09.11.2013
Do portal VERBO DA VIDA, 15.04.13
Por Jannayna Albuquerque
No começo do meu ministério, a minha diferença de idade em relação as mulheres da igreja era um grande empecilho para conhecê-las melhor e conversar ou aconselhar elas, eu tinha grandes dificuldades, porque eu era jovem demais quando João assumiu a liderança da igreja. Quando casei, ele era um pastor em treinamento. Eu casei com 20 anos. Ele se tornou pastor em tempo integral cerca de três anos depois. Portanto, eu estava com 23 anos quando isto aconteceu.
Então, imagina ser a esposa do pastor tão jovem. Hoje, eu perdoo as pessoas pelos olhares atravessados para mim naquela época. Perdoo-as pelas dúvidas ao meu respeito. Agora, tenho 37 e posso entender o que é ter 23 e realmente parecer uma criança.
Lembro-me de que fiz o Rhema em 1996 e 1997. No ano seguinte, já me indicaram para ser professora. A minha primeira matéria foi “Realidade da Nova Criação”, a qual lecionei no Rhema em Boa Viagem, Recife-PE. Quando eu entrei na sala de aula recebi algun olhares atravessados também. Hoje, eu me visto mais adulta, mas, naquela época, eu era bem menina e me vestia como uma.
A matéria foi muito boa, eu gostei muito, os alunos também e, no final, eu abri para os alunos darem alguns testemunhos. Uma mulher de meia idade (hoje ela é diretora em um Rhemas), veio testemunhar e disse: “quando ela entrou na sala de aula, olhei para o meu marido e disse: meu Deus, estão apelando muito em Campina Grande, não tinha um adulto não, tinham que mandar uma menina?”.
Achei interessante a coragem dela de contar o testemunho diante de mim e se expor numa boa dizendo o que pensava a mim. E ela continuou: “mas, quando lhe ouvi, fui muito abençoada. Deus lhe usou tremendamente”. Ela, então, começou a chorar e disse: “quem dera eu que tivesse tido as oportunidades que você tem na sua idade”.
Eu sempre me lembro disso, porque, às vezes, temos uma dificuldade de nos relacionar com uma pessoa muito mais jovem do que nós. E, principalmente, de receber de alguém muito mais jovem do que nós. Porque entendemos que já vivemos muito mais e temos muito mais experiência (isso é obvio, nada substitui a experiência). Mas, podemos e devemos aprender sim!
Aquilo que você viveu é único, ninguém pode tirar de você e é sábio dos mais jovens observar a experiência de quem já passou por aquela estrada. Porque quem já passou sabe como ela é e, se houver algum buraco, ela pode lhe avisar. Paulo escreveu para Tito instruir as mulheres mais velhas para ensinar as mais novas a serem boas filhas, esposas e donas de casa, sabendo criar os seus filhos, para que o inimigo não tenha nada o que apontar contra elas.
Então, é correto que as mais novas aprendam com as mais velhas, mas, às vezes, as mais velhas desprezam tanto as mais novas que as mesmas se sentem humilhadas de pedir um conselhos e isso, por vezes, desenvolve dentro das mais novas a necessidade de provar que elas também sabem fazer. Porém, no ato de tentar provar que ela consegue fazer, a mais jovem vai tropeçar várias vezes. Porque a motivação talvez esteja errada. Ela erra, não por ser jovem e inexperiente, mas porque não está guiada pelo Espírito. Pois, com a ajuda de Deus, certamente iria dar certo.
A motivação é algo muito importante e muito sério. É necessário avaliarmos a motivação pela qual fazemos as coisas. Por que eu estou fazendo? Para quê eu estou fazendo? O que eu quero realmente de resultado no final dessa história? É bom sempre observar a nossa motivação em tudo.
Independente da sua idade ou da sua experiência, você é perfeitamente cabível no Reino de Deus e Ele tem planos para você que não tem para mais ninguém. Precisamos nos valorizar na idade e na experiência que temos. Sejam 20,30,40 ou 50 anos. Eu aprendi uma coisa: se você não gostar de si mesma, quem vai gostar? Se você não amar a si mesma, quem vai amar?
Isso significa que, se gostamos demais de uma pessoa acima do que gostamos de nós mesmas, há um problema aí. Quando estamos valorizando e super valorizando qualquer pessoa que seja: seu marido, um filho, uma amiga, acima do que você dá de valor a si mesmo, você vai ter problemas. Porque existe uma medida e tudo que passa dessa medida vai trazer problemas.
Deus não está querendo dizer que sejamos vaidosas, nos colocando acima de todas as pessoas, pelo contrario, a Bíblia diz que nós devemos preferir em honra uns aos outros. Mas, sobre amar e cuidar dos outros a Bíblia diz que você ame o outro como a si mesmo. Portanto, a medida é primeiro para você e depois para os outros.
Como mulheres, temos a tendência de atropelar muitas dessas coisas e, por vezes, por causa do marido, a gente vai além da nossa medida do que a Bíblia nos dá como base. Às vezes, por um filho a gente perde a cabeça, a noção mesmo e passamos dos nossos limites. Precisamos aprender a ser moderadas em tudo.
Vamos ensinar e aprender umas com as outras. Tenha boas amigas, conheça aquelas que estão à sua volta. Uma forma importante de conhecer uma pessoa é ouvi-la falar, saber o que ela tem a dizer sobre as coisas, os assuntos da vida. Observando o que ela fala e como fala. Seja sábia e não caia nos mesmos erros que outras já caíram.
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