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quinta-feira, 9 de março de 2023

A fé cristã e seu impacto nos padrões morais da sociedade moderna

09.03.2023

Editado por Irineu Messias

A fé cristã teve um impacto profundo nos padrões morais da sociedade moderna. Desde a promoção de princípios de não-violência até o tratamento mútuo com respeito e bondade, os princípios do cristianismo têm sido fundamentais para elevar o padrão da sociedade moderna. Além disso, os ensinamentos cristãos inspiraram muitas pessoas a lutar por maior justiça e igualdade econômica. Com sua ênfase no amor ao próximo e na prática da caridade, a fé cristã deu uma contribuição inestimável à sociedade moderna. Seguindo esses princípios, podemos continuar a construir um mundo mais igualitário e justo para todos.

A fé cristã deu uma contribuição sem paralelo para elevar os padrões morais na sociedade moderna. Desde nos dar um código moral de conduta até oferecer orientação e apoio, o cristianismo nos fornece os valores necessários para viver uma vida boa e significativa.

A presença do cristianismo na sociedade moderna aumentou a moralidade e a ética, e as pessoas agora lutam por maior igualdade e justiça para todos. Além disso, permitiu-nos alcançar certos objetivos que, de outra forma, permaneceriam fora de alcance. A fé cristã nos capacitou com virtudes como bondade, humildade, integridade, amor e respeito, que são componentes essenciais de qualquer comunidade saudável.

No geral, o cristianismo teve um impacto profundo na sociedade moderna, fornecendo-lhe fortes fundamentos morais que nos permitiram prosperar e progredir no futuro.

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sexta-feira, 3 de março de 2023

Ele não está aqui, Ele vive!

03.03.2023

Do portal gospel GUIAME, 13.04.22

Por Maurício Guedes

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

“No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’. Então se lembraram das palavras de Jesus.” Lucas 24:1-8 NVI

Uma das declarações mais impactantes da história foi feita pelo anjo às mulheres que foram visitar o túmulo de Jesus.

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

O que a vida, morte e ressurreição de Jesus trouxeram à humanidade?

1. Salvação!

– Quando Jesus estava nos braços de Simão para ser dedicado a Deus, este expressa-se da seguinte forma: “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. Pois os meus olhos já viram a tua salvação” Lucas 2:29-30 NVI

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Tessalonicenses 5:9 NVI

– Quando celebramos a Páscoa, nossa mente vai até ao Egito, quando Deus libertou seu povo da escravidão. Aquele povo foi salvo de uma vida de morte. Nós também, fomos salvos por Cristo Jesus e celebramos isso com muita alegria!

2. Perdão

– Todos nós somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Quando nos arrependemos e reconhecemos nossos pecados ele nos perdoa e nos restaura. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1 João 1:9-10 NVI

“Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.” Mateus 26:28 NVI

– Como é gostoso disfrutar do perdão de Deus em nossas vidas!

3. A segurança de um futuro

“Pedro lhe disse: ‘Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te!’ Respondeu Jesus: ‘Digo a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais e, na era futura, a vida eterna’”. Lucas 18:28-30 NVI

– Nada do que acontece nas nossas vidas no presente pode abalar a certeza do nosso futuro!

– Porque Ele vive posso crer no amanhã!

A mensagem para nós hoje é esta: Ele está vivo! Ele é a nossa Páscoa, o Cordeiro que nos salva. Ele nos resgatou e nos mostrou o caminho da salvação! Proclamemos isso com todas as nossas forças. Em dias de incertezas há uma certeza: Ele vive e na hora certa se levantará em nosso favor.

Feliz Páscoa!

Por Maurício Guedes, presidente da Igreja Presbiteriana Renovada de Portugal, Pastor na cidade de Almada – Portugal. Autor dos livros: “Geração Autêntica”, “Que Ele Cresça e Que eu Diminua” e “O Evangelho Que Pregamos”.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Conselhos para a vida – Parte II

quinta-feira, 2 de março de 2023

A importância da Bíblia Sagrada para a civilização ocidental

02.03.2023
Editado por Irineu Messias


A Bíblia Sagrada é uma das obras literárias mais influentes e importantes da civilização ocidental. Desde a sua criação há mais de dois mil anos, a Bíblia tem sido um pilar da cultura e da história ocidental, moldando a religião, a política, a arte e a filosofia. Neste artigo, exploramos a importância da Bíblia para a civilização ocidental e como ela se tornou um dos livros mais estudados e reverenciados do mundo.

A Bíblia Sagrada é composta por duas partes principais: o Antigo Testamento, que contém a história e a lei dos hebreus, e o Novo Testamento, que narra a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo e os primeiros anos do cristianismo. O Antigo Testamento é a base da religião judaica, enquanto o Novo Testamento é a base da fé cristã.

A influência da Bíblia Sagrada pode ser vista em várias áreas da civilização ocidental. Na religião, a Bíblia é a base para a crença e prática de milhões de pessoas em todo o mundo. A ética, a moralidade e os valores que a Bíblia transmite têm sido um guia para muitos indivíduos e comunidades ao longo da história. A Bíblia também tem sido uma fonte de inspiração para os crentes e não crentes em todo o mundo, com muitos poetas, escritores e artistas usando suas histórias e ensinamentos para criar obras de arte e literatura.

Além da religião, a Bíblia também teve uma influência significativa na política ocidental. Muitas das ideias e valores que a Bíblia transmite, como a justiça, a igualdade e a compaixão, têm sido a base para a formação de governos e sistemas políticos em todo o mundo. A Bíblia também foi usada como justificativa para muitas leis e políticas nos países ocidentais, incluindo a abolição da escravatura e a luta pelos direitos civis.

A arte e a literatura ocidental também foram profundamente influenciadas pela Bíblia. As histórias e ensinamentos da Bíblia foram a fonte de inspiração para muitos dos maiores trabalhos de arte e literatura da história ocidental. Desde os afrescos nas igrejas e catedrais medievais até as pinturas renascentistas de Michelangelo, a Bíblia tem sido uma fonte constante de inspiração para artistas e escritores. Muitas das grandes obras literárias da história, como a Divina Comédia de Dante, o Paraíso Perdido de John Milton e Fausto de Goethe, também foram influenciadas pela Bíblia.

Em conclusão, a Bíblia Sagrada é uma obra literária que tem sido fundamental para a civilização ocidental. Seja na religião, na política, na arte ou na literatura, a Bíblia tem sido uma fonte constante de inspiração e orientação para milhões de pessoas em todo o mundo. Sua influência na história ocidental é inegável, e seu valor como uma obra literária duradoura e significativa permanece forte até hoje.
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Morre o Pastor João Severino Fernandes, liderança da Assembleia de Deus em Pernambuco, aos 86 anos

28.02.2023

Do portal NAZA FM, 27.02.23

Morreu, no último domingo (26), o Pastor João Severino Fernandes, um dos diretores do maior ministério da Igreja Assembleia de Deus em Pernambuco. Ele tinha 86 anos e estava internado no Hospital Português para implantação de um marca-passo.


O velório acontece nesta segunda-feira (27), a partir das 22h, no Tempo Central da Assembleia de Deus, na Avenida Cruz Cabugá, no Recife. O sepultamento ocorre na terça-feira (28), em local ainda não revelado.


Pastor Fernandes era vice-presidente de honra da Convenção das Assembleias de Deus do Estado de Pernambuco (Conadepe) e já atuou em filiais da igreja em São José do Egito, Petrolina, São Lourenço da Mata e Rio Formoso.


“Sua trajetória é marcada por exemplos de dedicação, fidelidade e sabedoria, uma inspiração para a sua geração e as futuras. Sentiremos falta de sua companhia e de seus preciosos ensinamentos. Nossos sentimentos a família do nosso inesquecível pastor João Fernandes”, declarou a Igreja Assembleia de Deus, em nota.


Nascido em Vicência, na Mata Norte de Pernambuco, o Pastor João Severino Fernandes chegou a trabalhar no setor de mármore, como ladrilheiro.


Em 1975, assumiu seu primeiro posto de trabalho na Assembleia de Deus, em São José do Egito, onde permaneceu até 1987, quando foi transferido para Petrolina, onde participou do processo de construção do templo inaugurado em 1997.


Ficou no Sertão até 1999, quando foi para são Lourenço da Mata, onde permaneceu por nove anos. Nesta mesma época, assumiu a vice-presidência da Conadepe.


Atualmente, o Pastor João Fernandes atuava como pastor presidente no Recife.


Ele era casado com Maria Fernandes, com quem teve 12 filhos, sendo dois também pastores (Pr. João Marcos e Pr. Josias Fernandes) e um presbítero, Pb. Ezequias Fernandes.

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Fonte:https://nazafm.com/2023/02/27/morre-o-pastor-joao-severino-fernandes-lideranca-da-assembleia-de-deus-em-pernambuco-aos-86-anos/

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Defender a democracia: um dever evangélico baseado na história e na Bíblia

 08.02.2023

Do portal REVISTA ULTIMATO ON LINE, 09.01,23

Por Paul Freston

O pecado é uma das grandes justificativas da democracia. Com a “queda” aprendemos que nenhuma esfera social – indivíduos, igrejas, partidos, nações – ficou isenta dos efeitos do pecado
 
Escrevo logo depois do primeiro turno da eleição presidencial de 2022. Diante da extrema polarização do país, inclusive (ainda que não em porcentagens iguais) do eleitorado evangélico, e diante da probabilidade de um segundo turno apertado, deixando uns eufóricos e outros muito tristes, é extremamente importante, seja quem for o candidato perdedor, que os seus apoiadores evangélicos, mesmo lamentando o resultado, fiquem dentro das normas democráticas de reconhecimento da legitimidade do vencedor.
 
Por que é tão importante que os evangélicos deem exemplo nesse sentido? Por causa da história. E por causa da Bíblia.
 
A história

Das grandes correntes religiosas (cristãs e não cristãs), o protestantismo, inclusive sua vertente evangélica, tem historicamente a relação mais próxima com o desenvolvimento da democracia. Princípios como a soberania popular, a ampliação do sufrágio, os direitos inalienáveis, a liberdade religiosa e o estado não confessional tiveram seus primeiros defensores entre os dissidentes protestantes do século 17 (os batistas, os niveladores, etc.). Nas palavras de um dos primeiríssimos batistas, em 1614: “Que sejam [as pessoas] hereges, turcos, judeus ou o que for, não compete ao governo puni-los”. Ou nas palavras de Roger Williams, fundador da colônia de Rhode Island: “O estado não deve ser cristão, mas meramente natural, humano e civil”.
 
Além disso, elementos do ensino protestante evangélico e da sua vida organizacional ajudaram a democratização: a dessacralização do poder político; o “sacerdócio de todos os crentes”, que significava o direito à dissidência individual; a ênfase na pecaminosidade universal, o que sugeria distribuição de poderes e mecanismos de accountability; a vida congregacional como treinamento em liderar, organizar e falar em público; o incentivo à alfabetização... Ademais, fez uma grande contribuição histórica ao desenvolvimento dos direitos humanos, sendo uma das principais maneiras como o cristianismo operou contra a tendência de idolatrar o estado. Sem falar da imensa contribuição evangélica à evolução do humanitarismo.
 
É verdade que muito disso aconteceu em outros tempos e em outros lugares. Mas é significativo que, numa pesquisa de 2006, os pentecostais brasileiros afirmaram, tanto quanto a população em geral, o valor dos processos democráticos, preferindo um governo participativo a um líder forte, e preferindo a separação entre Igreja e Estado. 
 
A Bíblia

Será impossível aqui fazer justiça às implicações democratizantes que permeiam a Bíblia. Mas vejamos algumas pinceladas.
 
A primeira afirmação bíblica sobre o ser humano fala da “imagem de Deus”, polemizando com as ideias pagãs do Antigo Oriente Médio que atribuíam a imagem de Deus somente ao rei. Ainda mais escandalosamente, a Bíblia afirma que tanto homens como mulheres estão na imagem de Deus. As implicações democratizantes disso são enormes.
 
Quando a Bíblia fala em seguida da “queda”, aprendemos que nenhuma parte da vida humana – bem como nenhuma esfera social (indivíduos, igrejas, partidos, nações) – ficou isenta dos efeitos do pecado. É por isso que o apóstolo Paulo, levantando uma doação das igrejas gregas para os cristãos de Jerusalém, insistiu em ser vigiado por um delegado escolhido por elas. Era questão de pecadores controlando pecadores. E nas leis de Moisés, sobressai a ênfase na igualdade de oportunidade para participar responsavelmente dos assuntos públicos.
 
O projeto de Deus é que as pessoas sejam convidadas a participar responsavelmente do governo do universo, até na maneira como Deus constitui a igreja cristã. No que podemos chamar de as “cartas constitucionais” da comunidade cristã (as listas de dons do Espírito em Romanos 12 e 1 Coríntios 12), vemos a mesma ênfase. Apesar da grande diferença entre as listas, o princípio da distribuição é o mesmo: o Deus bíblico dá dons a todos, mas não dá todos os dons a ninguém, estabelecendo assim a igualdade e a interdependência.
 
Temos ainda a declaração radicalmente democrática de Gálatas 3.28, de que em Cristo não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher. A democracia ateniense excluía o forasteiro, o escravo e a mulher, mas Paulo afirma explicitamente a inclusão dessas três categorias. Será que ele se referia somente à vida eclesiástica? É improvável que o apóstolo do Mestre que havia ensinado a parábola do Bom Samaritano dissesse que esse princípio se aplicava somente à igreja e não ao comportamento do cristão na sociedade.
 
Ainda outro argumento bíblico pela democracia é o que podemos chamar de recato político cristão. Não podemos (biblicamente) ser tão dogmáticos quanto gostaríamos de ser a respeito das questões políticas. Isso, por três razões.
 
Primeiro, pela ausência de uma receita política bíblica. O judaísmo tem a lei de Moisés e o islã tem a lei Sharia, mas o cristianismo não tem lei neste sentido. Temos que relacionar, com fidelidade e humildade, a revelação bíblica às realidades sociopolíticas do nosso próprio contexto.
 
Em segundo lugar, pelas diferenças entre os mundos bíblicos e o nosso mundo. O Novo Testamento foi escrito para uma pequena comunidade transnacional que não controlava território e não tinha possibilidade alguma de poder político. Por outro lado, o Antigo Testamento foi escrito para uma comunidade nacional que de fato lidava com essas questões. Mas nenhum país hoje está na situação do Israel do Antigo Testamento. Por isso, em matéria de política, o cristianismo se caracteriza por um certo recato, um não dogmatismo, um amplo espaço livre de discordância legítima.
 
E, em terceiro lugar, por causa da complexidade dos fenômenos políticos e da natureza da política como a arte do possível, fazendo com que pessoas que tiram os mesmos princípios políticos da Bíblia possam divergir a respeito do que é possível fazer hoje no Brasil.
 
Vemos, então, o valor fundamental da democracia como reflexo tanto da antropologia cristã como do caráter de Deus expresso na maneira como trata a humanidade desde o começo.
 
A “comunhão” universal humana no pecado é uma das grandes justificativas da democracia; ninguém (e nenhum grupo ou instituição) merece ter poderes ilimitados e não supervisionados sobre seus semelhantes. Mas a fé cristã se caracteriza também por um otimismo realista na possibilidade de melhorar o mundo. Nas palavras de Reinhold Niebuhr, a propensão humana para o bem torna a democracia possível, e a propensão humana para o mal torna a democracia necessária! Ou seja, amar ao próximo inclui a defesa da democracia.
 
E os evangélicos?

Os evangélicos, munidos dessa teologia, deveriam ser o segmento menos vulnerável a desvios antidemocráticos. Mas, às vezes, a nossa época é vista como excepcionalmente desafiadora, devido ao acentuado pluralismo de valores e de estilos de vida. Devemos lembrar que o pluralismo é normal; só não é assim sob alguma forma de autoritarismo político. O cristianismo se expandiu, por mais de trezentos anos, por um império romano extremamente pluralista. Tal pluralismo não causou nos primeiros cristãos o saudosismo por uma época mais uniforme, nem criou demandas por um regime mais repressivo.
 
A liberdade de expressão é um dos direitos mais fundamentais do ser humano. Sem ela, não há como navegar pacificamente a extrema diversidade de experiências humanas; não há como aprimorar a boa governança; e não há como reconhecer a verdade e a ela responder em todos os campos, inclusive o religioso. A necessidade dessa liberdade foi reconhecida muito cedo na história cristã. Por volta do ano 200, o teólogo Tertuliano disse: “É um direito humano fundamental, um privilégio da natureza, que todo ser humano possa adorar segundo as suas próprias convicções. A religião de uma pessoa não ajuda nem prejudica outra pessoa”. Essa convicção foi lamentavelmente abandonada por boa parte do cristianismo posterior, em aliança idólatra com o Estado.
 
Seria, portanto, inusitado e esdrúxulo que evangélicos brasileiros hoje quisessem fechar o processo democrático. Querer romper com a democracia é idolatria do Estado! É idolatrar o poder estatal como solução. É como querer separar o joio do trigo antes do tempo, é arrogar-se uma tarefa que só pertence a Deus. Aqueles que querem derrubar o resultado das urnas porque “o outro lado é comunista/fascista” estão traindo o evangelho. E aqueles que querem derrubar o resultado das urnas porque “houve fraude”, que apresentem provas e contestem de acordo com os procedimentos do estado de direito.
 
A democracia não existe para garantir a vitória do nosso lado nem da nossa visão da sociedade. Ela existe para permitir a defesa continuada de projetos diversos para a sociedade, inclusive o nosso.
 
Com todas as imperfeições, a democracia brasileira permite a possibilidade de apresentar um amplo leque de visões para o futuro do país. Aqueles cristãos que se encantam por pretensas soluções não democráticas deveriam recordar o ditado de Churchill, de que a democracia é o pior sistema de governo já inventado, com exceção de todos os outros. A distância no tempo nos faz romantizar os experimentos não democráticos do passado (seja de esquerda ou de direita), procurando atalhos que se revelam como pistas falsas. Tanto a história como a boa teologia cristã nos confirmam isso.
 
As democracias morrem quando os atores principais rejeitam as regras democráticas do jogo; quando toleram ou encorajam a violência; quando negam a legitimidade dos seus rivais; e quando expressam o desejo de coibir as liberdades civis de seus adversários, inclusive na mídia. A democracia brasileira talvez venha a morrer... mas que os evangélicos não sejam nem seus assassinos nem seus coveiros!

Paul Freston, inglês naturalizado brasileiro, é professor colaborador do programa de pós-graduação em sociologia na Universidade Federal de São Carlos e professor catedrático de religião e política em contexto global na Balsillie School of International Affairs e na Wilfrid Laurier University, em Waterloo, Ontário, Canadá.

Originalmente publicado na edição 398 de Ultimato.
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Fonte:https://www.ultimato.com.br/conteudo/alianca-crista-evangelica-brasileira-lamenta-e-repudia-ataque-aos-tres-poderes-e-convoca-a-igreja-a-oracao-pelo-brasil