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sábado, 3 de agosto de 2024

O encontro profundo de Jesus e os discípulos no caminho de Emaús

03.08.2024


Desvendando as Escrituras e a Promessa da Ressurreição

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús é uma narrativa profunda e atemporal que continua a cativar os crentes através das gerações. Registrado no Evangelho de Lucas, este encontro é rico em revelações e mensagens de esperança que transcendem os limites do tempo e do espaço. À medida que nos aprofundamos nesta passagem notável, descobriremos os significados mais profundos e as percepções transformadoras de vida que têm o poder de mudar nossas próprias jornadas espirituais.

A Revelação das Escrituras

Enquanto os dois discípulos, cujos nomes não são explicitamente mencionados, caminhavam a jornada de 12 quilômetros de Jerusalém a Emaús, eles estavam profundamente envolvidos em uma conversa, discutindo os eventos recentes em torno da crucificação de Jesus. Sem que eles soubessem, o próprio Senhor ressuscitado se juntou à companhia deles, embora seus olhos estivessem "impedidos de reconhecê-lo" (Lucas 24:16).

Jesus, em sua infinita sabedoria, aproximou-se dos discípulos e perguntou sobre a natureza da discussão deles. Sentindo a tristeza e confusão deles, ele gentilmente sondou: "Que conversa é essa que vocês estão mantendo um com o outro enquanto caminham?" (Lucas 24:17). Os discípulos, surpresos pela aparente falta de conhecimento desse estranho, explicaram os eventos que se desenrolaram em Jerusalém, incluindo a crucificação de "Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo" (Lucas 24:19).

É neste ponto que Jesus, o mesmo sobre quem eles estavam discutindo, revelou o verdadeiro significado das Escrituras para eles. Ele disse: "Ó néscios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Não era necessário que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?" (Lucas 24:25-26). Começando com Moisés e todos os profetas, Jesus expôs a eles as passagens que falavam do Messias e da necessidade de seu sofrimento e glória.

Este momento profundo de revelação bíblica foi uma experiência transformadora para os discípulos. Enquanto ouviam atentamente, seus corações estavam "ardendo dentro deles" (Lucas 24:32), uma indicação clara de que o Espírito Santo estava trabalhando, iluminando seu entendimento e mexendo com suas almas. Os discípulos não estavam mais apenas relatando os eventos; eles agora estavam compreendendo o significado mais profundo da vida, morte e ressurreição de Jesus, conforme predito nas Escrituras.

A Reverência de José de Arimatéia

Antes de nos aprofundarmos mais no encontro de Emaús, é importante reconhecer o papel fundamental desempenhado por José de Arimatéia, um membro do senado, após a crucificação de Jesus. Os Evangelhos registram que José, um seguidor secreto de Jesus, corajosamente foi até Pôncio Pilatos e solicitou o corpo de Jesus para um sepultamento apropriado (Marcos 15:43-46).

Em um ato notável de reverência, José envolveu o corpo de Jesus em um pano de linho fino e o colocou em seu próprio túmulo recém-cavado (Mateus 27:57-60). Esse gesto tem um significado profundo, pois o uso de linho fino e a colocação em um túmulo privado eram tipicamente reservados para a realeza. As ações de José reconheceram a realeza celestial de Jesus, o Messias, e seu legítimo lugar de honra.

A presença das mulheres, Maria Madalena e a outra Maria, que observaram o sepultamento, ressalta ainda mais a importância deste momento. Seus olhos atentos testemunharam o cuidado e o respeito com que o corpo de Jesus foi manuseado, um testamento da devoção e fé daqueles que o seguiram.

A Promessa da Ressurreição

Enquanto os discípulos continuavam sua jornada para Emaús, o Senhor ressuscitado continuou a se revelar a eles de maneiras profundas. Ao chegarem ao seu destino, os discípulos insistiram para que Jesus ficasse com eles, pois "já é tarde e o dia já está quase terminando" (Lucas 24:29). Foi na intimidade dessa refeição compartilhada que Jesus foi finalmente reconhecido pelos discípulos, quando ele pegou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu a eles (Lucas 24:30).

O significado deste momento não pode ser exagerado. Os olhos dos discípulos foram abertos, e eles reconheceram o Cristo ressuscitado na partilha do pão. Este ato simbólico, tão familiar a eles de seu tempo com Jesus, serviu como um lembrete tangível de sua presença e da promessa de seu retorno.

Além disso, o detalhe dos panos de linho cuidadosamente dobrados deixados para trás no túmulo (João 20:6-7) tem um significado profundo. Na cultura judaica daquela época, a maneira como um servo deixava a mesa após uma refeição era uma indicação clara das intenções do mestre. Se o servo deixasse o pano amassado, significava que o mestre havia terminado e não voltaria. No entanto, se o pano estivesse cuidadosamente dobrado, ele transmitia a mensagem de que o mestre voltaria.

Ao deixar os panos de linho de forma tão ordenada, Jesus estava enviando uma mensagem poderosa aos seus discípulos: ele retornaria. A ressurreição não era o fim, mas o começo de uma nova era, uma promessa de esperança e restauração que transformaria as vidas de todos os que cressem.

Encontrando Jesus em nossas próprias jornadas

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús ressoa profundamente com os crentes de hoje, pois fala da experiência humana de encontrar a Deus em meio as jornadas da nossa vida. Como os dois discípulos, nós também podemos nos encontrar caminhando por tempos de incerteza, confusão ou até mesmo desespero, lutando com os desafios e provações que a vida apresenta, e Jesus assim como foi ao encontro daqueles discípulos Ele também quer encontrar você nos caminhos da sua vida. E isto Ele fazendo agora no momento em que você lê este artigo.

Portanto, assim como Jesus se juntou aos discípulos em seu caminho, ele está sempre presente em nossas próprias vidas, procurando para se revelar a nós de maneiras inesperadas. Seja por meio da iluminação das Escrituras, da comunhão dos crentes ou dos momentos silenciosos de reflexão pessoal, o Senhor ressuscitado busca caminhar ao nosso lado, abrindo nossos olhos para as verdades mais profundas e a promessa de sua presença eterna.

Ao refletirmos sobre essa narrativa atemporal, somos lembrados da importância de manter um coração aberto e receptivo, pronto para reconhecer a obra do Senhor Jesus Cristo em nossas vidas, mesmo quando nossas circunstâncias podem parecer sombrias ou nosso entendimento é limitado. Pois é nesses momentos de encontro que nossos corações podem ser incendiados com fé renovada, esperança e o poder transformador da mensagem do Seu  Evangelho.

Conclusão: Abraçando a Promessa da Ressurreição

A história de Jesus e dos discípulos na estrada para Emaús é um poderoso testamento do poder transformador da Sua ressurreição. Por meio desse encontro, somos lembrados da importância das Escrituras, da reverência devida ao nosso Salvador e da promessa de esperança que transcende até mesmo as circunstâncias mais sombrias.

À medida que viajamos por nossas próprias vidas, que estejamos sempre vigilantes, prontos para reconhecer a presença do Cristo ressuscitado, querendo caminhar ao nosso lado, desejoso para revelar os significados mais profundos das Escrituras e acendendo a chama da fé em nossos corações. Vamos abraçar a promessa da ressurreição, sabendo que mesmo nos nossos momentos de desespero, o Senhor Jesus está trabalhando para trazer um propósito maior, um futuro glorioso que aguarda todos os que creem.

  • A história de Jesus e dos discípulos no caminho para Emaús está registrada no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículos 13-35.
  • Jesus se juntou aos dois discípulos em sua jornada, embora seus olhos estivessem impedidos de reconhecê-lo a princípio.
  • Jesus revelou o verdadeiro significado das Escrituras aos discípulos, explicando a necessidade do sofrimento e da glória do Messias.
  • José de Arimateia, um seguidor secreto de Jesus, cuidou reverentemente do corpo de Jesus após a crucificação, reconhecendo sua realeza celestial.
  • Os panos de linho cuidadosamente dobrados no túmulo vazio transmitiam a promessa do retorno de Jesus e a esperança da ressurreição.
  • O encontro de Emaús nos lembra que Jesus quer caminhar ao nosso lado em nossas jornadas de vida, pronto para se revelar e acender nossa fé, se assim deixarmos Ele entrar nas nossas vidas.
Ao refletirmos sobre essa história profunda, que ela nos inspire a abraçar a promessa da ressurreição, a buscar a presença de Deus em nossas vidas e a caminhar com fé inabalável, mesmo diante dos desafios da vida. Pois, no final, é o Cristo ressuscitado que detém o poder de transformar nossos corações, renovar nossa esperança e nos guiar em direção à glória eterna que aguarda todos os que creem no Seu Nome.
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quinta-feira, 16 de maio de 2024

JESUS, O NAZARENO

16.05.2024
Por Fredi Winkler*


Jesus é chamado no Novo Testamento de nazareno. Assim, Mateus 2.19-23 relata como um anjo aparece a José no Egito para instruí-lo a retornar à terra de Israel porque Herodes, que pretendia matar a criança, morrera. Então o versículo 22 diz: “Porém, ouvindo [José] que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. E, tendo sido avisado por Deus em sonho, José foi para a região da Galileia. E foi morar numa cidade chamada Nazaré para se cumprir o que foi dito por meio dos profetas: ‘Ele será chamado Nazareno’”.

Mateus sempre se reporta a profecias do Antigo Testamento para provar ao povo judeu que Jesus é o cumprimento da promessa. Onde, porém, estaria escrito que o Messias seria chamado de Nazareno?

Jesus, o rebento da raiz da casa de Davi

Em Isaías 11.1 lemos: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes brotará um renovo”. O que quer dizer isso? Que o Messias viria da casa de Davi. Jessé foi o pai de Davi. Na época em que Jesus nasceu, a casa ou a descendência de Davi era completamente irrelevante, mas ainda havia descendentes, tal como numa árvore abatida da qual resta só um toco com as raízes. E existem árvores – como a oliveira – nas quais frequentemente brotam novos rebentos.

Os descendentes da casa de Davi ainda mantinham a esperança de que algum deles seria o Messias. Na época dos Macabeus, no século I a.C., a Galileia foi recolonizada por judeus. Supõe-se que descendentes da casa de Davi tenham migrado de Belém para a Galileia, fundando ali um povoado e dando-lhe o nome de Nazaré, derivado de Isaías 11.1, porque continuavam a alimentar a esperança de que um dos seus descendentes seria o Messias prometido. A palavra hebraica para “rebento” é nezer, de onde poderia derivar o nome Nazaré. O Antigo Testamento não menciona Nazaré, e por isso se supõe que Nazaré tenha sido fundada depois, num local onde, em tempos passados, já teria existido alguma localidade desconhecida.

Os demônios sabiam quem Jesus era realmente

É significativo que, em ocasiões e eventos importantes, Jesus foi chamado de Nazareno. Esse cognome era importante, porque não existiam sobrenomes e o nome Jesus ou Yeshua era comum. Ele também não poderia ser chamado de “Yeshua Ben Yosef”, como teria sido usual entre os judeus, porque José não era efetivamente seu pai.

Jesus Nazareno “É interessante que o mundo demoníaco o chamava de Nazareno e sabia que ele era o Santo de Deus.”
Em Marcos 1.24, um demônio fala pela boca de um possesso e diz: “O que você quer conosco, Jesus Nazareno? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem você é: o Santo de Deus!”. É interessante que o mundo demoníaco o chamava de Nazareno e sabia que ele era o Santo de Deus.

João 19.19 diz que Pilatos mandou escrever no topo da cruz: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.

Em Atos 22.8, por sua vez, depois que Paulo tombara ao chão no caminho para Damasco e perguntara: “Senhor, quem é você?”, Jesus se apresenta a ele com as palavras: “Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem você persegue”.

Os crentes em Jesus são chamados de nazarenos

Em várias outras ocasiões, no original grego, Jesus é chamado de nazoreu, e, em Atos 24.5, até todos os que creem nele são chamados de nazarenos: “Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove desordens entre os judeus do mundo inteiro, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos”.

A propósito, no hebraico os cristãos são chamados até hoje de “nozrim”, enquanto os muçulmanos os chamam de “nazara”.

Terá Jesus sido um nazireu?

O indivíduo consagrado a Deus, em hebraico um “nasir” – alguém como Sansão – não podia cortar o cabelo. Antigamente, supunha-se que o termo nazoreu proviesse de nazireu e que Jesus fosse alguém consagrado a Deus no sentido do Antigo Testamento, ou seja, um nazireu. Por isso, ele sempre era retratado com cabelos longos. É claro que Jesus era alguém consagrado a Deus, ou melhor: o consagrado por excelência. Mas ele não era isso no sentido do Antigo Testamento, porque um nazireu não podia, por exemplo, tomar vinho, o que Jesus sabidamente fazia.

Jesus de Nazaré

A designação de nazoreu ou nazareno significa que Jesus vinha de Nazaré. Quando, no Domingo de Ramos, ele entrou em Jerusalém aclamado por seus discípulos e se levantou na cidade a pergunta de quem ele seria, o povo disse: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia!” (Mt 21.11).

Fica evidente que Nazaré era uma localidade bem conhecida da Galileia, e também nunca lemos que alguém não soubesse onde Nazaré se localizava. Por outro lado, Natanael, um dos posteriores discípulos de Jesus, disse no primeiro encontro com ele: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1.46).

Natanael era natural de Caná, uma localidade próxima a Nazaré. Caná localizava-se diretamente junto a uma ampla planície atravessada por uma importante estrada. Já Nazaré ficava um pouco afastada, oculta entre as montanhas, mas mesmo assim próxima da grande e conhecida planície de Armagedom, nas colinas do norte.

O Novo Testamento não relata praticamente nada sobre a vida de Jesus em Nazaré antes que ele iniciasse seu ministério público. Também não está claro por quanto tempo o Senhor atuou baseado em Nazaré antes de deixar sua cidade para se mudar para Cafarnaum. Segundo João 3.22-23, Jesus e João Batista atuaram por algum tempo em paralelo. Não sabemos quanto tempo isso durou. Para Jesus, a prisão de João Batista foi o sinal do alto de que chegara o momento de se apresentar publicamente.

Para isso, o aperto e o isolamento de Nazaré não eram adequados. Assim, Mateus 4.13 diz que ele, “deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum”, provavelmente na casa de Pedro. Também não sabemos por quanto tempo ele ficou lá. Uma coisa, porém, é certa: Jesus nunca é chamado de “Jesus de Cafarnaum”, mas sempre “Jesus de Nazaré”, “Jesus, o Nazareno” ou “o Nazoreu”.

A visita de Jesus a Nazaré

Lucas 4.16-30 relata como Jesus visitou Nazaré, sua cidade. Esse relato explica por que ele abandonou o lugar. No versículo 24, o Senhor diz: “De fato, afirmo a vocês que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra”. Por quê? Sobre isso temos de ler Marcos 6.1-6, onde vemos que os habitantes de Nazaré conheciam a ele e sua família, mas não queriam admitir que ele fosse algo diferente deles. O versículo 3 diz: “E escandalizavam-se por causa dele”.

Em Mateus 11.5-6, Jesus diz: “Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.”

Os habitantes de Nazaré se aborreceram com ele e não quiseram reconhecer que ele fosse algo mais do que apenas um homem, a saber, o Messias enviado por Deus, e tentaram lançá-lo de um barranco. Mas apesar de a gente de Nazaré não ter reconhecido Jesus, o nome de Nazaré continua ligado a ele para sempre.

*Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, vinculado à missão da Chamada
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Fonte:https://revista.chamada.com.br/articles/842-jesus-o-nazareno