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terça-feira, 1 de abril de 2025

Esboço do Evangelho de Lucas

01.04.2025
Postado pelo pastor Irineu Messias

1. Introdução e Propósito (Lucas 1:1-4)

  • Lucas escreve a Teófilo para fornecer um relato ordenado da vida de Jesus.
  • Demonstra cuidado histórico e teológico, baseado em testemunhas oculares.

2. Nascimento e Infância de Jesus (Lucas 1:5–2:52)

  • Anúncio do nascimento de João Batista e Jesus (1:5-56).
  • O cântico de Maria e a profecia de Zacarias (1:46-55, 67-79).
  • Nascimento de Jesus em Belém (2:1-20).
  • Apresentação no Templo e sabedoria de Jesus na infância (2:21-52).

3. Preparação para o Ministério (Lucas 3:1–4:13)

  • Ministério de João Batista e batismo de Jesus (3:1-22).
  • Genealogia de Jesus (3:23-38).
  • Tentação no deserto (4:1-13).

4. Ministério na Galileia (Lucas 4:14–9:50)

  • Jesus rejeitado em Nazaré (4:14-30).
  • Milagres e ensinamentos (cura do paralítico, chamado de Levi, etc.) (5:1–6:49).
  • Sermão da Planície (6:20-49).
  • Cura do servo do centurião e ressurreição do filho da viúva (7:1-17).
  • Parábolas (semeador, bom samaritano) e confissão de Pedro (8:4–9:20).

5. Jornada para Jerusalém (Lucas 9:51–19:27)

  • Missão dos setenta e parábola do bom samaritano (10:1-37).
  • Ensino sobre oração (Pai Nosso) e advertências (11:1–12:59).
  • Parábolas do Reino (grão de mostarda, festa de casamento, filho pródigo) (13:18–15:32).
  • Encontro com Zaqueu e parábola das dez minas (19:1-27).

6. Paixão, Morte e Ressurreição (Lucas 19:28–24:53)

  • Entrada triunfal em Jerusalém (19:28-44).
  • Conflitos com líderes religiosos e discurso escatológico (20:1–21:38).
  • Última Ceia e prisão (22:1-53).
  • Julgamento, crucificação e morte (22:54–23:56).
  • Ressurreição e aparições (24:1-49).
  • Ascensão de Jesus (24:50-53).

5 Questões Reflexivas

  1. Como o cântico de Maria (Magnificat) revela o caráter do Reino de Deus?
  2. Por que Jesus enfatizou tanto a compaixão pelos marginalizados (como na parábola do bom samaritano)?
  3. O que a ressurreição do filho da viúva de Naim ensina sobre o poder e a sensibilidade de Jesus?
  4. Como a jornada para Jerusalém (Lc 9:51) reflete o propósito messiânico de Jesus?
  5. De que forma a ascensão de Jesus complementa a mensagem do Evangelho de Lucas?

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sábado, 3 de agosto de 2024

O encontro profundo de Jesus e os discípulos no caminho de Emaús

03.08.2024


Desvendando as Escrituras e a Promessa da Ressurreição

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús é uma narrativa profunda e atemporal que continua a cativar os crentes através das gerações. Registrado no Evangelho de Lucas, este encontro é rico em revelações e mensagens de esperança que transcendem os limites do tempo e do espaço. À medida que nos aprofundamos nesta passagem notável, descobriremos os significados mais profundos e as percepções transformadoras de vida que têm o poder de mudar nossas próprias jornadas espirituais.

A Revelação das Escrituras

Enquanto os dois discípulos, cujos nomes não são explicitamente mencionados, caminhavam a jornada de 12 quilômetros de Jerusalém a Emaús, eles estavam profundamente envolvidos em uma conversa, discutindo os eventos recentes em torno da crucificação de Jesus. Sem que eles soubessem, o próprio Senhor ressuscitado se juntou à companhia deles, embora seus olhos estivessem "impedidos de reconhecê-lo" (Lucas 24:16).

Jesus, em sua infinita sabedoria, aproximou-se dos discípulos e perguntou sobre a natureza da discussão deles. Sentindo a tristeza e confusão deles, ele gentilmente sondou: "Que conversa é essa que vocês estão mantendo um com o outro enquanto caminham?" (Lucas 24:17). Os discípulos, surpresos pela aparente falta de conhecimento desse estranho, explicaram os eventos que se desenrolaram em Jerusalém, incluindo a crucificação de "Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo" (Lucas 24:19).

É neste ponto que Jesus, o mesmo sobre quem eles estavam discutindo, revelou o verdadeiro significado das Escrituras para eles. Ele disse: "Ó néscios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Não era necessário que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?" (Lucas 24:25-26). Começando com Moisés e todos os profetas, Jesus expôs a eles as passagens que falavam do Messias e da necessidade de seu sofrimento e glória.

Este momento profundo de revelação bíblica foi uma experiência transformadora para os discípulos. Enquanto ouviam atentamente, seus corações estavam "ardendo dentro deles" (Lucas 24:32), uma indicação clara de que o Espírito Santo estava trabalhando, iluminando seu entendimento e mexendo com suas almas. Os discípulos não estavam mais apenas relatando os eventos; eles agora estavam compreendendo o significado mais profundo da vida, morte e ressurreição de Jesus, conforme predito nas Escrituras.

A Reverência de José de Arimatéia

Antes de nos aprofundarmos mais no encontro de Emaús, é importante reconhecer o papel fundamental desempenhado por José de Arimatéia, um membro do senado, após a crucificação de Jesus. Os Evangelhos registram que José, um seguidor secreto de Jesus, corajosamente foi até Pôncio Pilatos e solicitou o corpo de Jesus para um sepultamento apropriado (Marcos 15:43-46).

Em um ato notável de reverência, José envolveu o corpo de Jesus em um pano de linho fino e o colocou em seu próprio túmulo recém-cavado (Mateus 27:57-60). Esse gesto tem um significado profundo, pois o uso de linho fino e a colocação em um túmulo privado eram tipicamente reservados para a realeza. As ações de José reconheceram a realeza celestial de Jesus, o Messias, e seu legítimo lugar de honra.

A presença das mulheres, Maria Madalena e a outra Maria, que observaram o sepultamento, ressalta ainda mais a importância deste momento. Seus olhos atentos testemunharam o cuidado e o respeito com que o corpo de Jesus foi manuseado, um testamento da devoção e fé daqueles que o seguiram.

A Promessa da Ressurreição

Enquanto os discípulos continuavam sua jornada para Emaús, o Senhor ressuscitado continuou a se revelar a eles de maneiras profundas. Ao chegarem ao seu destino, os discípulos insistiram para que Jesus ficasse com eles, pois "já é tarde e o dia já está quase terminando" (Lucas 24:29). Foi na intimidade dessa refeição compartilhada que Jesus foi finalmente reconhecido pelos discípulos, quando ele pegou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu a eles (Lucas 24:30).

O significado deste momento não pode ser exagerado. Os olhos dos discípulos foram abertos, e eles reconheceram o Cristo ressuscitado na partilha do pão. Este ato simbólico, tão familiar a eles de seu tempo com Jesus, serviu como um lembrete tangível de sua presença e da promessa de seu retorno.

Além disso, o detalhe dos panos de linho cuidadosamente dobrados deixados para trás no túmulo (João 20:6-7) tem um significado profundo. Na cultura judaica daquela época, a maneira como um servo deixava a mesa após uma refeição era uma indicação clara das intenções do mestre. Se o servo deixasse o pano amassado, significava que o mestre havia terminado e não voltaria. No entanto, se o pano estivesse cuidadosamente dobrado, ele transmitia a mensagem de que o mestre voltaria.

Ao deixar os panos de linho de forma tão ordenada, Jesus estava enviando uma mensagem poderosa aos seus discípulos: ele retornaria. A ressurreição não era o fim, mas o começo de uma nova era, uma promessa de esperança e restauração que transformaria as vidas de todos os que cressem.

Encontrando Jesus em nossas próprias jornadas

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús ressoa profundamente com os crentes de hoje, pois fala da experiência humana de encontrar a Deus em meio as jornadas da nossa vida. Como os dois discípulos, nós também podemos nos encontrar caminhando por tempos de incerteza, confusão ou até mesmo desespero, lutando com os desafios e provações que a vida apresenta, e Jesus assim como foi ao encontro daqueles discípulos Ele também quer encontrar você nos caminhos da sua vida. E isto Ele fazendo agora no momento em que você lê este artigo.

Portanto, assim como Jesus se juntou aos discípulos em seu caminho, ele está sempre presente em nossas próprias vidas, procurando para se revelar a nós de maneiras inesperadas. Seja por meio da iluminação das Escrituras, da comunhão dos crentes ou dos momentos silenciosos de reflexão pessoal, o Senhor ressuscitado busca caminhar ao nosso lado, abrindo nossos olhos para as verdades mais profundas e a promessa de sua presença eterna.

Ao refletirmos sobre essa narrativa atemporal, somos lembrados da importância de manter um coração aberto e receptivo, pronto para reconhecer a obra do Senhor Jesus Cristo em nossas vidas, mesmo quando nossas circunstâncias podem parecer sombrias ou nosso entendimento é limitado. Pois é nesses momentos de encontro que nossos corações podem ser incendiados com fé renovada, esperança e o poder transformador da mensagem do Seu  Evangelho.

Conclusão: Abraçando a Promessa da Ressurreição

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús é um poderoso testamento do poder transformador da Sua ressurreição. Por meio desse encontro, somos lembrados da importância das Escrituras, da reverência devida ao nosso Salvador e da promessa de esperança que transcende até mesmo as circunstâncias mais sombrias.

À medida que viajamos por nossas próprias vidas, que estejamos sempre vigilantes, prontos para reconhecer a presença do Cristo ressuscitado, querendo caminhar ao nosso lado, desejoso para revelar os significados mais profundos das Escrituras e acendendo a chama da fé em nossos corações. Vamos abraçar a promessa da ressurreição, sabendo que mesmo nos nossos momentos de desespero, o Senhor Jesus está trabalhando para trazer um propósito maior, um futuro glorioso que aguarda todos os que creem.

  • A história de Jesus e dos discípulos no caminho para Emaús está registrada no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículos 13-35.
  • Jesus se juntou aos dois discípulos em sua jornada, embora seus olhos estivessem impedidos de reconhecê-lo a princípio.
  • Jesus revelou o verdadeiro significado das Escrituras aos discípulos, explicando a necessidade do sofrimento e da glória do Messias.
  • José de Arimateia, um seguidor secreto de Jesus, cuidou reverentemente do corpo de Jesus após a crucificação, reconhecendo sua realeza celestial.
  • Os panos de linho cuidadosamente dobrados no túmulo vazio transmitiam a promessa do retorno de Jesus e a esperança da ressurreição.
  • O encontro de Emaús nos lembra que Jesus quer caminhar ao nosso lado em nossas jornadas de vida, pronto para se revelar e acender nossa fé, se assim deixarmos Ele entrar nas nossas vidas.
Ao refletirmos sobre essa história profunda, que ela nos inspire a abraçar a promessa da ressurreição, a buscar a presença de Deus em nossas vidas e a caminhar com fé inabalável, mesmo diante dos desafios da vida. Pois, no final, é o Cristo ressuscitado que detém o poder de transformar nossos corações, renovar nossa esperança e nos guiar em direção à glória eterna que aguarda todos os que creem no Seu Nome.
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quarta-feira, 6 de março de 2024

LIÇÃO 13 – O DESTINO FINAL DOS MORTOS

04.03.2024
Do blog AMIGO DA EBD, 25.03.2016


INTRODUÇÃO

Ao contrário do que muita gente pensa, a vida não termina na sepultura. Pelo contrário, após a morte, todos os seres humanos vão para o Estado Intermediário aguardar a ressurreição, para serem conduzidos ao seu destino eterno. Nesta lição, veremos o sentido do termo Estado Intermediário; explicaremos a condição dos justos e dos ímpios após a morte física; destacaremos algumas heresias sobre o Estado Intermediário; e, finalmente, estudaremos a doutrina da ressurreição dos mortos e o destino final dos justos e dos ímpios.


I. O QUE É O ESTADO INTERMEDIÁRIO

O Estado Intermediário é a situação em que se encontram todos os mortos, quer tenham morrido salvos, ou não. Dá-se o nome de "intermediário" porque as almas nesse estado aguardam o dia em que ressuscitarão, para a vida eterna ou para a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 5.28,29). Noutras palavras, é o estado das pessoas entre a morte física e a ressurreição. “A história do rico e Lázaro dá-nos um panorama bastante claro desse Estado (Lc 16.19-31). Para os que dormiram em Cristo, o período intermediário há de terminar com o Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.13-17). Já para os que morreram em seus pecados, há de perdurar até a última ressurreição, quando eles serão submetidos ao Juízo Final (Ap 20.11-15)” (ANDRADE, 2006, p. 106).

1.1 Antes da morte de Cristo. 

De acordo com Lc 16.19-31, o Sheol (hebraico) ou Hades (grego) dividia-se em três partes distintas. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada “seio de Abraão” ou “lugar de consolo” (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc 16.23). A terceira fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas” ou “abismo” (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v.6). Portanto, antes da morte de Jesus, todos os mortos eram conduzidos ao Sheol, mas ficavam em lugares opostos e em situações distintas.

1.2 Depois da morte de Cristo. 

“Jesus, antes de morrer por nós, prometeu aos seus que as portas do inferno (hades) não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao hades. Esta mudança ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: ‘Hoje estarás comigo no paraíso’ (Lc 23.43). Paulo diz a respeito do assunto: ‘Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens’ (Ef 4.8,9). Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no "Seio de Abraão", conforme prometera em Mateus 16.18”. (GILBERTO, 1985, p. 17). Mas, os ímpios continuam indo para o lugar de tormentos. De acordo com o texto de Lc 16.19-31, tanto justos como ímpios estão vivos, acordados, conscientes e tem lembrança da vida na terra. Porém, existem algumas diferenças entre ambos. Vejamos:

 Vejamos:

O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS JUSTOS
O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS ÍMPIOS

No AT, após a morte, eram levados pelos anjos para o Seio de Abraão (Lc 16.22). No NT são levados ao paraíso (Lc 23.42,43).

Tanto no AT como no NT continuam sendo levados para o Sheol ou Hades, após a morte (Lc 16.22).


O justo é consolado (Lc 16.25).

O ímpio é atormentado (Lc 16.24).

Hão de ressuscitar por ocasião do Arrebatamento (1 Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18).

Hão de ressuscitar após o Milênio, por ocasião do Juízo Final, o Grande Trono Branco (Ap 20.11-14).

Aguardam a ressurreição para estar com Cristo para sempre (1 Ts 4.17).

Aguardam a ressurreição para serem lançados no Lago de fogo onde estrão na eternidade (Ap 20.15).


II. HERESIAS ACERCA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS

2.1 Purgatório. 

“A Igreja Católica Romana ensina que mesmo os mais fiéis precisam dum processo de purificação antes de se tornarem aptos para entrar na presença de Deus. Todavia, não existem nas Escrituras evidências para tal doutrina, e existem muitas evidências contrárias a ela. O Novo Testamento reconhece apenas duas classes de pessoas: as salvas e as não-salvas. O destino de cada classe determina-se na vida presente (Mt 7.13,14; Hb 9.27)” (PEARLMAN, 2006, p. 295).

2.2 Sono da alma. 

“Certos grupos, como os Adventistas do Sétimo Dia, crêem que a alma permanecerá num estado inconsciente e/ou dormindo até à ressurreição. Essa crença, conhecida como “sono da alma”, é também adotada por indivíduos em outros grupos religiosos. É fato que a Bíblia denomina de maneira metafórica a morte física como um sono (1Co 15.51; 1Ts 4.13). No entanto, ela também nos ensina que, quem “dorme” é o corpo, e não a alma e o espírito (Lc 16.20-25; Ap 6.9-11). Logo, embora o corpo entre na sepultura, o espírito e a alma que se separou do corpo entra no Sheol, onde vive em estado completamente consciente (Is 14.9-11; Sl 16.10; Lc 16.23; 23.43; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9)” (PEARLMAN, 2006, p. 297 – acréscimo nosso).

2.3 Reencarnação. 

“Os espíritas e os adeptos de diversas religiões orientais (Hinduismo, Budismo, etc) pregam que existem oito esferas pelas quais os espíritos devem passar para se purificarem. Ensinam a reencarnação dos mortos, que recebem outra identidade, podendo reencarnar como seres humanos, animais, plantas ou como um deus. Mas, a Bíblia condena essa crença herética (Jo 5.24; Hb 9.27). Ensinam também os espíritas, que os mortos comunicam-se com os vivos, através de ‘médiuns’. Mas, Deus proíbe tal prática (Lv 19.31; 20.6,7; Dt 18.9-12; Is 8.19-22). Na parábola do rico e Lázaro, vemos que não é permitida a comunicação dos vivos com os mortos (Lc 16.27-30)” (LIMA, 2016, p.156).

2.4 Aniquilacionismo. 

“Sustenta esta doutrina estarem todas as almas sujeitas à extinção ou aniquilação após a morte física. As Escrituras são claras sobre o fato de que tanto os ímpios como os justos viverão para sempre, e que no caso dos ímpios sua existência será de sofrimento e castigo consciente (Ec 12,7; Mt 25.46; Rm 2.8-10; Ap 14.11; 20.10,12-15)” (PFEIFFER, 2007, p. 694 – acréscimo nosso).

2.5 Universalismo. 

Doutrina divorciada das Escrituras, segundo a qual, no final dos tempos Deus, reconciliará todos os seres humanos e até os anjos caídos a si mesmo, independentemente das obras e dos méritos de cada um, ou seja, é a ideia de que ninquém será condenado, mas todos serão salvos, inclusive o Diabo e seus anjos caídos (ANDRADE, 2006, pp. 353,354).

III. A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

A palavra ressuscitar significa “levantar”, “voltar à vida”. Assim como a morte física é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é a reunião da alma e espírito ao corpo (Lc 8.55). Todos que morrem, justos e injustos, hão de ressuscitar, sendo que, em ocasiões distintas e para destinos diferentes.

3.1 A Primeira Ressurreição. 

“É a ressurreição dos salvos. A Bíblia diz que é bem aventurado aquele que tem parte na primeira ressurreição (Ap 20.6). Esta é a ressurreição ‘para a vida eterna’ (Dn 12.2) e dos que fizerem o bem para a ‘ressurreição da vida’ (Jo 5.29)” (LIMA, 2016, p. 151). Ela ocorre em três fases distintas, a saber: (a) Primeira fase. Já ocorreu. Trata-se da ressurreição de Cristo (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18) e de um grupo de santos que ressuscitaram com Ele (Mt 27.52,53); (b) Segunda fase. Ocorrerá no futuro, por ocasião do arrebatamento da Igreja, onde os santos do AT e NT hão de ressuscitar (1Co 15.23,24,51-53; 1Ts 4.16,17); e, (c) Terceira fase. Diz respeito a ressurreição as duas Testemunhas, durante a Grande Tribulação (Ap 11.11,12); aos mártires, no final da Grande tribulação (Ap 14.13-16; 15.2; 20.4) e também aos justos que hão de morrer durante o Milênio (Ap 20.12).

3.2 A Segunda Ressurreição. 

Abrangerá os ímpios, de todas as épocas. Ocorrerá após o Milênio, por ocasião do Juízo Final (Ap 20.5,11-15). “No Apocalipse, fica claro que haverá uma segunda ressurreição, que será para aqueles que passarão pela ‘segunda morte’, ou seja, os ‘perdidos’ ou ‘ímpios’ (Ap 20.6). O salvo só morre uma vez. Mas, o ímpio morre duas vezes: a morte física e a espiritual” (LIMA, 2016, p.151).


IV. O ESTADO FINAL DOS JUSTOS E ÍMPIOS

4.1 O Destino final dos justos. 

Por ocasião do Arrebatamento da Igreja, os justos que já morreram hão de ressuscitar, e se unirão aos vivos, que serão arrebatados (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18). Eles serão conduzidos ao céu, onde participarão do Tribunal de Cristo (Rm 10.14; 2Co 5.10; Ap 22.12) e da celebração das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Depois, voltarão com Jesus à Terra, para participarem do Milênio (Ap 19.11-14; 20.1-6). Após o Milênio, habitarão na Nova Jerusalém (Ap 21,22), onde estarão, por toda eternidade, na presença do Deus Trino (Jo 14.1-3; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 21.3); e estarão livres de todo sofrimento, pois, ali não haverá mais morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4); nem coisa alguma que contamine (Ap 21.8,27; 22.15).

4.2 O destino final dos ímpios. 

“O destino dos ímpios é estar eternamente separados de Deus e sofrer eternamente o castigo que se chama a segunda morte (Sl 9.17; Ap 2.11). Devido à sua natureza terrível, é um assunto diante do qual se costuma recuar; entretanto, é necessário tomar conhecimento dele, pois é uma das grandes verdades da divina revelação. O inferno é um lugar de: extremo sofrimento (Ap 20.10), onde é lembrado e sentido o remorso (Lc 16.19-31), inquietação (Lc 16.24), vergonha e desprezo (Dn 12.2), vil companhia (Ap 21.8) e desespero (Pv 11.7; Mt 25.41) (PEARLMAN, 2006, p. 297). O sofrimento será terrível (Mt 13.42,50; Mc 9.47,48; 25.30) e também eterno (Dn 12.2; Mt 7.13; 25.46).


CONCLUSÃO

Após a morte física, as almas dos homens vão para o Estado Intermediário, que já é um lugar de gozo para os salvos, e de tormentos para os pecadores. Os ímpios são conduzidos ao Hades, e, os justos ao Paraíso, onde aguardam a ressurreição. Após a ressurreição e o julgamento do Trono Branco, os ímpios serão lançados no lago de fogo. E os justos, depois de haverem ressuscitado, desfrutarão de uma eternidade feliz com Cristo.



REFERÊNCIAS
Ø  GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD.
Ø  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
Ø  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  ZIBORDI, Siro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD. 

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Fonte:

sexta-feira, 3 de março de 2023

Ele não está aqui, Ele vive!

03.03.2023

Do portal gospel GUIAME, 13.04.22

Por Maurício Guedes

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

“No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’. Então se lembraram das palavras de Jesus.” Lucas 24:1-8 NVI

Uma das declarações mais impactantes da história foi feita pelo anjo às mulheres que foram visitar o túmulo de Jesus.

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

O que a vida, morte e ressurreição de Jesus trouxeram à humanidade?

1. Salvação!

– Quando Jesus estava nos braços de Simão para ser dedicado a Deus, este expressa-se da seguinte forma: “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. Pois os meus olhos já viram a tua salvação” Lucas 2:29-30 NVI

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Tessalonicenses 5:9 NVI

– Quando celebramos a Páscoa, nossa mente vai até ao Egito, quando Deus libertou seu povo da escravidão. Aquele povo foi salvo de uma vida de morte. Nós também, fomos salvos por Cristo Jesus e celebramos isso com muita alegria!

2. Perdão

– Todos nós somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Quando nos arrependemos e reconhecemos nossos pecados ele nos perdoa e nos restaura. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1 João 1:9-10 NVI

“Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.” Mateus 26:28 NVI

– Como é gostoso disfrutar do perdão de Deus em nossas vidas!

3. A segurança de um futuro

“Pedro lhe disse: ‘Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te!’ Respondeu Jesus: ‘Digo a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais e, na era futura, a vida eterna’”. Lucas 18:28-30 NVI

– Nada do que acontece nas nossas vidas no presente pode abalar a certeza do nosso futuro!

– Porque Ele vive posso crer no amanhã!

A mensagem para nós hoje é esta: Ele está vivo! Ele é a nossa Páscoa, o Cordeiro que nos salva. Ele nos resgatou e nos mostrou o caminho da salvação! Proclamemos isso com todas as nossas forças. Em dias de incertezas há uma certeza: Ele vive e na hora certa se levantará em nosso favor.

Feliz Páscoa!

Por Maurício Guedes, presidente da Igreja Presbiteriana Renovada de Portugal, Pastor na cidade de Almada – Portugal. Autor dos livros: “Geração Autêntica”, “Que Ele Cresça e Que eu Diminua” e “O Evangelho Que Pregamos”.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Conselhos para a vida – Parte II

terça-feira, 19 de abril de 2022

Ele não está aqui, Ele vive!

 20.04.2022

Do portal gospel GUIAME, 13.04.22

Por Maurício Guedes

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

(Geralt / Pixabay)

“No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’. Então se lembraram das palavras de Jesus.” Lucas 24:1-8 NVI

Uma das declarações mais impactantes da história foi feita pelo anjo às mulheres que foram visitar o túmulo de Jesus.

Até hoje vivemos os efeitos de tão profunda verdade, de tão linda afirmação! Ele vive!

O que a vida, morte e ressurreição de Jesus trouxeram à humanidade?

1. Salvação!

- Quando Jesus estava nos braços de Simão para ser dedicado a Deus, este expressa-se da seguinte forma: “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. Pois os meus olhos já viram a tua salvação” Lucas 2:29-30 NVI

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Tessalonicenses 5:9 NVI

- Quando celebramos a Páscoa, nossa mente vai até ao Egito, quando Deus libertou seu povo da escravidão. Aquele povo foi salvo de uma vida de morte. Nós também, fomos salvos por Cristo Jesus e celebramos isso com muita alegria!

2. Perdão

- Todos nós somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Quando nos arrependemos e reconhecemos nossos pecados ele nos perdoa e nos restaura. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1 João 1:9-10 NVI

“Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.” Mateus 26:28 NVI

- Como é gostoso disfrutar do perdão de Deus em nossas vidas!

3. A segurança de um futuro

“Pedro lhe disse: ‘Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te!’ Respondeu Jesus: ‘Digo a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais e, na era futura, a vida eterna’”. Lucas 18:28-30 NVI

- Nada do que acontece nas nossas vidas no presente pode abalar a certeza do nosso futuro!

- Porque Ele vive posso crer no amanhã!

A mensagem para nós hoje é esta: Ele está vivo! Ele é a nossa Páscoa, o Cordeiro que nos salva. Ele nos resgatou e nos mostrou o caminho da salvação! Proclamemos isso com todas as nossas forças. Em dias de incertezas há uma certeza: Ele vive e na hora certa se levantará em nosso favor.

Feliz Páscoa!

Por Maurício Guedes, presidente da Igreja Presbiteriana Renovada de Portugal, Pastor na cidade de Almada – Portugal. Autor dos livros: “Geração Autêntica”, “Que Ele Cresça e Que eu Diminua” e “O Evangelho Que Pregamos”.

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Fonte:https://www.guiame.com.br/colunistas/mauricio-guedes/ele-nao-esta-aqui-ele-vive.html

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O testemunho da ressurreição

20.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME
ARTIGOS
Por Sidnei Osvaldo Ferreira

O testemunho da ressurreição“E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. (Atos 4:33).
A ressurreição de Cristo é o principal fundamento da nossa fé e o maior embasamento da nossa proclamação e pregação. É impressionante o quanto a bíblia nos apresenta a postura de uma igreja apática, insegura, temerosa e tímida antes do relato da ressurreição, e posteriormente nos deparamos com uma igreja destemida, fervorosa e desbravadora capaz de efeitos extraordinários e impactos surpreendentes na historia da humanidade. De modo, que até muitos se questionam qual era a principal motivação da igreja primitiva?
Evidentemente a motivação dos primeiros cristãos se baseava no fato de que Cristo vive, venceu a morte e reina para sempre. Por essa razão o testemunho da ressurreição era sustentado nas seguintes certezas e convicções: A verdade sempre prevalecerá sobre as mentiras; A luz sempre resplandecerá sobre as trevas; A vida sempre será maior que a morte e a vitoria sempre triunfará sobre as derrotas. Por meio dessa proclamação a igreja primitiva cumpriu com êxito a sua missão e conseguiu proclamar ao mundo de sua época o Cristo ressurreto dentre os mortos, único senhor e suficiente salvador de nossas vidas.
Infelizmente o cerne de nossa mensagem nos tempos hodiernos não é a mais o testemunho da ressurreição, e por essa mesma razão nos defrontamos com uma igreja enclausurada em sistemas religiosos, sem expressão e impacto na sociedade, lamentavelmente vivemos sem a abundante graça devido ao fato de reduzirmos o evangelho à prosperidade, ao invés de vivermos e proclamarmos o testemunho da ressurreição que é capaz de mudar vidas e transformar histórias.
No entanto, apesar de nossas misérias e desgraças, insisto em acreditar que o Deus que ressuscitou Cristo dentre os mortos, também nos despertará mais uma vez para proclamarmos que Cristo vive e somente Ele poderá nos vivificar.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/o-testemunho-da-ressurreicao/

Ressurreição e Arrebatamento

20.05.2015
Do blog VERBO DA VIDA, 01.04.2014
Por Thiago Borba


Precisamos buscar estudar e conhecer mais na Palavra de Deus acerca dos últimos dias.
É muito importante que a mensagem da volta de Jesus seja anunciada e que doutrinas básicas como “Ressurreição dos Mortos” e “Juízo Eterno” sejam ensinadas nas nossas igrejas.
Recentemente, tive a honra de ministrar na nossa igreja aqui em Campina Grande-PB sobre o arrebatamento. Creio que você será edificado com esta mensagem e despertado a estudar ainda mais sobre estes assuntos tão importantes para ao crescimento na fé e a firmeza da sua bendita esperança.
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Fonte:http://verbodavida.org.br/blogs-gerais/maranata/ressurreicao-e-arrebatamento-2/

domingo, 17 de maio de 2015

Ascensão de Jesus: escapismo ou presença?

17.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,15.05.15
Por Luiz Fernando Dos Santos*

O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas” (Hebreus 1.3)

Quarenta dias após a celebração da Páscoa, o calendário cristão nos traz a solenidade da Ascenção do Senhor. Esta é uma festa cristã rica em significado e repleta de doutrina e encorajamento para vida do crente.

Um dos modos mais interessantes de investigar o que podemos aprender desta data litúrgica é visitar os livros litúrgicos e descobrir o que em forma de poesia e lirismo a tradição cristã produziu e conservou desta verdade Bíblica recordada na comunidade de fé. A oração inicial mais antiga deste dia diz o seguinte: 

“Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”. 

Desde logo encontramos aqui uma verdade do credo apostólico que serve não só de instrução, mas de consolo e entusiasmo para caminhada cristã: 

Jesus elevado aos céus em corpo humano, transfigurado pela ressurreição, é na verdade a antecipação daquilo que também nós podemos e devemos aguardar pela fé. 

Na Ascensão de Jesus não celebramos algo que possivelmente acontecerá conosco, mas algo que efetivamente acontecerá, isto é, terminada a nossa peregrinação terrestre, transfigurado o nosso corpo de humilhação em um corpo de glória (Fp 3.21), seremos elevados às alturas para habitarmos para sempre com o Senhor (1Ts 4.17). 

Outro texto litúrgico é a anáfora da eucaristia: 

“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Vencendo o pecado e a morte, vosso Filho Jesus, Rei da Glória, subiu ante os anjos maravilhados ao mais alto dos céus. E tornou-se o mediador entre vós, Deus, nosso Pai, e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do universo. Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade”. 

Este texto insiste em afirmar que, subindo aos céus, Jesus não se afasta de nós, não rompe conosco os laços de amizade e nem nos abandona em nossas necessidades. Antes, pelo contrário. Jesus Cristo agora é nosso mediador e também nosso representante no Conselho da Trindade. O Pai nos ouve e aceita as nossas orações por meio dele, Jesus, o sumo sacerdote que conhece as aflições da humanidade redimida, porém imperfeita e ainda sob a influência do pecado e da morte. Embora Ele mesmo não conhecesse o pecado fez-se pecado por nós e na cruz suportou a ira santa de Deus sobre o pecado e os pecadores, por isso mesmo, em sua humanidade glorificada enche-se no céu de compaixão por nós e pleiteia ante o trono da Graça as graças de que mais temos necessidades. 

Há ainda outra dimensão a ser considerada nesta solenidade. Uma dimensão filosófica quanto à existência humana no aqui e agora. Vivemos tempos de consumismo desenfreado, materialismo exacerbado e coisificação dos sentimentos e dos relacionamentos humanos. O homem, apesar do ambiente extremamente religioso e “espiritualista” da nossa época, vem perdendo a cada dia a noção de transcendência e, por isso mesmo, do sentido último para a vida. Todos parecem correr contra o tempo para encontrar a felicidade e para dar uma razão à própria existência. Vivemos numa espécie de “vale-tudo” da satisfação e do prazer. Neste sentido a solenidade da Ascensão aponta para a sublime vocação do homem em Cristo, aponta para o mistério, agora revelado na ascensão, de que a vida continua depois desta vida, e que aqui temos apenas, porém verdadeiros e maravilhosos, vislumbres da felicidade e da glória. Que tudo o que há neste mundo é dom de Deus para a humanidade inteira, sem exceção, pois Deus é bom. Todos podem casar-se, gerar filhos, ter acesso aos bens materiais desta vida, deleitar-se nas artes, viver amores e etc. Mas, isto não é tudo o que há. O que está além destas verdadeiras dádivas do Pai só pode ser encontrado em Cristo e Cristo está no alto, assentado à direita do Pai e devemos buscar estas coisas: 

“Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas” (Cl 3. 1,2). 

Na Ascensão de Cristo descobrimos que nada tem sentido último e final aqui e agora. Enquanto vivemos com responsabilidade e compromisso com as demandas desta vida, sem escapismos, elevamos ao alto os nossos corações e anelamos pelo dia em que em corpo e alma redimidos e transfigurados estaremos pela eternidade com o Senhor da Glória.

*Luiz Fernando dos Santos, é  pastor-mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira (SP).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/ascensao-de-jesus-escapismo-ou-presenca