do corpo e habitando com o Senhor” (II Coríntios 5:6-8; Filipenses 1:23). Note que não diz “ausente do corpo, no purgatório com fogo purificador”. Não, por causa da perfeição, completude e suficiência do sacrifício de Jesus, nós estamos imediatamente na presença do Senhor após a morte, completamente purificados, livres do pecado, glorificados, perfeitos e finalmente santificados.


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Fonte:http://www.gotquestions.org/Portugues/purgatorio.html

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ISLAMISMO — QUEM É DEUS? COMO ELE SE REVELOU?

25.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE

Texto Básico: Deuteronômio 18.15-19 e João 14.15-17
Leitura Diária

Domingo: Is 9.1-7 – Cristo, o Filho de Deus
Segunda: 1Pe 3.13-22 – Jesus, santificado como Senhor
Terça: Lv 18.1-5 – Obediência ao Senhor
Quarta: 1Rs 18.20-40 – O Senhor é Deus!
Quinta: Nm 25 –Comportamento digno
Sexta: Jz 2.6-23 – O castigo aos que deixam o Senhor
Sábado: Jo 14.1-6 – Jesus é o único resgatador

Introdução
Nesta lição estudaremos uma das maiores religiões do mundo, em franco crescimento, principalmente na Europa. O islamismo é semelhante ao cristianismo em alguns aspectos: é monoteísta, é universal, crê em céu e inferno, na ressurreição futura e na revelação de Deus ao homem. Mas é só isso. As diferenças separam o islamismo do cristianismo para níveis irreconciliáveis. Essas diferenças abrangem as doutrinas mais fundamentais de cada religião. Neste estudo veremos um pouco da fé e práticas do islamismo, mas devemos ter em mente principalmente a apresentação aos islâmicos de quem é Deus e como ele se revelou.
I. A essência do islamismo
O islamismo tem um livro sagrado chamado Corão. A palavra islã significa “submeter-se” e exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, “Deus” em árabe). Seus seguidores são chamados muçulmanos (muslin, “subordinados a Deus” em árabe). O islamismo é a segunda maior religião do mundo, com 1,8 bilhão de adeptos, perdendo apenas para o cristianismo. O Corão, que significa “leitura”, é a coletânea das supostas revelações recebidas por Maomé de 610 a 632 d.C. Dividido em 114 suras (capítulos), seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça nas relações entre as pessoas.II. A influência de Maomé O nome Maomé (570-632 d.C.) significa “digno de louvor”.1 O profeta nasceu em Meca e começou sua pregação aos 40 anos de idade, quando, segundo a tradição, teve uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revelou a existência de um Deus único. Na época, as religiões da Península Arábica eram o cristianismo bizantino, o judaísmo e uma forma de politeísmo que venerava vários deuses tribais. Maomé passou a pregar sua mensagem monoteísta e encontrou grande oposição. Ele não acreditava na Bíblia, e pregava que os judeus e os cristãos haviam mudado o texto original. Maomé dizia que os cristãos haviam acrescentado à Bíblia fatos como a divindade e a filiação divina de Jesus, o ensino da Trindade e a doutrina da expiação. Por isso, considerava os ensinos do Novo Testamento acerca de Jesus Cristo, o Filho de Deus, uma heresia. Ele escreveu: “…e os cristãos dizem: O Messias é o Filho de Deus. Essas são suas asserções. Erram como erravam os descrentes antes deles. Que Deus os combata”. Maomé foi obrigado a emigrar para Medina em 622 (esse fato chamado Hégira, é o marco inicial do calendário muçulmano), depois de ser perseguido em Meca. Em Medina ele foi reconhecido como profeta e legislador, assumiu autoridade espiritual e temporal, venceu a oposição judaica e estabeleceu a paz entre as tribos árabes. Quase dez anos depois, Maomé e seu exército ocuparam Meca, sede da Ka’aba, centro de peregrinação islâmica. Maomé morreu em 632 como líder de uma religião em expansão e de um Estado árabeque começava a se organizar politicamente.
III. As principais crenças e práticas islâmicas
Os muçulmanos acreditam que Deus é superior a tudo e é soberano em seus atos; que há um profeta em cada época, começando com Adão e terminando com Maomé (Jesus foi um dos 120 mil profetas); que o Corão é a revelação final,2 pois foi o último livro sagrado dado ao homem, não sendo necessário estudar os livros anteriores; que Deus mandou Satanás adorar Adão e ele se recusou; que a salvação é pelas obras; que no paraíso existem muitas virgens de olhos verdes para cada homem.
O islamismo envolve todos os aspectos da vida da pessoa (religioso, político, cultural e social) e tem como base alguns “pilares” em forma de doutrina:
 Profissão de fé: “não há outro Deus a não ser Alá, e Maomé é o seu profeta”. Esse testemunho é a chave de entrada da pessoa para o islamismo. A essência da natureza de Deus no islã é “poder”.

• Cinco orações diárias. São orações comunitárias, durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e curvado em direção a Meca. Um sermão com base em um verso do Corão, de conteúdo moral, social ou político, é lido às sextas-feiras.

• Taxa tributária. É o único tributo permanente ditado pelo Corão, pago anualmente em grãos, gado ou dinheiro. É empregado no auxílio aos pobres e no resgate de muçulmanos presos em guerras.

• Jejum completo. Éfeito durante todo o mês do Ramadã, do amanhecer ao pôr-do-sol. Nesse período, em que se celebra a revelação do Corão a Maomé, o fiel não pode comer, beber, fumar ou manter relações sexuais.

• Peregrinação a Meca. Deve ser feita pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano com condições físicas e econômicas para tal. A esses cinco pilares, foi adicionado o Jihad (Guerra Santa). É o esforço pelo qual os muçulmanos querem reformar o mundo.

 O conceito de JihadO termo significa “luta”, “esforço” ou “empenho”, e no contexto religioso envolve uma luta contra o mal, assumindo várias formas:

- Jihad do coração: significa a luta contra as tendências más da natureza humana;
Jihad da boca: argumentação verbal e maldições ou imprecações, ou seja, guerra verbal;
Jihad da pena: utiliza a palavra escrita em defesa do islã (apologética islâmica);
Jihad da mão: busca promover a causa de Alá por meio de boas obras;
Jihad da espada. É a última e mais problemática forma de “jihad”. Esse aspecto domina a história e a jurisprudência islâmica. Quando essa palavra ocorre no Corão sem um qualificativo ou com o qualificativo típico “na causa de Alá”, ela invariavelmente significa um apelo ao combate físico em favor do islã.

IV. Apresentando a eles Deus e a sua revelação
Para testemunhar a fé cristã a um muçulmano é necessário contornar vários obstáculos e barreiras culturais. Algumas atitudes são fáceis de memorizar:
apertar a sua mão direita; não chamá-lo de irmão, e sim, de amigo; aceitar e retribuir a hospitalidade; evitar falar com o sexo oposto; construir amizade antes de falar de Cristo. Depois destes passos, é importante primar por uma mensagem clara, uma mensagem que apresente nosso Deus e sua Palavra.

A. A graça do nosso Deus

Quando usamos o termo “nosso” é porque Deus pode ser de todos, mediante a compreensão de si mesmo e do seu plano de salvação, por meio do Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador. A mensagem central da Bíblia sobre a obra salvadora de Deus ao longo da história é bem clara e de fácil compreensão. O seu conteúdo básico – a criação, a queda, a redenção e a consumação – é tão simples que uma criança pode facilmente entender. A comunicação de Deus na Bíblia, como um todo, é acessível. Isso pressupõe duas premissas: primeiro, a Bíblia significa o que Deus e os autores humanos queriam que ela significasse;segundo, podemos entender esse significado. Isso, porém, não quer dizer que consigamos entender tudo no grau mais alto possível.

Se podemos entender verdadeiramente a Bíblia, então por que todos os homens não concordam plenamente a respeito do que ela ensina? O problema não está na Bíblia. O problema está nos homens, finitos e pecadores. Se não fossem os efeitos da queda em nossa mente e coração, todos interpretaríamos a Bíblia da mesma maneira. Mas o ponto a ressaltar aqui é que a mensagem central da Bíblia é clara.3
Para a maioria dos convertidos do islã, a obra conclusiva e propiciatória de Jesus Cristo na cruz tem um impacto poderoso. Eles aprenderam que a liberdade em Cristo significa liberação das obras e do medo. Ela ressalta o perdão de Cristo para todos os pecados e o pagamento de toda a dívida. A graça, na plenitude de seu significado, é uma doutrina magnífica. O islã não conhece um Deus íntimo, pessoal e amoroso. Alá é um criador e juiz impessoal. O único termo de “intimidade” no Corão diz respeito à ameaça de julgamento: estamos mais perto de Alá “que sua veia jugular” (Surata 50:16). A benevolência de Cristo na cruz e seu amor transcendente desarmam a mente muçulmana.
B. A Bíblia como Palavra do nosso Deus
Inspirada. Inspiração é como Deus soprou suas palavras por meio de escritores humanos (2Tm 3.16). O prefixo “in” na palavra inspiração induz ao erro, porque 2Timóteo 3.16 se refere a uma obra escrita que Deus soprou para fora e não a algo já existente que Deus soprou dentro e animou. O prefixo “ex” é mais preciso, mas dizer que toda a Escritura foi expirada não melhoraria a explicação. Nós estamos presos à palavra tradicional “inspirada”. A clássica definição de B. B. Warfield é mais precisa: “Inspiração é (…) uma influência sobrenatural exercida nos escritores sagrados pelo Espírito de Deus, em virtude da qual é dada divina confiabilidade aos seus escritos”.4
Inerrante. Inerrância significa que quando todos os fatos forem conhecidos, as Escrituras, nos seus autógrafos originais e corretamente interpretada, demonstrarão ser totalmente verdadeiras em tudo o que afirmam, seja com relação à doutrina, à moral ou às ciências sociais, físicas e humanas.5
Autoridade. O próprio Jesus apela para a Bíblia como a autoridade final, afirmando que não se consegue demonstrar que ela contenha erros: “a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35; cf. Mt 5.17-20). Deus tem a autoridade suprema, pois ele criou e controla o universo. Se a Bíblia é inspirada por Deus, então ela tem a autoridade do próprio Deus. É a autoridade máxima. E não é a autoridade máxima simplesmente para “fé e prática”. É a autoridade máxima para cada área do conhecimento a que ela se dirige.
Suficiente. A Bíblia é perfeitamente suficiente para a sua finalidade. Na Bíblia, Deus nos deu tudo aquilo de que precisamos para conhecê-lo, confiar nele e obedecê-lo. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17). A Bíblia não responde diretamente a cada pergunta que as pessoas fazem. Esse não é o propósito dela. Seu objetivo principal é revelar o Deus do evangelho, para que possamos conhecêlo e honrá-lo. A Bíblia sozinha é suficiente. Sua suprema autoridade é exclusiva.
Necessária. A Bíblia é necessária para conhecermos a Deus, confiarmos nele e obedecermos a ele. Um cristão ou um muçulmano deve, de algum modo, ouvir a mensagem da Bíblia, seja lendo-a, seja ouvindo alguém lê-la ou explicá-la. “E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15). “E assim, a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).
Devemos continuar a ouvir a mensagem da Bíblia para crescer como cristãos. Isso significa lê-la, estudá-la, memorizá-la, meditar nela e aplicá-la, porque ela é exata. Um cristão precisa da Bíblia como precisa de alimento e de água. A necessidade nunca desaparece. É por isso que Pedro escreve: “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2.2). O “genuíno leite espiritual” é “a palavra de Deus, a qual vive e é permanente[...] a palavra que vos foi evangelizada” (1Pe 1.23-25). A Bíblia é necessária para mais do que a sobrevivência. É o nosso único e infalível guia para navegar na vida com sabedoria, porque ela revela a vontade de Deus.
Conclusão
Uma religião é tão estável quanto o fundamento que a sustenta.6 Tanto o islamismo quanto o cristianismo reivindicam autenticidade. No entanto, entre Maomé e Jesus Cristo, qual é o fundamento mais seguro? Maomé ensinou que há um único Deus. Cristo ensinou que isso é verdade – devemos adorar o único Deus por meio de Jesus Cristo (Jo 14.6). Mas é essencial aprensentar Deus, em toda sua glória, e ao mesmo tempo a manifestação de sua graça aos pecadores por meio de Jesus. A Bíblia é a Revelação de Deus que nos permite conhecê-lo e à sua vontade para conosco. É a verdade de Deus que deve ser apresentada aos muçulmanos, assim como a todo pecador. Somos os vasos de barro que Deus escolheu para levar sua mensagem a toda criatura. Louvemos a Deus por isso, e busquemos cumprir a missão que ele nos concedeu.
Aplicação
Se a essência do islamismo é o conjunto de conceitos advindos do Corão, qual é a essência que exala do cristianismo? Se a imensa influência do seu líder vem de uma postura radical e antibíblica, qual é a influência de Cristo sobre a nossa vida? Se as suas crenças e práticas passam pelos pilares do islamismo, qual é a estrutura que nos mantêm em missão?
Boa leitura!

Em Pensar. Amar. Fazer, da Editora Cultura Cristã, há um capítulo que trata do encontro do islã com a mente de Cristo. Esse livro conduz o leitor uma excelente reflexão. Vale a pena você conferir.

Notas

Islamismo, Tariq Al-Salam, Editora Santos, p.19.
Conheça as marcas das seitas, Dave Breese, Editora Fiel, p. 18.
3 Cf. as sete qualificações sensíveis de Wayne Grudem: “A Escritura afirma que ela pode ser compreendida, mas, (1) não tudo de uma vez; (2) não sem esforço; (3) não sem meios ordinários; (4) não sem a disposição do leitor para obedecê-la; (5) não sem a ajuda do Espírito Santo; (6) não sem o mau entendimento dos homens; e (7) nunca totalmente”. The perspicuity of Scripture, Themelios 34, no3 (2009): 288-309. Disponívelem: <http://theGospelCoalition.org/publications>.
4 The works of Benjamin B. Warfield, vol. 1, Revelation and inspiration(Nova York: Oxford University Press,1927), p. 77-78. Em português, ver A inspiração e autoridade da Bíblia, de Benjamin Warfield, publicado pela Cultura Cristã.
5 Paul Feinberg, The meaning of inerrancy, emInerrancy, org. Norman L. Geisler (Grand Rapids: Zondervan, 1980), p. 294
O islã sem véu. Ergun Mehmet Caner, Emil Fethi Caner, Editora Vida, p. 258.

>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão, 2013. Usado com permissão.
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