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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Fé que conduz à ação – Implicações da Doutrina da Justificação para nossa ação

27.12.2013
Do portal NAPEC- APOLOGIA CRISTÃ
Carlos A. Sintado inicia seu artigo sobre Ecologia Social com uma citação de Quintus Septimius Florens Tertullian “O que Atenas tem haver com Jerusalém (…) o que a academia tem haver com a Igreja?”.[2] Nossa pesquisa tem por objetivo buscar na Bíblia e na teologia evangélica luterana impulsos para uma prática eclesial e social que contribua para a manutenção da vida no planeta com a dignidade e o respeito que lhe são devidos.
As duas grandes tentações para as Igrejas cristãs em assuntos como política, economia e direito são o quietismo e o ativismo. O quietismo nega que a pessoa cristã tenha alguma responsabilidade em se envolver no debate que é chamado por alguns de “secular”. Esta tendência a separar a moral religiosa da moral pública, como se uma não tivesse algo a contribuir para a outra é uma herança do Iluminismo.[3] Já o ativismo representa uma solução de compromisso extremo que tem a tendência de equiparar as conquistas sociais à salvação eterna. O quietismo percebe a fé como algo que só tem a contribuir no âmbito da vida interna (espiritual). O ativismo percebe o comprometimento social como a razão última da sua fé.
Em Jesus Cristo, Deus nos justifica sem mérito ou obras nossas somente pela sua graça mediante a fé. A pessoa, tendo sido resgatada da sua justiça própria pela graça mediante a fé, é transportada para uma relação completamente nova com Deus, consigo mesma, e com o seu próximo. Por isto a justificação leva a pessoa cristã à obediência e consequentemente à ação concreta no mundo, pois a pessoa cristã não vive para mais si mesma (2Co 5.17, cf. tb. Confissão de Augsburgo, art. 4).
A fé em Jesus Cristo se expressa como discipulado, o seguimento ao Senhor que chama para um compromisso com seu amor. O discipulado exige a fé e a obediência, ao mesmo tempo em que a fé e a obediência são graça que levam ao discipulado.[4]
Nossas obras, como pessoas cristãs, não são tentativas de agradar a Deus para que com isto Ele se agrade de nós e por consequência nos conceda salvação (Confissão de Augsburgo, art. 6). Nossas obras são resultado da nova vida concedida por Cristo a nós gratuitamente (Ef 2.10). Temos plena liberdade para agir em favor do próximo, pois somos servos obedientes e em tudo sujeitos a Cristo.[5]
Assim como a fé é despertada pela promissio do Evangelho, da mesma forma a Igreja é criatura do evangelho.[6] Fé em Cristo cria comunidade, cria a comunhão daqueles que professam a fé no mesmo Deus Triuno, pois a essência do Deus Trindade é a comunhão das três pessoas. Na comunhão, o discipulado (seguimento) é alimentado, e evoca o testemunho concreto do amor ao próximo, não como lei (obrigação), mas como nova obediência motivada somente por gratidão a Deus pela graça nos concedida em Cristo (Confissão de Augsburgo, art. 5).
Um exemplo concreto encontra-se em Atos dos Apóstolos. A comunidade de Jerusalém reunia-se para celebrar sua fé em Cristo, para alimentar os laços de irmandade, com o objetivo de ser uma comunhão que vive na perspectiva da iminente volta de Cristo. Nesta esperança esta comunhão (comunidade) modifica as realidades onde se encontra e por este motivo também acaba por contar com apoio popular (At 2). A comunhão local em torno das dádivas de Deus (Pão e Vinho, Palavra, Oração) é fermento para ação coletiva e individual, porém também é chamada a lembrar-se que é juntamente com outras comunhões locais ao redor do globo o corpo universal de Cristo, e com isto chamada a um comprometimento maior com uma causa que é global, pois Jesus Cristo é Senhor sobre todo o cosmos. As Igrejas não devem estar sozinhas, mas lançar mão do diálogo para buscar consensos éticos amparados nas Escrituras que motivem a uma ação coletiva cristã no mundo.
Da mesma forma como a teologia latino-americana sempre buscou o diálogo com as ciências sociais, neste artigo continuamos nesta tradição dialogal, pois não há uma contradição inerente entre fé e a ciência. Lutero compreendia a razão como tendo “algo de divino em si”. É uma capacidade para gerenciar conhecimento humano. A razão produz ciência, e isto é fruto da graça criadora de Deus, que fez também a razão como imagem e semelhança do Criador.[7] Desta forma, o diálogo com as ciências sociais, em especial com a economia, poderá trazer bons frutos para nossa reflexão como Igreja. Não cabe a teologia se colocar arrogantemente acima das ciências como a verdade última. As propostas das ciências econômicas, do direito (especialmente na área de direitos humanos) e da filosofia serão refletidas em debate com os pressupostos teológicos aqui expostos. Nossa teologia quer em humildade, conhecendo suas limitações impostas pela razão, dialogar criticamente com as ciências, questionando seus compromissos com a vida e com o direito. Por sua vez as ciências nos questionarão até que ponto nosso compromisso com o discipulado de Cristo está sendo levado a sério na prática.[8] Nenhum saber, nem mesmo o teológico, poderá arrogantemente colocar-se como juíza absoluta de normas e valores, uma vez que sistemas políticos e econômicos são frutos de uma construção social permeada pelo pecado, ainda que na tentativa de sermos justos com todas as pessoas.
[1] Parte de um artigo publicado sob o título Igreja e Globalização: Perspectivas teológicas para a ação da Igreja no mundo globalizado in Azusa – Revista de Estudos Pentecostais, vol. 3, n.1, 2012. Disponível online:http://www.ceeduc.edu.br/pdf/6_revista_fevereiro_2012_alexander_de_bona.pdf
[2] SINTADO, C. A. (2011). “Social Ecology: A Hermeutical Framework for Reading Biblical Texts? A Latin American Perspective” In The Ecumenical Review  63.1. Genebra, WCC Publication.
[3] Schneewind, J.B. (2001). A invenção da Autonomia. São Leopoldo, Unisinos.
[4] Bonhoeffer, D. (1984). Discipulado. 2ª Ed. São Leopoldo, Sinodal.
[5] Lutero, M. (1998). Da Liberdade Cristã. 5ª Ed. São Leopoldo, Sinodal.
[6] Cf. Bayer, O. (2007). A Teologia de Martim Lutero. São Leopoldo: Sinodal, p. 31-32; 187.
[7] Lutero, apud Bayer, op cit., p.115.
[8] Westphal, E. R. (2010). “Teologia como fé inteligente: Aspectos Teológico-filosóficos” in Vox Scripturae 18:1. São Bento do Sul, FLT, p. 101-108; cf. também Tödt, H. E. (1988).“Versuch einer ‚Theorie der Urteilsfindung‘“, In: _____.Perspektiventheologischer Ethik. München, Chr. Kaiser,  p. 21-48.
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

DEFESA DA FÉ: Heresias históricas

26.12.2013
Do blog NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
Por J. Warner Wallace
Tradução: Nathan Cazé

heresiashistoricas
Estava prestes a acontecer
Ao longo da História Cristã, homens sinceros têm frequentemente se encontrado no lado errado da verdade. Sabemos que em um mundo onde a verdade objetiva DE FATO existe, cada um de nós temos a obrigação de fazer o melhor possível para encontrar esta verdade e compartilhá-la com os outros, especialmente se a verdade que cremos é verdadeiramente uma cura para aquilo que aflige o mundo. Esta é a natureza da Afirmação Cristã; como Cristãos asseguramos não somente aquilo que cremos ser verdade sobre a natureza de Deus, mas também o que cremos ser verdade sobre a natureza daquilo que nos salva da morte. Se o que cremos ser verdade for de REALMENTE verdade, devemos compartilhá-lo com o mundo que está morrendo.
Muitos crentes sinceros têm sido menos que cuidadosos sobre as afirmações Cristãs sobre a verdade que são descritas na Bíblia. Crentes sinceros têm sido sinceramente errados ao passo que estes têm deturpado as escrituras por uma ou outra razão. HERESIA é simplesmente a deturpação da Bíblia que leva à um FALSO entendimento sobre o que está sendo ensinado pelas Escrituras. Pedro escreveu e nos disse que aqueles que têm sido CUIDADOSOS em sua interpretação da Bíblia têm chagado à uma correta e verdadeira interpretação das Escrituras:
1 Pedro 1:10-11
Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
Leva mais do que a sinceridade para ser correto; leva estudo CUIDADOSO. A história nos têm mostrado que crentes sinceros estão frequentemente errados. Mas mais do que isto, havia muitas ocasiões na história quando homens havia deixado os seus próprios desejos guiá-los à alterar a verdade para satisfazer a natureza da base destes. Em essência, muitos têm simplesmente mentido para servir a si mesmos. Paulo, na verdade, nos advertiu que isto aconteceria. Veja o que Paulo escreveu para Timóteo:
2 Timóteo 4:3-4
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Então, vamos ver algumas das formas históricas que os homens têm alterado ou mal-entendido as Afirmações Cristãs sobre a Verdade em relação à natureza de Deus o Pai, Jesus o Seu Filho, a Família de Deus, e a Natureza do Homem. Lembre-se de que estas distorções são o resultado de esforços sinceros que foram menos que do cuidadosos ou esforços insinceros que refletem os desejos dos homens que “voltaram às fábulas”.
Heresias Relacionadas à Natureza de Deus
Ao longo dos séculos, os crentes têm lutado para entender a natureza triuna de Deus. A pesar de tudo, Deus é consistentemente descrito como sendo “UM” em natureza, contudo, Deus o Pai, Jesus e o Espírito Santo são todos descritos como tendo a mesma natureza e são atribuídos as mesmas características. Aqui estão algumas das deturpações de como as três pessoas da Trindade existe em um Ser Divino, ou sobre como o Deus do Velho Testamento pode ser reconciliado com o Deus descrito no Novo Testamento:
Marcionismo (2º Século)
Essa heresia rejeitou todo o Velho Testamento e ensinou que o Cristianismo era algo que foi completamente distinto do Judaísmo. Os marcionitas não tinham nenhum amor para o Deus do Velho Testamento e eles seguiram a sugestão de seu líder ao rejeitar todos os Evangelhos, menos o Evangelho de Lucas, e até mesmo este Evangelho havia sido redigido para omitir qualquer conexão ao Judaísmo. Os marcionistas acreditavam que o Deus do Velho Testamento era um Deus de Ira e julgamento que não podia ser reconciliado com o Deus de misericórdia descrita no Novo Testamento.
Líder(es) nesta heresia:
Marcião de Sinope em Roma (110 – 160AD)
Corretor(es) desta heresia:
Tertuliano escreveu um tratado de cinco livros contra a heresia chamada “Adversus Marcionem”.
Monarquianismo (2º e 3º Século)
Essa heresia é derivada das palavras gregas “mono” (“um”) e “arche” (“regra”). Esta heresia ensinava que havia somente um Deus e Ele existe como uma pessoa, o Pai. O monarquianismo ensina que ou o Pai é Deus e que o Filho (Jesus) é somente um homem (Monarquianismo Dinâmico), ou que o Pai, o Filho, e o Espírito Santo nunca estão presentes ao mesmo tempo. Ao invés, eles são simplesmente diferentes ‘modos’ do mesmo Deus (Monarquianismo Modal).
Líder(es) desta heresia:
Theodotians (190 AD) e Paulo de Samosata, Bispo da Antióquia na Síria (260 AD) ensinavam o Monarquianismo Dinâmicom e Praxeas (200 AD), um sacerdote romano da Ásia Menor, ensinava Monarquianismo Modal.
Corretor(es) da heresia:
Tertuliano escreveu contra esta heresia em seu folheto “Adversus Praxean” (213 AD)
Sabelianismo (3º Século)
Essa heresia, uma forma do Monarquianismo modalístico, ensinou que Deus o Pai, Jesus o Filho e o Espírito Santo são diferentes modos [ou modalidades] de um só Deus (em relacionamento com o homem), ao invés de três pessoas distintas (na realidade objetiva). Não acreditava-se que Jesus Cristo e Deus o Pai eram pessoas distintas, mas sim dois aspectos ou ofícios de uma só pessoa.
Líder(es) desta heresia:
Sabellius, um sacerdote romano e teólogo (215 AD?)
Corretor(es) desta heresia:
Tertuliano e Demetrius (Patriarca da Alexandria) escreveu contra a heresia
Maniqueísmo (3º Século)
Essa heresia é uma fusão de vários sistemas religiosos do mundo, incluindo o Cristianismo Gnóstico, Budismo e Zoroastrismo. É uma forma de dualismo religioso em que propõe que há dois princípios eternos, o bem e o mal, e estes são iguais em poder. Era parecido com o Gnosticismo em que esta afirmava que o gnosis poderia ser descoberto intelectualmente ou como era revelado por mensageiros como Buda, Jesus e Mani (o criador desta heresia). Jesus não é Deus, ele é somente outra fonte de gnosis. Mani declarou ser um discípulo e apostolo de Jesus e disse que ele era o “Paraclete” (o ‘consolador’ ou ‘ajudador’) que Jesus tinha prometido.
Líder(es) desta heresia:
Mani, da Babilônia (210-276 AD)
Corretor(es) desta heresia:
Imperador romano Teodósio I declarou que isto era herético e Agostinho de Hippo (que certa vez era um maniqieísta) escreveu contra isto.
Socinianismo (Século 16 e 17)
Esta heresia rejeitava a natureza triuna de Deus. Esta afirmava que Deus era um e que o Espírito Santo era simplesmente o poder de Deus. Rejeitava a pré-existência de Jesus, a Sua encarnação e deidade (esta heresia ensinava que Jesus era somente um homem que era deificado e, portanto, merecia adoração por ser um deus menor). De acordo com esta heresia, Jesus não nos salvou na cruz, mas [a Sua morte] simplesmente serviu como um exemplo de auto-sacrifício para todos nós.
Líder(es) desta heresia:
Laelius Socinus (morreu 1562 AD) e Faustus Socinus (morreu 1604 AD)
Corretor(es) desta heresia:
Outra forma de Psilantropismo (ensinamento que prega que Jesus foi meramente um homem); heresias como o socinianismo foram condenadas no Primeiro Conselho de Nicéia em 325 AD.
Heresias relacionadas à natureza de Jesus
Os crentes também têm lutado para entender a natureza de Jesus. A Bíblia descreve-O como tendo todo o poder de Deus, e o Evangelho de João nos diz que Ele existia antes que o universo começou (Ele é, de fato, o CRIADOR do universo). Ao mesmo tempo, vemos na Bíblia que Jesus era completamente humano e morreu na cruz. Aqui estão algumas más interpretações clássicas e históricas sobre a natureza de Jesus, o Deus-Homem, totalmente divino e totalmente humano:
Adocionismo (2º Século)
Esta heresia nega a pré-existência de Cristo e, portanto, nega a Sua divindade. Esta ensina que Jesus era simplesmente um homem que foi testado por Deus e depois que passou no teste. Ele recebeu poderes sobrenaturais e adotado como filho (isto aconteceu em Seu batismo). Jesus foi então recompensado por tudo o que Ele fez (e por Seu caráter perfeito) com a Sua própria ressurreição e adoção na Trindade.
Líder(es) desta heresia:
Teodoro da Bizantina
Corretor(es) desta heresia:
Papa Victor (190-198 AD)
Docetismo (2º século)
Esta heresia é cunhado da palavra grega “dokesis”, que significa “parecer”. Esta ensinava que Jesus apenas parecia ter um corpo e não era encarnado. Os docetistas viam a matéria como inerentemente má, e, portanto, não queria acreditar que Deus poderia realmente aparecer em forma corpórea. Ao negar que Jesus realmente não tinha um corpo, eles também negaram que Ele sofreu na cruz e ressuscitou dos mortos.
Líder(es) desta heresia:
Atribuído aos gnósticos e promovido pelo Evangelho de Pedro
Corretor(es) desta heresia:
Ignatius de Antíoca, Irenaeus, e Hippolytus refutaram-na. Esta heresia foi condenada no Conselho de Calcedon em 451 AD.
Apolinarianismo (4º século)
Esta heresia negava a humanidade verdadeira e completa de Jesus porque esta ensinava que Ele não tinha uma mente humana, mas, em vez disto, tinha uma mente que era completamente divina. A heresia diminuída a natureza humana de Jesus a fim de conciliar a maneira pela qual Jesus podia ser Deus e homem ao mesmo tempo.
Líder(es) desta heresia:
Appollinaris, o Mais Novo (bispo da Laodicéia na Síria), 360 AD
Corretor(es) desta heresia:
O Conselho de Constantinopla em 381 AD.
Arianismo (4º século)
Esta heresia ensinava que Jesus era uma “criatura” que foi “gerada” do Pai. Só Deus o Pai é “não-gerado”. Nesta perspectiva, só o Pai é verdadeiramente Deus. Ele era muito puro e perfeito para aparecer aqui na terra, então Ele criou o Filho como Sua primeira criação. O filho, então, criou o universo. Deus, então, adoptou Jesus como filho (porque, afinal de contas, Jesus e Deus não são suposto ter a mesma natureza neste ponto de vista). Jesus é adorado apenas por causa de Sua proeminência como a primeira criação.
Líder(es) desta heresia:
Arius de Alexandria, Egypt (250-336 AD)
Corretor(es) desta heresia:
O Concelho de Niceia em 325 AD. O Credo de Niceia foi escrito para responder a esta heresia.
Nestorianismo (5º século)
Esta heresia ensinava que Maria somente deu à luz a natureza humana de Jesus. O fundador desta heresia, Nestório, nem queria que Maria fosse chamada de “Mãe de Deus”, mas ao invés, queria que ela fosse chamada de “Mãe de Cristo”. Em essência, a heresia sustentava que Jesus era, na verdade, duas pessoas distintas, e somente o Jesus humano estava no ventre de Maria. Se isto fosse verdade, então Jesus não era Deus encarnado quando estava no ventre.
Líder(es) desta heresia:
Nestório de Antioquia (Bispo de Constantinopla em 428 AD)
Corretor(es) desta heresia:
O Conselho de Efésios em 431 AD
Eutiquianismo [monofisitismo] (5º século)
Esta heresia ensinava que a humanidade de Jesus foi absorvida pela Sua divindade. Esta heresia é naturalmente Monofisita, derivado das palavras gregas “mono” (“um”) e “physis” (“natureza”). Em essência, esta heresia afirmava que Jesus tinha apenas UMA natureza e era algo novo e diferente do que a natureza divina ou humana que Deus e os seres humanos têm (respectivamente). Em vez disto, esta heresia ensinava que uma TERCEIRA natureza estava possuída por Jesus e esta natureza era algo nova e única; uma combinação ou mistura daquilo que é humano e divino.
Líder(es) desta heresia:
Eutiques de Constantinopla (380 – 456 AD)
Corretor(es) desta heresia:
O Quarto Concelho Ecumênico na Calcedônia em 451 AD. O Credo de Calcedônia aborda esta heresia.
Monotelitismo (7º século)
Esta heresia, na verdade, surgiu em resposta à heresia monofisita (veja acima), mas também ensinou algo que é negado pela Escritura. O nome é derivado de uma raiz grega que significa “uma vontade”, e o Monotelismo ensinava que Jesus tinha duas naturezas, mas apenas uma vontade. Em vez de ter duas vontades cooperativas (uma divina e uma humana), Jesus tinha uma “energia” divino-humana.
Líder(es) desta heresia:
Patriarca Sergius I de Constantinopla (610 – 638 AD)
Corretor(es) desta heresia:
O Terceiro Conselho de Constantinopla; o Sexto Conselho Ecumênico (680 – 681 AD)
Heresias relacionadas à natureza da Salvação
Interpretações erradas sobre a natureza de como somos salvos são normalmente ligadas a interpretações erradas sobre a natureza de Jesus. Ele morreu por nós? Podemos salvar a nós mesmos? Aqui estão algumas interpretações erradas históricas:
Gnosticismo (1º e 2º século)
Esta antiga e difundida heresia derivada da palavra grega “gnosis” que significa “conhecimento”. Esta heresia parece pré-datar o Cristianismo e muitos não a consideram como uma heresia Cristã, mas ao invés, como um movimento distinto. Mas o gnosticismo eventualmente afirmou que Jesus era um professor especial e fez declarações sobre a fé cristã. O movimento herético era muito diversificado, mas geralmente ensinava que a Salvação era obtida através de um conhecimento especial (geralmente acerca da relação entre um crente e o ser divino chamado Deus). A heresia acredita que a matéria é má; então, qualquer coisa material também é visto como mal. O espírito puro é do mais alto valor, e os Gnósticos acreditavam que poderiam ser livrados de suas más formas matérias através do conhecimento especial revelado a eles por professores Gnósticos. Jesus desempenhou um papel importante no nesta questão porque ele foi o maior de todos os professores, que, como o redentor, foi enviado com conhecimento especial para aqueles que queriam escapar da prisão material. O Gnosticismo nega que Jesus é a encarnação de Deus, porque nada material pode santo ou divino nesta cosmovisão.
Líder(es) desta heresia:
Vários líderes em várias regiões, incluindo Valentinus, que criou a sua própria escola de Gnosticismo na Alexandria e Roma.
Corretor(es) desta heresia:
Irineu, Hipólito, Tertuliano e Orígenes escreveram contra esta heresia. Muitos acreditam que João, o Apóstolo, também escreveu sobre o Gnosticismo em 1 João.
Albigenses (século 13)
Esta heresia fundiu muitas ideias não-Cristãs e ensinava que havia dois deuses: um deus bom da luz (Jesus, como Ele é referido no Novo Testamento) e um deus do mal e das trevas (Satanás, como ele é referido no Velho Testamento). O espírito humano foi criado pelo deus bom, mas o corpo foi criado pelo deus mau, e foi, portanto, considerado mal.
Todos os espíritos eram obrigados a se serem libertos de seus corpos maus. Por esta razão, ter filhos era um grande mal porque causaria ainda outra alma a ser presa em um corpo. O casamento foi proibido, e todos os tipos de negações corporais (como jejuns e pobreza) eram encorajados. A salvação dependia de boas obras; aqueles que não eram bons o suficiente, seriam reencarnados como animais inferiores.
Líder(es) desta heresia:
William IX, duque de Aquitânia, protegia os crentes que se levantaram não região de Albi do sul da França.
Corretor(es) desta heresia:
Papa Inocêncio III (fez com que eles fossem completamente destruídos até 1229 AD).
Heresias relacionadas à natureza do homem
Se a salvação NÃO requerir a obra de Deus através da morte de Jesus na cruz, uma suposição deve existir em relação à natureza da habilidade do homem de salvar a si mesmo. Na verdade, a maiorias das heresias listadas acima geralmente têm algum mal-entendido acerca da natureza do homem. Mas há uma heresia difundida relacionada aos humanos que continua a assolar a igreja:
Pelagianismo (5o século)
Esta heresia ensinava que a natureza humana do homem é basicamente boa, e que o homem não herdou o pecado original de Adão. Esta heresia ensinava que seres humanos, na verdade, somente APRENDEM a serem maus dos maus exemplos de sua própria comunidade. Em essência, esta heresia ensinava que todos nós somos neutros em nossa natureza e temos a capacidade de chegar à fé e alcançar o céu com os nossos próprios poderes e sem a Graça de Deus. Esta cosmovisão negava que nós nos tornamos justos aos olhos de Deus através da obra de Jesus na cruz, mas ao invés, afirmava que a nossa própria habilidade de imitar a vida de Cristo era tudo o que era necessário.
Líder(es) desta heresia:
Pelágio (354 – 440AD)
Corretor(es) desta heresia:
Os Conselhos de Cartago (412, 416 e 418 AD) condenaram esta heresia, mas muitos outros conselhos também condenaram-na no decorrer da história.
Heresias relacionadas à natureza da Igreja
Além das más-interpretações acerca da natureza de Deus, de Jesus e da Salvação, houve muitas deturpações históricas sobre o que é que a família de Deus deveria ser ou deveria estar fazendo. Segue-se algumas destas:
Montanismo (2º século)
Esta heresia foi um movimento apocalíptico, prevendo que o fim do mundo era eminente e afirmando que os três líderes deste movimento (Montano, Priscila e Maximila) foram capazes de receber revelação diretamente do Espírito Santo. Na verdade, Montano afirmou ser o “Paráclito” (o “consolador” ou “ajudador”) que Jesus prometeu. O movimento de Montano também focou na continuidade dos dons espirituais, tais como falar em línguas, expressões extáticas e profecia.
Líder(es) desta heresia:
Montano e duas mulheres, Priscila e Maximila. Posteriormente, até mesmo Tertuliano converteu-se ao Montanismo.
Corretor(es) desta heresia:
Jerônimo escreveu uma carta para uma mulher chamada Marcella denunciando os Montanistas e, Justiniano, deu ordens à João de Efésios para liderar uma expedição à Pepuza para destruir o santuário Montanista no 6º século.
Encratitismo (2º século)
Esta heresia é nomeada com base na raiz da palavra grega “enkrateia” que significa “continência”. Os encratitas foram ascetas que negavam à si mesmos o álcool, produtos de origem animal e sexo. Tal negação era um requisito para a salvação, pois os encratitas interpretavam a história de Adão e Eva e passagens como 1 Coríntios 7:3-6 de certa forma para apoiar a ideia de que os seres humanos não devem envolver-se em relações sexuais. Eles ensinavam que as pessoas deveriam casar com Deus, e não entre si.
Líder(es) desta heresia:
Tatian [ou Tatiano] (o líder Cristão Assírio, 120-173 AD)
Corretor(es) desta heresia:
Hipólito escreveu contra este grupo herético e Teodósio pronunciou um édito condenando este grupo em 382 AD.
Donatismo (4º século)
Esta heresia apareceu após a feroz perseguição do Império Romano. Esta glorificou aqueles que permaneceram firmes na fé e morreram como mártires e ensinou que somente indivíduos moralmente ‘dignos’ poderiam ocupar as funções da igreja e os rituais. Somente os Cristãos mais traídos eram vistos como verdadeiros crentes, e a ‘santidade’ de uma pessoa era o fator determinante para saber se estes poderiam ou não exercer um ofício. Consequentemente, se o batismo de um crente fosse realizado por alguém que tivesse um pecado sério no passado, o batismo era visto como inválido. Semelhantemente, se a Ceia do Senhor fosse realizada por alguém que tivesse este tipo de pecado no passado, também era visto como inválido.
Líder(es) desta heresia:
Donatus, o Grande (Bispo de Casae Nigrae, [em Numídia que sudoeste de Cartago])
Corretor(es) desta heresia:
Agostinho de Hipona rejeitou este ensinamento e eventualmente influenciou os donatistas à abandonar a crença deles.
Iconoclasmo (7º e 8º século)
Esta heresia afirma que é pecaminoso fazer fotos ou estátuas de Jesus (ou de quaisquer outros crentes ou ‘santos’). Este nome deriva-se da palavra que literalmente significa “esmagadores de ícones” e inicialmente emergiu no leste onde a Igreja do Leste tinha que lidar com a influência do Islamismo e o desgosto dos muçulmanos de imagens.
Líder(es) desta heresia:
Imperador Leão, o Isauriano e Constantino (Bispo de Nacolia)
Corretor(es) desta heresia:
Papa Gregório II e Gregório III (que realizou um Sínodo na igreja de São Pedro em 731 AD).
Então, qual é a verdade?
Agora que nós já analisamos algumas das questões que foram mal interpretadas ao longos dos anos, você pode estar perguntando-se: “Então, qual é a verdade, e em que devemos basear esta verdade?” Interessante que você perguntaria isto. Ao longo do curso da história, os crentes listaram a verdade que eles creem na forma de listas de crenças essenciais precisas. Este chamaram estas listas de CREDOS. Como Cristãos, devemos levar a verdade de Deus à sério o suficiente para entender, da melhor forma de acordo com a nossa capacidade, o que a Bíblia ensina. Você pode ler os antigos credos Cristãos AQUIAQUI e AQUI.
Nota: os credos mencionados nestes links estão em inglês, mas são facilmente encontrados no idioma português.
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