Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador teologia cristã. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador teologia cristã. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 17 de junho de 2024

A Glória de Cristo: Um Encontro Celestial com o Deus Triúno

17.06.2024

Do canal do pastor Irineu Messias, no YouTube

A mensagem de esperança e redenção que permeia a fé cristã é belamente capturada na letra "Quando Estiver na Tua Glória" do Pastor Irineu Messias. Este poema lírico nos transporta para uma contemplação profunda sobre a vida eterna ao lado de Deus Triúno: O Pai, Cristo, o Filho Unigênito e Espírito Santo. 

Vamos explorar os temas e a teologia presentes nesta composição inspiradora.

1. A Glória de Deus

Natureza Trina: O poema começa exaltando a santidade e majestade do Deus Triúno. A adoração ao Pai, Filho e Espírito Santo é uma constante.

Rei Glorioso: Reconhecimento de Deus como um rei glorioso que merece todas as glórias.


2. A Promessa do Éden Celestial

Melhor que o Éden de Adão: A visão de um Éden Celestial, superior ao que Adão conheceu, onde não haverá mais morte, lágrimas ou dores.

Eternidade de Vitória: Este novo Éden é descrito como uma eternidade de vitória na presença divina.

3. A Presença Contínua de Deus

Presença Santa e Poderosa: A promessa da presença constante do Pai misericordioso, do Espírito Santo glorioso e de Cristo Jesus.

Alegria Eterna: A alegria eterna encontrada em Cristo é um tema central.

4. Adoração e Salvação

Adoração Perpétua: A certeza de adorar a Deus para sempre, sendo salvo do poder do pecado.

Trono Divinal: A visão de estar diante do trono de Deus, vestido de vestes brancas e angelicais.

5. Libertação e Vitória

Liberdade do Mal: A eterna liberdade de todo poder do mal.

Santo, Santo, Santo: O clamor celestial de adoração ao Senhor dos Exércitos, enaltecendo Sua glória.

O poema "Quando Estiver na Tua Glória" é uma profunda reflexão sobre a promessa de vida eterna em comunhão com Deus. Ele oferece um vislumbre do que os crentes esperam: um futuro sem dor e sofrimento, repleto de adoração e alegria perpétua na presença divina.

*

Extraído do vídeo" Quando Estiver na Tua Glória", do canal do pastor Irineu Messias, no YouTube

*****

Fonte:https://youtu.be/dRW-4bkn4_o

segunda-feira, 10 de junho de 2024

FILOSOFIA CRISTÃ: Patrística

10.06.2024

Do blog RESUMOS, 07.07.2020

patrística pode ser entendida tanto como uma filosofia ou uma escola que representou um momento importante de transição entre a filosofia antiga para a filosofia da idade média, a mesma pode ser vista como uma filosofia de pensamento que surgiu entre os séculos I e IV d.C.

A patrística era formada pelos chamados pais da igreja, esses representantes estavam desenvolvendo os primeiros ensinamentos da doutrina, por esse fato se deu o nome “Patrística”, esses pais foram os primeiros a conduzir a retificação doutrinaria cristã com os seus escritos conciliando a fé com a razão e a teologia com a filosofia. Clemente Romano (97 d.C) é considerado o primeiro pai da igreja, pois foi o mesmo que trouxe os primeiros escritos teológicos.

Em linhas gerais, a patrística foi um momento de grandes trabalhos filosóficos para a fundamentação da doutrina cristã, e o combate as heresias que iam surgindo com o tempo, uma vez que a bíblia por si só não comporta todas as respostas doutrinarias, e nesse caminho foi necessário o esforço de alguns pensadores da época para combater tais erros de interpretação.

CONTEXTO HISTÓRICO

A patrística surgiu juntamente com a fundação da igreja cristã que representou o primeiro momento filosófico dentro da concepção cristã. No início da era cristã houve-se a necessidade de fazer apologias do cristianismo, pois o mesmo só se torna uma religião oficial no império romano no século II d.C mesmo assim não era uma doutrina tão popular.

Nesse contexto, os primeiros pensadores precisavam defender os ideais cristãos e convencer as pessoas a aderir à doutrina popularizando o seu pensamento, essa função ficou a cargo dos chamados “Pais Apologistas” e podemos citar dois principais nomes, Tertuliano (160- 220 d.C) e Justino (100-165 d.C).

Cada um dos padres citados acima tinha uma concepção diferente, por exemplo, Tertuliano era considerado um crítico ferrenho da racionalização da fé, ou seja, ele era contra a utilização da filosofia grega para se justificar a fé e os dogmas cristãos que estava surgindo.

Já Justino seguia uma linha diferente de pensamento, o mesmo era adepto a filosofia grega, principalmente voltada aos escritos de Platão e através disso difundir o pensamento cristão ao maior número de pessoas, não se esquecendo de citar que Justino também acreditava na racionalização da fé.

E é nesse início de apologia cristã que surgiram as primeiras doutrinas da igreja (inicio da teologia cristã) fundamentados sob a influência de Platão e o seu Neoplatonismo com os primeiros pensadores neoplatônicos (Plotino e Porfírio) dando uma roupagem mais cristã ao pensamento e que se encaixasse nos moldes do cristianismo.

Fases da Patrística

A patrística pode ser entendida em três fases principais para o melhor compreendimento da história da Igreja:

  • Período Ante-Niceno (até 325 d.C): Nessa primeira geração de pais da igreja surgiram os primeiros pais apostólicos que orientaram o começo do caminho da igreja na história e compreendem também os escritos entre o século I e IV d.C, os principais nomes são:  Policarpo, Inácio de Antioquia, Justino Mártir, Irineu de Lyon.
  • Período Anti-Niceno (até 325 d.C -451 d.C): É nesse período que surge os primeiros grandes sistemas filosóficos do cristianismo e as principais sistematizações filosóficas, tanto que é considerado o século de ouro da patrística, pois a perseguição do império romano a doutrina havia cessado, e os grandes teólogos cristãos puderem se dedicar fielmente a composição de obras que dispõem de um grande valor nos dias atuais. É nesse período que os padres da igreja fizeram valiosas descobertas acerca da fé crista e constituíram as primeiras doutrinas da igreja.
  • Período Pós- Niceno (451 d.C):Terceiro período e fase final da patrística é visto a decadência da parte ocidental do império romano e o surgimento e crescimento do islamismo, a partir desse contexto, toda obra patrística começou a diminuir até o século VII. 

Principais pensadores

No período surgiram diversos pensadores importantes para o desenvolvimento da patrística, mas não podemos deixar de citar  Agostinho de Hipona (354-430 d.C) Boécio (480-524 d.C).

Como sabemos Agostinho não teve uma formação cristã desde pequeno, por mais que a sua mãe tivesse grande influência para a sua conversão, mas Agostinho só foi converte-se a religião na idade adulta por volta dos 31-32 anos, é nesse período que  Agostinho narra sua trajetória dentro de outras vertentes religiosas e utiliza-se disso para explicar em seu livro “Confissões” como deveria ser esse período de transição e aceitação da fé em cristo.

Ambos os pensadores fundamentaram a questão do livre arbítrio, questão essa muito relevante dentro da concepção cristã, pois é uma marca que se apresenta entre a relação do pecado e o agir bem, ou seja, já nos tempos antigos havia o dilema “Se Deus é bom e todo-poderoso, por qual fato ele deixa a pessoa cair no pecado?” Agostinho e Boécio então colocam a questão do livre arbítrio, Deus deixa as criaturas livres para seguirem o seu caminho, ou seja, se a pessoa busca o caminho de Deus, ele está buscando o caminho do bem, se ele se afasta do caminho que leva a deus, ele está mais longe do bem e chegando ao mal, levando a outra questão teológica: “Se Deus é todo-poderoso, por qual fato existe o mal?” E Agostinho reafirma, o mal é ausência de Deus.

Quanto mais perto de Deus há a presença do bem, quanto mais longe a presença do mal.

Além disso, podemos citar outros pensadores divididos conforme a localização da igreja:

Igreja Ocidental

  • Ambrósio de Milão
  • Jerônimo de Estridão
  • Gregório Magno

Igreja Oriental

  • Basílio Magno
  • Atanásio
  • Gregório Nazianzeno
  • João Crisóstomo

HEREGES

  • Os arianos negavam a divindade de Cristo contrapondo-se a divindade plena colocada pela patrística, e tal heresia acabou sendo condenada.

  • Os pais da igreja também lidaram com heresias contra as duas naturezas de Jesus Cristo, ou seja, a natureza divina e humana, que causava grandes debates na época.

  • E também lideram com diversas outras heresias combatidas: monofisismo, Nestorianismo e Apolinarismo, que, entre outros aspectos, negavam a natureza de Cristo e concebiam a ideia que a mãe de Jesus, Maria, não deu à luz a Jesus.

  • Além disso, deturpavam conceitos como a necessidade universal da graça, santíssima trindade, sacramentos, dentre outros.

PATRÍSTICA X ESCOLÁSTICA

Durante todo pensamento construído na história, duas escolas de pensamentos de suma importância surgiram em um período importante para a construção dos ideais doutrinários da igreja. A patrística surgiu em um período de grandes transformações e permaneceu precisadamente até o século VIII na chamada filosofia medieval.

Assim, por longos sete séculos a filosofia patrística foi à principal forma de pensamento no campo religioso, nesse caminho, o pensamento concebeu assuntos importantes acerca da igreja e os seus ensinamentos concebidos por padres, teólogos, bispos, chamados de “Homens da Igreja”.

No campo da escolástica a principal figura sem sombras de dúvida foi “São Tomás de Aquino” (1225-1274) tanto que ficou reconhecido como “Príncipe da Escolástica”, os seus principais estudos foram acerca do tomismo e devido a sua grande importância foi nomeado doutor da igreja em 1567.

 O ponto em comum entre as duas formas de pensamento, é que a escolástica também concebeu as suas principais concepções acerca da filosofia grega e na religião cristã, não deixando de citar a conciliação entre fé e a razão com o objetivo de proporcionar o crescimento do ser.

Foi na filosofia aristotélica que a escolástica encontrou meios de construção da sua filosofia cristã, diferentemente da patrística que sofreu grande influência do idealismo platônico.

Em linhas gerais, a patrística teve como objetivo principal difundir o pensamento cristão e derrubar qualquer forma de heresias, já a escolástica com a concepção do racionalismo objetivou explicar a existência de um ser divino relacionado com os princípios do homem, da fé e a razão.

LIVROS DA PATRÍSTICA

A patrística juntamente com o segmento escolástico produziu diversos livros de grande destaque para a história, veja abaixo alguns deles:

  • Enéadas
  • Isagoge
  • Confissões
  • Cidade de Deus

****

Fonte:https://resumos.soescola.com/filosofia/patristica/

terça-feira, 7 de maio de 2024

CRISTO: Sentado à direita de Deus

07.05.2024
Do portal ULTIMATO ONLINE
Por John Stott*



Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Hebreus 10.12  

Conforme o Credo dos Apóstolos, “ele subiu aos céus e se assentou à direita de Deus”. Como devemos entender essa “sessão” celestial?  

Primeiro, Jesus Cristo está descansando. Essa imagem se refere à nossa expe­riência diária em que, após um dia de trabalho no escritório ou em casa, nos sentamos e colocamos os pés para cima. Assim, Jesus “depois de ter realizado a purificação dos pecados, se assentou” (1.3). Os sacerdotes do Antigo Testamento continuavam seu ministério dia após dia, semana após semana, mês após mês, mas Jesus “acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados” (10.12). Eles tinham que permanecer em pé, pois não havia assentos no templo. Jesus, porém, depois que ofereceu seu sacrifício, se assentou. O fato de os sacerdotes permanecerem em pé simbolizava que o ministério deles não era completo, ao passo que Jesus se assentou para indicar que sua obra foi concluída.  

Segundo, Jesus Cristo está reinando, pois ele foi promovido à direita de Deus, o lugar de suprema honra e poder no universo. A partir dessa posição ele enviou o Espírito Santo no dia de Pentecostes e continua enviando seu povo em missão. Toda a autoridade no céu e na terra já foi dada a ele. O diabo, no entanto, ainda não admitiu sua derrota.  

Terceiro, Jesus Cristo está esperando “até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés” (10.13). Essas são palavras do Salmo 110.1, que Jesus aplicou a si mesmo. Nesse salmo, Javé diz ao Messias: “Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”. O salmo combina as duas perspectivas: ele reina enquanto espera e espera enquanto reina.  

Essa rica teologia inclui a ascensão e o período posterior, no qual Jesus Cristo está descansando, reinando e esperando. Enquanto descansa, ele olha para trás, para o passado, e declara que sua obra propiciatória foi consumada. Enquanto reina, ele supervisiona o presente e envia seu povo em missão. Enquanto espera, ele antevê o futuro, quando seus inimigos serão finalmente subjugados e seu reino será estabelecido em toda a sua plenitude. 

*Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
****
Fonte:https://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2024/05/07/autor/john-stott/sentado-a-direita-de-deus-5/

domingo, 10 de março de 2024

A Importância de Estudar Teologia

10.03.2024
Do blog UNIVERSIDADE DA BÍBLIA,02.06.2015


É inadmissível que haja pessoas que sustentem que o estudo da Teologia não tem importância alguma. Esta é uma visão retrograda que desconsidera que estamos vivendo num mundo de mudanças e crescimento na área humana. E que para tanto, é preciso que se tenha uma visão relativista de tudo o que nos cerca e que fazemos parte dessa época. É diferente daqueles dias antes do Renascimento, onde perdurava a ignorância, não no sentido pejorativo, mas no que concerne a falta do conhecimento.

E é justamente nesta visão que conscientizamos alguns obreiros, ou qualquer pessoa que queiram adquirir conhecimento. Isto é, tanto na área bíblica e teológica como secular. Quem estuda teologia, além de obter conhecimento aprofundado das “Doutrinas Sistemáticas”, tem também ou obtém uma visão maior no campo teológico, ou seja, adquire conhecimento Geográfico, Sociológico, Cultura, Filosófico e Bíblica Geral.

O PRECONCEITO DE ALGUNS CRISTÃOS SOBRE A TEOLOGIA

O problema ainda é visto no meio evangélico com certo preconceito. Estudar Teologia para alguns cristãos é correr risco. Há quem afirme que o obreiro ou quem estuda teologia pode se tornar um cristão frio, formalista ou que pode até se desviar da fé.

Ora, os textos que citamos neste comunicado são críveis do ponto de vista bíblico e espiritual, e negar a educação é uma estupidez.
Infelizmente há muitos cristãos que estão mais propícios ao fanatismo porque não estudam do que quem procura adquirir conhecimento. O mais espiritual não é prova de que a “ignorância” foi ou será o correto, ou melhor, que o ignorante tem que permanecer na ignorância porque isso expressa ser espiritual.

Precisamos saber que o conhecimento sem o espiritual pode levar alguns ao formalismo, e o espiritual sem o conhecimento também pode levá-lo ao fanatismo religioso. Portanto, tudo tem que ter ponderação, e isso aprendemos estudando e adquirindo o conhecimento, pois é como disse Jesus: “E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos Libertará” – Jo 8.32.

Não podemos admitir que no pleno século XXI, ainda há cristãos, obreiros e pastores que não têm a visão do reino de Deus. Estão enclausurados em seus templos conformados com a rotina de cultos mal administrados, ou seja, sem uma linha lógica da liturgia. E passam os anos e nada muda, pois o povo está estagnado e acostumado com as mesmices, destarte sem perspectiva de crescimento por parte, e quando não a decadência espiritual.

ESTUDAR TEOLOGIA É SABER AS COISAS DE DEUS

Estudar teologia é se aprofundar e adquirir o conhecimento para um crescimento na Palavra de Deus. Por mais que haja intenções que visem a adequação sistemática, ou que cooperem para o bom andamento da Igreja com sua administração, mesmo assim, não podemos nos eximir de que se deve por regra adquirir o conhecimento bíblico-teológico.

Todavia, as inverdades perduram na mente e coração de quem não olha sem perspectiva futurística. Mas quando diferente disso, as coisas andarão de acordo a vontade de Deus. Aprendemos a vontade de Deus através da sua Palavra. Deus revelou sua vontade na sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

Vamos analisar alguns pontos, pense você em alguém abrindo a Bíblia num culto onde exista uma multidão. E naquela ocasião o ministrante é um “leigo” na concepção da palavra. E pega um texto obscuro, ou seja, de difícil compreensão ou sem fazer uma exegese do texto.

Aplica-o de forma contundente sem olhar o texto e nem o contexto, e todos os pormenores teológicos, e na ocasião você como participante do culto e conhecendo aquela passagem bíblica fica concomitantemente estarrecido.

E daí, você sabe que a pregação ou ensino está fora da verdadeira exegese, podemos aceitar como uma verdade revelada de Deus? Bem, se a sua resposta é sim, talvez diga lhe que infelizmente essa é a situação de muitos dentro de suas respectivas igrejas, onde se mutila a Bíblia de forma absurda e a expõem de forma mentirosa aos ouvidos de pessoas que precisam ouvir Deus falar.

Finalizo dizendo que há muita gente se dizendo pregadores e mestres, ou seja, são pessoas que nunca se sentaram para aprender. Pois, ler livros e sair por aí pregando as ideias alheias é falta de maturidade cristã, quero ver é quem de anos vem labutando e adquirindo conhecimento e tem Deus como seu ajudador.
Digo que, um pregador não se faz muito rapidamente, e sim, nos bancos de Igrejas onde se ensinam a Palavra de Deus, e nos bancos de seminários, e por fim, começando pela Escola Bíblica Dominical.

O CONSELHO DE PAULO AO JOVEM OBREIRO TIMÓTEO:

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem tens “Aprendido”. E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. II Tim 3.14 e 15-16.

Timóteo era filho de Paulo na fé, porém, filho de pai grego, sua mãe Eunice, e sua avó Loíde, ambas criaram Timóteo ensinando-o as verdades de Deus. Então, fica claro porque Paulo lembra-lhe de tudo o que o Jovem Obreiro precisava pôr em prática, ou seja, o conhecimento que adquiriu na sua infância e adolescência…

E por fim, diz o Senhor Deus: Os entendidos, pois, resplandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a Justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente. Dan 12.3.                                                                      (Pr. José R. Melo)


****

terça-feira, 16 de agosto de 2022

O que é teofania? O que é Cristofania?

16.08.2022

Do blog VIDA DE TEÓLOGO, 20.02.18


Teofania é uma manifestação de Deus na Bíblia que é tangível aos sentidos humanos. Em seu sentido mais restritivo, é uma aparência visível de Deus no período do Antigo Testamento, muitas vezes, mas não sempre, em forma humana.

Algumas das teofanias são encontradas nestas passagens:

1. Gênesis 12:7-9 – O Senhor apareceu a Abraão em sua chegada na terra que Deus prometeu a ele e a seus descendentes.

2. Gênesis 18:1-33 – Um dia, Abraão teve alguns visitantes: dois anjos e o próprio Deus. Ele os convidou para ir à sua casa, e ele e Sara os entretiveram. Muitos comentaristas acreditam que este também poderia ser um exemplo de Cristofania, uma aparência pré-encarnada de Cristo.

3. Gênesis 32:22-30 – Jacó lutou com o que parecia ser um homem, mas era na verdade de Deus (versículos 28-30). Isso também pode ter sido um exemplo de Cristofania.

4. Êxodo 3:2 – 4:17 – Deus apareceu a Moisés na forma de uma sarça ardente, dizendo-lhe exatamente o que queria que ele fizesse.

5. Êxodo 24:9-11 – Deus apareceu a Moisés, com Arão e seus filhos e os 70 anciãos.

6. Deuteronômio 31:14-15 – Deus apareceu a Moisés e Josué na transferência de liderança para Josué.

7. Jó 38-42 – Deus respondeu a Jó de um redemoinho e falou longamente em resposta às perguntas de Jó.

Frequentemente, o termo “glória do Senhor” reflete uma teofania, como em Êxodo 24:16-18, a “nuvem” tem uma função similar em Êxodo 33:9. Uma introdução frequente de teofanias pode ser vista nas palavras “o Senhor desceu”, como em Gênesis 11:5, Êxodo 34:5, Números 11:5 e 12:5.

Alguns comentaristas da Bíblia acreditam que sempre que alguém recebeu uma visita do “anjo do Senhor”, isso era de fato Cristo pré-encarnado. Essas aparições podem ser vistas em Gênesis 16:7-14, Gênesis 22:11-18; Juízes 5:23, 2 Reis 19:35 e outras passagens. Outros comentaristas acreditam que estes eram de fato angelofanias, ou aparições de anjos. 

Embora não existam Cristofanias indiscutíveis no Antigo Testamento, cada teofania na qual Deus assume forma humana prefigura a encarnação, quando Deus tomou a forma de um homem para viver entre nós como Emanuel, “Deus conosco” (Mateus 1:23).

segunda-feira, 21 de março de 2022

O que tem Jerusalém a ver com Brasília?

16.03.2022

Do portal CPADNEWS, 21.08.2018

Por Valdir Nascimento*

Foi Tertuliano (160-220 d.C), um dos pais da igreja, quem proferiu no segundo século a famosa frase: O que tem a ver Jerusalém com Atenas? Em sua elocução Tertuliano estava questionando o relacionamento entre a Teologia, representada por Jerusalém, e a Filosofia, identificada em Atenas, o berço do pensamento filosófico grego. Na opinião do apologista, era impossível conciliar essas duas esferas: fé e razão, Igreja e Academia.

Em nossos dias, há quem faça outro tipo de pergunta: O que tem Jerusalém a ver com Brasília? O que tem a ver a religião com a política? Ou, de maneira mais direta: Qual a relação entre fé cristã e política?

Para muitos, a resposta é: nada. Entendem estes que se tratam de âmbitos completamente distintos e inconciliáveis. Jerusalém representa o Reino de Deus; Brasília, a cidade dos homens. Jerusalém é a capital da paz celestial; Brasília, a capital da corrupção humana. Em Jerusalém, o poder é único e exclusivo de Deus; em Brasília, o poder pertence aos poderosos deste mundo.


Brasília, inegavelmente, pode representar isso e muito mais. Um lugar em que os efeitos nefastos do pecado corroem as estruturas de poder e trazem prejuízos incalculáveis para a sociedade. Um ambiente dominado por interesses escusos e ardis inconfessáveis.

Contudo, criar uma falsa dicotomia entre Jerusalém e Brasília, fé e política, não é uma atitude sábia e muito menos bíblica.

Primeiro, porque a autoridade dos governantes de Brasília, e de qualquer outra esfera de poder, procede de Jerusalém, a cidade de Deus. Com todas as letras, Paulo afirma que não há autoridade que não venha de Deus (Rm 13.1), e Pedro nos aconselha a honrarmos ao Rei (1Pe 2.17). Embora o poder político seja utilizado de maneira distorcida, não significa que ele seja em si maligno, ou que a cidade seja de domínio de Satanás. É a vontade de Deus que Brasília seja um lugar de onde procedem leis justas, que punem o mal e instrumentalizam políticas do bem. 

Segundo, porque Jerusalém deve ser o referencial moral de Brasília. Sem a ética teísta que exsurge da fé em um Legislador Moral, que é Deus, Brasília não teria minimamente uma diretriz para fazer o que é certo. Como bem afirmou Wayne Grudem (Política segundo a Bíblia): “Sem a influência cristã, o governo não tem uma bússola moral”. Mais que isso, de Jerusalém é de onde flui os princípios essenciais para a delimitação do poder e responsabilização moral, a fim de evitar o arbítrio e o absolutismo.

Terceiro, porque os cidadãos de Jerusalém têm a responsabilidade de influenciar a política de Brasília. O testemunho cristão, afinal, começa em Jerusalém, mas alcança os confins do mundo (At 1.8). Assim como os cristãos primitivos abalaram o mundo de sua época, chegando a Roma, a capital política do mundo de então, ainda hoje os seguidores de Cristo têm a incumbência de agirem como sal da terra e luz do mundo, como uma religião verdadeiramente profética na esfera pública. 

Nas palavras de Miroslav Volf (Uma fé pública): “Como uma religião profética, a fé cristã será fé ativa, engajada com o mundo de maneira não coercitiva – oferecendo bênçãos a nossos empreendimentos, conforto efetivo em nossos fracassos, orientação moral num mundo complexo e um contexto de significado para nossa vida e nossas atividades”. Ao exercerem uma política profética, os cidadãos de Jerusalém bradam contra a corrupção, denunciam os erros e exortam contra as injustiças.

O que tem Jerusalém a ver com Brasília? Muito mais do que você possa imaginar!

*Valmir Nascimento é jurista e teólogo. Possui mestrado em teologia, pós-graduação em Estado Constitucional e Liberdade Religiosa pela Universidade Mackenzie, Universidade de Coimbra e Oxford University. Professor universitário de Direito religioso, Ética e Teologia. Editor da Revista acadêmica Enfoque Teológico (FEICS). Membro e Diretor de Assuntos Acadêmicos da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Analista Jurídico da Justiça Eleitoral. Escritor e palestrante. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD. Autor dos livros "O Cristão e a Universidade", "Seguidores de Cristo" e "Entre a Fé e a Política", títulos da CPAD. Ministro do Evangelho em Cuiabá/MT.

*****

Fonte: http://cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/132/o-que-tem-jerusalem-a-ver-com-brasilia.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Pesquisa mostra que evangélicos rejeitam sermões curtos e querem aprender mais da Bíblia

12.01.2022
Do portal GOSPEL MAIS
Por Tiago Chagas

https://noticias.gospelmais.com.br/files/2022/01/sermoes-culto-igreja-fieis.jpg

Uma pesquisa feita com evangélicos sobre a duração e os conteúdos dos sermões mostrou que menos de 10% dos fiéis que vão às igrejas querem que o momento da mensagem seja mais curto. E um terço declarou desejar ouvir pregações mais biblicamente embasadas.

O estudo foi feito a partir das respostas de 1.000 evangélicos que foram entrevistados pelas empresas Gray Matter Research e Infinity Concepts, que fizeram a pesquisa para entender como os fiéis pensam a respeito dos sermões.

O relatório da pesquisa, intitulada “The Congregational Scorecard: What Evangelicals Want in a Church” (“A tabela de desempenho congregacional: o que os evangélicos querem numa igreja”, em tradução do inglês), mostrou o resultado de 14 elementos diferentes na visão dos fiéis.

Apenas 7% dos entrevistados querem que os sermões sejam mais curtos, enquanto 85% acreditam que a duração dos sermões são aceitáveis como são. Cerca de 8% por cento disseram que queriam que os sermões fossem mais longos.

Essas tendências foram bastante consistentes nas diferentes faixas etárias: 10% dos evangélicos com menos de 40 anos preferiram sermões mais curtos, enquanto 11% com mais de 70 anos responderam o mesmo.

Os entrevistados evangélicos entre 40 e 54 anos foram os menos propensos a querer sermões mais curtos, com 3% declarando desejar pregações menores. 88% dos entrevistados com idades entre 55 e 69 anos demonstraram gostar do tempo médio das pregações como são atualmente.

“Uma das descobertas mais surpreendentes foi que tão poucos evangélicos querem sermões mais curtos, já que o estereótipo mais comum e infeliz é o dos pastores prolixos”, disse o presidente da Gray Matter Research, Ron Sellers.

De acordo com informações do portal The Christian Post, Sellers acrescentou que outras pesquisas tentam sugerir que “os adultos mais jovens têm pouco tempo de atenção, e os pastores realmente precisam reduzir seus sermões para alcançar esse público”.

“Eu esperava encontrar uma proporção maior de evangélicos (especialmente pessoas mais jovens) que desejavam sermões mais curtos, como talvez 20% ou 30%. Em vez disso, são apenas 7%”, comemorou.
Mais Bíblia

Além disso, os dados mostram que 30% dos entrevistados querem um ensino mais aprofundado em suas igrejas, enquanto 69% responderam que achavam que a profundidade do ensino estava “boa como está”.

Mark Dreistadt, diretor da Infinity Concepts, admitiu que não esperava esse resultado: “A percepção mais surpreendente foi que 30% dos evangélicos querem um ensino mais aprofundado do que sua igreja está fornecendo atualmente”, disse Dreistadt.

“Isso demonstra uma oportunidade para os pastores se aprofundarem na Palavra de Deus. Esta é uma boa notícia em um momento em nossa cultura em que a alfabetização bíblica é tão baixa – parece haver um desejo entre os evangélicos de aprofundar sua compreensão da verdade bíblica”.

Em 2019, o ex-diretor da LifeWay Christian Resources, Thom S. Rainer, informou que uma pesquisa de mídia social com 1.000 pessoas descobriu que a duração média dos sermões estava diminuindo em comparação com quatro anos antes.

“A duração média do sermão dos entrevistados foi de 27 minutos, abaixo dos 29 minutos de quatro anos atrás”, explicou Rainer. “Embora vários entrevistados tenham indicado que as mudanças na duração do sermão foram mais longas do que nos anos anteriores, na média mais pastores estavam mudando para sermões mais curtos”.

O relatório da pesquisa divulgada agora em janeiro de 2022, porém, aponta que cerca de dois terços dos entrevistados gostaram das mensagens políticas ou do envolvimento político de suas igrejas, enquanto 22% queriam menos envolvimento político de suas igrejas.

Sellers disse que essa descoberta não “me surpreendeu muito, porque sempre que um tópico é controverso, espero ver alguma reação a ele”.

“Houve muitas histórias e muitas piadas, além de uma variedade de estudos, mostrando pessoas mudando de igreja ou até mesmo deixando a igreja devido a diferenças políticas, seja em geral ou em uma posição específica, como aborto ou casamento entre pessoas do mesmo sexo”, adicionou o pesquisador.

“Então, se as pessoas saírem ou mudarem devido a diferenças políticas, não será nada novo – apenas uma continuação do que já está acontecendo em nossa sociedade há algum tempo”.

Além de perguntas sobre a duração do sermão, profundidade do ensino e política, os entrevistados foram questionados se acreditam que sua igreja precisa mudar a quantidade de música, estilos de música e estilos de adoração.

Os entrevistados foram questionados sobre o foco de suas igrejas no evangelismo, questões sociais, alcance, duração geral do culto, tamanho da congregação, diversidade étnica, com que frequência as doações são solicitadas e o número de mulheres na liderança.

Para cada elemento listado, em média 74% dos entrevistados disseram estar satisfeitos com a forma como sua igreja lidou com o assunto e não queriam ver uma mudança.
****
Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/sermoes-curtos-rejeitados-evangelicos-pesquisa-151377.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email

domingo, 18 de setembro de 2016

Encontro criacionista no Paraná terá 13 cientistas brasileiros

18.09.16
Do portal GOSPEL PRIME, 16.09.16
Por Leiliane Roberta Lopes
Durante os três dias de evento serão debatidos temas como “A origem da vida”, “Criação e recriação”, “Modelos das Origens”, entre outros .
Encontro criacionista no Paraná terá 13 cientistas brasileiros
Entre os dias 12 e 15 de outubro acontecerá em Ivatuba (PR) o XXIII Seminário “A Filosofia das Origens”, encontro criacionista que terá como tema “As Origens”.
Realizado pela Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) em parceria com o Núcleo Maringaense da SCB (NUMAR-SCB), o evento tem como público alvo professores, estudantes, pesquisadores, profissionais liberais, teólogos e demais interessados no assunto.
Departamento de Educação da União Sul-Brasileira (USB), Associação Norte Paranaense (ANP) e da Comunidade Nova morada de Maringá apoiam este evento e o Consórcio Criacionista Adventista e pelo Instituto Adventista Paranaense (IAP) está patrocinando o encontro.
Treze cientistas brasileiros foram chamados para participar do seminário: Queila de Souza Garcia, Rodrigo Meneguetti Pontes, Marcus Vinicius da Silva Coimbra, Eduardo F. Lütz, Wellington dos Santos Silva, Márcio Fraiberg Machado, Marcos Natal de Souza Costa, Nahor Neves de Souza Junior, Christie Goulart Chadwick, Tarcísio da Silva Vieira, Marco Antônio Baumgratz Ribeiro, Edilson Constantino e Gilson Patrick Fernandes Gomes.
Entre os assuntos abordados durante o XXIII Seminário “A Filosofia das Origens” temos “A origem da vida”, “Criação e recriação”, “Modelos das Origens”, “Animais antediluvianos”, “Processos de fossilização”, “Epigenética, Criação e Evolução”, “Microbiologia e a fronteira do evolucionismo”, “Fósseis e a evolução humana”, entre outros.
As inscrições para o Seminário devem ser feitas pela internet, no sitewww.scb.org.br ou na página http://www.filosofiadasorigens.com.br. A programação será no anfiteatro do Instituto Adventista Paranaense, situado na PR-317, Km 119 s/n, zona rural, Ivatuba-PR.
Leia mais:

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A Bíblia é digna de crédito? Como foi escrita?

18.08.2016
Do blog CIÊNCIA E FÉ

Sim, a Bíblia é digna de crédito. Ao estudar a Bíblia com cuidado, verifica-se que ela não contém erros grosseiros como os encontrados em outros escritos antigos. Embora a Bíblia contenha muitas descrições não científicas, nenhum trecho da Bíblia precisa ser revisto em função de resultados conclusivos de pesquisas científicas.
A Bíblia foi escrita num período de cerca de 1500 anos. Estiveram envolvidos aproximadamente 45 escritores de diferentes origens e ocupações. Entre eles estão os intelectuais Moisés e Paulo, o comandante militar Josué, o ministro de estado Daniel, os reis Davi e Salomão, o pastor de ovelhas Amós, o pescador Pedro, o médico Lucas. Muitas vezes os textos da Bíblia foram escritos em lugares incomuns, como no deserto, na prisão, no palácio, em viagens ou no exílio. Sua redação se deu nas mais diversas situações emocionais como alegria e amor, medo e preocupação, necessidade e desespero. Apesar das 60 gerações que passaram durante sua composição e apesar da grande diversidade de escritores, a Bíblia expõe uma temática uniforme e coordenada, tratando de centenas de tópicos com harmonia e continuidade notáveis.
A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo Testamento (AT), com escritos de antes da era cristã, e o Novo Testamento (NT), com escritos da era cristã. Um catálogo ou lista dos escritos incluídos na Bíblia é chamado de cânon bíblico. Os cânones usados pelos cristãos católicos, protestantes e ortodoxos têm diferenças no AT. Não há diferenças na composição do NT.
As listas mais antigas de textos do AT correspondem ao Tanach, o principal conjunto de livros sagrados do judaísmo. Este é o cânon do AT adotado nas Bíblias protestantes. Textos adicionais, chamados de deuterocanônicos, existem no AT das Bíblias católicas e ortodoxas. Estes textos provém da Septuaginta, uma tradução de livros judaicos para o grego, muito usada desde antes da era cristã. As diferenças no cânon do AT podem ser entendidas como secundárias, pois para reformadores protestantes como Lutero, os textos deuterocanônicos "não são considerados iguais às Sagradas Escrituras, mas mesmo assim de leitura boa e proveitosa."
Achados arqueológicos (como por exemplo os escritos das cavernas de Qumran) têm comprovado a qualidade dos manuscritos disponíveis para os textos do AT. E também com relação ao seu conteúdo, o arqueólogo e orientalista William Foxwell Albright (1891-1971) resume: "Não há como negar que a arqueologia confirma a substancial credibilidade histórica da tradição do Antigo Testamento."
A referência mais antiga ao cânon do NT é conhecida como o Cânon de Muratori e data do século II. Relaciona os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), as cartas de Paulo, Judas, as duas primeiras cartas de João e o Apocalipse. Não inclui as epístolas de Tiago, as de Pedro e aquela aos Hebreus. Controvérsias existiram com relação à inclusão no cânon de Hebreus, Tiago, Judas, Apocalipse, a segunda e terceira cartas de João e a segunda de Pedro. Da mesma forma, outros escritos já estiveram no cânon do NT, e depois foram rejeitados. Dentre estes, os principais foram a primeira carta de Clemente aos Coríntios (do século I) e o Pastor de Hermas (do século II). Há documentos históricos, como a História da Igreja, escrita por Eusébio de Cesaréia (cerca de 260-340), que relatam os argumentos usados para inclusão ou não dos diversos textos no cânon bíblico.
A lista completa dos livros do NT aparece pela primeira vez numa epístola de Atanásio de Alexandria para a Páscoa de 367 d.C. Esta mesma lista foi confirmada posteriormente nos concílios regionais Hipona I (393 d.C) e Cartago III (397 d.C) e IV (417 d.C). Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C.) também confirma este cânon para o NT.
A autenticidade do NT, em especial a dos evangelhos, é significativa para a fé cristã, que neles tem fundamento. A evidência histórica e testemunhos arquelógicos mostram a proximidade entre a vida de Jesus e a redação dos evangelhos. A relevância desta proximidade é ressaltada no próprio NT, por exemplo por Pedro, que escreve em sua segunda carta: "Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza." (1:16)
Dispõe-se hoje de mais de 5200 cópias manuscritas com textos do original grego do NT. Alguns são papiros (os mais antigos testemunhos do texto do NT), outros são códices unciais (escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho),códices minúsculos (escritos mais tarde em caracteres minúsculos) ou lecionários (cópias para uso litúrgico). Há mais de 80 papiros, 260 códices maiúsculos, 2700 códices minúsculos e 2100 lecionários distribuídos por bibliotecas de vários países.
As pequenas variações encontradas nestes mais de cinco mil manuscritos são gramaticais ou sintáticas, sem implicações relevantes de conteúdo. Analisando e comparando os manuscritos, os especialistas são capazes de reconstruir a face autêntica original do Novo Testamento que hoje usamos. A documentação existente para esta reconstrução é excepcionalmente privilegiada. Isto fica claro ao confrontar as testemunhas do texto original do NT com as dos textos clássicos latinos e gregos. As primeiras cópias das obras de escritores clássicos (Virgílio, Horácio, Platão, Eurípedes, etc.) consideradas autênticas e plenamente reconhecidas são posteriores às primeiras cópias dos evangelhos.
A autenticidade do NT é também confirmada por historiadores antigos. Eusébio de Cesareia, por exemplo, cita Pápias († 130) bispo de Hierápolis, nascido no primeiro século, isto é, no tempo em que João ainda vivia. Pápias disse sobre o evangelho de Mateus: "Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres [de Jesus] na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode." (História da Igreja III, 39:16).
Uma outra citação de Pápias na obra de Eusébio refere-se ao evangelho de Marcos: "Marcos, tendo se tornado intérprete de Pedro, anotou exatamente, embora não em ordem, tudo o que recordou das palavras e ações de Cristo. Pois não ouviu o Senhor nem o seguiu, mas depois, como eu já disse, seguiu a Pedro, que adaptava seu ensino às necessidades dos ouvintes, sem a intenção de dar um relato conectado dos discursos do Senhor. Assim, Marcos não cometeu engano quando escreveu as coisas como as recordou, pois era cuidadoso em nada omitir do que tinha ouvido, e nada dizer de falso." (História da Igreja III, 39:15).
Outro testemunho foi dado por Irineu († 200). Ele foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que por sua vez foi discípulo de João. Sobre a origem dos evangelhos Irineu escreve: "Mateus, igualmente, compôs um evangelho entre os hebreus no seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma, e lançavam os fundamentos da igreja. Após sua partida, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, igualmente entregou-nos por escrito o que tinha sido pregado por Pedro. Lucas, o companheiro de Paulo, também anotou num livro o evangelho pregado por ele. Mais tarde, João, discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também um evangelho quando de sua estadia em Éfeso." (Contra as heresias I, 1).
Muitos autores discutem a credibilidade do texto bíblico com detalhe e objetividade. Para saber mais, consulte:
  • J. McDowell - Novas evidências que demandam um veredito. Volumes 1 e 2, Editora Hagnos, 2013. (clique aqui para localizar este livro no site da editora)
  • J.A. Thompson - A Bíblia e a arqueologia, Editora Vida Cristã, 2004.
  • F.F. Bruce - Merece confiança o Novo Testamento?, Editora Vida Nova, 2004. (clique aqui para localizar este livro no site da Editora Vida Nova)
  • G. Habermas - "Why I believe the New Testament is historically reliable", In: N.L. Geisler e P.K. Hoffman (Eds.), Why I am a Christian: leading thinkers explain why they believe, Baker Books, 2001.
  • G. Habermas - "Recent perspectives on the reliability of the gospels"Christian Research Journal, 28(1), 2005.
  • G.L. Archer Jr. - Panorama do Antigo Testamento, nova edição revisada e ampliada do clássico Merece confiança o Antigo Testamento?, Editora Vida Nova, 2012. (clique aqui para localizar este livro no site da Editora Vida Nova) 
*****
Fonte:http://www.freewebs.com/kienitz/resp.htm#perga2

SECURALISMO: Carta a um universitário cristão

17.08.2016
Do blog FREEWEBS
Por Alderi Souza de Matos*

Caro irmão em Cristo,

Você tem o privilégio de frequentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a ideias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Algumas de suas crenças e valores parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. No intuito de ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque ajuda a pessoa a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem "sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pe 3.15).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A ideia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: 

Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes - agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos antirreligiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.

Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar e/ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições antirreligiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas vidas.

Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.

Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos), de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?

O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio e Celso, que questionaram a Escritura, as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.

Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius Van Til, C. S. Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado obras mais populares acerca do assunto, apresentado argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs. Um bom exemplo recente é o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé, que possui um capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida. É importante que você, universitário cristão, leia esses autores, familiarize-se com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos divulgados nos meios acadêmicos.

Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso, envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências, apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm representantes da Aliança Bíblica Universitária (ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e alimento sólido para a sua vida com Deus.

Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!

*Alderi Souza de Matos é doutor pela Boston University e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
*****
Fonte:http://www.freewebs.com/kienitz/carta.htm