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sexta-feira, 7 de março de 2025

Resenha : "O PAPEL DAS MÍDIAS SOCIAIS NO COMPORTAMENTO DOS EVANGÉLICOS BRASILEIROS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA”

 07.03.2024

Postado por pastor Irineu Messias


A seguir, apresenta-se uma resenha acerca do documento O PAPEL DAS MÍDIAS SOCIAIS NO COMPORTAMENTO DOS EVANGÉLICOS BRASILEIROS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA”, que se propõe a analisar a interseção entre as tecnologias digitais e as práticas religiosas no contexto evangélico brasileiro.

Contextualização e Objetivos

O estudo parte do reconhecimento do crescente impacto das mídias sociais na sociedade contemporânea e, especificamente, na forma como a religião é vivenciada e comunicada. O principal objetivo do trabalho é investigar de que forma as plataformas digitais transformam a prática dos evangélicos, contribuindo para a construção ou fragmentação da identidade religiosa e alterando as dinâmicas de comunicação entre líderes e fiéis. Ao abordar estes temas, o artigo se mostra atual e relevante, considerando os desafios da era digital, como a disseminação de fake news e a superficialização dos discursos religiosos.

Metodologia e Abordagem

A metodologia adotada consiste em uma revisão bibliográfica sistemática, na qual os autores selecionaram fontes recentes e relevantes para compor um panorama crítico sobre as transformações na prática religiosa mediada pelas mídias sociais. Essa abordagem qualitativa permite identificar padrões, tendências e lacunas na literatura, ressaltando, por exemplo, tanto os benefícios proporcionados pelo acesso facilitado à informação quanto os riscos associados à desinformação e à fragmentação comunitária.

1. Relevância do Tema: 

O documento aborda um assunto de extrema importância no contexto atual, pois as mídias sociais modificam a forma como a fé é praticada, ampliando o acesso à mensagem religiosa, mas também introduzindo desafios relacionados à autenticidade e à coesão comunitária. A discussão acerca da disseminação de fake news, em particular, é um alerta imprescindível para que líderes e teólogos repensem as estratégias de comunicação digital.

2. Análise Crítica e Reflexiva: 

A revisão bibliográfica apresenta uma análise reflexiva sobre a dualidade das mídias sociais – por um lado, possibilitam a democratização do acesso à informação e a formação de comunidades virtuais; por outro, podem gerar uma “religiosidade performática” e facilitar a propagação de conteúdos imprecisos que atentam contra os valores bíblicos e a tradicional autoridade religiosa.

3. Contribuição para o Debate Interno:  

O trabalho funciona como uma ferramenta que pode estimular uma reavaliação entre líderes evangélicos e teólogos, incentivando-os a adotar práticas digitais mais críticas e a implementar mecanismos de verificação de informações. Esse debate é fundamental para resguardar os valores religiosos e garantir uma prática de fé mais autêntica e conectada com os princípios éticos e doutrinários do evangelho.

A resenha evidencia que o documento “O PAPEL DAS MÍDIAS SOCIAIS NO COMPORTAMENTO DOS EVANGÉLICOS BRASILEIROS” é uma contribuição valiosa para o debate sobre a relação entre tecnologia e religiosidade no Brasil. Ao identificar tanto os benefícios quanto os desafios inerentes ao uso das mídias sociais – com ênfase especial na problemática das fake news e na redefinição da autoridade religiosa – o estudo serve como um chamado à conscientização e à reflexão crítica entre os líderes evangélicos. Assim, ele pode funcionar como um ponto de partida para a reformulação de estratégias de comunicação e o fortalecimento dos valores bíblicos em um ambiente cada vez mais digitalizado.

*Este artigo científico, “O PAPEL DAS MÍDIAS SOCIAIS NO COMPORTAMENTO DOS EVANGÉLICOS BRASILEIROS” foi elaborado pelo pastor Irineu Messias, como um Trabalho de Conclusão do curso de Pós-Graduação em Filosofia, Sociologia e Ciências Sociais, pela Faculdade Prisma. O autor também é formado em Filosofia(Licenciatura), pela Faculdade IBRA e Bacharel em Teologia.

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quinta-feira, 6 de março de 2025

Os Sofistas e as Fake News Modernas: Paralelos Históricos e os desafios para os cristãos

  06.03.2025

Os sofistas da Grécia Antiga e o fenômeno contemporâneo das fake news apresentam paralelos interessantes que revelam como a manipulação da linguagem e da verdade tem raízes profundas na história humana.

Quem eram os sofistas?

Os sofistas foram professores e pensadores itinerantes que surgiram no século V a.C. na Grécia. Diferentemente de filósofos como Sócrates e Platão, os sofistas não buscavam necessariamente a verdade absoluta, mas ensinavam a arte da retórica e da persuasão. Eles cobravam por seus ensinamentos e prometiam ensinar técnicas para vencer debates e persuadir audiências, independentemente da veracidade dos argumentos.

Figuras como ProtágorasGórgias e Hípias foram sofistas proeminentes. Protágoras é conhecido por sua famosa frase: "O homem é a medida de todas as coisas", sugerindo uma visão relativista da verdade.

Paralelos com as fake news modernas

1. Relativismo da verdade: Os sofistas defendiam que a verdade poderia ser moldada conforme a necessidade do argumento. Similarmente, as fake news operam sob a premissa de que a "verdade" pode ser construída para servir a interesses específicos.

2. Técnicas de persuasão: Os sofistas desenvolveram técnicas retóricas para convencer audiências, independentemente da veracidade. As fake news utilizam estratégias semelhantes, explorando emoções e vieses cognitivos para convencer pessoas.

3. Poder da linguagem: Tanto os sofistas quanto os propagadores de fake news compreendem o poder da linguagem na formação da percepção da realidade. Os sofistas utilizavam jogos de palavras e ambiguidades; as fake news usam manchetes sensacionalistas e linguagem emotiva.

4. Contexto social de desconfiança: Os sofistas emergiram em um período de transformação na sociedade grega, quando valores tradicionais estavam sendo questionados. As fake news proliferam em um contexto de desconfiança nas instituições tradicionais e autoridades.

Diferenças importantes

Apesar dos paralelos, existem diferenças significativas:

1.Escala e velocidade: As fake news modernas podem se espalhar globalmente em segundos através das redes sociais, algo inimaginável na Grécia Antiga.

2. Intenção pedagógica: muitos sofistas, apesar das críticas, tinham genuínas intenções pedagógicas. Já as fake news frequentemente têm objetivos puramente manipulativos ou lucrativos.

3. Contexto tecnológico: As fake news são amplificadas por algoritmos e bolhas de filtro, criando um ecossistema de desinformação muito mais complexo que o ambiente dos sofistas.

Lições da história

O debate entre Sócrates/Platão e os sofistas nos oferece ferramentas para enfrentar as fake news:

- A importância do pensamento crítico e do questionamento socrático

- A necessidade de buscar evidências além da retórica persuasiva

- O valor da educação como forma de combater a manipulação

Tanto na Atenas antiga quanto no mundo digital de hoje, a capacidade de distinguir entre persuasão e verdade continua sendo uma habilidade essencial para a cidadania democrática.

Como práticas sofistas e as fake news afetam os princípios cristãos?

As práticas sofistas e as fake news representam desafios significativos para os princípios cristãos na sociedade contemporânea. Ambas as práticas compartilham uma relação complexa com a verdade que contrasta com os valores fundamentais do cristianismo.

Práticas sofistas e sua relação com o cristianismo

Os sofistas da Grécia Antiga eram conhecidos por sua habilidade retórica e pelo uso de argumentos persuasivos que priorizavam o convencimento sobre a verdade objetiva. Essa abordagem contrasta diretamente com princípios cristãos como:

- A valorização da verdade como valor absoluto ("Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" - João 8:32)

- A integridade e a honestidade como virtudes essenciais

- O testemunho verdadeiro ("Não darás falso testemunho" - Êxodo 20:16)

 Fake news e seus impactos nos valores cristãos

As fake news representam uma manifestação contemporânea de práticas sofistas, onde a manipulação da informação visa persuadir, independentemente da veracidade. Isso afeta os princípios cristãos por:

1. Minar a busca pela verdade, fundamental na fé cristã

2. Promover divisões sociais que contrariam o chamado cristão à unidade e ao amor ao próximo

3. Cultivar desconfiança generalizada, dificultando o testemunho cristão autêntico

4. Usar frequentemente o apelo emocional para sobrepor-se ao discernimento e à reflexão cuidadosa

Desafios para os cristãos no cenário atual

Os cristãos enfrentam desafios particulares nesse contexto:

Distinguir entre informação verdadeira e manipulação em um ambiente saturado de conteúdo

- Resistir à polarização que frequentemente acompanha a disseminação de fake news

- Manter o compromisso com a verdade mesmo quando narrativas falsas possam parecer favoráveis a posições políticas ou sociais alinhadas com suas preferências

- Exercer o discernimento espiritual diante do volume de informações contraditórias

A convergência entre práticas sofistas e fake news exige dos cristãos um compromisso renovado com o discernimento, a busca pela verdade e o exercício da caridade no diálogo, reafirmando os valores essenciais do cristianismo em um contexto de comunicação cada vez mais complexo.

Referências:

  • Maffesoli, Michel. A Convivialidade: a Arte de Viver Juntos. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
         Página: 45-50 (discussão sobre a retórica e a influência dos sofistas na comunicação contemporânea).
  • Cunha, Luiz Felipe. A Era da Pós-Verdade: Fake News e a Nova Política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2019.

         Página: 78-82 (análise da retórica sofista e sua relação com a manipulação da verdade nas fake news).

  • Postman, Neil. Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business. New York: Penguin Books, 1985.

          Página: 95-100 (reflexão sobre a retórica e a influência dos sofistas na comunicação moderna).
  • Carr, Nicholas. The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains. New York: W. W. Norton & Company, 2010.

          Página: 120-125 (considerações sobre a retórica e a relação com os sofistas no contexto digital).

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A Ética Cristã: Fundamentos, Principais Princípios e Sua Aplicação na Vida dos Fiéis

06.02.2025
Postado por pastor Irineu Messias


A ética cristã, um tema fundamental na vida da Igreja, é um chamado à reflexão sobre como devemos viver conforme os ensinamentos de Jesus Cristo e a sabedoria contida na Bíblia. Este sistema de valores morais, ensinadas pela Igreja Evangélica, não é apenas uma lista de regras, mas uma luz que orienta a conduta dos cristãos ao longo das gerações.

A Natureza Normativa e Absoluta da Ética Cristã

Em essência, a ética cristã é normativa e absoluta. Sua origem está no caráter imutável de Deus, que nos oferece mandamentos que se aplicam a todas as pessoas, em todos os tempos e lugares. Isso significa que as verdades morais que a ética cristã apresenta não são relativas, mas têm uma solidificação e uma certeza que podem orientar toda a nossa vida – em casa, no trabalho e na sociedade.

A Relação Entre Ética e Identidade Cristã

A ética não é apenas sobre o que é certo ou errado; ela é também um pilar da identidade cristã. Nossos valores e normas éticas moldam nossas ações e nos diferenciam como seguidores de Cristo em um mundo que muitas vezes se distancia da moralidade bíblica. A fé desempenha um papel crucial nesse processo, proporcionando um horizonte de sentido e motivação para nossas decisões morais.


Desafios na Reflexão Ética Cristã

Na busca por viver uma vida que reflita os ensinamentos de Cristo, enfrentamos diversos desafios éticos. É preciso garantir que a nossa fé permeie nosso comportamento moral, mantendo sempre a centralidade da relação com Cristo. A ética cristã deve também integrar valores que se alinhem à realidade atual, promovendo uma ação que seja tanto crítica quanto profética em relação aos padrões que nos cercam.

A Importância da Fé na Ética Cristã

A fé não só fundamenta a moralidade cristã, mas também nos estimula a buscar soluções que promovam a dignidade humana e respeitem os valores morais. Principais com o adventos das redes sociais, em que muitos ditos cristão, exalam ódio, acusações e espalha mentiras(fake news) sem levarem em consideração o compromisso que assumiram com Ele, quando O aceitaram como Senhor de suas vidas. Tal comportamento confronta-se com os seus princípios com Seus Santos e inerrantes ensinamentos

Seus ensinamentos atuam como luz em tempos de dúvida, confrontando nossas convicções pessoais com a Palavra de Deus e encorajando-nos a rejeitar o que não está alinhado com a revelação divina, inclusive a mentira, tal em voga hoje, nas redes sociais. Aliás, nunca é de mais lembra que o Pai da Mentira é o Diabo, como bem disse o Senhor Jesus: 

"Vós sois do pai, o diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio e nunca se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira." João 8:44

Reflexões Finais

Ao abordarmos a ética cristã, somos desafiados a integrar nossos valores de fé na vida cotidiana. Questões profundas surgem, como: Qual é o papel da antropologia teológica na formação de nossa moralidade? Como podemos conciliar a ética cristã com a racionalidade humana? Essas perguntas nos levam a aprofundar nosso entendimento e práticas éticas.

Em suma, a ética cristã é uma bússola que nos guia em meio às complexidades da vida moderna. Ela nos convida a viver uma vida que não só glorifica a Deus, mas também é relevante e significativa em nosso contexto social. Que possamos, juntos, refletir sobre esses princípios e nos esforçar para vivê-los a cada dia, conforme os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus e sua infalível Palavra. Pois como o Mestre revelou:   

"Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar." Mateus 24:35

Se você se sentiu tocado por essas reflexões ou tem dúvidas sobre a ética cristã, compartilhe suas ideias! Como você aplica esses princípios em sua vida?

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terça-feira, 30 de agosto de 2022

ORAR POR UMA VIDA TRANQÜILA E SOSSEGADA.1Tm 2:1-3

30.08.2022 
Do canal do pastor Irineu Messias

   

No vídeo de hoje tratamos da necessidade e da importância de orarmos por todos os homens, particularmente por todos os governantes.

Na época em que essa carta de 1 Timóteo foi escrita, o regime político comum em todo o mundo, era a monarquia. Por isso que Paulo aconselha o jovem ministro Timóteo a orar pelos "reis".
Era o rei o Chefes de Estado e o Chefe de Governo e até o chefe do Poder Judiciário.
Hoje no entanto, na maioria dos países existem os chefes desses 3 poderes: Legislativo, Executivo e o Judiciário.
Sendo assim devemos orar pelos presidentes do Poder Executivo(Presidente, Governadores e os Prefeitos), do Poder Legislativo( Senadores, deputados federais e estaduais e vereadores) e do Poder Judiciário(procuradores, juízes e ministros dos tribunais superiores).
A razão desse conselho, o próprio Paulo explica não apenas a Timóteo mas a toda a Cristandade em todos os lugares e em todas as épocas: "...para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade." 1Tm 2:2
Não podemos por conta de um momento eleitoral , perder de vista nossos princípios cristãos em detrimento de pessoas que sequer tem compromissos os postulados da Palavra de Deus. Essas pessoas, infelizmente muitos pastores, estão levando grande parte do povo de Deus a ter um comportamento em desacordo com os princípios bíblicos. Muitos por conta disso, tem espalhando mentiras e fake news pelas redes sociais, além de incitar o ódio e tendo uma linguagem extremamente torpe, grosseira e agressiva.
Vote-se em quiser, mas nunca jamais abrir mão de nossos princípios cristãos.
Oremos por todas as autoridades; oremos por todos os candidatos para que façam uma campanha com tranquilidade.

Nosso dever de orar assim é "Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador..." 1Tm 2:3
Deus abençoe a todos,
Pastor Irineu Messias

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Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=ygSfwaCszeE

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Fé cristã e fake news

01.06.2018
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alex Esteves

“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (cf. I Jo 4.1).


Em meio a toda a discussão sobre pós-verdade e fake news, preocupa-me especialmente a facilidade com que muitos cristãos dão crédito a mensagens sem fundamento compartilhadas em mídias e redes sociais. Além da adesão a sites  especializados em espalhar mentiras, há o compartilhamento de textos, áudios e vídeos contendo histórias sem a mínima comprovação, e até falsas profecias.
É assim, por exemplo, que se espalham fotos de pessoas mortas dizendo tratar-se de missionários martirizados nesse ou naquele país, quando uma simples checagem na própria internet é suficiente para provar que a imagem se refere a coisa diversa; áudios com uma voz pesarosa diante do juízo apocalíptico que Deus supostamente enviaria ao Brasil por meio de uma tsunami contra várias cidades; vídeos com explicações duvidosas acerca da última “treta” do mundo gospel; textos sobre reuniões secretas da ONU, com a presença dos mais importantes líderes mundiais, destinadas a perseguir os cristãos de todas as nações; notícias infundadas de que o presidente é satanista…
Num tom afetado, de alegada espiritualidade, essas mensagens convocam à oração – quem, em sã consciência, sendo cristão, seria contra a necessidade de orar? Outros pensam: “Não sei se é verdade, mas poderia ser”. E espalham a mentira porque ela serve à narrativa, “cumpre a profecia” ou “tem a ver”.
Não é tão difícil constatar a falsidade de uma mensagem que recebemos: geralmente as notícias falsas são sensacionalistas, aproveitando-se do medo e da ansiedade para atrair seu público; citam fatos e pessoas reais, retalhos dos últimos acontecimentos, para adquirir uma aparência de plausibilidade, mas acrescentam informações que não podem ser comprovadas, porque desprovidas de fontes confiáveis; não é incomum essas postagens conterem erros gramaticais, históricos, geográficos ou de outra natureza.
A credulidade é um problema muito grave, não só do ponto de vista intelectual, educacional e cultural, mas principalmente espiritual, porque diz respeito ao modo como a pessoa constitui seu sistema de crenças e àquilo que considera fundamento da verdade.
Fico imaginando se as pessoas que depositam sua confiança em boatos de redes sociais usam a mesma disposição mental e os mesmos critérios para aferir o que é certo e o que é errado à luz da Bíblia. Como esses cristãos crédulos avaliam pregações? De que lhes serve uma pregação expositiva? É com a fé que se aproximam das Escrituras ou é com aquela credulidade que as torna presas fáceis das fake news?
A Bíblia exorta-nos à , não à credulidade: “O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos” (cf. Pv 14.15); “O coração do sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia” (cf. Pv 15.14); “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (cf. At 17.11); “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (cf. I Jo 4.1).
Nós, cristãos, não fomos chamados a crer pura e simplesmente, mas a crer em Deus, na Pessoa de Cristo, conforme as Escrituras.
Fé é confiança na palavra de Deus (cf. Hb 11.1). Fé é uma resposta positiva à graça divina (cf. Ef 2.8). Credulidade, por sua vez, é a inclinação a acreditar celeremente no que se ouve ou lê, sem juízo crítico, sem capacidade de avaliação. Lembro, aqui, do interessante opúsculo de John Stott intitulado Crer é também pensar (publicado no Brasil pela ABU Editora), cujo título original é Your mind matters (“Sua mente importa”).
Os servos de Deus, os quais têm “a mente de Cristo” (cf. I Co 2.16), devem examinar todas as coisas (cf. I Ts 5.21) e ser “sóbrios” (cf. I Pe 4.7; “criteriosos”, na versão Almeida Revista e Atualizada). Acreditar facilmente em qualquer coisa atenta contra o caráter de Cristo. A fé cristã produz no convertido uma disposição mental renovada, a restauração progressiva de sua capacidade intelectiva, até que ele seja completamente liberto dos efeitos noéticos da Queda, o que acontecerá quando da glorificação prometida ao que crê (cf. Rm 8.23; I Jo 3.2).
Temo sinceramente que muitos cristãos recebam as pregações da mesma forma como recebem (e depois espalham) notícias falsas disseminadas na internet: se a pregação compartilhada for bíblica, não haverá o que objetar, senão pelo exíguo benefício que poderão extrair da palavra aqueles que forem deficientes em sua análise; o problema é que, em virtude do juízo crítico pouco aguçado, os crédulos costumam ser atraídos por pregadores sensacionalistas, triunfalistas, de autoajuda, promotores de “eisegese” em lugar de exegese, o que talvez explique, ao menos em parte, a crise em que se acha (e se perde) a Igreja evangélica brasileira.
*Alex Esteves Ministro do Evangelho em Salvador/BA. Membro do Conselho de Educação e Cultura da CONFRAMADEB. Bacharel em Direito. Casado e pai de três filhos
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/fe-crista-e-fake-news/