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sábado, 28 de dezembro de 2013

Como alcançar alguém que não é do tipo de Deus

28.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
Por Greg Koukl
Tradução: Nathan Cazé
Como que você alcança alguém que não está procurando a Deus e nem acredita em Deus? Isto é uma questão que eu tenho me perguntado mais de uma vez, razão pela qual as linhas iniciais de um pequeno livro que eu recentemente me deparei imediatamente chamou minha atenção.
Este livro visa fazer aquilo que parece ser uma tarefa objetiva: a relembrar as experiências de alguns meses em minha vida em que eu saí do ateísmo e entrei na fé Cristã. Nada é tão simples quanto isto. Não é uma questão simples encontrar-se com Deus depois de ter negado Ele durante toda a vida.
Uma leitura deleitosa—e também uma entrevista fascinante com o STR—seguiu-se. O livro Não o tipo de Deus—Um Acadêmico Racional Encontra uma Fé Radical, é um livro de memorias por Holly Ordway de sua jornada do ateísmo a Cristo.
O guia que Deus usou para pastorear a Holly em sua peregrinação não foi um apologista profissional, mas ao invés o treinador de esgrima dela—um Cristão comum e pensativo chamado Josh em quem ela viu Jesus por um ano inteiro antes do nome “Jesus” apareceu em uma conversação.
Josh era a personificação da sabedoria—“um método engenhoso” — a segunda característica fundamental de um bom embaixador. Aqui estão algumas das lições que eu colhi do relato da Holly de sua amizade com Josh e sua esposa, Heidi.
Um, respeite as pessoas. Ponto final. Trate os outros como especiais aos olhos de Deus independentemente de sua condição espiritual. Para o Josh, Holly não era uma pagã a ser convertida, mas um ser humano a ser valorizado. Ele nunca repreendeu ela pela descrença dela, mas tratou ela com graça genuína, dignidade, e honra. Ele também não desempenhou qualquer dos estereótipos negativos que ela tinha dos Cristãos. Ao invés, o caráter dele silenciosamente falou volumes.
Dois, comece no começo deles. Comece no primeiro quadrado para esta pessoa. A mensagem básica do perdão repousa sobre várias suposições sobre Deus, moralidade, culpa, Jesus e mais. Não presuma que a outra pessoa atravessou todas estas pontes. “O que é útil varia de pessoa para pessoa”, a Holly disse. “Fiquei contente pela disposição do Josh a ser um guia quando eu entrava neste estranho novo território, em vez de tentar escolher o caminho para mim”. Como o Josh, seja um treinador, um guia para a jornada. Não escolha o caminho para eles. Responda as perguntas deles primeiro, não as perguntas que você pensa que eles deveriam estar perguntando.
Três, não force a barra. “O Josh não tentou fechar negócio sobre mim—nunca”, a Holly escreveu. Se ele tivesse, ela teria ‘vazado’. “Pressionando para chegar-se a uma decisão [muito cedo] teria sido um desastre. Teria levado muito pouco para fazer-me me fechar e rejeitar, vulnerável e confusa como eu estava”. Não teme mover-se lentamente. Pessoas precisam de tempo para pensar, digerir, refletir antes que possam finalmente entregarem-se. Não pressione para fazerem uma “decisão” de receber Cristo quando uma conversão à Cristo é o necessário. Confie no Espírito para fazer a obra profunda. Lembre, Deus está no controle.
Quatro, faça perguntas. Josh consistentemente fazia perguntas cuidadosamente elaboradas para levantar sua questão. “Se você pudesse fazer alguma coisa errada que beneficiaria você mesma”, ele perguntou, “e você soubesse que ninguém jamais saberia, você o faria?” Quando a Holly disse que não, ele perguntou, “Por que não? Se não há Deus, por que ser moral quando beneficiaria você, pessoalmente, ser imoral?” Josh não estava tentando ganhar pontos em uma discussão. Ao invés, ele estava sondando a tensão na cosmovisão da Holly, graciosamente desafiando a inconsistência dela ao apresentar novas ideias para ela considerar.
Cinco, seja claro. Faça as questões centrais inconfundíveis. Quando a Holly perguntou ao Josh o que aconteceria com ela quando ela morresse, ele disse a verdade para ela—simplesmente, sem ambiguidade, mas sem animosidade. “Eu creio que nós iremos estar diante de Deus em julgamento”, ele disse, “e Ele dará a cada pessoa ou perfeita justiça ou perfeita misericórdia”. Quanto perguntado, “O que, exatamente, estaria eu me metendo?”, o Josh disse-a duas coisas que Jesus disse: “Meu julgo é leve”, e “Tome a sua cruz e me siga”. “Deixarei você ponderar isto”.
A Holly estava disposta a considerar tomar a própria cruz dela para seguir Jesus porque misericórdia e segurança podem ser encontrados somente debaixo de Sua cruz. Tristemente, muitos Cristãos hoje fogem desta verdade. O Cristianismo do tipo: “Jesus é meu salvador, mas Ele não tem que ser o seu” pode protegê-los de críticas, mas não há nenhuma real segurança nesta “confissão confusa”.
Por que estão estes cristãos confessando ambos a Cristo e recuando do Evangelho ao mesmo tempo? Para responder esta pergunta, conclui um livro pequeno, novo à nossa série do Guia do Embaixador, identificando—e repudiando—três possíveis razões: incerteza teológica, pluralismo religioso, e inclusivismo Cristão.
Josh era especialmente hábil em navegar pelo desafio que a situação da Holly apresentou. Sensibilidade como a dele é desenvolvida ao longo do tempo, aprendendo como proceder com sabedoria —”um método engenhoso”—baseado em conhecimento— “uma mente precisamente informada”.
Com o novo Guia do Embaixador, você expandirá o seu conhecimento na verdade central da fé e confiança em Jesus. E ao aplicar cuidadosamente os cinco princípios listado acima, você pode ser um “treinador” sábio e efetivo para queridas almas tentando encontrar um propósito.
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Relativismo, absolutismo e a burrificação da teologia brasileira

28.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
Durante dois anos dediquei parte do meu tempo para discutir com relativistas ateus acerca da existência de uma verdade universal e absoluta. Sabe o que eu descobri? Que algumas pessoas têm uma vontade enorme de discordar, mesmo em face das maiores evidências. A segunda grande lição que tirei foi que o relativista é um debatedor desleal; como debater a verdade com alguém que crê que todas as proposições são igualmente verdadeiras (não havendo, conseqüentemente, nenhuma verdade?).
Mas se há (e eu tenho absoluta certeza que há!) uma verdade acerca da verdade, é que ela independe da nossa opinião sobre ela. Antigamente a humanidade achava que a terra era plana, mas a crença daquele homem primitivo e medieval não pode mudar a verdade de que a terra é redonda. Eles estavam bem intencionados, mas fracassaram. A verdade sempre existirá, independente do modo como nos relacionamos com ela.
Neste mundo pós-moderno com sua porteira aberta para o absurdo, não faltam cidadãos politicamente corretos para tratar de convencer-nos que a moralidade, por exemplo, nada mais é do que uma convenção social. Não existe um comportamento certo ou errado; não há regras exteriores a nós para se cumprir, tudo começa e termina em nós mesmos. Contudo, mesmo o maior dos relativistas abominará a idéia de ter uma esposa “relativamente fiel”. Neste caso, ele está absolutamente seguro que a fidelidade é um padrão moral legítimo, verdadeiro. Para muitos, todo comportamento é correto, até o dia que um tarado pervertido estupre a sua filhinha indefesa. Isso acontece porque a verdade nem sempre é evidente em nossas ações, mas pode ser percebida em nossas reações.
A exegese e a hermenêutica também tem sofrido influencia do relativismo. Há uma multidão de crentes relativizados, tratando de convencer-nos que o balão é azul, roxo e verde ao mesmo tempo. Para estes pseudo-pensadores, as palavras de Jesus tem um milhão de interpretações possíveis (e igualmente válidas). Quanta frescura! É claro que a Bíblia às vezes usa metáforas, analogias e parábolas, mas nestes casos o sentido do texto é claro. Do mesmo modo, há inúmeras passagens que são literais, e o sentido destas palavras é igualmente claro.
Às vezes penso que esta idéia burrificada de que cada um deve interpretar a Bíblia a sua maneira, e que verdades contradizentes podem ser igualmente verdadeiras é produto do péssimo sistema educativo brasileiro. A grande maioria dos alunos do ensino médio é incapaz de interpretar textos simples! Entende a gravidade do problema? Os nossos queridos relativistas morais e religiosos são, em grande parte, vítimas deste processo.
Por tudo isso que eu afirmo sem medo de errar: “não é o excesso de intelectualidade que está sufocando a igreja brasileira, mas a ausência dela”. E nestes dias confusos, quando os homens “chamam o mal de bem e o bem de mal”, nada pode ser mais normal do que uma multidão de ignorantes sendo aclamados como pensadores e filósofos, enquanto os verdadeiros pensadores são relegados ao anonimato. A burrice virou sinônimo de intelectualidade, e aqueles que usam o cérebro e contrariam as convenções pós-modernistas são chamados de intolerantes e irracionais.
Lamentável, desconcertante, triste, mas… não menos verdadeiro.
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Feito à imagem do homem

27.12.2013
Do  portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
imagem do homem
Há a falsa premissa de que todos os caminhos levam a Deus; e de que Deus pode ser tocado e alcançado pelo esforço humano, seja qual for, desde que haja sinceridade e empenho e alguma dose de sacrifício no homem para se achegar, pois ele ama a diversidade e os esforços de união da humanidade [ecumenismo]. Ainda outro diz ser Deus amor, a tal ponto que nenhuma das suas criaturas, mesmo o diabo e seus anjos, perecerá, pois Deus não pode negar a si mesmo, logo, todos, sem exceção, serão salvos [universalismo]. Temos outra mentira: a de que Deus amou o homem a tal ponto que se colocou em seu próprio nível, descendo de sua condição de Deus para a de um “deus”, de tal forma que não pode intervir em nada na criação, estando tão impotente como um espectador diante de um filme [teísmo aberto].
Não citarei outras premissas equivocadas e falsas, pois estas são suficientes para exemplificar o meu argumento. Vejamos o que elas têm em comum: um “Deus” amoroso mas permissivo com o pecado e o erro.
Aos que são pais, ficará claro que os argumentos das três doutrinas são um absurdo [e não é necessário sê-lo para perceber o equívoco]. Por exemplo, qual de nós, em sã consciência, não puniria o filho que, furtiva e sorrateiramente, tomou dinheiro da nossa carteira? Alguns, talvez, não fizessem nada na primeira vez, seja lá o temor que tivessem para não puni-lo. Acontece que o filho, livre do castigo, iria uma segunda, terceira, quarta, quinta vez até a carteira, sempre surrupiando valores maiores, num crescente grau de delinquência. Por mais negligentes que sejam os pais, chegará um momento que o abuso passará de todos os limites, e ele dará um basta à situação [ainda que os motivos não sejam morais, mas meramente financeiros]. Portanto, mesmo que o pai seja irresponsável e não ame o filho, chegará um momento em que tomará a atitude de não sofrer mais o dano, denunciá-lo e puni-lo. Ainda que a pena seja a própria impossibilidade do filho continuar o seu crime [por exemplo, colocando o dinheiro em um cofre-forte]. Em certo sentido, não permitir que ele continue a praticá-lo é, em si mesmo, uma atitude ativa de penalizar-lhe a não desenvolver e satisfazer o seu desejo perverso.
E no caso de Deus?
Há de se considerar alguns pontos: primeiro, não se pode tirar nada de Deus. Segundo, Deus é autoridade, e por ele todas as coisas foram criadas e sustentadas. Logo, alegar passividade ou omissão da sua parte é ilegítimo e uma injúria. Terceiro, Deus é santo, e convir com o pecado ou o mal afetaria a sua santidade, o que faria dele um ser mutável. Se um pai, por mais relapso e fraco, chegaria ao ponto de não permitir mais os abusos do filho, o que levaria os adeptos dessas três doutrinas [entre outras] a acreditar que o Deus Todo-Poderoso o permitiria?
Mas alguém pode dizer: “O pai pode, simplesmente,  conviver com os furtos do filho sem se importar ou tomar alguma providência que o impeça de continuá-los. Sendo conivente com eles…”. Realmente, seria uma hipótese, que o tornaria no homem frouxo, amoral, omisso, negligente e cúmplice do filho. Ele seria o co-autor da subtração, o estranho caso de alguém colaborar e participar do crime contra si mesmo. E aí está a questão: alguém, que se diz cristão, e em sã consciência, pode alegar que Deus agiria assim?
Este é o ponto: para Deus ser o que os ecumênicos, universalistas e teístas-abertos reivindicam, teria de ser imoral, fraco, negligente, permissivo, participante do pecado e do mal; a transgredir sua própria lei; a infringir danos a si mesmo. O problema é fazer de Deus um formador de quadrilhas, a se associar ao crime. Por não punir o infrator, ele se tornaria em partícipe, que colaboraria de alguma forma na conduta típica do filho, o furto. Isso o faria ainda mais criminoso do que este; um criminoso qualificado, visto ter uma atuação pessoal e própria na qualificação do delito, ou seja, ele seria o fator estimulador, que incitaria os homens a cometê-lo, visto não puni-los, tendo o poder de fazê-lo. Assim Deus violaria sua própria lei, fazendo-se réu de si mesmo. É claro que o juiz não pode ser réu no mesmo processo, então, quem o seria?
Além de quebrar a sua própria lei, ele criaria um código moral inútil, que seria rasgado a cada delito cometido, ao ponto do pecado ser um delírio, uma divagação, uma intolerável e inadmissível possibilidade dentro da impossibilidade. Fazendo de “Deus” um artesão imperfeito, injusto, cínico… mas além disso o mantenedor do caos, ao se aproximar dele sem impedi-lo, ou ao se aproximar dele sem os meios suficientes para impedi-lo. No primeiro caso, ele seria dissoluto, no segundo, incapaz.
Quando ecumênicos, universalistas, teístas-abertos e outros, mesmo que se digam cristãos, dizem que o Cristianismo bíblico faz de Deus o autor do pecado, podemos replicar-lhes que os seus conceitos tornam-no o praticante do pecado. A Bíblia diz que Deus é o criador de todas as coisas, materiais e imateriais, boas e más, de sorte que nada, absolutamente nada, escapa-lhe do controle e da criação. Deus idealizou o pecado e o mal dentro de um plano perfeito, sábio e santo: o decreto eterno. Porém, ele não faz o mal, por simplesmente não poder fazê-lo, sendo bom. Ele não pode criar o caos, porque é o Deus ordeiro. Nem cometer o pecado, porque é santo. Em sua perfeição, não há imperfeição. Em sua imutabilidade, não há sombra de variação. Em seu poder, não há fraqueza. Em sua sabedoria, não há tolice. Quem pratica o mal e o pecado são suas criaturas, anjos e homens, segundo o seu poder e autoridade, mas não por sua ação direta. O fato de Deus ser efetivo e atuante em tudo não o torna no sujeito ativo de tudo [com isso não quero dizer que Deus seja passivo, mas ele não é o agente ativo do acontecimento, ainda que esteja a agir ativamente para que ele ocorra segundo o seu plano]. Com isso, estou a dizer que o homem nunca é passivo em seu pecado. Mesmo quando negligente ou omisso, o homem é ativo em pecar ou em concordar com o pecado. O grau de culpabilidade não o exime do dano. Dependerá sempre de sua decisão. E sua escolha o tornará réu do crime ou não.
Porém as doutrinas não-bíblicas fazem de Deus, em algum aspecto, o autor do crime, ainda que seja na condição de um espectador, uma testemunha de vista, um voyeur sádico.
Assim, só há duas religiões: a divina e a humana. Uma se contrapõe à outra. Infelizmente, alguns crentes e denominações cristãs têm se apegado a parte da verdade e não à sua totalidade, unindo-a ao paganismo e ao sincretismo para construir uma cosmovisão demoníaca e anticristã, onde Deus é um mero espectador, um observador lânguido a dar longos bocejos, ou a assentir tacitamente os desvios das suas criaturas.
Esse padrão é muito parecido com o da mitologia geral, em que deuses se misturam entre os homens como se fossem iguais, igualmente errando sem que possam mudar em nada o seu destino ou das suas criaturas. Em suas fraquezas, incertezas e confusões como poderiam julgar ou punir? Esse conjunto de ideias é como erguer casas no pântano ou na areia… desmoronarão irrevogáveis à menor investida, sem qualquer resistência.
Dentro da cosmovisão bíblica é impossível conservarem-se harmoniosas, racionais e lógicas. Pois elas partem do pressuposto de que o mundo pode ser entendido a partir dele mesmo, como se fosse auto-explicável, e de que não é necessário Deus para torná-lo inteligível e aplicável, mas de que o seu significado está muito além dele… de maneira que nem mesmo ele pode compreendê-lo.
O objetivo é um só: criar um conjunto uniforme de ideais que se oponha ao Cristianismo bíblico; operando a partir do ponto de vista relativista, pragmático e imanentista, colocando o homem como o ser supremo, o centro do universo; ou quando não, ele se encarregará de colocar outro em seu “trono”, de forma que será escravo de si pelos meios mais sórdidos e nefastos de se auto-subjugar: a rebeldia contra Deus e o amor pelo pecado.
Desta forma, a religião humanista [e nela, de certa forma, está contido o arminianismo] subverte algo do Cristianismo para moldar a síntese de que todas as concepções são legítimas, de que todos os caminhos são aceitáveis, vistos que eles ensinam e se preocupam apenas com o bem-estar do homem ou a liberdade de desejar e operar a autodestruição sem as consequências advindas dela: a condenação e o sofrimento eternos.
A cosmovisão que declara o verdadeiro estado de depravação e iniquidade do homem tem de ser combatida a fim de se resguardar a integridade humana e a sua absolvição diante de um tribunal que não julga e de um juiz comprometido com a injustiça. A cosmovisão a declarar que somente Cristo é a única possibilidade de reconciliação do homem com Deus, sendo ele o Verbo encarnado, pelo qual os pecados não nos são imputados, é exclusivista, e tem de ser erradicada. Um deus desobrigado consigo mesmo; ainda mais irresponsável que suas criaturas, as quais abusam da sua tolerância de consentir com aquilo que deveria impedir, é o arquétipo correspondente às muitas formas de auto-idolatria humana.
Não há lugar para a biblicidade, nem para Deus como o ser supremo, justo e santo, que irá julgar esse mesmo homem. Por isso, criou-se a imagem de um “Deus” paspalhão, um sentimentalóide tosco e tolo, que acaba por se sujeitar ao padrão estabelecido pelo homem e que o próprio homem desconhece quais serão as suas consequências. Esse “Deus” não é reconhecido na Escritura, nem em momento algum é visto ou descrito por ela; o que os levará, primeiramente,  à necessidade de relativizar e desqualificar o texto bíblico como a fiel palavra de Deus; colocando-o somente como mais um manual ético-moral entre tantos outros criados pela mente humana, e que nem mesmo deve ser observado, tendo-se em vista a sua contextualização cultural e temporal; cujo prazo de validade expirou.
Com isso, estão a dizer que a Escritura está ultrapassada, de que não há mais contato entre a verdade e o mundo atual… a verdade não tem mais lugar no presente século; tornou-se obsoleta, em um código que não exprime nenhuma sintonia com os nossos dias, não sendo mais do que a alternativa pífia para as mentes mais conservadoras, tacanhas e sub-desenvolvidas. E inclui-se também e, urgentemente, a necessidade de se destruir qualquer aspecto sobrenatural e histórico em suas páginas.
Num mundo subjetivo, onde as “verdades” são mutáveis e adaptáveis a todas as formas de corrupção, qualquer defesa da Bíblia, como a palavra fiel e inspirada de Deus, deve ser combatida. E o Estado, com a falsa premissa de ser laico, acaba por ser antireligioso, mas não o suficiente para impedir que “técnicas religiosas” se convertam em métodos “científicos” aplicados à satisfação humana. A prova está na aceitação pacífica do yoga, da acupultura e da ecologia [o culto secular da deusa "Gaia"... olha a mitologia aí, novamente] como o padrão aceitável de espiritualidade e civilidade humana. Qualquer referência ao Absoluto deve ser substituído por conceitos paliativos, que, quando muito, entretêm e prolongam os desejos e esperanças inalcansáveis. Eles sustentam a expectativa de que são possíveis, quando sua realização é improvável, e não passam de vãs promessas.
Assim todas as formas que possam se fundir ao humanismo são aceitas, exceto o Cristianismo Bíblico, ortodoxo e histórico, o qual não é antropocêntrico, mas teocêntrico, e por isso, tem de ser destruído.
Presenciamos a união entre o secular e o religioso com o único objetivo de erradicar o Deus biblico; e, para isso, têm de criar uma forma diluída ou descaracterizada da verdade; iludindo os incautos de que a mentira pode, em último caso, substituí-la eficientemente. Formas aparentemente cristãs são criadas como sabotadores, intrusos que invadirão a seara do Senhor e disseminarão o veneno da incredulidade e da dúvida; ou da incerteza como única convicção a se defender.
Custe o que custar, a esperança tem de morrer. Nem que para isso tenha-se de criar um “Deus” covarde. Feito à imagem e semelhança do homem.
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Não creio em ateus. Ateus não existem.

28.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
Já faz um tempo que tenho refletido sobre a questão do ateísmo. Claro, todos pensamos nisso em algum momento. Como pode alguém “chegar à conclusão” de que não há Deus? (Sl 42.3,10) Isso, sim, é que não existe, ou seja, a conclusão de que Ele não existe. Até Antony Flew, um dos pais do moderno “ateísmo”, concluiu, pouco antes de sua morte, que a pesquisa sobre o DNA “mostrou, em vista da complexidade quase inacreditável dos arranjos necessários para a produção de vida, que inteligência foi envolvida no processo” (Um ateu garante: Deus existe, Ediouro, ênfase acrescentada). E como ele, sabemos de muitos outros “ex-ateus” que à beira do precipício, renderam-se.
Mas a minha descrença no ateísmo não parte da religiosidade inata – nos humanos também. Não parte das minhas reflexões e racionalizações. Já publiquei um livro que lida com a questão “religião versus” ou “religião & ciência” (Ciência e Fatos Bíblicos, Dynamus, 2ª ed., 2004), onde demonstro as leis, os fatos e as descobertas da própria ciência que atestam, com as ferramentas da ciência, a veracidade do relato bíblico. Ditos ateus e religiosos, ambos têm fortes argumentos “irrefutáveis” em causa própria.
Mas o caso não é esse, já que a questão não são os fatos e as narrativas primordialmente, mas o próprio Deus. O dito ateu não deve ter dificuldade em crer no Jesus histórico, ou no movimento dos hebreus rumo à palestina, nem na existência da arca da aliança. O dito ateu é aquele que não crê na existência de Deus, mas pode admitir que relatos bíblicos são verificáveis. Do contrário, seria irracionalidade sua, pois a Bíblia lida com lugares, nomes, posições geográficas, datas históricas, além da documentação arqueológica, histórica, linguística, antropológica e muitas outras. Há ditos ateus escavando sítios arqueológicos orientados pelos relatos das Escrituras judaico cristãs. Ponto.
A questão do ateísmo é outra. Ele refuta a existência de Deus. Mas não há provas da existência de Deus, como igualmente não há provas da sua inexistência! Todo dito ateu que seja razoável concorda aqui como nós religiosos também. Verificam-se, então, as evidências. A discussão toda se mantém no campo das evidências e na refutação das mesmas, de ambos os lados.
Uma campanha da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), que seria veiculada em ônibus de Porto Alegre e Salvador – e que foi suspensa – traria a discussão para o campo errado. Os cartazes continham frases como “Religião não define caráter” e “A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas”. Note que as próprias frases não são um ataque a Deus e sua existência, mas claramente uma manifestação preconceituosa e discriminatória contra a religião e a fé. Essa campanha existe em países da Europa, como Inglaterra e Espanha, e também nos Estados Unidos.
As frases, a meu ver, são medíocres, não têm sentido lógico. Do ponto de vista dito ateu, ou mesmo da perspectiva científica, não são passíveis de comprovação. Do ponto de vista teológico elas são uma farsa. Religião não define caráter, mas Deus define; e mais, a fé faz perguntas, sim, por um sujeito com o qual dialoga por meio de sua Palavra. Qualquer cristão com conhecimento básico em teologia poderia refutá-las.
Além do mais, as frases demonstrariam, caso viessem à público, um imperdoável desconhecimento da história. Dizer que Johannes Kepler não fazia perguntas porque tinha fé! Foi ele quem disse que o cientista que estuda a natureza “está pensando os pensamentos de Deus depois dele”. Blaise Pascal não fazia perguntas porque tinha fé! Ele afirmou que “a fé nos diz o que os sentidos não percebem, mas em contradizer suas percepções. Ela apenas transcende, sem contradizer”. E Isaac Newton? Sobre a incredulidade, saiu-se com essa: “O ateísmo é completamente sem sentido. Quando olho para o sistema solar, vejo a terra na distância correta do sol para receber a quantidade de luz e calor apropriadas. Isso não aconteceu por acaso.” Sorte dos ditos ateus que a campanha foi rejeitada a tempo.
Então, não preciso discorrer sobre o conteúdo das frases, mas quero evocar o texto de Eclesiastes, que diz: “Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade…” (Ec 3.11). Esse texto da versão NVI traz “eternidade”, tradução de um termo hebraico que significa “para sempre”. Algumas versões trazem “mundo”, mas literalmente a tradução é “para sempre”. O texto diz que há, inato no ser humano, o desejo, o anseio, a vocação para o tempo futuro, eterno, para sempre.
O homem é um ser que vive o presente, movido pelas experiências do passado procurando resolver os enigmas do futuro. Sempre foi assim. Nossa preocupação tem sido o amanhã. A ansiedade, patologia que afeta a milhões no mundo, resulta incerteza sobre o amanhã, sobre o futuro. O passado, tendo sido bom ou mal, influencia as nossas decisões hoje, quando procuramos a melhoria nas próximas ações e decisões a serem tomadas – no futuro. O homem é um ser voltado para o futuro. Assim, negar a existência de Deus pode ser reflexo de um trauma ou frustração passada que desemboca em uma rejeição e negação do futuro e de tudo o que ele reserva. E, se o futuro é estar com Deus (ou separado dele), o reflexo do passado implica na rejeição de qualquer compromisso com o “estar com Ele” (ou “para sempre” separado dele).
Sartre, Camus e outros ateístas humanistas ensinavam que somos fruto do acaso, diziam que a humanidade foi empurrada para dentro da existência sem qualquer conhecimento de suas origens: empurrados por quem? Diziam viver a tragédia humana, o absurdo, e que o suicídio como solução final era a questão a ser considerada. Assim, penso, o suicídio para eles e seus seguidores era uma tentativa de rompimento com um futuro admitidamente “sem Deus”, uma manobra para driblar Deus vindo ao seu encontro no futuro. Era um atalho para não entrar no Caminho.
Se, como escreveu o sábio Salomão, Deus colocou “no coração do homem o anseio pela eternidade”, então como fugir dessa condição e destino? A eternidade é, então, uma metonímia que pode ser substituída por Deus. O homem veio de Deus e Deus colocou em seu coração o desejo de retornar para Ele. Se “fomos empurrados” para dentro da existência – como queria Sartre – ao sairmos dela voltamos para a origem, voltamos para Deus. Como livrar-se dessa condição inata? Não há como! Rejeitar a existência de Deus – diga-se de passagem, um Deus eterno e que Ele mesmo se encontra na eternidade – é um paliativo simplista demais, equivocado certamente, reducionismo.
Dizer “não creio em Deus” é puro discurso, palavrório de quem anda na contramão porque quer chamar a atenção. Não creio nisso. É polemização, tão somente, que leva a pessoa a construir um estilo de vida e uma maneira de pensar que com o tempo aparenta – a ela e aos outros – que realmente crê naquilo que prega. Em psicologia isso é chamado sublimação.
Não posso crer em ateus dessa forma. Ateus não existem.
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Os atributos morais de Deus e o comportamento do cristão

26.12.2013
Do portal  NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ
moraldeuscristao
“Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus” Lv 20:7
“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”1Pe 1:16
Encontramos o padrão da vida cristã em Deus, e esse padrão é demonstrado através da Escritura Sagrada. Não adianta tentarmos inventar filosofias ou desculpas para nossas atitudes erradas. O padrão estabelecido por Deus é a Sua Palavra. Não adianta dizermos que somos falhos, isso nós já sabemos. Deus não pede, Ele manda que busquemos a santificação. Para o cristão, isso não é uma opção.
Ao procurarmos observar Deus através daquilo que Ele mesmo revela, encontramos os atributos morais. Essa moralidade é demonstrada de forma clara, e ela que devemos buscar em nossas vidas.
O cristianismo não é uma religião sem regras. Se assim fosse seria sinônimo de anarquia. Apesar de estarmos na Graça, Deus estabelece regras em sua palavra para que vivamos de forma digna e agradável a Ele. A afirmação de que temos liberdade em Cristo, não estamos debaixo da lei etc. tem sido apresentada como desculpa para se viver uma vida alienada de princípios bíblicos, descomprometida com a verdade escriturística e arraigada na anarquia. 
Ora, a anarquia é a estrutura social em que não se exerce qualquer forma de coação sobre o indivíduo. Esse tipo de atitude culminará na negação do princípio da autoridade, e consequentemente irá produzir a desmoralização, desrespeito e avacalhação do ambiente em que se vive. Tudo isso terá como resultado final a desordem, confusão e baralhada. Isto é, tudo será permitido em defesa da suposta liberdade em Cristo. 

Será permitido beber demasiadamente e cantar em um coral, ou prostituir-se descaradamente e subir nos púlpitos para se realizar apresentações, mentir, fofocar, provocar intrigas… tudo em nome da liberdade em Cristo. Muitos até afirmam que não podemos repreender alguém que está no erro, pois este será guiado pelo Espírito Santo, ou seja, impudentemente lançar-se-á nas costas do Espírito Santo a nossa própria responsabilidade.
Age-se com Deus, como se Ele não estivesse observando a nossa vida e não fosse nos pedir contas de nossas ações.
“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”, foi o que disse Pedro. Essa santidade implica no afastamento e reprovação verbal e prática do pecado.
“Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé” (Tt 1:13), foi o que disse Paulo ao afirmar que a repreensão é bíblica e deve ser realizada se alguém deseja a saúde verdadeiramente espiritual. Em 1 Coríntios capítulo 5 encontramos Paulo repreendendo a igreja porque esta sabia de um jovem que estava cometendo pecado e ninguém lhe havia repreendido, mas estavam convivendo harmonicamente com tal situação. Ao estudarmos a moralidade de Deus, entendemos que Ele deseja que tenhamos a mesma atitude. Vejamos alguns pontos que julgamos importantes acerca de Deus. E entenda que ao usar a expressão ‘Deus’, refiro-me ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo:
Totalmente separado de tudo que é mal e que causa corrupção (Lv 11:44)
Totalmente perfeito, puro e íntegro (1Jo 1:5; Sl 99:9)
Odeia o pecado (Hc 1:13)
Sente prazer no que é santo e direito (Pv 15:9)
Não ouve aquele que insiste em continuar no pecado (Is 59:1-2)
Concede libertação a quem que se arrepende (1Pe 2:24)
Ao nos aproximarmos de Deus, algumas conseqüências surgirão, pois a santidade de Deus mostrará:
A realidade devastadora de nosso pecado (Jó 42:5-6)
A efetividade do arrependimento com a expiação através do sangue, antes do perdão (Hb 9:22)
A Graça remidora e o amor de Deus (Rm 5:6-8)
A necessidade de reverência e temor diante de Deus (Hb 12:28-29)
A veracidade da retidão de Deus (Sl 89:14)
A existência de regras e exigências por parte de Deus (Sl 145:17)
A execução das penalidades impostas pelas Suas leis (Sf 3:5)

A indignação contra o pecado e o amor a inteireza de caráter (Sl 11:4-7)
A punição para os perversos e injustos (Dn 9:12,14)
A concessão de perdão para o arrependido (1Jo 1:9)
A fidelidade ao cumprir a Sua Palavra e as Suas promessas (Ne 9:7-8)
A libertação e a defesa oferecidas ao Seu povo (Sl 103:6)
A recompensa para aqueles que foram justificados por Cristo (Hb 6:10)
A justificação daqueles que exerceram fé em Cristo (Rm 3:24-26)
A obliteração das penalidades que nós merecemos (Sl 103:8)
A doação de bênçãos para aqueles que não merecem (Ef 2:8-10)

Ao vermos a atitude de Deus para conosco só podemos chegar a uma conclusão: Quem se aproxima verdadeiramente de Deus sentirá um desejo irresistível de consertar a sua vida para se parecer mais com o Senhor.
A aproximação de Deus levará o indivíduo a entender a seriedade do pecado; a compreender a necessidade de se tratar o pecador e não agasalhar o seu pecado; a aceitar a existência de regras estabelecidas por Deus em Sua Palavra; a buscar a reverência, temor e respeito para com Deus e Sua obra; a demonstrar graça e misericórdia, sem se deixar confundir com harmonização com o pecado; a cumprir com fidelidade a vontade Divina; a doar-se em benefício dos outros, e em prol do Reino de Deus.
Quem se aproxima de Deus irá entender o quanto somos falhos e o quanto precisamos buscar a santidade. A santidade que nos faz parecer mais com Cristo, no meio de uma sociedade entregue ao pecado. A santidade que nos faz desejar estar com Cristo. A santidade que nos faz buscar o Reino de Deus e não este mundo. A santidade que nos faz parecer cada vez menos com o estereótipo estabelecido por um mundo cego espiritualmente.
Estar separado do pecado não é o mesmo que ser legalista, no sentido pejorativo da palavra, mas é ser um santo posicional, que busca uma santificação progressiva. É buscar ser santo em todos os aspectos. E se para a sociedade pós-moderna isso significa ser legalista, que sejamos antes legalistas do que mundanos, descomprometidos com Deus e alienados da instrução bíblica. Que sejamos, antes de qualquer coisa, servos que dão prazer ao Senhor, do que senhores que maltratam e alienam seus servos, agindo como se estivessem em pé de igualdade com o Senhor dos senhores.
Que sejamos servos de fato e de verdade, e não apenas de aparência. Que definitivamente possamos servir a Deus com aquilo que Ele nos deu, remindo o tempo, instruindo sinceramente o povo, conduzindo-os ao arrependimento e andando com ele, o povo, rumo ao objetivo proposto pelo Senhor. Que paremos de “matar” o tempo dentro de nossas casas com coisas supérfluas e luxos desnecessários e cumpramos a carreira que nos foi proposta.
Que possamos conduzir o povo até Cristo, e depois disso instruí-los em como proceder, e não conduzir o povo até nossos pensamentos particulares, alicerçados em nossas experiências pessoais, gerando um batalhão de alienados e idólatras de líderes mundanos e egocêntricos.
Que busquemos a Deus para parecermos mais com Ele.
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Introdução ao estudo do Espiritismo

27.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ

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Segundo o Pequeno Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra “espiritismo” tem sua origem no vocábulo francês espiritisme. É uma doutrina filosófico-religiosa baseada na “comunicação entre os vivos e os mortos”. Ainda segundo o mesmo dicionário, é uma “doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicações, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados”.
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Origem

O espiritismo, enquanto tentativa de contato com os mortos, faz parte da tradição de vários povos, como os egípcios, caldeus, hindus, assírios etc. De acordo com o escritor Jefferson Magno Costa, em seu livro “Porque Deus Condena o Espiritismo”, pág. 20, “o espiritismo que hoje se expande pelo Brasil e no mundo nada mais é do que a continuação da necromancia e do ocultismo praticados pelos povos antigos”.
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A origem do espiritismo moderno ocorreu em dois períodos distintos, começando por 1848 e estendendo-se até 1857, com a publicação do Livro dos Espíritos, por Allan Kardec. Vejamos os dois períodos separadamente.
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A família Fox

Embora o espiritismo seja uma das heresias mais antigas já surgidas no mundo, o seu ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Kate e Margaret Fox, que nasceram em Hydesville, uma aldeia perto da cidade de Rochester, Nova Iorque. Era um lugar muito pobre, com casas de aspecto humilde, geralmente de madeira. Seus pais eram metodistas e tinham mais filhos.
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A família Foz passou a residir nessa casa em 11 de dezembro de 1847, e tudo transcorria bem até meados de março de 1848, quando começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por ratos e camundongos que infestavam a casa. Porém, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria tocou no rosto duma das meninas, percebeu-se que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. Certa noite, John Fox, sua esposa e as duas filhas, estavam a conversar sobre estranhos fenômenos de assombração. Catarina, então, produziu estalos com os dedos; notaram todos que alguém os repetia. Por sua vez, Margaret produziu estalos e encontrou eco.
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Apavorada, a sra. Fox perguntou: “é homem ou mulher que esta batendo?”, mas não obteve resposta. Insistiu então: “É espírito? Se é espírito, bata duas vezes”. Produziram-se duas breves pancadas. Concluiu, assim, que um espírito “desencarnado” estava em comunicação com a família.
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Segundo se diz, os próprios espíritos indicaram às irmãs Fox, em 1848, nova forma de comunicação: que os interessados se colocassem em torno de uma mesa, em cima da qual poriam as mãos; às interrogações que fizessem aos espíritos, a mesa responderia com golpes e movimentos de letras do alfabeto e de palavras.
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Essas meninas tornaram-se médiuns e durante trinta anos entregaram-se à produção defenômenos que passaram a ser conhecidos praticamente em todo o mundo.
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Uma fraude

As duas irmãs Fox, tidas como “médiuns”, confessaram posteriormente que recorreram a truques e fraudes para produzir as pancadas que a mãe, muito crédula, atribuiu a um espírito do além. No dia 21 de outubro de 1888, a sra. Margaret Fox Kane, realizou pela primeira vez seu intento de, com os próprios lábios, denunciar publicamente o espiritismo e seu séqüito de truques. Apresentou-se à Academia de Música de Nova Iorque perante uma numerosa e distinta assembléia e, sem reservas, demonstrou a falsidade de tudo quanto no passado fizeram – ela e a irmã – sob o disfarce da “mediunidade espírita”.
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“A sra. Kane (Margaret) manteve-se de pé sobre o palco; tremendo e possuída de intensos sentimentos, fez uma aberta e extremamente solene abjuração do espiritismo, enquanto a sra. Catharine Fox (Kate) Jenchensen assistia de um camarote vizinho, dando, por sua presença, inteiro assentimento a tudo que a irmã dizia”.
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O texto dessas confissões e retratações de Margaret e Kate Fox foi publicado pela imprensa norte-americana – no New York Herald de 27/5/1888 e 10/9/1888, assim como no The World de 22/10/1888. Acha-se tal texto reproduzido em fac-símile inglês e em uma tradução portuguesa no livro de frei Boaventura Kloppenburg, O Espiritismo no Brasil, Ed. Vozes, págs. 426-447.
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Kardecismo

Apesar da confissão e retratação das irmãs Fox, o estrago já estava feito: propagaram-se sessões espíritas por toda a América do Norte e Europa. Na Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. Por consequinte, os médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil onde a semente do supersticionismo espiritista haveria de ser semeada.
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Na França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. Ele passaria para a História sob o pseudônimo de Allan Kardec – que seria o nome de um druida, supostamente sua “encarnação” anterior. Kardec nasceu às 19h00 do dia 3 de outubro de 1804, na cidade de Lião (França), e era filho de um advogado. Em 1854, interessou-se pelo fenômeno então conhecido como “Mesa Giratória”. Nos salões elegantes, após os sarus, gente da alta sociedade costumava se sentar em torno dessas mesas para, segundo acreditavam, dialogar com os espíritos.
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Utilizando recursos supostamente mediúnicos dos presentes, as entidades desencarnadas se manifestariam. Segundo os historiadores, o fenômeno foi a coqueluche da sociedade francesa de 1853 a 1855. Os eventos das mesas giratórias ganharam dezenas de reportagens nos jornais europeus.
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Kardec mergulhou nesse universo por três anos, até estruturar uma doutrina que, segundo ele, unia os conhecimentos cientifico, filosófico e religioso. Ele escreveu sua obra básica, O Livro dos Espíritos, em 1857. O livro é resultado dos diálogos que Kardec supostamente dizia ter estabelecido com espíritos desencarnados nas diversas reuniões mediúnicas de que participou.
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Ele dizia ouvir a voz de diferentes espíritos por meio de diferentes médiuns, para cotejar as versões. A obra se estrutura em 1.019 tópicos, no estilo pergunta e resposta. O Livro dos Espíritos serviu de base para mais oito obras de Kardec.
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1 ) O Que é o Espiritismo (1859)
2 ) O Livro dos Médiuns (1861)
3 ) O Espiritismo em sua mais Simples Expressão (1862)
4 ) Refutação de Críticas ao Espiritismo (1862)
5 ) O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
6 ) O Céu e o Inferno (1865)
7 ) A Gênese (1868)
8 ) Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868)
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Kardec também fundou A Revista Espírita, periódico mensal editado em vários idiomas. Ele mesmo assentou as bases da “Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec”. Ele faleceu em 1869, aos 64 anos.
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Subdivisões do Espiritismo

Embora consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser, os próprios espíritas preferem admitir haver diferentes formas de espiritismo. Para efeito didático, o espiritismo pode ser classificado da seguinte maneira.
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a) Espiritismo Comum
  • Quiromancia
  • Cartomancia
  • Grafologia
  • Hidromancia
  • Astrologia

b) Baixo Espiritismo ou Religiões de Possessão
  • Umbanda
  • Candomblé
  • Quimbanda

c) Movimentos Dissidentes
  • Racionalismo Cristão
  • Cultura Racional
  • Legião da Boa Vontade (LBV)
  • Renovação Cristã (também conhecida como Grupo Bezerra de Menezes)
  • Protestantismo de Oswaldo Polidoro
  • Ubaldistas

d) Espiritismo Histórico
  • Kardecismo
  • Roustainguistas
  • Científicos
  • Armondistas
  • Emmanuelistas
  • Ramatistas
  • Paganizantes
  • Dialéticos
  • Transcomunicadores
  • Espiritualistas
Principais crenças do espiritismo
Independente da existência de várias tendências no espiritismo existe uma doutrina básica (fundamental) presente em quase todos os grupos espíritas.
a) A ideia da evolução dos espíritos através de sucessivas reencarnações;

b) O progresso cósmico é regido pela Lei do Carma, segundo a qual toda ação, boa ou má, recebe

c) devida retribuição; o jogo da vida é tido como um jogo de dádivas em que se recebe na proporção que se dá;

d) Os médiuns são os intermediários entre os vivos e os espíritos desencarnados; a mediunidade pode se manifestar através de visões, incorporações, poder de cura, psicografia;

e) Crença na pluralidade dos mundos habitados, em que cada mundo constituiria uma etapa específica do progresso espiritual; a Terra é tida como um lugar de expiação;

f) O progresso depende de méritos pessoais, acumulados em várias encarnações;

g) Não há distinção entre o natural e o sobrenatural, entre a religião e a ciência.
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ARMADILHA MORTAL

27.12.103
Do portal ENCONTRANDO A PAZ, 11.12.13

Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
(Mateus 16:26).

Vamos analisar por um momento o que significa ganhar o mundo inteiro: ter meios para possuir todas as coisas deste mundo e desfrutar o respeito de todos. No entanto, qual seria a utilidade disso se o preço for a perda da alma?

Há várias coisas que julgamos importantes e fazemos o máximo esforço para alcançá-las ou mantê-las, como se fossem a razão da vida. Entre elas não estão apenas bens materiais, prosperidade financeira, sucesso. Felicidade, reputação e independência podem ser igualmente essenciais para nós.

De qualquer modo, nada se iguala ao valor de nossa alma. Normalmente tal valor é subestimado; poucas são as pessoas que realmente conseguem perceber o incalculável valor da própria alma!

Quantos passaram pela dolorosa experiência de conquistarem tudo só para descobrir que nada disso satisfaz. Quanto mais possuímos mais lutamos para possuir. De onde vem tal insatisfação? O que nos faz viver assim, presos nessa armadilha mortal?

Quando Deus criou o homem, lhe deu uma alma destinada à eternidade, cuja satisfação estava no relacionamento com Ele. É por isso que a vida continua após a morte física e no coração humano está o desejo pelos valores eternos, duradouros. E é por isso também que existem tantas religiões; é uma tentativa fracassada de aplacar a sede da alma. Porém, isso só acontecerá quando nos relacionarmos com o Deus vivo. A partir desse momento, percebemos que “ganhar o mundo inteiro” é lixo se comparado à “excelência do conhecimento de Cristo Jesus” (Filipenses 3:8).
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