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terça-feira, 2 de julho de 2024

Entrevista com Ravi Zacharias - A supremacia da cosmovisão cristã

 2.07.2024

Do blog do INSTITUTO CRISTÃO DE PESQUISAS  - ICP

Tradução: Elvis Brassaroto Aleixo
Frederick Antony Ravi Kumar Zacharias (Chenai, 1946), evangelista e apologista cristão nascido na Índia, emigrou para o Canadá aos vinte anos e, atualmente, vive nos EUA. Ravi Zacharias, como é conhecido, é autor de vários livros, incluindo o premiado Pode o homem viver sem Deus? e Por que Jesus é diferente? Zacharias apresentou, durante vários anos, o programa semanal de rádio “Deixe meu povo pensar”, preside o Ministério Internacional Ravi Zacharias e é professor visitante do Wycliffe Hall of Oxford, onde leciona apologética e evangelismo. Defensor diligente da cosmovisão cristã, a entrevista que nos concedeu é sobre o assunto em referência.

Defesa da Fé: O que uma pessoa deve considerar ao julgar a validade de uma cosmovisão?

Ravi Zacharias: Como a própria palavra revela, “cosmovisão” nada mais é do que uma “concepção do mundo”. Acredito que uma cosmovisão coerente deve ser capaz de responder satisfatoriamente a quatro questões: a origem, o significado, a moralidade e o destino do homem. É muito comum nos depararmos com pensamentos religiosos que respondem a essas perguntas em meio a contradições ou invenções. Embora todas as principais religiões façam declarações exclusivas sobre a verdade, a fé cristã é a única capaz de responder plenamente a todas as quatro questões sem se contradizer.

Defesa da Fé: Em que termos o senhor apresenta a singularidade da cosmovisão cristã?

Ravi Zacharias: Estou totalmente convencido de que a fé cristã detém a concepção de um mundo mais coerente que poderia ser assumida por qualquer pessoa. Todos eles: panteístas, ateístas, céticos e politeístas são incapazes de responder a questões como: “De onde viemos?”. “Qual é o sentido da vida?”. “Como podemos definir o que é certo ou errado?”. E: “O que nos acontecerá quando morrermos?”. Tais indagações se relacionam com fatores primordiais da nossa existência. Ao apresentar a cosmovisão cristã, sempre considero os aspectos culturais envolvidos, esteja eu no Oriente Médio, no Ocidente ou na Ásia. Minha estratégia é fazer as perguntas existenciais no contexto da cultura em que estou inserido e, após isso, apresentar todas as respostas cristãs, salientando sua plausibilidade.

Defesa da Fé: Entre as dezenas de livros que o senhor já escreveu, Por que Jesus é diferente? é considerado o seu trabalho mais significativo. Qual é a razão disso?

Ravi Zacharias: Jamais houve e nunca haverá uma história de vida tão impecável quanto à de Jesus. Muitos reivindicaram alguma posição religiosa diferenciada, mas possuem um testemunho de vida no mínimo dúbio. Com Cristo, por outro lado, isso não ocorre. Em sua biografia, nunca o vemos coadunando com situações imorais ou antiéticas ou sequer qualquer sombra de impureza em seu caráter. Depois de cerca de dois mil anos, ninguém tem sido mais criticado ou desafiado pela mídia que Jesus. Nesse contexto, existem muitos jornalistas ocidentais publicando artigos com posicionamentos imparciais e sem fundamentação científica. Esses mesmos jornalistas nunca submeteriam Maomé àquilo que submetem a Jesus. Nenhum outro personagem de qualquer religião poderia resistir a tantos ataques e permanecer inabalável ao longo dos séculos. Isso ocorre porque Jesus não é um mito!

Defesa da Fé: Por que as pessoas no ocidente estão tão fascinadas pelas religiões do oriente?

Ravi Zacharias: É simples. A cosmovisão das religiões orientais está sendo buscada pelos ocidentais porque elas concedem aos seus adeptos a possibilidade de seguirem uma moralidade sem ter um Deus a quem se reportar. Muitas práticas do movimento Nova Era, por exemplo, dependem de uma filosofia moralizante sem o posicionamento de uma divindade central. O budismo também proporciona essa espécie de relação. O bahaísmo admite uma concepção plural, descomprometida com um posicionamento específico e norteador, apenas tangenciando vários conceitos religiosos, mas sem a necessidade de assumir uma posição clara. O hinduísmo, por sua vez, propicia uma fundamentação moral sem qualquer responsabilidade que vá além da doutrina cármica, segundo a qual as pessoas são castigadas por ações que elas não se recordam terem cometido em uma vida passada. Em todos esses casos, não existe responsabilidade para com um Deus pessoal.

Defesa da Fé: Como tem sido suas experiências nas universidades norte-americanas?

Ravi Zacharias: Quando palestro nas universidades sobre hinduísmo, budismo, islamismo ou qualquer outro tema, faço sabendo que não haverá qualquer repercussão. Mas, quando falo da fé cristã, sempre sou questionado sobre os motivos de se discutir esse tema. Qualquer pessoa pode questionar os grupos cristãos em qualquer grande universidade norte-americana, e eles dirão o quanto são intimidados nesse ambiente. Isso é triste! Eu vivi na Índia, depois no Canadá e, após, cheguei aos EUA. Em certo sentido, a América parece contradizer toda a liberdade que os próprios americanos apregoam. Mas, coisas piores podem ser feitas em outras partes do mundo e sem impunidade. Por exemplo, o racismo. Existem países no mundo atual em que o racismo é horrível e descarado. Percebo que, pelo fato de estarmos muito acostumados a viver sob os parâmetros da cosmovisão cristã, enfrentamos mais facilmente a autocrítica e o escrutínio. Outras cosmovisões não estão dispostas a se abrir para esse enfrentamento. Por isso, quando o assunto na universidade é cristianismo, os estudantes não ficam indiferentes e os debates se tornam mais acalorados.

Defesa da Fé: Qual é a liberdade que existe nos países muçulmanos no tocante à adesão de uma cosmovisão religiosa diferente da islâmica?

Ravi Zacharias: Em muitos desses países, os muçulmanos alegam não haver uma religião obrigatória. Certa vez, estive com uma autoridade religiosa de uma das maiores nações muçulmanas do mundo, cuja identidade prefiro não revelar. Ele foi bastante cortez ao conversar comigo e me explicou muita coisa sobre o trabalho que ele estava realizando. Contou-me que tinha acabado de participar de um encontro na Malásia cujo teor tratou sobre a imagem do islamismo no mundo.

Eu lhe perguntei:

— Por que vocês entendem que um evento assim seria necessário?

Ao que ele me respondeu:

— Bem, 11 de setembro. Somos freqüentemente vistos no Ocidente como nações que obrigam seus filhos a adesão religiosa.

Então, lhe disse:

— Eu não quero ser ofensivo, mas se eu estivesse no seu país e fosse um muçulmano, eu seria livre para discordar de alguns pontos do islamismo?

A resposta foi:

— Por que faria algo assim?

Retruquei:

— Apenas estou lhe perguntando teologicamente se os muçulmanos são livres para abandonar sua fé quando assim entenderem.

Ele retornou:

— Bem, essas coisas são mais complicadas porque temos de ponderar sobre as leis do país e outros fatores complicadores.

Então, eu disse:

— Quando você diz que não há religião obrigatória nos países muçulmanos, está apenas analisando um lado da moeda, o qual lhe diz que nunca forçará alguém a acreditar no que você acredita. Isso é muito lógico, pois alguém que nasça num país assim natural e culturalmente torna-se um muçulmano sem precisar ser forçado, pois as pessoas não têm escolha. Por outro lado, quando falamos sobre religião compulsória, isto vai muito além, pois quer dizer também que o Estado não deveria compelir alguém a permanecer acreditando em algo quando esta pessoa quer se tornar um descrente ou “apóstata”. Este é o maior teste para saber se há ou não religião compulsória no mundo árabe. Não existe qualquer lei no país onde eu vivo que me obrigue a permanecer cristão pelo resto da minha vida. Mas, em seu país, se alguém decidir desacreditar o islamismo, terá antes de enfrentar o tribunal de justiça e explicar as razões de sua postura. Como tal pessoa pode resistir a tamanha intimidação, ao mesmo tempo ser honesta consigo mesma e não sofrer com isso?

Francamente, o ministro islâmico não pôde me responder. Quando o islamismo conseguir superar esse problema, então, e só então, o mundo poderá conhecer quem de fato é muçulmano, pois quando isso acontecer, estaremos diante de fiéis livres para professar sua fé. Se hoje a religião muçulmana não fosse obrigatória no mundo árabe, ainda seriam eles bilhões de adeptos?

Defesa da Fé: Como a cosmovisão cristã pode satisfazer as necessidades de um lugar como a Índia?

Ravi Zacharias: Eu nasci e cresci em Bombain e costumo visitar a Índia duas vezes por ano. Em muitos sentidos, a Índia me deixa angustiado. Caminhe pelas ruas de Calcutá e entenderá o que estou dizendo. Ao mesmo tempo, Calcutá é o centro educacional da Índia. Alguns dos maiores filósofos do país são provenientes de Calcutá. Penso que a primeira coisa que a cosmovisão cristã pode fazer pelos indianos é elevar a auto-estima deles, explicando que existe uma dignidade essencial em cada ser humano. A segunda coisa é demonstrar o amor que permeia as relações cristãs e todas as suas implicações e frutos. Sabendo disso, as organizações missionárias costumam estar nos orfanatos, nos hospitais e nos asilos. Há alguns anos, palestrei no centésimo aniversário do Hospital Missionário Americano, na cidade de Bahrain, fundado na Arábia Saudita, com extensão na Índia. Muitos xeques nasceram ali e representavam o islamismo naquela platéia para a qual me dirigi. Queriam saber de onde veio o ímpeto necessário para um empreendimento duradouro como aquele, ao que respondi: “Do amor de Cristo”.

Defesa da Fé: O que os norte-americanos precisam aprender com tudo isso?

Ravi Zacharias: A América precisa reconhecer que não pode existir sem a cosmovisão que a levou a ser o que é hoje. Estou falando da cosmovisão judaica-cristã. Também, precisa reconhecer que foi a liberdade da fé cristã que proporcionou, nas instituições, o acesso que os outros tipos de fé usufruem. É muito sintomático observar que, quando a corrente principal dos seminários teológicos é conservadora, sempre há espaço para os teólogos liberais. Mas, quando o contrário ocorre, os conservadores são totalmente desprezados e ridicularizados. Esse tipo de comportamento ocorre em diversas esferas nos EUA. O cristianismo, que muitos renegam hoje, é justamente o fundamento para essa liberdade crítica que os americanos possuem e que podem perder! Que a Igreja brasileira aprenda com os erros dos irmãos norte-americanos e prossiga por caminhos mais aprazíveis ao Senhor.


Nota: Embora o entrevistado, tenha falhado na sua conduta cristã, o que escreveu e defendeu nos escritos, palestras ,etc, continuam válidos, mesmo que o mesmo tenha falhado diante de Deus.Na eternidade , todos nós, inclusive o entrevistado, prestarão contas a Deus.

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Fonte:https://www.icp.com.br/entrevista005.asp

segunda-feira, 21 de março de 2022

O que tem Jerusalém a ver com Brasília?

16.03.2022

Do portal CPADNEWS, 21.08.2018

Por Valdir Nascimento*

Foi Tertuliano (160-220 d.C), um dos pais da igreja, quem proferiu no segundo século a famosa frase: O que tem a ver Jerusalém com Atenas? Em sua elocução Tertuliano estava questionando o relacionamento entre a Teologia, representada por Jerusalém, e a Filosofia, identificada em Atenas, o berço do pensamento filosófico grego. Na opinião do apologista, era impossível conciliar essas duas esferas: fé e razão, Igreja e Academia.

Em nossos dias, há quem faça outro tipo de pergunta: O que tem Jerusalém a ver com Brasília? O que tem a ver a religião com a política? Ou, de maneira mais direta: Qual a relação entre fé cristã e política?

Para muitos, a resposta é: nada. Entendem estes que se tratam de âmbitos completamente distintos e inconciliáveis. Jerusalém representa o Reino de Deus; Brasília, a cidade dos homens. Jerusalém é a capital da paz celestial; Brasília, a capital da corrupção humana. Em Jerusalém, o poder é único e exclusivo de Deus; em Brasília, o poder pertence aos poderosos deste mundo.


Brasília, inegavelmente, pode representar isso e muito mais. Um lugar em que os efeitos nefastos do pecado corroem as estruturas de poder e trazem prejuízos incalculáveis para a sociedade. Um ambiente dominado por interesses escusos e ardis inconfessáveis.

Contudo, criar uma falsa dicotomia entre Jerusalém e Brasília, fé e política, não é uma atitude sábia e muito menos bíblica.

Primeiro, porque a autoridade dos governantes de Brasília, e de qualquer outra esfera de poder, procede de Jerusalém, a cidade de Deus. Com todas as letras, Paulo afirma que não há autoridade que não venha de Deus (Rm 13.1), e Pedro nos aconselha a honrarmos ao Rei (1Pe 2.17). Embora o poder político seja utilizado de maneira distorcida, não significa que ele seja em si maligno, ou que a cidade seja de domínio de Satanás. É a vontade de Deus que Brasília seja um lugar de onde procedem leis justas, que punem o mal e instrumentalizam políticas do bem. 

Segundo, porque Jerusalém deve ser o referencial moral de Brasília. Sem a ética teísta que exsurge da fé em um Legislador Moral, que é Deus, Brasília não teria minimamente uma diretriz para fazer o que é certo. Como bem afirmou Wayne Grudem (Política segundo a Bíblia): “Sem a influência cristã, o governo não tem uma bússola moral”. Mais que isso, de Jerusalém é de onde flui os princípios essenciais para a delimitação do poder e responsabilização moral, a fim de evitar o arbítrio e o absolutismo.

Terceiro, porque os cidadãos de Jerusalém têm a responsabilidade de influenciar a política de Brasília. O testemunho cristão, afinal, começa em Jerusalém, mas alcança os confins do mundo (At 1.8). Assim como os cristãos primitivos abalaram o mundo de sua época, chegando a Roma, a capital política do mundo de então, ainda hoje os seguidores de Cristo têm a incumbência de agirem como sal da terra e luz do mundo, como uma religião verdadeiramente profética na esfera pública. 

Nas palavras de Miroslav Volf (Uma fé pública): “Como uma religião profética, a fé cristã será fé ativa, engajada com o mundo de maneira não coercitiva – oferecendo bênçãos a nossos empreendimentos, conforto efetivo em nossos fracassos, orientação moral num mundo complexo e um contexto de significado para nossa vida e nossas atividades”. Ao exercerem uma política profética, os cidadãos de Jerusalém bradam contra a corrupção, denunciam os erros e exortam contra as injustiças.

O que tem Jerusalém a ver com Brasília? Muito mais do que você possa imaginar!

*Valmir Nascimento é jurista e teólogo. Possui mestrado em teologia, pós-graduação em Estado Constitucional e Liberdade Religiosa pela Universidade Mackenzie, Universidade de Coimbra e Oxford University. Professor universitário de Direito religioso, Ética e Teologia. Editor da Revista acadêmica Enfoque Teológico (FEICS). Membro e Diretor de Assuntos Acadêmicos da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Analista Jurídico da Justiça Eleitoral. Escritor e palestrante. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD. Autor dos livros "O Cristão e a Universidade", "Seguidores de Cristo" e "Entre a Fé e a Política", títulos da CPAD. Ministro do Evangelho em Cuiabá/MT.

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Fonte: http://cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/132/o-que-tem-jerusalem-a-ver-com-brasilia.html

domingo, 20 de março de 2022

O papel do policial cristão (ou não) em prol dos direitos humanos e contra o racismo

20.03.2022

Do portal ULTIMATO ONLINE, 20.02.22

Por Kiel, Alagoinha - BA

Na condição de agente público e cristão (ou não), o policial tem uma contribuição significativa a oferecer tanto para sua corporação quanto para o bem-estar da sociedade na luta contra a violência, racismo e direitos humanos.

Desde a repercussão internacional da morte de George Floyd (negro morto covardemente por um policial numa abordagem criminosa nos EUA) e registros como o caso de Jacob Blake (2020), as manifestações de repúdio e protestos contra violência policial atrelada ao racismo tem crescido cada vez mais em vários países.

O aumento dessa indignação social não é mero "barulho" de militantes do Black Lives Matter, mas representa todos os que não compactuam com excessos recorrentes de integrantes das forças policiais contra pessoas marginalizadas pela sua condição econômica ou cor da pele.

Abro parêntesis. Este texto não é um "tratado sociológico", óbvio. Nem de esquerda ou direita, progressista ou conservador - minhas preferências teóricas na "crítica social" ou pendor ideológico não estão em pauta, mas faço uma interpretação livre a partir de uma cosmovisão cristã e crivo de minha consciência.

Uma demonstração de indignação e engajamento pelo linchamento moral não prova virtude, mas pode apontar projeção e ocultação de deformidades de caráter de quem esbraveja contra o execrado. Um exemplo: a turba justiceira que depredou e queimou a casa da torcedora do Grêmio que chamou o goleiro do Santos (2015) de macaco. Em nome do "racistas não passarão", ameaçaram-na até de estupro e morte. Em prantos e demonstrando-se arrependida, a jovem suplicou perdão (tentou explicar seu erro como um infeliz momento passional), mas os antirracistas virtuais foram implacáveis – até o goleiro.

Não engrosso o coro dos que se sentem “voz das minorias ou excluídos”, com ostentação humanitarista e adotando a função de "fiscal dos preconceituosos" e "juiz" dos que perpetram injustiças. Creio que há um risco de se enquadrarem no grupo de sinceros funcionais úteis movidos por puro ideal ou de manipuladores beneficiários de poder. Fecho parêntesis.

Embora a ação ostensiva da atividade policial contra suspeitos de crime deva se respaldar nos princípios da isonomia, proporcionalmente não é o que ocorre quando se trata de abordagem contra estigmatizados socialmente.

No entanto, ainda que alguns estereótipos sejam tido por compreensíveis (mesmo que não justificáveis), comprova-se: muitas pessoas vistas como “suspeitas” pelo seu aspecto exterior (roupa, tatuagem, brinco, cabelo etc.), são indivíduos em dignidade com meros traços característicos de seu meio social.

A fim de evitar leviandade numa abordagem policial, cabe ao agente de segurança pública conceder, no contexto devido, legítima presunção da inocência e o benefício da dúvida - até que se prove ou se tenha indícios do contrário.

Fartas evidências e provas estatísticas confirmam que negros estão entre os mais vulneráveis socialmente: maiores taxas de analfabetismo, desemprego, menores salários, condições de sobrevivência e IDH precários. Além disso, estão entre os que mais morrem por violência policial ou envolvimento no crime – Tráfico, Facções etc.

Contudo, sabe-se também que a maioria dos negros das comunidades pobres são trabalhadores que não aderem à criminalidade. E os que estão entre os que mais morrem por violência policial, ao mesmo tempo, estão entre os que mais matam e cometem crimes, porém ninguém deve ser inocentado ou criminalizado pela cor da pele, mas com base nos seus atos diante da Lei.

Dessa forma, faz-se necessário aprimoramento não só técnico e tático na formação policial, mas também em inteligência emocional, pois seguindo hostilizados em muitas comunidades, não será tarefa fácil conquistar a confiança e respeito (perdidos por décadas) em razão de inúmeras ações truculentas, reflexos de certa ineficiência do Estado e disfuncionalidade na segurança pública.

Conquanto seja dever de ofício o combate ao crime e ação enérgica contra criminosos, urge inteligência emocional e proficiência operacional para que, em nome do combate ao crime, o Estado não cometa novos crimes contra inocentes.

Embora não se possa fragilizar as forças policiais na luta contra a criminalidade, é preciso rigor também frente aos crimes de colarinho-branco e brancos ricos que encontram brechas na lei através de advogados caros que os defendem, enquanto muitos negros pobres nem sabem o que é um Habeas-Corpus ou seus direitos básicos respaldados na Constituição ou Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A existência do pecado atesta: longa é a jornada na desconstrução da imagem da polícia como "vilã" ("assassina de negros"), mas tal como os esforços estratégicos na redução de erros operacionais e busca incessante pelo fim de mortes injustas são essenciais, um caminho mais curto a ser percorrido nesse objetivo são policiais rendendo-se a Cristo e tornando-se tanto uma muralha de guerra contra o crime quanto uma ponte que promove paz entre sociedade e policiais.

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Fonte: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-papel-do-policial-cristao-ou-nao-na-em-prol-dos-direitos-humanos-e-contra-o-racismo

quinta-feira, 10 de março de 2022

Por quê há sofrimento no mundo se Deus é soberano? Pastor John Piper responde

10.03.2022

Do portal GOSPEL MAIS,09.03.22

Por  Tiago Chagas 

John Piper: “O coronavírus é um alerta de Deus para nos preparar para a  volta de Cristo” - Guiame 

A guerra na Ucrânia e episódios de desastres e injustiça levam muitos cristãos a duvidarem da soberania de Deus, uma vez que o sofrimento humano é inerente a situações como essas. O pastor John Piper foi questionado sobre o tema e ofereceu algumas reflexões.

A pergunta enviada a Piper em seu podcast foi feita por um ouvinte que optou por não se identificar, e o pastor optou por chama-lo de “homem ferido”, já que os acontecimentos do mundo o deixaram triste.

Em seu e-mail ao podcast Desiring God, o “homem triste” desabafou com o pastor, expressando sua frustração também com as situações enfrentadas pelos Estados Unidos sob o governo de Joe Biden e o crescimento do aborto no país, que atualmente é endossado

“Para ser totalmente sincero e honesto, eu me esforço para acreditar que o Senhor está governando completamente seu mundo hoje. É impossível acreditar, simplesmente por tudo o que estamos vendo. […] Não apenas nossa nação entrou em um caminho escorregadio de autodestruição imoral, mas nossa economia está vacilando. A dívida nacional está subindo rapidamente. Os nascituros são massacrados diariamente. As taxas de homicídio na América estão aumentando”, comentou.

“Em Chicago, a taxa de criminalidade aumentou tanto que estou começando a acreditar que é mais seguro no Iraque ou no Afeganistão do que no South Side. A maioria das crianças dorme debaixo da cama com medo de se tornarem vítimas de violência armada”, acrescentou.

O “homem triste” também lamentou suas próprias mazelas: “As lutas também nos atingiram, uma família de quatro pessoas. Temos um filho nascido com TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade], e isso criou uma vida de pura frustração, dor, tristeza e às vezes até desespero”, escreveu.

“Uma noite, enquanto tentava fazer sua lição de casa, ele me disse: ‘Pai, eu odeio ir à escola. Até os professores zombam de mim. Eu odeio o TDAH e esse medicamento que me deixa doente do estômago’. Pastor John, se Deus está no comando, por que há tanto sofrimento ao redor?”, questionou.

A resposta

Em sua resposta, Piper observou uma “afirmação dolorosa” feita pelo autor da pergunta: “Ele disse que é impossível acreditar que Deus está governando completamente o mundo de hoje. E eu oro para que Deus torne essa crença possível novamente”, disse.

O pastor pontuou que já respondeu perguntas semelhantes, mas acredita ser realmente necessário abordar o tema novamente, e citou a série documental Pain, Pus, and Poison (“Dor, pus e veneno”, em tradução livre), que trata da descoberta da penicilina.

“No segundo episódio, fala sobre o surgimento dos antibióticos no século 20. Fiquei impressionado ao pensar que milhares de pessoas definharam com as doenças mais terríveis sem intervenção médica”, introduziu.

Piper relata que o documentário mostra fotos de pessoas morrendo de infecções horríveis e crianças pequenas cobertas de feridas, com varíola, enquanto mães abanavam as moscas delas, esperando a morte de seus filhos: “Eu pensei: ‘E se fosse comigo?’ E isso aconteceu milhões de vezes na história do mundo”, refletiu.

“A maioria de nós ocidentais foi poupada de qualquer contato imediato com as formas mais horríveis, medonhas e repugnantes de infecção, desfiguração e dor lancinante. Por isso, quando vemos as imagens, perguntamos: ‘o que o Senhor está fazendo? O que está dizendo? O que isso significa?’”, declarou.


“Eu entendo a pergunta desse homem. E entendo a mesma pergunta vinda de milhares de outras pessoas que sofrem com eventos inimagináveis que as levam até à incredulidade”, reconheceu.

A vida no mundo contemporâneo não tem sido fácil, admitiu o pastor, ponderando, no entanto, que tempos piores já foram enfrentados pela humanidade. Piper resgatou o dado histórico que aponta para 300 milhões de mortes entre 1900 e 1977 por causa da varíola: “E hoje as pessoas não morrem de varíola ou poliomielite”.

“O problema com o sofrimento não é que o mundo piorou. Sim, é muito ruim, mas por milhares de anos, o mundo viveu muito pior do que é hoje em termos de sofrimento”, comparou.

Franqueza

“Nesse pensamento, eu, John Piper, continuo crente diante do pequeno sofrimento ao qual fui exposto, direta e indiretamente, vendo imagens de um documentário que é de tirar o fôlego”, afirmou o pastor, adicionando observações bíblicas que apontam à origem do sofrimento humano.

“Fico surpreso ao ver como a Bíblia é franca, aberta, direta e chega até ser sangrenta quando relata os julgamentos de Deus sobre o mundo. A Bíblia não se esquiva de nenhum horror ou injustiça neste mundo”, adicionou o pastor.

“Só fará sentido se abraçarmos a realidade bíblica. O ser humano pecou contra Deus e é por isso que vivemos séculos de sofrimento global. Não tem a ver com os pecados de cada um, individualmente, estou falando sobre Romanos 8:20-23”, mencionou.

A derradeira observação do pastor foi o plano da Salvação: “Deus enviou Jesus. O Santo Filho de Deus desceu à degradação e tortura de uma crucificação romana. Esse sofrimento é suficiente para cobrir todo o ultraje de todos os pecados de todos os que creem”.

“Portanto, todos os que crerem terão a vida eterna; todos os que crerem terão alegria eterna. Deus mostra seu amor por nós em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores [Romanos 5:8]. Portanto, não afirmo que tal fé seja simples ou fácil. É um dom. Através desse dom estou testemunhando porque ainda sou um cristão”, encerrou.

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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/sofrimento-mundo-soberania-deus-john-piper-152464.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

5 razões pelas quais adolescentes precisam de teologia

05.09.2019
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO,03.09.19 
Por Jaquelle Crowe


O mundo pode ser muito confuso para os adolescentes. Estamos crescendo em um contexto de mudança moral, em que os desafios mais urgentes e os críticos culturais em destaque estão sempre mudando e em conflito. Nós vemos escândalos, terrorismo, Trump, nova ética sexual e intensas tenções raciais. Então, pensamos: o que devo pensar sobre tudo isso?
A sociedade secular dá suas respostas, que nunca são compatíveis com cosmovisão cristã.
Eu vejo uma melhor ferramenta para encontrar respostas para as perguntas dos cristãos adolescentes, como eu: teologia.

Por que teologia para adolescentes?

Tenho certeza que você sabe o que teologia é. Mas, às vezes, as pessoas têm visões obscurecidas de algumas palavras por causa de experiências passadas. Quero que saiba que estou falando da mais simples definição de teologia: o estudo sobre Deus.
Como seguidora de Jesus, eu acredito que estudar o caráter de Deus é o que os adolescentes precisam para encararmos nosso terrível e complicado mundo.  Isso é o que nos dará esperança para lidarmos com nosso futuro, tendo um firme comprometimento com a verdade de Deus.
Deixe-me explicar como a teologia responde nossas grandes questões e vai ao encontro de nossas maiores necessidades. Claro, isso será apenas um breve começo, mas já é o primeiro passo.

1. Estudar a justiça de Deus nos equipa para fazermos o que é certo

Na Palavra de Deus, nós descobrimos que Deus odeia o mal (Zacarias 8.16-17) e ama a verdade. Ele se importa com os oprimidos e desamparados. Ele valoriza todas as vidas.
Saber do caráter de Deus dá aos adolescentes a direção de como fazer justiça também. Faz com que nós lutemos pelos oprimidos e sem voz, e falemos contra a injustiça que vemos. Mostra a importância de nos colocarmos sob as autoridades levantadas por Deus – nossos pais, pastores, professores e governantes. E isso alimenta nossa obediência à palavra de Deus, como padrão último de justiça.

2. Estudar o amor de Deus nos dá a base para nossos relacionamentos

Deus ama seu povo incondicionalmente (Neemias 1.5; João 16.27). Ele não demonstra favoritismo, e seu amor nunca é egoísta. Nem pode ser parado e não se esgota, pois ele é imerecido.
Conhecer o caráter de Deus compele os adolescentes a amarem ao próximo, por causa do amor de Deus por nós. Ele nos compele a amarmos aqueles que são difíceis de serem amados – desde o Estado Islâmico aos que fazem bullying na escola -, mesmo que odiando o pecado. Ele nos compele a lutar contra o racismo, sexismo e outros “ismos” que minam o valor inerente de todos os seres humanos. Ele nos compele a termos compaixão e misericórdia.

3. Estudar a santidade de Deus revela quem nós somos e qual é o nosso propósito

Uma vez que Ele é supremamente perfeito e totalmente separado de nós (2 Samuel 22.31), Deus odeia o pecado (Amós 6.8). Agarrar a beleza de sua santidade, ajuda os adolescentes entenderem o nosso próprio pecado e a necessidade de estarmos constantemente lutando contra ele. Dá-nos uma perspectiva mais bíblica e realista do mundo. Ela nos leva a nos arrependermos de nossos pecados e procurarmos prestarmos conta aos mais velhos e mais sábios. Ela também demonstra para nós como buscar ativamente a santidade – nas mídias sociais, na escola, no trabalho, com os pais e amigos e em todas as esferas da vida.

4. Estudar a soberania de Deus nos dá a resposta em meio à confusão cultural

Deus não é caótico, caprichoso e imprevisível; ele está no perfeito controle do universo (Atos 2.23). Saber dos atributos de Deus, faz com que os adolescentes não cresçam desanimados com o mundo. Quando a política parece sem esperança, quando os terroristas atacam ou quando tiramos uma nota injusta, nós adolescentes podemos nos contentar nessas circunstâncias, pois Deus reina. Quando perguntamos “Por que isso está acontecendo comigo?” ou “Será que Deus se importa com minha vida?”, sua soberania é a nossa resposta. C.S. Lewis explicou bem isso:
“Agora eu sei, Senhor, porque não me respondes. És a própria resposta. Perante tua face, as dúvidas desaparecem. Haveria outra resposta que satisfizesse?”

5. Estudar a bondade de Deus nos conforta quando sofremos

Deus não é mal. Ele não é um estraga prazeres, brincando com nossas vidas, como em um cruel jogo de tabuleiro (Marcos 10.18). Ele é completamente bom, totalmente amável, e, sempre, faz o que é certo e o que é melhor para nós.
Conhecer o caráter de Deus dá aos adolescentes uma rocha firme para a fé, durante o sofrimento. Adolescentes podem ter paz sobre o futuro incerto. Podemos ter certeza da nossa salvação e combater as pressões que as dúvidas trazem. Podemos confiar em Deus em nossas confusões, problemas e falhas com uma segurança inabalável de sua bondade.

Ensina-nos o que precisamos

Eu tenho 18 anos. Estudei e fui ensinada sobre teologia durante toda a minha vida. Isso me forneceu algumas coisas: um rico relacionamento com Deus; um relacionamento mais forte e submisso com meus pais; um discernimento maior nos relacionamentos com meus amigos; uma abordagem mais edificante às mídias sociais; um desejo zeloso em fazer meu melhor na escola; uma cosmovisão bíblica; uma maior visão sobre o meu futuro; uma maior paixão por seguir a Deus, custe o que custar.
Eu quero essa vida para todos os adolescentes, e eu acredito que você também. Então, pais, pastores, líderes de mocidade, membros da igreja, por favor, ensinem teologia para nós. Mais do que qualquer coisa, nós precisamos conhecer a Deus. Ele é a resposta para as nossas dúvidas, a solução para nossos problemas, o único que merece nossa adoração e confiança.
Nós precisamos dele, o que significa que precisamos ser ensinados sobre ele.
O que significa que precisamos de teologia.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

As heresias e a política: C. S. Lewis em tempo de eleição

08.11.2018
Do portal ULTIMATO ON LINE, 15.10.18
Por Paulo Ribeiro


Uma das tentações mais “eficientes” e, talvez, a mais usada nas nossas escolhas, especialmente em tempo de eleições, é a redução do bem ou do mal à apenas um aspecto. E, é nesse contexto, que aparecem as heresias morais mais comuns.

C. S. Lewis lutou contra muitas dessas heresias morais. Por exemplo:

Moralismo: A idolatria da bondade moral como a coisa mais importante.
Subjetivismo: A redução da bondade ou da maldade à subjetividade.
Positivismo: A redução dos valores de bondade ou maldade a uma escolha humana.
Relativismo cultural: A redução da bondade e da maldade a um lugar ou cultura.
Emotivismo: A redução da bondade ou maldade às emoções.
Utilitarismo: A redução da bondade à utilidade ou eficiência.
Hedonismo: A redução da bondade ao prazer.
Pragmatismo: A associação da fraqueza à bondade e do poder à maldade.
Cinismo: A negação da existência da bondade humana.
Nominalismo: A redução da bondade à tradição.
Secularismo: A redução do bem ao meramente material.

E Lewis também lutou contra outras heresias. Por exemplo:

Esnobismo: Cronológico: só vale o que é novo. 
Militarismo e o Patriotismo Irracional: meu país sempre, certo ou errado.
Fundamentalismo: A redução da bondade à obediência às doutrinas religiosas.

Lewis também promoveu o debate Socrático, rejeitou a superioridade da elite intelectual e política, e encorajou uma reflexão profunda das coisas que levam em conta tanto a observação teórica como o envolvimento prático com a realidade.

Nas Cartas do Diabo, C.S. Lewis observa que os Cristãos cometem dois erros opostos com relação aos espíritos malignos. Um erro é tratar esses espíritos como uma forma de superstição e o outro é se tornar obcecado, achando que tudo está relacionado com eles. E este sentimento é transportado para política. Para uns a política é coisa demoníaca e deve ser evitada. Para outros, a política – a cada eleição –, é sua única esperança e a ela se entregam de todo o seu coração.

Enfim, são muitos os desafios da política para os cristãos, especialmente com as “cruzadas” que envenenam o ambiente, demonizam os adversários e, quase sempre, reduzem as campanhas a um ou outro “problema específico”.

Política também não é algo para ser tratado com as emoções. É mais como educar uma família ou dirigir um negócio – requer compromissos de longo prazo. Não é uma “disputa” para ver quem ganha mais, mas um meio para trazer justiça, dignidade e proteção à vida humana – do berço à sepultura.

É preciso cuidado com as heresias. Elas podem nos levar a decisões catastróficas.

Leia mais



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Fonte:https://www.ultimato.com.br/conteudo/as-heresias-e-a-politica-c-s-lewis-em-tempo-de-eleicao

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Cosmovisão – o que é?

01.06.2018
Do blog COMADEPLAN - BÍBLIA ON LINE
Por João R. Weronka

cosmovisao o que e

Todo ser humano possui uma cosmovisão. Talvez você já tenha lido esta palavra em algum lugar ou mesmo ouvido algo sobre o assunto, mas não tem a menor ideia do significado deste termo. Mas saiba que mesmo assim, mesmo sem saber o que é isso, você possui uma cosmovisão.

Aquilo que cada pessoa é, o que defende, o que vive, é resultado da cosmovisão que permeia sua vida. Em nosso caso específico, vivemos de acordo com a Cosmovisão Cristã (um desdobramento da Cosmovisão Teísta).

Como a humanidade é diversificada ao extremo, nos mais distintos aspectos, existe uma gama muito variada de cosmovisões. Para todo e qualquer cristão ser mais eficiente no cumprir da Grande Comissão (Mt 28:19-20), é importante conhecer as premissas que caracterizam e diferenciam as variadas cosmovisões existentes. Para aquele que enxerga na apologética uma ferramenta útil para a propagação do Evangelho, o discernimento das cosmovisões é essencial.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/fe-crista-e-fake-news/

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Filme sobre Gênesis promete desconstruir teoria de Darwin

16.11.2017
Do portal CPADNEWS, 14.11.17
Por Gospel Prime, com informações CBN

 `Evolução é o maior mito imposto na mente das pessoas´, prega docudrama  

Filme sobre Gênesis promete desconstruir teoria de Darwin

Uma nova produção cinematográfica cristã estreou esta semana nos Estados Unidos. “Genesis: Paradise Lost” [Gênesis: Paraíso Perdido]. O longa é um docudrama, ou seja, um documentário que combina animação computadorizada com comentários de eruditos da Bíblia para contar a história da criação.
“Queremos colocar o levar o expectador de volta para aquela época, como se estivesse lá”, explica o apologeta Ken Ham, fundador e presidente do ministério Respostas em Gênesis e idealizador do parque temático Encontro da Arca.
Ham espera que o filme sirva para alcançar pessoas que talvez nunca tenham ouvido a história bíblica da criação e a levado a sério. Para o apologeta, a produção poderá ajudar a reverter alguns dos danos causados pelo pensamento secular sobre o surgimento da vida no planeta.
“Durante gerações nossas crianças ficaram reféns de um sistema educacional que lhes diz que viemos dos macacos e que não há Deus”, desabafa.
Genesis: Paradise Lost por enquanto só está disponível em inglês. Não há previsão para seu lançamento no Brasil.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/universo-cristao/42111/filme-sobre-genesis-promete-desconstruir-teoria-de-darwin.html

sábado, 21 de janeiro de 2017

A importância da leitura para o alicerce da fé cristã

21.01.2017
Do blog COSMOVISÃO CRISTÃ, 21.11.16
Por Valdir Nascimento*

As pessoas que desejam ter uma fé sólida e aprender a defender consistentemente as doutrinas do Cristianismo precisam desenvolver o hábito da leitura. Embora as Escrituras Sagradas sejam, como já disse, a fonte primária da defesa da fé cristã, os livros – de bons autores – servem como guias e nos ensinam a entender melhor alguns pontos da fé cristã, lançando luz sobre questões bíblicas complexas e, por via de consequência, contribuindo para uma boa formação apologética.
Infelizmente o brasileiro lê pouco. Não obstante o analfabetismo tenha recrudescido em nosso país nos últimos anos, o hábito de leitura ainda é tímido. A questão é que muitos dos nossos compatriotas foram do analfabetismo à TV sem passar na biblioteca[1]. O brasileiro lê, em média, 1,8 livro/ano. Um estudo realizado em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro apontou que 74% da população brasileira, entre 16 e 64 anos de idades, não sabem ler ou possuem muita dificuldade em entender o que leem[2]. Em 2011, o Instituto Pró-Livro apontou que em 2007 55% da população era considerada leitora (havia lido pelo menos um livro, inteiro ou em partes, nos três meses anteriores à pesquisa). Já em 2011 o índice diminuiu para 50% da população.
Sobre o ambiente religioso, Altair Germano também adverte em seu livro O cristão e o hábito da leitura que “o líder cristão ainda não reconhece no ato de ler o seu valor para o desenvolvimento intelectual, adequação de comportamentos à nova realidade cultural e social, sem falar da possibilidade de conduzir a igreja, o ministério ou grupo que lidera a um processo de desenvolvimento e entendimento a realidade”, o que segundo ele produziria uma igreja mais atuante, conhecedora dos grandes desafios deste século e capaz de adequar suas práticas ao novo contexto[3].
Não podemos generalizar. Muitos líderes cristãos compreendem o valor e a importância do ato de ler para o crescimento intelectual e espiritual da igreja. Mas, poucos incentivam ou idealizam algum programa em suas congregações com o objetivo de disseminar esse hábito. A criação de pequenas bibliotecas no ambiente da igreja seria uma importante ação eclesiástica, que certamente beneficiaria a vida de muitos crente, inclusive jovens.
É preciso reacender em nossas igrejas o apreço pela leitura, afinal, ela é ingrediente vital no processo de tomada de consciência e até mesmo fervor espiritual. Em seu livro, Altair Germano demonstra como a leitura foi importante no Antigo e Novos Testamentos, entre os pais da igreja, na Reforma Protestante, nos períodos de reavivamento e das missões modernas.
Altair Germano escreve:
“Os benefícios da leitura, uma vez revelados, poderão influenciar positivamente na tomada de consciência sobre a necessidade de ler. O interesse pela leitura tende a crescer quando se sabe que, além da emancipação crítica e da autonomia como indivíduo, o hábito de leitura proporciona o desenvolvimento intelectual, o enriquecimento do vocabulário, a fluência verbal, a apropriação dos bens culturais, a informação e o conhecimento, a saúde emocional e psíquica, o estímulo e saúde mental e comunhão com as grandes mentes”.[4]
No clássico A vida intelectual, A.D. Sertillanges propõe que a leitura é o meio universal para o aprendizado, e é a preparação próxima e remota para a produção. Ele escreveu:
“Nunca pensamos isoladamente: pensamos em sociedade, em colaboração imensa; trabalhamos com os trabalhadores do passado e do presente. Graças à leitura, pode comparar- se o mundo intelectual a uma sala de redacção ou repartição de negócios, onde cada qual encontra no vizinho a sugestão, o auxílio, a crítica, a informação, o ânimo de que carece. Portanto, saber ler e utilizar as leituras, é necessidade primordial que o homem de estudo não deve esquecer”.[5]
Quando lemos, nos beneficiamos da pesquisa e do conhecimento de pensadores do presente e do passado. Eles abrem nossas mentes, instrui nosso pensamento e nos fornecem informações valiosas. Nesse sentido, Sertillanges vai dizer que o contato com escritores geniais nos faz granjear vantagens imediatas de elevar-nos a um plano alto; somente pela sua superioridade eles conferem um benefício sobre nós mesmos antes que nos ensinem alguma coisa[6].
Quanto à forma de leitura, cabe aqui dois conselhos: um de Sertillanges e outro de C. S. Lewis.
Sertillanges dizia que embora a leitura seja importante, ela deve ser feita na quantidade adequada. Por isso, ele diz: Leia pouco!. Esse conselho parece paradoxal, já que estamos falando da importância e da necessidade de leitura. Mas o que Sertillanges tem em mente é a qualidade da leitura, e nem tanto a quantidade. Ele diz que a leitura deve ser feita com inteligência, pois
“(…) a leitura desordenada não alimenta, entorpece o espírito, torna-o incapaz de reflexão e concentração e, por conseguinte, de produção; exterioriza-o no seu interior, se assim se pode dizer, e escraviza-o às imagens mentais, ao fluxo e refluxo das ideias que ele se limita a contemplar na atitude de simples espectador. É embriaguez que desafina a inteligência e permite seguir a passo os pensamentos alheios e deixar-se levar por palavras, por comentários, por capítulos, por tomos.
A série de excitações assim provocadas arruína as energias, como a constante vibração estraga o aço. Não esperemos trabalho verdadeiro de quem cansou os olhos e as meninges a devorar livros; esse encontra-se, espiritualmente, em estado de cefalalgia, ao passo que o trabalhador, senhor de si, lê com calma e suavidade somente o que quer reter, só retém o que deve servir, organiza o cérebro e não o maltrata com indigestões absurdas”. [7]
Por seu turno, o conselho de Lewis é o seguinte: Leia livros antigos. Ele dizia que depois de ler um livro novo, “nunca se permitir outro novo até que se leia um antigo entre os dois. Se isso for demais para você, então leia um velho pelo menos a cada três novos”. Lewis não está menosprezando os livros novos. Ele diz que devemos contrabalancear nossas leituras com livros novos e livros antigos – os clássicos da literatura. Nañez captou essa mesma ideia ao afirmar que somente depois de apreciar os mestres da prosa e poesia do passado, consegue-se meditar a qualidade de obras mais recentes. Ele nos incentiva a deleitarmos em Cícero, Calvino, Dickens, Dillard, Dostoievski; partir o pão com Buechner, Burroughs, experimentar Tolstói ou Newman, Carnell ou Merton, O’Connor ou Chesterton. Poderia acrescentar Jacob Armínio, Agostinho, Tomás de Aquino, John Bunyan e muitos outros. Não levará muito tempo e então perceberemos, diz Nañez, a profundidade marcante de autores e reconhecer o abismo significativo que separa a literatura cristã popular de hoje do concentrado de informações espirituais e cognitivas das penas de antigamente.[8]
O Cristão e a Universidade
Fonte: Nascimento, Valmir (O Cristão e a Universidade, CPAD, 2016).
Referências
[1] SOEIRO, Rafael. Por que o brasileiro lê pouco. Disponível em http://super.abril.com.br/cultura/brasileiro-le-pouco-610918.shtml. Acesso em 14 de janeiro de 2015.
[2] GERMANO, Altair. O líder cristão e o hábito da leitura. CPAD: Rio de Janeiro, 2011, p. 12.
[3] GERMANO, Altair, 2011, p. 12.
[4] GERMANO, Altair, 2011, p. 86.
[5] SERTILLANGES, A.D. A vida intelectual. Cópia disponível na internet. p. 48.
[6] SIRE, James, 2005, p. 203.
[7] SERTILLANGES, A.D. A vida intelectual. Cópia disponível na internet. p. 48.
[8] NÃNEZ, Rick, 2007, p. 342.
*Valmir Nascimento. Jurista e teólogo. Mestrado em Teologia. Professor universitário. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD.
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Fonte:https://comoviveremos.wordpress.com/2016/11/21/a-importancia-da-leitura-para-o-alicerce-da-fe-crista/

sábado, 14 de janeiro de 2017

A COSMOVISÃO CRISTÃ E O SECULARISMO:O desafio da transmissão da fé

14.01.2017
Do portal ULTIMATO ON LINE, 05.01.17
Por  Ricardo Barbosa de Sousa*

Duas pesquisas feitas há pouco tempo, uma nos Estados Unidos e a outra no Canadá, mostram que entre 60 a 70% dos jovens que cresceram na igreja se afastam da fé e da instituição religiosa no início da fase adulta, e metade deles não reconhecem a tradição religiosa em que foram criados, considerando-se ateus ou agnósticos. As razões para o abandono da fé e da igreja são várias e, de certa forma, complexas.

Muitos jovens entrevistados admitiram que, em algum momento, começam a questionar o significado da fé e da Igreja. Isso deve nos levar a refletir sobre a credibilidade da fé cristã. Estudiosos definem a secularização como o processo por meio do qual as instituições religiosas, bem como o pensamento religioso perdem sua relevância social. Porém, antes de perder a relevância social, perde-se a relevância pessoal da fé. A pergunta que devemos nos fazer é: “Quão pessoal é nossa fé?”. Se os cristãos conseguirem reconquistar o valor pessoal da fé, decerto reconquistarão sua credibilidade.

Não basta termos instituições sofisticadas, dinâmicas e funcionais, precisamos de mais que isso. Precisamos de uma fé viva, de corações aquecidos pela verdade do evangelho, da alegria de Cristo que se expressa na serenidade e segurança de um relacionamento pessoal e profundo com Deus. Precisamos também da transcendência que nos leva a olhar para além do nosso mundo reduzido e limitado.

Diante do desafio de transmitir a fé para novas gerações, precisamos considerar com seriedade três dimensões que demonstram a natureza pessoal de nossa fé em Cristo. A primeira é a necessidade de sermos intelectualmente íntegros. Os cristãos têm o compromisso de argumentar e falar em favor da verdade. Muitos jovens abandonam a fé porque encontram respostas evasivas aos grandes questionamentos, o que os leva a uma crise de confiança. O compromisso com a integridade intelectual exige de nós uma mente cristã e a disposição de pensar, de forma honesta, com nossos jovens, sobre qualquer assunto que envolva sua fé em Cristo.

A segunda é a necessidade de sermos moralmente íntegros. A fé cristã requer de nós uma coragem moral como expressão do caráter transformado que experimentamos em Cristo. Os escândalos envolvendo líderes cristãos, o moralismo de uns e o silêncio de outros nos grandes temas éticos e morais, têm provocado nas novas gerações um enorme descrédito em relação ao significado da fé.

A terceira é a necessidade de sermos espiritualmente íntegros. A fé cristã é um chamado para nos relacionarmos com a Trindade -- Pai, Filho e Espírito Santo. O convite de Jesus para segui-lo envolve estar com ele e não somente aprender com ele. Não podemos viver constantemente agitados e inquietos, uma vez que a justificação é um presente da graça de Deus a nós. Muitos jovens abandonam a fé porque se cansam do pragmatismo agitado, que não os inspira a uma vida de devoção. A prática da oração e da meditação e expressiva na vida daqueles que amam a Deus de todo o coração e alma.

A fé no Deus vivo da Bíblia, no Deus de nossos pais, só pode ser abraçada num relacionamento pessoal e íntegro com ele. A transmissão da fé se dá de coração para coração. É lamentável que muitos jovens estejam abandonando a fé por causa da hipocrisia de seus líderes, da superficialidade consumista de seus pais, do pragmatismo tecnológico de suas igrejas, da ausência de respostas honestas a seus dilemas e dúvidas. O sábio diz que “não havendo profecia, o povo se corrompe” (Pv 29.18). Sem uma visão clara de quem somos e para onde desejamos ir, sem a consciência de que somos um povo peregrino em terra estranha, caminhando em direção à terra que Deus nos prometeu, seremos facilmente absorvidos pela cultura que nega seu passado e não tem proposta alguma para o futuro.

*Ricardo Barbosa de Souza,é pastor plebisteriano.

Nota: Texto publicado originalmente na edição 362 da revista Ultimato.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-desafio-da-transmissao-da-fe