19.12.2013
Do blog GOSPEL HOME BLOG,13.12.2010

“Jabulaaaaani”
e “Ah, não, Mick Jagger” foram duas das vinhetas de maior sucessos nos
programas da Copa do Mundo de 2010. Ambas, como tantas outras, foram
imortalizadas pela voz grave e singular do jornalista e locutor Cid
Moreira, que aos 83 anos, e 64 de carreira, foi responsável por momentos
históricos do jornalismo à frente do Jornal Nacional durante 25 anos –
marca registrada no Guinness Book. Sua importância não deve ser
subestimada. Cid Moreira é tão importante para a história da televisão
brasileira quanto Walter Cronkite (1916-2009), o lendário âncora da CBS,
é para a americana. Independentemente do teor do noticiário, ele dizia
sempre ao final do jornal o seu o seu incofundível “Boa Noite”. “Uma
maneira de amenizar as notícias nem sempre agradáveis”, afirma.
Hoje,
mais do que um homem de notícias, Cid é um homem a serviço de Deus.
Seus CD’s narrando passagens bíblicas já venderam mais de 30 milhões de
cópias por todo o Brasil, um sucesso incontestável do mercado
fonográfico. Em dezembro, Cid lança seu primeiro DVD com imagem e voz de
O Livro dos Salmos (Alpha Produção/ Bíblica Brasil) em sua nova versão
internacional. Nos 12 volumes, Cid leva “as notícias de Deus”, como
gosta de dizer, com direção de Marcelo Legey e trilha sonora do maestro
José Lourenço.
Em entrevista a ÉPOCA ele conta como é o seu
projeto bíblico, seus planos para o futuro, que não incluem a
aposentadoria, e mostra seu lado cristão e bem humorado.
ÉPOCA – Quando o senhor descobriu que podia ser locutor?
Cid Moreira
– Poxa, vida! Você está fazendo uma pergunta que remonta ao século
passado. Eu comecei com 17 anos em Taubaté, no interior, pertinho de São
Paulo. Quando eu saí da Difusora de Taubaté, fui para a Bandeirantes de
São Paulo, onde fiquei dois anos. Na época, eu trabalhava com o Dias
Gomes, e ele era muito brincalhão e costumava brincar comigo no palco
dizendo que na minha terra pintinho não faz ‘piu piu piu’, faz ‘PIURGH
PIURGH PIURGH” [Cid Moreira diz um “piu piu piu” grave, com sua marcante
voz].
ÉPOCA – Como o senhor cuida da voz? Toma algumas precauções?
Cid Moreira
– Já me preocupei muito com a voz. Mas agora, sem demagogia, depois que
eu comecei a estudar a Bíblia e me dedicar à sua divulgação, a minha
saúde melhorou, a voz melhorou. Hoje eu considero que a minha voz está
melhor do que na época que eu estava começando, porque eu era muito
inseguro. E hoje eu tenho o máximo de segurança no trabalho.
ÉPOCA – O senhor é um católico praticante?
Cid Moreira
– Eu comecei como católico em Taubaté e hoje eu tento, aliás digo por
aí que sou “cristão”. E é difícil ser cristão, é um exercício diário.
Tem muita gente que afirma ser cristão, mas é muito difícil porque você
pode passar por momentos de ostentação, de raiva, e isso é anticristão. É
algo que exige de você a todo momento.
ÉPOCA – Suas
narrações das passagens bíblicas em CD já venderam mais de 30 milhões de
cópias e agora temos o DVD com o Livro dos Salmos. Depois que terminar a
Bíblia, o senhor pretende fazer a narração de outros livros religiosos
como a Torá, o Corão ou Livro dos Espíritos de Alan Kardec?
Cid Moreira
– Não nunca cogitei, se eu estou dizendo que sou cristão, preciso
manter uma linha. Olha, quando eu estava fazendo 25 anos no Jornal
Nacional – no qual eu sou Guiness Book, pois por enquanto eu sou
recordista – eu gravei um clipe tendo como cenário o Dedo de Deus no Rio
de Janeiro, narrando o Sermão da Montanha. A partir daquele momento, eu
jurei, ali, que pretendia levar a todos os lares do país, até o último
dia da minha vida, a mensagem dos envagelhos [sic], que são as notícias
de Deus.
ÉPOCA – As vinhetas como ” O que é isso Mister
M?” e as mais recentes “Jabulani” e “Ah, não, Mick Jagger” se tornaram
sucessos na televisão e na internet , o que mostra também seu lado bem
humorado. Como vê isso hoje e como lida com as imitações dos fãs?
Cid Moreira
– Mas é desse lado bem-humorado de que eu gosto. Os fãs pedem para
fotografar e é normal já chegarem imitando. No começo da minha carreira
na Mayrink Veiga, que se projetava no humorismo, trabalhei inclusive com
muitos comediantes que estão aí até hoje. Essa minha fase no rádio foi
maravilhosa. E eu também tenho Twitter. Sempre entro para bater um
papinho.
ÉPOCA – Por falar em Twitter, o Galvão Bueno tem o movimento do “Cala a Boca, Galvão”, como o senhor reagiria se fosse com você?
Cid Moreira
– Se você também botar meu nome na internet, você vai ter uma boa noção
das críticas. Tem gente que fala bem, a maioria graças a Deus, mas tem
aqueles que não gostam.
ÉPOCA – O senhor já não narra
mais reportagens, mas tem contrato com a Rede Globo. Numa entrevista ao
Diário de S. Paulo, o senhor disse que estava no ‘spa da Globo’.
Cid Moreira
– Acabei de renovar meu contrato por mais três anos, mas em qualquer
profissão depois dos 70 anos o sujeito para de trabalhar. Agora não
narro mais nada para a Globo, só dou entrevista, descanso e jogo tênis.
Se eu pudesse jogava todos os dias… neste ano mesmo, me convidaram para
jogar tênis no U.S Open em setembro e joguei uma partida de duplas
contra o campeão Pat Cash (Patrick Hart Cash).
ÉPOCA – O
senhor tem 83 anos, 64 de carreira, sua voz é um clássico do
telejornalismo brasileiro, mas não pretende mesmo parar um dia?
Cid Moreira
– Mas eu gosto de trabalhar e agora trabalhar para o chefe supremo é o
melhor de tudo. Eu fiz um juramento: enquanto eu tiver a voz, só quero
divulgar a Bíblia. Só quero fazer isso, mais nada. Agora eu estou
gravando a Bíblia inteira que vai ser distribuída com legendas, para
todo o mundo cristão. E você é muito novo, ainda vai ver que a vida é
feita de fases.
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Fonte:http://gospelhomeblog.blogspot.com.br/2010/12/cid-moreira-enquanto-eu-tiver-voz-so.html