05.02.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Carla Stracke

Mas como assim obediência seletiva? Em uma conversa recente com o meu
pastor, eu disse: “fulano é uma bênção, mas é rebelde, não comigo, mas
com outras pessoas, ele não sabe lidar com autoridades acima dele”. Meu
pastor sabiamente me disse: “Carla, não é que ele é rebelde, ele pratica
algo chamado obediência seletiva – ele obedece a aqueles que ele admira
e concorda enquanto sabota e não aceita lideranças que não sejam como
ele deseja”.
Desde então essa expressão não sai de minha mente OBEDIÊNCIA
SELETIVA, até porque a pessoa da qual estávamos falando é alguém que é
muito parecido comigo inclusive nesse sentido.
Há algum tempo Deus tem me exortado nessa área trazendo a luz traços
rebeldes de minha personalidade que eu prefiro traduzir como
independência, afinal rebelde foi Lúcifer e eu não quero me parecer com
ele em nenhum aspecto e isso é uma das maiores armadilhas humanas para
fugir da cura pessoal que Deus quer fazer em nós – amenizarmos nossos
pecados ou porque não queremos ser curados ou simplesmente porque não
conseguimos lidar com nossa natureza humana caída que sim tem traços
diabólicos.
Recentemente ouvi um pregador dizer o seguinte: “Para você realmente
se arrepender do seu pecado, olhe para você mesmo e diga – EU SOU (nome
do pecado) no meu caso REBELDE – pare de amenizar seu pecado com algo
como – ah eu pratico tal pecado (no meu caso rebeldia) – aceitar seu
pecado como prática tira sua responsabilidade sobre ele e aí você não se
arrepende de verdade. Quando falamos dos outros os rotulamos com o nome
do pecado, e quando falamos de nós mesmos chamamos de prática como se
fosse algo menor ou temporário e assim não somos curados, então crie
vergonha na cara e diga bem alto EU SOU (NOME DO PECADO) até que você
tenha seu coração quebrantado a ponto de assumi-lo, confessá-lo e deixar
a luz de Deus entrar em suas trevas e te curar.
Ahhh meu irmão/irmã que está lendo esse texto, aquilo doeu em mim bem
lá dentro, na verdade fingi que não era comigo e que eu estava bem
resolvida e consciente de meus traços de personalidade que não agradam a
Deus, mas Deus começou a me incomodar ainda mais e naturalmente eu
rebati e disse: “Mas Deus, eu obedeço meus pais, meus pastores, meus
líderes, não saboto ninguém ( a vida toda fui chamada de boazinha e
pacificadora) … o espírito santo então me disse: você obedece porque
você concorda com eles, pois quando discorda não é bem assim. Continuei
me justificando: mas eu não saboto ninguém, nem saio falando mal ou
causando motim…. mas, pensando bem eu empaco que nem uma mula e fico
tentando convencê-los o porquê de eu não concordar com algo e emburro
que nem uma criança. Nesse momento claramente senti Jesus sorrindo para
mim, algo como: É isso, e você sabe disso. Continuei fingindo que não
era comigo.
Eu e meu esposo então viemos para uma das bases da JOCUM (Jovens com
uma missão) no sul do Brasil para fazermos a ETED (Escola de treinamento
e discipulado) com ênfase em aconselhamento e em menos de uma semana de
curso uma das primeiras que recebemos foi sobre Jonas e que sim ele fez
o que Deus queria, porém tardiamente e que Deus não se alegra com
obediência tardia ou procrastinadora por mais traumáticos que sejam os
motivos que te levam a desobedecer, pois sim, Jonas tinha seus motivos e
não eram poucos ou leves e assim como Jonas, mais 1 vez eu me
justifiquei para Deus: “Pai, eu e meu esposo abrimos mão de quase tudo –
família, emprego, igreja, amigos para seguir o que o Senhor quer de nós
por amor a ti e não porque somos melhores do que alguém, pois a cada
dia temos percebido o nível raso que ainda vivemos e o quão mais fundo
temos que ir em ti, porque o Senhor tem martelado nesse quesito?” Deus
então me disse: “Filha, você me obedece, porém nem sempre é prontamente
ou sem titubear como uma obediência em fé deve ser. Você só me obedece
como deve ser quando você concorda comigo ou se sente mentalmente
satisfeita com a resposta, senão me obedece tardiamente ou de coração
triste e não é isso que quero de você.
E assim Deus foi me trazendo a memória Saul por exemplo que começou
bem sua jornada e literalmente pagou um preço de morte quando resolveu
seguir a Deus a sua maneira. Isso me trouxe temor e cautela e me mostrou
que não adianta eu ter um começo de jornada incrível com Deus e chegar
no final sem fé, amor, obediência e confiança Nele.
Deus sabe o quanto
eu o amo e eu tenho certeza de que ele sonda meu coração e ouve minhas
orações e sabe onde preciso aparar minhas arestas nessa nova fase da
jornada e se eu continuar insistindo em fingir que não é comigo esse
papo de obediência seletiva e fingindo para mim mesma que sou
independente e não rebelde, afinal ser independente ainda é aceito
positivamente socialmente dentro e fora da igreja e confessar rebeldia
como pecado parece que você está de braços dados com o capeta, afinal
foi assim que ele casou a rebelião dos anjos no céu e pior ainda, antes
disso, sua rebeldia o fez pensar que ele poderia ser igual a Deus. Um
abismo chama outro abismo e eu definitivamente quero me parecer com
aquele no qual fui feita imagem e semelhança e não com seu oponente.
Desejo a você leitor assim como eu um quebrantamento de coração,
arrependimento, alma curada e muita vontade de realmente mudar e
eliminar a rebeldia de sua vida para que Deus realmente possa ser Senhor
de todas as áreas que nos formam.
Leitura recomendada: livro de Jonas (com um olhar como se você fosse
Jonas e recebesse as palavras desse livro para seu início de cura
pessoal e muita oração para entender que Deus disciplina seus filhos
amados e quão honrados somos por isso).
Escrevo esse texto crendo e sabendo que quando confesso meu pecado a
Deus sou perdoada e restaurada e quando confesso ao meu próximo sou
curada. Desejo que em nome de Jesus todo espírito de rebeldia seja
arrancado de nossas vidas e aprendamos a obedecer a Deus sem reservas,
afinal se Ele nos pede algo é porque ele já supriu ou já está lá nos
aguardando.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/obediencia-seletiva/
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