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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Fé e Ciência: gêmeas amigas, ou inimigas?

21.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 10.02.13

O divórcio entre a fé e a ciência, ou entre a física e a metafísica, marcou o fim da Idade Medieval e o início do Iluminismo. Não me entenda mal. Creio que este divórcio trouxe inestimáveis benefícios para ambos os lados, mas não sem um alto preço. Como os divórcios são caraterizados por brigas, mal entendidos, rotulações preconceituosas ou até mesmo xingações dos dois lados, também a ciência e a teologia sofrem de grande dificuldade de comunicação. Além disto, com o amadurecimento da ciência, cresce a convicção popular que a ela pertence o campo de fatos enquanto à religião pertence o campo de valores. 

Curiosamente ao campo de fatos se aplica a regra de singularidade e dogma. Isto é, a respeito de determinado fenômeno, cientificamente falando, os fatos são únicos, e uma vez estabelecidos, se tornam dogmas. O inverso ocorre na percepção do papel da religião para quem é relegado campo de valores. Estes valores, não como fatos, são múltiplos e por isso culturalmente não devem ser entendidos como dogmas universais, apenas do gosto do freguês.

Digo isso a princípio só para ilustrar a dificuldade de intercâmbio que historicamente existe entre estes dois paradigmas. Uma uma parábola vai ajudar (a primeira regra da teologia é se não souber da resposta, conte uma parábola!).

Em julho de 1979, na famosa universidade, Massachusetts Institute of Technology na cidade de Cambridge, Massachusetts, igrejas do mundo inteiro, protestantes, católicos romanos e católicos ortodoxos, se-reuniram (com o apoio do Concílio Mundial de Igrejas) para discutir o tema, “Fé e ciência num mundo injusto”. O astrônomo australiano eminente, Robert Hanbury Brown, foi convidado para dar início à conferência com uma definição da ciência e uma interpretação da sua natureza. Dois dos seus temas eram especialmente interessantes.

Começando com uma definição clássica, ele descreveu como a “industralização” da ciência – sua aliança com instituições políticas e econômicas – modificou a compreensão clássica como uma busca pela verdade objetiva e verificável. Mesmo assim, como o bom cientista que é, Brown afirmou a importância da objetividade e a verifiabilidade para toda tarefa científica.

Ao mesmo tempo, Brown enfatizou que os conceitos científicos são metáforas e abstrações relacionadas a uma realidade essencialmente misteriosa. Disse ainda, que dentro da própria ciência, há metáforas e abstrações diferentes que podem ser consideradas “complimentares” e não antagônicas. Com base neste último ponto, ele argumentou que uma ciência devidamente modesta e a fé podem ser vistas como respostas complimentares aos mistérios últimos da existência.

Depois da palestra de Brown, havia duas reações convidadas. Uma veio duma cientista africana, Matu Maathai, que era basicamente uma aprovação entusiástica da ciência, mesmo com algumas ressalvas a respeito do perigo do abuso da ciência no terceiro mundo, especialmente para o aumento de armas de destruição.

A segunda reação veio dum teólogo e filósofo social brasileiro, Rubem Alves, então professor da UNICAMP e atualmente psicanalista e meu vizinho do lado da minha casa. Típico do espírito brasileiro poético e brincalhão, Rubem Alves deu sua resposta contando a seguinte estória:
Era uma vez um cordeiro, que amando o conhecimento objetivo, resolveu descobrir a verdade sobre os lobos. Já sabia de muitos contos ruins sobre os lobos. Eram verdadeiros? Resolveu investigar de primeira mão. Então ele escreveu uma carta para um lobo filósofo com uma pergunta simples e direto: O que é um lobo? O lobo filósofo respondeu a carta explicando o que os lobos são: seus formatos, seus tamanhos, suas cores, seus hábitos sociais, seu pensamento, etc. Pensou, entretanto, que era irrelevante falar dos seus hábitos alimentícios já que tais hábitos, de acordo com a própria filosofia do lobo filósofo, não pertenciam à essência dos lobos. Pois bem, o cordeiro ficou tão impressionado com a carta que resolveu fazer uma visita na casa do seu novo amigo, o lobo. Foi somente então que aprendeu para sua infelicidade que os lobos têm uma fraqueza por churrasco de cordeiro.
Seria fácil confundir as personagens da parábola de Rubem Alves. Poderia imaginar que para ele, o lobo representa o cientista puro e o cordeiro o religioso. Também não seria difícil imaginar o contrário. Mas o próprio Dr. Alves explica: o lobo somos todos nós que pretendemos nos definir com objetividade e distância pessoal. Os lobos são os cientistas, religiosos, políticos, economistas e até professores universitários. Entretanto o tom bastante negativo de Alves ilustra a difícil relação entre a ciência e a religião. Esta relação tênua tem uma longa história que não dá para relatar adequadamente aqui. Mas é um relacionamento que não precisa ser, e não é o único relacionamento possível. Gostaria de propor um outro, não de incompatibilidade entre lobo e cordeiro, mas do desconhecimento mútuo entre dois gêmeos que são criados separadamente.

Já aparece nas reportagens na televisão: dois gêmeos, ou duas gêmeas que eram separados logo depois do nascimento se encontram décadas depois. A alegria é enorme, mas na própria reportagem dá para perceber que os dois já são bem diferentes, devido a influência não só de fatores psicológicos que levam quaisquer irmãos, gêmeos ou não, a terem suas próprias personalidades, mas também devido a criação em contextos totalmente diferentes que os gêmeos sofrearam. Talvez eu esteja exagerando na analogia, mas prefiro ver a fé e a ciência como gêmeos criados separados. Deveriam ter mais em comum do que de fato têm, não idênticos, pela mesma razão que gêmeos idênticos não são idênticos na sua personalidade. Faço esta fantástica afirmação que a fé, certamente a fé cristã, literalmente começa e termina com uma preocupação cosmológica, uma preocupação que normalmente relegamos a ciência. Enquanto isso, a ciência sem dúvida está fazendo perguntas cada vez mais teleológicas e estéticas, que se refere à finalidade e a beleza da realidade conhecível.

A prioridade cosmológica da fé bíblica

fé, pelo menos a fé bíblica, não é de maneira alguma, contra a ciência. Pelo contrário, do ponto de vista teológica, a fé incentiva e exige a ciênciano que se refere geralmente de qualquer busca pela verdade e no que se refere especificamente da incumbência humana de classificar, compreender, e explicar abstratamente a natureza (Gênesis 2.19-20).

1. A busca da verdade
 
(Salmo 25.1-5; Provérbios 1.7; 2.1-6; 23.23; Daniel 2.20-21; João 14.6; Romanos 12.1-2; Filipenses 4.8)

Paul Tillich definiu uma vez a religião como qualquer “procupação última” que alguem tenha. 

Assim foi além das definições tradicionais que restringia a religião ao campo do místico, ou do sobrenatural. Mesmo com esta definição ampla de Tillich, não é difícil associar a fé bíblica com uma preocupação com o divino. Interessantemente as Escrituras antigas fazem uma nítida ligação entre o divino e a verdade. Em João 14.6, Jesus alega ser a verdade, não só saber ao seu respeito, mas de ser a verdade. Não estava inovando. No Antigo Testamento já dizera que o conhecimento (daath) pertence a Deus (1 Samuel 2.3). E onde a sabedoria é personificada, ela adquire caraterísticas divinas. Alías, em Provérbios 1-8 ela é ao mesmo tempo personificada e divinizada. Agora, é importante esclarecer que a afirmação teológica “Deus é a verdade”, deve ser entendido inclusivamente, não exclusivamente. Não é uma negação da ciência. Pelo contrário, é uma afirmação de tudo na ciência e em qualquer paradigma humana que é verdadeiro. Quem busca a Deus, busca a verdade. E quem de fato busca a verdade, está no caminho a Deus, mesmo que não intencionalmente, quer seja teísta, deísta ou ateu. Portanto a fé, pela sua busca pela verdade e de modo geral, incentiva e exige a ciência.

2. A incumbência científica
Também especificamente a fé cristã, nas primeiras páginas da sua constituição, a Bíblia, começa com uma preocupação cosmológica: “no princípio criou Deus os céus e a terra.” E nas suás últimas páginas lemos da recriação dos mesmos. Os diversos relatos da Bíblia sobre o início do universo (só em Gênesis há duas versões logo no início e há outras nos salmos, nos profetas e também no Novo Testamento) demonstram um interesse nos elementos da natureza em si e por si só que em muito supera o interesse que se encontra nos escritos teológicos e que em muito coincide com as descrições científicas.

Agora esta última frase, “a preocupação bíblica…em muito coincide com as descrições científicas” precisa de explicação. Duas observações quanto à linguagem não científica da Bíblia e o papel de auxílio que ciência presta para uma leitura retrospectiva da Bíblia.

Primeiro, tem havido verdadeiras revoluções a partir do fim do século passado e especialmente nas últimas duas décadas sobre métodos de interpretação da Escrituras. 

Alguns métodos são mais controvertidos que os outros. Mas de grosso modo tem havido uma compreensão e apreciação cada vez mais dos meios culturais e historicamente limitados da composição literária dos diversos livros da Bíblia. Sem necessariamente abrir a mão da autoridade das Escrituras (alguns abrem, outros não), e baseado na analogia da encarnação do divino no ser humano Jesus, e francamente com o auxílio do desenvolvimento da antropologia cultural e social, os teólogos começam a apreciar e dar espaço cada vez mais para a expressão de verdades divinas através de forças de expressão culturalmente influenciadas. Talvez para muitos de vocês estou falando o óbvio. Mas para outros não é tão óbvio. Por exemplo, se Davi não era o pai de Jesus, por que Jesus é chamado constantemente “filho de Davi”? A resposta é simples: a palavra “filho” (ben) em hebraico se refere à descendência, não apenas filiação imediata. Semelhantemente o arranjo de eventos na vida de Jesus varia entre os Evangelhos simplesmente porque aqueles que relataram os eventos – Mateus, Marcos, Lucas, e João – não seguiram, por razões óbvias, a metodologia da historiografia moderna e ocidental. Escreveram dentro das normas culturais da sua época e a inspiração divina veio através de tão humanidade, não ultr-passando-a.

Tendo isto em vista, volto a afirmação anterior: “a preocupação bíblica,dentro da linguagem bíblica, …em muito coincide com as descrições científicas” Por exemplo, Gênesis fala do surgimento de toda a raça humana, não apenas dum indivíduo. A palavra, “Adão” significa simplesmente “ser humano” e é uma derivação da palavra “terra”, de onde o ser humano surgiu. Não é isto a perspectiva científica: que a raça humana se constitue dos mesmos elementos da terra?

Em segundo lugar, a perspectiva bíblica, nem sempre a mesma dos teólogos, não se restringe à criação da terra, muito menos da raça humana, mas começa numa escala mais abrangente, a criação do universo. E apesar de tudo que alguns cristãos bem intencionados dizem, a linguagem hebraico a respeito dos “dias” da criação não só permite mas exige o conceito de períodos longos, não somente de 24 horas (como já acreditavam os pais da igreja: Irineu, Orígenes, Basil, Agostinho nos primeiros séculos (1-5), e Tomás Aquinas no século 13, certamente não sob a influência da modernidade). Dentro do campo semântico da palavra, yom, está o cnceito de períodos. Só para dá um exemplo, pelo menos mil anos depois do relato da criação, o autor de Hebreus no Novo Testamento, disse que podemos entrar no descanso de Deus, a nomenclatura do sétimo dia da criação, dia este no qual ainda passamos conforme o autor de Hebreus.

Em terceiro lugar, todos os relatos da criação na Bíblia pressupõem um alto grau de ordem num relacionamento dinâmico com o caos (Josué 10.12; Juízes 5.20; Gênesis 49.25; Êxodo 15.8,11; Números 16.30; Deuteronômio 33.14ss; Jeremias 31:35-36 e Salmo 29 e 8). A construção ordeira da criação sobressai em Provérbios 8.22-36 como a arquitetura da sabedoria personificada. Também, a ordem é imediatamente evidente no relato de Gênesis 1 da ação inicial de Deus sobre e contra todo o caos (compare Gênesis 1.2 com Isaías 45.18!). Essa ordem, ou subordinação da criação, continuamente recebe destaque em vários salmos, especialmente Salmo 18.7-15. Hoje, as teorias de caos e especialmente de complexidade (fenômenos de estudo interdisciplinar) confirmam esta relação necessária para o surgimento de sistemas complexos (talvez a relação entre a entropia e as forças kenéticas ilustre este ponto).

Antigamente, os teólogos tinham basicamente duas opções para a interpretação do relato cosmológico de Gênesis 1 e 2. Alguns trataram os relatos de Gênesis 1 e 2 como pura invenção sem nenhuma relação com acontecimentos históricos. Isto parecia-lhes a única solução a tantas incompatibilidades com a ciência moderna. Outros estudiosos, no intuito de ser fiel a autoridade das escrituras, forçam uma seqüência restritamente cronológica nos relatos propondo interpretações cada vez mais fantásticas e inacreditáveis.

Hoje, com a lições da antropologia, é mais fácil descartar estas duas interpretações tão preocupadas com a cronologia (ou pela sua negação ou pela afirmação) ambas partindo de conceitos contemporâneos e ocidentais do tempo e da história, em contraposição aos conceitos hebraicos antigos. Nos relatos da criação, Israel não estava interessado na natureza física da criação em si, como nós hoje em dia procuramos entender pela ciência natural a origem das coisas. Para Israel, o relato da criação era importante à medida que explicava seu relacionamento com o plano de Deus, para este mundo todo. Isto é, devemos entender os relatos não cronológicamente mas topicamente, o tópico sendo o propósito de Deus para a sua criação, ou mais precisamente, o reino de Deus.

Desta perspectiva, Deus primeiro cria três grupos básicos de reinos, ou domínios, durante os primeiros três dias. Nos próximos três dias, Deus cria os reis para governarem nos reinos, anteriormente criados. O último rei a ser designado (constituindo a primeira Grande Comissão!) é o homem, que recebe o mandato representativo e real como governador-administrador sobre todos os outros reis e reinados. Por representativo, quer dizer que a humanidade foi criada por Deus à sua imagem (çelem) e semelhança (dêmûth), isto é, segundo a sua espécie (Gênesis 1.26,11).

O importante no relato, então, é ressaltar o propósito da criação do homem, e não tanto a forma que assumiu. Semelhantemente, o relato se importa mais com o propósito do resto da criação, do que com a forma e com a natureza desta origem em si, sendo estas últimas, preocupações da ciência moderna.

Dentro do esquema apresentado a humanidade tem um chamamento representativo para reinar como Deus reina. Por esta razão, o ser humano é não somente o servo do Senhor, como também representante dele. Assim como Deus faz, o representante deveria fazer, refletindo as características do Criador. Nisto, a realeza e o domínio de Deus são refletidos no domínio e na administração apropriados da humanidade sobre a criação. A função que a imagem de Deus no ser humano tem, portanto, é exatamente o que o texto bíblico elabora em Gênesis 1.28, “ter domínio” (râdhâh) e “sujeitar” (kôbhash) a terra. Isto é o seu status como senhor no mundo. Deus coloca a humanidade no mundo como sinal da sua soberania. E de acordo com Gênesis 2.19-20, esta soberania é exercida pela incumbência (divina) de classificar, compreender, e explicar abstratamente a natureza. A incumbência e o destino do ser humano estão ligados ao universo e vice versa (Romanos 8.19-21).

O Salmo 8 concorda com este conceito de Gênesis 1 de que a humanidade realiza sua comissão como rei do reino terrestre, assim como Deus é Rei do reino celeste, e o status do ser humano sendo por um pouco menor do que Deus. Daniel Thambyrajah Niles, teólogo e missionário indiano ilustra esta relação da seguinte forma:
O homem é a única criatura que Deus fez cujo ser não está em si mesmo, e que por si mesmo não é nada. A “canicidade” do cão está no cão, mas a “humanidade” do homem não está no homem. Está na sua relação com Deus. O homem é homem porque reflete Deus, e somente quando ele assim o faz [tradução] (1958:60-61).
O ser humano é homo Dei, ou está aquém da sua própria humanidade. As implicações desta incumbência divina do ser humano para a tarefa da ciência são grandes. Repare, por exemplo, que tal incumbência é da essência da humanidade, e não um derivado da sua salvação. Pois em Gênesis 1 e 2 não se fala da salvação simplesmente porque não havia ainda a queda. A queda aparece somente no capítulo 3. Novamente afirmo: a incumbência divina para governar o mundo natural especialmente através da sua classificação nominal das suas diversas partes (sem dúvida a ciência é campião na fabricação de palavrões!) É da essência de toda a humanidade, não só dos religiosos. Precede a queda. Aliás, mesmo depois da queda a incumbência permanece em pé (Gênesis 9.1-7). Na teologia esta incumbência comum é denominada “graça comum” ou “revelação comum” e se distingui da “graça especial” pela salvação, ou a “revelação especial” através das Escrituras. Só que “especial” não significa que a revelação é verdadeira que a revelação comum (por exemplo, através da ciência). A qualificação, “especial”, se refere ao meio da revelação – as Escrituras – não a sua qualidade.

O interesse estético e teleológico da ciência

Acima usei a analogia de gêmeos criados separadamente para descreve a relação entre a ciência e a fé. Disse que a fé, certamente a fé cristã, literalmente começa e termina com uma preocupação cosmológica, uma preocupação que normalmente relegamos a ciência e elaborei um pouco sobre isso. Também disse que a ciência está fazendo perguntas cada vez mais teleológicas e estéticas, que se refere à finalidade e a beleza da realidade conhecível, perguntas que geralmente relegamos à religião. Já que tal afirmação foge da minha competência profissional, não vou arriscar uma elaboração deste ponto. Vou apenas ilustrá-lo através de alguns cientistas mundialmente conhecidos e respeitados.

Primeiro, algumas citações do astrônomo John Barrow (co-autor com Frank Tipler do livro que elabora o princípio cosmológico antrópico), no seu livro, The Artful Universe (Oxford: Oxford University, 1995):
da contra-capa: “incrivelmente, descobrimos que algumas das propriedades do Universo que são esseciais para a existência de qualquer forma de vida fazem um papel chave na determinação de respostas psicológicas e religiosas para o Cosmos.”
Página viii: “a fascinação científica com o fruto da complexidade organizada em todas as suas formas deveria levá-los às artes criativas aonde se encontra m exemplos extraordinários de precisão estruturada.”
Segundo, John Holland, um dos maiores matemáticos e simuladores de inteligência no cumputador de MIT, no seu livro, Hidden Order: How Adaptation Builds Complexity (Reading, Massachusetts: Addison-Wesley, 1995):
Página 146: “a construção de modelos é a arte de selecionar aqueles aspectos dum processo que são revelantes para a pergunta sendo feita…esta seleção é guiada por gosto, por elegância e por metáfora; é uma questão de indução ao invés de dedução. A alta ciência depende desta arte.”
Terceiro, o prêmio nobel, Steven Weinberg, no seu livro, Dreams of a Final Theory (New York: Pantheon Books, 1992):
Página 17: “o progresso na física é frequentemente guiado por julgamentos que somente podem ser chamados de estéticos”
Página 98: “acredito que a aceitação geral da relatividade geral se deve em grande parte à atração da teoria em si – em síntese, à sua beleza.”
Página 104: “cientistas e historiadores da ciência já há muito tempo desistiram da perspectiva antiga de Francis Bacon, que as hipóteses científicas deveriam se desenvolver pela observação patente e sem preconceito da natureza.”
Página 149: “não somente nosso julgamento estético é um meio para chegar às explanações científicas e julgando sua validade – faz parte daquilo que queremos dizer por uma explanação.”
Página 219: “o alvo da física no seu nível mais fundamental não é somente descrever o mundo mas explicar por que ele é do jeito que é.”
Conclusão

Portanto é tanto pelo interesse científico – explicar por que o mundo é do jeito que é – quanto pelo interesse da fé bíblica – que de grosso modo incentiva e apoia a investigação cientifica, que prefiro ver a fé e a ciência como gêmeos, ou para diminuir o exagero, pelo menos como irmãos. Mas ainda não falamos dos métodos e muito menos das conseqüências dos dois paradigmas que tanto os distinguem. Quem sabe, tanto Rubem Alves quanto eu, no fim, temos a razão e devemos ver os agentes da fé e da ciência, isto é os religiosos e os cientistas como lobos gêmeos, embora criados separadamente.

Passagens bíblicas para meditação:
  • Salmo 25.1-5
  • Provérbios 1.7; 2.1-6; 23.23
  • Daniel 2.20-21
  • João 14.6
  • Romanos 12.1-2
  • Filipenses 4.8
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/timcarriker/2012/02/10/fe-e-ciencia-gemeas-amigas-ou-inimigas/#more-918

A Expiação

21.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Lynn D. Headrick

A palavra expiação encontra-se poucas vezes na Bíblia, mas o conceito da expiação constitui o assunto principal do Antigo e do Novo Testamento.  Palavras mais conhecidas como reconciliação, propiciatório, sangue, remissão de pecados e perdão estão diretamente relacionadas com esse tema.

O Dia da Expiação em Israel

Todo israelita sabia que "aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação" (Levítico 23:27).  Havia sacrifícios diários pelo pecado, mas esse era um dia especial, de santa convocação.  Aprendemos em Levítico 16 que o Sumo Sacerdote: Œse purificaria com água; vestiria suas vestes santas de linho; Ž  mataria um novilho para fazer expiação por si e pela sua família; tomaria uma vasilha de brasas do altar e entraria no Santo dos Santos para que a nuvem de incenso cobrisse o propiciatório, que era o lugar da expiação, da propiciação e da reconciliação; sairia, tomaria o sangue do novilho, entraria pela segunda vez no lugar santo com o sangue e o aspergiria sete vezes sobre o propiciatório e diante dele; 'mataria o bode para a oferta pelo pecado, ultrapassaria o véu pela terceira vez e faria com o sangue como tinha feito com o sangue do novilho; 'faria expiação pelo lugar santo e pelo altar do holocausto; "imporia as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessaria os pecados do povo e enviaria o bode para o deserto; e " tiraria as vestes de linho, iria lavar-se, poria outra roupa e ofereceria um holocausto por si e pelo povo.

Esse dia era impressionante, santo e de grande importância porque os pecados de Israel eram expiados por meio de sangue. Já que "é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hebreus 10:4), esse ritual devia repetir-se a cada ano (Levítico 16:34) até aquele dia grandioso em que Cristo seria "oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos" (Hebreus 9:28).

Por Que Há a Necessidade da Expiação?

Deus fez o homem à sua imagem e, como Criador, tem o maior direito de estipular o procedimento correto para a sua criação, e isso ele fez na forma de leis destinadas para o nosso bem (Deuteronômio 10:13).  O pior que podemos fazer é violar a lei de Deus.  A isso chamamos pecado ou transgressão da lei (1 João 3:4).  Os primeiros seres humanos transgrediram e a culpa deles evidenciou-se pela tentativa de se esconderem de Deus.  A justiça exigia uma pena pelo pecado.  A pena era a morte, a separação de Deus, manifestada pelo afastamento deles do jardim do Éden (Gênesis 3:8, 24).  O pecado continua até hoje, desde aquele primeiro momento ali.  Paulo resumiu a história e as conseqüências do pecado em Romanos 5:12:  "Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram".  Se morremos em nossos pecados, não podemos ir para onde Cristo está (João 8:21, 24).  Vemos, então, que a necessidade suprema de todo homem é ter os pecados expiados, para que receba o perdão dos pecados!

A Expiação e o Sangue de Cristo

Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, é "santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores . . . que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hebreus 7:26-27).  Cristo, por meio de seu sangue, entrou no lugar santo do céu, tendo obtido para nós a redenção eterna e agora apresenta-se a nosso favor diante da face de Deus (Hebreus 9:12, 24).  O resultado da expiação é nossa"redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (Efésios 1:7).  Na verdade, ele "nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados" (Apocalipse 1:5).  Onde há remissão de pecados, "já não há oferta pelo pecado" (Hebreus 10:18), porque Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, o meio pelo qual Deus se reconcilia ao homem pecador (1 João 2:2).

O pecado é a transgressão da lei, e a justiça decreta que deve ser punido.  Jesus levou o castigo em lugar daqueles que mereciam a punição (Isaías 53:8), "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pedro 2:24).  Porque Deus nos amou, ele enviou Jesus para ser a propiciação (ou meio) pela qual os nossos pecados podem ser perdoados.  Seu sangue, o qual é capaz de expiar o pecado, vertido para a remissão desses pecados, passa a ter efeito quando somos batizados em nome de Cristo para a remissão dos pecados (Atos 2:38).  Regozijemo-nos "em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação" (expiação) (Romanos 5:11).  William Cowper escreveu:

Há uma fonte transbordante de sangue,
Que jorra das veias do Emanuel;
E os pecadores, completamente imersos nesse sangue,
Perdem todas as manchas de culpa.
Querido Cordeiro moribundo, teu sangue precioso
Jamais perderá o seu poder,
Até que toda a igreja de Deus, resgatada,
Seja salva para nunca mais pecar.
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Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/a13_17.htm

Gênesis: O Livro de Começos

21.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Dennis Allan

No princípio. Estas são as primeiras palavras do primeiro livro nas nossas Bíblias. A partir desta introdução, o relato descreve, em termos muito resumidos, a criação do Universo e a história dos primeiros seres humanos. O livro de Gênesis abrange um período de tempo maior do que qualquer outro dos livros bíblicos, e apresenta informações fundamentais para compreender os demais. Vamos conhecer um pouco deste livro.

Gênesis é um dos livros atribuídos a Moisés, personagem importante dos quatro livros que o seguem. Serve para explicar ao povo judeu suas raízes genealógicas e, mais importante, o propósito de Deus para este povo. Este livro responde, também, a questões naturais de pessoas de quaisquer nações que buscam entendimento de suas origens e da vontade do seu Criador.

Vamos ver resumidamente o conteúdo dos capítulos de Gênesis.

Capítulos 1 e 2 falam sobre a criação do Universo pela palavra de Deus. O autor não apresenta argumentos filosóficos nem explicações científicas deste processo. Ele afirma que Deus falou e, pela força da sua palavra, criou todas as coisas. O primeiro capítulo descreve a criação geral e o segundo volta a destacar mais detalhadamente o que Deus fez para criar o homem e a mulher, o casal que passa a ser conhecido como Adão e Eva. Deus criou este casal com a capacidade de compreender palavras faladas e de escolher entre o amor e o ódio. O amor seria manifestado em atos de obediência para agradar o Criador, enquanto a rebeldia seria prova do desrespeito para com ele. Descobrimos no capítulo 2, também, a vontade de Deus sobre o casamento. Antes de existir qualquer tipo de igreja ou religião organizada, Deus explicou sua intenção de um homem e uma mulher se unirem no casamento (Gênesis 2:24; compare Marcos 10:5-8).

Capítulos 3, 4 e 5 destacam a separação do homem de Deus em consequência do pecado. Adão e Eva desobedeceram a palavra de Deus e sofreram várias consequências deste erro. 

O mais grave dos resultados foi a separação de Deus na expulsão do casal do paraíso terrestre do Éden. Depois, outros também pecaram e sofreram consequências.

Capítulos 6 a 9 relatam um dilúvio mundial que Deus usou para limpar o mundo do pecado e começar novamente com a família de Noé. Oito pessoas foram salvas pela água (1 Pedro 3:20).

Capítulos 10 e 11 descrevem a dispersão dos descendentes de Noé depois do dilúvio. Foram espalhados pela confusão dos idiomas que Deus fez quando alguns tentaram se exaltar contra o Senhor. No final do capítulo 11, a lista dos descendentes de Noé chega a Abraão, o personagem principal do resto do livro de Gênesis.

Capítulos 12 a 50 contam a história de quatro gerações da família pela qual Deus prometeu cumprir seus propósitos para com os homens. Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação que receberia uma terra especial. Mais importante, ele disse que um dos descendentes deste patriarca abençoaria todas as famílias da terra. Esta profecia de Gênesis 12:1-3 predisse a vinda de Jesus Cristo uns 2.000 anos antes do seu nascimento. 

Nestes capítulos, aprendemos sobre a fé obediente de Abraão, Isaque, Jacó e José. Também descobrimos como esta família chegou ao Egito, onde passou gerações na escravidão. 

Desta maneira Moisés apresentou o pano de fundo para o povo israelita de sua geração compreender seu lugar no plano de Deus.

Uma das principais mensagens do livro de Gênesis foi bem resumida em um comentário no Novo Testamento sobre os patriarcas: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria” (Hebreus 11:13-14). O primeiro livro da Bíblia está cheio de esperança!
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Fonte: http://www.estudosdabiblia.net/jbd047.htm

Atividades do Espírito na vida do crente (Parte 2)

21.11.2013
Do portal da CPAD NEWS, 03.01.13
Por Pr. Elienai Cabral

As manifestações distintas do Espírito Santo em nossas vidas

 
Existem várias maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do crente. Neste segundo artigo, trataremos fundamentalmente de duas principais manifestações.

Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.


Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).


Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.


A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.


Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente. 


Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.


Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.


Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/elienaicabral/?POST_1_24_ATIVIDADES+DO+ESP%EDRITO+NA+VIDA+DO+CRENTE+%28PARTE+2%29.html