domingo, 15 de fevereiro de 2015

Cinquenta tons de bobagem

15.02.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Gutierres Siqueira

Cinquenta tons de bobagem
Li nos jornais que algumas igrejas estão promovendo campanhas contra o filme “Cinquenta Tons de Cinza” (EUA, 2015). É isso que eu chamo de “cinquenta tons de bobagem”. Como é possível que pastores e igrejas façam exatamente o que os produtores dos filmes mais gostam: publicidade.
Há um princípio no mundo do entretenimento: “falem mal, mas falem de mim”. Grandes portais da internet repercutiram as palavras de pastores contra o filme e, como é natural nesses casos, a fala desses pastores soou como pejorativas. Agora, uma igreja equilibrada precisa apelar para o recurso do boicote diante de um filme ruim?
É necessário entender que o Evangelho não é a luta contra algum ponto específico da nossa cultura decaída. Resumir o Evangelho como uma guerra cultural é apenas desviar o verdadeiro foco da Igreja: pregar Cristo e esse crucificado. Uma simples leitura do Novo Testamento não permite concluir que os primeiros cristãos estavam empenhados numa “guerra cultural” contra os gregos e os romanos. Os verdadeiros embates ativos circulavam sobre pontos doutrinários e perseguição religiosa.
A postura cristã foi sempre reativa, não do ataque, como dito acima. Isso em si é uma diferença abissal. Como escreveu o filólogo alemão Johannes Geffcken: “A batalha do Cristianismo com a fé interior das massas pagãs, com as convicções dos líderes espirituais, foi incomparavelmente mais difícil do que a luta com o poder do Estado Romano”. Ou seja, a batalha contra a falsa fé foi mais importante do que combater esse ou aquele aspecto da cultura e do Estado romano.
E aí vem uma pergunta: por que os livros e o filme sobre um homem sadomasoquista e uma mulher submissa faz tanto sucesso? É fácil responder que é o gosto pela pornografia e pela imoralidade. Essa é apenas parte da resposta. Talvez o sucesso dessa história fale muito sobre a busca atual das mulheres pelo conceito de homem alpha, ou seja, um homem com determinação, postura e liderança. Essa é outra questão que a igreja precisa lidar em seu discipulado: a postura de um homem. Ou teremos gerações educadas pela pornografia light?
Uma igreja sábia não precisa apelar para um boicote ou campanhas específicas contra algum filme. Numa congregação sadia a membresia aprenderá o conceito de masculinidade e feminilidade pelas Sagradas Escrituras e com seu devido equilíbrio.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/cinquenta-tons-bobagem/

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