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quarta-feira, 2 de abril de 2025

A relação entre Fé e Obras, segundo o livro de Tiago: um equilíbrio essencial

02.04.2025
Do portal BIBLIAONLINE


A carta de Tiago aborda um dos temas mais importantes para a vida cristã: o equilíbrio entre fé e obras. Em Tiago 2:14, ele pergunta:

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?

Tiago 2:14
Para Tiago, a fé verdadeira é evidenciada pelas ações que refletem essa fé.

Fé sem Obras é morta

Tiago argumenta que a fé sem obras é morta (Tiago 2:17). Ele ilustra isso ao dizer que, assim como o corpo sem o espírito está morto, a fé sem obras também está. Essa afirmação enfatiza que a fé genuína deve ser acompanhada de ações que demonstram nosso compromisso com Deus e Seu Reino. A mera crença em Deus não é suficiente; nossas atitudes devem refletir essa crença.


Obras como expressão de Fé

As obras não são o meio de salvação, mas a expressão natural de uma fé viva. Em Tiago 2:26, ele enfatiza que "assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta." Portanto, a prática de boas obras e atos de justiça é uma consequência de nossa fé em ação. Ao servir aos outros e viver de maneira ética, mostramos ao mundo o amor de Cristo que habita em nós.

Vivendo a Fé no dia a dia

A fé verdadeira se manifesta através de obras que glorificam a Deus. Isso significa que, em nossa vida cotidiana, devemos procurar oportunidades para agir de acordo com os ensinamentos de Jesus. Seja por meio de pequenos gestos de bondade ou pelo envolvimento em projetos comunitários, nossas ações devem ser um reflexo do amor de Deus.

Cultive uma fé viva, que se evidencie nas suas ações diárias.

Compartilhe os Ensinamentos da Bíblia e ajude a espalhar a Palavra de Cristo. Deus abençoe!
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Fonte:https://www.bibliaonline.com.br/a/fe-e-obras-segundo-tiago?b=acf

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Perseverando nas Provações: Recebendo a Coroa da Vida

 10.10.2024


 
 

A bênção de suportar provações

Em meio aos desafios e dificuldades da vida, o apóstolo Tiago oferece uma perspectiva profunda: "Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, a qual Deus prometeu aos que o amam" (Tiago 1:12). Essa verdade poderosa nos lembra que as provações que enfrentamos podem, na verdade, ser uma bênção disfarçada, se respondermos a elas com fé e perseverança.

A atual pandemia global sem dúvida nos apresentou uma provação significativa, que impactou todos os aspectos de nossas vidas. Sejam as preocupações com a saúde, as dificuldades econômicas, o isolamento social ou o pedágio emocional, esta temporada nos testou de maneiras profundas. No entanto, como seguidores de Cristo, somos chamados a enfrentar essas provações com um espírito de resiliência e confiança no plano soberano de Deus.

O Propósito dos Ensaios

A Palavra de Deus deixa claro que as provações não são ocorrências aleatórias ou sem sentido. Em vez disso, elas servem a um propósito específico na vida dos crentes. Como o apóstolo Tiago afirma, as provações são destinadas a testar e refinar nossa fé, levando, em última análise, ao crescimento espiritual e à maturidade.

A pandemia da COVID-19 certamente testou nossa fé de maneiras sem precedentes. Muitos enfrentaram a perda de entes queridos, a incerteza do emprego e a tensão do isolamento prolongado. No entanto, em meio a essas provações, somos chamados a nos apegar à verdade de que Deus está trabalhando para o nosso bem e para Sua glória (Romanos 8:28).

Assim como um pai disciplina um filho por amor, assim também nosso Pai Celestial permite que provações entrem em nossas vidas para nos moldar e moldar à imagem de Seu Filho (Hebreus 12:5-11). Essas provações não têm o objetivo de nos esmagar, mas de fortalecer nossa fé e aprofundar nosso relacionamento com o Senhor.

Respondendo às Provas com Perseverança

A chave para navegar com sucesso pelas provações é responder com perseverança e confiança em Deus. Como Tiago 1:12 declara: "Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, a qual Deus prometeu aos que o amam."

Perseverança não é simplesmente cerrar os dentes e suportar as dificuldades. Em vez disso, é um compromisso firme de caminhar com Deus, mesmo quando o caminho é difícil. É uma recusa em ceder ao desespero, desânimo ou amargura e, em vez disso, nos apegar à esperança que temos em Cristo.

Durante a pandemia da COVID-19, vimos inúmeros exemplos de pessoas respondendo às provações com perseverança. Os profissionais de saúde cuidaram incansavelmente dos doentes, mesmo com grande risco pessoal. As famílias encontraram maneiras criativas de permanecerem conectadas e apoiarem umas às outras. As igrejas se adaptaram para ministrar às suas congregações de maneiras novas e inovadoras.

Essas histórias de perseverança são um testamento do poder do Espírito Santo trabalhando na vida dos crentes. Quando entregamos nossos medos e ansiedades a Deus, Ele nos concede força e coragem para enfrentar até mesmo os desafios mais assustadores.

A recompensa da perseverança

O apóstolo Tiago promete que aqueles que suportarem as provações com perseverança receberão "a coroa da vida" (Tiago 1:12). Esta é uma promessa poderosa e encorajadora, que nos lembra que nossas provações não são em vão, mas são parte do plano de Deus para nos refinar e preparar para a eternidade.

A "coroa da vida" é uma metáfora para a recompensa eterna que aguarda aqueles que amam a Deus e permanecem fiéis a Ele, mesmo em meio às dificuldades da vida. É um símbolo da honra, glória e alegria que serão nossas quando estivermos diante do Senhor e O ouvirmos dizer: "Muito bem, servo bom e fiel" (Mateus 25:21).

Durante a pandemia da COVID-19, muitos enfrentaram a realidade preocupante da mortalidade. No entanto, para o crente, isso não deve ser uma fonte de medo ou desespero, mas sim um lembrete da esperança eterna que temos em Cristo. Quando perseveramos nas provações com fé e confiança em Deus, podemos ter certeza de que nosso trabalho não é em vão e que um dia receberemos a coroa da vida que Deus prometeu àqueles que O amam.

Amar a Deus em meio às provações

A chave para receber a coroa da vida, como indica Tiago 1:12, é amar a Deus. Este não é meramente um sentimento emocional, mas um compromisso profundo e permanente de segui-Lo e obedecer a Seus comandos, mesmo quando é difícil.

Amar a Deus significa confiar em Sua soberania, mesmo quando não entendemos as razões por trás das provações que enfrentamos. Significa entregar nossa vontade à Dele e permitir que Ele trabalhe em nossas vidas de acordo com Seu plano perfeito. Significa nos apegar às promessas de Sua Palavra e encontrar nossa força e esperança somente Nele.

Durante a pandemia da COVID-19, amar a Deus assumiu um significado novo e profundo. Significou encontrar maneiras de permanecer conectado ao corpo de Cristo, mesmo quando não podemos nos reunir fisicamente. Significou buscar a sabedoria e a orientação do Senhor para navegar pelos desafios desta temporada. Significou usar nossos recursos e talentos para servir aos outros e compartilhar a esperança do Evangelho.

À medida que perseveramos nas provações com um profundo amor a Deus, podemos ter certeza de que Ele está trabalhando em nossas vidas, refinando nossa fé e nos preparando para a recompensa eterna que nos espera. A coroa da vida não é algo que ganhamos por meio de nossos próprios esforços, mas um presente gracioso de um amoroso Pai Celestial que deseja ver Seus filhos prosperarem e florescerem, mesmo em meio às tempestades da vida.

Passos práticos para perseverar nas provações

À medida que enfrentamos os desafios da pandemia da COVID-19 e outras provações que podem surgir, aqui estão algumas medidas práticas que podemos tomar para perseverar com fé e confiança em Deus:

  • Cultive um tempo diário de oração e estudo da Bíblia. Passar tempo na presença de Deus e meditar em Sua Palavra fortalecerá sua fé e fornecerá o alimento espiritual que você precisa para suportar.
  • Cerque-se de uma comunidade de crentes. Conectar-se com outros cristãos, seja virtualmente ou pessoalmente, pode fornecer encorajamento, responsabilidade e apoio durante tempos difíceis.
  • Pratique a gratidão e concentre-se nas bênçãos de Deus. Mesmo em meio às provações, sempre há motivos para ser grato. Cultivar um coração grato pode ajudar a mudar sua perspectiva e renovar sua esperança.
  • Sirva aos outros e compartilhe a esperança do Evangelho. Olhar além de suas próprias circunstâncias e encontrar maneiras de abençoar e encorajar os outros pode ajudar você a manter uma mentalidade focada no Reino.
  • Procure ajuda profissional se necessário. Não tenha medo de buscar aconselhamento, suporte de saúde mental ou outros recursos se estiver lutando para lidar com os desafios que está enfrentando.

Lembre-se, as provações que enfrentamos não são para nos destruir, mas para nos refinar e nos aproximar de Deus. À medida que perseveramos com fé, amor e confiança Nele, podemos ter certeza de que Ele está trabalhando todas as coisas juntas para o nosso bem e Sua glória (Romanos 8:28).

Conclusão

A pandemia da COVID-19 sem dúvida nos apresentou provações e desafios significativos. No entanto, como seguidores de Cristo, somos chamados a responder com perseverança, fé e um profundo amor a Deus. Ao nos apegarmos à verdade de Sua Palavra e entregar nossos medos e ansiedades a Ele, podemos receber a força e a coragem para perseverar, sabendo que a "coroa da vida" aguarda aqueles que permanecem fiéis.

À medida que continuamos a navegar pelas incertezas desta temporada, sejamos encorajados pela promessa de Tiago 1:12 e nos esforcemos para ser aqueles que suportam as provações com perseverança, para que um dia possamos ouvir as palavras: "Muito bem, servo bom e fiel". Que o Senhor nos conceda a graça e a sabedoria para perseverar, para que possamos trazer glória ao Seu nome e experimentar a plenitude de Suas bênçãos.


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Fonte: https://youtu.be/ecKyyOtulA0

terça-feira, 9 de julho de 2024

William Wilberforce: Sua alegria obstinada derrubou a escravidão

9.7.2024

Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 20.06.19

Por John Piper

Sua-alegria-obstinada-derrubou-a-escravidão-(William-Wilberforce)

Contra grandes obstáculos, William Wilberforce, um membro evangélico do Parlamento, lutou pela abolição do comércio de escravos africanos e contra a escravidão em si até que ambos fossem ilegais no Império Britânico.
A batalha consumiu quase quarenta e seis anos de sua vida (de 1787 a 1833). As derrotas e retrocessos ao longo do caminho teriam levado um político comum a abraçar uma causa mais popular. Embora nunca tenha perdido uma eleição parlamentar dos vinte e um aos setenta e quatro anos, a causa da abolição do tráfico de escravos foi derrotada onze vezes antes de sua aprovação em 1807. E a batalha pela abolição da escravidão não obteve a vitória decisiva até três dias antes dele morrer em 1833. Quais eram as raízes da perseverança deste homem na causa da justiça pública?

Político amante de Festas

Wilberforce nasceu em 24 de agosto de 1759, em Hull, na Inglaterra. Quando criança ele admirava George Whitefield, John Wesley e John Newton. Mas logo ele deixou toda a influência dos evangélicos para trás. A respeito de seus últimos anos de escola, ele disse: “Eu não realizei nada”. Esse estilo de vida continuou ao longo de seus anos no St. John’s College, em Cambridge. Ele pode viver da riqueza de seus pais e sobreviver com pouco trabalho. Perdeu qualquer interesse pela religião bíblica e amava circular entre a elite social.
Por diversão, Wilberforce disputou um assento na Câmara dos Comuns de sua cidade natal, Hull, em 1780, quando ele tinha vinte e um anos. Ele gastou £ 8.000 (mais ou menos 38 mil reais) na eleição. O dinheiro e seu incrível talento para falar triunfaram sobre seus oponentes. Wilberforce começou sua carreira política de cinquenta anos como um incrédulo de classe alta que amava festas que iam até tarde da noite.

“A grande mudança”

Nas longas férias em que o Parlamento não estava em sessão, Wilberforce às vezes viajava com amigos ou familiares. No inverno de 1784, aos vinte e cinco anos, por impulso, convidou Isaac Milner, ex-professor, e amigo da escola de gramática – que agora era professor particular no Queens College, em Cambridge – para ir com ele, sua mãe e irmã à Riviera Francesa. Para sua surpresa, Milner havia se tornado um cristão convicto, sem nenhum dos estereótipos que Wilberforce concebera contra os evangélicos. Eles conversaram por horas sobre a fé cristã.
No verão seguinte, Wilberforce viajou novamente com Milner e eles discutiram o Novo Testamento grego por horas. Lentamente, seu “assentimento intelectual tornou-se uma profunda convicção” (William Wilberforce, p. 37). Uma das primeiras manifestações do que ele chamou de “a grande mudança” – a conversão – foi o desprezo que sentia por sua riqueza e pelo luxo em que vivia, especialmente nessas viagens entre as sessões parlamentares. Ao que parece, sementes foram plantadas, quase imediatamente, no início de sua vida cristã, do que viria a ser sua paixão posterior em ajudar os pobres e transformar todas as suas riquezas herdadas e sua posição naturalmente alta em um meio de abençoar os oprimidos.

Escravidão e Costumes

Um ano após sua conversão, o aparente chamado de Deus em sua vida tornou-se claro para ele. Em 28 de outubro de 1787, ele escreveu em seu diário: “O Deus Todo-Poderoso colocou diante de mim dois grandes objetivos, a supressão do tráfico de escravos e a reforma dos costumes [a moral]” (The Life of William Wilberforce, p. 69).
Logo depois do Natal de 1787, alguns dias antes do recesso parlamentar, Wilberforce notificou na Câmara dos Comuns que no início da nova sessão ele apresentaria uma moção para a abolição do tráfico de escravos. Levaria vinte anos até que ele pudesse levar a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes a colocar a abolição como lei. Mas quanto mais ele estudava o assunto e quanto mais ele ouvia falar das atrocidades, mais decidido ele se tornava.
Em maio de 1789, ele falou à Câmara sobre como ele chegou à sua convicção: “Confesso a vocês, tão enorme, tão terrível, tão irremediável é a maldade desse comércio que minha mente ficou inteiramente tomada em favor da abolição….sem importar as consequências, a partir desse momento estou determinado a não descansar até efetivar essa abolição”.  (The Life of William Wilberforce, p. 56).

283 Ayes

Claro, a oposição que durou vinte anos foi por causa dos benefícios financeiros da escravidão para os comerciantes e para a economia britânica. Eles não podiam conceber qualquer outra forma de produzir sem trabalho escravo. Isso significa que a vida de Wilberforce foi ameaçada mais de uma vez. Mesmo não sofrendo dano físico, houve a dolorosa perda de amigos. Alguns simplesmente não discutiam mais com ele e se mantinham alienados. Depois houve a enorme pressão política para recuar por causa dos desdobramentos políticos internacionais. Esses tipos de argumentos financeiros e políticos mantiveram o Parlamento cativo por décadas.
Mas a vitória veio em 1807. A visão moral e o impulso político para a abolição finalmente se tornaram irresistíveis. A certa altura, “praticamente toda a casa levantou-se e virou-se para Wilberforce em uma explosão de aplausos parlamentares. De repente, acima do rugido de “ouçam, ouçam” e completamente fora de ordem, três “hurras” ecoaram enquanto ele permanecia sentado, a cabeça baixa, lágrimas escorrendo pelo rosto” (The Life of William Wilberforce, p. 211).
Às quatro horas da manhã de 24 de fevereiro de 1807, a casa se dividiu – 283 Ayes (sim), 16 Noes (não). Maioria de 267 votos pela abolição do tráfico. E em 25 de março de 1807, o assentimento real foi declarado. Um dos amigos de Wilberforce escreveu: “[Wilberforce] atribui isso à interposição imediata da Providência. Naquela hora da madrugada, Wilberforce procurou seu melhor amigo e colega, Henry Thornton, e disse: “Bem, Henry, o que aboliremos em seguida”? (The Life of William Wilberforce, p. 212).

Nunca em silêncio

Claro que a batalha não acabou. E Wilberforce lutou até a sua morte vinte e seis anos depois, em 1833. A implementação da lei da abolição não somente era controversa e difícil, como tudo o que ela fez foi abolir o tráfico de escravos, não a escravidão em si. E essa se tornou a próxima grande causa.
Em 1821 Wilberforce recrutou Thomas Fowell Buxton para continuar a luta, mas mesmo à margem, envelhecido e frágil, ele o apoiava. Três meses antes de sua morte, em 1833, Wilberforce foi persuadido a propor uma última petição contra a escravidão. “Eu nunca pensei em vir a público novamente, mas nunca se dirá que William Wilberforce se manteve em silêncio enquanto os escravos precisavam de sua ajuda” (William Wilberforce, p. 90).
O voto decisivo da vitória veio em 26 de julho de 1833, apenas três dias antes de Wilberforce falecer. A escravidão em si foi proibida nas colônias britânicas. “É um fato singular”, disse Buxton, “que na mesma noite em que fomos bem-sucedidos na Câmara dos Comuns, aprovando a cláusula do Ato de Emancipação – uma das cláusulas mais importantes já promulgadas. . . o espírito do nosso amigo deixou o mundo. O dia do encerramento de seus trabalhos foi o dia do término de sua vida”. (William Wilberforce,p.  91).

Feliz como uma criança

O que fez Wilberforce agir? O que o fez perseverar na causa da justiça pública através de décadas de fracasso, difamação e ameaças?
É claro que devemos prestar o devido respeito ao poder do companheirismo na causa da justiça. Muitas pessoas associam o nome de Wilberforce ao termo “Clapham Sect”. O grupo a que esse termo se refere foi “rotulado” como ‘os santos’ por seus contemporâneos no Parlamento – proferido por alguns com desprezo, enquanto por outros com profunda admiração” (Character Counts, p. 72). Juntos, eles realizaram mais do que qualquer um poderia ter feito por conta própria. “William Wilberforce é a prova de que um homem pode mudar seus tempos, embora não possa fazê-lo sozinho”. (William Wilberforce, p. 88).
Mas há uma raiz mais profunda da resistência de Wilberforce do que apenas companheirismo. É a raiz da alegria da abnegação em Cristo. Os testemunhos e evidências disso na vida de abnegação de Wilberforce são muitos. Uma certa srta. Sullivan escreveu a um amigo sobre Wilberforce por volta de 1815: “Pelo tom de sua voz e expressão de seu semblante, ele mostrou que a alegria era a característica predominante de sua própria mente, alegria vinda da integridade da confiança nos méritos do Salvador e amor a Deus e ao homem. . .. Sua alegria era bastante penetrante”. (William Wilberforce, p. 87).
Outro de seus contemporâneos, James Stephen, relembrou após a morte de Wilberforce: “Era divertido e interessado por tudo, tudo o que ele dizia se tornava divertido ou interessante. . .. Sua presença era tão fatal para a estupidez quanto para a imoralidade. Sua alegria era tão irresistível quanto o primeiro riso da infância”. (William Wilberforce, p. 185).
Aqui está uma grande chave para sua perseverança e eficácia. Sua presença era “fatal para o torpor. . . [e] imoralidade”. Em outras palavras, sua alegria indomável levou outros a serem felizes e bons. Ele observou em seu livro A Practical View of Christianity: “O caminho da virtude é também de real interesse e de sólido prazer” (p. 12). Em outras palavras, “é mais abençoado dar do que receber” (At 20. 35). Ele sustentou-se e influenciou outros pela sua alegria. Se um homem pode roubar sua alegria, ele pode roubar sua utilidade. A alegria de Wilberforce era indomável e, portanto, ele foi um cristão e político convincente durante toda a sua vida. Essa foi a forte raiz de sua resistência.

Doutrinas peculiares, verdades gigantescas

Se a sua alegria quase infantil, indomável e abnegada era a raiz vital para a sua persistência na luta pela abolição ao longo da vida, o que, poderíamos perguntar, seria a raiz da raiz? Ou qual era a terra firme onde essa raiz estava plantada?
O principal foco do livro de Wilberforce, A Practical View of Christianity, é mostrar que o verdadeiro cristianismo, que consiste em novas e indomáveis ​​afeições espirituais por Cristo, está enraizado nas grandes doutrinas da Bíblia sobre pecado, Cristo e fé. “Portanto, aquele que quer crescer e abundar nesses princípios cristãos, esteja muito familiarizado com as grandes doutrinas do Evangelho” (p. 170).“Da negligência dessas doutrinas peculiares surgem os principais erros práticos da maioria dos professos cristãos. Essas verdades gigantescas mantidas em vista envergonhariam a pequenez de sua moralidade anã. . .. Toda a superestrutura da moral cristã é fundamentada em suas bases profundas e amplas”. (p. 166-167).
Há uma “perfeita harmonia entre as principais doutrinas e os preceitos práticos do cristianismo”. E, portanto, é um “hábito fatal” – tão comum naqueles dias quanto nos nossos – “considerar a moral cristã distinta das doutrinas cristãs” (p. 198).

Cristo nossa justiça

Mais especificamente, é a conquista de Deus através da morte de Cristo que está no centro dessas “verdades gigantescas”, levando à reforma pessoal e política da moral. A alegria indomável que leva à vitória nos tempos de tentação e provação está enraizada na cruz de Cristo. Se quisermos lutar pela alegria e perseverar até o fim em nossa luta contra o pecado, devemos conhecer e abraçar o pleno significado da cruz.
Desde o início de sua vida cristã, em 1785, até sua morte, em 1833, Wilberforce viveu “das grandes doutrinas do evangelho”, especialmente a doutrina da justificação pela fé somente baseada no sangue e na justiça de Jesus Cristo. Esse é o lugar onde ele alimentou sua alegria. Por causa dessas verdades, “quando tudo à sua volta era escuro e tempestuoso, ele pode levantar os olhos para o Céu, radiante de esperança e com gratidão” (Uma Visão Prática do Cristianismo, p. 173). A alegria do Senhor se tornou sua força (Neemias 8.10). E nessa força ele insistiu na causa da abolição do tráfico de escravos até que ele tivesse a vitória.
Portanto, em todo o nosso zelo hoje pela harmonia racial, ou pela santidade da vida humana, ou pela construção de uma cultura moral, não nos esqueçamos destas lições: Nunca minimize o lugar central da doutrina alicerçada em Deus e exaltadora de Cristo. Trabalhar para ser indomavelmente alegre em tudo o que Deus é para nós em Cristo, confiando em sua grande obra consumada. E nunca seja ocioso em fazer o bem – para que os homens possam ver nossas boas ações e dar glória ao nosso Pai que está no céu (Mateus 5.16).
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